OFICINA “POLÍTICAS PARA ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS – ALAGOAS”, RELATÓRIO, 1/2
Data: 5 de outubro de 2010.
Local: sede estadual do SEBRAE/AL, salas 2 e 3 do Centro de Gestão de Excelência Nacional – CEGEN,
das 14:55 às 18:20 horas.
Instituições participantes: GTP APL, Coordenação Estadual APLs/AL, MDIC, BNDES, SEBRAE, SEPLAN,
SEAGRI, SEMARH, UFAL, MDA, AFAL, BNB, CEF, BRADESCO, gestores APLs, bolsistas CNPq, produtores
rurais, empresários, cooperados e gestores de cooperativas; em torno de 60 participantes.
Principais pontos destacados no estudo “Análise do Mapeamento e das Políticas para APLs no Norte
e no Nordeste do Brasil – Alagoas” (transcrição de suas conclusões):
1. A política de APLs é a principal linha de ação na indução do desenvolvimento local de Alagoas;
2. Contudo, são necessárias políticas de suporte com objetivos mais sistêmicos: indução ao crescimento do
mercado interno; substituição de importações regionais; e capacitação da mão de obra voltada para a
inovação e educação básica;
3. A política de APL precisa estar articulada com as macropolíticas do país e também com as políticas de
desenvolvimento do próprio Estado;
4. O conceito de APL que norteia a política estadual é o mesmo utilizado nesta pesquisa, porém há uma
distância entre o conceito e a sua aplicação prática;
5. Há um viés da política para as MPEs e para a inclusão social – coordenação do PAPL e critérios de
seleção;
6. A relevância das políticas de APLs para Alagoas está no estímulo à estruturação da governança dos
arranjos, o que foi verificado por meio de muitas ações voltadas para a coordenação dos APLs;
7. A política carece de mais ações de reforço institucional, necessárias à criação de um ambiente propício à
evolução dos arranjos;
8. Outra vantagem da política está na estabilidade de sua condução - desde 2000 existem ações de diversos
órgãos públicos e privados e em 2003 passou a fazer parte de uma política de Estado;
9. Uma limitação da política de APLs está na falta de instrumentos para perceber a dinâmica evolutiva dos
arranjos – APLs identificados a partir de indicadores voltados para redução de desigualdades sociais e de
vocações locais, sem base nas capacidades produtivas e de articulação para a inovação;
10. Outra lacuna refere-se aos instrumentos de avaliação do desempenho dos arranjos para refletir estruturas
produtivas e inovativas bem articuladas;
11. Desafios comuns aos APLs: melhoria e implantação de infraestrutura de apoio às atividades produtivas;
melhoria do arranjo institucional; e aumento da participação efetiva dos agentes econômicos em
cooperativas e associações;
12. Diante do quadro atual da economia alagoana e da avaliação da inserção dos APLs nos fluxos comerciais
do estado, conclui-se que são necessários esforços na direção da diversificação produtiva de Alagoas e
13. Sendo política de Estado, o PAPL necessita de maiores articulações com outras políticas de
desenvolvimento e fomentar arranjos que possuam grandes empresas ou uma empresa âncora.
Principais pontos de convergência entre o estudo e a posição dos participantes:
(pontos positivos conforme participantes; ver quadro Outras Considerações)
1. Único Estado em que o PAPL é efetivamente um Programa de Governo;
2. Muito boa interação entre os parceiros institucionais do programa;
3. O adensamento produtivo dos APLs é uma etapa já superada;
4. Mesmo consideradas as deficiências e senões, o sistema avança progressivamente.
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Principais pontos de divergência entre o estudo e a posição dos participantes:
(pontos negativos conforme participantes; ver quadro Outras Considerações)
1. Assistência técnica inexistente ou deficiente.
2. Falta de estrutura para elaboração de projetos e muitas exigências nestes;
3. Grande informalidade e falta de documentação são empecilhos à regularização;
4. Agregação de valor aos produtos e sua adequada comercialização são desafios a enfrentar;
5. Falta de infraestrutura, notadamente a pública;
6. No panorama estadual, grande concentração de renda e na escala das atividades econômicas;
7. Falta de zoneamento ecológico econômico e uso de planilhas de custos não compatíveis com a realidade;
8. Falta de capacitação e/ou de condições para aplicar eventuais capacitações e
9. Inexistência de parâmetros e instrumentos para bem avaliar a evolução do sistema.
Proposições para sanar os pontos críticos levantados pelo estudo:
1. A pesquisa da profa. Cecília Lustosa propõe uma coordenação de projetos para cada APL;
2. Demandar mais veementemente uma estrutura hábil de assistência técnica;
3. Persistir na sintonia mais fina entre as instituições interessadas no processo;
4. Investir mais no aproveitamento da capacidade das universidades e das instituições de pesquisa locais;
5. Demandar do Governo Estadual o aumento e a otimização dos recursos para a infraestrutura;
6. Analisar em maior detalhe a governança do sistema e seus relacionamentos, para correção de rotas;
6. Valorizar mais as condições, aptidões e demais circunstâncias peculiares ao Estado;
7. Valer-se mais da assessoria de instituições como o MDIC e o BNDES e
8. Interagir mais eficientemente para melhor valer-se da capacidade operacional do sistema como um todo.
Encaminhamentos:
1. Demandar maior e contínuo apoio de instituições como MDIC e BNDES;
2. Investir em reuniões junto aos APLs para trato dos assuntos evidenciados nas oficinas;
3. Solicitar mais enfaticamente o cumprimento das responsabilidades dos parceiros públicos e privados e
4. Construir quadro geral compatível com a realidade do conjunto dos APLs em AL, para as oficinas regionais.
Outras considerações:
1. Nas intervenções e debates não foi manifestada nenhuma convergência ou divergência pontual em relação
ao conteúdo ou conclusões da pesquisa da profa. Cecília Lustosa; assim, o terceiro e quarto quadros deste
relatório contem os pontos nos quais os participantes concordaram ou discordaram quanto à forma como o
PAPL está sendo operado em Alagoas.
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