A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
POR UM OLHAR GEOGRAFICO SOBRE A IDENTIDADE CULTURAL:
BREVES PROPOSTAS CONCEITUAIS ATRAVÉS DAS DIMENSÕES
ESPACIAIS DO LUGAR, PAISAGEM E TERRITORIO
FÁBIO RODRIGO FERNANDES ARAÚJO1
ROSALVO NOBRE CARNEIRO2
RESUMO: Se discuti brevemente, sobre como três das principais dimensões objetivas e ao mesmo
tempo subjetivas do espaço geográfico, a saber, lugar, paisagem e território, podem ser analisadas
conceitualmente como condições fundantes, para a construção epistemológica, do conceito de
identidade cultural, numa possível perspectiva contemporânea nas ciências sociais e humanas.
Diante disto, esta produção cientifica, será dividida em quatro partes. A primeira é uma breve revisão
de literatura da teoria da identidade cultural, presente em obras de autores das Ciências Sociais e
Humanas. A segunda, terceira e quarta parte, são proposições argumentativas, sob quais elementos
empíricos, ou teóricos, podem ser analisados e interpretadas, a noção de identidade cultural, por
meio das dimensões do lugar, paisagem e território. Sendo que por fim, estas dimensões do espaço,
instrumentalizam as formas simbólicas, que ligam o ser social a sua condição existencial.
Palavras-Chave: Identidade. Lugar. Paisagem. Território. Ser.
ABSCTRAT: If discuss briefly about three of the main objective dimensions and subjective at the
same time the geographical space, namely, place, landscape and territory can be analyzed
conceptually as founding conditions for the epistemological construction, the concept of cultural
identity, a possible contemporary perspective in the social sciences and humanities. In view of this,
this scientific production, will be divided into four parts. The first is a brief literature review of the theory
of cultural identity, present in works of authors of the Social Sciences and Humanities. The second,
third and fourth part, are argumentative propositions, in which empirical or theoretical elements can be
analyzed and interpreted, the notion of cultural identity, through the dimensions of place, landscape
and territory. Since finally these dimensions of space, instrumentalize the symbolic forms, which
connect the social being his existential condition.
Keywords: Identity. Place. Landscape. Territory. Be.
.
1
Mestrando em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.
Bolsista Capes. E-mail de Contato: [email protected]
2
Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte - UERN. E-mail de contato: [email protected]
1687
A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
1 Introdução
É construído um artigo, que faça uma breve discussão reflexiva, sobre como
três das principais dimensões objetivas, e ao mesmo tempo subjetivas, do espaço
geográfico, que a saber, são o lugar, paisagem e território, podem ser analisadas
como condições fundantes, para a construção epistemológica, de uma teoria da
identidade cultural, numa possível perspectiva contemporânea nas ciências sociais e
humanas.
Pois deve-se responder, em quatro grande tópicos, quais enunciados
epistemológicos, ou empíricos, que a ciência geográfica, pode conceituar a
identidade cultural, como expressão subjetiva e indelével dos meios espaciais do
lugar, paisagem e território.
Neste sentido, a primeira parte deste trabalho será composta de uma breve
mas profunda revisão teórica – interpretativa do que seria a identidade, enquanto
conceituação cultural, postulado por autores das ciências sociais e humanas.
A segunda, terceira e quarte parte, será instituída por breves propostas de
analise conceitual, sobre como a teoria da identidade cultural, poderá ser construída,
através das categorias de representação e estudo do espaço geográfico, de lugar,
paisagem e território.
Logo, faz-se necessário esta produção cientifica, como aporte epistemológico,
em especifico dos estudos culturais em geografia, sobre como o sujeito articula na
contemporaneidade sua identidade cultural, individual ou coletiva mediante os
processos que ele mesmo constrói para si e ao outros no tocante as ações, sentidos
e conteúdos que ele expressa na sua vivência, pertencimento e identificação em
relação ao seu espaço geográfico cotidiano em suas multidimensões subjetivistas de
lugar, paisagem, território e região.
2 Por uma possível conceituação teórica–interpretativa do que é a identidade
cultural
Para se analisar a construção de um identidade cultural, o pesquisador
devera se posicionar em relação a este tipo de análise, como um conhecimento, que
não é somente do senso comum, mais sim acadêmico, sobre a relação entre
identidade e cultura (AGIER,2001, p. 07).
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Por outro lado, tem-se que delineá-la como algo a ser gestado e articulado,
por jovens e adultos citadinos, escolarizados e conectados as redes informacionais
globais, na qualidade de “profissionais da identidade” (idem, p.17-27).
Consonante a isto, a construção identitária cultural, pode ser afirmada pelo
campo relacional da diferença, porquê existe mediante o contato que o sujeito ou o
grupo de indivíduos, tem com o diferente (WOODWARD, 2000, p.9-10).
Sob a produção desta, Hall (2000), evidencia que ela, poderá ser arquitetada
fundamentalmente, por discursos e práticas discursivas sobre o sujeito, na condição
de algo incompleto, que está sempre em construção, conforme seu próprio
sustentáculo material e simbólico.
Mas, é no processo de interseção e conexão entre padrões, normas e formas
simbólicas singulares, no que é chamado de hibridismo, isto é, as praticas e
processos socioculturais, que passam a existir em uma estrutura unificada e
uniforme, em seus objetos, ações e atores (CLANCINI, 2001, p. 19-21).
Desta forma, este construto identitário, é articulado por um corpus social
coletivo denominado por Bauman (2003) de “Comunidade de entendimento em
comum”, que é construída, por meio de constantes exercícios de comunicação,
persuasão e argumentação dos seus atores sociais, sobre seus modos de vida.
Por sua vez, ela se prende definitivamente ao cotidiano dos seus atores
sociais, quando passa a se interconectar com o fator memória de seus personagens
reais, no tocante aos seus valores e traços culturais (SANTOS, 2004, p.59).
Para isto, os povos e seus grupos sociais, deverão se unir como uma só força
humana, no que é denominado de ethos, isto é, a visão que cada sociedade tem
conjunto, com suas manifestações culturais, sobre si mesmos, do que seja as
centralidades de suas identificações simbólicas (OLIVEIRA, 1999, RIBEIRO, 1996).
É neste sentido, que a identidade cultural pode ser instrumentalizada no
próprio sujeito, na medida que interpela ele, por meio de diferentes situações,
instituições e agrupamentos sociais (LOURO, 2000, p. 12).
Porém,
a identificação cultural, é mensurada em sociedade, por meio da
identidade legitimadora – arquitetada pelas instituições dominantes para perpetuar
seu poder no tocante a práticas culturais de seus grupos humanos; identidade de
resistência – serve como um tipo de construção identitária que luta contra sua
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contraparte legitimadora; e identidade de projeto – é aquela que propõe a
construção de um novo tipo de identidade em substituição a seu tipo de resistência
(CASTELLS, 1999 apud TILIO, 2009, p. 115).
Não obstante, tem-se a identidade como estrutura artífice, da formação social
do sujeito, quando a sua existência cultural, na pluralidade de atributos culturais e
na sua capacidade de se inter-relacionar entre si, num tipo de arcabouço social de
tensão e contradição nos seus sistemas de auto-representação e ação de seus
participantes (CASTELLS ,1999, p. 22).
No entanto, é no fenômeno da globalização, que a identidade cultural,
encontra seus efeitos mais profundos sobre a formação social do sujeito, ao
interpela-lo por uma variedade de identificações coletivas, de região, gênero, etnia,
sexualidade e classe, que estarão sempre disputando, o reconhecimento,
conhecimento e adeptos de suas diferenciações internas e externas (PIERUCCI,
1999 apud FELIPPI, 2006, P. 53).
Portanto a partir dai, o intelectual das ciências sociais e humanas, deve tentar
promover um renovação epistemológica, sobre a teorização da identidade cultural,
ao trata-la como peça-chave do imaginário humano, que tem como meta, alcançar
os outros objetivos do sujeito diante de seu próprio grupo social, e silenciar
definitivamente os mitos e as mentiras (APPIAH, 1997) sobre sua gênese e evolução
temporal e social.
3 O lugar: a dimensão geográfica do sentido e experiência da identidade
cultural
O espaço geográfico se transforma em lugar à medida que subjetivamente
adquire pelo sujeito, definição e significado, se tornando assim uma construção
espacial, na qual este pode habitar, em diferentes e transitórios momentos, para ser
contingenciado, na condição de outra dimensão imaterial do envolvimento do
homem com o mundo, onde assim se desenvolve perspectivas de análise da
identidade cultural, através das experiências verbais, corporais e mentais que o
sujeito insere no lugar, quando lhe confere significados, em vez de apenas
representar as experiências identitarias dele, a ser produzida e reproduzida
constantemente, por sua subjetividade relacional, com as coisas e objetos, e os
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demais seres humanos (RELPH, 1979, TUAN, 1983, HOLZER, 1999, 2005, SAZAKI
, 2010).
Não obstante, o processo de identificação cultural do sujeito, começa no
momento em que ele cria laços emocionais, com os espaços que ele prática, os atos
de referência as entidades incorpóreas, que regem os dogmas religiosos de seu
próprio corpus cultural, criando assim, dois tipos de significação identitária cultural,
para os seus lugares de professar a sua fé.
O primeiros é uma significação mais profunda, que seria o status de suporte
mais significativo de suas práticas culturais, que ele confere aos templos religiosos,
ao transformar estes em o habitat de sua identidade, enquanto membro de grupos
sociais, que articulam ela de acordo, com sua própria concepção de ser-estar no
mundo, através de suas normas e atos de construir sua compreensão de mundo, por
meio de sua relação com os seus deuses.
O segundo é a significação efêmera, isto é, o campo relacional mais
contemporâneo em relação aos lugares sagrados, por que esta seria a fluidez que o
ser social experimenta o que é ter uma identidade cultural, ao se abrir não para um,
mas para várias correntes de fé ao visitar os variados espaços em que esta aciona,
transformando assim a identidade cultural pelos lugares sagrados, em um ampla
rede transitória do que o eu humano é ou deveria ser.
Outros exemplo de análise de identidade cultural, são as casas, devido ao
seu caráter de lugares, cujo significado identitário, se produzem por intermédio das
relações familiares que se configuram em seu interior, por meio dos hábitos
cotidianos de seus atores sociais, por intermédio das conexões e entrecruzamentos
sociais, entre as tradições das famílias tanto em seu lado materno quanto paterno,
como por exemplo, mudar o interior de sua casa devido aos acontecimentos de
morte, casamento ou aniversário de um algum membro da família.
Outro tipo de teorização sobre a identidade cultural, que deve-se fazer, é no
tocante aos espaços públicos, como praças ou feiras comerciais, que podem criar
um lugar tipicamente especial, na medida que são arquitetados para se tornarem
guias das afirmações identitárias da própria cultura dos sujeitos, por atos de
relações linguísticas dos frequentadores destes no dia-a-dia, de seu uso efêmero e
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ao mesmo tempo fixo, se transformam em um sistema referencial dela, para os
grupos sociais, quanto são praticados em sua fisicalidade espacial.
Em especifico, é na parte interior dos lugares do lazer, que se cria um outro
sentido de identidade cultural, baseado na forma que o ser social, criar trejeitos
corporais específicos, para simbolizar a sua ação de está consumindo para si e sua
família, a ação de descansar nestes, ao lhe dar o sentido simbólico de localidade
apropriada, para afirmar o caráter próprio e distinto de construção social coletiva,
quando confere a estes, signos e códigos de experiência, que só sua totalidade
cultural, seja de família ou de amigos, poderá ver e compreender subjetivamente.
4 A paisagem como dimensão artística da identidade cultural
Refletindo que a paisagem é um centro de significação e memória espacial de
forma visual, que evidencia, em um determinado momento, as heranças que
representam as sucessivas relações entre homem e a natureza (SANTOS, 1988
apud ALMEIDA, 2014, p. 115-116), enquanto “verdadeiros laboratórios, onde as
marcas dos processos pretéritos se farão presentes, entrarão em choque com
processos atuais e determinarão processos futuros” (CARVALHO, 1994, p. 99). Para
tanto, a paisagem enquanto criação simbólica e artística da identidade cultural,
mediante a sua respectiva tipificação estética, é construída por meio de quatro
formas de artes, contextualizadas historicamente e socialmente, pelos grupos
humanos que a idealizaram, produziram e reproduziram em pintura, escultura ou
música.
A primeira seria a arte grega, em sua forma clássica da antiguidade, que
descreve uma identidade cultural mais religiosa, que tinha como fundamentação
ideológica, visualizar a subserviência da população grega, aos seus dogmas, e ao
seu mundo vivencial, numa paisagem inreal-real, que tinha um sentido conotativo de
afirmação identitária, para os sujeitos que a viam ou tocavam, nas suas pinturas e
esculturas.
A segunda é a arte barroca, que ao ser construída principalmente em
escultura, em países como Portugal e principalmente no Brasil, durante os séculos
XVI e XVII, reconhece uma paisagem, que transfigura visualmente uma identidade
cultural, voltada mais para sua produção, do que seu simples conceito de
representação, ao ser idealizado em sua criação pictórica, tanto religiosa quanto
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retratista, uma identificação cultural arquitetada, como sendo ilusória, que existia
como um tipo de máscara, no tocante a verdadeira construção simbólica do homem
daquela referida época, ao mostrar este em uma visão distorcida, como persona
social, que vive e articula sua cultura identitária, em algo perfeito, sem nenhum
fratura subjetiva e objetiva no seu corpo, como um todo, e em especifico nos seus
hábitos e racionalidades afetivas.
A terceira é a arte moderna, que surgiu no final do século XIX, e durou até a
primeira parte do século XX, pois compreendia uma paisagem, que representava o
predomínio de uma identidade cultural, focada nos novos estilos de vida dos
habitantes da cidade, construídos mediante o advento da renovação, pelo qual
estavam passando os meios industriais, acadêmicos e informacionais, ao
privilegiarem uma formação cultural identitária, em que sua personificação de origem
por excelência, não seria mais seus atores sociais, mais sim os produtos identitários
de suas cultura urbana, como fotografia e cinema, em que o objetivo seria
representar o “eu” do sujeito, através de suas respectivas expressões emocionais,
de sensibilidade e significância, frente aos seus símbolos identitários.
Logo, a própria paisagem como espacialidade visual, que mostra em imagem,
a vivência cultural urbana do sujeito, se transforma neste estilo de arte, num tipo de
exercício subjetivo, que centrava suas pinturas, fotografias ou tramas fílmicas, num
momento abstrato da sua cultura, em o que “já é” se figura num que “virar a ser”
dele, ao imagina-la como construto subjetivo do ser social, que está sempre
transcendendo o seu passado e o presente, que é obtido num futuro fluido em vez
de fixo, cuja mudança é prevista, pela constante troca de estética artística moderna,
para outra.
O quarto é a paisagem da arte contemporânea, que se transforma na
compreensão visual da existência da própria identidade cultural, como algo múltiplo,
com vários processos e possibilidades de identificação para seu participante, e que
existe para ser o que está entre, e além dele mesmo.
Para isto, ela recorre a recursos estilísticos inovadores, como por exemplo:
efeitos especiais para dar movimento físico a suas obras de arte; o uso do recorte e
colagem para a criação da obra de arte, no qual impera a liberdade do artista, em
experimentar vários tipos de tendências de tons, sons, imagens e cores, para criar
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sua especifica compreensão da sua identidade cultural, como aquilo que é criado
para ser instantâneo, trocável, e que é assumido e afirmado por si e não totalmente
aos outros, na sua condição de autor de sua narrativa identitária.
E é portanto na paisagem como visualidade artística, que as identidades
culturais como moveis e mutáveis, encontram sua chancela simbólica, para fazer o
homem, se transformar em ator libertário de suas práticas culturais, diante dos
estados-nações e suas instituições políticas.
5 Território: poder e afirmação das identidades culturais
Para se refletir sobre a identidade cultural em uma estruturação territorial, tem
que ver a primeira como reflexo social e simbólico da outra, na qual as construções
identitárias como culturais, se dão sob esta dimensão espacial potencializada, como
força e conteúdo de poder e pertencimento do próprio sujeito, na forma de esta
como território, transformando assim este tipo de identidade cultural. em territorial,
porque ela está fundamentada como:
[...] Dentro de uma relação de apropriação que se dá tanto no campo das
ideias quanto no da realidade concreta, o espaço geográfico constituindo
assim parte fundamental dos processos de identificação. […] De forma
muito genérica podemos afirmar que não há território sem algum tipo de
identificação e valoração simbólica (positiva ou negativa) do espaço pelos
seus habitantes. (HAESBAERT, 1999, p. 172).
É pensando nisto, que se analisa as identidades culturais, como tributarias ao
território, quando o pertencimento do sujeito, a múltiplos ou unidimensionais
processos de identificação, forem articulados através de seu poder político, ou
social, sobre determinado espaço geográfico, e suas respectivas formas simbólicas
de representação visual, ou verbal, porque o território, para constitui em sociedade
as identidades culturais, tem que ser estudado sob dois pontos de vista.
O primeiro é o da exclusão, na qual a identificação cultural, para se afirmar
em relação a um determinado espaço, como seu construto territorial, tem que
garantir em seus atores sociais, o desejo de poder sobre as outras culturas, ao
exclui-las de seu convívio social e epistemológico, através de ações e atos visuais e
linguísticos de teor preconceituoso.
O segundo é da diferença inclusiva, que acontece, quando determinado grupo
social, aceita em seu convívio e no seu próprio território, algumas práticas culturais
diferentes da sua, onde assim é criado um novo tipo de identidade cultural, cuja
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afirmação assim
se dar pela aceitação da alteridade, isto é, a organização e
reconhecimento dela, se obtém de acordo com olhar do outro, ou seja, do que é
diferente no sistema simbólico, que arquiteta as junções identitárias culturais dos
territórios, numa valoração mais global do que nacional.
Mas, é nos símbolos visuais e verbais subjetivos, que representam o território
para outras tribos sociais, é que o sujeito confirma sua própria identidade cultural,
como sendo pertence não somente a si, mas também a coletividade social do qual
faz parte, cuja força é vista através de políticas públicas enunciadas por instituições
governamentais, de estados-nações, com o objetivo de evocar para os habitantes de
suas cidades e campos, o que é pertencer e viver sob uma identificação cultural, que
se insere como guia, pra uma afetividade do sujeito no tocante a sua terra natal, e
as tradições culturas que a governam, na condição de complemento institucional,
que demarca a sua natureza original, na qual povos e tribos sociais, criam
instrumentos imaginários e imagéticos, para cristaliza-las como algo ao mesmo
tempo fixo e em constante flexibilidade física, política e econômica.
A reflexão territorial, sobre a identidade cultural, se debruça sobre três
principais formas simbólicas, que demarcam o poder de pertencimento do sujeito, a
especificas idealizações indentitarias, sejam elas nacionais ou regionais.
A primeira seria a bandeira de estado, que com suas cores muitas vezes,
sendo claras ou escuras, apresenta a transição de um processo identitário cultural,
para o outro, cuja constante transitividade é desenvolvida, pela ocupação política e
militar do próprio estado-nação, por outro povo ou cultura estrangeira, ao qual com
isso denota, o desejo de uma cultura afirmar a identidade do sujeito, em outros
meios espaciais, mediante estratégias militares, que objetivem tomar posse daquele
pais ou região, e de sua respectiva construção cultural identitária, com a ajuda de
recursos materiais ou imateriais.
O segundo seria os meios de comunicação, que por intermédio da publicidade
visual e verbal, de produtos construídos por empresas que operam com o aval dos
estados-nações, dinamiza a implantação de uma ideia de território, e da respectiva
identidade cultural de seus atores sociais, ao lhe conferir por meio da publicidade,
filmes e series de tv, o caráter de resistência preservadora dele, a ser feita por
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intermédio dos atos e práticas de verbalização, do ser social, em relação a sua
função e poder, sobre o respectivo arcabouço simbólico dos territórios locais.
O terceiro são as instituições políticas, que tem como sua condição objetiva, a
de regular e também fiscalizar, se o ser social está inserindo em sua vida cotidiana,
as normas e condutas culturais, que deverá adotar para melhor fazer a gestão
social, de seu respectivo território nacional e de suas tipificações regionais.
Para isto, é utilizado políticas governamentais de incentivo a memória cultural
de povos e grupos territorialmente diferenciados, como por exemplo, a preservação
de museus que glorifiquem os atores sociais, que lutaram para que a identidade
cultural de seu território fosse mantida, mesmo com a invasão de outros povos ou
imaginários identitários distintos.
No entanto, é através de um “eu” coletivo que deve pertencer a este meio
geográfico, que o sujeito como seu agente de afirmação e construção da sua
essência, a encontra em sua forma cultural, com seus ritos, vestimentas, idiomas, e
modos de ver as acepções simbólicas de nascimento, maturidade, casamento e
morte, como algo a ser constituído por uma totalidade, em vez de uma
unidimensionalidade das práticas culturais, sobre e no território.
6 Considerações finais
O lugar se configura como o sentido da identidade cultural, na medida que o
habitante deste lhe confere uma significação afetiva e memorialista, sobre o que ele
diz sobre seus intercursos identitários, durante o desenvolver de sua vida cotidiana,
em termos de rituais familiares, visão religiosa, e posicionamento sobre quais bens e
normais, ele deve adquirir para viver em seu grupo social de pertencimento.
A paisagem geográfica enquanto construção artística, se torna a dimensão
imagética da experimentação e liberdade das identidades culturais, quando passou
a representar em imagens pictóricas ou audiovisuais, a vontade de seus autores
contemporâneas em renegar sua identificação cultural de origem, para assim
assumir outro tipo de identidade cultural, uma que seja escrita por si próprio e não
visualizada ou ditada pelos outros.
Quanto ao território, ele é o meio espacial que constata ao mesmo tempo que
contesta o poder e afirmação da identidade cultural, quando seus respectivos
sujeitos são convocados pelo seu estado-nação a proteger o seu espaço geográfico,
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e seu conjunto de práticas culturais, contra o predomínio de um poder político e
ideológico estrangeiro, ao preservaram para si como nação, símbolos, hábitos e
costumes cotidianos, que afirmam a força dela frente as territorialidades globais.
Portanto, a identidade cultural, em sua essência epistemológica nas ciências
sociais e humanas, pode ser vista como uma construção subjetiva, e em constante
progressão e mudança do “eu” individual ou coletivo do sujeito, a ser substanciada
não mais somente pelo olhar do outro, mas sim instrumentalizada pelas formas
simbólicas, que ligam o ser social e sua condição existencial, a seus grupos sociais
e suas práticas culturais, em textos e contextos geográficos de lugar, paisagem e
território
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