CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
Europa
Se considerarmos a evolução do PIB da zona do euro, no
primeiro trimestre de 2014, a
expectativa do Fundo Monetário
Internacional - FMI de um crescimento de 1,2% no ano, poderá
não se confirmar. Com um
avanço de 0,2% em relação ao
último trimestre de 2013 e de
0,9% anualizado, a esperada recuperação do crescimento econômico da região ainda é tímida.
O melhor desempenho
foi o da economia alemã, que superou a média do bloco e cresceu 0,8% no período, em relação
ao trimestre anterior, a maior
taxa trimestral dos últimos três
anos. O consumo doméstico subiu 1,9% e foi um dos fatores
propulsores desse resultado. A
construção civil, graças a um
clima favorável, se expandiu em
3,6%. Já a economia francesa, a
segunda maior da zona do euro,
teve crescimento nulo no período e de 0,7% anualizado. Já o
PIB da Espanha evoluiu 0,4%, o
maior avanço em um trimestre
desde 2008 e o da Itália recuou
0,1% no mesmo período.
Fora da zona do euro, o
Reino Unido apresentou forte
expansão econômica, tendo o
PIB evoluído 0,8% no primeiro
trimestre e 3,1% anualizado. O
aumento de 0,8% nos gastos das
famílias e de 2,7% nos investimentos empresariais foram os
destaques.
De acordo com a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, a taxa
1
de desemprego da zona do euro
se manteve em 11,6% em maio.
O número de desempregados no
bloco caiu em 636 mil trabalhadores em relação a maio de
2013, mas 18,55 milhões de pessoas continuam sem emprego.
Antes da crise de 2008 o número
era de 11,50 milhões.
Em compensação, a taxa
de desemprego no Reino Unido,
no período de março a maio caiu
para 6,5%, o menor nível desde
o final de 2008. O número de
pessoas empregadas avançou
254 mil, no período, para 30,6
milhões de pessoas, o maior nível já registrado na série histórica do Escritório para Estatísticas Nacionais – ONS, iniciada em
1971.
Fonte: www.tradingeconomics.com
Por outro lado, a taxa
anual de inflação da zona do
euro se manteve estável em junho, no nível mais baixo dos últimos quatro anos. Dados preliminares da Eurostat revelam
que a inflação do consumidor,
CPI, subiu 0,5% em junho ante o
mesmo mês de 2013, variação
igual a de maio e bem abaixo da
meta do Banco Central Europeu
– BCE, de 2%. Foi o oitavo mês
seguido em que a taxa anual de
inflação da região se manteve
abaixo de 1%.
Em sua última reunião, logo no início de julho, o
BCE manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica de 0,15% a.a., depois da
confirmação de um fraco crescimento na região e da estabilidade da inflação. Também foram mantidas a taxa de juros de
empréstimo marginal, em 0,40%
a.a. e a taxa para depósitos bancários, negativa em – 0,10% a.a.
EUA
Depois de uma expansão anualizada de 2,6% no último trimestre de 2013, o PIB
americano apresentou queda de
-2,9% no primeiro trimestre de
2014. A contração deveu-se, sobretudo,
a um inverno extremamente rigoroso
que afetou duramente o
consumo interno. Diversos economistas e oficiais do banco central do país, o FED, viram na retração um movimento a ser encarado como uma excepcionalidade, que não deve se repetir.
Importantes indicadores tais
como o de produção industrial e
o de confiança do consumidor,
que atingiu 85,2 pontos no final
de junho, reforçam as melhores
expectativas.
Em reunião no final de
junho, o FED decidiu manter a
taxa básica de juros entre zero e
CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
0,25% a.a., por um tempo ainda
considerável e anunciou um
novo corte de US$ 10 bilhões em
seu programa de estímulos (Q3).
Foi a quinta redução consecutiva, diminuindo as compras
mensais de títulos no mercado
financeiro para US$ 35 bilhões.
Já as taxas de inflação
que vinham se mantendo extremamente baixas no início do
ano, se aproximaram da meta de
2% fixada pelo FED. Enquanto o
índice que mede a inflação do
consumidor, CPI, evoluiu 0,4%
em maio, ou 2,1% anualizado, a
do produtor, PPI, caiu 0,2% no
mesmo mês, ficando em 2%
anualizado.
Fonte: www.tradingeconomics.com
A surpresa mais agradável foi a criação de 288 mil
postos de trabalho em junho,
quando a expectativa era de 215
mil. Com isso, a taxa de desemprego, que era de 6,3% em maio,
recuou para 6,1% no mês seguinte. Verificou-se uma alta na
população ocupada superior a
observada na população ativa.
Um sinal positivo sobre a recuperação do mercado de trabalho
no país.
Ásia
Depois de dois trimestres consecutivos de queda, o
2
PIB da China cresceu 7,5% no segundo trimestre de 2014, em
comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano o crescimento foi de
7,4%, revelando desaceleração
frente a alta de 7,6% registrada
no mesmo período de 2013.
Pressões contracionistas decorrentes do desaquecimento do
setor imobiliário e da redução
gradual da oferta de crédito, induzidas pelo governo, foram
compensadas por investimentos
em infraestrutura, que inclusive
deram suporte aos preços de
commodities no mercado internacional.
Por sua vez, o índice
de preços
ao consumidor de junho apresentou deflação
de
0,10%, mantendo a evolução anual no baixo
patamar de 2,3%.
Entre janeiro e março,
comparado ao trimestre anterior, a economia do Japão cresceu 1,6%, devido ao aumento
dos gastos de capital. Em base
anual a evolução foi de 6,7%. Já
no mês de julho, o banco central
do país manteve a política monetária e reduziu ligeiramente a
sua expectativa de crescimento
econômico para 2014. A taxa básica de juros permaneceu em
0,10% a.a. Por unanimidade, o
conselho de política monetária
também decidiu continuar o seu
programa de estímulo à expansão da base monetária do país
em um ritmo anual entre US$
590 e US$ 690 bilhões de dólares, como uma das armas usadas
para acabar com a deflação que
vem afetando o país há mais de
uma década e aproxima-la da
meta de 2%.
Na Índia, que vinha no
passado recente apresentando
crescimento econômico superior a 7%, o PIB do primeiro trimestre cresceu 2,1% em relação
ao trimestre anterior, ou 4,6%
anualizado. Mas a inflação do
consumidor de maio, 8,28% anualizada, permaneceu em patamar elevado.
Investimentos em Renda Fixa
Com alto nível de liquidez e baixa volatilidade, o mercado internacional de renda fixa
dos países desenvolvidos, apesar da redução continuada dos
estímulos do banco central
norte-americano (Q3), apresentou declínio nas remunerações
pagas aos investidores. Enquanto no final do primeiro trimestre de 2014 os títulos do tesouro americano (Treasury
Bons) de 10 anos apresentavam
remuneração de cerca de 2,80%
a.a., no final do segundo pagavam 2,53% a.a. Já os títulos de
30 anos que rendiam cerca de
3,65% a.a., passaram a render
3,34% a.a. Quanto aos títulos
corporativos de 10 anos, os emitidos por empresas com grau de
investimento
(Investment
Grade) pagavam cerca de 3,50%
CENÁRIO INTERNACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
a.a., no final do semestre e os
emitidos por empresas com
maior risco (High Yield) pagavam
cerca de 5,55% a.a.
Investimentos em
Renda Variável
Apesar do cenário de
crescimento modesto, as bolsas
europeias apresentaram desempenho satisfatório no segundo
trimestre e no acumulado do
ano de 2014. O índice FTSE 100
(Grã- Bretanha) subiu 2,21% no
segundo trimestre, acumulou
uma ligeira queda de – 0,08% no
semestre, mas uma alta de
8,50% em 12 meses. O Dax 30
(Alemanha), subiu 2,90% no trimestre, acumulou uma alta de
2,94% no semestre e expressivos 23,54% em 12 meses. O CAC
40 (França) apresentou altas de
0,71%, 2,95% e de 18,29% sucessivamente. Já o RTS Index (Rússia), influenciado pela questão
ucraniana, subiu 7,90% no segundo trimestre, acumulou
queda de – 5,31% no semestre e
alta de 7,11% em 12 meses.
3
As bolsas norte-americanas continuaram a atingir novos recordes, favorecidas pelas
taxas de juros nas mínimas históricas. O aumento do consumo
e dos investimentos corporativos, principalmente, permitiram
às empresas, inclusive os grandes conglomerados financeiros,
a apresentarem lucros acima das
expectativas. Enquanto o índice
S&P 500 subiu 4,69% no segundo trimestre, acumulando
alta de 6,05% no semestre e de
22,04% em 12 meses, o índice
Dow Jones subiu 2,24% no trimestre, 1,51% no semestre e
Dow Jones
18.000
16.000
14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
01/01/2008
01/01/2009
01/01/2010
01/01/2011
Fonte: Dow Jones
12,86% em 12 meses.
Na Ásia, refletindo
certa desaceleração da economia, o índice Shanghai SE Com-
posite (China) apresentou a modesta alta de 0,74% no segundo
trimestre, queda de – 3,20% no
semestre e alta de 3,49% em 12
meses. No entanto na Índia,
apesar da menor evolução do
PIB, o índice BSE Sensex 30 subiu
13,52% no trimestre, 20,04% no
semestre e 31,03% em 12 meses. Já o índice Nikkei 225 (Japão) subiu 2,25% no segundo trimestre, acumulou queda de –
6,93% no semestre e alta de
10,86% em 12 meses.
Já as commodities em
geral, terminaram o segundo trimestre apresentando resultados
mistos. O
níquel
subiu
19,22%,
o zinco
11,29%,
o petróleo
6,74% e
o alumínio 4,72%. Das commodities
agrícolas, se o boi subiu 9%, o
café caiu – 4,18%, a soja – 5,26%,
o algodão – 14,35%, o milho
– 16,89% e o trigo – 19,74%.
01/01/2012
01/01/2013
01/01/2014
CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
Europa
Em seu último relatório
divulgado já no mês de julho, o
Fundo Monetário Internacional
– FMI reduziu a previsão para o
crescimento do PIB da zona do
euro, em 2014, de 1,2% para
1,1%. Comentou que a fraca demanda agregada tem pesado sobre a atividade real e puxado
para baixo a inflação, tendo em
vista que empresas, famílias e
bancos continuam a reparar
seus balanços. “A inflação deverá manter-se abaixo da meta
primordial de preços do BCE por
um período prolongado, ressaltando os riscos de inflação baixa.
Com espaço limitado de política
no curto prazo, choques adicionais negativos, domésticos ou
externos, podem prejudicar o
sentimento do mercado financeiro, deter a recuperação e empurrar a economia para uma inflação mais baixa e até mesmo
deflação”.
Enquanto isso, o BCE
prepara o seu programa de expansão monetária, com foco no
crédito. Estuda uma linha especial de empréstimos para bancos
focados em crédito para empresas e famílias.
EUA
No mesmo relatório de
julho, o FMI reduziu a sua previsão para a expansão da economia americana, em 2014, de
2,8% para 2%, devido ao inverno
rigoroso. No entanto, manteve a
4
previsão de crescimento de 3%
em 2015, na medida que os recentes indicadores sinalizam
uma recuperação mais vigorosa.
Para o Banco Mundial o crescimento será de 2,1% em 2014 e
também de 3% em 2015.
Fonte: www.tradingeconomics.com
Para a presidente do
FED, Janet Yellen, a recuperação
econômica dos EUA continua incompleta, com o mercado de
trabalho ainda abalado e salários estagnados justificando a
política monetária frouxa no horizonte relevante. Os sinais de
aceleração da inflação ainda não
são suficientes para o FED acelerar seus planos de elevar a taxa
básica de juros, medida esperada para meados de 2015. No
entanto esse quadro poderá
mudar, com a taxa de juros subindo mais cedo e mais rápido,
se os dados mostrarem o mercado de trabalho melhorando
com mais velocidade do que o
esperado. Há que se considerar
também que é mais prudente se
trabalhar com um cenário mais
longo para a mudança da política monetária e ter que abrevialo caso a economia ganhe maior
robustez e supere as expectativas, do que um quadro inverso.
Alguns diretores do banco cen-
tral americano, entre eles a presidente da regional de Kansas
City, já manifestaram opinião de
que o aumento dos juros poderá
ocorrer ainda este ano, ou no
início do próximo. Existe preocupação com o impacto da alta dos
preços
de alimentos
e energia nas
famílias
de baixa
renda e
há ansiedade pela normalização
da política monetária.
Mantido o ritmo de
corte no programa de estímulos
do FED (Q3), em outubro próximo ele estará extinto. Quando
a sinalização de elevação da taxa
básica for inequívoca, esperamse efeitos indesejados, principalmente para aqueles países dependentes do capital externo,
como o Brasil. A remuneração
dos títulos do tesouro americano será cada vez mais atraente gerando pressão sobre moedas e juros desses países. Não
devemos também esquecer o
poder de antecipação dos mercados financeiros, o que já implicaria no aumento da volatilidade, com a inversão do fluxo de
capitais rumo aos Estados Unidos, antes mesmo do aperto nos
juros acontecer.
CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
Ásia
Para a China o FMI estima um crescimento econômico de 7,5% em 2014 e de 7,3%
em 2015. Já o Banco mundial estima que a evolução do PIB será
de 7,6% em 2014 e de 7,5% em
2015. Os indicadores macroeconômicos recentemente divulgados reforçam a expectativa de
que as medidas de suporte implantadas pelo governo serão
suficientes para impedir uma
desaceleração indesejada.
Para a Índia o FMI projeta um crescimento de 5,4% em
2014 e de 6,4% em 2015. O
Banco Mundial estima um
avanço do PIB de 5,5% em 2014
e de 6,3% em 2015. Para o Japão
a primeira instituição projeta um
crescimento de 1,4% em 2014 e
de 1% em 2015. Já a estimativa
do Banco Mundial é de 1% tanto
para 2014 quanto para o ano seguinte.
Investimentos em
Renda Fixa
Mesmo
com a desmontagem do programa de estímulos do FED
(Q3), as taxas
de juros, de
uma forma geral, ainda estão
em patamares muito baixos. Algumas delas na mínima histórica. Dado o alto nível de liquidez
internacional, há mais recursos
5
sendo poupados do que a capacidade das empresas de atraírem novos investimentos e ao
mesmo tempo, os principais
bancos centrais há seis anos vêm
mantendo os juros baixos e criando dinheiro, na tentativa de
estimular o crescimento depois
da crise financeira. Assim o apetite por risco vem evoluindo. Na
Espanha, por exemplo, onde recentemente havia uma séria
crise da dívida, a ansiedade dos
investidores para adquirirem títulos do governo os levou a aceitar os juros mais baixos desde
1789. Em termos globais, qualquer ativo mobiliário ou imobiliário está sendo negociado a preços elevados pelos padrões históricos em relação aos fundamentos vigentes. De acordo com
Russ Koesterich, estrategista
chefe da Black Rock, uma das
maiores gestoras de ativos do
mundo, “estamos num mundo
em que há pouquíssimos ativos
inequivocamente baratos”.
A pergunta do momento é quanto tempo durará
este ambiente de baixos retor-
baixo retorno aos investidores
desde o início da crise global.
Mesmo nos mercados emergentes, que em geral têm juros maiores dada a inflação mais elevada, os retornos são muito baixos. Para aqueles que pretendem investir em títulos do tesouro americano, por exemplo,
cuja a remuneração é prefixada,
se a intenção não for a de levalos até o vencimento é muito
grande a possibilidade de perdas
significativas ao longo do seu
carregamento. Para aqueles que
miram a data de vencimento,
existe sempre o custo de oportunidade. Paradoxalmente é um
ativo que traz no seu bojo o menor risco de crédito do planeta.
Já vimos filme parecido no Brasil
em 2013.
TREASURY BONDS 10Y
JUROS
Investimentos em
Renda Variável
Lucros crescentes
e a confiança dos investidores em que o FED seja
capaz de manter os juros
baixos, a inflação sob controle e a atividade econômica em expansão é que
tem levado as bolsas americanas a patamares recorFonte: www.tradingeconomics.com
des. No entanto, as consinos e o que acontecerá a seguir?
derações feitas acerca dos investimentos em renda fixa, também
Ativos altamente sesão válidas para aqueles em
guros, como os títulos do tesouro americano, têm oferecido
CENÁRIO INTERNACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
renda variável. Ficou para muitos a ideia de que ao se imprimir
dinheiro se provoca imediatamente inflação, tenha caído por
terra. Não deve ser esquecido
que recentemente, nos EUA, o
índice de preços ao consumidor
(CPI) registrou a maior alta em
mais de um ano e de que o fortalecimento do mercado de trabalho também significa maior
.
6
consumo que, se não acompanhado pelo aumento da oferta
gera inflação.
Recentemente
membros do FED alertaram o mercado financeiro que as ações de
empresas denominadas “small
caps”, dos setores de biotecnologia e de tecnologia da informação atingiram níveis de preços
considerados perigosos.
Historicamente, juros
em alta são inimigos das bolsas e
bolsas em níveis recorde podem
ser cruéis com os investidores.
Exceto pela necessária diversificação de ativos, o momento é de
reflexão.
BOLSA
DÓLAR
CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
Atividade Econômica
Depois de ter apresentado evolução de 0,4% no último
trimestre de 2013, o PIB brasileiro, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, cresceu apenas 0,2%
no primeiro trimestre de 2014 e
somou R$ 1,2 trilhão. Em relação
ao mesmo período do ano anterior a alta foi de 1,9%. O fraco resultado deveu-se, principalmente, à retração de 0,8% da indústria, além da queda de 2,1%
nos investimentos. Embora o governo tenha mencionado a seca,
a lenta recuperação da economia internacional, a volatilidade
do câmbio, entre outros fatores,
a queda generalizada da confiança dos agentes econômicos,
em um ambiente de inflação
eleva e política fiscal frouxa teve
importante papel. Para a atividade industrial, foi o pior resultado desde o segundo trimestre
de 2012. A indústria de transformação, que engloba o setor automotivo, teve retração de 0,5%
e as montadoras já falam em dar
férias coletivas para ajustar o
ritmo de produção à menor demanda.
Fonte: www.tradingeconomics.com
O consumo das famílias,
impactado pelos aumentos das
7
taxas de juros, caiu – 0,1% no
primeiro trimestre, em relação
ao quarto do ano passado, o pior
resultado desde o terceiro trimestre de 2011. Já a taxa de investimento, de 17,7% do PIB, foi
a pior para o primeiro trimestre
desde 2009, enquanto a taxa de
poupança, de 12,7% do PIB, foi a
menor para o primeiro trimestre
desde que se iniciou a série histórica no ano 2000.
O que evitou uma retração do PIB do Brasil, no primeiro
trimestre do ano, foi o crescimento de 3,6% do agronegócio.
De maneira geral foi bom o desempenho dos setores de grãos
e carnes. Mesmo as safras de
cana-de-açúcar e de café, que
registraram quebras por conta
da estiagem, foram compensadas pela alta dos preços internacionais dos produtos.
Setor Público
Último dado divulgado, a arrecadação federal de
R$ 87,89 bilhões, no mês de
maio trouxe outro importante
sinal de alerta para o governo. A
queda real de 5,95%, em relação
ao mesmo período do ano passado, representou a pior
taxa para um
mês de maio
desde 2009.
Com as despesas com
pessoal, custeio, investimento e benefícios
sociais ultrapassando em R$ 11
bilhões as receitas do mês, o superávit primário acumulado nos
cinco primeiros meses do ano foi
de R$ 31,5 bilhões, ou 1,5% do
PIB, com queda de 33% em relação ao mesmo período do ano
passado. Foi o menor resultado
desde 2002 e equivaleu à metade da economia feita no
mesmo período em 2012.
O déficit do mês de maio
poderia ter atingido R$ 15 bilhões, caso R$ 4 bilhões em créditos em favor da união, que estavam depositados em um
grande banco privado, fora do
controle oficial, não tivessem
sido localizados pelo Banco Central e incorporados às contas públicas, às vésperas da divulgação
do resultado. Tanto a Secretária
do Tesouro, quanto o Banco
Central não explicaram, por enquanto, a origem desses créditos.
Assim, está cada vez
mais difícil cumprir a meta de R$
99 bilhões ou 1,9% do PIB, fixada
pelo Ministério da Fazenda para
2014.
Já o déficit nominal, que
considera o pagamento de R$
101,6 bilhões de juros, pelo Tesouro Nacional, foi de R$ 70,1 bilhões ou 3,48% do PIB, com uma
elevação de 0,20 p.p. em relação
ao final do ano passado. A dívida
líquida do setor público alcançou R$ 1,7 trilhão ou 34,6% do
PIB, no final de maio, elevandose 0,4 p.p. do PIB em relação ao
mês anterior. Por seu turno, a dívida bruta geral, que inclui o governo federal, INSS, governos
CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
estaduais e municipais, alcançou
R$ 2,9 trilhão ou 58% do PIB, elevando-se em 0,20 p.p. em relação ao mês anterior.
Inflação
O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo –
IPCA, que mede a variação de
preços para famílias com renda
mensal de 1 a 40 salários mínimos, subiu 0,40% em junho,
após ter subido 0,46% em maio
e encerrou o primeiro semestre
de 2014 com uma alta acumulada de 3,75% e de 6,52% em 12
meses, superando o teto da
meta de 6,50% perseguida pelo
Banco Central. Já o índice de difusão da inflação de junho, que
mostra o percentual de produtos com aumento de preços, ficou em 61,4% ante 66,8% em
maio. Patamar ainda bastante
elevado.
IPCA
1,00%
0,90%
0,80%
0,70%
0,60%
0,50%
0,40%
0,30%
0,20%
0,10%
0,00%
Fonte: IBGE
A disparada nos preços
de passagens aéreas e de diárias
de hotel foi a responsável por
metade da inflação apurada. A
queda nos preços dos alimentos
e dos combustíveis foi insuficiente para segurar o índice de
preços.
8
Já o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor – INPC,
que mede a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e
5 salários mínimos subiu 0,26%
em junho, depois de ter subido
0,60% no mês anterior. Nos seis
primeiros meses do ano a alta
acumulada foi de 3,79% e em 12
meses de 6,06%.
Juros
Em sua última reunião
do semestre, realizada no final
do mês de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM decidiu, por unanimidade, manter inalterada em
11% a.a. a taxa básica de juros,
denominada taxa Selic. A principal argumentação do Banco
Central é a de que parte da alta
recente dos juros ainda não produziu os efeitos esperados sobre
os índices de preços, o que deve
acontecer, na
sua avaliação,
ao longo do
tempo.
Com a
divulgação da
ata da reunião,
no início de junho, ficou evidente, na visão do BC, que o
pessimismo dos brasileiros em
relação à atividade econômica
ajudará a reduzir a inflação.
Cambio e Setor Externo
O dólar (P-Tax 800)
terminou o primeiro semestre
de 2014 cotado a R$ 2,20. Indubitavelmente, a atuação diária
do Banco Central no mercado de
cambio ofertando até US$ 200
milhões diários em swap cambial, que equivale à venda futura
de dólares, foi bem sucedida.
Permitiu a redução da volatilidade da taxa de cambio e evitou
a desvalorização do real e seus
efeitos sobre os índices de inflação. Essas intervenções, que estavam programadas para acabar
em 30 de junho, foram estendidas até, pelo menos, 31 de dezembro de 2014. Adicionalmente, o governo ampliou, no
início de junho, a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF sobre empréstimos
contratados no exterior por bancos e empresas. Com a medida,
ficou mais facilitada a entrada
de capital de curto prazo no país.
Nos seis primeiros meses do ano, foi contabilizado um
déficit de US$ 2,49 bilhões na
Balança Comercial (Exportações
menos Importações) brasileira.
Foi o terceiro pior resultado,
para o período, de toda a série
histórica, que teve início em
1994. As exportações somaram
US$ 110,53 bilhões e as importações US$ 113 bilhões.
Já a Balança de Transações Correntes, resultado de todas as transações do Brasil com
o exterior, apresentou saldo negativo de US$ 6,63 bilhões no
mês de maio, acumulando um
déficit de US$ 40,07 bilhões nos
cinco primeiros meses do ano.
Foi o maior saldo negativo já re-
CENÁRIO NACIONAL – 1º SEMESTRE 2014
gistrado no período. O Investimento Estrangeiro Direto – IED
somou US$ 25,34 bilhões, entre
janeiro e maio, insuficiente para
financiar o déficit em conta corrente
Pelos dados do Banco
Central, entre o início de janeiro
e o dia 27 de junho, o ingresso
líquido de dólares no país foi de
US$ 3,17 bilhões, enquanto em
2013 foi de US$ 8,9 bilhões no
mesmo período. Uma queda de
cerca de 64%.
As reservas internacionais do país totalizavam US$
379,2 bilhões no final de maio,
com um aumento de US$ 735
milhões em relação ao mês anterior. Já o risco país, medido
através do índice EMBI, do
banco JP Morgan, situava-se em
208 pontos no final de junho.
Investimentos em
Renda Fixa
Apesar dos fundamentos macroeconômicos ruins do
Brasil e a redução continuada do
programa de estímulos do banco
central americano (Q3) terem
sugerido um cenário adverso
para as aplicações referenciadas
no IMA-B, em função da expectativa de alta das taxas de juros
negociadas no mercado, o resultado acabou sendo diferente.
Com a perspectiva do aumento
dos juros básicos norte-americano apenas em 2015 e em função das altas taxas de juros praticadas no país e das baixas taxas
praticadas no exterior, houve
9
forte ingresso de capital estrangeiro para aquisição de títulos
emitidos pelo Tesouro Nacional,
principalmente das NTNs-B. Até
o final de maio, os investidores
estrangeiros propiciaram um ingresso líquido no país de US$
15,07 bilhões para a aplicação
em títulos de renda fixa. O que
explica em boa parte a forte alta
dos IMAs mais longos.
ano, até o final de maio, o índice
Bovespa reverteu o resultado
negativo do primeiro trimestre e
terminou o segundo trimestre
de 2014 com uma valorização de
3,99%. No semestre o avanço foi
de 3,22% e em 12 meses de
12,03%.
Em decorrência da
queda de 15,5% em 2013 e de
2,12% no primeiro trimestre do
Rendimento dos Títulos Públicos no 1º Semestre de 2014
ano, além do resultado posiTítulos /
Títulos /
tivo de diversas empresas,
Rendimento (%)
Rendimento (%)
Vencimento
Vencimento
muitas ações negociadas
Prefixados
Indexados ao IPCA
LTN 2015
5,83
NTN-B 2015
2,89
em bolsa ficaram com os
LTN 2016
7,32
NTN-B 2017
5,06
seus preços atrativos. Mais
NTN-F 2017
7,37
NTN-B 2020
9,22
NTN-F 2021
10,72
NTN-B 2024
9,75
de 30 empresas recompraNTN-F 2023
12,00
NTN-B 2035
8,04
Indexados ao IGP-M
NTN-B 2045
8,79
ram as suas próprias ações
NTN-C 2017
3,41
NTN-B 2050
12,70
NTN-C 2021
4,21
em virtude dos baixos preNTN-C 2031
3,97
ços praticados no mercado.
Fonte: ANBIMA
Também pesou na valorizaNa tabela abaixo, o deção
das ações, principalmente
sempenho dos principais indicana das empresas estatais, a posdores que referenciam as aplicasibilidade revelada pelas pesquições de renda fixa e o comportasas eleitorais de haver alternânmento das metas atuariais.
cia de poder no governo federal,
com as eleições
Rentabilidade dos Indicadores
presidenciais de
Indicadores
2014
2013
12M
outubro, o que
implicaria em
IPCA + 6% a.a.
6,30%
12,27%
12,37%
INPC + 6% a.a.
6,34%
11,90%
11,88%
mudança de poIRF-M 1
5,04%
7,44%
9,76%
lítica de goIRF-M 1+
7,83%
0,36%
10,15%
verno em relaIRF-M Total
6,83%
2,61%
9,97%
IMA-B 5
7,03%
2,78%
10,60%
ção a essas emIMA-B 5+
11,16%
-17,07%
4,37%
presas. Outro
IMA-B Total
9,52%
-10,02%
6,89%
IDKA 2 (IPCA)
7,14%
4,21%
11,62%
fato a ser destaCDI
4,97%
8,07%
9,68%
cado é o de que
POUPANÇA
3,37%
6,85%
6,71%
o cenário de inFonte: ANBIMA
certezas fez com
Investimentos em Renda Variáque, após 10 anos, nenhuma
vel
empresa
brasileira
tivesse
aberto o seu capital, neste ano,
Também beneficiada
de forma a permitir a negociapelo ingresso de investimento
ção de suas ações em bolsa.
estrangeiro, que atingiu o montante de US$ 7,46 bilhões no
CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
Atividade Econômica
No último Relatório
Focus do Banco Central, concluído em 11 de julho, os economistas que atuam no mercado financeiro estimam que o PIB do
Brasil crescerá 1,05% em 2014 e
1,50% em 2015. Já através do
Relatório Trimestral de Inflação,
divulgado no final de junho, o
Banco Central estima que a economia deverá demorar para se
recuperar. Prevê agora uma retração da indústria de 0,4% em
2014, sendo que no relatório anterior previa um avanço de 1,5%
e um recuo de 2,4 na Formação
Bruta de Capital Fixo (investimentos), contra um avanço de
1% anteriormente estimado.
O Índice de Atividade
Econômica do Banco Central –
IBC-Br, espécie de sinalizador do
PIB, caiu 0,18% em maio na comparação com abril e para diversos analistas o de junho também
demonstrará fraqueza, apontando para um segundo trimestre com crescimento próximo a
zero, ou mesmo negativo.
Para o Bank of America
Merrill Lynch, dos Estados Unidos, o PIB do Brasil deverá crescer apenas 0,7% neste ano, contra 1,6% anteriormente projetado. Entre outras causas mencionou a inflação elevada e a
queda da indústria. Ela deverá
apresentar contração de 1,8% e
a inflação poderá se aproximar
de 7%, nos 12 meses até setembro. Para o Banco Goldman
Sachs, o remédio para o Brasil
10
voltar a crescer é amargo e vai
doer. O país tem uma economia
com problemas estruturais
muito sérios, além de desequilíbrios conjunturais e o ajuste necessário resultará provavelmente numa recessão técnica,
induzida por juros altos, que afetará inclusive a criação de empregos.
de fiscalização da Anatel. Sem
essas receitas o resultado teria
sido um déficit. Entretanto, o esforço foi insuficiente para ocultar a degradação das finanças federais.
O fraco desempenho da
economia, que pode se aprofundar, está afetando o pagamento
dos impostos que incidem, principalmente, sobre o lucro das
Setor Público
empresas, o IRPJ e a CSLL. Para
evitar uma queda maior da ativiO déficit recorde do
dade econômica, o governo adosetor público no mês de maio intou medidas de desonerações
dica que, para que a meta de sutributárias que implicaram
perávit primário de 1,9% do PIB
numa renúncia fiscal de R$ 42,08
em 2014 seja cumprida poderá
bilhões até maio.
ser necessário que a Secretaria
Em um momento que é
do Tesouro e o Ministério da Faimperativa uma gestão rigorosa
zenda continuem a se utilizar de
das contas públicas, o governo
recursos pouco ortodoxos na adcontinuou a adotar medidas que
ministração das contas públicas.
implicam em renúncia fiscal. InNeste ano, por exemplo, o uso
dependentemente do mérito, só
de expedientes extraordinários
a correção da tabela do imposto
começou mais cedo. Para que o
de renda e o reajuste do Bolsa
balanço do mês de março fosse
Família, por exemplo, vão custar
fechado com um superávit priR$ 8,90 bilhões aos cofres públimário de R$ 3,12 bilhões, o gocos em 2014 e 2015.
verno central contabilizou R$
O segundo semestre nos
2,99 bilhões de dividendos das
revelará se a condução da políempresas estatais e R$ 10,50 bitica fiscal continuará relaxada ou
lhões de receita de concessões,
se passadas as eleições ocorrerá
além de R$ 2,40 bilhões da taxa
algum tipo de ajuste fiscal que
possa restituir a
SUPERAVIT PRIMÁRIO - BRASIL
credibilidade do
6,00%
mercado na capa5,00%
cidade do governo
4,00%
de administra-la.
3,00%
2,00%
Inflação
1,00%
0,00%
2005
2006
2007
2008
Fonte: Tesouro Nacional
2009
2010
2011
Para o
mês de julho é certo que o IPCA
2012
2013 2014(e)
CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
11
Cambio e Setor Externo
10,50%
10,00%
9,50%
9,00%
8,50%
8,00%
7,50%
Fonte: Banco Central do Brasil
acontecerá com a política monetária passadas as eleições.
01/01/14
01/12/13
01/11/13
01/10/13
01/09/13
01/08/13
01/07/13
01/06/13
01/05/13
01/04/13
01/03/13
01/02/13
7,00%
01/06/14
11,00%
01/05/14
SELIC
11,50%
01/04/14
Para o mercado financeiro, o Relatório Focus revela
que a taxa Selic encerrará 2014
no atual patamar de 11% a.a. e
que será elevada em 2015 para
12% a.a.
Em sua última reunião
realizada no mês de julho, o Copom, apesar da inflação acima
da meta, decidiu manter a taxa
Selic sem alteração. Comunicou
que “avaliando a evolução do
cenário macroeconômico e as
perspectivas para a inflação, o
Copom decidiu, por unanimidade, neste momento manter a
taxa Selic em 11% a.a., sem
viés”. A grande dúvida que paira
na cabeça de muitos é o que
01/03/14
Juros
Conforme o Relatório
Focus, o mercado financeiro estima que o dólar estará valendo
R$2,39 no final de 2014 e R$
2,50 no final de 2015.
Mesmo já tendo oferecido cerca de US$ 100 bilhões
em swap cambial, o Banco Central continuará atuando com
essa modalidade, pelo menos
até o final de 2014. O risco é o de
que por algum fator inesperado,
um disparo nas cotações traga
efeitos perversos. O BC, que
hoje lucra com as operações de
swap, passaria a perder dinheiro
e necessitaria ou do socorro do
Tesouro, ou vender suas reservas. O crescente déficit nas transações correntes também representa sério risco, na medida em
que, diferentemente de outros
anos, só 63,20% do déficit em
conta corrente foi financiado
pelo Investimento Estrangeiro
Direto – IED. O restante foi bancado por dinheiro mais volátil
que veio para o
investimento em
renda fixa e
ações.
A questão é que os fundamentos
da
economia brasileira não inspiram confiança nos investidores
internacionais mais avessos à especulação. Em maio o Deutsche
Bank, por exemplo, recomendou
aos seus clientes que reduzissem a exposição aos ativos brasileiros denominados em dólar.
01/02/14
Isso, caso não ocorra um
novo choque nos preços dos alimentos.
O Relatório Focus estima que o IPCA encerrará 2014
com uma variação de 6,48% e de
6,10% em 2015.
01/01/13
de 12 meses continuará acima
do teto da meta de 6,50%. A inflação de julho de 2013 foi de
apenas 0,03% e embora os preços dos alimentos estejam comportados e os efeitos da Copa do
Mundo possam ter diminuído, o
reajuste das tarifas de energia
elétrica de 18% em São Paulo
deverá pesar. São Paulo representa cerca de um terço do IPCA.
Na medida em que inexiste austeridade fiscal e a política monetária está em fase de
contemplação, resta ao governo
usar perigosamente a taxa de
cambio como inibidor da inflação. Se mantida assim a política
cambial por muito tempo, seguirão barateadas as importações,
encarecidas as exportações, estimulados os gastos de brasileiros no exterior e seriamente
prejudicadas as contas externas,
já em condições bem precárias
desde o ano passado.
Para o ex-ministro Delfim Neto, valer-se do cambio
para controlar a inflação é erro
mortal, mas é o único recurso
disponível no momento.
Embora o presidente do
Banco Central acredite que a inflação ruma para a meta de
4,50%, com a taxa Selic em 11%
a.a., a inflação dos preços administrado deve voltar com força.
Além da energia elétrica, os preços dos combustíveis, principalmente, terão que ser corrigidos.
Prevê-se para 2015 um reajuste
dos preços administrados superior ao dos preços livres.
CENÁRIO NACIONAL – PERSPECTIVAS 2º
SEMESTRE
12
ALOCAÇÃO
IMA-B 5+ / IDKA 20A
0%
IMA-B / IMA-G
0%
IMA-B 5 / IRF-M 1+
10%
IDKA 2A / IRF-M
20%
IRF-M1
10%
DI
20%
FIDC / CRÉDITO PRIVADO
15%
MULTIMERCADOS
5%
AÇÕES
10%
FIP
5%
FII
5%
do comportamento do investidor estrangeiro e da evolução
das pesquisas eleitorais, como já
dissemos. Embora os preços de
diversas ações não possam ser
considerados uma pechincha,
em face da conjuntura atual,
ainda existe espaço para valorizações.
Para incentivar o mercado de ações, o governo anunciou um pacote de estímulos
que incluem a simplificação tributária e isenção do imposto incidente sobre o ganho de capital
na negociação com ações de
companhias de pequeno e médio porte.
Lembramos aos RPPS
que dentro do esforço de diversificação de suas carteiras devem sempre serem consideradas as aplicações em fundos
multimercados, fundos imobiliários e de participações.
INFLAÇÃO
JUROS
TAXA PRÉ-FIXADA
IMA-B
Investimentos em
Renda Variável
BOLSA
DÓLAR
O comportamento do
mercado de ações no 2º semestre dependerá, principalmente,
Ibovespa
75.000
70.000
65.000
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
Fonte: BM&F
05/2014
03/2014
01/2014
11/2013
09/2013
07/2013
05/2013
03/2013
01/2013
11/2012
09/2012
07/2012
05/2012
03/2012
01/2012
11/2011
09/2011
07/2011
05/2011
03/2011
01/2011
11/2010
09/2010
07/2010
05/2010
03/2010
01/2010
11/2009
09/2009
07/2009
05/2009
03/2009
01/2009
11/2008
09/2008
07/2008
25.000
05/2008
As considerações feitas nas perspectivas do mercado
internacional de renda fixa são
amplamente válidas no caso do
mercado local. Os fundamentos
macroeconômicos brasileiros
seguem extremamente complicados, com destaque para a piora continuada dos resultados
fiscais. Nesse contexto, os ativos
CLASSSE DE ATIVO
03/2008
Investimentos em
Renda Fixa
prefixados continuam bastante
vulneráveis. Para os RPPS, sempre com a visão de preservação
patrimonial sugerimos a alocação conforme tabela abaixo:
01/2008
Em julho, o fluxo financeiro já
atingiu o expressivo saldo negativo de US$ 4,11 bilhões em apenas duas semanas. Considerado
o saldo da Balança Comercial, julho já acumula um fluxo negativo de US$ 5,43 bilhões.
Para alguns especialistas
no mercado de câmbio, o real
continua sobrevalorizado. A taxa
de câmbio de equilíbrio, a que
teria impacto neutro para exportadores, importadores e produtores domésticos está entre R$
2,70 e R$ 2,90. No nível atual,
além de incentivar importações
e desestimular as exportações o
câmbio torna o país cada vez
mais vulnerável a choques internacionais.
Para a Balança Comercial o Relatório Focus traz uma
estimativa de um saldo de US$
2,01 bilhões em 2014 e de US$
9,40 bilhões para 2015. Estima o
IED em US$ 60 bilhões em 2014
e US$ 55 bilhões em 2015.
Download

cenário internacional – 1º semestre 2014