Bahia
ISSN 1679-2645
Federação das Indústrias do Estado da Bahia Sistema FIEB
Indústria,
câmbio e
competitividade
Economistas analisam como a
política cambial pode contribuir
para a retomada do crescimento
Ano XVIII nº 220 abril/maio 2012
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entre as melhores da indústria.
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boas práticas em responsabilidade
social empresarial.
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Bahia Indústria
EDITORIAL
Câmbio, um fator estratégico
Quando o assunto é crescimento e desenvolvimento nacional, o
câmbio desponta como importante fator estratégico para assegurar a competitividade dos bens industriais produzidos no Brasil no
mercado internacional. Uma moeda forte pode trazer consequências desastrosas em economias como a nossa. De um lado, ao interferir no preço final do produto vendido fora do país, compromete
as vendas, inibindo o lucro das empresas e, com isso, deprimindo
a perspectiva de novos investimentos. Também tem efeitos sobre
o mercado interno, pois o produto brasileiro acaba tendo custos
de produção mais elevados, ficando mais caro que o concorrente
estrangeiro importado, inibindo, assim, o desenvolvimento da indústria, que passa a experimentar uma tendência à retração.
Apesar dos efeitos nefastos, por longos anos, a equipe econômica do governo deixou ao sabor do mercado, numa clara influência das práticas neoliberais, a função de regular a variação
do câmbio, mantendo o Real valorizado. Em abril, no entanto, o
ministro da Fazenda Guido Mantega, mudou o discurso e deixou
claro que a regra agora é influir mais na política cambial para um
maior equilíbrio da moeda nacional face à estrangeira.
Economistas e acadêmicos ouvidos pela Bahia Indústria aprovam a mudança de postura do governo e consideram como acertada a política de câmbio flutuante administrada. O setor produtivo
agradece. Somando as medidas adotadas no final do ano passado,
o Plano Brasil Maior, com as mudanças nas taxas de juros e no
câmbio, os analistas de mercado já começam a projetar um desempenho melhor para a indústria brasileira no segundo semestre
deste ano, após uma leve retomada registrada no mês de março. Isso, face a um cenário pouco animador, que resultou em um crescimento de apenas 1,1% para a indústria de transformação em 2011,
– um dos segmentos mais atingidos pela concorrência estrangeira
– e aos efeitos do câmbio.
É evidente que mudanças no câmbio e na taxa de juros, além da
desoneração da folha de salários, trazem um pouco de alento para o segmento industrial, mas não bastam. Embora o câmbio seja
um forte fator de competitividade, os especialistas são unânimes
quanto à necessidade de adoção de medidas urgentes para equacionar o chamado Custo Brasil e atacar problemas infraestruturais
históricos.
Conter a valorização do
Real face ao dólar é um
dos mecanismos para
estimular a economia e
assegurar a retomada do
crescimento industrial
Unidades do
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Para informações sobre a
atuação e os serviços
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Presidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-
Portos Reinaldo Dantas Sampaio
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Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Catharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo
Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel
Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza;
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Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima;
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Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto
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Diretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas.
Vice-Presidentes José Carlos Boulhosa Baqueiro;
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Martins. Diretores Titulares Carlos Antônio Borges Cohim Silva; Clovis Torres Junior; Fernando
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Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara; Diretores Suplentes Davidson de
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Leitão Filho; Mauricio Lassmann Diretor regional
oeste Pedro Ovídio Tassi
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Presidente do Conselho e Diretor Regional José
Conselho de Economia e desenvolvimento in-
de Freitas Mascarenhas.
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Estratégico
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Sampaio; Conselho da Micro e Pequena Empresa
Industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; Conselho de Infraestrutura Marcos Galindo Pereira
Lopes; Conselho de Meio Ambiente Irundi Sampaio Edelweiss; Comitê de Petróleo e Gás Eduardo Rappel; Conselho de inovação e Tecnologia
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sumário abril/maio 2012
joão alvarez
18
Moeda
forte
Revisão da
política de câmbio
e outras medidas
econômicas
trazem novo
fôlego para a
indústria
Foto de
João Alvarez
14
28
32
fotos joão alvarez
6
Ação solidária
reúne voluntários
Missão
Shandong
Polo de Informática
ganha nova representação
novo
combustível
A 18ª edição da Ação Global realizou
mais de 25 mil atendimentos no bairro
de Lobato, Subúrbio de Salvador, com a
participação de 8.628 pessoas da
comunidade
Empresários
chineses buscam
oportunidades de
negócios e
investimentos
A recém-criada Associação das
Indústrias de Eletroeletrônicos,
Telecomunicações e Informática do Polo
de Ilhéus (Assipi) une esforços com o
SINEC pelo desenlvovimento do setor
Equipe do SENAI
Cimatec testa o
B-20, nova
fórmula de
biocombustível
Parceria cidadã
Ação Global realiza mais de 25 mil
atendimentos no Subúrbio de Salvador
por Patrícia Moreira e Carolina Mendonça
Fotos João Alvarez
S
uperando as expectativas,
o número de atendimentos
na 18ª edição da Ação Global, realizada no dia 5 de
maio, chegou a 25.824. O evento,
promovido por meio de uma parceria entre o SESI e a Rede Globo,
aconteceu este ano no Colégio Militar do Lobato, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Os serviços
mais procurados pelo público, que
alcançou 8.628 pessoas, foram os
de saúde, seguido pelas atividades
de educação e oficinas, cabeleirei Bahia Indústria
ro, lazer e serviços jurídicos, prestados pela Defensoria Pública.
De acordo com o superintendente do SESI, José Wagner Fernandes, a escolha do local de realização do evento se baseia na concentração populacional de baixa
renda e carente de serviços, pois
esta é uma oportunidade para a
instituição, que atende o trabalhador da indústria baiana, alcançar
a comunidade como um todo. “A
ação permite que, num movimento de colaboração entre organiza-
ções, entidades e empresas, sejam
oferecidos vários tipos de serviços
ao cidadão”, afirmou.
Na tenda dedicada às atividades esportivas, o SESI mostrou
que é possível praticar modalidades olímpicas em tabuleiros.
Ali, basquete, futebol, vela e
até esgrima ganharam vida nas
mãos de crianças e jovens que
puderam exercitar movimentos e
raciocínio. “Com esta adaptação,
mostramos que é possível fomentar o esporte desde muito cedo,
Ana Cecília e
Isabel Filardis
deram apoio
à campanha
realizada
pelo SESI e
Rede Globo
capilar), além de orientações sobre saúde bucal, alimentação saudável e dicas de reaproveitamento
dos alimentos.
Números da Ação
Global 2012
Serviços mais procurados e o
total de atendimentos
saúde
Voluntários
Escovódromo, aferição de pressão
arterial e glicemia capilar; Educação
Alimentar
9.164
educação
Oficinas para geração de renda e
pintura facial
4.199
lazer
Esportes; Cultura
4.081
cidadania
Emissão de RG; CPF e Carteira de
Trabalho; Orientações trabalhistas e
jurídicas; Oficinas de educação
ambiental
3.796
outros
Foto 3X4, Corte de cabelo, Manicure
e Pedicure
4. 584
estimulando novas habilidades e
conhecimentos”, explicou o líder
técnico da unidade Simões Filho,
Fernando Didier.
Que o digam Anderson Santos
Santana, 14 anos, e Danilo Dias
Silva, 8. Anderson descobriu com
as brincadeiras do stand Momento
Olímpico Valores do Esporte que
dá para aproveitar objetos do dia a
dia para transformar em disputas
esportivas entre amigos. Já Danilo, que derrotou o amigo na disputa de gols e no basquete de mesa,
gostou mesmo foi da experiência
de ser vencedor.
Por meio do Circuito Saúde, a
instituição ofereceu ainda avaliações antropométricas (peso, altura, massa de gordura, glicemia
Meninos
de Lobato
participam
das atividades
recreativas
Voluntário há cinco anos na
Ação, o assistente social da Chesf,
Claudio Brito, 34, levou para a edição deste ano a campanha de alerta aos riscos de se soltar pipas em
áreas que apresentam fios de alta
tensão. “É gratificante participar,
pois percebemos que o trabalho
tem retorno, que as crianças deixam a atividade com outra consciência”, contou.
“É só uma foto, mas pode mudar uma vida”, relatou o fotógrafo
Jailson Barbosa, responsável pelas fotografias que eram utilizadas na confecção de documentos
como o RG. Às 9h40, o profissional
já tinha clicado mais de 340 pessoas e sabia que, até às 16h, seriam
centenas, mas não se importava,
pois sabia que aquela imagem era
o primeiro passo para a entrada no
mundo cidadão.
Voluntária veterana da Ação
Global, Renata Suzart, 27 anos,
participa da campanha anual promovida pelo SESI em parceria com
a Rede Globo desde os 13 anos e só
não participou no ano passado,
porque só ficou sabendo do evento na véspera e não deu tempo se
inscrever. “Gosto muito de ajudar
as pessoas, já fiz de tudo na Ação
Global: teatro, reciclagem, artesanato, atividade esportiva com
crianças, mosaico em cerâmica
com idosos. A gente tem que ser
solidário. Eu ia fazer o que em casa, assistir à televisão? Para mim,
poder ensinar algo a alguém é maravilhoso”, declara.
Longe da Bahia há 20 anos, a
atriz soteropolitana Ana Cecília
Bahia Indústria Costa participou da Ação Global pela primeira vez. A artista,
que ficou conhecida do grande público como a mãe de Açucena,
na novela Cordel Encantado, elogiou o evento e ficou satisfeita
de poder fazer parte. “Como artista baiana, nunca quis perder o
contato com a comunidade, especialmente com esta população
que tem menos acesso aos serviços. Nós precisamos nos colocar,
fazer parte de iniciativas como esta, cidadã”, disse.
incentivo
A atriz Isabel Filardis também marcou presença na Ação
Global 2012. “Fico feliz de emprestar minha imagem algo assim
porque são atendimentos e serviços, às vezes apenas informações, que podem mudar a vida das pessoas”, acredita a estrela,
que percorreu as tendas conhecendo o trabalho de perto, além
de desenhar e pintar junto com as crianças.
Elas fizeram questão de visitar o posto móvel do Fundação
de Hematologia e Hemoterapia da Bahia. Para Ana Cecília, é
importante apoiar instituições como o Hemoba para estimular
quem tem condições a doar sangue. “Vim dar apoio aos voluntários pelo gesto de solidariedade”.
Iniciante na Ação Global, o músico e apresentador Alessandro Timbó ressaltou o papel da arte, uma das atividades desenvolvidas no evento, como elemento de transformação social. “A
gente sabe que a arte insere as pessoas no mercado de trabalho
e muda a vida de comunidades, contribuindo para diminuir a
violência”, opinou.
Quem aproveitou a Ação Global e saiu do Centro da Cida-
Bahia Indústria
Circuito de Saúde
da Ação Global
foi um dos mais
procurados
de para resolver problemas foi Wilzinely
Santos de Oliveira, 44 anos, que, acompanhada da filha, Safira Pacheco, 3 anos,
também proporcionou à menina atividades de lazer. “Tirei a segunda via do CPF,
fiz a RG e fomos aos estandes de odontologia e oftalmologia. Descobri que tenho
que usar óculos”, contou Wilzinely, que
levou a filha para fazer maquiagem infantil e para brincar no pula-pula. Ela é
moradora do bairro da Lapa.
Mas os grandes beneficiários foram
os moradores do Lobato e de outros bairros do Subúrbio. Edmilson Marçal Barreto Junior, 14 anos, que mora em Paripe,
além de colocar sua documentação em
dia – fez a RG, Carteira de Trabalho e CPF
– também visitou o stand da Aeronáutica, onde pretende servir ao completar 18
anos. “Hoje no SAC, para tirar o RG, leva três meses, aqui, em três horas eu já
saí com o documento”, conta Edmilson.
A iniciativa é muito boa, na avaliação
dele, pois “as pessoas acabam aproveitando para resolver várias coisas e ainda
receber informações e orientações, além
de se divertir”, acrescenta. [bi]
circuito
por cleber borges
Dilma e o uso
do capital político
A presidente Dilma Rousseff
poderia aproveitar seu “capital
político” para propor mudanças
estruturantes no País, como a
reforma tributária. O comentário é
do gerente de Políticas Econômicas
da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Flávio Castelo
Branco, ao divulgar pesquisa da
CNI/Ibope que apontou Dilma com
avaliação positiva de 77%, maior
do que a dos antecessores Lula e
FHC, no mesmo período de
mandato. “Seria um fato positivo
para ela tratar de temas complexos
e reduzir os custos para a
economia brasileira. A pesquisa
mostra um capital político e
densidade para enfrentar questões
que exigem apoios parlamentares
amplos”, destacou.
“Há evidências
empíricas de que
a produtividade
homem/hora no
chão de fábrica
no Brasil e
na China é
praticamente
igual. A
diferença está
fora do portão
de fábrica.”
Delfim Netto, ao comentar o
peso da alta dos insumos,
salários e encargos,
supervalorização do câmbio
e problemas de
infraestrutura na
composição de custos da
indústria brasileira
Medidas emergenciais
As medidas adotadas pelo
governo, de apoio ao setor
industrial, que cresceu apenas
0,1% em 2011, assumem caráter
emergencial. Portanto, não
significam que possam, por si só,
resolver os problemas do setor,
que começam pelo câmbio
valorizado e envolvem questões
como carga tributária, custo da
energia e má infraestrutura. Em
15 segmentos – têxteis, calçados,
móveis, plásticos, etc. – haverá
desoneração com a troca da
contribuição previdenciária
patronal (20% sobre a folha) por
taxas de 1% a 2,5% sobre o
faturamento. Outra ação
importante: dilatar o prazo de
recolhimento do PIS/Pasep. São
importantes medidas pontuais,
mas para revitalizar a indústria é
preciso atenuar o Custo Brasil.
Medidas para baixar spread
Com atraso, o governo federal percebe que o spread bancário nas nuvens é um entrave
importante à expansão do mercado interno. No Brasil, o spread médio alcança 31%,
somente abaixo do verificado no Congo. Na China aparece com 3,1%, no Japão é de 1,1% e na
Rússia 4,8%. Os bancos justificam nosso alto patamar com o compulsório elevado
determinado pelo BC, a inadimplência e os impostos altos. Apenas meia verdade, uma vez
que, na composição do spread, o custo administrativo representa nada menos que 13%
(muito mais que nos demais países) e a margem de lucro equivale a 35%. A falta de
concorrência para valer no sistema financeiro é uma das explicações.
Guerra fiscal: novo capítulo
Depois que o STF declarou ilegais os incentivos criados por estados brasileiros à revelia
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), governadores se movimentam para
dar o troco. Querem reabilitar um projeto de lei idealizado por Marconi Perillo, do tempo
em que este era senador, que propõe o fim da obrigatoriedade da unanimidade no Confaz
para aprovação de isenções e outros benefícios fiscais relativos ao ICMS. Tornando letra
morta essa exigência, fariam com que a guerra fiscal retornasse com muito mais vigor.
Bahia Indústria sindicatos
Palestra enfoca potencial das mídias digitais
Sinduscon lança o
Construção Enxuta
joão alvarez
O público conectado à internet atualmente do Brasil gira em torno
de 78 milhões de pessoas acima dos 16 anos, segundo Alexandre
Bessa, gerente de marketing do Yahoo! para a América Latina.
Com a vantagem de ter um custo baixo e uma perspectiva de
alcance muito maior que as mídias convencionais, as novas
ferramentas de comunicação no ambiente virtual abrem uma
nova perspectiva para amplificar os negócios e comunicar de
forma direta e efetiva com seu público-alvo. Com o objetivo de
facilitar o acesso dos sindicatos e líderes empresariais às novas
ferramentas de comunicação, o consultor Alexandre Bessa deu
uma palestra, no dia 29 de março, no auditório da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia, sobre Comunicação Digital. A
iniciativa, explicou o superintendente de Relações Institucionais
do Sistema FIEB, Cid Vianna, teve por objetivo estimular os
associados a adotarem as ferramentas virtuais para que possam
utilizá-las de forma estratégica em suas ações e atividades. Bessa
apresentou dados sobre as redes sociais e sobre o
posicionamento de imagem que as empresas e
representações sindicais podem obter no
ambiente virtual e mostrou a importância de
saber usar estas ferramentas.
10
Bahia Indústria
Eliminar atividades que não
agregam valor. Reduzir o
tempo do ciclo de construção
e adotar tecnologias que
padronizem o processo e
aumentem a produtividade.
Esta é a receita do professor de
Engenharia Civil, Carlos
Torres, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul,
para a construção civil,
apresentada no Workshop
Construção Enxuta, no
lançamento do Programa
Construção Enxuta (Lean
Construction), promovido pelo
Sindicato da Indústria da
Construção na Bahia
(Sinduscon-BA) e pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI-BA). “Nosso
desafio é a mudança de
paradigma”, explicou o
professor, na abertura no
evento, no final de abril.
Marcos Vasconcelos Novaes,
da CRolim Engenharia, do
Ceará, destacou que, com a
adoção a Lean Costruction, o
custo de produção caiu 5% e o
lucro cresceu 25%. Tatiana
Ferraz, do SENAI-BA, explica
que o programa foi dividido
em seis módulos e está
inserido em um projeto
nacional do SENAI de práticas
sustentáveis nos canteiros de
obras. O programa na Bahia
teve a adesão de nove
empresas. O próximo módulo
será dia 31 de maio. Após cada
módulo, as empresas recebem
visitas dos consultores do
SENAI visando à implantação
dos conceitos e práticas
aprendidos.
joão alvarez
Sindicato da Fiação
faz balanço da gestão
Durante o jantar anual promovido
pelo Sindicato da Indústria de
Fiação e Tecelagem, no dia 15 de
março, o presidente Eduardo
Catharino Gordilho reforçou a
importância do espírito
associativo entre os empresários e
registrou as ações promovidas
pelo sindicato em 2011,
ressaltando a importância do
diálogo com o sindicato laboral e
o resultado das negociações
coletivas, finalizadas em
fevereiro, com a assinatura da
convenção coletiva de trabalho.
SESI e Sindpacel assinam
acordo de cooperação
No dia 30 de março, o superintendente do SESI-BA, Wagner Fernandes, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado
da Bahia (Sindpacel), Jorge Emanuel Cajazeira, assinaram um convênio
de cooperação que irá viabilizar a oferta de serviços e programas de qualidade de vida e educação para os trabalhadores do setor. Serão oferecidos
serviços odontológicos, de prevenção em saúde e segurança, realização
de diagnósticos, atividades de lazer, eventos culturais, cursos de curta
duração e educação continuada, além de ações de responsabilidade social. Pelo menos 2.500 trabalhadores diretos serão beneficiados.
Jorge Cajazeira,
Wagner
Fernandes e
Clécia Lobo (à
direita)
Valter Pontes
sindibrita. O empresário Fernando Jorge Carneiro, ao lado do presidente da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do secretário do Planejamento do Estado, José
Sérgio Gabrielli, foi saudado novo presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de
Pedra Britada (Sindibrita), em coquetel realizado na sede da FIEB, dia 25 de abril, que
contou com a presença de outras autoridades e líderes sindicais patronais.
Planejamento
estratégico
Os sindicatos da Indústria de
Cosmético e Perfumaria
(Sindcosmetic) e da Indústria de
Reparação de Veículos
(Sindirepa) foram os primeiros a
elaborar seus planejamentos
estratégicos. A iniciativa integra
o Programa de Desenvolvimento
Associativo da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) com
apoio da FIEB, por meio da
Superintendência de Relações
Institucionais. Com um software
de elaboração e
acompanhamento, o consultor da
CNI, Hélder Ribeiro, presta o
apoio técnico e auxilia os
sindicatos na definição das
estratégias e desenvolvimento de
seus planos de ação, com o
objetivo de ampliar a
representatividade e a
sustentabilidade dos sindicatos.
A expectativa é que, este ano, 24
sindicatos realizem
Planejamentos Estratégicos.
Dentro do programa, os próximos
são Sinduscon e Sindratar.
Bahia Indústria 11
joão alvarez
O desafio de exportar
Dificuldades e oportunidades para alcançar mercados
externos são discutidas por especialistas na FIEB
por Carolina Mendonça
C
omo fazer de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) baianas
agentes ativos no mercado internacional? Este foi o foco
das discussões levantadas durante o Seminário Internacionalização: o Caminho para o Aumento da
Competitividade Empresarial, realizado no dia 28 de março, na Federação das Indústrias do Estado
da Bahia (FIEB). O evento, promovido pelo Centro Internacional de
Negócios (CIN) do Sistema FIEB,
trouxe informações e orientação
sobre a situação atual do cenário
internacional, às possibilidades
de negócio no exterior.
De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do
12 Bahia Indústria
Estado da Bahia, Reinaldo Sampaio, em 2007, das 563
empresas baianas que realizaram comércio exterior, a
maioria era de pequeno porte. Esta soma, no entanto,
vem caindo nos últimos anos, contexto que exige empenho dos setores público e privado para ser transformado. “A inserção empresarial em outros países está
diretamente relacionada à competitividade, e é preciso
haver ações no plano governamental. Mas, os empresários também devem liderar iniciativas e a FIEB vem
apostando no apoio institucional em todo o estado para melhorar as condições dos que querem exportar.”
A Gerente do CIN, Patrícia Orrico, explica que, embora comércio exterior baiano venha apresentando
resultados expressivos, a atividade continua concentrada em poucos produtos e em universo limitado de
empresas industriais. Neste sentido, a realização deste
tipo de evento, além das missões, feiras e rodadas de
negócios estão sendo realizados visando à melhoria
das condições de competitividade. “Estamos atuando em prospecção e promoção comercial, cooperação
empresarial e atração de investimentos estrangeiros em setores estratégicos nos principais mercados
internacionais. Outra ação importante é o Programa de Internacionalização das MPMEs da Bahia,
que está sendo executado em parceria com o Sebrae”, diz.
O secretário de assuntos internacionais, Fernando Schmidt, afirmou que, nesta etapa mais recente
da globalização, é forte a demanda por apoio dos agentes públicos
e privados para que as empresas
de todos os portes possam atuar
num sistema de ganha-ganha,
atendendo às exigências de complementariedade. Já o secretário
de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, defendeu que sejam feitas
Valter Pontes
ações voltadas para as cadeias dos
nichos de produção local. “Temos
que pensar, por exemplo, no nicho
da geleia de umbu. Se ela estiver
completa, bem estruturada, terá
condições de competir no mercado interno e, consequentemente,
exportar”, explicou.
Crédito
O presidente da Agência de
Fomento do Estado da Bahia S.A
(Desenbahia), Luiz Petitinga, reconheceu que muitos empresários
ainda se queixam da dificuldade
de acesso ao crédito, porém, explicou que o mercado já oferece
inovações nesta área: são os Fundos de Aval (fundos de garantia)
e as Sociedades de Garantia, instituições formadas por cotistas,
a exemplo da AGC Serra, do Rio
Grande do Sul. De acordo com Petitinga, “essas modalidades facilitam o acesso aos recursos e podem
minimizar custos”.
A gerente de estratégias e negócios internacionais do BNDES,
Simone Lopes, acrescentou que
o Banco também oferece alternativas para facilitar a obtenção
de crédito por micro, pequenas e
médias empresas, além de empreendedores individuais e cooperativas. Um deles é o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), que
permite que as instituições aprovem o financiamento em melhores
condições. A outra é uma espécie
de cartão de crédito para compra
de produtos e serviços.
O investimento num padrão
internacional de bens e serviços
para as empresas locais também
foi pontuado pela consultora de
gestão em negócios da FGV, Mônica Romero, como uma das principais ações pela competitividade
nos mercados interno e global.
“Primeiro, é preciso que os empresários busquem essa qualidade,
depois as informações necessárias
sobre os mercados com os quais
pretendem fazer negócios e, em
seguida, traçar estratégias para a
internacionalização”, apontou.
Com experiência de mais de 20
anos em comércio exterior, o diretor-presidente da José Ruben Transporte e Equipamentos Ltda., José
Souza Filho, falou sobre os principais cuidados que os empresários
Durante o
evento, foram
apresentadas
as opções de
crédito e os
caminhos para
exportar
iniciantes em negócios fora do país
devem ter: planejar a logística, calcular custos, deixar margem para
imprevistos (como paralisações
e acidentes), fazer um embarque
com uma carga menor para teste e
estabelecer responsabilidades da
logística em contrato.
A Bahia teve participação de
58,5% nas exportações nordestinas entre 2010 e 2011, mas, para o
diretor técnico do Sebrae Bahia,
Lauro Ramos, o fortalecimento do
associativismo entre as empresas
da região pode trazer melhores resultados. E uma boa oportunidade
para esta aproximação será o Encontro Internacional de Negócios
do Nordeste (EINNE), que será realizado entre 23 e 25 de outubro em
Salvador. Informações estão disponíveis no site www.einne.com.br.
Para as empresas que pretendem exportar para a África, entre
17 e 22 de julho será realizada a
Feira Internacional de Luanda,
Angola. De acordo com a gestora
do projeto Brasil Trade, da ApexBrasil, Raquel Vilharva, o evento
é o mais importante da área de negócios do continente africano. [bi]
Bahia Indústria 13
Empresários chineses receberam informações sobre a economia baiana visando investimentos e cooperação comercial
Bahia-Shandong
Missão chinesa
aproxima
empresários dos
dois estados,
abrindo novas
oportunidades
de negócios
POR carolina mendonça
FOTOS joão alvarez
14 Bahia Indústria
N
o ano em que completa 13 anos de irmandade com a província de Shandong, a Bahia
dá novos passos para ampliar a cooperação
com o estado chinês. No dia 13 de março,
uma missão oficial da região, liderada pelo vice-governador Cai Limin, esteve na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador, para
conhecer as oportunidades de investimentos e parcerias entre os dois povos.
Durante o evento, foi realizada uma reunião com
o vice-governador de Shandong, Cai Limin, o governador Jaques Wagner e o presidente da FIEB, José de
Freitas Mascarenhas. Wagner reafirmou os laços de
irmandade entre a Bahia e a província chinesa, ressaltando que, após 13 anos de aproximação entre os
estados, é hora de aprofundar as relações comerciais
visando ao equilíbrio entre importações, exportações
e o desenvolvimento local. “Interessam-nos as trocas comerciais e,
mais ainda, a industrialização em
solo baiano. Minha opinião é que,
pelo poderio da economia chinesa, é possível exportar empresas e
não só os produtos, para que possamos ter fábricas aqui na Bahia”,
pontuou.
O vice-governador de Shandong, Cai Limin, concordou que
é chegado o momento de ampliar
as ações para o estreitamento comercial entre os dois estados, e
afirmou que há espaço para negócios em diversos setores, especialmente no agronegócio do algodão,
soja e frutas, além de frutos do
mar e mineração. “Estamos satisfeitos com esta cooperação com a
Bahia, que vem se desenvolvendo
rapidamente. Temos certeza que o
ambiente é de boas oportunidades
de negócio entre nossos empresários”, declarou.
O presidente da FIEB, José Mascarenhas, ponderou que os entendimentos são facilitados quando
existem os interesses comuns e
complementares, como no caso da
relação Bahia-Shandong, e enfatizou as possibilidades de cooperação: “A Bahia pode ser um grande
produtor e fornecedor de matériasprimas e suprimentos para Shandong, que tem uma população de
mais de 90 milhões de habitantes.
Nós, por outro lado, precisamos
muito da tecnologia nas áreas da
indústria de transformação, automobilística e da informação. Temos
o Polo de Informática de Ilhéus, por
exemplo, em que a presença chinesa poderia ser ampliada e traria
grandes avanços”, apontou.
Missão
Composta por 23 empresários e
oito representantes do governo de
Shandong, a comitiva participou
dos workshops temáticos Energia,
Mineração, Infraestrutura e Construção; e Agronegócio, Fármacos,
Automobilístico, Tecnologia da
Informação e Comércio, ocasião
em que os integrantes obtiveram
informações sobre custos de investimento, tributação, benefícios
e situação dos mercados.
O superintendente da Secretaria de Indústria, Comércio e
Mineração (SICM), Paulo Guimarães, apresentou as áreas em que
a Bahia oferece oportunidades
de negócios, com destaque para
química e petroquímica, agronegócios e serviços. Guimarães
acrescentou que, além das vocações econômicas, o estado, em
breve, contará com melhorias na
infraestrutura e logística para o
transporte de produtos, citando a
Ferrovia Leste-Oeste e o Porto Sul,
em Ilhéus.
Já o superintendente da Secretaria de Agricultura e Irrigação,
Jairo Vaz, mostrou que o agronegócio representa, atualmente, 24%
do PIB baiano, sendo a maior parte
da produção de matérias-primas.
Por isso, o estado tem interesse na
industrialização de vários produtos, como o algodão (Bahia é o segundo produtor nacional), a soja,
as frutas e a pecuária de corte.
Responsável pelas boas vindas aos empresários chineses em
nome da FIEB, o vice-presidente
da Federação, Victor Ventin, lembrou que o Brasil ainda não está
entre os cinco maiores parceiros
comerciais da China, mas que,
com vontade bilateral, é possível
ampliar os acordos comerciais. “A
expectativa é que, com a vinda da
missão, possamos firmar novas
parcerias”, disse.
E a possibilidade de parcerias
e contratos surgiu ainda durante
o evento, pois membros da comitiva trocaram informações e contatos com empresários baianos
O vivegovernador
de Shandong,
Cai Limin,
se reuniu
com Jaques
Wagner e José
Mascarenhas
aventando oportunidades futuras.
Representantes de duas empresas
chinesas e da Solo e Subsolo Mineradora e Reflorestamento Ltda.
assinaram um memorando de intenções para estudos preliminares
sobre exploração de ferro e manganês em Brotas de Macaúbas, Riachão das Neves e Campo Alegre de
Lourdes. “Com estes estudos sobre
os nossos ativos minerais, se tudo
der certo, poderemos formar uma
joint-venture com os chineses, o
que vai viabilizar a extração dos
minérios”, comemora Edilson Ribeiro da Cruz.
A mineração no estado foi um
dos investimentos que mais atraíram os chineses. O gerente-geral
da China Nacional Huachen Energy Group, Wu Xinmin, trocou informações com o superintendente
da Federação das Associações
Comerciais da Bahia, Sérgio Cavalcante Gomes, sobre a extração
de minérios e energias renováveis
e se mostrou entusiasmado com o
cenário local. “A Bahia tem muito
potencial de desenvolvimento, tenho interesse em contatar empresários locais”, assegurou. [bi]
Bahia Indústria 15
Preparativos
para a
Rio+20
Representantes da indústria
participaram da 4ª Reunião
preparatória para o encontro
Por patrícia moreira
Fotos João Alvarez
A
elaboração da Constituição de 1988 motivou
grandes debates no país, que, entre outros,
definiram as regras da atual legislação ambiental. O processo foi protagonizado, nas
décadas de 1980 e 1990, pelas organizações não-governamentais, que participaram mais ativamente
destas discussões, cabendo à indústria um papel coadjuvante. Mas, ao longo destes 20 anos, na avaliação
de Shelley de Sousa Carneiro, secretário executivo do
Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), coube ao segmento realizar os maiores avanços em sustentabilidade. O entendimento agora é que é preciso
apresentar estas realizações à sociedade.
Foi pensando nisso que a indústria resolveu articular-se e assumir o protagonismo que lhe cabe
neste momento em que o país se prepara para sediar
a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20, que acontece de 13 a
22 de junho, no Rio de Janeiro. Sob a coordenação
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão
sendo promovidos, em diversas regiões do país,
encontros setoriais para recolher propostas para a
conferência. Na Bahia, a 4ª Reunião do Coema – Re16 Bahia Indústria
gional Nordeste ocorreu no dia
23 de março, na sede da Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB).
De acordo com Shelley Carneiro, que também é o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação
Nacional das Indústrias (CNI), a
indústria está preparando uma série de eventos em que se posiciona
como matriz do seu desenvolvimento. Vamos puxar a carroça e
não sermos puxados. Nós vamos
dizer o que nós podemos fazer, o
que vamos fazer e vamos nos comprometer com aquilo que podemos
fazer”, explica o representante da
CNI. Ele também destacou que a
indústria se comunica mal e que
este é o momento de mostrar que,
ao longo dos últimos 20 anos, o
segmento foi um dos que mais promoveram sustentabilidade.
interação
A reunião do Coema Nordeste
foi aberta pelo vice-presidente do
Centro das Indústrias do Estado
da Bahia (CIEB) e coordenador do
Conselho de Meio Ambiente do
Sistema FIEB, Irundi Edelweiss,
que elogiou a nova postura da CNI
no sentido de promover uma maior
interação entre os diversos setores
da indústria para a formulação de
propostas para a Rio + 20. “Eles
estão indo in loco buscar as per-
“
Vamos dizer o que
nós podemos fazer, o
que vamos fazer e nos
comprometer com o que
temos condições de fazer
Shelley Carneiro, secretárioexecutivo da Coema
cepções das demandas setoriais
para tentar convergir os pleitos
da indústria para o evento e isso é
muito importante”, ressaltou.
Irundi Edelweiss observou o
interesse da CNI e dos outros estados em ouvir as peculiaridades de
cada região e ressalta que a Bahia
vive um momento especial em razão da recente aprovação de uma
nova Lei Ambiental e ressaltou a
importância de se ter uma mesma
linha entre as diversas legislações
estaduais. “Não é interessante termos uma legislação desbalanceada em relação ao meio ambiente,
porque isso cria deformações, caminhos preferenciais, que levam
as empresas a preterirem um esta-
do porque este tem uma legislação
mais cuidadosa.” Por isso, ele julga importante que se crie elementos jurídicos uniformes entre os
estados, daí por que a expectativa
em torno destes encontros.
Durante o evento preparatório
realizado na sede da FIEB, o secretário de Meio Ambiente do Estado
da Bahia, Eugênio Spengler, fez
uma explanação sobre os avanços trazidos pela Nova Lei de Meio
Ambiente e também falou sobre a
expectativa em torno da Rio + 20.
“É importante que se compreenda
que a Rio + 20 é um evento da sociedade mundial e não dos governos e que o setor empresarial tem
um compromisso fundamental”,
O secretário do
Meio Ambiente
Eugênio
Spengler falou
sobre a nova
Lei Ambiental
da Bahia
observou. Ele ressaltou, no entanto, que é fundamental que as
agendas aconteçam, não apenas
voltadas para a Rio + 20, mas de
forma permanente.
O secretário executivo do Coema explicou, ainda, que com estas
reuniões, a indústria se prepara
para o fórum nacional, marcado
para o dia 14 de junho, no Rio de
Janeiro. “Vamos apresentar 16 publicações da CNI sobre A Indústria
e a Sustentabilidade, preparados
por cada uma das associações
(automotiva, mineração, etc.)”,
explica. De acordo com Shelley, a
indústria quer ser protagonista do
seu desenvolvimento no que diz
respeito à sustentabilidade. [bi]
Bahia Indústria 17
Competitividade
& câmbio
Economistas analisam o cenário
econômico e discutem os
efeitos da valorização do Real
frente ao dólar
POR patrícia moreira
ilustração murilo gomes
epois de fechar o ano de 2011 com
a economia brasileira registrando
ritmo de queda e o setor industrial
dando sinais de estagnação, situação que se manteve até fevereiro, o
mês de março revelou um cenário
um pouco mais animador. A pesquisa Indicadores Industriais, divulgada no dia 9 de
maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),
vai ainda mais longe e aponta para uma perspectiva
de melhor desempenho da indústria, ainda que moderado, no segundo semestre de 2012. Esta retomada é
atribuída aos efeitos positivos do Plano Brasil Maior,
lançado em 2011, e às recentes medidas envolvendo
os juros e o câmbio.
A equação juros altos e câmbio valorizado, que dominou a política macroeconômica do governo federal nos últimos anos, é apontada por vários economistas como principal fator de comprometimento do
desempenho da indústria, aliada a fatores externos,
como a crise nos países desenvolvidos e a concorrência dos países asiáticos, e internos, a exemplo do
Custo Brasil.
O Conjuntura em Foco de março, estudo do Insti18 Bahia Indústria
tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta
que a persistência de uma taxa de câmbio sobrevalorizada por longo período levou a uma diluição da
densidade das cadeias produtivas na economia e a
uma ruptura na estrutura industrial. Da mesma forma, a perda de participação do setor na renda nacional e no conjunto do emprego tem sido acompanhada, também, de uma redução da participação relativa
dos produtos manufaturados na pauta exportadora.
Embora no plano internacional a intervenção no
câmbio praticada pelos países emergentes tenha recebido críticas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que o país continuará intervindo para
conter a valorização do Real. A nova postura face ao
câmbio representa uma mudança radical por parte
do governo, conforme observa o vice-presidente da
Federação das Indústrias da Bahia e economista,
Reinaldo Sampaio. Segundo ele, até pouco tempo,
a retórica era outra. “O governo vinha resistindo à
ideia do monitoramento da taxa de câmbio, um resquício da visão neoliberal”. Um equívoco, na avaliação de Sampaio, pois, na realidade, todos os países
administram as taxas de câmbio. “Quem não o faz
são os Estados Unidos, com uma moeda que é reserva
Bahia Indústria 19
internacional, e a União Europeia,
com o euro, porque estabeleceuse uma lógica que, se comprarem
reservas, de certa forma, estariam
indicando que suas moedas não
são seguras”, analisa.
A consultora Mônica Romero
Marinho, da Fundação Getúlio
Vargas, especialista em comércio
exterior, também analisa como
acertada a adoção de uma política
de câmbio flutuante com intervenções do Banco Central. “Temos
que entender que a variação cambial está sendo provocada muito
mais por fatores externos que internos, em especial pela ‘sobra’
de dinheiro no mundo buscando
investimentos rentáveis e seguros.
O Brasil está oferecendo as duas
coisas. Claro que os investidores
estão aqui e quanto mais atraente o Brasil fica, maior volume de
moeda estrangeira entra no País,
mais valorizado fica o Real, com-
plicando a vida dos exportadores,
que precisam ficar alertas às oportunidades da moeda e não somente às suas perdas”, explica.
Desde 2005, conforme reportagem do Valor Econômico, o câmbio teve uma valorização de 40%
em termos reais, frente a uma cesta de 15 moedas, o que gerou dificuldades para a indústria brasileira. A tendência de valorização do
Real vem ocorrendo fundamentada não apenas nas taxas de juros
elevadas, mas também no baixo
nível de poupança doméstica e
na necessidade de atrair capitais
para financiar o déficit em conta corrente. Ocorre que a taxa de
câmbio, de acordo com Reinaldo
Sampaio, é o mais estratégico dos
preços macroeconômicos – além
das taxas de juros, inflação, lucro
e de salário –, e é parte importante
da problemática que inibe o desenvolvimento nacional.
COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2010/2011
2
1,9
1,8751
2011
1,8
1,7
1,6654
2010
1,6
1,5
1,4
Jan
Aspectos favoráveis
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.
EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2008/2011
2,5
2
1,77
1,5
Um dos segmentos mais afetados é o setor manufatureiro. No período 2004/2008, enquanto o PIB
registrou uma taxa média anual
de 4,8%, a indústria de transformação cresceu a 3,8%. No período
pós-crise mundial (2009/2011) a
média caiu para 3,3% para o PIB
e 0,2% para a indústria de transformação, que, em 2011, cresceu
apenas 1,1%.
O câmbio não só arbitra a importação e a exportação, destaca
Reinaldo Sampaio, mas também a
conta, os fluxos internacionais de
capital. E em países como o Brasil,
que adotam uma conta de capital
livre, o câmbio é um fator determinante nesses fluxos. “O problema é que o câmbio influencia os
salários, o consumo, a poupança
interna e o investimento, interfere
no processo de desenvolvimento
do país”, explica. Como consequência, os bens industriais produzidos no Brasil passam a custar
mais caro no mercado externo e a
empresa também perde competitividade interna, já que sua produção ficará mais cara do que a dos
importados, inibindo a taxa de lucro das empresas, que é determinante para novos investimentos.
2008
Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.
20 Bahia Indústria
2009
2010
2011
Mônica Romero aponta, no
entanto, que a situação pode se
reverter em oportunidade. Para
ela, a valorização do Real pode
tirar uma empresa do mercado ou
transformá-la em uma multinacional de sucesso. Ela explica que
uma das vantagens é a possibilidade de acesso a uma gama maior
de fornecedores (de partes e peças,
máquinas, equipamentos, matérias-primas e outros insumos) que
podem reduzir os custos internos
de produção. “O Real valorizado
valter pontes
viabiliza e estimula indústrias de
alto valor agregado. Veja o caso
da indústria de aviões nacional.
Se houver desvalorização do Real, implicará na alta do preço de
fabricação e montagem no Brasil”,
explica a consultora. E acrescenta:
“Temos que lembrar que a CNI,
em 1995 (há 17 anos), já identificava que produzir no Brasil é caro,
principalmente, pelo chamado
Custo Brasil”, observa.
Se por um lado as importações
podem reduzir o custo e aprimorar o produto nacional, explica
Mônica Romero, por outro, as indústrias nacionais passam a estar
mais expostas aos concorrentes
estrangeiros, mesmo no mercado
interno. Para ela, a internacionalização das empresas brasileiras
tornou-se uma necessidade de sobrevivência.
De acordo com a consultora, as
empresas devem “aproveitar o Real valorizado e o poder de compra
nele contido para adequar seus
produtos e serviços a um cliente
com opções mundiais de compra.
Deve investir em tecnologia, produtividade, capacitação de pessoal, etc. Se esta empresa, mesmo
que pequena, consegue sobreviver ao Custo Brasil, vendendo no
mercado interno, certamente ela
já pode pensar em investir na exportação”, defende Mônica.
Ela também entende que o Real apreciado pode se reverter em
estímulo ao investimento. “Se
ficarmos aqui aguardando que
as empresas estrangeiras entrem
com seus investimentos, em breve
teremos poucas empresas nacionais no mercado. Se, ao contrário,
as empresas nacionais se dispuserem à internacionalização (mesmo
que com parcerias com capitais
externos), a riqueza gerada pode-
Mônica Romero,
consultora da FGV,
defende que o câmbio
pode ser usado para
atrair investimento
rá ser preservada no País. Afinal,
a grande poupança nacional não
é alimentada pelo cofrinho das famílias, mas pelo lucro reinvestido
das empresas”, sintetiza.
Este entendimento, no entanto, não é unânime. Na avaliação
de Reinaldo Sampaio, “apostar
no desenvolvimento através da
poupança externa é uma ilusão,
porque o capital que entra para
investimento, ele o faz motivado pelas taxas de crescimento da
economia em desenvolvimento,
desde que sejam superiores às das
economias desenvolvidas e por
uma expectativa de lucro da atividade produtiva. Mas como essa
opção de poupança externa geralmente está associada a um câmbio
apreciado e a uma taxa de juros
elevada, estes capitais entram
com a finalidade eminentemente
especulativa e muito mais voltados para o consumo do que para o
investimento”, observa Sampaio.
Para o economista Oswaldo
Guerra (leia entrevista, p. 22 e 23),
professor da Universidade Federal da Bahia, pode ser estratégico
atrair o capital estrangeiro produtivo. “Mas para isso, crescimento
econômico, estabilidade de preços, regras estáveis e críveis, infraestrutura adequada e moderna,
mão-de-obra qualificada, e investimentos em ciência e tecnologia
são cruciais”, lembra.
Bahia Indústria 21
“O progresso depende da
capacidade de se criar uma
autêntica competitividade”
portados é um dos pontos contraditórios. Quanto maior o uso de insumos importados na exportação
das empresas desoneradas, menor
será o benefício relativo da empresa. Ou seja, a defesa da produção
doméstica via aumento dos custos
dos importados pode prejudicar
as exportações. Além disso, se o
plano lograr êxito em melhorar a
competitividade no curto prazo,
garantindo crescimento das exportações e dos saldos comerciais,
mais dólares entrarão no país, ajudando a valorizar o câmbio, algo
que o governo pretende conter. Se
o objetivo é deter as importações e
o plano conseguir isto, o resultado
vai na mesma direção.
Economista e professor da Ufba, Oswaldo Guerra
faz uma análise conjuntural dos efeitos do câmbio
Como o senhor analisa o uso do
câmbio como instrumento de controle da inflação?
Osvaldo Guerra – No Brasil e em
outros países latinoamericanos
que adotaram planos de combate
à inflação nas últimas duas décadas, a valorização cambial foi
usada como âncora dos preços
internos, uma vez que ela estimula a entrada de bens importados,
reforçando a oferta doméstica, e
reduz o custo de produção com as
matérias-primas importadas. Este
instrumento, contudo, não pode
ser usado indefinidamente, pois
ele gera efeitos colaterais adversos
sobre a produção local e o balanço comercial do país, na medida
em que faz crescer as importações
e desestimula as exportações. A
estabilidade duradoura de preços
exige ganhos de produtividade que
reduzam os custos de produção e
propiciem um aumento da competitividade autêntica da economia.
Quais os erros e acertos da política econômica do governo Dilma?
OG – O ponto positivo é a melhor
coordenação existente entre as
políticas monetária, fiscal, e cambial, fruto de uma maior aproximação entre o Ministério da Fazenda
e o Banco Central. Os erros talvez
decorram do fato de a política
econômica do governo Dilma ser
22 Bahia Indústria
ambiciosa, uma vez que ela possui múltiplos objetivos. O governo
quer conter a valorização cambial;
estimular a economia para que ela
cresça mais de 4% em um cenário
internacional francamente hostil;
defender a indústria nacional do
avanço das importações; incentivar a produção, a pesquisa e o
desenvolvimento
tecnológico;
aumentar a oferta de crédito para
pessoas físicas e jurídicas; reduzir
até onde for possível a taxa básica
de juros; cumprir a meta de superávit primário, e conduzir a inflação de volta para o centro da meta,
depois de ela ter alcançado o teto
de 6,5% em 2011. Diante de tantos
objetivos e da certeza que qualquer medida de política econômica gera custos e benefícios, o governo lança mão de instrumentos
que, muitas vezes, miram o curto
prazo ou se mostram, algumas vezes, contraditórios.
Há vários pontos defensáveis
no recente conjunto de medidas
que complementam o Plano Brasil
Maior, como a desoneração da folha de pagamentos e as renúncias
fiscais. Elas têm efeito equivalente a uma desvalorização cambial,
mas faltam medidas estruturais,
de longo prazo, focadas em temas
como redução de gargalos logísticos, sistema tributário, e melhoria
da educação. A Cofins sobre os im-
“
Há vários
pontos defensáveis
no recente
conjunto de
medidas
que complementam o
Plano Brasil
Maior
Qual o desafio para o governo em
relação ao câmbio?
OG –Vamos tomar como premissas
a meta de inflação explícita de 4,5%
e metas informais de crescimento,
em torno de 4%, e de câmbio entre
R$ 1,70 a R$ 1,80 por dólar para
preservar a indústria local. Se essas premissas estiverem corretas, a
queda da taxa básica de juros (Selic) contribui para que se alcance
as metas de crescimento e de contenção da valorização do Real, ao
reduzir os ganhos de arbitragem,
mas não ajuda o governo a fazer a
inflação voltar ao centro da meta.
Por outro lado, continuar permitindo que o Real se valorize penaliza
fortemente a produção doméstica
que sofre com o Custo Brasil (tributos, logística, educação, custo de
energia, etc.). O desafio, portanto,
é adequar a taxa de câmbio de modo que ela sirva como instrumento
de combate à inflação e, ao mesmo
tempo, preserve a indústria local e
as exportações. No que diz respeito à inflação, não acredito que ela
respeite, em 2012, o centro da meta
A produção da indústria baiana é destinada basicamente ao mercado interno. Até que ponto o câmbio
interfere no desenvolvimento industrial baiano?
OG – A indústria baiana é extremamente concentrada
na produção de bens intermediários, que são vendidos
internamente e exportados. O crescimento brasileiro
puxado pelo mercado interno e fomentado pela queda dos juros, expansão do crédito, aumento real de
salários e transferências deverá continuar a estimular
o comércio varejista na Bahia, mas tendo em vista a
incipiente base local na produção de bens duráveis
e não-duráveis ocorre uma espécie de vazamento de
renda para outras unidades da federação produtoras
desses bens. Diante desse quadro, da crise internacional e da valorização cambial, as expectativas para a
indústria baiana em 2012 não são muito otimistas. Os
números devem ser melhores que em 2011, pois não
haverá apagão nem grandes paradas programadas no
Polo de Camaçari, mas nada muito animador. As maiores possibilidades concentram-se nos investimentos
autônomos previstos em mobilidade urbana, especialmente na RMS ampliada, incluindo Feira de Santana,
e seus impactos sobre a construção civil.
de 4,5%, ainda que o Banco Central diga o contrário.
Está existindo no Brasil uma clara alteração de preços
relativos. A inflação de serviços, setor que responde
por cerca de 25% do PIB brasileiro, chegou a 9% em
2011 para um IPCA de 6,5%. Essa alteração não deve
se encerrar no curto prazo, pois não se pode importar
serviços, a oferta demora a reagir, e o setor responde
pouco a juros altos. Uma recessão muito forte, via contenção do consumo, seria necessária para reduzir a subida desses preços, algo que me parece descabido do
ponto de vista social e que certamente o governo não
estará disposto a assumir em ano eleitoral.
O Real valorizado compromete as exportações e atinge especialmente o agronegócio baiano, que outros
setores da economia baiana são afetados?
OG –Um cenário de baixo crescimento internacional
com valorização cambial pode dificultar não apenas
o agronegócio baiano, mas também setores exportadores de commodities e setores industriais que sofrem concorrência de produtos asiáticos. Estima-se
que cerca de 50% da indústria baiana depende de
exportações de produtos que têm seus preços fixados
internacionalmente, contra cerca de 10% na média
nacional. Ou seja, é um panorama que torna a economia baiana mais susceptível a este cenário.
O que é preciso para atingir maior competitividade?
OG –O progresso econômico depende da capacidade
dos países criarem uma autêntica competitividade
que, por sua vez, vincula-se à sua produtividade
(produzir mais e melhor, usando menos recursos que
seus concorrentes). Para isto, tornam-se necessários
esforços nas dimensões empresarial (investimentos
em modernização gerencial, inovação de produtos,
design, marketing, formas de comercialização, pósvendas, qualificação dos trabalhadores), estrutural
(aumento do porte dos grupos empresariais, maior
diversificação produtiva, ampliação da inserção
internacional das empresas, melhor articulação
empresarial ao longo das cadeias produtivas), e sistêmica (juros, câmbio, tributos, portos, estradas,
ferrovias, comunicações, educação, legislação de
um modo geral). Ou seja, é uma construção de longo prazo, envolvendo múltiplas variáveis e exigindo
uma permanente parceria entre Estado e iniciativa
privada. A história econômica brasileira é rica em
exemplos de políticas focadas quase exclusivamente no câmbio que geraram competitividade espúria
e ganhos de curto prazo, mas foram incapazes de
garantir uma competitividade autêntica aos setores
produtivos do país. [bi]
Bahia Indústria 23
Mobilidade, um
tema prioritário
POR Patrícia moreira e cleber borges
FOTOS joão alvarez
T
rês novas avenidas – Tamburugy, Atlântica e Linha
Viva –, requalificação da
Estação da Lapa e do entorno da Arena Fonte Nova, implantação de corredores viários para o
transporte de massa são projetos
da Prefeitura de Salvador para
solucionar os problemas de mobilidade urbana enfrentados por
Salvador e Região Metropolitana.
Os projetos estão prontos, mas caberá à próxima gestão municipal a
missão de torná-los realidade.
O prefeito João Henrique Carneiro (PP) foi o convidado da
reunião mensal do Fórum Empresarial da Bahia, realizada no dia
16 de abril, na sede da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), para falar de um tema que
é motivo geral de preocupação da
população e do setor produtivo:
mobilidade urbana. O evento reuniu os 21 membros do fórum, além
de secretários municipais e convidados, e foi uma oportunidade
para os empresários questionarem
o poder municipal sobre suas demandas e também para abrir um
canal de negociação entre o poder
público e alguns segmentos produtivos.
O presidente do Fórum e primeiro vice-presidente do Sistema
FIEB, Victor Ventin, explicou que
24 Bahia Indústria
Prefeito apresentou
no Fórum Empresarial
projetos para estruturar
Salvador para a Copa e
os próximos 25 anos
isso procuramos ouvir do prefeito
soluções para minorar o que já estamos sofrendo e evitar que isso
piore”. A conclusão final foi positiva, pela importância do tema,
mas “a constatação é que a cidade
tem projetos, mas faltam recursos
para implementá-los”, destacou
Victor Ventin.
metrô
o impacto negativo do problema
de mobilidade em Salvador e na
Região Metropolitana na atividade produtiva e na vida das
pessoas justificou a escolha do
tema e o convite ao prefeito. “O
tempo que nossos trabalhadores
levam no transporte para ir e vir
do trabalho, prejudica a todos e a
tendência é de agravamento. Por
O prefeito
João Henrique
Carneiro
apresentou
cesta de
projetos para
Salvador
Durante sua explanação, seguida de apresentações de secretários
municipais, o prefeito falou sobre
o metrô de Salvador e assegurou
sua intenção de iniciar as operações ainda no final deste semestre.
Segundo ele, não é razoável o argumento de que o metrô não deve
entrar em operação por ter apenas
seis quilômetros. Ele lembrou que
os metrôs de São Paulo e Rio de
Janeiro foram implantados com
extensões de 7 e 4 quilômetros,
respectivamente. De acordo com
João Henrique, o trajeto da Lapa à
Rótula do Abacaxi se faz em seis
minutos, sem paradas, e “a população tem o direito de usufruir
desse benefício”.
O prefeito também detalhou
a Rede Integrada de Transporte,
iniciativa que faz parte do projeto
Salvador Capital Mundial e integra as ações de mobilidade para
a Copa do Mundo de 2014. Ele fa-
Dinheiro para
financiar boas
iniciativas
Soluções para
desafogar
o trânsito
na Avenida
Paralela,
com vias
alternativas e
transporte de
massa, foram
apresentadas
lou das avenidas projetadas para
atender à demanda de crescimento de Salvador para os próximos
25 anos, mas que dependem de
recursos e de parcerias com a iniciativa privada.
Os empresários também aproveitaram para apresentar suas
reivindicações, em especial, em
relação ao decreto que regulamenta a carga e descarga em Salvador.
Renato Tourinho, representante
da Associação Baiana dos Agentes de propaganda (ABAP), cobrou
soluções de requalificação da Orla
de Salvador. O Instituto Miguel
Calmon, representado por Adari
Oliveira, cobrou ações voltadas
para revitalizar e gerar receitas na
região do entorno do Porto de Salvador e pediu o apoio político do
prefeito para cobrar da Codeba a
promessa de realizar licitação para ampliação do Porto.
Pequenos e médios empresários
que queiram abrir ou expandir negócios visando aproveitar o boom
de consumo que virá com a aproximação da Copa do Mundo da Fifa
2014 e da Copa das Confederações,
em 2013, têm uma boa notícia. BNDES, Banco do Nordeste e Desenbahia abriram linhas de financiamento específicas, com juros aceitáveis, para tais iniciativas.
São linhas com juros anuais
de 6% a 20%, que podem servir
de atrativo para o surgimento de
novos negócios, incluindo o financiamento de restaurantes, lojas de artesanato, bares, fábricas
de souvenirs, pousadas e hotéis,
etc. Dinheiro para quem pretende
investir em um novo negócio não
será problema, afirma o superintendente do Banco do Nordeste na
Bahia, Nilo Meira Filho. O banco,
que já financiou R$ 238 milhões
provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste (FNE) para a reconstrução da Arena Fonte Nova, dispõe
também de R$ 300 milhões para
apoiar o setor hoteleiro baiano,
sem falar em recursos para outros
segmentos.
“Somente na área hoteleira, 30
empresas locais já manifestaram
interesse ou já requisitaram recursos para ampliação ou modernização”, afirmou Nilo Meira, durante
o evento “Salvador e os Megaeventos Esportivos – Como Financiar
seu Projeto”, realizado dia 17 de
abril, na FIEB, uma promoção do
Escritório Municipal da Copa, da
Prefeitura de Salvador, e do Fórum
de Empresários da Bahia. [bi]
Bahia Indústria 25
indicadores Números da Indústria
Atividade industrial cai,
mas sinaliza recuperação
Produção física anualizada caiu
0,4% em fevereiro, contra redução
de 3,1% registrada em janeiro
A
produção física anualizada da indústria de transformação da Bahia apresentou redução de 0,4%
em fevereiro último, após registrar
queda de 3,1% em janeiro, sinalizando a trajetória de recuperação
da atividade produtiva industrial.
No entanto, o Estado ainda figura
entre os que apresentam resultados negativos, ocupando o oitavo
lugar no ranking dos 13 estados
que participam da pesquisa industrial do IBGE (denominada PIMPF-R). Tal resultado pode ser atribuído à retração de três dos oito
26 Bahia Indústria
segmentos pesquisados: Veículos
Automotores (-12,5%), Metalurgia
Básica (-8,7%) e Refino de Petróleo
e Produção de Álcool (-7,2%). Por
outro lado, apresentaram resultados positivos os segmentos de Alimentos e Bebidas (6,9%), Produtos
Químicos/Petroquímicos (5,2%),
Minerais não-metálicos (3,7%) e
Borracha e Plástico (3,5%).
Comparando o desempenho de
fevereiro de 2012 com o de igual
mês do ano anterior, a produção
física da indústria de transformação baiana apresentou um surpreendente crescimento de 21,6%
(contra uma queda de 4,4% da
média nacional). Cinco dos oito
segmentos da Indústria de Transformação registraram crescimento
da produção, o principal deles o
de Produtos Químicos/Petroquímicos (91,4%), devido ao crescimento na produção de etileno nãosaturado e de polietileno de alta e
baixa densidade, mas principalmente por levar em conta a baixa
base de comparação, uma vez que
em janeiro de 2011 houve recuo
no setor de 29,4%, decorrente de
paralisação parcial da produção
da Braskem, com a parada de ma-
nutenção em novembro e dezembro nas unidades de
Olefinas 2, Utilidades, PE2, PE3 e PVC.
pesquisa industrial mensal produção física - bahia
Variação (%)
Setores Fev12/Fev11Jan-Fev 12/Jan-Fev 11/
Mar 11-Fev 12Mar 10-Fev 11
Chope e cerveja
Outros segmentos com bom desempenho: Alimentos e Bebidas (alta de 12,3%), em função do crescimento no verão da produção de cerveja, chope e
produtos derivados do cacau (manteiga, gordura e
óleo), além do óleo de soja em bruto e de farinhas e
“pellets” da extração do óleo de soja; Celulose e Papel (10,3%), devido ao aumento na produção de celulose; Metalurgia Básica (4,7%,) e Minerais não-metálicos (1,9%). O segmento de Borracha e Plástico manteve-se estável. Porém, dois segmentos registraram
queda na atividade: Veículos Automotores (-27,2%),
com a redução na produção de automóveis; Refino
de Petróleo e Produção de Álcool (-3,9%), pela menor
produção de óleo diesel e naftas para petroquímica.
Percebe-se que os segmentos produtores de commodities, mais influenciados pela conjuntura internacional adversa, seguem apresentando resultados
inferiores aos verificados nos segmentos mais voltados ao atendimento do mercado interno e produtores de bens finais. A expectativa é que a indústria de transformação baiana apresente resultados
positivos nos primeiros meses de 2012, em função,
principalmente, da base de comparação deprimida
relacionada aos efeitos da interrupção do fornecimento de energia elétrica em fevereiro de 2011, que
comprometeu parte da produção das empresas localizadas no Polo Industrial de Camaçari. [bi]
Extrativa
-3,7
-5,1
-4,7
Tranformação
21,6
13,8
-0,4
Alimentos e bebidas
12,3
8,0
6,9
Celulose, papel e prod. de papel
10,1
-6,4
-3,2
Refino de petróleo e álcool
-3,9
1,9
-7,2
Produtos químicos
91,4
52,3
5,2
Borracha e plástico
0,0
4,1
3,5
Minerais não metálicos
1,9
1,1
3,7
Metalurgia básica
Veículos automotores
4,7
1,6
-8,7
-27,2
-13,7
-12,5
bahia: pim-pf de julho 2011
Variação (%)
Setores Fev12/Fev11Jan-Fev 12/Jan-Fev 11/
Mar 11-Fev 12Mar 10-Fev 11
Indústria de Transformação (1)
Refino de Petróleo e
Prod. Álcool
Produtos Químicos/
Petroquímicos
Veículos Automotores
Alimentos e Bebidas
Celulose e Papel
Metalurgia Básica
Borracha e Plástico
Minerais não-metálicos
Extrativa Mineral
21,6
13,8
-0,4
-3,9
1,9
-7,2
91,4
-27,2
12,3
10,1
4,7
0,0
1,9
-3,7
52,3
-13,7
8,0
-6,4
1,6
4,1
1,1
-5,1
5,2
-12,5
6,9
-3,2
-8,7
3,5
3,7
-4,7
Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI
(1)
De acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) 2006 (divulgada em junho de 2008), os 8 segmentos
acima arrolados somaram 83,5% do Valor da Transformação Industrial (VTI) do Estado da Bahia, em 2006.
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2010 - 2012)
140
135
2010
130
125
2012
120
115
2011
110
105
100
95
DEZ
NOV
OUT
SET
AGO
JUL
JUN
MAI
ABR
MAR
FEV
JAN
90
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)
Bahia Indústria 27
Polo de
Informática
fortalecido
POR patrícia Moreira
e Carolina mendonça
A
fetado pela crise econômica de 2009, que levou
ao fechamento de unidades e à reestruturação
das que sobreviveram, o Polo de
Informática de Ilhéus dá sinais
de que vive um novo momento e
busca se mobilizar internamente
enquanto as principais demandas
infraestruturais do segmento não
se resolvem. Com este propósito,
Associação recémcriada vai reunir
empresas do Polo
de Informática de
Ilhéus em torno das
demandas do setor
foi criada, no dia 11 de abril, a Associação das Indústrias de Eletroeletrônicos, Telecomunicações e
Informática do Polo de Ilhéus (Assipi), que visa estimular o desenvolvimento e a competitividade do
segmento industrial de eletroeletrônica e informática.
Para Christian Villela Dunce,
presidente da Assipi e proprietário
da Daten Tecnologia Ltda., a criação da Associação é o marco inicial de uma série de ações que serão propostas visando superar os
joão alvarez
Christian Villela
Dunce assumiu
em 11 de abril
a presidência
de nova
Associação das
Indústrias de
Informática
28 Bahia Indústria
desafios enfrentados pelo setor. A
iniciativa visa também promover
o desenvolvimento econômico da
região. “Queremos representar os
empresários, atrair investimentos
para Ilhéus e, acima de tudo, sermos um agente transformador”,
afirmou, quando tomou posse na
presidência da entidade.
A Assipi vem se somar ao Sindicato das Indústrias de Aparelhos
Elétricos, Eletrônicos, Computadores, Informática e Similares dos
Municípios de Ilhéus e Itabuna do
Estado da Bahia (Sinec), para formular as demandas do segmento
e sua criação foi bem recebida. “O
Sinec, juntamente com a Assipi e o
apoio do Sistema FIEB – que está
implementando sua política de interiorização e vai dar suporte nas
ações de qualificação da mão de
obra – fortalecem o setor”, explica
Gentil Pires Filho, presidente do
sindicato.
O presidente da FIEB, José de
Freitas Mascarenhas, elogiou a
iniciativa e assegurou que o Sistema FIEB vai oferecer suporte aos
projetos propostos pela Assipi.
“Como instituição, não temos como fazer a interlocução com cada
empresário da região, portanto, a
clodoaldo ribeiro
associação certamente fará este
diálogo com o setor para que possamos apoiá-los de acordo com suas demandas”, acredita.
PERSPECTIVAS
Em paralelo à mobilização institucional em torno de entidades
representativas, a WDC Networks
– Livetec, empresa que está no
Polo desde 2004, anuncia a ampliação da sua unidade na Bahia,
com incremento na sua escala de
produção, incluindo no portfólio
produtos destinados à nova tecnologia de banda larga.
O Polo de Informática de Ilhéus
é hoje a principal fonte de arrecadação da região, de acordo com o
presidente do Sinec, Gentil Pires
Filho, mas nem por isso vem recebendo a devida atenção. Entre
as principais demandas do setor
está a atração de uma empresa
âncora, que solidifique o polo, e a
mobilização por investimentos em
infraestrutura para dotar a região
de uma logística moderna, que
permita um melhor escoamento
da produção.
Criado em 1995, o Polo de Informática teve seu auge entre 2007
e 2008, mas a falta de políticas
específicas para o segmento e a
crise econômica de 2009 comprometeram o seu desenvolvimento.
O fechamento do aeroporto para
operações de carga e descarga, em
setembro de 2008, também atingiu
em cheio o Polo de Ilhéus, que viu
o volume de produtos embarcados
por via aérea reduzir de 120 toneladas/mês para zero.
Nos anos de melhor performance, entre 2007 e 2008, o faturamento foi superior a R$ 2 bilhões
anuais, com a geração de 2.300
a 2.400 empregos diretos e mais
de 1.600 empregos temporários,
além de empregos indiretos. Hoje,
o complexo industrial gera entre
1.400 e 1.500 empregos diretos e a
estimativa dos empresários é que
o faturamento situe-se em torno
Operários
trabalham
na linha da
montagem da
Invix, fábrica
que integra o
Polo de Ilhéus
de R$ 1,3 bilhão mensal. Não há
números expressivos quanto à
contratação de temporários.
Em meio às dificuldades infraestruturais e à desaceleração da
atividade industrial do setor, a
ampliação da planta da WDC Networks - Livetec, que até o final do
mês de maio inaugura nova sede,
é motivo de comemoração. Instalada desde 2004, produzindo equipamentos de telecomunicações,
tais como sistemas wireless, com
a nova filial, a WDC-Livetec estará
ampliando a capacidade produtiva desses produtos e iniciará a
produção de novos equipamentos
de internet via fibra-ótica, os chamados FTTH (Fiber to The Home),
que será a nova tecnologia de acesso de alta velocidade a ser adotada
pelas operadoras a partir de 2012.
Constituída com capital cem por
cento nacional, a Livetec mantém
parcerias com empresas americanas e chinesas, fornecedoras de
produtos de informática. [bi]
Bahia Indústria 29
painel
joão alvarez
Estagiários do Sistema FIEB participaram das atividades de lançamento do novo programa
Atração de novos talentos
Modernizar o programa de estágio e torná-lo mais atrativo às novas gerações que chegam ao
mercado, oferecendo uma perspectiva de carreira no âmbito do Sistema FIEB, é o objetivo da
proposta de reestruturação apresentada no dia 10 de abril. A ideia é aprimorar a captação e a
retenção de talentos para atuar nas unidades do sistema. O programa foi lançado pelo diretorexecutivo interino do Sistema Fieb, Leone Peter Andrade, que chamou a atenção para a
demanda crescente por mão de obra qualificada. O superintendente de Gestão de Pessoas,
Renan Bodra Machado, observou que a necessidade de preparar novos talentos é imperativa e
a reformulação do programa de estágio atende à necessidade de preparar sucessores.
Premiação para boas práticas ambientais
Difundir práticas de gestão para uso de tecnologias limpas na otimização de processos
produtivos, estimular a participação e a conscientização da sociedade nas questões
ambientais, além de disseminar os princípios do desenvolvimento sustentável são os objetivos
do Prêmio FIEB Desempenho Ambiental, que está com inscrições abertas. Em sua 10ª edição,
o prêmio é promovido anualmente pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia, por
intermédio do seu Conselho de Meio Ambiente (Comam), e é voltado para micro, pequenas,
médias e grandes indústrias em atuação na Bahia. O tema escolhido para este ano é Economia
Verde, o que permite que as ações envolvam questões sociais e a redução da desigualdade,
temas que se afinam com a conferência mundial Rio + 20, que se realizará no Rio de Janeiro,
de 13 a 26 de junho. As inscrições podem ser feitas até 16 de julho e a premiação será entregue
em 16 de agosto. Para maiores detalhes, consultar o regulamento no portal fieb.org.br, onde
também está disponível a ficha de inscrição. Outras informações com o Comam, nos telefones
3343-1260 / 1597 e pelo email [email protected].
30 Bahia Indústria
Inovação
para crescer
Competitividade é a
palavra-chave quando se
fala em inovação. Visando
oferecer a empresários e
líderes empresariais que
atuam em processos de
inovação de micro e
pequenas empresas
industriais as ferramentas
para superar este desafio, o
Instituto Euvaldo Lodi –
Bahia (IEL-BA) oferece o
curso Gestão da Inovação. A
proposta é auxiliar as
empresas na elaboração e
implantação de planos de
gestão. Em Salvador, o curso
acontece de 21 a 25 de maio
e de 25 a 29 de junho (2ª
turma); em Vitória da
Conquista, de 11 a 15 de
junho, em Teixeira de
Freitas, de 9 a 13 de julho, e
em Guanambi, de 23 a 27 de
julho. Informações no site
do IEL-BA, no portal fieb.
org.br, e pelos seguintes
contatos: Salvador: (71)
3343-1288, iel.inovacao@
fieb.org.br; Sudoeste: (77)
3422-3814 – [email protected].
br; Eunápolis: (73) 32817954, [email protected].
br e Teixeira de Freitas: (73)
3291-0621, ieltxfreitas@fieb.
org.br. A iniciativa faz parte
da Mobilização Empresarial
pela Inovação (MEI), uma
iniciativa da Confederação
Nacional da Indústria em
parceria com o IEL-BA,
Sebrae, Secretaria de
Tecnologia e Inovação do
Estado e a Fundação de
Amparo a Pesquisa do
Estado da Bahia.
Novo estatuto amplia ações do CIEB
FIEB comemora o fim da guerra dos portos
O programa de expansão para o interior do Centro das
Indústrias do Estado da Bahia (CIEB),
iniciado há cerca de um ano e meio,
voltado prioritariamente para as
regiões oeste, sul, sudoeste e
norte da Bahia, agora ganha um
reforço com as alterações no seu
Estatuto e no Regulamento
Eleitoral, aprovados em
Assembleia Geral Extraordinária,
realizada no dia 26 de abril, na sede
da Federação das Indústrias do Estado
da Bahia, sob a presidência do diretor-presidente José de
Freitas Mascarenhas. As novas regras tratam das atribuições
de diretor e vice-presidente, ampliam orientações e
regulamentam a expansão do CIEB no interior. De acordo
com o gerente-geral do CIEB, Evandro Mazo , uma das
alterações do Estatuto permite que não apenas as empresas
do segmento industrial possam se filiar ao Centro, mas
também as empresas aderentes, pertencentes à cadeia de
valor da indústria.
A aprovação no Senado do Projeto de Resolução 72/2011, que
acaba com a chamada “guerra dos portos” entre os estados
brasileiros foi comemorada pela Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), que foi signatária de campanha
comandada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI)
contra a medida protecionista praticada por dez estados da
Federação. Na avaliação da FIEB, a “guerra dos portos” é
uma deformação ainda mais nociva da guerra fiscal e uma
prática antipatriótica por impedir o desenvolvimento
nacional. A prática consiste na concessão de isenção fiscal
para mercadorias importadas que entram no país por estes
portos, o que torna o produto importado mais barato que o
nacional. Os efeitos são nocivos à economia, comprometendo
a geração de empregos. Com a aprovação da PR nº 72, que
entra em vigor em janeiro de 2013, a alíquota de Imposto
Sobre Mercadorias e Serviços fica unificada em 4% na
taxação de importados em operações interestaduais. A
medida foi aprovada em votação realizada no dia 24 de abril
e vale não apenas para produtos importados como também
para os que usem mais de 40% de matéria-prima importada
durante o processo de industrialização.
vater pontes
1° de Maio - Em comemoração ao Dia Internacional do Trabalho, o SESI-BA realizou uma série de atividades esportivas e
de lazer para a comunidade e trabalhadores da indústria. Do SESI Itapagipe, às 9h30, saiu um passeio ciclístico aberto ao
público, que circulou pelas principais ruas e avenidas do bairro. Nas unidades Itapagipe e Simões Filho, foram promovidos
torneios de futsal, futebol de cinco, futebol de campo, natação, damas, dominó, entre outros. Os industriários e seus filhos
puderam ainda aproveitar banho de piscina, show, recreação, jogos de salão, apresentações e aulas de dança.
Bahia Indústria 31
João Alvarez
SENAI testa
nova fórmula
de biodiesel
Equipe do Cimatec participa de projeto para
avaliar impacto no motor e componentes de
mistura com 20% de combustível vegetal
O
s veículos que circulam
com biocombustível no
país utilizam uma mistura
com 5% de biodiesel. Para aumentar a proporção de combustível vegetal, a Petrobras e parceiros, entre eles o SENAI Cimatec, estão desenvolvendo testes em todo o país
para avaliar o impacto do aumento
da concentração de biodiesel. Na
Bahia, está sendo desenvolvido o
Projeto B-20 com veículos rodoviários, modelos Ford Ranger e Ford
Transit. A ideia é verificar ocorrências nos motores e componentes
em contato com o combustível com
20% de biodiesel e 80% de diesel.
Este projeto é financiado pela Petrobras, com recursos da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), e conta com parceiros como a Unifacs e
a própria indústria, a exemplo da
Ford, Mahle, Continental, TI Automotive e Michelin.
De acordo com Luciano Santos
Azevedo Souza, gerente da área
de Mobilidade do SENAI Cimatec e um dos gestores do projeto,
os resultados deste estudo ainda
não têm data para serem divulgados. Previsto para durar um ano e
meio, o projeto foi iniciado em fevereiro de 2011 e a primeira etapa,
32 Bahia Indústria
que prevê o cumprimento de 100
mil quilômetros pelos carros, termina em junho. Ao SENAI Cimatec cabem os testes de campo nos
oito veículos e sua manutenção, a
aquisição de equipamentos e o envio de informações para os demais
parceiros do projeto. Terminada
esta etapa, os carros serão submetidos a testes de retomada, ensaios
de emissões e serão avaliadas as
condições dos motores e componentes dos veículos que tiveram
interface com a mistura B-20.
A experiência do SENAI Cimatec foi apresentada em Salvador
no 5º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e no
8º Congresso Brasileiro de Plantas
Oleaginosas, Óleos, Gorduras e
Biodiesel, realizado no Centro de
Convenções, em Salvador, de 16
a 19 de abril. Durante o evento, os
veículos utilizados no Projeto B-20
foram colocados em exposição.
Além da experiência com o B-20,
Luciano Azevedo apresentou os
resultados de uma pesquisa que
ele desenvolve há seis anos no
SENAI Cimatec sobre o impacto
da adição do biodiesel ao diesel
marítimo. Hoje, a Resolução nº 52
da Agência Nacional de Petróleo
Luciano
Azevedo Souza
é o líder
responsável
pelo Projeto
B-20 no âmbito
do SENAI
Cimatec
(ANP) proíbe a mistura, mas os estudos desenvolvidos pela equipe
do Cimatec demonstram sua viabilidade. O trabalho foi destacado
com o prêmio Ciência, Tecnologia
e Inovação em Biodiesel.
O congresso foi aberto pelo
ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovação, Marco Antonio Raupp,
que falou do desafio do desenvolvimento de novas tecnologias para
explorar outras matérias-primas
na produção de biocombustível
para reduzir as emissões de carbono; e, no plano social, fortalecer
a agricultura familiar, enquanto
fornecedora de matéria-prima. [bi]
ideias
O uso sustentável da água e os 20 anos da ECO 92
por Jair Meneguelli
Pode ser clichê falarmos do uso
consciente da água no dia Mundial
da Água. Mas esta verdade ninguém pode contestar: cada membro da sociedade – independentemente de cargo, título, posses ou
nível social – tem a obrigação de
cuidar do bem mais importante para a garantia da sobrevivência do
ser humano no planeta, a água.
O despertar para essa consciência demorou. Ele aconteceu só
nos anos 1980, depois de muito
desperdício. Foi nesse período que
a bandeira da sustentabilidade começou a ser levantada, o que motivou chefes de Estado de 179 países
a participarem da ECO 92, no Rio
de Janeiro, em 1992. A conferência
mundial consagrou a ideia do desenvolvimento sustentável, de um
modelo de crescimento econômico
menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.
Um dos principais resultados do
evento foi a assinatura da Agenda
21, documento em que cada país se
comprometeu a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual
governos, empresas, organizações
não-governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para
os problemas socioambientais.
O documento aponta caminhos
e define as responsabilidades de
cada agente social na busca do
desenvolvimento sustentável. Um
deles, em particular, trata diretamente do papel da indústria nesse
processo. Destaca que as empresas
“podem desempenhar um papel
importante na redução do impacto
sobre o uso dos recursos e o meio
ambiente por meio de processos
de produção mais eficientes, estratégias preventivas, tecnologias
e procedimentos mais limpos de
produção ao longo do ciclo de vida
do produto, assim minimizando ou
evitando os resíduos”.
Muitas indústrias já estão atentas a isso. Por meio da adoção de
projetos de sustentabilidade, cada
vez mais, elas cumprem seu papel
de cuidadoras do meio ambiente.
Algumas iniciativas destacam-se,
como a geração de energia limpa e
renovável, gerenciamento de resíduos, proteção da água e do solo,
redução de ruído, purificação do ar
e conservação da natureza.
O Sistema Indústria também está cumprindo o seu papel. O Conselho Nacional SESI, por exemplo, já
desenvolve programas que visam à
sustentabilidade. O programa Cozinha Brasil, implantado em todo o
país, promove cursos de educação
alimentar que ensinam a população a se alimentar melhor – aproveitando os alimentos integralmente com a utilização de cascas, talos,
folhas e sementes – diminuindo o
desperdício em suas casas.
Já o projeto ViraVida, capacita
e insere no mercado de trabalho
jovens vítimas de abuso e exploração sexual em 15 estados. Além da
qualificação, os alunos – que têm
idades entre 16 e 21 anos – recebem
atendimento psicossocial, médico, odontológico e reforço escolar.
Empresas públicas e privadas têm
apoiado o projeto e cumprido um
importante papel de responsabilidade social ao empregar esses
jovens.
Jair Meneguelli é
presidente do
Conselho
Nacional do SESI
Mas sabemos que podemos fazer mais. Temos a oportunidade de
trabalhar com um público jovem,
com pessoas preocupadas com o
desperdício, em mudar conceitos,
interessadas no consumo consciente. Pensando assim, o Conselho
Nacional do SESI atuará também
no campo da proteção ambiental.
O ponto de partida será apoiar o
programa Produtor de Águas, da
Agência Nacional de Águas (ANA),
que visa à melhoria da qualidade
da água e ao aumento das vazões
médias dos rios em bacias hidrográficas de importância estratégica
para o país. Para a primeira etapa
do trabalho – que é a recuperação
da Bacia do Pipiripau, no DF – o
SESI fará a doação de 50 mil mudas
nativas do Cerrado. O objetivo é a
recomposição florestal da bacia,
que é a principal responsável pelo
abastecimento de água das cidades
de Planaltina e Sobradinho.
O nosso próximo passo é analisar a realização de iniciativas
sustentáveis dentro dos projetos
Cozinha Brasil e ViraVida. Esperamos, dentro de um curto período,
desenvolver projetos que envolvam a sustentabilidade ambiental em todo o país. Estamos em
congruência com os objetivos da
Rio+20, renovando o compromisso político com o desenvolvimento
sustentável. A Conferência deverá estabelecer também uma nova
agenda sobre o tema para as próximas décadas, além de debater
“a economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza” e a “estrutura institucional do desenvolvimento sustentável”. [bi]
Bahia Indústria 33
leitura&entretenimento
danilo canguçu/divulgação
teatro
Nelson Rodrigues em sete cenas
Baseada na obra A vida como ela é, de Nelson Rodrigues,
Atire a Primeira Pedra é uma divertida comédia musical
que apresenta o universo rodrigueano em sete cenas. O
texto tem adaptação de Cleise Mendes e Fernando Santana
e apresenta mulheres que explodem seus desejos
reprimidos e fazem valer sua vontade, vivendo o ônus e o
bônus destas escolhas. A direção do espetáculo é de Luiz
Marfuz. Atire a Primeira Pedra estreou em novembro de
2008 e desde então a peça já foi assistida por um público de
mais de 5 mil pessoas.
não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 20 horas, até 27.5, R$ 30 e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060
Alessandra Novhais/Divulgação
As aventuras de Pirulão e Catarina
As Rimas de Catarina é um espetáculo infanto-juvenil que
recorre às técnicas do teatro de animação para contar uma
divertida história que se passa no mundo do faz de conta.
A narrativa apresenta a aventura do saltimbanco Pirulão,
que nas suas andanças em busca de alimento conhece a
meiga pasteleira Catarina, uma linda jovem que trabalha
noite e dia fazendo doces e salgados para o seu cruel
patrão Leopoldo vender no Chapadão. A moça sonha em
ganhar o mundo, mas está presa a Leopoldo por um
contrato que a impede de partir.
não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 16 horas, até 27.5, R$ 20 e R$ 10 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060
livros
100 anos de Carlos Drummond
Em homenagem aos 100 anos de Carlos
Drummond de Andrade (1902-1987), um
dos grandes nomes da poesia do século
XX, a Companhia das Letras lança coleção
de quatro obras, que reúnem depoimentos
Claro Enigma
líricos, lúcidos e poderosos sobre o amor,
Carlos Drummond de
a política, os costumes, a família, a
Andrade, Companhia
memória e o Brasil. Clássicos como Claro
das Letras
144 p.
enigma, Contos de aprendiz e Fala,
R$ 29
amendoeira estarão à disposição dos
R$ 19,50 (e-book)
leitores com um projeto gráfico totalmente
moderno.
34 Bahia Indústria
Os próximos 100 anos
Onde e por que futuras guerras
acontecerão? A fim de responder a esta
questão, o fundador da Strategic
Forecasting (Stratfor), maior agência de
estratégia e inteligência do mundo, George
Os Próximos 100
Friedman mapeia o cenário histórico dos
anos – Uma previsão
padrões geopolíticos contemporâneos.
para o século XXI
Além disso, identifica quais países
George Friedman,
Best Business
ganharão e perderão poder político e
308p.
econômico, de modo a apontar como as
R$ 49,90
novas tendências culturais e tecnológicas
irão transformar o modo de vida.
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36 Bahia Indústria
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