Academia de Medicina de São Paulo
Fundada em 7 de março de 1895
www.academiamedicinasaopaulo.org.br
Presidente
Admissão: 17/6/1952
Waldyr da Silva Prado
1916-2000
Helio Begliomini1
Waldyr da Silva Prado nasceu em 16 de fevereiro de 1916. Foram seus pais
Francisco Gomes da Silva Prado e Adelina Lopes da Silva Prado. Era irmão de
Francisco Gomes da Silva Prado.
Atuou na Revolução Constitucionalista de 1932 e o museu da Irmandade da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo conserva seu capacete de combatente nessa
epopeia paulista.
Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na 22a
turma, em 1939. Especializou-se em cirurgia e, particularmente, na área
gastroenterológica.
Dedicou sua vida à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde tomou posse
como diretor clínico em 7 de fevereiro de 1966. No exercício dessa função publicou o
Formulário e Memento Farmacoterápico, em 1968 (Figura 2).
Foi também um dos fundadores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo, onde atuou como professor pleno de cirurgia.
Waldyr da Silva Prado ingressou como membro titular da Sociedade de
Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, em 17 de
junho de 1952. Logo em seguida já estava atuando como secretário (Figura 3), na gestão
de Felício Cintra do Prado2. Teve a honra de ser o 63o presidente dessa entidade num
1
Titular e emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo patrono é
Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
Nótula: A foto inicial foi obtida na Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
2
Felício Cintra do Prado foi presidente da Academia de Medicina de São Paulo durante um
mandato anual entre 1953-1954, e é o patrono da cadeira no 41 desse sodalício.
mandato anual entre 1965-1966. Pertenceu a esse sodalício por 48 anos (!), galgando a
condição de membro emérito.
Figura 2 – Capa do livro de Waldyr da Silva Prado publicado enquanto era
diretor clínico da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Figura 3 – Waldyr da Silva Prado falando em pé, na condição de secretário da
Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São
Paulo, no término da gestão de Felício Cintra do Prado3.
Foi também membro das seguintes entidades: Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (fundador, em 1950); International College of Surgeons
(secretário do Capítulo Brasileiro4); Colégio Brasileiro de Cirurgiões (titular e emérito);
Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de São Paulo (titular e presidente entre
1976-19795) e Sociedade Brasileira de Coloproctologia (titular).
Waldyr da Silva Prado produziu trabalhos, muitos dos quais publicados em
veículos internacionais. Conquistou diversos prêmios nacionais e internacionais na sua
especialidade. Dentre os artigos que escreveu na imprensa leiga cita-se como exemplo
“Asilo de Inválidos da Santa Casa6”.
Segundo seu filho, Antonio Carlos Camargo da Silva Prado, fiel ao Juramento
de Hipócrates, seu ex-libris resumia sua visão do mundo: “Sedare dolorem opus
divinum est”, ou seja, “Aliviar a dor é obra divina”.
Devido a uma longa vida devotada à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
recebeu o título de médico emérito e consultor dessa tradicional casa de saúde, em 5 de
março de 19827.
3
O Estado de S. Paulo – edição de 10 de março de 1954 (quarta-feira): página 4.
4
O Estado de S. Paulo – edição de 31 de maio de 1952 (sábado): página 10.
5
O Estado de S. Paulo – edição de 29 de outubro de 1976 (sexta-feira): página 32.
6
O Estado de S. Paulo – edição de 8 de agosto de 1989 (terça-feira): página 20.
O Estado de S. Paulo – edição de 4 de março de 1982 (quinta-feira): página 35.
7
Sua dedicação e espírito público puderam ser comprovados em sua longa e
ininterrupta carreira na Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, atuando aí também
como sanitarista. Em virtude de seu profundo conhecimento de saúde pública, foi
nomeado secretário de saúde do estado no governo Carvalho Pinto, atuando nessa pasta
de 1962-1963.
Em sua gestão, em 1963, a vacinação antitetânica dos alunos das escolas
primárias públicas e particulares tornou-se compulsória. Coube também a Waldyr da
Silva Prado o planejamento e a execução de toda a vacinação antipoliomielite, em
massa, com a vacina Sabin, nos municípios do interior do estado de São Paulo8. É dessa
época seu artigo “Aplicação da Vacina Sabin no Interior do Estado de São Paulo9”.
Ainda como secretário da saúde do estado de São Paulo, dentre tantas atividades
desenvolvidas, cita-se que por ocasião da fundação da sede da Sociedade de Medicina
de Presidente Prudente, em 13 de outubro de 1962, entidade filiada à Associação
Paulista de Medicina, proferiu palestra sobre “Poliomielite”.
Waldyr da Silva Prado casou-se na Igreja de São Bento em São Paulo, em 18 de
maio de 1940, com Olívia Guedes Penteado de Camargo, que passou a se chamar Olívia
Camargo da Silva Prado10. Desse conúbio nasceram quatro filhos: Maria Thereza da
Silva Prado Godoy, casada com Fábio Antonio Cintra Godoy; Waldyr da Silva Prado
Júnior, casado com Sonia Franco do Amaral da Silva Prado; Antonio Carlos Camargo
da Silva Prado, casado Ângela Maria de Azevedo Lima da Silva Prado; e Paulo
Penteado da Silva Prado, casado com Teresa Cristina Vieira Franco de Godoy da Silva
Prado. Deixou seis netos e cinco bisnetos11.
Waldyr da Silva Prado faleceu em 29 de dezembro de 2000, aos 84 anos. Seu
corpo foi velado no Hospital Oswaldo Cruz e enterrado no Cemitério da Consolação. A
missa de 7o dia em sufrágio de sua alma foi celebrada na capela do Colégio Nossa
Senhora do Sion, em 5 de janeiro de 2001. Foram também celebradas missas de 30o dia
de falecimento nos dias 24 e 29 de janeiro de 2001, respectivamente na capela do
Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e na capela
do Colégio Nossa Senhora do Sion.
8
Mascarenhas, Rodolfo dos Santos. História da Saúde Pública no Estado de São Paulo. Revista
de Saúde Pública 7: 433-446, 1973.
9
Prado, Waldyr da Silva. Aplicação da Vacina “Sabin” no Interior do Estado de São Paulo.
Arquivos de Higiene 27 (94): 353-360, 1962.
10
Correio da Manhã – edição de 16 de maio de 1940 (quinta-feira): página 6.
11
O Estado de S. Paulo – edição de 23 de janeiro de 2001 (terça-feira): Caderno C, página 7.
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