O Estado de Arte
da Auditoria Interna em Portugal
Situação e Perspectivas da Auditoria Interna em Portugal
Marta Carreiro
Abril de 2008
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
INDICE
1
Sumário ..................................................................................................................................3
2
Introdução ..............................................................................................................................8
2.1 Considerações Gerais.....................................................................................................8
2.2 Metodologia e Amostra...................................................................................................8
2.3 Temas de Análise ............................................................................................................9
3
A Actividade de Auditoria Interna em Portugal ................................................................11
3.1 Caracterização demográfica.........................................................................................11
3.2 As Práticas Profissionais de Auditoria Interna ..........................................................14
3.3 A Situação Actual da Função de Auditoria Interna ....................................................18
3.4 Recursos Humanos e Desenvolvimento Profissional ...............................................26
3.5 Questões emergentes ...................................................................................................29
4
Bibliografia...........................................................................................................................32
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
1
Sumário
Com base na análise aos resultados do questionário CBOK 2006, lançado pelo The IIA em
2007, e em especial às respostas obtidas pelos participantes portugueses, apresentam-se as
principais conclusões por temas.
ª Caracterização demográfica
F No que respeita ao número de anos em que os participantes são membros do The IIA,
Portugal acompanha a tendência ao nível Global: constata-se que a grande maioria são
membros há menos de 5 anos. Este fenómeno poderá ser uma consequência da
consciencialização e regulamentação do papel da auditoria interna, após os escândalos
financeiros que assolaram o mundo em finais de 2001, como foi o caso da Enron. Os
portugueses associados há mais de 6 anos, são em termos médios das percentagens,
inferiores em cerca de 2% relativamente ao nível Global. Esta diferença poderá residir no
facto do IPAI representar em Portugal o The IIA e ter sido criado apenas no início de 1992.
F Relativamente à idade dos participantes, constata-se que na faixa etária entre os 45 e os 54
anos, os portugueses representam cerca de metade do apresentado ao nível Global. No
entanto essa diferença é colmatada na faixa etária entre os 26 e os 34 anos. Estes dados
afiguram-se coerentes com os dados apresentados no parágrafo anterior. De facto, nessa
mesma faixa etária, os Auditores Seniors e os Auditores Internos representam cerca se
59% e 60%, respectivamente, pelo que se poderá concluir que a auditoria interna em
Portugal incrementou significativamente nos últimos 5 anos.
F No que respeita à formação académica, e em termos gerais (média das percentagens) os
participantes portugueses apresentam uma tendência contrária à indicada ao nível Global:
a percentagem média de licenciaturas na área de gestão é cerca de metade da relativa ao
nível Global, invertendo-se a situação quando se refere a licenciaturas noutras áreas.
F Quanto às qualificações profissionais, Portugal, em termos médios, acompanha a tendência
ao nível mundial, destacando-se as certificações em Auditoria Interna (CIA, MIIA, PIIA).
Salienta-se igualmente as qualificações em contabilidade ao nível técnico (TOC) com uma
percentagem média de 44,9% em oposição à apresentada ao nível Global de 2,8%.
F No que se refere à existência da Função de Auditoria Interna nas Organizações dos
participantes, cerca de metade apenas implementaram a Função de Auditoria Interna há
menos de 10 anos, sendo que no caso português essa implementação foi mais acentuada
entre os 6 e os 10 anos passados. Mais uma vez, este indicador é coerente com a
tendência portuguesa atrás descrita, confirmando o desenvolvimento da Auditoria Interna
em Portugal nos últimos 10 anos.
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
ª As Práticas Profissionais de Auditoria Interna
F Em termos de percepção dos participantes, por níveis hierárquicos, da implementação em
geral dos Standards nas respectivas organizações, constata-se que, ao nível Global, todas
as hierarquias apresentam posições semelhantes, sendo que a maior percentagem (85,1%)
refere-se aos CAEs. Em Portugal, a percepção mais elevada da implementação dos
Standards é manifestada pelos Auditores Seniores.
F Quanto à conformidade por tipo de Standards, constata-se que, relativamente às normas de
Atributos, os CAEs portugueses apresentam diferenças significativas face ao nível Global,
nomeadamente nos Standards 1000 e 1200. Este último apresenta o valor máximo para o
universo português enquanto que ao nível Global o valor máximo refere-se ao Standard
1100. Relativamente às Normas de Desempenho as diferenças significativas verificam-se
nas respostas dadas pelos responsáveis portugueses relativas aos Standards 2100, 2500 e
2600, apresentando em média um quinto dos valores apresentados ao nível Global.
F As orientações emanadas pelos Standards são, de uma forma geral, considerados
adequadas, quer em Portugal, quer ao nível Global, independentemente dos níveis
hierárquicos que ocupam na função auditoria interna.
F As PR, embora o seu cumprimento seja de carácter opcional, são amplamente acolhidas
pelos colaboradores da função de auditoria interna.
F Em Portugal, relativamente aos participantes que responderam não adoptarem os
Standards, ainda que de forma parcial ou total, indicaram essencialmente três razões: “A
conformidade não tem o apoio da Administração”, “Quadro de pessoal da Função de
Auditoria Interna inadequado” e “Conformidade não é exigida no meu país”. Ao nível global,
as respostas dos participantes foram relativamente homogéneas entre as razões
apresentadas.
ª A Situação Actual da Função de Auditoria Interna
F Apenas 7,1% dos CAEs portugueses reportam ao Comité de Auditoria, no entanto, 85,9%
dos participantes reportam directamente à gestão de topo. Ao nível Global o reporte ao
comité de Auditoria representa 47,3%.
F Relativamente à nomeação ou destituição do responsável pela auditoria interna, existem a
diferenças significativas entre o universo português e o Global: 76,9% dos CAEs
portugueses são nomeados pelo Presidente do Conselho de Administração em oposição a
32,6% dos restantes. A participação do Comité de Auditoria na nomeação do CAE,
representa em Portugal 15,4 % e, ao nível Global, 51,2%.
F No que se refere à avaliação de desempenho do CAE, em Portugal a maior percentagem
de participação é do Presidente do Conselho de Administração com 46,2%, enquanto que
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ao nível Global, o Comité de Auditoria e o Presidente Executivo representam 48,7% e
44,9%, respectivamente.
F Relativamente à relação do CAE com o Comité de Auditoria, em termos Globais, 72,6% dos
CAEs indicam que existe um Comité de Auditoria nas respectivas organizações, e, desses,
63,2% têm reuniões extraordinárias com regularidade com o Comité de Auditoria, pelo que
91,3% consideram que têm um acesso apropriado ao Comité. No que respeita aos CAEs
portugueses, apenas 46,2% indicaram que as organizações têm Comité de Auditoria, e
embora desses, apenas 16,7% reúnem regularmente com o Comité, existe unanimidade ao
considerarem que têm acesso apropriado ao mesmo.
F De uma forma geral, quer em Portugal quer ao nível Global, os participantes concordam
bastante (com médias próximas a 4,5) que a função de auditoria interna é independente,
objectiva, acrescenta valor e contribui para a avaliação e eficácia dos controlos internos.
F Os níveis de concordância mais baixos apresentados relacionam-se com o processo de
governação e com o status percebido na organização de forma a ser eficiente.
F Relativamente aos métodos utilizados pela organização para medir o valor acrescentado
pela Função de Auditoria Interna, ao nível Global, destaca-se a utilização do número de
recomendações aceite/implementadas (51,4%), no entanto os restantes métodos são
utilizados de forma homogénea. No que respeita à avaliação do valor acrescentado pela
auditoria portuguesa, são utilizados essencialmente três métodos: o número de
recomendações aceite/implementadas (76,9%), as reduções e melhorias resultantes de
recomendações implementadas e o número de solicitações de auditorias de assurance e
consultorias solicitadas pela Administração (ambas com 38,5%).
F Quanto aos documentos de apoio à melhoria do processo de governo, constata-se que a
Função se Auditoria Interna em Portugal, apenas 29,8% dos participantes dispõem de um
Código de Governação Corporativa, contra 53,2% respondidos ao nível Global. A elevada
taxa de ausência deste documento vem consolidar as conclusões já anteriormente
apresentadas, nomeadamente nos níveis baixos de concordância em afirmações
relacionadas com o processo de governação. Em Portugal, a existência de um
Regulamento do Comité de Auditoria apresenta igualmente valores baixos (32,1%) face à
situação Global (56,9%). O código de Ética e de Conduta é o documento com maior taxa de
existência.
F Para os documentos existentes na organização para apoiar o trabalho e desenvolvimento
da actividade de auditoria interna, a diferença entre Portugal e o Global ronda os 20%,
exceptuando-se no caso do Plano Anual de Auditoria Interna.
F Em 81,3%, a função de auditoria interna possui um Plano de Acções de Auditoria, enquanto
que os participantes portugueses representam 77,4%. Destes últimos, cerca de dois terços,
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
são revistos apenas uma vez por ano enquanto e os restantes são revistos várias vezes ao
ano.
F Em Portugal, o Plano de Acções de Auditoria é estabelecido através da conjugação de
vários factores, em especial a utilização de uma metodologia baseada no risco, as
solicitações quer da gestão quer do Comité de auditoria, a análise do Plano anterior, a
consulta aos responsáveis pelos outros departamentos e as obrigações legais.
F Os vários tipos de auditoria interna, operacionais e financeiras são desenvolvidos pela
Função de Auditoria Interna, quer em Portugal quer em termos Globais. No entanto, a maior
taxa de outsourcing apresenta-se nos casos de auditoria financeira. Os colaboradores de
outros departamentos da organização são mais solicitados nos casos de auditorias relativas
à ética, à avaliação do departamento de tecnologia de informação, auditorias sociais e de
sustentabilidade e de qualidade (ISO).
F Da lista de actividades relativas ao risco, controlo e governação, constata-se que a função
de Auditoria Interna desenvolve maioritariamente actividades de teste do controlo interno,
apresentando uma estrutura similar à verificada ao nível Global. As restantes actividades
são essencialmente desenvolvidas por outros departamentos da organização.
F As ferramentas e técnicas muito utilizadas pela Actividade de Auditoria Interna em Portugal
são as comunicações electrónicas, o planeamento de auditoria baseado no risco, a revisão
analítica, os papéis de trabalho electrónicos, a amostragem estatística, software de
construção de flowcharts. Em termos Globais, as percentagens de utilização das
ferramentas / técnicas apresentam-se distribuídas de forma homogénea pelas diferentes
ferramentas.
F Em Portugal, não são usadas (ou raramente utilizadas) as técnicas de Balance Scorecard,
as ferramentas de revisão da avaliação de qualidade e o software de desenho do processo.
ª Recursos Humanos e Desenvolvimento Profissional
F Nos casos em que a função de auditoria interna não possua os conhecimentos necessários
para desenvolver a auditoria, os responsáveis portugueses preferem em grande maioria
(64,3%) recorrer ao co-sourcing ou ao outsourcing, enquanto que ao nível Global essa
solução é também maioritariamente utilizada, mas em 51,4%.
F A actividade de auditoria interna é predominantemente composta por elementos
pertencentes à organização (in-house), representando 86% e 88,5% para o IIA e para
Portugal, respectivamente, em oposição a contratados a empresas externas (outsourcing).
F No que respeita à formação, 14,7% dos CIAs portugueses participantes não receberam
formação nos últimos 36 meses. No entanto, esta situação poderá ser consequência do
facto do número de CIAs existentes em Portugal ter duplicado entre Novembro de 2004 e
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Maio de 2006, de 21 CIAs para 49 (IPAI, 2007), pelo que poderão ter sido CIAs
recentemente à data do questionário (Setembro/06).
ª
Questões emergentes
F De uma forma geral, os participantes portugueses apresentam as maiores previsões de
aumento em todas as actividades e em especial na gestão do risco. No que respeita à
governação, quer em Portugal quer em termos Globais, as percepções de mudança
distribuem-se entre o “aumento” e o “permanecer no mesmo”.
F Nalguns casos não existe uma tendência clara e inequívoca de quais os papeis que a
função de auditoria espera ou não ter nos próximos 3 anos;
Ö O alinhamento entre estratégias e medidas de desempenho (ex. Balance Scorecard),
em que 19,3% (Portugal) consideram que tem actualmente um papel, no entanto a
previsão para daqui a 3 anos é dividida já que em 36,8% (PT) que vai ter um papel e
28,1% considera que não terá nenhum papel na função de auditoria interna;
Ö Quanto à responsabilidade social corporativa, 29,1 % dos participantes portugueses
consideram que tem actualmente um papel, no entanto, 32,1% consideram que vai ter
um papel em oposição a 29,1%;
Ö As questões de Disaster recovery, actualmente 33,3% considera que tem um papel,
25,9%, que espera ter nos próximos 3 anos, e 29,6% que não prevê ter;
Ö Para a globalização, 22,2% espera ter um papel nos próximos 3 anos, e 27,8% que
prevê o contrário;
F O benchmarking e o desenvolvimento da formação e educação dos recursos humanos das
organizações (ex. controlo interno, gestão de risco, obrigações legais) são as áreas que
actualmente têm um papel significativo na função de auditoria interna e cujas previsões
indicam que assim se vão manter;
F Os principais temas onde actualmente não têm um papel significativo, e em que se verifica
uma tendência a diminuir ou a não se aplicar à função de auditoria interna são os mercados
emergentes, a avaliação da propriedade intelectual, a avaliação do desenvolvimento de
sistemas de gestão de conhecimento e a formação do comité de Auditoria;
F Existem ainda duas áreas que claramente não se prevê que tenham um papel na actividade
de auditoria nos próximos 3 anos:
Ö A remuneração dos executivos, indicada em 50,0% e 45,4%, em Portugal e no Global,
respectivamente;
Ö As fusões e aquisições, cujas respostas portuguesas e totais indicam 40,0% e 30,8%,
respectivamente;
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2
Introdução
2.1 Considerações Gerais
Este estudo, intitulado “O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal” tem como objecto
analisar a situação e perspectivas da auditoria interna em Portugal, comparando-a com a
situação da Auditoria Interna ao nível Global.
Este estudo foi elaborado com o objectivo de concorrer ao concurso lançado pelo IPAI, no
entanto, refira-se que o mesmo tem por base a dissertação de mestrado em Gestão (Master of
Business Administration – MBA) que a proponente se encontra a desenvolver no Instituto
Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa. A dissertação intitula-se
“The State Of The Art Of Internal Audit Activity In Portugal”, e será apresentada em inglês,
razão pela qual os gráficos e tabelas aqui apresentados se encontram nesse idioma.
Salvaguarda-se porém, que poderão ser traduzidos se o IPAI assim o entender.
Para o desenvolvimento da dissertação, a autora estabeleceu uma parceria com o The Institute
of Internal Auditors (IIA), o qual lhe cedeu a base de dados das respostas obtidas em Portugal,
pelo que foi possível decompor dados e relacioná-los com outras variáveis, nomeadamente os
níveis hierárquicos. Em contrapartida, a versão final da dissertação será facultada ao IPAI e ao
The IIA.
2.2 Metodologia e Amostra
Para elaboração deste estudo, procedeu-se à análise dos resultados obtidos ao questionário
CBOK – Common Body of Knowledge (Corpo Comum de Conhecimento), efectuado pelo IIA
em 2007 e à análise das respectivas respostas obtidas em Portugal.
O CBOK 2006 integra um programa de estudo global fundado pelo The Institute of Internal
Auditors Research Foundation (IIARF) cujo objectivo é compreender como é praticada a
actividade de auditoria interna em todo o mundo. O CBOK 2006 teve como principal objectivo a
criação da maior base de dados relativa à profissão de auditoria interna.
Para que os questionários fossem de resposta rápida sem que se perdesse a qualidade da
informação obtida, foram elaborados três questionários:
Ö Afiliados;
Ö Chief Audit Executives (CAEs) ou responsáveis pela auditoria interna;
Ö Praticantes (que para efeitos do CBOK são todos os recursos humanos da actividade
de auditoria interna que não sejam CAEs).
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
O CBOK 2006 foi enviado aos associados distribuídos em 91 países, tendo-se obtido 15,028
respostas. Dessas, e após um rigoroso escrutínio, foram consideradas como válidas 9,366
respostas. Até à realização do CBOK em 2006, o maior número de respostas obtidas em
estudos semelhantes, foi em 1991, como um máximo de 1,163 de respostas válidas. Assim, o
CBOK 2006 torna-se um marco importante na agregação e estudo de dados da actividade de
auditoria interna no mundo.
Portugal, das 375 respostas recebidas, apenas 84 foram consideradas válidas, no entanto, em
termos relativos, a percentagem de participação dos associados portugueses foi de 22,4 %,
colocando o IPAI em 14 lugar de adesão a esta iniciativa, uma vez que a taxa de adesão global
foi de 9,5%.
De referir que ao longo do estudo, verifica-se que por vezes o número de participantes varia
consoante as questões apresentadas. Este facto deve-se essencialmente a:
Ö Nem todos os participantes responderam às questões que lhes foram solicitadas;
Ö Nem todas as questões foram enviadas a todos os participantes;
Ö Algumas questões foram apenas enviadas aos CAEs;
Ö Algumas questões foram apenas enviadas aos Praticantes;
Ö Outras questões foram enviadas quer aos CAEs quer aos Praticantes.
2.3 Temas de Análise
A análise da Actividade de Auditoria Interna em Portugal desenvolve-se no capítulo seguinte,
tendo-se subdividido em cinco grandes temas:
Ö Caracterização demográfica;
Ö As Práticas Profissionais de Auditoria Interna;
Ö A Situação Actual da Função de Auditoria Interna;
Ö Recursos Humanos e Desenvolvimento Profissional;
Ö Questões emergentes.
A caracterização demográfica tem como objectivo perceber quais as características dos
recursos humanos que desenvolvem a actividade de auditoria, nomeadamente a estrutura
etária, as qualificações académicas / profissionais.
Posteriormente, e porque as Normas Internacionais para a Prática de Auditoria Interna, ou os
Standards, têm como principal objectivo contribuir para a melhoria contínua da actividade de
auditoria interna, foi analisado em que medida os Standards são considerados adequados e
implementados pelos participantes. Foram igualmente analisadas as razões apresentadas
pelos participantes que consideraram os Standards inadequados.
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
A caracterização da situação actual da Função de Auditoria Interna, apresentada no sub
capítulo seguinte, consistiu na análise prática da implementação dos Standards apresentados
no sub capítulo anterior. Isto é, foram elaboradas questões específicas da prática de auditoria
interna, relacionadas com a relação dos CAEs com a organização e com o Comité de Auditoria,
os métodos utilizados para medir o valor acrescentado pela auditoria interna, a existência na
organização de documentos de apoio à melhoria quer ao processo de governo quer ao trabalho
e desenvolvimento da actividade de auditoria interna, os Planos de Auditoria, os vários tipos de
auditoria desenvolvidos e as principais ferramentas e técnicas utilizadas.
No sub capitulo 3.4, foi analisado o desenvolvimento profissional dos recursos humanos, em
especial sobre o número de horas de formação, bem como sobre os métodos utilizados pelos
CAEs nos caso da função de auditoria interna necessitar de obter determinados
conhecimentos.
O último sub capitulo tem como objectivo apresentar as principais conclusões sobre visão da
actividade de auditoria interna dos participantes, em especial como determinados temas serão
incluídos ou não na actividade de auditoria interna daí a três anos.
O sumário inicial apresenta as principais conclusões obtidas ao longo do estudo.
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3
A Actividade de Auditoria Interna em Portugal
3.1 Caracterização demográfica
Para se compreender a situação da Actividade de Auditoria Interna em Portugal é imperioso
analisar e caracterizar os principais elementos que a compõem: os recursos humanos.
A figura 3.1.1 apresenta a distribuição dos elementos pelos diversos níveis hierárquicos.
Conforme se pode verificar a percentagem de colaboradores dos diferentes níveis hierárquicos
em Portugal difere ligeiramente da apresentada pelo IIA, em especial, nos dois níveis
hierárquicos mais elevados. No entanto, essa diferença atenua se agruparmos os três níveis
mais elevados, o qual representa 70% e 74,5% dos colaboradores, para Portugal e para o IIA,
respectivamente.
Figure 3.1.1
Staff Level
All Respondents (PT - 80; IIA - 8,935) in Percentages
26,5%
Chief Audit
Executive
17,5%
22,8%
Audit Manager
30,0%
25,2%
Audit Senior/
Supervisor
PT
IIA
22,5%
18,2%
18,8%
Audit Staff
7,3%
Other
11,3%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Percentage of Respondents
No que respeita ao número de anos em que os participantes são membros do The IIA, e
conforme tabela 3.1.1, Portugal acompanha a tendência ao nível Global: constata-se que a
grande maioria são membros há menos de 5 anos. Este fenómeno poderá ser uma
consequência da consciencialização e regulamentação do papel da auditoria interna, após os
escândalos financeiros que assolaram o mundo em finais de 2001, como foi o caso da Enron.
Os portugueses associados há mais de 6 anos, são em termos médios das percentagens,
inferiores em cerca de 2% relativamente ao nível Global. Esta diferença poderá residir no facto
do IPAI representar em Portugal o The IIA e ter sido criado apenas no início de 1992.
Table 3.1.1
Number of Years as a Member of The IIA
All Respondents in Percentages
Number of
Years
5 or less
CAE
Percentages of
Responses
Audit Manager
Percentages of
Responses
Audit Senior/
Supervisor
Percentages of
Responses
Audit Staff
Percentages of
Responses
Other
Percentages of
Responses
Average
Percentages of Total
Responses
PT - 14
IIA - 2,357
PT - 24
IIA - 2,018
PT - 18
IIA - 2,240
PT - 15
IIA - 1,617
PT - 9
IIA - 642
PT - 80
IIA - 8,874
57,1
46,6
54,2
53,2
83,3
65,2
80,0
76,5
66,7
51,8
68,3
58,6
6 to 10
28,6
24,3
20,8
23,9
11,1
19,8
6,7
7,6
22,2
16,7
17,9
19,5
11 or more
14,3
25,7
25,0
17,1
5,6
8,4
13,3
3,3
11,1
21,7
13,9
15,0
Not a Member
Total
0,0
3,4
0,0
5,8
0,0
6,6
0,0
12,6
0,0
9,8
0,0
6,9
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Relativamente à idade dos participantes, constata-se que na faixa etária entre os 45 e os 54
anos, os portugueses representam cerca de metade do apresentado ao nível Global. No
entanto essa diferença é colmatada na faixa etária entre os 26 e os 34 anos. Estes dados
afiguram-se coerentes com os dados apresentados na tabela anterior. De facto, se se
conjugarem esses dados com os apresentados na tabela 3.1.2, em que nessa mesma faixa
etária, os Auditores Seniors e os Auditores Internos representam cerca se 59% e 60%,
respectivamente, poder-se-á concluir que a auditoria interna em Portugal incrementou
significativamente nos últimos 5 anos.
Figure 3.1.2
Age of Respondents
All Respondents (PT - 70; IIA - 7,356) in Percentages
25 or Younger
3,5%
0,0%
27,8%
26 to 34
40,0%
34,8%
37,1%
35 to 44
12,9%
9,3%
8,6%
55 to 64
65 or Older
PT
IIA
24,2%
45 to 54
0,4%
1,4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
Percentage of Respondents
Table 3.1.2
Age of Respondents
All Respondents in Percentages
Number
of Years
CAE
Percentages of
Responses
Audit Manager
Percentages of
Responses
Audit Senior/ Supervisor
Percentages of
Responses
Audit Staff
Percentages of
Responses
Other
Percentages of
Responses
Average
Percentages of Total
Responses
PT - 13
IIA - 1,944
PT - 18
IIA - 1,653
PT - 17
IIA - 1,848
PT - 15
IIA - 1,376
PT - 7
IIA - 535
PT - 70
IIA - 7,356
25 or less
0,0
0,4
0,0
0,5
0,0
3,3
0,0
11,2
0,0
4,7
0,0
3,5
26 to 34
15,4
11,0
27,8
25,8
58,8
39,2
60,0
41,2
28,6
20,2
38,1
27,8
35 to 44
46,2
38,2
33,3
41,5
23,5
32,1
33,3
26,4
71,4
33,8
41,6
34,8
45 to 54
23,1
34,5
16,7
23,6
17,6
18,9
0,0
16,3
0,0
27,3
11,5
24,2
55 to 64
7,7
15,1
22,2
8,5
0,0
6,2
6,7
4,8
0,0
12,5
7,3
9,3
65 or more
7,7
0,8
0,0
0,1
0,0
0,3
0,0
0,1
0,0
1,5
1,5
0,4
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Total
No que respeita à formação académica, e em termos gerais (média das percentagens) os
participantes portugueses apresentam uma tendência contrária à indicada ao nível Global: a
percentagem média de licenciaturas na área de gestão é cerca de metade da relativa ao nível
Global, invertendo-se a situação quando se refere a licenciaturas noutras áreas.
Em termos específicos, constata-se que os CAEs portugueses são maioritariamente
licenciados em áreas diferentes de gestão, enquanto que ao nível Global, os CAEs detêm
licenciaturas e mestrados na área de gestão. No nível hierárquico inferior, cerca de 71% dos
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Audit Managers possuem mestrados, contra cerca de 40% ao nível Global. Esta diferença pode
dever-se à dificuldade de atribuição de graus académicos entre diferentes países.
Table 3.1.3
Respondents’ Highest Level of Education
All Respondents in Percentages
PT - 14
IIA - 2,370
PT - 24
IIA - 2,029
PT - 18
IIA - 2,249
Other
Percentages of
Responses
Audit Staff
Percentages of
Responses
Audit Senior/ Supervisor
Percentages of
Responses
Audit Manager
Percentages of
Responses
CAE
Percentages of
Responses
Level of Education
PT - 15
IIA - 1,623
PT - 9
IIA - 649
Average
Percentages of Total
Responses
PT - 80
IIA - 8,920
Secondary/ High School
7,1
5,1
0,0
4,1
0,0
4,0
0,0
7,0
0,0
5,6
1,4
5,0
Bachelor's/ Business
21,4
36,1
12,5
37,7
27,8
40,3
13,3
40,3
33,3
33,3
21,7
38,1
Bachelor's/ Not Business
Major
57,1
12,1
16,7
14,0
27,8
15,4
40,0
16,8
33,3
13,1
35,0
14,3
Master's/ Graduate/
Diploma in Business
7,1
32,8
45,8
30,9
33,3
27,4
26,7
21,4
22,2
33,4
27,0
28,9
Master's/ Graduate/
Diploma in Other Fields
7,1
9,0
25,0
9,7
11,1
9,5
20,0
9,4
11,1
9,7
14,9
9,4
Doctoral Degree
0,0
2,4
0,0
1,5
0,0
0,6
0,0
0,9
0,0
3,4
0,0
1,6
Other
0,0
2,5
0,0
2,1
0,0
2,8
0,0
4,2
0,0
1,5
0,0
2,7
Total
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Conforme se verifica na tabela 3.1.4, em Portugal, as qualificações profissionais, em termos
médios, acompanham a tendência ao nível mundial, destacando-se as certificações em
Auditoria Interna (CIA, MIIA, PIIA). Salienta-se igualmente as qualificações em contabilidade ao
nível técnico (TOC) com uma percentagem média de 44,9% em oposição à apresentada ao
nível Global de 2,8%.
Table 3.1.4
Professional Qualification(s)
All Respondents in Percentages*
Type of Professional Qualification
CAE
Percentages of
Responses
Audit Manager
Percentages of
Responses
PT - 14
IIA - 2,374
PT - 24
Internal Auditing
(such as CIA/ MIIA /PIIA)
42,9
40,6
Information Systems Auditing
(such as CISA/QiCA/CISM)
0,0
11,0
Government Auditing/Finance
(such as CIPFA/CGAP/CGFM)
0,0
Control Self-assessment
(such as CCSA)
7,1
Public Accounting/Chartered
Accountancy (such as CA / CPA /
ACCA / ACA)
14,3
Audit Senior/ Supervisor
Percentages of
Responses
Audit Staff
Percentages of
Responses
Other
Percentages of
Responses
Average
Percentages of Total
Responses
IIA - 2,033
PT - 18
IIA - 2,251
PT - 15
IIA - 1,625
PT - 9
IIA - 651
PT - 80
IIA - 8,934
54,2
46,4
38,9
38,9
33,3
26,8
33,3
44,2
40,5
39,4
8,3
12,6
0,0
10,5
6,7
4,6
11,1
12,4
5,2
10,2
5,1
0,0
3,1
5,6
4,3
6,7
2,7
0,0
3,5
2,4
3,7
4,8
0,0
5,0
11,1
3,6
0,0
2,0
0,0
5,2
3,7
4,1
38,3
12,5
32,7
0,0
23,0
0,0
11,0
0,0
28,7
5,4
26,7
Management/General Accounting
(such as CMA/CIMA/CGA)
7,1
6,2
0,0
6,0
5,6
3,6
13,3
3,6
22,2
7,8
9,7
5,4
Accounting - Technician Level
(such as CAT/AAT)
57,1
2,1
25,0
2,9
33,3
2,5
53,3
2,9
55,6
3,4
44,9
2,8
Fraud Examination
(such as CFE)
0,0
7,6
0,0
5,6
5,6
4,8
13,3
2,2
0,0
6,1
3,8
5,3
Financial Services Auditing
(such as CFSA/CIDA/CBA)
0,0
5,0
0,0
3,7
5,6
3,1
0,0
1,3
0,0
0,4
1,1
2,7
Fellowship
(such as FCA/ FCCA/FCMA)
0,0
2,0
0,0
1,2
0,0
0,5
0,0
1,1
0,0
1,8
0,0
4,2
Certified Financial Analyst
(such as CFA)
0,0
0,8
0,0
0,4
0,0
0,3
0,0
0,4
0,0
1,7
0,0
0,7
Other
21,4
0,0
12,5
0,0
5,6
0,0
13,3
0,0
11,1
0,0
12,8
0,0
* Note: Since respondents could mark all that apply, percentages may not add up to 100%.
No que se refere à existência da Função de Auditoria Interna nas Organizações dos
participantes, a figura 3.1.3 revela que cerca de metade apenas implementaram a Função de
Auditoria Interna há menos de 10 anos, sendo que no caso português essa implementação foi
mais acentuada entre os 6 e os 10 anos passados. Mais uma vez, este indicador é coerente
Página 13 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
com a tendência portuguesa atrás descrita, confirmando o desenvolvimento da Auditoria
Interna em Portugal nos últimos 10 anos.
Figure 3.1.3
Number of Years the IAA Has Existed in the Organization
All Respondents (PT - 72; IIA - 7,747) in Percentages
28,4%
27,8%
0 - 5 Years
21,0%
6 - 10 Years
33,3%
22,7%
25,0%
11 - 20 Years
PT
IIA
14,4%
21 -30 Years
11,1%
5,7%
1,4%
31 - 40 Years
+ 41 Years
1,4%
0,0%
5,0%
8,1%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Percentage of Respondents
3.2 As Práticas Profissionais de Auditoria Interna
As Normas Internacionais para a Prática de Auditoria Interna, ou os Standards, têm como
objectivos 1. Delinear princípios básicos que representam a prática da auditoria interna tal
como ela deverá ser. 2. Proporcionar um enquadramento para o desempenho e promoção de
um vasto conjunto de actividades de auditoria interna. 3. Estabelecer uma base para avaliar o
desempenho de auditoria interna. 4. Promover a melhoria dos processos e das operações das
organizações (IPAI, 2002).
No entanto, para que as Normas possam contribuir para a melhoria contínua da actividade de
auditoria interna, importa analisar se as mesmas são consideradas adequadas e
implementadas, e nos casos em que não o sejam, compreender as respectivas razões.
Figure 3.2.1
Organizations’ Use of the Standards in Whole or in Part by Staff Level
All Respondents (PT - 14; IIA - 8,647) in Percentages
85,1%
85,7%
CAE
84,3%
86,4%
Audit Manager
79,7%
Audit Senior/
Supervisor
94,4%
81,0%
80,0%
Audit Staff
Other
0,0%
PT
IIA
72,2%
28,6%
10,0% 20,0%
30,0% 40,0%
50,0%
60,0% 70,0%
80,0% 90,0% 100,0%
Percentage of Respondents
Página 14 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
A figura 3.2.1 ilustra a percepção dos participantes, por níveis hierárquicos, da implementação
dos Standards nas respectivas organizações. Ao nível Global, todas as hierarquias apresentam
posições semelhantes, sendo que a maior percentagem (85,1%) refere-se aos CAEs. O IIA
considera que os CAEs, como nível hierárquico mais elevado na organização, deverão ser os
elementos com melhor capacidade para avaliarem a implementação dos Standards (IIA, 2007).
No entanto em Portugal, a percepção mais elevada da implementação dos Standards é
manifestada pelos Auditores Seniores.
As Normas compreendem as Normas de Atributos (série 1000), as Normas de Desempenho
(série 2000) e as Normas de Implementação. As Normas de Atributos são relacionadas com as
características das organizações e dos indivíduos que desempenham actividades de auditoria
interna. As Normas de Desempenho descrevem a natureza das actividades da auditoria interna
e proporcionam critérios que permitem avaliar a qualidade do desempenho de tais serviços. As
Normas de Atributos e as Normas de Desempenho aplicam-se a todos os serviços de auditoria
interna em geral. As Normas de Implementação aplicam as Normas de Atributos e de
Desempenho na execução de trabalhos específicos de trabalhos de auditoria (como por
exemplo, uma auditoria de conformidade, uma investigação de fraude, ou um projecto de autoavaliação do controlo) (IPAI, 2002).
Table 3.2.1
Full or Partial Compliance with the Standards
CAE, Practitioner, and All Respondents in Percentages
CAE
Standard
Practitioner
PT
IIA
PT
All Respondents
IIA
PT
IIA
Full
Partial
Full
Partial
Full
Partial
Full
Partial
Full
Partial
Full
Partial
1000 – Purpose, Authority, and
Responsibility
44,4
44,4
68,1
26,7
45,0
40,0
60,8
24,2
44,9
40,8
63,0
25,0
1100 – Independence and Objectivity
66,7
22,2
73,6
22,0
65,0
30,0
64,1
22,2
65,3
28,6
66,9
22,2
1200 – Proficiency and Due
Professional Care
77,8
11,1
67,0
28,3
67,5
25,0
61,1
25,1
69,4
22,4
62,9
26,1
1300 – Quality Assurance and
Improvement Program
11,1
33,3
33,2
45,0
51,3
25,6
43,0
31,7
43,8
27,1
40,0
35,7
2000 – Managing the Internal Audit
Activity
55,6
33,3
61,8
32,0
53,8
23,1
55,8
27,5
54,2
25,0
57,6
28,9
2100 – Nature of Work
11,1
66,7
59,3
32,8
47,5
42,5
56,8
26,9
40,8
46,9
57,5
28,7
2200 – Engagement Planning
66,7
22,2
60,4
32,5
52,5
37,5
56,7
27,5
55,1
34,7
57,7
29,0
2300 – Performing the Engagement
55,6
22,2
62,1
31,8
57,5
37,5
58,7
26,7
57,1
34,7
59,7
28,2
2400 – Communicating Results
55,6
33,3
68,6
26,2
62,5
27,5
62,3
23,8
61,2
28,6
64,1
24,6
2500 – Monitoring Progress
11,1
66,7
56,1
35,5
47,5
30,0
51,3
30,6
40,8
36,7
52,6
32,1
2600 – Resolution of Management’s
Acceptance of Risks
11,1
44,4
49,0
35,0
30,8
33,3
46,1
28,8
27,1
35,4
46,9
30,7
Overall Average
42,4
36,4
59,9
31,6
52,8
32,0
56,1
26,8
50,9
32,8
57,2
28,3
A tabela 3.2.1 apresenta as percentagens de conformidade por tipo de Standards, distinguindo
os CAEs dos Praticantes de auditoria interna. No que se refere às normas de atributos, os
CAEs portugueses apresentam diferenças significativas face ao nível Global, nomeadamente
nos Standards 1000 e 1200. Este último apresenta o valor máximo para o universo português
enquanto que ao nível Global o valor máximo refere-se ao Standard 1100. Relativamente às
Página 15 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Normas de Desempenho as diferenças significativas verificam-se nas respostas dadas pelos
CAEs portugueses relativas aos Standards 2100, 2500 e 2600, apresentando em média um
quinto dos valores apresentados ao nível Global. Assim, pode-se concluir que a actividade de
auditoria interna em Portugal deverá promover o aperfeiçoamento da gestão do risco, controlo
e sistemas de governação, uma vez que os menores níveis de conformidade dos Standards
nas organizações referem-se ao Standards relacionados com a gestão e aceitação de risco
pelos gestores superiores.
As orientações emanadas pelos Standards são, de uma forma geral, considerados adequadas,
quer em Portugal, quer ao nível Global, conforme se pode verificar na figura 3.2.2.
Figure 3.2.2
Standards Guidance is Adequate
All Respondents in Percentages
86,2%
92,3%
1000 – P urpose, Authority, and Responsibility
1100 – Independence and Objectivity
88,1%
90,4%
1200 – P roficiency and Due P rofessional Care
87,0%
90,4%
77,3%
82,7%
1300 – Quality Assurance and Improvement P rogram
83,7%
2000 – M anaging the Internal Audit Activity
83,8%
90,4%
2300 – P erforming the Engagement
85,2%
86,0%
2400 – Communicating Results
81,8%
82,7%
2500 – M onitoring P rogress
2600 – Resolution of M anagement’ s Acceptance of
Risks
IIA
86,5%
83,6%
86,5%
2200 – Engagement P lanning
PT
80,8%
82,2%
2100 – Nature of Work
76,0%
76,9%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Percentage of Respondents
Da análise da tabela 3.2.2 constata-se que essa opinião é partilhada por todos participantes,
independentemente dos níveis hierárquicos que ocupam na função auditoria interna.
Table 3.2.2
Adequacy of Guidance Provided by Each of the Standards
CAE, Practitioner, and All Respondents in Percentages
Standard
1000 – Purpose, Authority, and Responsibility
CAE
Practitioner
All Respondents
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
88,9
93,3
93,0
83,2
92,3
86,2
1100 – Independence and Objectivity
88,9
94,1
90,7
85,6
90,4
88,1
1200 – Proficiency and Due Professional Care
88,9
92,9
90,7
84,5
90,4
87,0
1300 – Quality Assurance and Improvement Program
66,7
81,5
86,0
75,6
82,7
77,3
2000 – Managing the Internal Audit Activity
88,9
90,0
79,1
81,0
80,8
83,7
2100 – Nature of Work
88,9
88,0
86,0
79,8
86,5
82,2
2200 – Engagement Planning
88,9
89,4
86,0
81,2
86,5
83,6
2300 – Performing the Engagement
88,9
89,3
90,7
81,5
90,4
83,8
2400 – Communicating Results
88,9
91,3
81,4
82,6
86,0
85,2
2500 – Monitoring Progress
88,9
88,4
81,4
79,1
82,7
81,8
2600 – Resolution of Management’s Acceptance of Risks
66,7
81,3
79,1
73,8
76,9
76,0
Overall Average
84,8
89,0
85,8
80,7
86,0
83,2
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
As Práticas Recomendadas (PR), são interpretações aos Standards e, embora o seu
cumprimento seja de carácter opcional, são amplamente acolhidas pelos colaboradores da
função de auditoria interna. A única excepção no universo português refere-se ao apoio
administrativo (Other), cujas respostas representam cerca de 2% do total dos participantes. No
entanto, se os dados relativos ao apoio administrativo não forem considerados no cômputo
geral, Portugal passará, em termos médios, a situar-se numa posição similar ao reportado ao
nível Global, com uma taxa de 86,9% semelhante ao IIA com 86,4%.
Table 3.2.3
Respondents That Use the Practice Advisories
By Staff Level in Percentages
CAE
Standard
Audit Managers
Audit Senior/
Supervisor
Audit Staff
Other
Average
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
1000 – Purpose, Authority, and Responsibility
100,0
88,8
92,3
88,2
92,3
84,8
90,0
90,1
0,0
84,7
74,9
87,3
1100 – Independence and Objectivity
100,0
89,3
100,0
88,5
100,0
86,3
80,0
90,7
0,0
86,9
76,0
88,3
1200 – Proficiency and Due Professional Care
85,7
88,6
92,3
88,4
92,3
85,1
90,0
90,2
0,0
86,1
72,1
87,7
1300 – Quality Assurance and Improvement
Program
57,1
82,7
92,3
82,8
84,6
80,5
70,0
86,5
0,0
79,2
60,8
82,3
2000 – Managing the Internal Audit Activity
100,0
87,7
84,6
87,2
84,6
83,7
50,0
89,7
0,0
84,1
63,8
86,5
2100 – Nature of Work
100,0
86,4
92,3
85,9
92,3
83,8
90,0
89,7
0,0
83,8
74,9
85,9
2200 – Engagement Planning
100,0
87,4
92,3
87,1
100,0
84,5
90,0
89,4
0,0
84,1
76,5
86,5
2300 – Performing the Engagement
100,0
87,8
92,3
86,9
92,3
85,2
80,0
90,0
0,0
84,9
72,9
87,0
2400 – Communicating Results
100,0
88,6
92,3
87,2
100,0
84,6
80,0
87,5
0,0
83,4
74,5
86,3
2500 – Monitoring Progress
85,7
87,5
76,9
85,3
100,0
82,3
60,0
88,4
0,0
83,0
64,5
85,3
2600 – Resolution of Management’s Acceptance of
Risks
71,4
81,4
76,9
82,2
69,2
78,4
50,0
83,6
0,0
79,0
53,5
80,9
Overall Average
90,9
86,9
89,5
86,3
91,6
83,6
75,5
88,7
0,0
83,6
69,5
85,8
Relativamente aos participantes que responderam não adoptarem os Standards, ainda que de
forma parcial ou total, foi-lhes solicitado que indicassem as respectivas razões. A figura 3.2.3
agrega as respostas então obtidas. No caso português, as três razões mais referenciadas
foram “A conformidade não tem o apoio da Administração”, “Quadro de pessoal da Função de
Auditoria Interna inadequado” e “Conformidade não é exigida no meu país”. Ao nível global, as
respostas dos participantes foram relativamente homogéneas entre as razões apresentadas.
Figure 3.2.3
Reasons for Not Complying in Whole or in P art with the Standards
All Respondents (P T - 73; IIA - 8,159) in P ercentages
Standards or P ractice Advisories are too complex
5,8 %
3 ,4 %
Not appropriate for small organizations
10 ,4 %
5,9 %
Too costly to comply
6 ,6 %
9 ,4 %
12 ,2 %
12 ,8 %
Too time-consuming
Superseded by local/ government regulations or
standards
Not appropriate for my industry
10 ,7%
2 ,5%
0 ,0 %
4 ,2 %
11,9 %
Compliance not supported by management/ board
15,2 %
12 ,2 %
Not perceived as adding value by management/ board
9 ,3 %
12 ,6 %
Inadequate staff
Compliance not expected in my country
16 ,8 %
5,7%
18 ,5%
12 ,0 %
Other
PT
IIA
0,0%
8 ,7%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
P e rc e nt a ge o f R e s po nde nt s
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
3.3 A Situação Actual da Função de Auditoria Interna
A caracterização da situação actual da Função de Auditoria Interna consiste na análise em
particular do grau de implementação dos Standards apresentados no sub capítulo anterior.
Conforme já foi referido, The IIA considera que os CAEs, como nível hierárquico mais elevado
na organização, deverão ser os elementos com melhor capacidade para avaliarem a
implementação dos Standards (IIA, 2007). Assim, inicia-se esta caracterização da Função de
Auditoria Interna com a análise da relação dos CAEs com a organização e com o Comité de
Auditoria.
O Standard 1100 estipula que a actividade de auditoria interna deverá ser independente, e a
PR 1110-2 recomenda que O responsável pela auditoria interna deverá de preferência reportar
funcionalmente à comissão de auditoria, Conselho de Administração ou outra entidade
governativa apropriada e administrativamente ao gestor de topo na organização. Assim, análise
do tipo de reporte do CAE é fundamental para garantir a independência da auditoria interna. A
figura 3.3.1 indica que apenas 7,1% dos CAEs portugueses reportam ao Comité de Auditoria,
no entanto, 85,9% dos participantes reportam directamente à gestão de topo. Ao nível Global o
reporte ao comité de Auditoria representa 47,3%.
Figure 3.3.1
CAE’s Reporting Status
CAE Respondents (Pt - 14; IIA - 2,367) in Percentages
Inde pe nde nt po s it io n re po rt ing t o t he a udit
c o m m it t e e o f t he bo a rd/ o v e rs ight bo a rd
22,8%
O f f ic e r po s it io n re po rt ing t o e xe c ut iv e
m a na ge m e nt / high- le v e l go v e rnm e nt o f f ic ia l
64,3%
20,6%
14,3%
M a na ge r po s it io n re po rt ing t o e xe c ut iv e
m a na ge m e nt / high- le v e l go v e rnm e nt o f f ic ia l
S t a f f po s it io n re po rt ing t o a s t a f f m a na ge r
5,1%
7,1%
O t he r
4,2%
7,1%
0,0%
47,3%
7,1%
IIA
PT
10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%
Percentage of Respondents
Por outro lado, a referida PR refere que a independência é melhorada quando o Conselho
contribui para a nomeação ou destituição do responsável pela auditoria interna. A figura 3.3.2
ilustra a diferenças significativas entre o universo português e o Global: 76,9% dos CAEs
portugueses são nomeados pelo Presidente do Conselho de Administração em oposição a
32,6% dos restantes. A participação do Comité de Auditoria na nomeação do CAE, em Portugal
representa 15,4 % e ao nível Global, 51,2%.
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Figure 3.3.2
Position that Appoints CAE
CAE Respondents (Pt - 13; IIA - 2,359) in Percentages
32,6%
C ha irpe rs o n o f t he
B o a rd
76,9%
54,4%
53,8%
C hie f E xe c ut iv e O f f ic e r
A udit C o m m it t e e /
O v e rs ight C o m m it t e e /
C o m m it t e e C ha irpe rs o n
51,2%
15,4%
PT
27,8%
30,8%
C hie f F ina nc ia l Of f ic e r
A no t he r pe rs o n re po rt ing
to C F O
IIA
3,8%
0,0%
13,2%
7,7%
O t he r
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Percentage of Respondents
Note: The respondents were asked to mark all that apply so the total of percentages may be more than 100.
No que se refere à avaliação de desempenho do CAE, a maior percentagem de participação
apresenta-se em Portugal pelo Presidente do Conselho de Administração com 46,2%,
enquanto que ao nível Global, o Comité de Auditoria e o Presidente Executivo representam
48,7% e 44,9%, respectivamente.
Figure 3.3.3
Evaluation of CAEs’ Perform ance
CAE Respondents (PT - 13; IIA - 2,359) in Percentages
A udit C o m m it t e e / O v e rs ight C o m m it t e e /
C o m m it t e e C ha irpe rs o n
4 8 ,7 %
2 3 ,1%
C hie f E xe c ut iv e O f f ic e r
3 8 ,5 % 4 4 ,9 %
S e nio r M a na ge m e nt
3 1,2 %
7 ,7 %
16 ,4 %
C ha irpe rs o n o f t he B o a rd
2 3 ,1%
16 ,1%
B o a rd o f D ire c t o rs
7 ,9 %
S upe rv is o r pe rio dic a lly
5 ,7 %
P e e rs / S ubo rdina t e s pe rio dic a lly
N o t e v a lua t e d
PT
IIA
4 6 ,2 %
11,2 %
A udit e e / C lie nt a t t he e nd o f a udit
0 ,0 %
0 ,0 %
10 ,0 %
2 0 ,0 %
3 0 ,0 %
4 0 ,0 %
5 0 ,0 %
Percentage of Respondents
Note: The respondents were asked to mark all that apply so the total of percentages may be more than 100.
Relativamente à relação do CAE com o Comité de Auditoria, a tabela 3.3.1 ilustra as diferenças
entre a realidade portuguesa e a Global. Em termos Globais, 72,6% dos CAEs indicam que
existe um Comité de Auditoria nas respectivas organizações, e, desses, 63,2% têm reuniões
extraordinárias com regularidade com o Comité de Auditoria, e pelo que 91,3% consideram que
têm um acesso apropriado ao Comité. No que respeita aos CAEs portugueses, apenas 46,2%
indicaram que as organizações têm Comité de Auditoria, e embora desses, apenas 16,7%
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
reúnem regularmente com o Comité, existe unanimidade ao considerarem que têm acesso
apropriado ao mesmo.
Table 3.3.1
CAE’s Relationship with Audit/Oversight Committee
CAE Respondents Percentage of Yes Responses
PT
IIA
Total
Respondents
Yes
% of Total
Responses
Total
Respondents
Yes
% of Total
Responses
Is there an audit/oversight committee in your organization?
13
46,2
2.315
72,6
Does the CAE meet with the audit/ oversight committee
chairperson in addition to the regularly scheduled meetings?
6
16,7
1.669
63,2
Does the CAE believe that he/she has appropriate access to
the audit committee?
6
100,0
1.671
91,3
Question
A tabela 3.3.2 apresenta as respostas dos CAEs relativamente ao número de reuniões com o
Comité de Auditoria num ano fiscal. De uma forma geral, os CAEs estiveram presentes nas
reuniões para as quais foram convocados, em que no caso português foram maioritariamente 3
reuniões, enquanto ao nível Global as respostas dos CAEs distribuem-se de forma homogénea
entre 1 e mais de 12 reuniões, com uma maior percentagem na relativa a 4 reuniões anuais.
Table 3.3.2
Audit/Oversight Committee Meetings During One Fiscal Year
CAE Respondents in Percentages
Number of Audit
Committee
Meetings
Meetings Held
Total Respondents
Meetings the CAE was Invited
to Attend
Total Respondents
Meetings the CAE Attended
Total Respondents
PT
% of 6
IIA
% of 1,661
PT
% of 6
IIA
% of 1,657
PT
% of 6
IIA
% of 1,656
None
0,0
0,0
0,0
8,0
0,0
7,9
1
0,0
1,8
16,7
4,8
16,7
4,7
2
0,0
5,9
16,7
7,4
16,7
7,9
3
50,0
9,6
50,0
8,6
50,0
8,8
4
33,3
35,5
16,7
31,6
16,7
31,6
5
16,7
10,2
0,0
9,4
0,0
9,6
6
0,0
11,8
0,0
9,7
0,0
9,0
7
0,0
2,6
0,0
2,5
0,0
2,8
8
0,0
6,1
0,0
5,1
0,0
5,0
9
0,0
1,4
0,0
1,3
0,0
1,3
10
0,0
4,3
0,0
3,2
0,0
3,5
11
0,0
1,3
0,0
0,8
0,0
1,3
12
0,0
6,4
0,0
4,8
0,0
4,0
More than 12
0,0
3,1
0,0
2,8
0,0
2,6
Total
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Por forma a compreender como a Função da Auditoria Interna é percebida na organização foi
solicitado aos participantes que indicassem a sua concordância com determinadas afirmações.
A tabela 3.3.3 apresenta os respectivos resultados.
Table 3.3.3
Relationship of IAA to the Organization
All Respondents in Means*
CAE
Statement
Audit Senior/ Supervisor
Audit Managers
Audit Staff
Mean of
13 PT
Responses
Mean of 2374
IIA
Responses
Mean of
22 PT
Responses
Mean of 2033
IIA
Responses
Mean of
18 PT
Responses
Mean of 2251
IIA
Responses
Mean of 14
PT
Responses
Mean of 1626
IIA
Responses
Your internal audit function is an independent
objective assurance and consulting activity.
4,54
4,45
4,32
4,34
4,44
4,25
4,36
4,10
Your internal audit function adds value.
4,46
4,41
4,18
4,32
4,67
4,26
4,43
4,20
Internal audit brings a systematic approach to
evaluate the effectiveness of risk management.
3,85
4,03
3,64
3,99
4,22
3,98
3,93
3,95
4,54
4,35
4,14
4,27
4,44
4,21
4,29
4,11
3,54
3,80
3,23
3,73
3,65
3,71
3,64
3,74
4,31
4,10
3,77
4,05
4,33
3,96
4,07
3,88
4,15
4,10
4,00
4,04
4,00
3,90
4,29
3,91
3,00
3,52
3,05
3,81
3,47
3,66
3,15
3,51
Your internal audit function has sufficient status
in the organization to be effective.
3,92
4,07
3,68
3,97
3,44
3,86
3,64
3,75
Independence is a key factor for your internal
audit function to add value.
4,69
4,46
4,68
4,40
4,72
4,32
4,64
4,29
Objectivity is a key factor for your internal audit
function to add value.
4,85
4,58
4,73
4,47
4,72
4,42
4,79
4,36
4,54
4,30
4,27
4,17
4,11
4,08
4,36
3,99
4,08
3,86
3,95
3,90
4,39
3,89
4,43
3,90
4,23
4,03
3,95
4,04
4,28
3,98
4,36
3,99
Your internal audit function brings a systematic
approach to evaluate the effectiveness of
internal controls.
Your internal audit function brings a systematic
approach to evaluate the effectiveness of
governance processes.
Your internal audit function proactively examines
important financial matters, risks, and internal
controls.
Your internal audit function is an integral part of
the governance process by providing reliable
information to management.
The way our internal audit function adds value to
the governance process is through direct access
to the audit committee.
Your internal audit function is credible within your
organization.
Compliance with The IIA’s International
Standards for the Professional Practice of
Internal Auditing is a key factor for your internal
audit activity to add value to the governance
process.
Compliance with The IIA’s Code of Ethics is a
key factor for your internal audit function to add
value to the governance process.
*The mean is the average response to: 1 = Strongly Disagree, 2 = Disagree, 3 = Neutral, 4 = Agree, 5 = Strongly Agree.
De uma forma geral, as respostas relativas a Portugal acompanham a tendência apresentada
pelo The IIA, na qual os participantes concordam bastante (com médias próximas a 4,5) que a
função de auditoria interna é independente, objectiva, acrescenta valor e contribui para a
avaliação e eficácia dos controlos internos.
As afirmações com níveis de concordância mais baixos (cerca de 3) relacionam-se com o
processo de governação e com o status percebido na organização de forma a ser eficiente.
Relativamente aos métodos utilizados pela organização para medir o valor acrescentado pela
Função de Auditoria Interna, a figura 3.3.4 ilustra que, ao nível Global, destaca-se a utilização
do número de recomendações aceite/implementadas (51,4%), no entanto os restantes métodos
são utilizados de forma homogénea. No que respeita à avaliação do valor acrescentado pela
auditoria
portuguesa,
são
utilizados
essencialmente
três
métodos:
o
número
de
recomendações aceite/implementadas (76,9%), as reduções e melhorias resultantes de
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
recomendações implementadas e o número de solicitações de auditorias de assurance e
consultorias solicitadas pela Administração (ambas com 38,5%).
Figure 3.3.4
Methods Used to Measure Value Added by the IAA
CAE Respondents (PT - 13; IIA - 2,361) in Percentages
51,4 %
R e c o m m e nda t io ns a c c e pt e d/ im ple m e nt e d
C us t o m e r/ c lie nt s urv e ys f ro m a udit e d de pa rt m e nt s
15,4 %
R e lia nc e by e xt e rna l a udit o rs o n t he int e rna l a udit
f unc t io n
15,4 %
3 3 ,5%
C o s t s a v ings a nd im pro v e m e nt s f ro m re c o m m e nda t io ns
im ple m e nt e d
2 9 ,1%
3 8 , 5%
N um be r o f m a na ge m e nt re que s t s f o r int e rna l a udit
a s s ura nc e o r c o ns ult ing pro je c t s
2 6 ,8 %
17, 2 %
15,4 %
B udge t t o a c t ua l a udit ho urs
10 , 8 %
7,7%
C yc le t im e f ro m e nt ra nc e c o nf e re nc e t o dra f t re po rt
10 ,8 %
15,4 %
O t he r
3 2 ,6 %
3 0 ,8 %
N o f o rm a l m e a s ure m e nt o f v a lue a dde d
0 ,0 %
IIA
3 8 ,5%
2 1, 6 %
15,4 %
N um be r o f m a jo r a udit f indings
PT
76 ,9 %
3 4 ,6 %
2 0 ,0 %
4 0 ,0 %
6 0 ,0 %
8 0 ,0 %
Percentage of Respondents
Note: The respondents were asked to mark all that apply so the total of percentages may be more than 100.
O Standard 2130, Governo, estabelece que a actividade de auditoria interna deverá avaliar e
emitir eventuais recomendações para melhorar o processo de governo. Assim, na tabela
seguinte são apresentadas as percentagens de documentos de apoio à melhoria do processo
de governo. Da análise aos valores apresentados constata-se que a Função se Auditoria
Interna em Portugal em apenas 29,8% dos participantes dispõem de um Código de
Governação Corporativa, contra 53,2% respondidos ao nível Global. A elevada taxa de
ausência deste documento vem consolidar as conclusões já anteriormente apresentadas,
nomeadamente nos níveis baixos de concordância em afirmações relacionadas com o
processo de governação. Em Portugal, a existência de um Regulamento do Comité de
Auditoria apresenta igualmente valores baixos (32,1%) face à situação Global (56,9%). O
código de Ética e de Conduta é o documento com maior taxa de existência.
Table 3.3.4
Documents that Exist in the Organization Supporting the Establishment of Corporate Governance
All Respondents in Percentages
PT
Question
IIA
Number of Yes
Responses
% of Responses
Number of Yes
Responses
% of Responses
Corporate Ethics Policy/Code of Ethics/ Code of Conduct
43
51,2
6.859
73,3
Long-term Strategic Plan for the Organization
38
45,2
6.201
66,3
Audit Oversight/Committee Charter
27
32,1
5.322
56,9
Corporate Governance Code
25
29,8
4.974
53,2
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Para os documentos existentes na organização para apoiar o trabalho e desenvolvimento da
actividade de auditoria interna a diferença entre Portugal e o Global ronda os 20%,
exceptuando-se no caso do Plano Anual de Auditoria Interna.
Figure 3.3.5
Docum ents that Exist in the Organization Supporting the Work and Perform ance of
the IAA - All Respondents in Percentages
A nnua l Int e rna l A udit P la n
/ R o lling A udit P la n /
Q ua rt e rly A udit P la n
81,3%
77,4%
72,3%
Int e rna l A udit C ha rt e r
52,4%
Int e rna l A udit R is k
A s s e s s m e nt ( t o de t e rm ine
whic h a re a s t o a udit )
69,5%
51,2%
63,0%
Int e rna l A udit O pe ra t ing
M a nua l / P o lic y S t a t e m e nt
42,9%
60,1%
45,2%
M is s io n S t a t e m e nt f o r t he
Int e rna l A udit F unc t io n
Lo ng T e rm A udit P la n
( lo nge r t ha n 1 ye a r)
0 ,0 %
PT
23,8%
10 ,0 %
2 0 ,0 %
IIA
3 0 ,0 %
40,3%
4 0 ,0 %
5 0 ,0 %
6 0 ,0 %
7 0 ,0 %
8 0 ,0 %
9 0 ,0 %
Percentage of Respondents
Note: The respondents were asked to mark all that apply so the total of percentages may be more than 100.
A totalidade das respostas indica que, em 81,3%, a função de auditoria interna possui um
Plano de Acções de Auditoria, enquanto que os participantes portugueses representam 77,4%.
Destes últimos, cerca de dois terços, são revistos apenas uma vez por ano enquanto e os
restantes são revistos várias vezes ao ano.
Figure 3.3.6
Percentage Frequency of Audit Plan Updating
CAE Respondents (PT - 13; IIA - 2,305) in Percentages
3,2%
No audit plan
0,0%
0,7%
Every tw o years
0,0%
More than every
tw o years
0,5%
0,0%
PT
69,2%
36,4%
30,8%
Multiple tim es
per year
0,0%
IIA
59,2%
Every year
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Percentage of Respondents
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Em Portugal, o Plano de Acções de Auditoria é estabelecido através da conjugação de vários
factores, em especial a utilização de uma metodologia baseada no risco, as solicitações quer
da gestão quer do Comité de auditoria, a análise do Plano anterior, a consulta aos
responsáveis pelos outros departamentos e as obrigações legais.
Figure 3.3.7
How the Audit Plan is Established
CAE Respondents (PT - 13; IIA - 2,288) in Percentages
8 6 ,7 %
Us e o f a ris k - ba s e d m e t ho do lo gy
8 4 ,6 %
7 3 ,1%
R e que s t s f ro m m a na ge m e nt
9 2 ,3 %
6 2 ,9 %
C o ns ult a t io n wit h div is io na l o r bus ine s s he a ds
3 8 ,5 %
6 2 ,8 %
C o ns ult pre v io us ye a rs a udit pla n
6 1,5 %
PT
5 8 ,8 %
C o m plia nc e / re gula t o ry re quire m e nt s
15 ,4 %
IIA
5 5 ,5 %
A udit C o m m it t e e / O v e rs ight C o m m it t e e re que s t s
3 8 ,5 %
3 5 ,0 %
R e que s t s f ro m o r c o ns ult a t io n wit h e xt e rna l
a udit o rs
15 ,4 %
9 ,5 %
7 ,7 %
O t he r
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Percentage of Respondents
Note: The respondents were asked to mark all that apply so the total of percentages may be more than 100.
Table 3.3.5
Types of Audits: Who Performs Audit Activities
All Respondents in Percentages
Types of Audits
Total Number of
Respondents by
Types of Audits
PT
IIA
Other department in
the organization
IAA
PT
IIA
PT
IIA
Co-sourced
Out-sourced
PT
PT
IIA
Not Performed
IIA
PT
IIA
Internal auditing
63
7.918
90,5
85,6
3,2
3,4
3,2
4,8
0,0
3,3
3,2
2,9
Operational audits
69
8.443
78,3
79,1
13,0
11,9
4,3
3,6
1,4
2,5
2,9
2,9
Investigations of fraud and
irregularities
78
9.877
57,7
56,3
28,2
31,4
6,4
5,9
3,8
3,8
3,8
2,6
Financial auditing
75
8.989
33,3
56,0
16,0
14,7
13,3
7,2
34,7
20,0
2,7
2,1
Management effectiveness
review / audit
66
8.324
48,5
48,5
25,8
28,4
4,5
3,7
6,1
3,1
15,2
16,3
Ethics audits
60
7.828
36,7
47,1
11,7
21,3
0,0
3,0
0,0
1,2
51,7
27,4
Information Technology
department assessment
76
8.959
34,2
45,4
34,2
28,8
15,8
8,8
3,9
10,0
11,8
7,0
Social and sustainability
audits
67
7.648
17,9
22,7
32,8
30,4
6,0
3,4
4,5
3,5
38,8
40,0
Quality / ISO audits
71
7.896
19,7
20,5
40,8
32,8
8,5
4,6
8,5
9,5
22,5
32,6
Página 24 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Os vários tipos de auditoria interna, operacionais e financeiras são desenvolvidos pela Função
de Auditoria Interna, quer em Portugal quer em termos Globais. No entanto, a maior taxa de
outsourcing apresenta-se nos casos de auditoria financeira. Os colaboradores de outros
departamentos da organização são mais solicitados nos casos de auditorias relativas à Ética, à
avaliação do departamento de
tecnologia de informação, auditorias sociais e de
sustentabilidade e de qualidade (ISO).
Da lista de actividades relativas ao risco, controlo e governação, constata-se que a função de
Auditoria Interna desenvolve maioritariamente actividades de teste do controlo interno,
apresentando uma estrutura similar à verificada ao nível Global. As restantes actividades são
essencialmente desenvolvidas por outros departamentos da organização.
Table 3.3.6
Audit Activities: Who Performs Risk, Control, and Governance
All Respondents in Percentages
Activity
Total Number of
Respondents by
Activity
Other department in
the organization
IAA
Co-sourced
Out-sourced
Not Performed
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
Internal control testing /
systems evaluation
86
71
69,8
70,8
19,8
17,0
8,1
6,3
1,2
4,2
1,2
1,7
Control framework
monitoring and development
73
59
50,7
58,9
42,5
28,6
0,0
4,6
0,0
1,5
6,8
6,4
Compliance with corporate
governance and regulatory
code requirements
78
51
41,0
51,4
44,9
35,3
5,1
5,0
0,0
2,0
9,0
6,3
Information risk assessment
70
48
45,7
47,5
27,1
30,9
7,1
8,2
0,0
7,0
20,0
6,4
Enterprise risk management
69
38
31,9
37,6
40,6
43,6
4,3
5,0
0,0
1,5
23,2
12,3
Resource management and
controls
65
32
27,7
32,1
63,1
47,9
0,0
3,6
0,0
2,0
9,2
14,4
Linkage of strategy and
company performance
72
26
25,0
26,3
55,6
55,8
4,2
3,8
0,0
1,6
15,3
12,5
Business viability
assessments
66
25
9,1
24,6
71,2
51,6
7,6
4,5
0,0
2,5
12,1
16,8
Página 25 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Table 3.3.7
Extent the IAA Currently Uses the Listed Audit Tools/Techniques
All Respondents by Mean and Frequency
Tools/Techniques
Number of
Respondents
Mean*
% Not Used
% Moderately
Used
% Average Use
% Very Much
Used
% Extensively
Used
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
Other electronic
communication (e.g., Internet,
e-mail)
IIA
58
6.643
3,91
4,08
8,9
2,7
14,9
6,9
17,8
16,7
71,3
27,5
59,5
46,2
Risk-based audit planning
55
6.611
3,16
3,56
36,4
8,0
16,5
13,6
36,4
21,3
66,1
28,8
26,4
28,3
Analytical review
57
6.634
3,09
3,21
18,5
6,5
33,9
20,5
52,3
31,1
55,4
29,6
15,4
12,3
Electronic workpapers
57
6.580
3,23
3,19
36,9
19,8
24,6
15,6
15,4
17,2
58,5
20,9
40,0
26,5
Statistical sampling
55
6.536
3,13
2,77
29,8
18,0
26,4
25,9
39,7
27,5
62,8
18,8
23,1
9,8
Computer-assisted audit
techniques
56
6.581
2,52
2,67
47,8
22,3
47,8
25,4
38,3
25,0
31,9
17,5
12,8
9,8
Flowchart software
57
6.540
2,72
2,42
49,2
31,7
30,8
24,8
27,7
21,6
55,4
13,5
12,3
8,4
Benchmarking
58
6.505
2,19
2,41
47,6
24,9
71,3
30,9
26,8
26,6
26,8
13,7
0,0
3,9
Process mapping application
56
6.510
2,66
2,36
51,0
36,1
35,1
21,4
28,7
20,9
51,0
13,9
12,8
7,7
Control self- assessment
57
6.511
2,12
2,30
52,3
34,1
64,6
26,0
43,1
21,1
15,4
13,0
0,0
5,8
Data mining
53
6.399
1,91
2,26
92,6
36,1
49,8
25,4
21,4
20,8
21,4
12,1
3,6
5,6
Continuous/real-time auditing
56
6.497
3,16
2,21
35,7
39,0
16,2
23,8
35,7
19,7
64,9
12,4
26,0
5,1
The IIA's Quality Assessment
Review tools
52
6.424
1,46
2,06
133,1
46,6
37,0
20,8
14,8
17,4
7,4
10,5
0,0
4,7
Balanced scorecard or similar
57
66.427
1,77
2,02
104,6
48,4
27,7
19,2
24,6
18,8
15,4
9,8
3,1
3,8
Total quality management
techniques
52
6.380
1,65
1,97
103,6
48,6
62,9
21,9
14,8
17,5
11,1
8,5
0,0
3,5
Process modeling software
52
6.366
1,62
1,69
125,7
62,7
29,6
16,6
22,2
12,4
14,8
5,8
0,0
2,5
*The mean is the average response to: 1 = Not Used, 2 = Moderately Used, 3 = Average Use, 4 = Very Much Used,5 = Extensively Used.
As ferramentas e técnicas muito utilizadas pela Actividade de Auditoria Interna em Portugal são
as comunicações electrónicas, o planeamento de auditoria baseado no risco, a revisão
analítica, os papéis de trabalho electrónicos, a amostragem estatística, software de construção
de flowcharts. Em termos Globais, as percentagens de utilização das ferramentas / técnicas
apresentam-se distribuídas de forma homogénea pelas diferentes ferramentas.
Em Portugal, não são usadas (ou raramente utilizadas) as técnicas de Balance Scorecard, as
ferramentas de revisão da avaliação de qualidade e o software de desenho do processo.
3.4 Recursos Humanos e Desenvolvimento Profissional
Os recursos humanos foram já caracterizados, em termos demográficos, no sub capitulo 3.1
tendo-se concluído que são maioritariamente jovens (entre os 26 e os 34 anos) e que a
auditoria interna em Portugal incrementou significativamente nos últimos 5 anos. Mas em que
medida é que o desenvolvimento profissional desses recursos humanos acompanhou esse
incremento da actividade de auditoria interna?
Por exemplo, dada a abrangência dos objectos auditáveis, um auditor pode não possuir os
conhecimentos necessários para desenvolver a auditoria de forma proficiente. Assim, a figura
3.4.1 ilustra os métodos usados pelos CAEs por forma a colmatar essa situação. Para tal, os
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
responsáveis portugueses preferem em grande maioria (64,3%) recorrer ao co-sourcing ou ao
outsourcing, enquanto que ao nível Global essa solução é também maioritariamente utilizada,
mas em 51,4%.
Figure 3.4.1
Methods Used to Compensate for Missing Skills
CAE Respondents (PT - 14; IIA - 2,367) in Percentages
Co-sourcing /
outsourcing
51,4%
Borrow ing staff from
other departm ents
14,5%
21,4%
Reduce areas of
coverage
More reliance on audit
softw are
17,7%
14,3%
PT
IIA
9,8%
7,1%
No m issing skill sets
Other
64,3%
0,0%
0,0%
0,0%
13,1%
12,8%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Percentage of Respondents
Por outro lado, a actividade de auditoria interna pode ser composta por elementos pertencentes
à organização ou ser contratados a empresas externas. A figura em baixo ilustra a significativa
predominância de auditores internos pertencentes à organização (in-house), representando
86% e 88,5% para o IIA e para Portugal, respectivamente.
Figure 3.4.2
Service Provider of Internal Audit Services
All Respondents (78 PT; 8,774 IIA) in Percentages
100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
Percentage of
Respondents
60,0%
86,0%
88,5%
50,0%
In-house Internal
Auditiging
Service Provider
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
14,0%
11,5%
IIA
PT
0,0%
Em particular no caso português, os CAEs participantes, eram na totalidade colaboradores da
organização onde são responsáveis pela auditoria interna. Da análise à tabela 3.4.1 verifica-se
existência de maioria de colaboradores internos em todos os níveis hierárquicos, sendo a maior
percentagem de contratação de serviços externos relativa ao apoio administrativo.
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Table 3.4.1
Staff Levels at in House IAA or Service Provider
All Respondents in Percentages
Number of
Respondents
Staff Level
of Respondent
Percent of Staff
Level Working for a
Service Provider
Percent of Staff
Level Working
In-House IAA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
CAEs
14
2.337
0,0
13,3
100,0
86,7
Audit Manager
22
2.004
18,2
17,0
81,8
83,0
Audit Senior/ Supervisor
18
2.208
11,1
12,8
88,9
87,2
Audit Staff
15
1.595
6,7
11,3
93,3
88,7
Other
9
630
22,2
17,9
77,8
82,1
Total/Average
78
8.774
11,5
14,0
88,5
86,0
No que respeita à formação, os Auditores Internos Certificados (Certified Internal Auditors,
CIAs), para manterem a certificação são obrigados a frequentar uma Formação Profissional
Contínua (Continuing Professional Education, CPE). O IPAI esclarece ainda que Um CIA que
desempenhe funções de auditoria interna tem de completar um total de 80 horas de CPE
aceitável de dois em dois anos. (IPAI, 2006). Face ao exposto, poderá ser preocupante que
14,7% dos CIAs portugueses participantes não tenham recebido formação nos últimos 36
meses (figura 3.4.3). No entanto, esta situação poderá ser consequência do facto do número
de CIAs existentes em Portugal ter duplicado entre Novembro de 2004 e Maio de 2006, de 21
CIAs para 49 (IPAI, 2007), pelo que poderão ter sido CIAs recentemente à data do questionário
(Setembro/06).
Figure 3.4.3
Num ber of Hours of Form al Training During the Last 36 Months
for CIA/MIIA/PIIA Respondents
All Respondents (PT - 34; IIA - 3,366) in Percentages
None
1, 1%
14 , 7 %
9,9%
11, 8 %
1- 3 9 h o u r s
2 1, 4 %
23,5%
4 0 - 7 9 hour s
8 0 - 119 h o u r s
16 , 6 %
11, 8 %
2 6 , 1%
12 0 - 15 9 h o u r s
16 0 - 19 9 h o u r s
0,0%
2 0 0 - 2 3 9 hour s
mor e t ha n 2 4 0 hour s
0,0%
26,5%
PT
IIA
6,0%
6,2%
5,9%
12 , 7 %
5,9%
5,0%
10 , 0 %
15 , 0 %
20,0%
25,0%
30,0%
P e r c e n t a ge o f R e sp o n d e n t s
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
3.5 Questões emergentes
A auditoria interna é uma actividade independente, de avaliação objectiva e de consultoria,
destinada a acrescentar valor e a melhorar as operações de uma organização. Assiste a
organização na consecução dos seus objectivos, através de uma abordagem sistemática e
disciplinada, na avaliação da eficácia da gestão de risco, do controlo e dos processos de
governação. (IPAI, 2002)
Esta redefinição de auditoria interna veio expandir as áreas de actuação, como sejam as
actividades de consultoria, e melhoria da eficácia da gestão de risco, do controlo e dos
processos de governação. Face a estas mudanças, foi solicitado aos participantes que
indicassem se lhes seriam expectáveis alterações na actividade e no papel da função de
Auditoria Interna.
Table 3.5.1
Anticipated Changes in Types of Audits to Be Performed Within the Next Three Years
All Respondents in Percentages
Activity
Total
Responses
Increase
Decrease
Stay the Same
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
Review of financial processes
58
6.728
43,1
79,5
20,7
2,3
36,2
18,2
Risk management
58
6.704
91,4
63,2
0,0
4,0
8,6
32,8
Governance
59
6.698
57,6
46,9
0,0
11,7
42,4
41,4
Regulatory compliance
58
6.715
53,4
46,2
15,5
14,7
31,0
39,1
Operational auditing
56
6.724
51,8
43,5
12,5
14,6
35,7
41,9
A tabela 3.5.1 agrega a informação relativa às previsões de mudanças na actividade de
auditoria interna percebidas pelos participantes. De uma forma geral, os participantes
portugueses apresentam as maiores previsões de mudanças no aumento em todas as
actividades apresentadas, em especial na gestão do risco. No que respeita à governação, quer
em Portugal quer em termos Globais, as percepções de mudança distribuem-se entre o
“aumento” e o “permanecer no mesmo”. Para a actividade de revisão do processo financeiro,
os dados portugueses encontram-se distribuídos entre as três possibilidades de resposta.
.
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O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Para as possíveis mudanças do papel da função de auditoria interna, apresenta-se na tabela
3.5.2 as previsões dos participantes, da qual se extrapola o seguinte:
F
Nalguns casos não existe uma tendência clara e inequívoca de quais os papeis que a
função de auditoria espera ou não ter nos próximos 3 anos;
Ö O alinhamento entre estratégias e medidas de desempenho (ex. Balance Scorecard),
em que 19,3% (Portugal) consideram que tem actualmente um papel, no entanto a
previsão para daqui a 3 anos é dividida já que em 36,8% (PT) que vai ter um papel e
28,1% considera que não terá nenhum papel na função de auditoria interna;
Ö Quanto à responsabilidade social corporativa, 29,1 % dos participantes portugueses
consideram que tem actualmente um papel, no entanto, 32,1% consideram que vai
ter um papel em oposição a 29,1%;
Ö As questões de Disaster recovery, actualmente 33,3% considera que tem um papel,
25,9%, que espera ter nos próximos 3 anos, e 29,6% que não prevê ter;
Ö Para a globalização, 22,2% espera ter um papel nos próximos 3 anos, e 27,8% que
prevê o contrário;
F
O benchmarking e o desenvolvimento da formação e educação dos recursos humanos
das organizações (ex. controlo interno, gestão de risco, obrigações legais) são as áreas
que actualmente têm um papel significativo na função de auditoria interna e cujas
previsões indicam que assim se vão manter;
F
Os principais temas onde actualmente não têm um papel significativo, e em que se
verifica uma tendência a diminuir ou a não se aplicar à função de auditoria interna são os
mercados emergentes, a avaliação da propriedade intelectual, a avaliação do
desenvolvimento de sistemas de gestão de conhecimento e a formação do comité de
Auditoria;
F
Existem ainda duas áreas que claramente não se prevê que tenham um papel na
actividade de auditoria nos próximos 3 anos:
Ö A remuneração dos executivos, indicada em 50,0% e 45,4%, em Portugal e no
Global, respectivamente;
Ö As fusões e aquisições, cujas respostas portuguesas e totais indicam 40,0% e 30,8%,
respectivamente;
Página 30 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
Table 3.5.2
Emerging Roles of the IAA - Total Responses in Percentages
Total Respondents
Roles
Currently have a
role
Likely to have a role
Unlikely to have a
within the next 3
role
years
Not applicable
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
PT
IIA
Alignment of strategy and
performance measures (e.g.,
Balanced Scorecard)
57
6.500
19,3
23,1
36,8
35,2
28,1
30,1
15,8
11,6
Benchmarking
54
6.476
25,9
28,6
38,9
35,7
16,7
26,0
18,5
9,7
Corporate governance
55
6.511
40,0
52,2
34,5
31,2
16,4
11,4
9,1
5,2
Corporate social responsibility
55
6.415
29,1
23,6
32,7
31,6
29,1
33,8
9,1
11,0
Develop training and education of
organization personnel (e.g., internal
controls, risk management, regulatory
requirements)
56
6.522
48,2
46,6
30,4
34,4
17,9
15,3
3,6
3,7
Disaster recovery
54
6.490
33,3
34,0
25,9
26,1
29,6
29,0
11,1
10,9
Evidential issues
55
6.385
65,5
39,8
10,9
23,9
12,7
23,5
10,9
12,8
Emerging markets
55
6.426
16,4
11,5
20,0
22,5
34,5
39,5
29,1
26,5
Environmental sustainability
54
6.439
27,8
14,0
18,5
24,7
35,2
39,9
18,5
21,4
Executive compensation
56
6.429
14,3
16,0
12,5
17,7
50,0
45,4
23,2
20,9
Fraud prevention/detection
56
6.530
69,6
69,0
19,6
22,9
7,1
5,7
3,6
2,4
Globalization
54
6.431
20,4
15,3
22,2
21,1
29,6
35,2
27,8
28,4
Intellectual property and knowledge
assessment
55
6.391
16,4
19,2
27,3
28,4
30,9
35,1
25,5
17,3
IT management assessment
56
6.453
48,2
46,1
26,8
32,2
17,9
16,8
7,1
4,9
Knowledge management systems
development review
55
6.387
20,0
26,1
34,5
38,1
27,3
26,9
18,2
8,9
Mergers and acquisitions
55
6.437
18,2
18,4
18,2
23,7
40,0
30,8
23,6
27,1
Project management
56
6.410
35,7
39,8
16,1
27,6
35,7
25,1
12,5
7,5
Provide training to the audit committee
55
6.436
16,4
31,2
21,8
34,4
32,7
21,7
29,1
12,7
Regulatory compliance assessment
monitoring
55
6.442
67,3
64,0
14,5
23,0
10,9
9,2
7,3
3,8
Risk management
58
6.509
60,3
66,6
27,6
25,5
6,9
5,6
5,2
2,3
Strategic frameworks
54
6.407
25,9
27,0
29,6
36,8
37,0
27,7
7,4
8,5
Página 31 de 33
O Estado de Arte da Auditoria Interna em Portugal
4
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