História
Roteiro de Recuperação  1os anos  Roberson 2º sem./2011
Nome:
Nº:
Turma:
1. Conteúdos a serem abordados na prova:
 História Geral
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Feudalismo – caracterização (Cap. 17).
Feudalismo – transformações e Cruzadas (Cap. 18).
Renascimento Comercial (Cap. 18).
Renascimento Urbano (Cap. 18).
Aspectos culturais na Baixa Idade Média (Cap. 20).
Crise do séc. XIV e fim do Feudalismo (Cap. 19).
A formação do Estado Moderno.
Expansão marítima e comercial e formação do Antigo Regime.
Teorias da soberania e do absolutismo.
Renascimento Cultural.
As transformações religiosas: a Reforma Religiosa (cap. 24).
11.1 A reforma Luterana.
11.2 A reforma Calvinista.
11.3 A reforma Anglicana.
11.4 A Reforma Católica ou Contrarreforma.
12. A evolução das monarquias europeias: os casos da Espanha e Portugal (cap. 29).
 História do Brasil
1. A expansão comercial europeia e a organização da colonização e da exploração na América.
Cap. 1 e 2 (até 2.3).
O período Pré-colonial – 1500/1530 (2.4 até 3.5).
2. As primeiras formas de exploração e o “confronto de civilizações”.
O período colonial (1530/1808): de 1530 até fins do XVII. (cap. 4 e 5)
3. A administração colonial (4.2)
4. A economia e a exploração colonial (4.3, 4,4).
5. A sociedade colonial (7, 7.1, 7.2, 4.4, 8.3).
2. Como estudar.
a) Leia com atenção os capítulos ou os trechos dos capítulos do livro didático relativos aos
conteúdos indicados.
b) Ao final de cada unidade (Feudalismo, Cruzadas, Renascimento Comercial etc.), estude o
esquema que você anotou em aula. Ele é um resumo do assunto. Contém os aspectos
mais importantes aos quais você deve dar mais atenção. Estude os esquemas observando
e compreendendo as relações que eles estabelecem. Faça pequenos resumos dos tópicos
que você estudar.
c) Faça os exercícios do livro, as atividades realizadas em sala relativas a cada um dos
conteúdos estudados.
d) Anote as suas dúvidas para serem sanadas pelo professor.
2
O que estudar
1. Feudalismo
Principais questões:
1. De que forma o Feudalismo organizou o modo de vida europeu entre o fim
do Império Carolíngeo e o século XIV?
1. 1 Conceituar sistema feudal.
1. 2 Caracterizar o feudalismo nos seus aspectos econômicos, sociais, políticos e
culturais.
Conceitos básicos
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Feudalismo
Senhorio
Feudo
Servidão
Vassalagem
Monarquia
Medieval
Fontes de estudo dos temas
1. Capítulos do livro didático indicados na abertura das apresentações;
2. Apresentações disponíveis no Vered@;
3. Caderno;
4. Atividades de sala;
5. Avaliações de classe.
Verificação de Aprendizagem
1. Como o sistema feudal pode ser conceituado?
2. Quais as principais características econômicas, sociais, políticas e culturais do feudalismo?
Teste seus conhecimentos
1. “A fome é um dos castigos do pecado original. O homem fora criado para viver sem
trabalhar se assim o quisesse. Mas, depois da queda, não podia resgatar-se senão pelo
trabalho... Deus impôs-lhe, assim, a fome para que ele trabalhasse sob o império dessa
necessidade e pudesse, por esse meio, voltar às coisas eternas."
(Trecho do Elucidarium. Citado no livro A civilização do ocidente medieval.)
Analise como era organizado o trabalho na propriedade feudal?
2. Leia os dois textos a seguir e analise de que maneira a hierarquia é apresentada em cada
um deles.
Texto 1 – As relações entre o império o Papado segundo Inocêncio III (1198)
“Deus, criador do universo, fixou duas luminárias no firmamento do céu: a luminária
maior para dirigir o dia e a luminária menor para dirigir a noite. Da mesma maneira, para o
firmamento da Igreja universal, como se se tratasse do céu, nomeou duas grandes dignidades;
a maior para tomar a direção das almas, como se estas fossem os dias, a menor para tomar a
direção dos corpos, como se estes fossem as noites. Essas dignidades são as autoridades
pontifícia e o poder real. Assim como a Lua deriva a sua luz da do Sol e, na verdade, é inferior
ao céu tanto em quantidade quanto em qualidade, em posição como em efeito, da mesma
maneira o poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade pontifícia: e quanto
mais intimamente se lhe unir, tanto maior será a luz com que é adornado; quanto mais
prolongar (essa união), mais crescerá em esplendor.”
(Citado em ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1972. p. 129.)
Texto 2 – Preparação do cavaleiro
“A ciência e a escola da ordem de cavalaria é que o cavaleiro mande ensinar o filho a
montar a cavalo, na mocidade, porque, se não o aprender, então, não o poderá aprender na
2
3
maioridade. Convém também que o filho do cavaleiro, quando escudeiro, saiba cuidar do
cavalo; não convém menos que seja súdito antes de ser senhor e saiba servir a um senhor,
pois sem isto não conheceria, quando cavaleiro, a nobreza do seu senhorio. Por esta razão o
cavaleiro deve submeter seu filho a outro cavaleiro, para que aprende a adereçar e guarnecer
as demais coisas que pertencem a honra do cavaleiro.”
(Raimundo Lulo, citado em ESPINOSA, Fernanda, idem p. 300/301.)
3. A imagem a seguir representa a forma típica de organização da sociedade europeia no
apogeu da Idade Média. Nomeie e caracterize esta forma típica de organização
representada na ilustração.
4. (Unicamp) “Até o século XII, a mulher era desprezada por ser considerada incapaz para o
manejo de armas; vivendo num ambiente guerreiro, não se lhe atribuía outra função além
de procriar. A sua situação não era mais favorável do ponto de vista espiritual; a Igreja não
perdoava Eva por ter levado a humanidade à perdição e continuava a ver em suas
descendentes os acólitos lúbricos do demônio.”
(Adaptado de Pierre Bonassie, Amor cortês, em Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1985, p. 29-30.)
a) Identifique no texto as razões para a mulher ser considerada inferior na sociedade
medieval.
b) Quais características da sociedade medieval configuraram um “ambiente guerreiro” até o
século XII?
3
4
2. As transformações no Feudalismo Europeu e as Cruzadas.
Principais questões:
1. Qual o significado e o efeito das Cruzadas na evolução do Feudalismo Europeu?
1.
Cruzadas.
2. 1 Caracterizar as principais transformações no feudalismo.
2. 2 Relacionar estas transformações ao surgimento das Cruzadas.
2. 3 Identificar seus principais objetivos.
2. 4 Identificar as principais consequências das Cruzadas.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as principais transformações pelas quais o sistema feudal passou na Baixa Idade
Média?
2. O que foram as Cruzadas?
3. Quais os objetivos das cruzadas?
4. Quais as principais conseqüências das Cruzadas?
Teste seus conhecimentos
1.
Exponha a relação, historicamente adequada, entre o tema do texto e da ilustração.
“Considerando as exigências do tempo presente, eu, Urbano, tendo, pela misericórdia
de Deus a tiara (coroa) pontifical, pontífice de toda a terra, venho até vós, servidores de Deus,
como mensageiro para desvendar-vos o mandato divino [...] é urgente levar com diligência aos
nossos irmãos do Oriente a ajuda prometida e tão necessária no momento presente. Os turcos
e os árabes atacaram e avançaram pelo território da România (Império Bizantino) [...] e
penetram mais a cada dia nos países dos cristãos; eles os venceram sete vezes em batalha,
matando e fazendo grande número de cativos, destruindo as igrejas e devastando o reino. Se
vós deixardes isto sem resistência, estenderão os seus exércitos ainda mais sobre os fiéis
servidores de Deus.
Por isso eu vos apregoo e exorto, tanto aos pobres como aos ricos...vos apresseis a
expulsar esta vil ralé das regiões habitadas por nossos irmãos, levando uma ajuda oportuna
aos adoradores de Cristo. [...] Se os que forem lá perderem a sua vida durante a viagem por
terra ou por mar ou na batalha contra os pagãos, os seus pecados serão perdoados nessa
hora; eu o determino pelo poder que Deus me concedeu [...]”
Convocação do papa Urbano II, em 1095, segundo testemunho de Foucher de Chartres na
História de Jerusalém (séc. XII) In: Pernoud, R. Les Cruzades.
Paris: s.n., 1960. p. 17-18.
4
5
2.
(Fuvest) Durante a Idade Média, os cristãos do Ocidente organizaram expedições contra
os "infiéis", que ocupavam os Lugares Santos. Quem eram os "infiéis" e como foram
chamadas as expedições?
3. Renascimento Comercial.
Principais questões:
1. No que consistiu o ressurgimento do comércio entre os séculos XI e XIII e quais as
relações entre a economia mercantil e o “mundo feudal”.
1. Economia mercantil.
3.1 Relacionar as Cruzadas à reativação das rotas de comércio na Europa.
3.2 Identificar as principais rotas de comércio que surgiram na Baixa Idade Média.
Verificação de Aprendizagem
1. Por que as cruzadas possibilitaram a reativação das rotas comerciais na Europa?
2. Quais as principais rotas de comércio que surgiram na Baixa Idade Média?
Teste seus conhecimentos
1. (Fuvest)
a) Que foi a Liga Hanseática?
b) Qual o seu objetivo?
c) Quais as regiões em que atuou?
5
6
4. Renascimento Urbano.
Principais questões:
1. No que consistiu o ressurgimento da vida urbana entre os séculos XI e XIII e quais as
relações entre as cidades e a “ordem Feudal” tradicional?
4.1 Relacionar o surgimento das rotas de comércio na Europa ao surgimento das feiras.
4.2 Relacionar as feiras medievais ao surgimento dos burgos.
4.3 Identificar os tipos de burgos, suas principais características, as principais formas de
organização interna dessas comunidades urbanas e caracterizar as condições de
vida das populações urbanas neste período (Baixa Idade Média).
1.
2.
3.
4.
Burgo.
Comuna.
Corporações de
ofício.
Guildas.
Verificação de Aprendizagem
1. Como se deu o surgimento das feiras na Baixa Idade Média?
2. O que foram os burgos?
3. Como os burgos se organizavam internamente?
Teste seus conhecimentos
1. Observe mapa e a ilustração a seguir. As duas imagens ilustram eventos e aspectos da
realidade europeia na Baixa Idade Média (sécs. XI / XV). Relacione os temas do mapa e da
ilustração.
6
7
Igreja
praça central de comércio
antiga muralha de proteção
habitações
muralha de proteção
2.
a)
b)
Leia os três textos a seguir e responda:
Há divergência de interpretação entre os textos 1 e 2 no que se refere à caracterização da
“cidade antiga”? Justifique sua resposta.
O texto 3 propõe uma justificativa para a “urbanização do campo”. Segundo autor, por
que ela foi possível?
Texto 1
“A Antiguidade greco-romana constituíra sempre um universo centrado nas cidades.
O esplendor e solidez da antiga polis helênica e da posterior República Romana, que
ofuscaram tantas épocas subsequentes, representaram um meridiano (referência) de
organização e cultura urbanas que nunca seria igualado em nenhum outro milênio. [...]
Contudo, ao mesmo tempo, este friso de civilização urbana teve sempre algo do efeito de
fachada trompe l'oeil [ilusão de ótica] sobre a sua posteridade, pois por detrás desta cultura e
organização não havia uma economia urbana que se lhe comparasse: pelo contrário, a
prosperidade material que sustentava a sua vitalidade intelectual e cívica provinha em
proporções esmagadoras do campo.”
(ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo, Porto: Afrontamento, 1980. p. 18.)
Texto 2
“A história antiga clássica [grega e romana] é a história das cidades, porém de cidades
baseadas na propriedade da terra e na agricultura; a história asiática é uma espécie de
unidade indiferenciada de cidade e campo (a grande cidade, propriamente dita, deve ser
considerada como um acampamento dos príncipes superposto à verdadeira estrutura
econômica); a Idade Média (período germânico) começa com o campo como cenário da
história, cujo ulterior desenvolvimento ocorre, então, através da oposição entre cidades e
campo; a (história) moderna consiste na urbanização do campo e não, como entre os antigos,
na ruralização da cidade.”
(MARX, Karl. Formações econômicas pré-capitalistas. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p.74-75.)
7
8
Texto 3
“A autonomia da cidade não era a de uma "ilha não feudal". [...] Fundamentava-se no
parcelamento generalizado da soberania [...] o feudalismo foi o primeiro modo de produção na
história a permitir, por sua própria ausência de soberania, um lugar estrutural autônomo (um
localização espacial autônoma) para a produção urbana e para o capital mercantil.”
MERRINGTON, John. “A cidade e o campo na transição para o feudalismo”, In: Paul Sweezy et alii.
A transição do feudalismo para o capitalismo, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 178/9)
3.
(UFPR) A partir do século XI, na Europa ocorreu o crescimento e a fundação de muitas
cidades medievais. Analise as atividades econômicas básicas e as formas de organização
em relação ao trabalho nos meios urbanos medievais.
5. Aspectos culturais na Baixa Idade Média
Principais questões:
1. Quais as principais manifestações artísticas e culturais observadas na Baixa Idade
Média?
1.
2.
3.
Românico
Gótico
Universidade
5.1 Caracterizar as principais manifestações artísticas e culturais na Baixa Idade Média
(Séc. XI/XIV).
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as principais manifestações culturais da Baixa Idade Média?
Teste seus conhecimentos
1. Observe as imagens a seguir e:
a) nomeie os estilos arquitetônicos e identifique duas características de cada um (que possam
ser deduzidas das imagens);
b) apresente uma justificativa, de natureza histórica, que ajude a compreender a diferença
entre os estilos.
Mosteiro St. Vicent – Borgonha / séc. XII
8
9
Catedral de Reims – séc. XIII/XVI
6. Crise do século XIV
Principais questões:
1. No que consistiu a crise do século XIV?
2. Qual o efeito da crise no Feudalismo europeu?
1. Crise.
6.1 Identificar os fatores responsáveis pela crise geral que atingiu a Europa no século
XIV.
6.2 Relacionar a Crise Geral do Século XIV à Crise do Sistema Feudal na Europa.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as causas da crise do século XIV?
2. Qual(is) a(s) causa(s) da Crise do Feudalismo?
Teste seus conhecimentos
1.
Leia o texto a seguir com atenção.
Explique a medida que o rei está adotando. Os motivos que ele apresenta para adotá-la
são, de fato, os principais responsáveis pelo problema enfrentado pelos “homens de
qualidade”? Justifique sua resposta.
“Segundo o que foi ordenado recentemente pelo nosso rei e senhor, e por assento dos
prelados, condes, barões e outros membros do seu conselho, contra a má vontade dos
servidores que eram preguiçosos e que não queriam servir depois da peste a não ser com
salários excessivos, tal espécie de servidores, homens ou mulheres, devem ser obrigados a
servir ao salário e paga habituais nos lugares onde estiverem a servir no vigésimo ano do atual
reinado ou nos cinco ou seis anos anteriores, e aqueles que recusarem servir por essa maneira
serão punidos com a prisão [ ... ] os servos, não atendendo a esta ordenança mas ao seu bem9
10
estar e cupidez singulares, retiram-se do serviço dos homens de qualidade e outros, a não ser
que recebam pagas e salários duplos ou triplos daqueles que costumavam receber no vigésimo
ano ou antes, para grande prejuízo das pessoas de qualidade e empobrecimento de toda a
comunidade.”
(Citado em ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982. p. 226.)
7. A formação do Absolutismo na Europa Cap. 25
1. Quais as condições que propiciaram o fortalecimento do poder real na Europa
Ocidental nesse período?
2. Quais as principais características dessa nova forma de poder que surgiu no Ocidente?
3. Quais os efeitos provocados pelo surgimento dessa nova forma de poder?
7.1
7.2
7.3
1. Estado moderno
2. Monarquia
Nacional (Moderna)
Relacionar a superação da Crise do Século XIV ao surgimento do estado moderno.
Relacionar o surgimento dos estados modernos ao desenvolvimento do comércio
(identificar os obstáculos à expansão do comércio, como eles foram superados e
analisar por que o estado patrocinou a superação das dificuldades).
Caracterizar o estado na Época Moderna.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais os problemas que o estado moderno pretendia equacionar?
2. Quais as características do estado moderno?
Teste seus conhecimentos
1.
Leia o texto a seguir e:
Explique de que maneira a burguesia e nobreza europeia reagiram ao surgimento desta
forma de poder após a crise do século XIV.
“As monarquias nacionais que se formaram integrando cidades e domínios feudais
tornaram-se grandes demais para serem incorporadas pelo papado ou pelo império. Assim, a
partir de 1450, elas superaram e substituíram os poderes locais e universais (do papa, dos
imperadores), convertendo-se na forma predominante de poder. Esse processo de afirmação
do poder nacional deu às monarquias a forma absolutista que as caracterizou na Idade
Moderna.”
KOSHIBA, Luiz: História: origens, estruturas e processos: ensino médio, São Paulo, Atual, 2000, p. 248.
10
11
2. (UFRJ 2008 - modificada)
A observação do trabalho dos mestres retratistas da aristocracia ajuda a compreender
os cenários políticos e sociais de variados momentos históricos. Na primeira tela, referente aos
primórdios do século XVI, um aristocrata europeu é apresentado como senhor da guerra. Na
segunda, de 1798, o nobre, mesmo não abrindo mão de insígnias militares, surge como
componente da elite política e administrativa, pois lida com documentos e livros.
Explique a transformação que ocorreu no sistema político das sociedades europeias
entre os séculos XIV e XVIII que ajuda a compreender a mudança no papel desempenhado
pela nobreza.
3.
O texto a seguir aborda um dos principais elementos do processo de reorganização do
poder político ocorrido no início da Era Moderna.
a)
Identifique o elemento que o texto examina e a transformação política a qual ele está
associado.
Além do elemento examinado no texto, analise mais dois componentes que foram
essenciais à transformação política que marcou o início da Era Moderna.
b)
“... Para que haja realmente exército permanente, são necessárias várias condições:
existência de estruturas regulares, independentes da renovação dos efetivos; desejo do poder
em manter em serviço elementos de tropas, mesmo em tempos de paz; presença de jovens
que projetem realizar verdadeiras carreiras militares, com a disponibilidade e a perda da
liberdade que tal vocação supunha...”
11
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8. As transformações econômicas: A expansão marítima e comercial, sistema colonial,
mercantilismo Cap. 22 (4,5 e 7)
Principais questões:
1. Quais as principais transformações econômicas estão associadas ao início da Era
Moderna?
2. De que forma essas transformações repercutiram na Europa, nos outros continentes e
nas relações entre a Europa e outros continentes?
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
1. Expansão Marítima.
2. Mercantilismo.
3. Intervencionismo.
4. Sistema Colonial.
5. Antigo Regime.
Identificar os fatores da Expansão marítima e comercial europeia e relacioná-los ao
fortalecimento do poder real (formação do Absolutismo).
Conceituar Sistema Colonial, identificar seus principais componentes e objetivos.
Conceituar Mercantilismo, identificar as principais medidas que faziam parte
desse receituário econômico e relacioná-las ao objetivo dessa política.
Relacionar Absolutismo, Mercantilismo e Sistema Colonial.
Conceituar Antigo Regime.
Verificação de Aprendizagem
1.
Por que a expansão marítima dependia do estado?
2.
Quais as principais consequências da expansão marítima e comercial europeia?
3.
O que era o mercantilismo?
4.
Quais as relações entre absolutismo, mercantilismo e sistema colonial?
5.
Quais as características do Antigo Regime?
Teste seus conhecimentos
1. Os mapas a seguir ilustram dois processos importantes relacionados à Europa na Baixa
Idade Média e no início da Era Moderna.
a) Identifique os processos que os dois mapas ilustram. Compare os dois processos
destacando um aspecto comum e uma diferença importante entre eles.
b) Explique uma consequência econômica do processo ilustrado no mapa 1 e uma
consequência política do processo ilustrado no mapa 2.
12
13
Mapa 1
Mapa 2
2. Os dois textos a seguir abordam aspectos da “política” econômica adotada pelos estados
modernos. Identifique que política é essa, a medida dessa política que os textos descrevem
e explique de que maneira ela contribuía para os objetivos dessa “política” econômica.
“As colônias não podem esquecer jamais o que devem à mãe-pátria pela prosperidade de
que desfrutam. Devem, por consequência: dar à metrópole maior mercado aos seus produtos,
dar ocupação ao maior número de seus manufatureiros, artesãos e marinheiros; fornecer-lhes
uma maior quantidade de artigos que ela precisa.”
(Postlethwayt Britain´s commercial interest explaine, 1747).
13
14
“A Metrópole, por isso que é mãe, deve prestar às colônias suas filhas todos os bons ofícios
e socorros necessários, para defesa e segurança de suas vidas e dos seus bens, mantendo-se
em uma sossegada posse e gozo destas mesmas vidas e desses bens... Estes benefícios
pedem iguais recompensas e, ainda, alguns sacrifícios; e, por isso, é necessário que as
colônias também, de sua parte, sofram; 1) que só possam comerciar diretamente com a
Metrópole, e, excluída toda e qualquer outra nação, ainda lhes façam um comércio mais
vantajoso; 2) que não possam as colônias ter fábricas, principalmente de algodão, linho, lã e
seda, e que sejam obrigadas a vestir-se das manufaturas e das indústrias da Metrópole.”
(J.J. da Cunha Azeredo Coutinho, Obras Econômicas, 1794 – 1804, p.155)
3. (Unesp)
“(...) A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio
das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal nobre
implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e econômicas (alto custo dos
investimentos) (...), o que exigia larga mobilização de recursos (...) em escala nacional (...)
A expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de centralização do poder
para tornar-se realizável, constituiu-se (...) em fator essencial do poder do Estado
metropolitano.”
(Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: Carlos Guilherme Motta (org.)
Brasil em perspectiva.)
A partir do texto, responda: por que a centralização política foi condição para a expansão
marítima e comercial nos séculos XV e XVI?
4. A seguir há seis trechos de textos e obras que abordam aspectos da política econômica
adotada pelas monarquias nacionais durante a época moderna.
a) Identifique a que política econômica esses textos se referem e os três aspectos dessa
política econômica que eles expressam.
b) Apresente a relação existente entre os aspectos que você identificou, no contexto da
política econômica adotada pelas monarquias durante a época moderna.
a. “no reino... o metal nobre empregado na cunhagem das moedas é o único e verdadeiro
índice de tesouro e riqueza”.
(J. Gee, Trade and navigation of Great Britain, 1730)
b. “Um país se torna mais rico quando recebe mais dinheiro ou ouro da terra ou de alguma
parte, e mais pobre quando sai mais ouro dele.”
(F. Schroder, Furstliche Schatz-und-Rent-Kemmer, 1686).
14
15
c. “Facilmente estariam todos de acordo em que apenas a abundância do dinheiro no reino
faz a diferença de sua grandeza e poder... Não se pode aumentar o dinheiro do reino
sem ao mesmo tempo tirar a mesma quantidade dos nossos Estados vizinhos.”
(Colbert, Memória, 1664).
d. “As nossas perdas são equivalentes aos lucros realizados pelo estrangeiro... Um país
não ganha sem que outro perca.”
(A. Montchrétien, Traité de l’Économie Politique, 1615)
e. "... poder-se-ia perguntar que importa mais para acrescentar uma cidade, se cultivar a
terra ou a indústria do homem. E vale mais a indústria porque são de maior estima e
preço as coisas produzidas pelas artificiosas mãos do homem do que são engendradas
pela natureza.”
(J. Botero, La Razon de Estado, 1603).
f. "... manufatura significa uma diferença que regularmente excede uma proporção de duas
a cem vezes o valor das matérias primas."
(P.W. von Hornick, Oesterreich Uber Alles, 1684)
15
16
9. Teorias da soberania e do absolutismo Cap. 30.
Principais questões:
1. Como as teorias que surgiram nesse período explicaram e justificaram essa nova forma
de poder político?
2. Quais as principais contribuições dessas teorias para a compreensão do fenômeno do
poder político?
1. Soberania.
2. Absolutismo.
3. Ciência política.
9.1 Caracterizar as novas teorias de justificação do poder político (Bossuet, Bodin,
Maquiavel, Hobbes) e relacioná-las à formação do estado moderno, à teoria política
moderna e do Absolutismo.
Verificação de Aprendizagem
1. De que formas o poder real foi justificado durante a época moderna?
2. Quais as inovações que Maquiavel introduziu no pensamento político?
3. Qual a importância da análise de Hobbes sobre o poder político?
Teste seus conhecimentos
1. Nos dois textos a seguir são apresentados dois pontos de vista sobre as relações entre os
soberanos e os súditos elaborados por teóricos da Era Moderna.
a) Explique qual é a principal diferença entre os dois textos do ponto de vista da justificativa
do poder do soberano.
b) há alguma orientação de Maquiavel ao “príncipe” na qual fica evidente que a moral cristã
não é adequada para orientar a ação política? Justifique sua resposta.
“Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e
sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens, é
necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade
com toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, pois quem despreza seu
príncipe soberano despreza a Deus, de Quem ele é a imagem na terra.”
(BODIN, Jean. Seis Livros sobre a República, citado por CHEVALLIER, Jean-Jacques.
As grandes obras políticas de Maquiavel a Nossos Dias. Rio, Agir, 1976, p. 60-1.)
“Surge daí uma questão: é melhor (para o “príncipe”) ser amado que temido ou o
inverso? A resposta é que seria de desejar ser ambas as coisas, mas, como é difícil combinálas, é muito mais segura ser temido do que amado, quando se tem de desistir de uma das
duas... Os homens têm menos receio de ofender a quem se faz amar do que a outro que se
faça temer; pois o amor é mantido por vínculo de reconhecimento, o qual, sendo os homens
perversos, é rompido sempre que lhes interessa, enquanto o temor é mantido pelo medo ao
castigo, que nunca te abandona.
16
17
... Se precisar derramar o sangue de alguém, deverá fazê-lo quando houver justificativa
conveniente e causa manifesta. Mas, sobretudo, deverá respeitar o patrimônio alheio, porque
os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio.”
MAQUIAVEL, Nicolau: O Príncipe, Martins Fontes, São Paulo, 1998.
2. O dois textos a seguir examinam as relações entre soberanos e súditos. A legitimidade do
soberano é apresentada nos dois casos da mesma forma? Justifique sua resposta.
(legítimo: conforme a lei, legal; fundado no direito, na razão ou na justiça; autêntico, genuíno; lógico procedente)
“(...) Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos,
e sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens,
é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de respeitar-lhes e reverenciar-lhes a
majestade com toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com toda a honra, pois quem
despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de Quem ele é a imagem na terra.”
BODIN, Jean. Seis Livros sobre a República, citado por CHEVALLIER, Jean-Jacques.
As grandes obras políticas de Maquiavel a Nossos Dias. Rio, Agir, 1976, p. 60-1.
“... A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-los das
invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança
suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentarse e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de
homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só
vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembleia de homens como
representante de suas pessoas, considerando se e reconhecendo-se cada um como autor de
todos os atos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que
disser respeito à paz e segurança comuns; todos submetendo assim suas vontades à vontade
do representante, e suas decisões à sua decisão. Isto é mais do que consentimento, ou
concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por
um pacto de cada homem com todos os homens, de um modo que é como se cada homem
dissesse a cada homem: cedo e transfiro meu direito de governar me a mim mesmo a este
homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito,
autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida
numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas.”
(HOBBES,Thomas (1588/1679). Leviatã ou Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil,
a
a
3 ed. São Paulo, Abril Cultural, 1983 -1 edição inglesa 1651.)
17
18
10. As transformações Culturais: o Renascimento Cultural Cap. 23
Principais questões:
1. Porque há um processo de valorização da cultura clássica a partir do século XIV?
2. Quais os efeitos provocados na Europa pela recuperação dessa cultura e dos valores a
ela associados?
10.1
Identificar as novas demandas (necessidades) econômicas, políticas, técnicas e
culturais surgidas no final da Idade Média e como elas foram equacionadas.
10.2 Relacionar a valorização dos novos métodos e procedimentos ao antropocentrismo
ao racionalismo.
10.3 Relacionar Antropocentrismo e Racionalismo aos valores da Cultura Clássica
(greco-romana).
10.4 Conceituar Renascimento Cultural.
10.5 Conceituar e caracterizar Humanismo e relacioná-lo ao Renascimento Cultural.
10.6 Relacionar Renascimento Comercial e Renascimento Cultural.
10.7 Identificar as condições específicas das cidades italianas na Baixa Idade Média e
relacioná-las ao vigor do Renascimento Cultural nessa região da Europa.
10.8 Identificar os principais períodos dos Renascimento Cultural.
10.9 Identificar algumas das principais obras e representantes do Renascimento
Cultural.
10.10 Relacionar as características das obras medievais e renascentistas analisadas aos
valores básicos da Alta Idade Média e do Renascimento.
1. Renascimento.
2. Cultura Clássica.
3. Geocentrismo.
4. Heliocentrismo.
5. Teocentrismo.
6. Antropocentrismo.
7. Racionalismo.
8. Humanismo.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as condições econômicas, políticas, sociais e culturais propiciadoras do Renascimento
Cultural?
2. Quais os principais valores típicos do Renascimento Cultural.
3. Porque esse movimento tem essa denominação?
4. Porque o Renascimento foi mais intenso nas cidades italianas.
5. Quais as principais características de uma pintura renascentista?
6. Quais as principais características de uma escultura renascentista.
Teste seus conhecimentos
1. (PUCSP 2008 - modificada)
A CIDADE IDEAL
Em 1485, uma peste matou quase a metade da população de Milão, na Itália. No final
dos anos 1480, Leonardo da Vinci transferiu-se para lá e, entre outros projetos, dedicou-se a
planejar a "cidade ideal", tema e preocupação regular do Renascimento...
"(...) o modelo urbanístico de Leonardo da Vinci, um desenho de cidade perfeita,
detalhava como deveriam ser as ruas, casas, esgotos, etc. Pelas ruas altas não deveriam
andar carros nem outras coisas similares, mas apenas gentis-homens; pelas baixas deveriam
andar carros e outras coisas somente para uso e comodidade do povo. De uma casa a outra,
deixando a rua baixa no meio, por onde chegam vinho, lenha, etc. Pelas ruas subterrâneas
estariam as estrebarias e outras coisas fétidas.
18
19
A cidade descrita por Leonardo já é, de certa forma, utopia: é uma exigência
completamente racional que espera ser traduzida na prática."
Carlos Eduardo Ornelas BERRIEL. "Cidades utópicas do renascimento".
http://cienciaecultura.bvs.br./pdf/cic/v56n2/a21v56n2.pdf
Leonardo da Vinci: esquema de via de circulação e edifícios, em dois níveis, para a cidade ideal (c. 1485).
Elke BUCHHOLZ. "Leonardo da Vinci. Vida y Obra". Barcelona: Konemann, 2000, p. 36
Explique dois aspectos do “modelo urbanístico” de Leonardo da Vinci que permitem
relacioná-los a dois valores básicos do Renascimento Cultural.
2. (UFRRJ 2004) Leia com atenção o texto adiante e, em seguida, responda às questões.
A doutrina de Copérnico, no século XVI, assinala o rompimento com a concepção de
cosmos fechado, que dominou o pensamento ocidental medieval.
“... o universo é esférico; em parte porque essa forma, sendo um todo completo e
dispensando toda articulação, é a mais perfeita de todas; em parte porque ela constituiu a
forma mais espaçosa, que é, portanto, a mais apropriada a conter e reter todas as coisas; ou
também porque todas as partes separadas do mundo, seja o Sol, a Lua e os planetas,
afiguram-se esferas.”
COPÉRNICO, N. "De revolutionibus orbium coelestium". Citado em KOYRÉ, A.
Do Mundo Fechado ao Universo Infinito, Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2001, p. 39-40.
19
20
Explique a principal mudança introduzida pela astronomia copernicana e o impacto que
ela produziu na mentalidade da época.
3.
O texto a seguir trata de um grupo de “homens” que fizeram parte de um importante
movimento de renovação cultural que surgiu no século XIV. É possível estabelecer
alguma relação entre a análise que o autor apresenta e algum aspecto da Reforma
Religiosa? Justifique sua resposta.
“... Nem porque trabalhavam para os poderosos, esses homens se sujeitavam a ser
meramente seus instrumentos pensantes. Eram ciosos de sua independência e sua liberdade
de pensamento, às vezes, com sucesso e na maior parte das vezes com custos elevadíssimos,
senão pagando com a própria vida... Para muitos, esse ardor de independência significou a
morte na mais completa miséria, abandonados por todas as forças sociais.”
(SEVCENKO, Nicolau: O Renascimento. Col. Discutindo a História, São Paulo:
Atual-Editora da Unicamp, 1986)
4.
a)
b)
Leia os dois textos a seguir atentamente. Ambos se referem a aspectos de um importante
movimento de renovação cultural ocorrido nos séculos XIV, XV e XVI.
O texto 1 trata de uma tendência muito importante do movimento de renovação cultural
ocorrido nesse período. Identifique essa tendência e analise dois valores que a
caracteriza.
O texto 2 aborda as novas preocupações, os novos problemas e as novas abordagens
que marcaram esse processo de renovação cultural. Analise dois valores que estavam
relacionados à “transformação do conhecimento” examinada no trecho e que também
estão associados à tradição clássica.
Texto 1
“O humanismo italiano do século XV aparece essencialmente ligado à ideologia de uma
burguesia mercantil, cidadã e pré-capitalista. Não obstante, ao transplantar-se para outros países onde a burguesia não era a mesma nem estava socialmente configurada de modo
semelhante, mostrou-se vital e igualmente fecundo. Isso significa que, à margem suas
particulares formas éticas, artísticas ou literárias iniciais, tal movimento mostrou ser
historicamente funcional e, sem dúvida alguma, sua grandeza e fecundidade derivaram do fato
de que quis claramente sê-lo. O humanismo pretende substituir o sistema mental hierárquico
da sociedade medieval com uma perspectiva que [...] tende a uma união fraterna e sem desigualdades substanciais entre todos os homens. [...] O humanismo é uma cultura aberta, livre e
dinâmica, isto é, uma cultura consciente de que é puramente humana [...].”
(ROMANO R., TENENTI A.: Los fundamentos Del mundo moderno, Madrid, Siglo XXI, p. 130)
20
21
Texto 2
“O verdadeiro catalisador da transformação do conhecimento da física pré-clássica
foram os problemas que desafiaram a técnica experimental da época. Os engenheiroscientistas envolvidos nesses empreendimentos – normalmente grandes projetos arquitetônicos,
técnicos ou militares como a construção de catedrais, artilharia ou construção de fortes – eram,
pelo menos na área da mecânica, a espinha dorsal da revolução científica do início da Idade
Moderna. Eles não apenas criaram a base experimental da nova ciência, mas ativaram os
recursos científicos com o objetivo de compreender intelectualmente as construções que
desafiavam sua prática.
Assim foram reunidas as tradições científicas até então isoladas, como o conhecimento
prático sobre a construção de navios e a teoria envolvendo máquinas simples. Quase sempre a
demanda intelectual associada a questões como a estabilidade da cúpula de uma catedral, o
melhor posicionamento de um remo ou a forma de uma corrente pendente, ultrapassava as
possibilidades intelectuais da época. Mas o desafio que essas questões representavam para os
recursos científicos disponíveis tornou-se, para os engenheiros-cientistas, o motor para a
exploração do potencial intelectual existente, levando, por fim, ao reconhecimento da futura
física clássica.”
RENN, Jürgen. Revolução de Galileu e a transformação do conhecimento.
In: Revista Scientific American Brasil, Edição Especial, Ediouro, São Paulo,
21
22
5.
Abaixo são apresentadas duas imagens. Apresente duas características de cada imagem,
a tradição cultural e/ou período histórico a qual estão associados e justifique a relação
que você estabelecer.
Iluminura (ilustração) Carolíngia - Evangelho de Lorsch – 778/820
Nascimento de Venus – Botticelli / 1483 Galleria degli Uffizi (Florença)
22
23
11. As transformações religiosas: a Reforma Religiosa Cap. 24
Principais questões:
1. De que forma divergências teológicas e insatisfação social e política convergiram para
fragmentação da cristandade Ocidental?
2. Quais os principais efeitos provocados pelos movimentos reformadores?
11.1 Reforma Luterana
11.1.1 Identificar as condições que propiciaram o início da Reforma Religiosa (Reforma
de Lutero).
11.1.2 Conceituar a doutrina oficial da Igreja em relação à salvação e às indulgências.
11.1.3 Identificar quem foi Martinho Lutero e compreender a sua visão sobre o
problema da salvação.
11.1.4 Identificar o fato que levou Lutero a divulgar/publicar suas divergências com a
Igreja (95 teses).
11.1.5 Identificar as principais ideias defendidas por Lutero, compreender por que elas
estavam em contradição com inúmeros aspectos da doutrina oficial da Igreja.
11.1.6 Analisar os motivos que levaram a nobreza germânica e o campesinato a
apoiarem Lutero.
11.1.7 Analisar as repercussões das divergências teológicas no interior do Sacro
Império e nas relações entre o Sacro Império e os poderes universais (Carlos V e o
Papa).
11.1.8 Compreender os motivos pelos quais tais divergências teológicas tornaram-se
grandes problemas políticos e sociais.
11.1.9 Identificar as principais consequências da Reforma Luterana no interior do
Sacro Império e na cristandade ocidental.
11.2 Reforma Calvinista
11.2.1 Caracterizar a da teologia calvinista da salvação, diferenciando-a da de Lutero.
11.2.2 Relacionar a teologia calvinista ao modo de vida e aos valores adotados pela
burguesia.
11.2.3 Identificar as denominações dos calvinistas nos diferentes países da Europa.
11.3 Reforma Anglicana
11.3.1 Relacionar os problemas de sucessão na Inglaterra ao rompimento de Henrique
VIII com a Igreja Católica.
11.3.2 Identificar o que foi o Ato de Supremacia e o que ele previa.
11.3.3 Caracterizar o Anglicanismo.
11.3.4 Compreender as consequências políticas e econômicas da reforma anglicana.
11.4 Contrarreforma ou Reforma Católica
11.4.1 Identificar as causas da Contrarreforma.
11.4.2 Identificar as principais medidas adotadas pela igreja para enfrentar o
movimento reformador.
11.4.3 Compreender o que foi o Concílio de Trento e suas principais resoluções.
11.4.4 Analisar as principais consequências da Reforma Religiosa e da Contrarreforma.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as condições propiciadoras da reforma?
2. Quais as principais divergências entre Lutero e a Igreja?
3. Por que as ideias de Lutero exerceram grande influência na Europa?
4. Quais as consequências da reforma luterana?
5. Quais as principais características de teologia calvinista?
6. Por que a burguesia foi receptiva à teologia calvinista?
23
1. Sacro Império
Romano Germânico.
2. Reforma.
3. Iconoclasta.
4. Indulgências.
1. Ética do trabalho.
2. Huguenotes.
3. Puritanos.
4. Anglicanos
1. Igreja Anglicana.
1. Reforma Católica.
2. Contrarreforma.
24
7. Quais as causas da Reforma Anglicana?
8. Quais as principais consequências da Reforma Anglicana?
9. De que forma a Igreja reagiu aos movimentos reformadores?
10. Quais as principais consequências da Reforma e da Contrarreforma?
Teste seus conhecimentos
1.
Leia o texto e responda às perguntas a seguir.
“Assim vemos que a fé basta a um cristão, ele não precisa de nenhuma obra para se
justificar. Se ele não precisa de nenhuma obra, ele está certamente desobrigado de todos os
mandamentos e de todas as leis; se está desobrigado deles é certamente livre. Esta é a
liberdade cristã, é unicamente a fé que a cria, o que não quer dizer que possamos ficar ociosos
ou fazer o mal, mas que não precisamos de nenhuma obra para nos justificar e alcançar a
felicidade.”
Luther, Werke, edit. De Weimar, t. VII, pp. 12-38 (texte tiré de Luther, La liberté du chrétien, introduction, traduction
et notes de M. Gravier, pp. 257-287, Paris, 1944.)
O ponto de vista apresentado por Lutero nesse trecho é coerente ou contraria a doutrina
oficial da Igreja? Justifique sua resposta.
2.
(Unicamp)
“A base da teologia de Martinho Lutero reside na ideia da completa indignidade do
homem, cujas vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece
sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios
esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados salvação e outros à condenação
eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá pela fé na justiça, graça e
misericórdia divinas.
(Adaptado de Quentin Skinner, "As fundações do pensamento político moderno".
São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)
a)
Segundo o texto, quais eram as ideias de Lutero sobre a salvação?
b)
Quais eram as ideias da Igreja Católica sobre esse tema e por que ela perseguiu Lutero?
3.
(Fuvest) Na Europa do século XVI, a religião foi usada como instrumento de
fortalecimento do poder político, tanto nos Estados católicos quanto nos protestantes.
Explique esse processo nos casos da Espanha e da Inglaterra.
24
25
4.
(UFPR) Discorra sobre os principais fatores responsáveis pela eclosão da grande crise
religiosa do século XVI, conhecida como Reforma, a qual deu origem ao protestantismo
moderno.
5. (Unicamp) Em um dicionário histórico, encontramos a seguinte definição: "Contrarreforma O termo abrange tanto a ofensiva ideológica contra o protestantismo quanto os movimentos
de Reforma e reorganização da Igreja Católica, a partir de meados do século XVI."
(DICIONÁRIO DO RENASCIMENTO ITALIANO, Zahar Editores, 1988)
Dê as principais características da Contrarreforma e analise duas delas.
6.
(Unicamp) Segundo Calvino, o homem já nasce predestinado à salvação ou condenação
eternas, e um dos sinais da salvação é a riqueza acumulada através do trabalho.
Estabeleça a relação entre a expansão da doutrina calvinista e o fortalecimento do
capitalismo no século XVI.
7.
(Unicamp) "Embora a origem da Reforma de Lutero se deva a uma experiência pessoal,
ela refletiu, na verdade, o estado de espírito comum a muitos seguidores da Igreja
Romana. De fato, a iniciativa da livre interpretação da Bíblia deve ser compreendida como
mais uma das muitas manifestações típicas do individualismo do homem renascentista."
(Carmem Peris, Glória Vergés e Oriol Vérges, EL RENACIMIENTO. Barcelona:
Parramón Ediciones, s/d, p. 32.)
a)
b)
Quais foram as relações culturais da Reforma Protestante com o Renascimento?
Por que a livre interpretação da Bíblia era criticada pelo alto clero medieval?
25
26
12. A evolução das monarquias europeias: os casos da França, Inglaterra, Espanha e
Portugal - Cap. 27, 28, 29.
Principais questões:
1. Quais as particularidades relevantes podem ser observadas no processo de formação
das principais monarquias nacionais europeias?
2. Quais os principais efeitos que a consolidação desses estados monárquicos modernos
provocaram na Europa?
1. Monarquia Nacional.
2. Absolutismo.
12.1 Identificar e caracterizar as principais etapas da formação do absolutismo em
Espanha e Portugal.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as principais etapas do processo de formação do absolutismo na Espanha?
2. Quais as principais etapas do processo de formação do absolutismo em Portugal?
Teste seus conhecimentos
1. Analise as condições que tornaram Portugal o primeiro país europeu a iniciar a Expansão
Marítima.
2. (UERJ) As grandes navegações dos séculos XV e XVI possibilitaram a exploração do
Oceano Atlântico, conhecido, à época, como Mar Tenebroso. Como resultado, um novo
movimento penetrava nesse mundo de universos separados, dando início a um processo
que foi considerado por alguns historiadores uma primeira globalização e no qual coube
aos portugueses e espanhóis um papel de vanguarda.
a) Apresente o motivo que levou historiadores a considerarem as grandes navegações uma
primeira globalização.
b) Aponte dois fatores que contribuíram para o pioneirismo de Portugal e Espanha nas
grandes navegações.
3. (Ufes) Enquanto a fragmentação e o particularismo ainda vigoravam no restante do
continente europeu, Portugal foi pioneiro no processo de centralização política.
Explique esse pioneirismo com base no processo de Reconquista da Península Ibérica em
relação:
a) à distribuição de terras;
b) à expulsão dos mouros.
26
27
4. (UFF) A expansão marítima dos Estados Ibéricos, no fim do século XV, é o grande evento
associado aos Tempos Modernos. Entretanto, para esses Estados, os resultados
econômicos e políticos nem sempre representaram sua entrada nesse Novo Tempo. Essa
afirmação indica que, por mais ricos que Portugal e Espanha fossem, sua história não
pertenceria à história da Europa Moderna.
Com base no texto, explique o porquê de os Estados Ibéricos não terem sido considerados
como padrões para o desenvolvimento da Europa Moderna.
5. (Unesp) "(...) aportei a Portugal, onde o rei dali entendia descobrir ouro mais do que
qualquer outro, [mas] em quatorze anos não pude fazê-lo entender o que eu dizia."
(Carta de Cristóvão Colombo aos reis da Espanha, maio de 1505.)
Conforme o texto de Cristóvão Colombo, pergunta-se:
a) A que se deve atribuir a recusa do rei de Portugal?
b) Por que navegadores italianos, como Cristóvão Colombo e Américo Vespúcio, trabalhavam
para os reis da Espanha ou de Portugal?
27
28
História do Brasil – Livro História em Curso
1. A expansão comercial europeia e a organização da colonização e da exploração na
América. Capítulos 1 e 2 (até 2.3).
Principais questões:
1. Quais as formas utilizadas pela Europa para conquistar e manter o domínio sobre o
“Novo Mundo”?
2. Quais os efeitos que essas ações de conquista provocaram no “Novo Mundo”, na
Europa e em cada uma das principais monarquias europeias?
1.a Caracterizar os tipos de colonização implantados pela Inglaterra, Espanha e
Portugal nas respectivas áreas de colonização na América.
1.b Analisar as principais consequências da expansão marítima e comercial europeia.
1. Colonização.
2. Povoamento.
3. Exploração.
4. Plantation.
5. Trabalho
Compulsório.
6. Encomienda.
7. Mita.
8. Escravidão moderna.
9. Tráfico.
10. Revolução nos preços
Verificação de Aprendizagem
1.
2.
Quais os principais tipos de colonização implantados no continente americano pela
Inglaterra, Espanha e Portugal?
Quais as principais consequências da Expansão Marítima europeia?
Teste seus conhecimentos
1. (UFC) Leia, a seguir, trechos da canção "Quinto Império" e responda as questões que
seguem.
Parte 1
(...)
Meu sangue é trilha,
dos Mouros, dos Lusitanos.
Dunas, pedras, oceanos
rastreiam meu caminhar.
E sendo eu
que a Netuno dei meu leme,
com a voz que nunca treme
fiquei a me perguntar:
'o que será
que além daquelas águas
agitadas, turvas, calmas,
eu irei lá encontrar?'
28
29
Parte 2
(...)
Eu decifrei astros e constelações,
conduzi embarcações,
destinei-me a navegar.
Atravessei
a Tormenta, a Esperança,
até onde o sonho alcança
minha Fé pude cravar.
Rasguei as lendas
do Oceano Tenebroso,
para El Rey, o Glorioso,
não há mais trevas no mar.
(NÓBREGA, Antonio; FREIRE, Wilson. Quinto Império In: NÓBREGA, Antonio.
"Madeira que cupim não rói". São Paulo: Brincante, 1997, faixa 04.)
a) Qual a relação dos mouros com a formação do Estado português?
b) Os versos a seguir, transcritos da segunda parte da canção Quinto Império, sugerem
algumas consequências das navegações portuguesas. Cite, após cada transcrição, a
consequência por ela sugerida.
2.
B.I.
B.II.
B.III.
Atravessei / a Tormenta, a Esperança,
até onde o sonho alcança / minha Fé pude cravar.
Rasguei as lendas / do Oceano Tenebroso,
B.IV.
para El Rey, o Glorioso, / não há mais trevas no mar.
(Unirio)
O monstrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergue-se a voar,
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: "Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?
E o homem do leme disse tremendo,
"El-Rei D.João Segundo"
(Fernando Pessoa. POEMAS ESCOLHIDOS. Ed. O Globo, 1997, p.150)
29
30
A epopeia marítima portuguesa, descrita pelo poeta, foi revestida de ousadias e
destemores; no entanto, ela só foi possível porque Portugal, antes de outros países europeus,
reuniu as necessárias condições para a conquista dos mares.
Cite e explique duas precondições que possibilitaram o pioneirismo português no
processo de expansão marítima.
3.
(UFG)
[...] Nos caminhos jazem dardos quebrados;
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
incandescentes estão seus muros.
Vermes abundam por ruas e praças,
e as paredes estão manchadas de miolos arrebentados. [...]
(O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Technochtitlan (México, 1521-1528). In: LEÓN-PORTILLA,
Miguel et al. História documental do México. México: UNAM, 1984. v. 1. p. 122.)
O trecho acima descreve a violência da conquista espanhola na América, ocorrida no
final do século XV e início do XVI, a qual, a despeito de um reduzido número de soldados,
conseguiu submeter os povos astecas, com uma população estimada em 25 milhões, e os
povos incas, com 10 milhões de pessoas.
Sobre a conquista espanhola na América,
a)
descreva a formação do Estado moderno na Espanha e sua relação com a expansão
b)
marítima nos séculos XV e XVI;
identifique duas estratégias militares utilizadas pelos espanhóis que facilitaram a
conquista dos povos astecas e incas.
30
31
Período Pré-colonial 1500/1530.
2. As primeiras formas de exploração e o “confronto de civilizações”.
Cap. 2.4 e 3.
Principais questões:
1. Quais as primeiras formas adotadas por Portugal para explorar os domínios
coloniais da América?
2. Quais os motivos para a adoção desse tipo de exploração?
3. Quais os principais efeitos do “encontro” de culturas?
2.a Caracterizar o período pré-colonial.
2.b Analisar as primeiras formas de exploração das colônias portuguesas na América
(o pau-brasil, feitorias, escambo, cunhadismo e o monopólio) (2.4).
2.c Relacionar o tipo de exploração adotado até 1531 às condições gerais do Império
Colonial Português.
2.d Analisar o significado e as consequências do confronto entre os europeus e a
comunidades nativas (3).
2.e Caracterizar as comunidades encontradas pelos europeus na América (3.2).
2.f Caracterizar a visão dos europeus sobre o “Novo Mundo” e analisar as influências
que ele exerceu na Europa (o paraíso/3.1, o bom selvagem/3.4).
2.g Analisar as consequências da conquista para as comunidades nativas (a crise
demográfica/3.3, a catequese e escravidão/3.5).
Conceitos básicos
1. Monopólio.
2. Escambo.
3. Paraíso.
4. Bom selvagem.
5. Selvagem.
6. Diversidade Cultural
7. Crise demográfica.
8. Catequese.
9. Guerra justa.
10. Escravidão
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as características da fase pré-colonial de exploração do Brasil?
2. Quais os principais impactos da conquista nas comunidades nativas?
3. Quais os efeitos que o confronto com o “Novo mundo” provocou na Europa?
31
32
Teste seus conhecimentos
1. Baseado na imagem da obra de Giovanni Battista Ramusio, publicada no século XVI,
descreva a participação dos índios na exploração do pau-brasil destacando dois aspectos
do sistema adotado pelos portugueses.
Fonte: FREIRE, Américo; MOTTA, Marly Silva; ROCHA, Dora: História em Curso:
o Brasil e suas relações com o mundo ocidental, Editora do Brasil, FGV-CPDOC, p. 67.)
2.
a)
b)
Observe as duas imagens a seguir e:
identifique quais são os aspectos do processo de abertura do mundo ocorrido a partir do
século XVI que cada uma delas aborda;
analise qual era a regra ou princípio que regulava a relação apresentada na imagem 1 e
os efeitos das práticas semelhantes à representada na imagem 2.
32
33
Imagem 1.
Imagem 2.
33
34
3. Os textos a seguir tratam dos grupos nativos encontrados na América pelos europeus.
Leia os textos a seguir com atenção e identifique se o ponto de vista que eles apresentam
sobre os nativos encontrados no Novo Mundo são convergentes ou divergentes e justifique
sua resposta.
Texto 1
“[São] tão luxuriosos que não há pecado de luxúria que não cometam; os quais sendo de
muito pouca idade têm conta com mulheres, e bem mulheres; porque as velhas já
desestimadas dos que são homens, granjeiam estes meninos, fazendo-lhes mimos e regalos, e
ensinam-lhes a fazer o que eles não sabem, e não os deixam de dia, nem de noite. É este
gentio tão luxurioso que poucas vezes tem respeito às irmãs e tias, e porque este pecado é
contra seus costumes, dormem com elas pelos matos, e alguns com suas próprias filhas; e não
se contentam com uma mulher, mas têm muitas, como já fica dito, pelo que morrem muitos de
esfalfados (extenuados)...”
Gabriel Soares [de Sousa], Tratado descritivo do Brasil – 1587,
Tipografia Universal De Laemmett, 1851, p. 315-316
Texto 2
“E são tão cruéis e bestiais, que assim matam aos que nunca lhe fizeram mal, clérigos,
frades...”
(Carta do Pe. Manoel da Nóbrega, 1558).
Texto 3
“... não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade,
cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (...) Não me parece excessivo
julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo], mas que o fato de condenar tais defeitos
não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo
do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e
o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não
somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é
bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos,
portanto, qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas
nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.”
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984.
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Período colonial (1530/1808).
3. A administração colonial no XVI e XVII (4.2).
Principais questões:
1. Quais as primeiras formas de administração adotadas pela metrópole para controlar
e garantir a posse da colônia?
1. Capitania Hereditária.
2. Governo Geral.
3. Câmara municipal.
3. a Relacionar o início da exploração sistemática da colônia portuguesa na América às
disputas intermetropolitanas e à crise do Império português no Oriente.
3. b Relacionar opção pelo sistema de capitanias hereditárias às condições do estado
português.
3. c Caracterizar o sistema de capitanias hereditárias.
3. d Analisar os fatores responsáveis pela crise do sistema de capitanias hereditárias.
3. e Relacionar a implantação do Governo Geral à crise do sistema de capitanias
hereditárias.
3. f Caracterizar o sistema de Governo Geral.
3. g Analisar as relações entre o Governo Geral e o poder metropolitano.
3. h Analisar as relações entre o Governo Geral e as Câmaras Municipais e explicar
como elas evoluíram.
3. i Relacionar os conflitos metrópole-colônia às características e funcionamento do
sistema colonial.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais os primeiros sistemas administrativos implantados na fase de colonização?
2. Quais as causas do fracasso do primeiro sistema administrativo implantado?
3. Quais as características do sistema de Governo Geral.
4. Quais as principais causas de conflitos entre as câmaras municipais e o governo Geral?
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Teste seus conhecimentos
1.
Observe o diagrama abaixo. Ele representa uma organização que fazia parte de um
sistema da administração implantado no período colonial.
Cite que parte do sistema administrativo o diagrama representa e explique o papel que ela
desempenhava na administração colonial. (Por que foi implantada? Quais características e
consequências da implantação.)
Fonte: FREIRE, Américo; MOTTA, Marly Silva; ROCHA, Dora: História em Curso, O Brasil e suas relações com o
mundo ocidental, Editora do Brasil, FGV-CPDOC, p. 67.)
2. O texto abaixo se refere a uma importante instituição colonial. Identifique e explique que
instituição era essa, destacando dois efeitos resultantes da sua criação.
“Eu, EI-Rei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de minha casa, que vendo eu quanto
serviço de Deus e meu é conservar e enobrecer as Capitanias e povoações das terras do
Brasil e dar ordem e maneira com que melhor e mais seguramente se possam ir povoando, (...)
ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte, em um
lugar conveniente, para daí se dar favor e ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e
prover nas cousas que cumprirem a meu serviço e aos negócios de minha Fazenda e a bem
das partes (...). Em cada uma das ditas Capitanias praticareis, juntamente com o Capitão dela,
e com o Provedor-mar de minha Fazenda, que convosco há de correr as ditas Capitanias, e,
assim com o Ouvidor da tal Capitania e oficiais de minha Fazenda que nela houver, e alguns
homens principais da terra, sobre a maneira que se terá na governança e segurança dela, e
ordenareis que as povoações das ditas Capitanias, que não forem cercadas, se cerquem, e as
cercadas se reparem e provejam de todo o necessário para a sua fortaleza e defensão (...)”
(Regimento de Tomé de Sousa, 1549)
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3.
(UFRJ) "Eu, o rei, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo de minha Casa, que vendo
quanto serviço de Deus e meu é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das
Terras do Brasil (...), ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e
povoação grande e forte, em um lugar conveniente, para daí se dar favor e ajuda às
outras povoações (...); e por ser informado que a Bahia de Todos os Santos é o lugar
mais conveniente da costa do Brasil (...), que na dita Bahia se faça a dita povoação e
assento, e para isso vá uma armada com gente (...) e tudo o mais que for necessário.
E pela muita confiança que tenho em vós (...) vos enviar por governador às ditas terras do
Brasil (...)."
(Regimento de Tomé de Sousa, 17 de dezembro de 1548)
A política administrativa do Estado português no início da colonização estruturou-se a
partir da adoção do sistema de Capitanias Hereditárias e, posteriormente, da criação do
Governo-Geral. No entanto, o verdadeiro poder político na Colônia encontrava-se nas Câmaras
Municipais, dominadas pelos "homens bons".
a)
Explique uma razão para a adoção do sistema de capitanias hereditárias na colonização
do Brasil.
b)
c)
Apresente dois objetivos da criação do Governo Geral pelo Estado português.
Cite uma razão da concentração do poder político colonial nas Câmaras Municipais.
4. A Economia e a exploração Colonial (4.3, 4.4).
Principais questões:
1. Quais as principais características da economia colonial no século XVI?
1. Plantation.
2. Engenho.
3. Trabalho compulsório.
4. Economia Atlântica.
4. a Identificar os principais produtos explorados pela metrópole nos séc. XVI e XVII
(4.3).
4. b Analisar as formas de exploração adotadas na colônia nos séc. XVI e XVII
considerando a unidade produtiva, o tipo de propriedade e o tipo de relação de
trabalho empregado na produção colonial (4.3 e 4.4).
4. c Relacionar as características da exploração colonial às necessidades do sistema
colonial e do mercantilismo (4.4).
Verificação de Aprendizagem
1. Por que a cana-de-açúcar foi o primeiro produto importante na exploração colonial?
2. Quais a principais características do sistema de exploração e produção do açúcar no Brasil?
3. Qual era a relação do Brasil com a economia Atlântica?
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Teste seus conhecimentos
1. (Fuvest) A gravura a seguir foi publicada na Holanda, em 1648. Que situações típicas da
realidade colonial brasileira ela ilustra?
2. (UFPR) "O engenho de açúcar era uma verdadeira empresa capitalista, mas era ao mesmo
tempo uma comunidade patriarcal que, para suas necessidades mais vitais, vivia em
regime de economia fechada."
(MAURO, Frédéric. História do Brasil. São Paulo, DIFEL, 1974.)
A lavoura canavieira desempenhou papel fundamental na economia do Brasil colonial,
exercendo forte influência nas condições de vida e na organização social. Quais os
componentes que caracterizam a sociedade colonial brasileira durante o predomínio da
economia canavieira?
4.
(Unesp) "Com a grande propriedade monocultural, instalou-se no Brasil [Colonial] o
trabalho escravo... [estes] elementos são correlatos e derivam das mesmas causas"
(Caio Prado Jr.. História Econômica do Brasil)
Apoiando-se na empresa colonial açucareira do litoral nordestino, faça uma análise dos
principais fatores que contribuíram para a forte correlação entre os três elementos básicos
indicados no texto acima.
5.
(Unesp) Leia o texto e responda.
Considerando o período do Brasil colonial, é possível constatar que "... agricultura
tropical tem por objetivo único a produção de certos gêneros de grande valor comercial e, por
isso, altamente lucrativos."
(Caio Prado Jr.. História Econômica do Brasil)
a)
b)
Qual o nome do gênero agrícola que se enquadra melhor nas informações do texto?
lndique os três elementos básicos da empresa agrícola colonial.
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5. A sociedade colonial (7, 7.1, 7.2, 4.4, 8.3)
Principais questões:
1. Quais as principais características da sociedade colonial nos séculos XVI e XVII?
2. Quais os principais conflitos na sociedade colonial nos séculos XVI e XVII?
5. a Classificar os principais grupos étnicos da sociedade colonial.
5. b Classificar os principais grupos sociais da colônia.
5. c Caracterizar o sistema de estratificação da sociedade colonial.
5. d Conceituar patriarcalismo.
5. e Caracterizar o sistema patriarcal no Brasil.
5. f Relacionar características da sociedade brasileira atual (hierarquia rígida, caráter
excludente e os métodos de discriminação) e do sistema político (sobreposição
do privado ao público) às características do patriarcalismo colonial.
5. g Analisar os fatores da adoção do trabalho escravo-africano na colônia (8.3).
5. h Relacionar tráfico de escravos, sistema colonial e mercantilismo (8.3).
5. i Analisar as regiões de origem dos africanos trazidos ao Brasil e o sistema de
apresamento adotado na África (8.3).
5. j Caracterizar o trabalho escravo na economia açucareira (8.3).
5. k Classificar e analisar as principais formas de resistência dos escravos e o papel
dos quilombos.
5. l Explicar a importância do Quilombo dos Palmares no contexto do Império
Colonial Português.
1. Sociedade estamental.
2. Sociedade de classe.
3. Patriarcalismo.
4. Escravidão Moderna.
5. Tráfico de escravos.
6. Quilombos.
Verificação de Aprendizagem
1. Quais as principais características étnicas da sociedade colonial?
2. Quais as principais características socioeconômicas da sociedade colonial e do seu
sistema de estratificação e hierarquização?
Teste seus conhecimentos
1. Leia o texto a seguir. Ele trata de aspectos da grande propriedade típica no Brasil Colônia.
Cite qual é o componente da sociedade colonial que Sérgio Buarque de Holanda aborda
nos parágrafos 1, 2 e 3. Analise duas características desse componente que ele enfatiza.
2. No parágrafo 4 do texto, Sérgio Buarque demonstra como o “quadro familiar” que vigorava
na colônia influenciava o comportamento das pessoas fora do universo doméstico, isto é,
no espaço público. Explique de que forma, segundo o autor, o “quadro familiar” influenciava
o “espaço público”.
1. “Nos domínios rurais é o tipo de família organizada segundo as normas clássicas do
velho direito romano-canônico, mantidas na península Ibérica através de inúmeras gerações,
que prevalece como base e centro de toda a organização. Os escravos das plantações e das
casas, e não somente escravos, como agregados, dilatam o círculo familiar e, com ele, a
autoridade do pater-família.
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2. Dos vários setores da nossa sociedade colonial, foi sem dúvida a esfera da vida
doméstica aquela onde o princípio de autoridade menos acessível se mostrou às forças
corrosivas que de todos os lados o atacavam. Sempre imerso em si mesmo, não tolerando
nenhuma pressão de fora, o grupo familiar mantêm-se imune de qualquer restrição ou abalo.
Em seu recatado isolamento pode desprezar qualquer princípio superior que procure perturbálo ou oprimi-lo.
3. Neste ambiente, o pátrio poder é virtualmente ilimitado e poucos freios existem para sua
tirania. Não são raros os casos como o de um Bernardo Vieira de Melo, que, suspeitando a
nora de adultério, condena-a à morte em conselho de família e manda executar a sentença,
sem que a justiça dê um único passo no sentido de impedir o homicídio ou de castigar o
culpado, a despeito de toda a publicidade que deu ao fato o próprio criminoso.
4. O quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente que sua sombra persegue os
indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada precede sempre, neles, a
entidade pública. A nostalgia desta organização compacta, única e intransferível, onde
prevalecem necessariamente as preferências fundadas em laços afetivos, não podia deixar de
marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas atividades. Representando,
como já se notou acima, o único setor onde o princípio de autoridade é indisputado, a família
colonial fornecia a ideia mais normal do poder, da respeitabilidade, da obediência e da coesão
entre os homens. O resultado era predominar, em toda a vida social, sentimentos próprios à
comunidade doméstica, naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do público pelo
privado, do Estado pela família.”
(HOLANDA, Sérgio Buarque de: Raízes do Brasil, 26ª ed. São Paulo, Cia. das Letras, 1995, pp. 81 e 82)
3.
O texto a seguir trata de um aspecto marcante da sociedade colonial. Identifique-o e
analise um efeito que esse aspecto provocava na sociedade colonial.
“O mulato desprezava o mameluco; pretendia pertencer à classe dos brancos e
vangloriava-se em não ter parentes índios. Sentia a sua inferioridade em relação ao branco,
desde que este lhe era superior em riqueza; chegava a se humilhar diante de outros mulatos
mais ricos ou de melhor condição social. Podia entrar para as ordens sacras e ser magistrado:
bastava-lhe um atestado de sangue limpo, mesmo que a aparência desmentisse o certificado.
Koster (KOSTER, Henry: Travels in Brazil, Londres, Longman, Hurst, Rees, Orme, and
Brown, 1816, p. 391), de quem extraímos estes dados, narra o caso de um preto a quem
perguntou se certo capitão-mor era mulato. "Era, porém já não é", foi a resposta,
acrescentando a filosofia do negro velho: "Pois um capitão-mor pode ser mulato?"
PRADO, Paulo 1869/1943: Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, 8a ed. São Paulo:
Cia das Letras, 1997. 1a edição Editora Duprat-Mayença, São Paulo, novembro de 1928 pp. 148/149.
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História Geral História do Brasil 2. Como estudar. a) Leia com