Síndrome dolorosa miofascial
(SDM)
Jose G Speciali
Professor Associado de Neurologia da Faculdaade de
Medicina de Ribeirão Preto (SP)
Referências consultadas
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Cummings M & Baldry P. Regional myofascial pain: diagnosis and
management; Best Practice & Research Clinical Rheumatology, Vol. 21, No.
2, pp. 367-387, 2007
Adelmanesh F. Is There an Association Between Lumbosacral Radiculopathy
and Painful Gluteal Trigger Points? A Cross-sectional Study; Am J Phys Med
Rehabil 2015 Mar 12. Epub 2015 Mar 12.
Desai MJ et al. Treatment of myofascial pain; Pain Manage, 3(1) : 67-79,
2013
Sharan D. Myofascial pain syndrome: Diagnosis and management, Curr
Pain Headache Rep. 2014 Sep;18(9):449
Richter P Hebgen M; Trigger points and muscle chains in Osteopathy;
Thieme ed, New York, pg 10-26; 2009
Síndrome Dolorosa Miofascial

Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) é
uma condição musculoesquelética
caracterizada por dor local e dor
referida, e pela presença de pontos-
gatilho
EPIDEMIOLOGIA
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SDM está presente em:




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53% da população americana refere dor musculo-esquelética
85% das dores nas costas
54.6% das dores crônicas de cabeça e nuca
55% das dores orofaciais
Não há estudos de prevalência de SDM na população
Nas clinicas de dor


Idade mais frequente entre 30-50 anos
Prevalência 32% (36% das mulheres e 26% dos homens)
Dor miofascial

Dor profunda, tipo pressão ou
queimação contínua numa região
restrita,

Piora com uso da musculatura
envolvida, com distúrbios do sono,
estresse e tensão emocional

A dor se intensifica ou aparece com a
estimulação de pontos-gatilho

Presença de dor referida
Dor referida
Pontos Gatilho - PGs

PGs Ativos: foco de dor muscular, situado em bandas tensas,
em áreas onde há queixa de dor, quando pressionado, gera dor
referida em áreas padrozinadas. Dor espontânea ou ao
movimento.

PGs Latentes: presentes em áreas assintomáticas. Mediante
palpação (digito-pressão) ou estressores físicos exógenos,
endógenos ou emocionais, tornam-se dolorosos (ativos)
Esenyel, 2000;Fernandez et al, 2006
Ponto gatilho miofascial

O centro do PG (CTrP) contém
uma região tensa constituída por
numerosos nódulos formando
uma banda tensa

A tensão sustentada desta
região sobre os tecidos
adjacentes forma uma banda
tensa (ATrP)
Ponto de gatilho
Resposta “twitch”- contração do
músculo quando estimulado
 zona de dor referida- (distal, sem
lógica) Não coincide com distribuição de

nervo ou dermátomo
Fisiopatologia da dor referida

Duas hipóteses:

Hiperalgesia secundária: – excitação de
neurônios adjacentes – dor primária e
dor referida (Okeson, 2000; Wright,
2000).

Fenômeno de convergência neural:
vários neurônios aferentes fazem
sinapse com um único interneurônio
(Mense, 1993)
Teorias da Dor Referida
Dor
 Ativação de Interneurônios
Dor
V1
CN V
V3
CN VII
LOCAL DA DOR
CN IX
CN X
(DOR HETEROTÓPICA)
C3
FONTE DA DOR
(DOR PRIMÁRIA)
C1
C2
C3
C4
C5
O único meio de diagnosticar um Trigger Point é o exame físico; o
examinador tem que ter habilidade e treinar seu tato para descobri-lo,
ter o cuidado de aumentar a força da dígito-pressão sobre o ponto
devagar
TG ativo
TG latente
Dor Referida
Critérios de diagnóstico:
pontos-gatilho
Existem 3 critérios diagnósticos mínimos (1-3) e 6
de confirmação(4-9):
1-Presença de banda tensa palpável em músculo
esquelético
2-Presença de área de hipersensibilidade dentro
da uma banda tensa muscular
3- Reprodução da sensação de dor referida com estimulação do nódulo doloroso

______________________________________________
4-Evocação de reação contrátil á palpação da banda tensa
5- Presença de “sinal do pulo”
6-Paciente reconhece a dor que sente ao exame de palpação muscular
7-Previsão de padrões de dor referida
8-Fraqueza muscular
9-Dor com alongamento ou contração do músculo afetado
Fonte: Sociedade Brasileira de Estudo para Dor - SBED
SDM: FATORES CAUSAIS
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Deficiência vitamínica, disfunção endócrina, personalidade,
genética
Sobrecargas agudas ou microtraumatismos repetitivos na
execução de atividades diárias ou do trabalho
Estresses prolongados ou sobrecarga da musculatura
antigravitária decorrente da adoção de posturas durante a
execução de atividades de trabalho ou lazer
Acidentes automobilísticos (chicote da região cervical ou lombar)
Estresses emocionais
Aproximadamente 500 musculos esquéticos estão sujeitos a distensão
aguda ou crônica . Cada musculo nessas condições pode desenvolver
trigger points miofasciais com padrões próprios de dor local ou referida
Cadeias
musculares
Dor referida neuropática
Síndrome miofascial
Síndrome referida
miofascial
Dor referida
neuropática
Diagnóstico Diferencial
Fibromialgia
SMD
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
Mulher/homem-3/1
início agudo ou crônico
bandas, PG, áreas
dolorosas
raro distúrbio do sono
tratar- injecões
prognóstico bom
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
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Mulher/homem- 10/1
início crônico
dor muscular difusa
fadiga
distúrbio do sono
intestino irritável
tratar: exercícios,
antidepressivos
prognóstico crônico
SDM e CEFALÉIA
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MIGRANEA
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CEFALEIA TIPO TENSIONAL
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CEFALEIA CERVICOGENICA
Adelmanesh F et al. Is There an Association Between Lumbosacral
Radiculopathy and Painful Gluteal Trigger Points? Am. J. Phys. Med. Rehabil. &
Vol. 00, No. 00, Month 2015
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441, pacientes selecionados, 271 com critérios diagnósticos de
radiculopatia,
“Trigger point” glúteos foram identificados em 207
(76.4%) comparados com 3 (1.9%) dos voluntário saudáveis (P < 0.001)
A localização dos “trigger points” estava relacionada com o lado da dor
radicular em 74.6% dos pacientes com dor unilateral (P < 0.001)..
TRATAMENTO
Métodos não invasivos
1. Spray e alongamento
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Compressão isquêmica e alongamento: compressão por 7 a10 segundos seguida
por alongamento até surgimento de sensação dolorosa 3 a 4 vezes por sessão
3. Massagem e alongamento: massagem transversa ao musculo/pressão por 7 a10
segundos seguido por alongamento 3 a 4 por sessão
Lidocaína patch
Técnicas invasivas
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1. Agulhamento seco
2. Injeções nos pontos de gatilho: salina, anestésicos locais, com ou sem
corticosteroide
Giannapia A et al A Randomized, Controlled Study Comparing a Lidocaine Patch, a Placebo Patch,
and Anesthetic Injection for Treatment of Trigger Points in Patients With Myofascial Pain Syndrome:
Evaluation of Pain and Somatic Pain Thresholds. Clinical Therapeutics/Volume 31, Number
4, 2009
Tratamentos invasivos
Travel e Simons, 1999
CONCLUSÃO
O conhecimento da dor miofascial pelos
neurologistas que trabalham com
cefaléia e outras dores corporais é
fundamental para o bom desempenho
de sua especialidade
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