A um passo do abismo
-Não quero que você faça isso novamente. – disse a mãe, distraidamente – o
diretor já deve estar cansado de mim.
“Até eu já estou cansada de você” - pensava Manu, enquanto colocava os
fones e voltava para o quarto, onde finalmente teria um pouco de sossego.
Chegando ao quarto, jogou-se na cama e começou a chorar. Tudo seria
diferente se papai estivesse aqui! A imagem do pai invadia-lhe a mente. Quando o
veria novamente? Apenas quando a polícia permitisse. Sabia que não era culpa dele,
com certeza o haviam confundido com algum marginal. Manu sabia que ele tinha um
tumor na nuca, o que lhe causava distúrbios repentinos de adrenalina, mas se
recusava a imaginar que ele houvesse realmente assassinado alguém. Isso estava
fora de questão.
Sem o pai, sua vida estava arruinada. Vivia coma mãe, aquele projeto de gente
que mais se parecia com uma criança. O que ela já havia feito na vida? Nada. Nada
de útil pelo menos. Manu queria ser mais, ainda faria algo que demonstrasse sua
superioridade perante a mãe e deixasse seu pai orgulhoso. Porém, nessas condições,
não conseguia nem pensar direito.
Abriu o armário e procurou a droga. Com cuidado, tirou a seringa e injetou-a
em seu braço. O efeito era aliviante. Por um instante esqueceu-se de todos os seus
problemas. Procurou outra dose. Não! Aquela fora a última. Precisava de mais.
Pegou seu casaco e dirigiu-se até a porta da frente, passando por sua mãe,
que não lhe deu muita atenção.
Já na rua, pôs a mão no bolso. Dez reais. Não era o suficiente.
Automaticamente, começa a tirar seu casaco e a procurar um velho babaca
para se prostituir. Mas, repentinamente, mudou de ideia e recolocou o casaco.
Não muito longe, avistou um homem distraído, alvo ideal para uma abordagem
surpresa. Ele parecia preocupado, assustado e perturbado, mas isso não importava,
não era problema dela.
Repassou mentalmente como executaria o assalto. Já havia feito aquilo muitas
vezes.
Tirou a arma da bota e correu em direção ao homem. Parou em sua frente e
apontou a arma diretamente em seu rosto. No entanto, antes de anunciar o assalto,
parou. Ficou estática em frente ao homem, algo a fizera parar.
O homem, por sua vez, aproveitando a oportunidade, roubou agilmente a arma
de suas mãos. Sem hesitar, ele atirou. Ouviu-se um estrondo.
Manu sentiu o sangue escorrendo de seu peito e suas pernas fraquejando.
Com um baque surdo, caiu ao chão.
-Papai...Papai...- foram as únicas palavras que conseguiu pronunciar. Palavras
sussurradas ao vento e perdidas no tempo. Palavras que para sempre atormentariam
o pai fugitivo. Suas últimas palavras antes de cair no infinito abismo que ela mesma
criara.
Aline Yumi Castro Shibata 9ºC
Uma Adolescência Perdida
"Sozinha, abandonada". É assim que a jovem Gabriela se sentia com o pai
viajando todo mês e a mãe só pensando no trabalho. Sua mãe, além de tudo, era uma
mulher imatura, permissiva, tolerante, que não servia de exemplo para ninguém. Ela,
porém, sempre teve uma vida boa. Casa boa, comida na mesa, roupa lavada. Se erao
suficiente? Longe disso. Queria um pai, queria uma mãe.
Perdida e confusa, Gabriela, desesperada e, ainda, com a necessidade de
construir uma identidade, encontrou uma solução. Largou os estudos e família. Deixou
sua vida para trás. Ia de casa em casa, carro a carro, lojas e mais lojas. Roubava tudo
que podia, alucinada por drogas.
Chegou um dia, quando roubos não eram mais o suficiente. Queria mais
dinheiro, queria mais drogas. Chegou a uma rua de prostituição. Entrou no carro do
primeiro cliente. No momento em que entrou, pensou consigo mesma"que vida é
essa?" Saiu do carro, deixando o homem enfurecido. Correu e aparentava que ele a
havia deixado.
Sentou na calçada, chorando, berrando. Não queria mais isso, queria sua vida
de volta. Levantou-se, certa de seu destino. Ouviu um barulho. Olhou para trás. Nada.
Começou a andar, desconfiada. Mais barulhos. Correu, amedrontada. Parou na
esquina, ofegante. Ouviu um tiro. Olhou para baixo e havia sangue em todo lugar.
Colocou a mão na barriga, conseguia sentir o sangue jorrando. Caiu ao chão, um
homem a observava. O cliente. Com o sorriso no rosto e uma arma na mão.
Júlia Celestino Seraphim – 9ºA
Tal mãe, tal filha
Isabela sempre foi uma menina com facilidade para fazer amizades. Foi amiga
de todo mundo e,continuadamente, preocupou-se com as pessoas. Isso era algo muito
bom para ela; mas, quando começou a crescer, isso a atrapalhou.
Devido sua popularidade, era convidada para festas e balada. No início, tudo
era ótimo. Dançava, fazia mais amigos e se divertia. Porém, com novas amizades
vieram novos acontecimentos. Começou com a bebida, e achou que nãoera nada.
Logo depois, veio a maconha. Pensou: “Vou ou não vou?” Foi, e foi mais longe ainda.
Estava perdendo tudo. Seus grandes amigos de infância foram substituídos por
usuários de drogas. Estava diferente com as pessoas, mas sua mãe era imatura
demais para perceber algum problema e o pai nunca estava presente. Isa saía à noite,
só voltava no outro dia e sua mãe não ligava.
Além de fumar maconha, estava dependente de cocaína e crack. Para piorara
situação, sua família passava por uma grande dificuldade financeira. O dinheiro
acabou e tinha que sustentar o vício. Roubar e me vender, é isso que vou fazer. Tudo
que queria era parar, entretanto não tinha forças. Havia abandonado os pais e os
amigos que sempre a ajudaram, e seus novos amigos só estavam ao lado dela para
se divertir. Após muito se prostituir, ficou grávida. Esse foi o último passo. Com a filha
no ventre, os seus “amigos” desistiram dela. Agora estava totalmente largada. O que
fazer? Drogada, grávida e com passagens na polícia.
Andando pelas ruas de São Paulo, tomou a difícil decisão. Voltar. Ir atrás de
seus verdadeiros amigos e de sua família. E foi isso que fez. Chegou à porta de casa
e tocou a campainha. A mãe abriu a porta:
- Filha? – Isabela estava quase irreconhecível.
- Mãe, me perdoe! Mesmo depois de tudo que fiz.
- Filha, essa é também a minha história – disse-lhe, colocando a filha para
dentro de casa.
Lucas Augusto Mansk – 9ºA
Brincadeira de Criança
Quem brinca com fogo pode se queimar. Sempre me disseram coisas assim
desde que eu era pequena. Não existe algo que eu odeie mais do que
pessoas metendo o nariz em minha vida. Quebrar as regras é muito
melhor do que ser sempre certo o tempo todo. Percebi isso com o tempo:
pessoas certinhas são sempre abandonadas.
Meu pai nunca me dá a devida atenção, parece até que não gosta de
mim. Ele só trabalha e nunca ligou para notas, ou qualquer outra coisa
referente a mim. Minha mãe já me pegou bêbada dentro de um táxi,
beijando um desconhecido e apenas disse para que não demorasse. Que
espécie de mãe faz isso? Será que querem me deixar viver com as
minhas próprias pernas ou algo assim? Não que me importe, afinal
já tenho idade o suficiente para tomar minhas próprias decisões, mas
quem não gosta de atenção, não é mesmo?
Sem saída, entrei num site da Internet com pessoas que, como eu,
possuem problemas em casa ou colégio, procurando amigos e pessoas para
conversar. Lá, conheci Daniel, um cara muito divertido que me ensinou
tudo sobre drogas e outros assuntos, como sexo, por exemplo. Pedi para
que me enviasse algumas drogas. Comecei pela maconha
e depois fui aumentando a intensidade, até LSD. No começo, passei um
pouco mal, mas logo me acostumei. Meses depois disso, eu e ele
combinamos de nos encontrarmos ao vivo. Sua idade não era 22 como havia
dito no site, e sim, 44. Sei que deveria ligar, mas isso é o que
pessoas certinhas fariam. Eu só quero me divertir, pouco me importa a
idade dele. Usamos quilos e quilos de droga. Até uma que sempre tive
curiosidade, contudo nunca tive coragem de usar: o crack. Fizemos sexo e
colocamos música alta para completar a diversão.
Tempos depois, Daniel começou a ter convulsões fortes, vomitou sangue
inclusive. Quando parou, ficou imóvel sem piscar os olhos e respirar.
Corri o mais rápido que pude. Daniel estava morto! Eu o matei! Sentei
numa calçada e chorei para tirar tudo que estava preso em mim devido
ao medo. Não fazia ideia de onde estava, nem mesmo como voltaria para
casa. Andei sem rumo pelas ruas. Fiquei com medo de nunca mais ver
minha família, mesmo que nenhum deles realmente se importe comigo.
Dormi em um banco de praça que encontrei, sem cobertor, passando frio.
Quando acordei, foi como se tivesse levado um soco no rosto. Tudo
doía. Queria voltar para casa, mas a vergonha era muita. Procurei uma
farmácia para comprar alguns analgésicos a fim de curar minhas dores. Lembrei que
não tinha dinheiro algum comigo. Tive que aguentá-las.
Além das dores, sentia uma vontade enorme de usar mais drogas. Era
como se uma parte de mim estivesse faltando. Como iria consegui-las
agora? Senti o inferno dentro de mim.
Mesmo com vergonha, dirigi-me a um telefone público para, a cobrar,
avisar minha mãe onde estava. Ela chorou, dizendo que não me queria
ver de novo e que havia morrido para ela. Inconformada, andei
novamente sem saber para onde estava indo, cogitando a ideia de
ser uma moradora de rua a partir daquele momento. Cheguei a um posto de
gasolina, onde sentei, observando os carros passarem por mim.
Odono de um dos carros que passava, abriu a porta bem
perto de mim. Abriu o porta-luvas para pegar alguma coisa e me
fez avistar uma câmera e um revólver. Ao sair do carro,
roubei-os e fugi. Escondi-me atrás de alguns arbustos que havia perto do posto.
Esperava que ninguém teria me visto.
Agora estou aqui, cochichando para uma câmera roubada, nesta gravação,
contando minha história antes de me matar. Até poderia pedir para
alguém avisar minha família quando encontrarem o vídeo, mas se você
que está assistindo nem tem ideia de quem eu sou, fique com isso, faça
o que quiser, afinal, mortos não podem reclamar, certo? Só espero que
você tenha estômago forte para ver meus miolos explodirem. Agora,
termino com a minha vida como sempre fiz. Do meu jeito.
Maria Augusta Arns Silva – 9ºA
Uma adolescência estragada
A semana antes do aniversário de Laura foi um desespero. Ela tirou sua
primeira nota abaixo de sete. As chamadas na polícia faziam o seu pai trabalhar o
tempo todo, sem nem poder olhar para a filha. Menstruara pela primeira vez e não
recebeu nenhum conselho da mãe, apenas dezesseis anos mais velha que ela. E
ainda, seu aniversário chegava e os pais pareciam não lembrar que logo sua filha não
teria mais treze anos.
Se o coração de Laura fosse o céu, este estaria plúmbeo, fechado como um
cofre à espera de ser roubado. Os pais mal lhe dirigiam a palavra. A mãe, por ser
quase uma adolescente distraída como ela. O pai, tendo de combater ladrões dia e
noite, parando apenas para dormir.
E ainda havia a escola. Lá, ela só tinha três amigos. O Sr. Rubens, professor
de Matemática, Leo, um menino pacato e grande que parecia procurar brigas, mas
que, na verdade, fugia delas e Carlos, o armário que ela havia batizado assim
simplesmente porque ele tinha cara de Carlos. Eles também não sabiam quando
Laura faria aniversário, e isso a deixava triste.
Quando recebeu a menor nota de sua vida, apenas um décimo abaixo do sete,
e mostrou para a mãe, esta apenas suspirou e murmurou:
-Bom, bom...
A hora do jantar era sempre a mesma coisa. O pai não estava em casa e a
mãe mexia no computador. Além disso, Laura precisava tratar do assunto Em-DoisDias-É-O-Meu-Aniversário. Arriscou:
-Mãe, você sabe que nesta sexta-feira é o meu aniversário?
A resposta da mãe não passou de um murmúrio. Laura hesitou e prosseguiu:
-Posso... fazer uma festa?
Sua mãe, porém, não prestou atenção. A menina acabou o jantar e saiu de
casa. Andou muito, até se perder. Na procura do caminho para voltar à casa, acabou
entrando em um beco escuro e sem saída. Viu que, num canto, havia uma pessoa,
aparentemente vendendo drogas. Resolveu experimentar. Sua vida já era uma droga.
Talvez, então, conseguisse ser alguém. Não havia como piorar.
Mas estava enganada.
Comprou três “porções” de cocaína, maconha e crack. Experimentou a
maconha. Teve uma sensação deliciosa. Depois foi a vez da cocaína e do crack.
Rapidamente, ficou viciada. Comprou trinta pedras de crack.
Trinta. A idade de sua mãe. Uma idade que nunca alcançaria.
Não dormiu naquela noite. Ficou se drogando e vendo vídeos não próprios
para sua idade. Cogitou a ideia de matar aula e não foi à escola no dia seguinte. Disse
para a mãe que estava doente e que ficaria bem sozinha em casa. A mãe não
titubeou, afinal, tinha de acabar um trabalho para o cursinho. Saiu, deixando a filha
sozinha, com drogas escondidas debaixo do colchão.
Quando a mãe voltou, Laura não estava em casa. Mas ela não se preocupou.
Provavelmente, a filha estava conversando com os colegas e vendo as matérias que
havia perdido. Mal sabia ela que a filha estragava a própria vida em um beco, sem
roupas, com um homem que não conhecia, em troca de drogas.
Chegou em casa tonta e demorou para perceber que seu pai estava lá.
Abraçou-o, disse umas palavras difíceis de entender e foi ao quarto, para se drogar.
Teve de ir à escola no dia seguinte e voltou mais cedo. Havia sido suspensa
por mau comportamento. Seu pai estava novamente em casa, e Laura apanhou pela
primeira vez na vida. Chorou, trancou-se no quarto e substituiu as lágrimas por drogas.
A partir daquele momento, seus pais começaram a suspeitar da filha.
No mês seguinte, piorou. Respondia para os pais e professores, levava
anotações, ia para a diretoria e passou a apanhar do pai. Todo dia. Agora, nem
chorava mais. Revidava, trancava-se no quarto e fugia pela janela, para se prostituir
em troca de drogas.
O ano passou e, por fim, foi expulsa da escola. Seus pais já sabiam que se
drogava. Preocupados, pediram mais uma vez para que ela desse um jeito naquela
situação.
-Eu vou parar. – prometeu.
Essa promessa, no entanto, de nada valeu. Três dias depois, foi encontrada
morta no meio-fio. De overdose.
Marina Rangel Bomeisel – 9ºC
Sobre ela, com Deus
-Do que você se lembra? – o Senhor me perguntou atrás de sua escrivaninha
branca, com seus diplomas pendurados na parede do Paraíso.
-Eu me lembro de tudo- nossa conversa se desenvolvendo a partir deste
ponto.
-Poderia me contar?
É meio difícil contrariar Deus.
- Minha filha está totalmente envolvida no porquê de eu estar aqui. Nunca
estive muito presente em sua vida, principalmente nesta fase complicada que é a
adolescência. Todos os dias, apenas a levava para a escola, ia para o trabalho e
voltava para casa e, às vezes, encontrava-a à noite. Ela foi para um mundo diferente.
Diferente daquele em que lhe eduquei. Acontece que vivia no mundo das drogas, do
sexo, da pressão, de tudo que seria ruim. Cabulava grande parte das aulas para poder
se drogar, ou ter relações....pordinheiro, mas lógico, eu não sabia disso ainda. Sua
mãe nunca foi muito presente. Acho que nunca teve muita maturidade para ter tido
uma filha. Nossa falta de presença acabou resultando em suas atitudes.
Deus me olhava com certo interesse enquanto contava minha história.
- Entendo... Por favor, continue! – pediu-me Ele.
Eu estava um pouco distraído por sua imagem ser uma cabeça careca e pele
escura.
- Um dia desses, brigou com a mãe. Fugiu para a casa de um amigo, onde
acontecia uma festa. Minha mulher ligou-me para, a caminho do trabalho, ir buscá-la.
Ao chegarao local, vi uma casa gigantesca e, na frente do portão, um carro em
movimento. Não um movimento reto, mas sim como se alguém pressionasse o
acelerador continuadamente, para frente e para trás. Aproximei-me para ver a cena e
me deparei com ela e um moço dentro do veículo... S EMR O U P A S. Minha
condição cardíaca disparou no mesmo momento em que a reconheço.
Claroque após isso,parei aqui em cima do branco do Céu, com anjos de
avental e estetoscópio me ajudando a respirar em uma máquina. Uma projeção de
minha filha apareceu logo depois que acordei. Chorava e se arrependia de tudo.
Falou-me que ia largar aquela vida insana e, ainda, melhoraria a nossa relação.
Apenas sorri e a abracei dizendo “Quando eu escapar do Céu, querida, quando eu
escapar do Céu...”
- A última coisa que sei é que estou aqui falando com o Senhor. Terminei
minha história.
- Certo... Descanse um pouco e amanhã conversaremos mais.
Nicolas MagalhãesStenzel – 9ºA
Período da Conturbação
A adolescência, por si, passa por várias etapas. Todas elas dificílimas, mas,
pelo menos, não é uma ou outra pessoa que passou por isso, e sim, todas.
É nessa época de nossas vidas em que amadurecemos, crescemos, sentimos,
e, principalmente, questionamo-nos. "Para que estudar?", "Por que Deus nos fez
assim?" ou até "Por que viver?". Questões assim levam o adolescente a ter fantasias e
desejos. Drogar-se é um deles. Não são todos que têm controle de siou limites, e se
deixamlevar pelo tão atraente pó branco.
Somos todos meio "bipolares" nessa idade, pois sentimos que não sabemos de
mais nada. É esse o momento em que tudo entra na cabeça sem saber.
Passam-se diversos sonhos na mente do adolescente por uma mínima
influência possível. Um simples cartaz, por exemplo, necessitando de uma modelo, um
simples vídeo de uma habilidade impressionante de alguém desconhecido, um filme,
ou até uma música; sempre se imagina que, no futuro, se estará lá, cantando,
posando ou atuando.
Adolescentespreservam-se, não chegam a contar tudo de suas vidas,
especialmente suas descobertas durante o amadurecimento. Às vezes, inspiram-se
em uma frase poética, filosófica e decidem que sua vida será em torno dela. Até lá, o
quase adulto fez suas próprias filosofias com base em descobertas sobre a vida e,
enquanto continua crescendo, vê que tudo gira em torno desses pensamentos.
A solidão também é partedesse período de conturbação e faz questão de se
excluir, refletindo na vida. Sente tudo enquanto sente nada. Tem crises com seu
próprio corpo, pensa que seus pais estavam certos sobre sua canela fina demais, os
pneuzinhos que sempre teve e toma iniciativa para perdê-los.
Enfim, a adolescência é quando abrimos os olhos.
Sayuri Liz Corrêa Sakai – 9ºC
Enganada
Mais uma vez estava no meio das drogas, coisa que, para muitos, é
sinônimo de decadência. Mas, para ela, era sinônimo de felicidade, liberdade
até. Vai ver essa coisa de vida era assim mesmo, uma grande tentativa de
escapar dos problemas. Isto era tudo o que queria: sumir. Fugir. Desaparecer.
Simplesmente assim. Estava cansada. Queria pegar todas as suas
coisas e sumir sem sequer dar notícias. Esquecer o pai e sua nova namorada.
Fugir da mãe e de todas as suas preocupações.
É engraçado como as coisas mudam rapidamente. Há um tempo, ela só
tinha treze anos e agia como tal. E essa encrenca toda, que chamava de
aventura, tinhacomeçado com uma simples busca por adrenalina, roubando
uma pulseira.
Desde o começo, passou a andar com gente nova. Agora que uma coisa
tinha levado a outra, estava em um parque qualquer com pessoas que não
conhecia.
A vida é difícil, pensou. Por isso, queria sumir. Se ao menos soubesse
que sendo a vida tão difícil, é mais difícil ainda escapar dela. Sua mãe deveria
estar preocupada, porém não ligava.
Seus pensamentos foram interrompidos por um toque. Um beijo. Vários
beijos. Duas mãos percorriam seu corpo, mas ela não parou porque achou que
era a coisa certa a se fazer.
Só quando você acorda em um lugar estranho que percebe que foi longe
demais. Às vezes, não. Mas ela havia percebido. O que sua mãe diria? E seu
pai, será que já sabia? O que as pessoas da escola pensariam? Ela ligava,
sim. No fim das contas, todos ligam.
Então, só se afundou naqueles cobertores desconhecidos. Talvez se
importasse demais com a opinião dos outros. Afinal, foi assim mesmo que tudo
começou. Por que se sentia tão sozinha?
Apenas chorou, na esperança de se afogar naquele mar de tristeza.
Naquele oceano de solidão. No enorme lago de culpa que tinha dentro de si.
Mais confusa do que nunca, percebeu que não era tão simples escapar
dos problemas.
Giovanna Domeniconi Bueno – 9ºA
Adolescência: um período complicado
Por volta dos dez anos de vida de uma pessoa, ocorrem mudanças em
seu corpo e em sua alma. Esse período é chamado adolescência. A criança
transforma-se em adulto. É um momento muito difícil, não só para os jovens
que estão sofrendo essa transição física e psicológica, mas também para seus
pais. Tudo muda. O corpo terá diversas transformações.
Nesse período, a menina e o menino desenvolvem-se, seios crescem,
pelos surgem e assim por diante. Infelizmente, os jovens se comparam muito
com seus colegas. Como estão caminhando para a maturidade, não têm suas
opiniões formadas. Quando uma garota, por exemplo, que tem grande
influência na sala de aula, diz algo, as mais tímidas concordam para não serem
rejeitadas ou ridicularizadas.
É quando se deparam com um novo mundo por conta das novas
descobertas. Ocorrem muitos questionamentos que podem deixar os pais
aflitos. O jovem descobre como é ter um filho e começa o interesse em
encontrar um parceiro. Muitas vezes, sem aviso prévio dos pais, cometem
erros que fazem parte da vida e se culpam pelos atos impensados; como a
garota que começa a gostar de um menino mais velho e, lamentavelmente, os
pais não a alertam sobre os riscos da vida, bem como sobre a maldade do ser
humano. Essa garota acaba com um novo ser em seu corpo.
Com as novas descobertas, guardam inúmeras dúvidas sobre como é o
mundo. Caso não sejam alertados e não descobrirem respostas com outras
pessoas – o que também pode ser um perigo – irão ficar angustiados pelo
desconhecido.
O mundo fora de casa apresenta muitas crueldades, há pessoas com os
mais variados caráteres. Infelizmente, não são todos que lidam bem com as
transformações. É necessário alertar e ajudar os jovens nessa transição
porque, definitivamente, não é uma fase fácil de viver.
Nátali Scabora de Melo – 9ºC
Um período de grandes mudanças
A adolescência é uma fase repleta de turbulências, mas que passa. É
uma passagem curta, difícil, no entanto cheia de aventuras e tempos
inesquecíveis. É a fase mais importante, pois é quando os jovens tomam
decisões que influenciam o resto de suas vidas. É o momento em que mudam
o corpo e desperta o interesse pelo conhecimento do novo e também o
interesse pelo sexo oposto.
Algumas famílias começam a viver uma etapa mais difícil, na qual antes
os pais eram tudo, agora os amigos e outras pessoas se tornam as mais
importantes. É comum ocorrer um apego exagerado a esses grupos que
servem como modelos de identificação.
Muitos pais se perguntam sobre atitudes que os adolescentes têm e que
geram tantos conflitos. São, na verdade, o resultado da forma na qual foram
ensinados por seus pais quando eram crianças. Houve, por exemplo, o limite, o
respeito e a obediência?
Sem dúvida, é importante que haja compreensão por parte dos pais. É
fundamental ter intimidade com o filho, manter um diálogo aberto, ajudando-o
em seus conflitos e necessidades.
É preciso dominar a inquietação que sentem por eles e dar mais
liberdade, mas os amparando. Devem compreender os seus anseios e
manterem-se prontos a recebê-los, quando for preciso.
Enfim, conviver com os adolescentes não é tão difícil, como alguns
imaginam. Deve-se levar em conta que, durante essa fase, estão convivendo
com mudanças e, por isso, é necessário conhecer essas alterações, estar
atento a tudo que os envolve e conversar sobre todos os assuntos. Para eles
é o momento de agir com maturidade e responsabilidade, de conhecer a si
próprio e desenvolver novas visões sobre o mundo.
Nicole de Gaspari – 9ºA
A melhor ou pior fase da vida?
A adolescência é, com certeza, um dos momentos mais difíceis da
vida humana. Claro que a fase adulta também recebe "pontos" por sua
dificuldade, já que tudo o que fazemos até aquele momento é se preparar para
ela. Ler, estudar, ir à escola, ganhar dinheirosão exemplos do que precisamos
fazer para chegar até lá. Porém, a adolescência é uma etapa mais
problemática, pois não estamos preparados para ela.
De repente, seus amigos estão mais altos que você, espinhas
aparecem em toda a sua cara, sua amiga não conversa mais com você porque
acha que está muito infantil. O mundo parece que vai desmoronar! Quase
ninguém está preparado para essa mudança radical. Agora, o adolescente tem
mais obrigações: lavar a louça, limpar seu quarto, cuidar do irmãozinho e ainda
tem que estudar para a prova!
Além de ser uma fase de transformações físicas, é um momento que
traz muitas angústias. Muitas meninas sofrem por serem gordas demais ou
magras demais. Os meninos, por serem mais baixos que as meninas ou por se
sentirem fracos demais.
Ficam depressivos, tristes, por não serem perfeitos. Ainda mais tristes
ficam os "diferentes". São essas pessoas, que pensam de um modo pouco
parecido com os "normais", os quais sofrem bullying. Entre onze e dezoito anos
é que ele começa ou aumenta. Ser diferente neste momento da vida é um
problema. Os pais, que deveriam estar mais presentes na vida do adolescente,
não estão, pois acham que eles já são grandes e que podem fazer as coisas
sozinhos. É verdade, podem fazer várias coisas sozinhos agora. Mas com o
bullying a regra não é bem assim...
Mesmo que este momento seja difícil, a adolescência tem seu lado
bom. Antes você não podia fazer nada sozinho. Agora você pode ficar em casa
sem os pais ou ir ao shopping com os amigos. Ela é só uma fase. Seja boa ou
ruim, devemos aproveitá-la, já que vida nós só temos uma.
Graziella Pellini Vasques 9°C
Download

todas atualiz em 01-07