Plano de Manejo
RPPN CÉU DO MAR
SÃO CONRADO, RIO DE JANEIRO, BRASIL
DMP&ASSOCIADOS
JUNHO- 2012
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
PLANO DE MANEJO1
RESERVA PARTICULAR DO
PATRIMÔNIO NATURAL
CÉU DO MAR
1
Este documento atende as especificações do roteiro metodológico para elaboração de planos de manejo de
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do IBAMA (hoje é o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade-ICMBIO que gerencia esse tema em nível governamental federal).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
ii
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Proprietário
Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo - CEFLUSMME
Paulo Roberto Silva e Souza
Gestor da RPPN CÉU DO MAR
PARCEIRO INSTITUCIONAL
Rain Forest Adventure Ltd. (R.F.T.)
www.rainforestadventure.com
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
iii
Equipe Técnica de Elaboração do Plano de Manejo
DMP & ASSOCIADOS Ltda.2
Coordenação Geral do Projeto | Eng. Florestal, MSc. Adriano Lopes de Melo
Consolidação de documento| Eng. Florestal, MSc. Monise Aguillar Faria Magalhães
Equipe Estudos da Flora | Biólogo, Dr. Marcelo da Costa Souza
Biólogo Fernando Matias
Equipe Estudos da Fauna | Biólogo Bruno Jorge Batista dos Santos
Acadêmico em biologia Marcelo Vieira
Estudos em Geoprocessamento | Geógrafo Felipe Gomes
Estudos Turismo | Turismólogo Jian Niotti.
COLABORAÇÃO | ICMBio – Coordenação Regional 8
Parque Nacional da Tijuca
Associação do Patrimônio Natural - APN
Rua Jorge Emílio Fontinelli, 450. Bloco 2ª – Ap.: 302. Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 22.790-140. CNPJ:
13785789/0001-85.
*
2
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Missão da RPPN CÉU DO MAR
“Expansão social da
consciência ambiental”
Junho/ 2012
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
2
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
APRESENTAÇÃO
Após cinco meses de intensos estudos, dias de campo e muitas horas de laboratório, discussão
interdisciplinar e conversas com atores sociais chave, apresenta-se o plano de manejo da RPPN CÉU DO
MAR, outrora denominada Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo – RPPN
CEFLUSMME. Trata-se do esforço de diversos profissionais, que possuem uma contagiante experiência em
suas áreas de conhecimento, conceitual e de campo, o que conferiu notória propriedade ao presente
documento.
O resultado é uma rica compilação de informações ambientais, sociais, econômicas e de turismo,
bem como exequíveis diretrizes no âmbito dos programas de manejo. Todas as informações estão
apreentadas de acordo com o roteiro metodológico do ICMBIO, órgão que gerencia as Unidades de
Conservação Federais e o tema RPPN.
De mais de 1000 RPPN existentes no Brasil, menos de 50 possuem plano de manejo, e desses, ainda
que contemplem atividades e equipamentos turísticos (tirolesas, torres de observação e até um pequeno
aeroporto, etc.), talvez nenhum materialize a magnitude de uma proposta tão ousada como o Eco Parque
Topo da Mata, que na sua essência, como poderá ser visto neste documento, é um empreendimento do tipo
parque de aventura. Essa ausência de precedentes torna o desafio de certa forma maior, mas por outro
engrandece a possibilidade de mostrar que é possível implantar RPPN nessa magnitude, e em pleno coração
da cidade do Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro vive um momento próspero em seu desenvolvimento, o que é notório na estima
atual e cotidiana dos cariocas. Grandes eventos esportivos, como a Copa das Confederações em 2013, a
Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além de eventos como a Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio+20, em junho de 2012, e o surgimento de megaempreendimentos
industriais, são fatores que aumentaram exponencialmente os investimentos governamentais em obras
públicas, segurança e recepção e orientação ao turista, que por sua vez chegam em números cada vez
maiores.
O Eco Parque Topo da Mata, portanto, surge como uma proposta no contexto desse alto astral de
desenvolvimento, ao ponto que irá oferecer uma alternativa diferenciada e complementar ao cidadão
residente e ao turista, que majoritariamente segue a rota Corcovado - Pão de Açucar - praias, sem vivenciar
um notório elemento da paisagem da cidade maravilhosa: a floresta.
Assim como em diversos parques nacionais do mundo (EUA, Canadá, Argentina e Nova Zelândia,
por exemplo), o Eco Parque Topo da Mata acredita que a acessibilidade é crucial para gerar e democratizar
experiências, e esse é o desafio moderno para ganhar mais e mais parceiros para a equação conservaçãodesenvolvimento. Nesse contexto, a partir de uma proposta ousada, qualificada e de mínimo impacto, a
RPPN CÉU DO MAR une-se a expertise da Rain Forest Tram, que atua fortemente no Caribe, com cinco
parques temáticos de aventura, para alcançar seu novo objetivo de manejo, qual seja, expansão social da
consciência ambiental.
O Eco Parque Topo da Mata, que tem concepção aérea, ou seja, não se pretende usar o piso
florestal, será regido pelo presente plano de manejo, que, como será visto ao longo do documento, deixa
absolutamente claro a pretensão em proteger a biodiversidade, desenvolver interpretação ambiental, gerar
conhecimento científico e alcançar a sustentabilidade econômica, a tão desejada, pelos gestores de RPPN. Em
nível operacional, naturalmente, existirão outros documentos para serem seguidos, sobretudo, aqueles que
estarão listados no processo de licencimento.
Adriano Lopes de Melo – Eng. Florestal, Coordenador do Plano de Manejo
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
SÚMARIO
PARTE A – INFORMAÇÕES GERAIS
1)
ACESSO ..................................................................................................................................................9
1.1)
Via Rodoviária ................................................................................................................................9
1.2)
Via Aérea ..................................................................................................................................... 12
1.3)
Via Marítima ................................................................................................................................ 13
2)
HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS .................................................................................... 13
3)
FICHA RESUMO DA RPPN ................................................................................................................... 15
PARTE B - DIAGNÓSTICO
1)
CARACTERIZAÇÃO DA RPPN ............................................................................................................... 16
1.1)
Clima ............................................................................................................................................ 16
1.2)
Fatores físicos .............................................................................................................................. 17
1.2.1) Geologia e Geomorfologia ...................................................................................................... 17
1.2.2) Orientação de encostas ........................................................................................................... 18
1.2.3) Hipsometria .............................................................................................................................. 19
1.2.4) Declividade ............................................................................................................................... 19
1.2.5) Unidade Geoambiental ............................................................................................................ 20
1.3)
Hidrografia................................................................................................................................... 20
1.4)
Vegetação .................................................................................................................................... 21
1.5)
Fauna ........................................................................................................................................... 27
1.5.1) Mastofauna .............................................................................................................................. 28
1.5.2) Ornitofauna .............................................................................................................................. 31
1.5.3) Herpetofauna ........................................................................................................................... 32
1.6)
Aspectos Históricos e Culturais regionais ................................................................................... 34
1.7)
Visitação ...................................................................................................................................... 36
1.7.1) O ECO PARQUE TOPO DA MATA .............................................................................................. 36
1.7.2) Oferta Concorrente ................................................................................................................. 41
1.8)
Pesquisa e Monitoramento ......................................................................................................... 44
1.9)
Ocorrência de Fogo ..................................................................................................................... 44
1.10)
Atividades desenvolvidas na RPPN ........................................................................................... 44
1.11)
Sistema de Gestão..................................................................................................................... 45
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
1.12)
Infraestrutura ............................................................................................................................ 45
1.12.1) Infraestrutura básica .............................................................................................................. 45
1.12.2) Infraestrutura Turística .......................................................................................................... 47
1.12.3) Recursos Turísticos:................................................................................................................ 48
1.12.4) Síntese Inventário Turístico.................................................................................................... 52
1.13)
Equipamentos e Serviços .......................................................................................................... 52
1.14)
Recursos Financeiros................................................................................................................. 52
1.15)
Formas de cooperação .............................................................................................................. 52
2)
CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE................................................................................................. 53
3)
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO ........................................................................................ 53
3.1) Infraestrutura e Serviços de Apoio.................................................................................................. 53
3.2) Oferta turística complementar ....................................................................................................... 55
3.3) Grupos de Interesse ........................................................................................................................ 62
4)
POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE .................................................................................................. 65
5)
DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ....................................................................................................... 67
PARTE B - PLANEJAMENTO
1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN ..................................................................................... 70
2) ZONEAMENTO ........................................................................................................................................ 71
2.1. Zona de Proteção ............................................................................................................................ 71
2.2 Zona de Visitação ............................................................................................................................. 71
2.3. Zona de Transição............................................................................................................................ 71
3) PROGRAMAS DE MANEJO ...................................................................................................................... 72
3.1 Programa de Administração............................................................................................................. 72
3.2 Programa de Proteção e Fiscalização............................................................................................... 75
3.3 Programa de Comunicação .............................................................................................................. 76
3.4 Programa de Visitação ..................................................................................................................... 78
3.5 Programa de Pesquisa e Monitoramento ........................................................................................ 79
3.6 Programa de Sustentabilidade Econômica ....................................................................................... 82
4) Cronograma Físico .................................................................................................................................. 83
Referências Bibliográficas .......................................................................................................................... 88
ANEXOS ...................................................................................................................................................... 91
ANEXO A – MAPAS ................................................................................................................................. 92
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
ANEXO B – LISTAGEM FLORA ................................................................................................................. 93
ANEXO C – LISTAGEM FAUNA .............................................................................................................. 101
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Médias de temperatura/mês no período de 1961 e 1990 - INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
............................................................................................................................................................................................... 17
Gráfico 2. Médias de temperatura/mês no período de 1995 e 2007 na estação meteorológica do Aeroporto Santos
Dumont, RJ – REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica). ......................................... 17
Gráfico 3. Distribuição das classes de altura dos indivíduos arbóreos na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca,
São Conrado (Rio de Janeiro, RJ), a primeira classe tem limite inferior de 3m. .............................................. 26
Gráfico 4. Distribuição das classes de diâmetro de todos os indivíduos amostrados na RPPN CÉU DO MAR,
Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro, RJ). .............................................................................................. 27
Gráfico 5. Representatividade da riqueza das espécies de vertebrados documentadas na RPPN CÉU DO MAR.
............................................................................................................................................................................................... 28
Gráfico 6. Evolução na chegada de passageiros em Navios de Cruzeiros na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Pier
Mauá. .................................................................................................................................................................................... 58
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. RPPN CÉU DO MAR no contexto da região metropolitana do Rio de Janeiro................................9
Figura 2. Bairro de São Conrado e vias de acessos. Fonte: Google Maps. ................................................. 10
Figura 3. Acesso por transporte público até a RPPN via estrada Lagoa Barra (acima à esquerda) e estrada
das Canoas (abaixo). Foto: Jian Niotti. ....................................................................................................... 11
Figura 4. Estrada das Canoas na altura da Comunidade das Canoas. Foto: Jian Niotti. ............................ 12
Figura 5. Mapa do trajeto Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim – Bairro de São Conrado. Fonte:
Google Maps. ............................................................................................................................................. 12
Figura 6. Mapa do trajeto Aeroporto Santos Dumont – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps. ... 12
Figura 7. Mapa do trajeto Píer Mauá – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps............................... 13
Figura 8. Esquema aproximado de localização da RPPN CÉU DO MAR no contexto da Zona de
Amortecimento do PARNA Tijuca. Fonte: Google Earth (2012)................................................................. 14
Figura 9. Mapa de localização da cidade do Rio de Janeiro e seus compartimentos geomorfológicos
(FERNANDES, 1998). ................................................................................................................................... 18
Figura 10. Regiões Hidrográficas do estado do Rio de Janeiro e o contexto da RPPN CÉU DO MAR. Fonte:
SEMADS (2001)........................................................................................................................................... 20
Figura 11. Setores hidrográficos do Maciço da Tijuca (Fernandes, 1998). ................................................ 21
Figura 12. Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae), um dos maiores representantes do estrato
arbóreo na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro - RJ. .............................. 22
Figura 13. Begonia maculata Raddi (Begoniaceae), espécie herbácea encontrada no sub-bosque da
floresta na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. .............................. 23
Figura 14. Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae), espécie epífita encontrada na floresta da
RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ. ................................................ 23
Figura 15. Touceira de bambu Merostachys sp. (Poaceae) encontrada parte na floresta da RPPN CÉU DO
MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ, parte da propriedade. ................................... 24
Figura 16. Registro de Cuíca-de-quatro-olhos no interior da RPPN CÉU DO MAR. Fotos: André Camilli. 29
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 17. Sagüi-estrela (Callithrix jacchus). Foto: André Camilli............................................................... 29
Figura 18. Bando de macacos-prego. No detalhe, fêmeas da espécie com filhotes no dorso. ................. 30
Figura 19. Registro de paca no interior do CÉU DO MAR........................................................................... 30
Figura 20. Avifauna RPPN CÉU DO MAR – Sabiá-laranjeira. Foto: André Camilli. ..................................... 31
Figura 21. Sabiá-laranjeira entoando seu canto. Foto: André Camilli. ...................................................... 31
Figura 22. Registro de gavião na Estrada das Canoas (na frente da RPPN). Foto: Adriano Melo. ............. 32
Figura 23. Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus). Foto: Adriano Melo........................................ 32
Figura 24. Jacu (Penelope superciliaris) forrageando no chão de floresta da RPPN CÉU DO MAR. ........... 32
Figura 25. Da esquerda para direita: Eleutherodactylus binotatus; Sapo-bode juvenil; Phasmahyla
guttata; Phasmayla sp. juv.; Aplastodiscus sp.; Sapinho do folhiço. .......................................................... 33
Figura 26. Cobra-cipó ................................................................................................................................. 34
Figura 27. Lagartixa-da-mata...................................................................................................................... 34
Figura 28. Teiú. Lagarto típico do chão da floresta. ................................................................................... 34
Figura 29. Ruínas do Mocke. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). ........................................................ 35
Figura 30. Uma das represas, dentre as nove existentes nessa região. Nesta foto, a Represa do rio
Cochrane. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010). ..................................................................................... 36
Figura 31. Foto ilustrativa do Sky Explorer/ Chairlift. Fonte: www.rainforestadventure.com .................. 38
Figura 32. Foto ilustrativa do trenó de montanha (Sled over Tracks). Fonte:
www.rainforestadventure.com .................................................................................................................. 38
Figura 33. Foto ilustrativa do Avatar Zipline. Fonte:
http://www.locogringo.com/past_spotlights/may2010/avatar_roller-coaster_zipline.html ................... 39
Figura 34. Foto ilustrativa da trilha suspensa no Eco Parque da Ilha Dominica, Caribe (acima) – ver
www.rainforestadventure.com; e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ, Brasil (ao lado).
.................................................................................................................................................................... 39
Figura 36. Foto meramente ilustrativa do que pretende-se como Centro de Consciência Ambiental para a
RPPN CÉU DO MAR (não terá esse formato, mas apresenta a magnitude do pretende-se). .................... 40
Figura 37. Foto meramente ilustrativa da idéia de um restaurante diferenciado na RPPN CÉU DO MAR.
(não terá esse design, mas apresenta a magnitude do pretende-se). ....................................................... 40
Figura 38. Mesmo em dia nublado, a “concorrência” para voar é grande, sobretudo, diante da grande
demanda por voo duplo, que custa, em média, 200 reais por pessoa. Foto: Adriano Melo. .................... 41
Figura 39. Entrada do bondinho do Pão de Açúcar. Foto: Jian Niotti. ....................................................... 42
Figura 40. Logo e trem de passageiros do Trem do Corcovado. Fonte: www.corcovado.com.br ............ 42
Figura 41. Logo e teleférico (acima) e trenós de montanha (abaixo) do Parque Unipraias. ..................... 43
Figura 42. Logo e rapel na RPPN Ninho do Corvo. Fonte: www.ninhodocorvo.com.br ......................... 43
Figura 43. Sítio e Tirolesa da Floresta Aventura. Fonte: www.florestaventura.com ................................. 43
Figura 44. Sítio e arvorismo da Lagoa Aventuras. Fonte: www.lagoaventuras.com.br ............................. 44
Figura 46. Sistema de armazenamento da água de captação na RPPN CÉU DO MAR. ............................. 46
Figura 45. A- Casa principal; B- escritório; C- Templo CÉU DO MAR; D e E – casas abandonadas. Fotos:
Adriano Melo.............................................................................................................................................. 46
Figura 47. Casa abandonada no interior da RPPN (acima) e casa sem utilização atualmente e passível de
funcionar como base de apoio no Eco Parque turístico após ampla reforma ou reconstrução. (museu
temático ou alojamento para pesquisa ou base de apoio operacional etc.). Foto: Adriano Melo............ 47
Figura 48. A- Estacionamento no mirante das Canoas; B- Espaço inutilizado da propriedade da
Universidade Cândido Mendes (em frente a subida da Padra Bonita). Foto: Adriano Melo..................... 48
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
7
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 49. Vistas, a partir de um mirante natura, da Pedra da Gávea e Pedra Bonita com voo duplo de
asa delta e parente. Foto: Adriano Melo. .................................................................................................. 48
Figura 50. Trilha do Cedro. Foto: Adriano Melo. ........................................................................................ 49
Figura 51. Vista do mirante. Foto: Adriano Melo....................................................................................... 49
Figura 52. Continuação da trilha
após o mirante, dentro da RPPN. Foto: Adriano Melo. 49
Figura 55. Trilha do Bambu. Foto: Adriano Melo. ...................................................................................... 50
Figura 53. Casa que poderá funcionar como Museu da Mata Atlântica.
Foto: Adriano Melo. .......... 50
Figura 54. Cedro enraizado na rocha – final da trilha. Foto: Adriano Melo. .............................................. 50
Figura 58. Paredão rochoso do Monte Cochrane. Foto: Adriano Melo. .................................................... 51
Figura 56. Pedra do Avatar. Foto: Adriano Melo........................................................................................ 51
Figura 57. Fim da trilha do Bambu, acima do Mirante das Canoas. Foto: Adriano Melo .......................... 51
Figura 59. Cabine Policial na Praça de acesso a Rua das Canoas. Foto: Jian Niotti. .................................. 54
Figura 60. 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente – GSFMA. Foto: Jian Niotti. ............... 54
Figura 61. Bairro da Rocinha em São Conrado. .......................................................................................... 54
Figura 62. Área nobre predominante no bairro de São Conrado (prédios e Gávea Golf Clube). .............. 55
Figura 63. Operador de voo livre em preparação na rampa da Pedra Bonita. Foto: Jian Niotti................ 60
Figura 64. Pedra da Gávea. Foto: Adriano Melo. ....................................................................................... 60
Figura 65. Vista da Praia de São Conrado. Foto: Jian Niotti. ...................................................................... 60
Figura 66. Acesso ao Parque Nacional da Tijuca. Foto: Jian Niotti............................................................. 61
Figura 67. Mirante das Canoas. Foto: André Camilli. ................................................................................. 61
Figura 68. Gávea Golf and Country Club. Foto: Jian Niotti......................................................................... 61
Figura 69. Entrada da comunidade de Vila Canoas. Foto: Felipe Gomes................................................... 63
Figura 70. Turistas em visita a comunidade de Vila Canoas com a agência Favela Tour. .......................... 63
Figura 71. Residencial Recreio das Canoas. Foto: Jian Niotti. .................................................................... 64
Figura 72. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca de Áreas Protegidas. Fonte: http://mosaicocarioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao-vii-congresso-brasileiro-de.html ...................................... 67
Figura 73. Áreas do mundo consideradas hotspot. A Mata Atlântica, diante do balanço
biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a quinta colocação nas prioridades mundiais de conservação.
Fonte: MITTERMEIER, et al. (2005). ........................................................................................................... 67
Figura 74. Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no Rio de Janeiro. .............................. 68
Figura 75. Remanescentes Florestais da Mata Atlântica na região metropolitana do RJ, representados
pela cor verde na imagem. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica/ INPE (2009). ...................................... 68
Figura 76. Blocos Remanescentes do estado do Rio de Janeiro. Fonte: ROCHA et al. (2003). .................. 69
Figura 77. Espaço inutilizado da Universidade Cândido Mendes, alternativa para o estacionamento. Foto:
Jian Niotti.................................................................................................................................................... 75
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
PARTE A - INFORMAÇÕES GERAIS
1)
ACESSO
A RPPN CÉU DO MAR está localizada no bairro de São Conrado na zona sul do município do
Rio de Janeiro, que pertence à região metropolitana do estado e é composta por 17 municípios no total
(Figura 1). Por estar localizada na capital do estado do Rio de Janeiro, a RPPN é possível de ser acessada
pelos principais mercados emissores de turistas por via rodoviária, aérea e marítima.
Figura 1. RPPN CÉU DO MAR no contexto da região metropolitana do Rio de Janeiro.
1.1)
Via Rodoviária
A propriedade onde está situada a Reserva encontra-se na Estrada das Canoas, entre os
números 3.046 e 3.406, no bairro São Conrado, nos limites entre a Zona Sul e Zona Oeste do
município do Rio de Janeiro. As vias de acesso até o bairro são: a Estrada Lagoa Barra e Avenida
Niemeyer (para quem vem do centro da cidade), Viaduto das Bandeiras e Estrada do Joá (para quem
vem da Barra da Tijuca) e Estrada das Canoas (para quem vem pelo Alto da Boa Vista ou Parque
Nacional da Tijuca) (Figura 2).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 2.. Bairro de São Conrado e vias de acessos. Fonte: Google Maps.
O acesso rodoviário privilegia o mercado doméstico devido à posição central do estado e
município do Rio de Janeiro junto aos principais emissores nacionais de turistas,
turistas São Paulo e Minas
Gerais, sendo que o próprio Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior emissor do Brasil. A boa
condição das rodovias na região sudeste também facilita o deslocamento. A rodoviária Novo Rio,
distante 19,9 km com tempo médio de deslocamento de 25 minutos pela Estrada Lagoa Barra, é outro
meio de chegada para turistas
stas rodoviários com linhas interestaduais e internacionais.
O acesso até a RPPN pode ser feito por veículos particulares ou transporte público.
público Na Estrada
Lagoa-Barra, em São Conrado, na altura da subida da estrada das canoas,, existe um ponto de ônibus
onde passam diversas linhas municipais, incluindo a integração com o metrô (Figura 3). A Linha 448
Maracaí-São Conrado (micro-ônibus)
ônibus), passa pela Estrada das Canoas e permite o acesso até a porta da
propriedade (Figura 4).
). A linha 4 do Metrô está em construç
construção
ão e conta com uma Estação em São
Conrado (próxima ao bairro da Rocinha)
Rocinha),, o que irá facilitar ainda mais o deslocamento até o bairro. O
acesso a pé não é recomendado pela inclinação da estrada, risco de acidentes e grande distância. A
distância do centro daa cidade é de 21 km com tempo médio de deslocamento de 35 minutos. Porém a
estrada Lagoa-Barra
Barra e Avenida Niemeyer ficam congestionadas, sobretudo, no horário de rush (7às 10hs
e 17 às 20hs).
A maior ressalva sobre as principais vias de acesso para o bairr
bairro
o de São Conrado e,
consequentemente, para a rua que dá acesso à RPPN, são os congestionamentos nos horários de pico
(pela manhã e fim de tarde), já que o Bairro é um ponto de afunilamento entre duas regiões da cidade
(zona sul e zona oeste), o que tem pre
prejudicado
judicado com frequência o trânsito no local. Devido à geografia
do Rio de Janeiro, a única alternativa seria o acesso via Alto da Boa Vista e Parque Nacional da Tijuca
(pela Tijuca e Jardim Botânico), porém compreende uma volta longa e sinuosa, ainda que muita
m
agradável
e bonita.
Portanto, no âmbito de um empreendimento de entretenimento e lazer, o fator horário não é
tão preponderante como em um empreendimento voltado para negócios e eventos, porém, é preciso
ficar atento a possíveis pioras no trânsito ao ponto de levar, por exemplo, as agências ou turistas
interessados em desistir de visitar a RPPN.
Por fim, sobre a estrada das Canoas, reitera-se algumas considerações importantes:
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
10
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
1. Apesar da boa pavimentação, a estrada apresenta um trajeto muito íngreme e sinuoso, sem
acostamento, incluindo o afunilamento pela presença constante de pedestres e carros
estacionados sob as calçadas nas proximidades da comunidade de Vila Canoas (Figura 3);
2. A estrada também é o principal acesso dos praticantes e operadoras de voo livre, estes últimos,
costumam trafegar pela estrada em velocidades elevadas;
3. A estrada das Canoas não permite a expansão de vias ou construção de um acostamento;
4. Somente Micro ônibus consegue trafegar pela estrada;
Figura 3. Acesso por transporte público até a RPPN via estrada Lagoa Barra (acima à esquerda) e estrada das Canoas (abaixo). Foto: Jian Niotti.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
11
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 4.. Estrada das Canoas na altura da Comunidade das Canoas. Foto: Jian Niotti.
1.2)
Via Aérea
O acesso aéreo é privilegiado para os mercados emissores nacionais e internacionais por conta
da existência do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim – Galeão, distante 31,2 km com tempo
médio de deslocamento de 35 minutos pela Avenida Brasil (Figura 5) e do Aeroporto Santos Dumont,
distante 21,6 km com tempo médio de deslocamento de 28 minutos pel
pelaa Estrada Lagoa-Barra
Lagoa
(Figura 6).
Neste contexto, os mercados emissores das Américas como um todo são favorecidos, sendo que os
mercados da Europa apresentam certa resistência aos destinos mais distantes.
Figura 5.. Mapa do trajeto Aeroporto Internaci
Internacional Antonio Carlos Jobim – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps.
Figura 6. Mapa do trajeto Aeroporto Santos Dumont – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps.
Maps
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
12
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
1.3)
Via Marítima
O acesso marítimo é facilitado pelo terminal de passageiros do Píer Mauá no Porto do Rio de
Janeiro (cruzeiros),, distante 20,5 km com tempo médio de deslocamento de 26 minutos pela Estrada
Lagoa Barra (Figura 7).. Sendo este um dos principais destinos do Brasil no segmento de navios de
cruzeiro nacionais e internacionais, favorecendo amplamente o redirecionamento desta demanda para a
RPPN.
Figura 7. Mapa do trajeto Píer Mauá – Bairro de São Conrado. Fonte: Google Maps.
Maps
2)
HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS
A propriedade de 22 ha, onde está inserida a RPPN (3,4 ha) (Mapa 1, no Anexo A), localizada na
Estrada das Canoas, em São Conrado no Rio de Janeiro, foi adquirida em 1985 pelo CÉU DO MAR Centro Eclético da Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo - instituição religiosa
religi
de cunho
espiritualista. A partir desta data
data, foram construídos um templo e sete casas situadas ao longo da
referida estrada,, que representam menos de 1% da área total da propriedade. Ainda existe uma área
adjacente a propriedade a leste, adquirida por uso capião,
ão, que contém algumas casas abandonadas, antes
utilizadas pela família do gestor da RPPN.
A diretoria do CÉU DO MAR sempre se preocupou com as questões ambientais relativas a
preservação e a conservação das florestas brasileiras. A partir dos an
anos oitenta, iniciou um trabalho de
assistência às comunidades ribeirinhas do Rio Purus
Purus, situadas entre os municípios de Boca do Acre e
Pauíni no Estado do Amazonas. Ainda, teve uma participação ativa na criação das Florestas Nacionais do
Purus e Mapiá-Inauíni
íni onde desenvolveu programas de proteção ambiental, extensão florestal e pesquisa
sobre o uso sustentável dos recursos naturais renováveis
renováveis,, existentes naquelas FLONAs junto com o
IBAMA, PNUMA, Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas e BID, Banco Interamericano
Inte
de
Desenvolvimento.
Em 1992, o CÉU DO MAR tornou sua propriedade na primeira RPPN do Rio de Janeiro.
Inicialmente, a RPPN compreendia toda a área da propriedade, no entanto, posteriormente foi verificada
que parte da propriedade estava situada acima da cota 400 m, considerada área do PARNA
P
Tijuca.
Então, foi
oi feita outra portaria respeitando os limites do PParque Nacional,
al, mesmo que no Registro Geral
de Imóveis, exista a escritura definitiva em nome do CÉU DO MAR da referida propriedade de 22
hectares. Assim, na nova portaria, a RPPN foi reduzida para 3.4 hectares.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
13
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
No início, o objetivo da RPPN era apenas a preservação e a conservação de sua área levando-se
em conta a sua preciosidade enquanto parte da maior floresta urbana do mundo e zona de
amortecimento do PARNA Tijuca. A partir de estudos e pesquisas sobre a vocação ambiental da RPPN
foi evidenciado que o melhor uso sustentável da área é a expansão social da consciência ambiental, que
se tornou seu principal objetivo institucional. Esta expansão social é possível porque pela sua localização
privilegiada (Figura 8), extrema beleza natural e atrações temáticas, esta Reserva pode atrair centenas de
milhares de visitantes por ano, como fazem seus vizinhos: o PARNA Tijuca, que no ano de 2011 recebeu
1.8 milhão de visitantes e a Plataforma de Asas de São Conrado, recordista mundial em numero de
decolagens.
Figura 8. Esquema aproximado de localização da RPPN CÉU DO MAR no contexto da Zona de Amortecimento do PARNA Tijuca. Fonte:
Google Earth (2012).
Para que o objetivo da Reserva seja atendido, ou seja, para que a consciência ambiental dos
visitantes possa ser expandida nos vários segmentos sociais ao ponto de gerar ações da sociedade que
garantam a preservação do nosso patrimônio natural, é preciso que a Reserva ofereça vivências
interativas, divertidas, educativas e gratificantes de contato e integração com a natureza. A ideia é que os
visitantes estabeleçam vínculos intelectuais e afetivos, que os tornem um defensor natural do meio
ambiente na sua casa, na sua escola, no seu trabalho, na sua comunidade, contribuindo para a formação
de uma cultura de preservação e a transmissão desta mentalidade para as novas gerações. O espaço
para isso já existe, mas a questão é o tempo de permanência e qualidade deste tempo que o visitante vai
estar na Reserva.
A estratégia desenvolvida pelo gestor da RPPN para alcançar seu objetivo institucional é a
instalação e a operação de um Eco Parque Temático chamado Topo da Mata, cuja principal atração será
a própria natureza. A pesquisa e o planejamento do Eco Parque se enquadram em uma perspectiva de
desenvolvimento sustentável, onde a proteção ambiental, a inclusão social e o desenvolvimento
econômico local possam conviver dentro de uma interdependência integrada, dinâmica e equilibrada.
Visando um mínimo e reduzido impacto ambiental, o conceito do Eco Parque é aéreo para que
se estabeleça uma distância segura entre o visitante e a floresta e que seu solo, caminhos e tocas de
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
14
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
animais, cursos d'água, arvores e plantas não sejam afetados pelos visitantes. Assim,
Assim não haverá trilhas de
caminhada e sim caminhos
nhos aéreos e trilhas suspensas que facultem um acesso seguro e confortável,
confortável
incluindo atrações temáticas como o trenó de montanha, tirolesas, entre outros, que estão detalhados
no item ‘Visitação’ deste documento.
O passo inicial para o desenvolvimento de
deste
ste projeto foi a assinatura de um contrato de
parceria com a R.F.T. Rain Forest Trams
Trams, baseada em Miami, que opera seis eco-parques
eco
na região do
Caribe (ver www.rainforestadventure.com
www.rainforestadventure.com), com experiência comprovada
provada oferecendo um serviço de
alta qualidade. A R.F.T. se tornou o primeiro investidor deste projeto e irá instalar e operar o Parque.
Para isso estão sendo incorporadas três companhias: a R.F.T. Brasil, filial da R.F.T. Miami e a
holding Mata Atlântica formada pelo gestor da RPPN e seus sócios brasileiros. A R.F.T. Brasil e a holding
Mata Atlântica farão uma joint venture
venture, formando assim a Eco Parque Topo da Mata,
Mata que será a companhia
que aparecerá para o público.
RFA Brasil
Holding
Mata
Atlântica
Eco Parque
Topo da Mata
(Joint Venture)
3)
FICHA RESUMO DA RPPN
FICHA RESUMO DA RPPN Céu do Mar
Nome da RPPN: CÉU DO MAR
Endereço da RPPN:
Estrada das Canoas, nº 3.036 ao 3.406. São
Conrado, Rio de Janeiro – RJ.
Município: Rio de Janeiro
Janeiro.
Endereço de contato:
Estrada das Canoas, nº 3.046
3.0 ao 3.406. São
Conrado, Rio de Janeiro – RJ.
Proprietário: Paulo Roberto Silva e Souza
Municípios de acesso: municípios
unicípios da região metropolitana
do Rio de Janeiro (Figura 1).
Contato: Gestor da RPPN – Eco Parque Topo da
Mata.
Mata
Tels.: 2422-4143
4143 / 9921-4717
9921
e-mail:
[email protected]
Coordenadas geográficas:
geográficas 22º59’15’’ S e
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
15
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
43º16’09’’ W (sede)
Área da propriedade: 22 ha
Área da RPPN: 3,4 ha
Ato legal de criação: Portaria IBAMA 102/94-m.
Biomas e Ecossistemas: Floresta Atlântica
Ombrófila Densa Montana.
Meio principal de chegada a RPPN: Estrada Lagoa Barra
e Avenida Niemeyer (para quem vem do centro da cidade),
Viaduto das Bandeiras e Estrada do Joá (para quem vem da
Barra da Tijuca) e Estrada das Canoas (para quem vem pelo
Alto da Boa Vista ou Parque Nacional da Tijuca)
Confrontantes: Parque Nacional da Tijuca, Universidade
Cândido Mendes e Gávea Golf Clube.
Atividades ocorrentes: conservação e lazer
atualmente, mas com grande transição para
ecoturismo.
Distância do centro urbano mais próximo:
2 Km (bairro de São Conrado).
Meio principal de chegada: automóvel.
PARTE B – DIAGNÓSTICO
1)
CARACTERIZAÇÃO DA RPPN
1.1)
Clima
O clima na Região Sudeste apresenta-se com grande diversificação quanto ao regime térmico,
bem como com heterogênea distribuição espacial da umidade. Tem sido, em geral, classificado como
tropical dispondo de importantes processos de evaporação e condensação graças à proximidade do
Oceano Atlântico e à alta insolação que a Região recebe. A isto se soma a presença de relevo
montanhoso parcialmente coberto de matas que permite faixas de intensa precipitação pluviométrica
nas camadas inferiores da atmosfera, sempre que a região é alcançada por massas de ar frias e por
outros fenômenos de ascendência dinâmica do ar.
O clima do Maciço da Tijuca, onde está localizada a RPPN, segundo a classificação de Koppen é
tropical de altitude (Cf) com temperaturas variando de valores médios máximos em 25ºC em fevereiro
e mínimo de 19ºC em junho, resultando em uma média anual de 22º C. A temperatura máxima pode
atingir 35ºC durante o verão e o mínimo excedendo 10ºC durante o período de inverno. A precipitação
anual média oscila entre 2.000 e 2.500mm, podendo atingir picos de 3.300mm em anos muito chuvosos
e picos negativos de 1.600mm em anos mais secos. A maior parte das chuvas se concentra nos quatro
primeiros meses dos anos. A maior pluviosidade que ocorre no verão é uma resposta direta ao impacto
causado pela frente polar Atlântica, alterando a dinâmica habitual da atmosfera (Coelho Netto, 1985).
O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) possui uma série histórica de dados
climatológicos a cada 30 anos. Pode-se observar no Gráfico 1 abaixo, as médias de temperatura e
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
16
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
precipitação obtidas por mês durante o período de 1961 a 1990 (última série), para o Estado do Rio de
Janeiro. Destaca-se
se que o mês de fevereiro possui a maior
or média de temperatura, por pertencer
per
a
estação de verão, caracterizada por ser a estação mais quente do ano. Já os meses de julho e agosto,
pertencentes a estação de inverno, fria e seca, apresentam a menor de temperatura,
temperatura e também de
precipitação.
Gráfico 1. Médias de temperatura/mês no período de 1961 e 1990 - INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
Pode-se
se comparar essa série histórica de 30 anos (1961
(1961-1990)
1990) com os dados da média de
temperatura amostrados na estação Meteorológica do Aeroporto Santos Dumont (Gráfico 2), na cidade
do Rio de Janeiro, localizado aproximadamente
proximadamente a 220 Km da RPPN,, entre os anos de 1995 e 2007, onde
o mês de fevereiro ainda aparece como o mais quente
quente, com 30,7ºC como temperatura de referência
(REDEMET, 2012).
Gráfico 2. Médias de temperatura/mês no período de 1995 e 2007 na estação meteorológica do Aeroporto Santos Dumont, RJ – REDEMET
(Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica).
1.2)
Fatores físicos
1.2.1) Geologia e Geomorfologia
A cidade do Rio de Janeiro é formada por dois compartimentos geomorfológicos bem distintos:
os maciços litorâneos e as áreas de baixada, onde ainda se incluem alguns morros
orros isolados (Figura 9).
Dentre os maciços litorâneos destaca
destaca-se
se o da Tijuca, que é uma unidade fisiográfica situada dentro do
sítio urbano da cidade do Rio de Janeiro, a qual, juntamente com o mar, caracteriza-se
caracteriza
como um dos
grandes limitadores do processo de expansão da ocupação da urbana (FERNANDES
DES et al., 2006).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
17
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 9. Mapa de localização da cidade do Rio de Janeiro e seus compartimentos geomorfológicos (FERNANDES, 1998).
As características geológicas básicas do maciço da Tijuca são um embasamento rochoso de
idade pré-cambriana em um terreno metamórfico de alto grau, com presença de corpos graníticos.
Constituído predominantemente por três unidades litológicas principais com algumas variações
composicionais e texturais: ortognaisses, biotita-gnaisses e leptinitos (SILVA E SILVA, 1987; PIRES E
HEILBRON, 1989). Os solos caracterizam-se por predomínio de grandes extensões de Latossolos nas
áreas montanhosas, aparecendo localmente solos tipo litossolos e cambissolos nas áreas mais íngremes
(COELHO NETTO, 1979).
De acordo com o mapa geológico do município de Rio de Janeiro, produzido pelo Instituto
Pereira Passos, a RPPN CÉU DO MAR apresenta geologia tipo gnaisse facoidal com microclina, quartzo,
plagiocásio, granada, microclina, cordierita, sillimanita com inúmeras intercalações de quatzitos brancos
quase puros e lentes de charnockitos (local tipo Pão de Açúcar). Quando a fonte é CPRM-RJ, é possível
observar no Mapa 2, no Anexo A, que a geologia da área de estudo é caracterizada pela predominância
de complexos de granito-gnaisses, migmatitos e granulitos, representando 100% da área, enquanto a
geomorfologia é representada por Escarpas Serranas (Mapa 3, no Anexo A).
1.2.2) Orientação de encostas
O maciço da Tijuca possui uma área, delimitada acima da cota 40 m, de 118,7 km² marcada por
um relevo montanhoso. A orientação e a altitude do maciço faz com que o relevo funcione como um
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
18
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
anteparo aos ventos úmidos provenientes do Oceano Atlântico na sua vertente sul determinando o
surgimento de correntes convectivas de origem orográfica nas escarpas montanhosas e fundos de vale.
As vertentes norte e noroeste, por sua vez, apresentam condições climáticas desfavoráveis (mais seco),
e uma ocupação urbana mais intensa (Oliveira et al.,1995).
Para a RPPN CÉU DO MAR, o conjunto de encostas apresentou uma proporção bem
homogênea, com aproximadamente 93% de encostas voltadas para a orientação Sul. As áreas planas
correspondem a menos de 2% de toda a área de estudo, o que é um percentual relativamente baixo e
aponta para as condições acidentadas do relevo (Mapa 4, no Anexo A).
1.2.3) Hipsometria
O mapa hipsométrico da RPPN CÉU DO MAR traz as classes de altitude da área de estudo
(Mapa 5, no Anexo A), possibilitando perceber que a mesma tem um gradiente altitudinal que vai de 76
metros, na região de baixada, até 600 metros, na parte mais alta da área de estudo.
A classe predominante é a de altitude entre 200 e 300 metros, que ocupa mais de 25% da
Reserva. As classes entre 100 e 200 metros e entre 300 e 400 metros também têm grande importância,
ocupando 23% e 21% da área, respectivamente (Tabela 1).
Tabela 1. Classes de altitude da RPPN CÉU DO MAR.
ALTITUDE (m)
ÁREA OCUPADA (%)
200 – 300
4
300 – 400
25
400 – 500
27
500 – 600
23
600 - 700
21
1.2.4) Declividade
De modo geral, predominam na RPPN as encostas com declividades médias, entre 25-45º (Mapa
6, no Anexo A), que ocupa aproximadamente 55% de toda área. As encostas íngremes, com declividades
entre 0-25º, também se sobressaem, ocupando cerca de 30% da área. A classe menos aparente é a de
encosta com mais de 45º, que geralmente constituem os grandes afloramentos rochosos, ocupando
cerca de 15% de toda a área.
O mapeamento de Áreas de Preservação Permanente da Reserva (Mapa 7, no Anexo A) se deu
com base na Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal) e na Resolução CONAMA 303 de
20 de março de 2002. Foram mapeadas como APPs as margens de rios (30m para os rios); áreas ao
redor de nascentes (com raio de 50m); áreas com declividades superiores a 45 graus, topos de morros
e montanhas em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura
mínima da elevação, em relação a base a partir da metodologia sugerida por RIBEIRO (2005).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
19
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Dentre as APPs identificadas
identificadas, o tipo de maior predominância foi a APP de declividade
dec
representando aproximadamente 65% da área total do estudo, ficando o restante da área ocupada por
APPs (35%), com as APPs de margem de rio, visto que há apenas a presença de uma drenagem na área.
área
Em relação as formas de relevo, foi constatado qu
que a convexa é a forma predominante
ocupando 54% do total da Reserva
Reserva, enquanto ass áreas côncavas representam 25%
25 (Mapa 8, no Anexo
A). Os 21%
1% restantes é ocupado por afloramento rochoso.
1.2.5) Unidade Geoambiental
A unidade Geoambiental é descrita após a análise conjunta das seguintes variáveis que compõem
o sistema geobiofísico: geologia, geomorfologia, pedologia, hidrologia, climatologia e biogeografia,
biogeografia que
permite o delineamento do mosaico de paisagens naturais. A unidade geoambiental que a RPPN CÉU
DO MAR engloba é a dos Maciços Costeiros
Costeiros, que representa 100% da área total da
d Reserva (Mapa 9, no
Anexo A).
1.3)
Hidrografia
Para fins de administração hidrográfica do Estado do Rio de Janeiro, o seu território foi dividido
em 10 regiões hidrográficas (RH), atra
através da Resolução nº 18 da CERHI-RJ
RJ de 15 de fevereiro de 2006,
200
que tomou como base as bacias hidrográficas. O maciço da Tijuca está inserido na Região Hidrográfica V
– Baía de Guanabara (Figura 10).
).
RPPN CÉU DO MAR
Figura 10.. Regiões Hidrográficas do estado do Rio de Janeiro e o contexto da RPPN CÉU DO MAR. Fonte: SEMADS (2001).
A região hidrográfica da Baía de Guanabara compreende uma superfície de 4.081 km²,
apresentando topografia diversificada, sendo constituída por planícies, das quais se destaca uma grande
depressão denominada baixada fluminense; pelas colinas e maciços costeiros e pelas escarpas da Serra
do Mar. Esta bacia hidrográfica abarca os maiores centros urbanos e concentra mais de 70 % da
população fluminense, bem como a maioria das indústrias de maior porte. Engloba a porção territorial
mais desenvolvida do Estado e grande parte da região metropolitana (SEMADS, 2001).
2001)
O Maciço da Tijuca pode ser subdividido em cinco grandes sub
sub-sistemas
sistemas hidrográficos (setores),
os quais possuem distintos arranjos a nível biótico, abiótico e de ocupação humana (Figura 11). De uma
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
20
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
maneira geral estes setores encontram-se ambientalmente degradados, face às condições de remoção
florestal proveniente de desmatamentos, queimadas e ocupações desordenadas, apresentando também
boa parte de seus rios em regime temporário. Estes cinco sub-sistemas ou setores drenam em direção à
Baia de Guanabara (setores 1 - Norte e 2 - Nordeste), à lagoa da Tijuca ou de Jacarepaguá (setores 4 Sul e 5 - Oeste), à lagoa Rodrigo de Freitas ou diretamente para o oceano (setor 3 - Leste).
A RPPN CÉU DO MAR está inserida no setor hidrográfico 4 do Maciço da Tijuca, definido por
Fernandes (1998) (Figura 11). Mais especificamente, a Reserva pertence às áreas das bacias contribuintes
ao Complexo Lagunar de Jacarepaguá, das sub-bacias contribuintes à praia de São Conrado e da
microbacia do rio Canoas (Mapa 10, no Anexo A).
Figura 11. Setores hidrográficos do Maciço da Tijuca (Fernandes, 1998).
1.4)
Vegetação
Estudos fitossociológicos são ferramentas descritivas básicas da estrutura e da composição da
vegetação (e.g. Curtis & Cottam, 1962; Martins, 1993). Portanto, elas se constituem em pontos de
partida iniciais para o conhecimento da dinâmica da vegetação e permitem um refinamento local das
formações vegetais na escala necessária ao manejo da Unidade de Conservação.
O Maciço da Tijuca é uma unidade fisiográfica situada dentro do sitio urbano da cidade do Rio
de Janeiro, a qual, juntamente com o mar, caracteriza-se como um dos grandes limitadores do processo
de expansão da ocupação urbana.
O Maciço possui uma área, delimitada acima da cota 40 m, de 118,7 km2 marcada por um relevo
montanhoso, que possuem distintos arranjos a nível biótico, abiótico e de ocupação humana.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
21
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
A cobertura vegetal de Floresta Ombrofila Densa Submontana e Montana (senso Veloso et al.
1991), forma um dossel contínuo em estágio secundário tardio ou clímax local, em aproximadamente
35% da área total do Maciço da Tijuca (118,7 km2) (Coelho-Netto et al. 2007). Entretanto, é comum
serem encontradas espécies exóticas, resultado de ações culturais que antecedem à recomposição da
vegetação, como frutíferas, remanescentes de tratos culturais, como o café, ou ainda em consequência
de ações paisagísticas, particularmente de estilo francês, implementadas em alguns locais de uso mais
intenso no parque (Atala et al. 1966; Castro Maya 1967). Dentre as espécies exóticas mais marcantes
podem ser destacadas a jaqueira – Artocarpus heterophyllus Lam. (Moraceae), subespontânea
localmente e mono-dominante em alguns trechos do parque (Abreu 2008), a dracena (Dracaena
fragrans (L.) Ker Gawl., Asparagaceae), e eucaliptos (Eucalyptus sp., Myrtaceae).
OBJETIVOS
Este estudo teve como objetivo inventariar a flora local e avaliar as condições estruturais do
remanescente de Floresta Ombrófila Densa do Domínio Atlântico, localizado na Reserva Particular do
Patrimônio Nacional (RPPN) CÉU DO MAR no Maciço da Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro/RJ, para
prover subsídios para sua proteção.
O inventário florístico gerou uma lista com 116 espécies vegetais, distribuídas em 41 famílias,
sendo que para quatro táxons não foi possível atingir nenhum nível de identificação, denominando-os
como Indeterminada (Anexo B - Tabela 2). As famílias com maior número de espécies são: Myrtaceae
com 26 espécies, seguida por Rubiaceae com nove, Lauraceae com sete, além de Fabaceae e Sapindaceae
com seis espécies cada. Esses resultados estão de acordo com os encontrados em vários trabalhos
desenvolvidos em áreas de Mata Atlântica, principalmente no que se refere à diversidade de Fabaceae e
Myrtaceae (Guedes-Bruni et al. 1997; Kurtz & Araújo, 2002; Oliveira-Filho et al. 2005).
O estrato arbóreo está representado entre os maiores indivíduos por: Apuleia leiocarpa (Vogel)
J.F.Macbr. (Fabaceae), Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna (Malvaceae)(Figura 12), Ficus insipida Willd.
(Moraceae), Hieronyma alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae),
Himatanthus sp. (Apocynaceae), Inga tenuis (Vell.) Mart.
(Fabaceae), Lamanonia ternata Vell. (Cunoniaceae), Miconia
cinnamomifolia (DC.) Naudin (Melastomataceae), Senna multijuga
(Rich.) H.S.Irwin & Barneby (Fabaceae) e Vochysia oppugnata
(Vell.) Warm. (Vochysiaceae).
O sub-bosque é muito ralo, sendo marcante a presença
entre as arvoretas por espécies da família Myrtaceae e
Rubiaceae. Entre os arbustos destacam-se Myrciaria glazioviana
(Kiaersk.) G.M.Barroso ex Sobral (Myrtaceae), Ouratea stipulata
(Vell.) Engl. (Ochnaceae) e Rudgea macrophylla Benth.
(Rubiaceae); já as ervas são pobremente representada,
destacando-se Begonia maculata Raddi (Begoniaceae) (Figura
Calathea sp. (Marantaceae) e Syngonio sp. (Araceae).
A ausência de um sub-bosque adensado pode estar
relacionada com o solo muito raso que frequentemente
apresenta rochas aflorantes.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
13),
Figura 12. Ceiba speciosa (A.St.-Hil.)
Ravenna (Malvaceae), um dos maiores
representantes do estrato arbóreo na
RPPN CÉU DO MAR, Maciço da
Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro RJ.
22
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 13. Begonia maculata Raddi (Begoniaceae), espécie herbácea encontrada no sub-bosque da floresta na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da
Tijuca, São Conrado, Rio de Janeiro – RJ.
As epífitas (Figura 14) são escassas, tendo sido registrada até o momento apenas a presença de
Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. (Bromeliaceae) e Monstera adansonii Schott (Araceae), observadas na
copa das árvores mais altas.
Figura 14. Aechmea nudicaulis (L.) Griseb.
(Bromeliaceae), espécie epífita encontrada na
floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca,
São Conrado, Rio de Janeiro – RJ.
Algumas áreas são tomadas por touceiras de
bambu (Merostachys sp. e Poaceae sp.) (Figura 15).
Trabalhos realizados na Mata Atlântica associam a
ocorrência de bambus com clareiras, sendo que
nesses ambientes os bambus seriam competidores
das espécies pioneiras, agindo muitas vezes como
inibidores destas. As áreas abertas por
perturbações antrópicas ou naturais, poderiam,
portanto, ser ambientes propícios para a
colonização
de
bambus,
interferindo
no
desenvolvimento de espécies pioneiras e,
consequentemente, no processo de sucessão
ecológica e na diversidade da vegetação.
Dentre as plantas inventariadas, foi registrada
a ocorrência de espécies exóticas, principalmente
nos trechos da floresta mais próximos da área de
ocupação da Reserva, são elas: Artocarpus
heterophyllus Lam. – “jaqueira” (Moraceae),
Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) Morton – “jagube” (Malpighiaceae), Mangifera indica L. –
“mangueira” (Anacardiaceae) e Psychotria viridis Ruiz & Pav. – “chacrona” (Rubiaceae).
De maneira geral, as ciências naturais classificam as espécies exóticas como aquelas espécies nãonativas do ambiente em questão. Tais espécies podem ser introduzidas intencionalmente para suprir
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
23
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
demandas ou acidentalmente, podendo gerar grandes prejuízos ambientais e econômicos (Pimentel et al.
2001).
Figura 15. Touceira de bambu Merostachys sp. (Poaceae) encontrada parte na floresta da RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado,
Rio de Janeiro – RJ, parte da propriedade.
As modificações realizadas pelas espécies exóticas invasoras (EEIs) nos novos ambientes podem
provocar a extinção de diversas espécies nativas, sendo comparadas aos eventos de extinções em massa
ocorridos em períodos geológicos (Cassey et al. 2005).
Neste contexto, ações como a remoção de plantas e animais não-nativos e o controle de
predadores e parasitas que ameaçam espécies raras estão se tornando ferramentas essenciais para a
manutenção da biodiversidade local e global (Wilcove & Chen, 1998).
Espécies ameaçadas
O inventário florístico consta de seis táxons em algum grau de ameaça segundo as lista de flora
ameaçada para o município do Rio de Janeiro (SMAC 2000), são eles: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. –
“caxeta” (Bignoniaceae), Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes – “barbatimão”
(Fabaceae), Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. – “garapa” (Fabaceae), Inga cordistipula Mart. – “ingá”
(Fabaceae), Mollinedia longifolia Perkins (Monimiaceae) e Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. – “rabo-detucano” (Vochysiacea). Destas, a “caxeta” (Tabebuia cassinoides) é citada na instrução normativa no 6 de
23 de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, que trata das espécies ameaçadas de
extinção para o Brasil na lista do Anexo II como espécie com deficiência de dados.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
24
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Análise estrutural
Nas dez parcelas amostradas, que totalizaram 2.000m2, foi registrado um total de 299 indivíduos.
Os indivíduos correspondem a 84 espécies, que se distribuem em 31 famílias e 44 gêneros, sendo 17
morfo-espécies possíveis de determinar apenas a família, 13 somente os gêneros e quatro ainda não
atingiu nenhum nível de identificação, sendo denominadas como Indetermina sp.1, Indetermina sp.2,
Indetermina sp.3 e Indetermina sp.
As cinco famílias com maior valor de importância foram Myrtaceae, Lauraceae, Sapindaceae,
Melastomataceae e Meliaceae (Anexo B – Tabela 3). Dentre estas famílias tem-se destaque marcante
para Myrtaceae e Lauraceae, pois estão entre as com maior valor de importância em outras áreas de
Mata Atlântica (Mori et al. 1983; Farág 1999).
A família com maior número de espécies amostradas foi Myrtaceae (17), seguida por Lauraceae
(7), Rubiaceae e Sapindaceae com seis espécies cada.
No Anexo B - Tabela 3, são apresentados os resultados da análise fitossociológica para as
espécies que foram amostradas na presente pesquisa. As dez espécies com maior valor de importância
são: Lauraceae sp.1, Miconia cinnamomifolia, Clethra scabra., Myrcia pubipetala, Himatanthus sp.,
Chrysophyllum flexuosum, Eugenia umbelliflora, Myrcia splendens, Cupania racemosa, Pera glabrata.
Este resultado demonstra a maior concentração de indivíduos em poucas espécies e um grande
número de espécies com apenas um indivíduo. Cumpre discutir a presença de 37 espécies com apenas
um individuo na floresta estudada (44%). Amostradas com mais de dez indivíduos foram apenas sete
espécies (8,3%). Estas espécies de baixos valores de densidade e frequência são comumente intituladas
raras e que determinam o alto valor de diversidade nos fragmentos de Mata Atlântica.
Estratificação
Das 299 árvores amostradas, 203 indivíduos (68%) encontram-se compreendidos entre 3 e 10
metros de altura. No entanto, verifica-se que dentro deste intervalo, as alturas que predominaram são
entre 6 e 10 metros com aproximadamente 59% das árvores inventariadas.
As frequências de alturas acima de 10 metros correspondem a aproximadamente 32% das plantas.
A altura média da mata foi de 10 metros (Gráfico 3).
Este resultado demonstra que a mata não possui uma estratificação definida, apresentando um
dossel dominante entre 5 e 10 metros de altura e com poucos indivíduos emergentes que chegaram a
ultrapassar os cerca de 20 metros de altura.
As espécies que apresentaram indivíduos com as maiores alturas na amostragem foram:
Lamanonia ternata Vell. (28m), Himatanthus sp. (26m), Inga tenuis (Vell.) Mart. (25m), Senna multijuga
(Rich.) H.S.Irwin & Barneby (25) e Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin (24m).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
25
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
N. de indivíduos (0,2ha)
Distribuição por classes de altura
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0-5
5,1-10
10,1-15
15,1-20
>20,1
Classes de altura (m)
Gráfico 3. Distribuição das classes de altura dos indivíduos arbóreos na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado (Rio de Janeiro,
RJ), a primeira classe tem limite inferior de 3m.
Classes de diâmetro
A distribuição de frequência de classes de diâmetro demonstra a predominância de classes de
menor diâmetro, pois indivíduos de diâmetro entre 5 e 10 cm perfazem aproximadamente 50% do total
de indivíduos levantados. Os indivíduos representados pelos diâmetros entre 10 e 15 cm correspondem
a 25% do total amostrado. Estas duas classes juntas constituem cerca de 75% dos diâmetros presentes
(Gráfico 4).
Este resultado demonstra que a mata possui um grande quantidade de indivíduos de diâmetros
baixos, ou seja, é uma mata de árvores, em sua maioria, com troncos finos, em virtude de ser uma
região onde os fatores ambientais não propiciam a formação de um corpo florestal de grande porte.
As espécies que apresentaram indivíduos com grandes diâmetros foram: Himatanthus sp. (66,5cm
/ 55,7cm) e Miconia cinnamomifolia (63,3cm / 54,1cm).
O aparecimento de grande quantidade de indivíduos na primeira classe de diâmetro ocorre em
outros inventários em Mata Atlântica. Este comportamento, que tende a apresentar a forma no gráfico
de um “J” invertido, é típico de espécies com regeneração abundante e estrutura populacional estável.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
26
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Distribuição de classes de diâmetro
N. de indivíduos (0,2ha)
160
148
140
120
100
73
80
60
33
40
14
20
8
8
4
6
5
0
5-10
10-15 15-20 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45
>45
Classes de diâmetro (cm)
Gráfico 4. Distribuição das classes de diâmetro de todos os indivíduos amostrados na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado
(Rio de Janeiro, RJ).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A floresta estudada na RPPN CÉU DO MAR representa importante remanescente de Floresta
Ombrófila Densa do Domínio Atlântico, com a presença de seis espécies arbóreas que estão na lista
oficial da flora ameaçada para o Município do Rio de Janeiro.
Este remanescente tem características de uma vegetação secundária, devido à ausência de espécies
comuns de áreas conservadas da Mata Atlântica, como o “palmiteiro” (Euterpe edulis) e a presença de
espécies exóticas e invasoras, que são comuns em áreas que sofreram alguma perturbação, como a
“jaqueira” (Artocarpus heterophyllus). Porém, a floresta estruturalmente apresenta uma conformação
típica de estágios mais avançados de sucessão secundária, com a ocorrência de exemplares de grande
porte de espécies consideradas secundárias iniciais (ex. Clethra scabra, Miconia cinnamomifolia, Pera
glabrata, Senna multijuga) e secundárias tardias (ex. Apuleia leiocarpa, Hieronyma alchorneoides, Lamanonia
ternata).
Estudos mais aprofundados serão importantes visando à tomada de medidas para garantirem a
conservação da biodiversidade local, focando principalmente o controle das espécies exóticas e invasora,
além da possibilidade de enriquecimento da flora com espécies autóctones.
1.5)
Fauna
Foi contratado, no âmbito do plano de manejo, um inventário rápido faunístico (IRF) que
englobou a área da propriedade e RPPN.
O IRF consiste na execução de estudos de curta duração, focados no registro do maior número
possível de espécimes da fauna em áreas pouco conhecidas, e visa otimizar esforços para a compreensão
dos padrões de distribuição de algumas espécies, em função de diferentes variáveis ambientais.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
27
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Os resultados do presente IRF basearam
basearam-se
se em coletas primárias de campo, por meio de 4
incursões, realizadas entre os meses de janeiro a março de 2012, correspondendo a 44 horas totais de
esforço amostral in loco (18+12+10+4) referente aos levantamentos expedidos, respectivamente.
Somadas às revisões bibliográficas e informações envolvendo agentes sociais locais, o IRF foi elaborado
em um somatório de 128 horas. As horas destinadas às metodologias full time para o inventário
faunístico (e.g. armadilhas fotográficas) corresponderam a 384 horas amostrais.
A partir das metodologias primárias, secundárias e entrevistas semi-estruturadas
semi
foram
registrados para a área da RPPN CÉU DO MAR,, um total de 195 vertebrados (Gráfico
(
5), sendo 58
mamíferos (39 espécies voadoras e 19 espécies não voadoras), 116 aves, 5 répteis e 16 anfíbios,
conforme apresentado a seguir:
Riqueza Potencial das espécies inventariadas
por grupos zoológicos avaliados
8%
5%
Mastofauna não
voadora
9%
22%
56%
Mastofauna voadora
Ornitofauna
Anurofauna
Gráfico 5. Representatividade da riqueza das espécies de vertebrados documentadas nnaa RPPN CÉU DO MAR.
1.5.1) Mastofauna
- Mastofauna não-voadora
Em relação às informações coletadas nas atividades de campo (dados primários) na RPPN CÉU DO MAR,, a equipe de fauna confirmou a
existência de pelo menos 19 espécies de mamíferos ((Anexo C – Tabela 4).
Durante
urante atividades de campo uma das armadilhas fotográficas (câmeras trap)
trap registrou a imagem
parcial de um canídeo (Cerdocyon
Cerdocyon thous
thous). Outros mamíferos tais como iraras (Eira
(
barbara), cutia
(Dasyprocta leporina)) e preguiças ((Bradypus sp.)) foram publicadas como espécies ocorrentes para o
PNT (MMA-ICMBio, 2008), em específico, para as áreas do vale da Pedra da Gávea (Gávea/Pedra
Bonita) e setor Serra da Carioca, porém tais espécies não foram avistadas durante metodologia primária.
Contudo, destaca-se
se a coleta de um fruto de Astraucarium aculiatissimo depositado sobre a serrapilheira,
com marcas de herbivoria provavelmente proveniente da refeição de uma cutia.
De acordo com as contribuições dos agentes sociais elaboradas para a área da RPPN
(entrevistas semi-estruturadas),, as espécies relatadas foram: guaxinins ((Procyon
Procyon cancrivorus),
cancrivorus macacosprego (Cebus apella), tatus (Dasypus
Dasypus novemcinctus, Euphractus sexcinctus e Cabassous unicinctus),
unicinctus Tapetis
(Sylvilagus brasiliensis), pacas (Agouti
Agouti paca
paca), ouriços-cacheiro (Coendu sp.),
), ratos silvestres (sp
( não
identificadas), gambás (Didelphis
Didelphis sp
sp.), cuícas (Philander sp.), caxinguelês (Sciurus
Sciurus aestans)
aestans e cutias
(Dasyprocta leporina). Dentre as entrevistas com os agentes socia
sociais,
is, a presença de cutias (Dasyprocta
leporina) e preguiças (Bradpus
Bradpus sp.
sp.) foram mencionadas como ocorrente para a área do entorno imediato
do CÉU DO MAR (Gávea/Pedra
Gávea/Pedra Bonita)
Bonita). Outra espécie de Xenarthra
enarthra mencionada como ocorrente na
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
28
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
área da RPPN CÉU DO MAR,, a partir de relatos de agentes sociais refere-se
refere
ao tamanduá-mirim
(Tamandua tetradactyla),
), sendo esta, também citada como ocorrente no Plano de Manejo do PNT.
Durante
urante as atividades de campo na RPPN CÉU DO MAR foi possível registrar espécimes de
pequenos roedores e marsupiais ((Figura 16).
Figura 16. Registro de Cuíca
Cuíca-de-quatro-olhos no interior da RPPN CÉU DO MAR. Fotos: André Camilli.
Camilli
Durante as incursões de campo foram avistadas na área da RPPN, apenas a presença de
populações de sagüis-estrela (Callithrix
Callithrix jacchus) – Figura 17 - e de macacos-prego
prego (Cebus
(
apella) – Figura
18. No entanto ressalta-se que Callithrix jacchus aparece com espécie
écie exótica para a Mata Atlântica. Por
apresentar alto potencial para a ocupação de habitat, com interferências nos nichos ecológicos da fauna
local e potencial transmissor de doenças, é uma espécie preocupante nos fragmentos de Mata Atlântica.
Coimbra-Filho (1971)
1971) relataram que as populações desses primatas ameaçavam o equilíbrio da
biocenose de aves para a área avaliada devido à
predação de ovos. Tal afirmação apresenta
coerência e sugere-se
se o monitoramento e
controle das populações de tal espécie com
programas
ogramas e projetos de pesquisas a serem
realizados por meio de parcerias entre a RPPN
CÉU DO MAR e instituições fomentadoras e
afins.
Figura 17. Sagüi-estrela (Callithrix jacchus). Foto: André Camilli.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
29
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 18.. Bando de macacos
macacos-prego. No detalhe, fêmeas daa espécie com filhotes no dorso.
Sobre a espécie Agouti paca
paca, (de ocorrência na RPPN) pode-se
se destacar que trata-se
trata
de uma
espécie ameaçada de extinção. Encontram
Encontram-se no status Least Concern (LC = menor preocupação) em
relação à atual lista Vermelha da IUCN (2011), embora fossem classificadas em um status mais
preocupante (VU = vulnerável) segundo a penúltima lista da mesma instituição (IUCN-2003),
(IUCN
possuindo
este mesmo status de ameaça para a lista Brasileira (IBAMA).
Figura 19. Registro de paca no interior do CÉU DO MAR.
- Mastofauna Voadora
A fauna de quirópteros do estado do Rio de Janeiro é uma das mais estudadas do Brasil. Um
total de 71 espécies, em 41 gêneros e nove famílias foi listado para o Estado por ESBERÁRD &
BERGALLO (2005). Esbérard et al., em pesquisa relacionada à diversidade de morcegos do Maciço da
Tijuca, relata o registro de 37 espécies de morcegos para a região, distribuídos
distribuí
em 4 famílias:
Noctilionidae, 01 espécie; Phyllostomidae, 21 espécies; Vespertilionidae, 09 espécies e Molossidae, 06
espécies (Anexo C – Tabela 5).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
30
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
1.5.2) Ornitofauna
Para o IRF da RPPN CÉU DO MAR
MAR,, foram consideradas 116 espécies de aves, correspondendo
a 77% do total listado para a área do PARNA Tijuca até o momento (Anexo C – Tabela 6).
Os dois representantes Cathartideos com ocorrência para a área de estudo foram os UrubusUrub
de-cabeça-vermelha (Cathartes
Cathartes aura
aura) e os Urubus-de-cabeça-preta (Coragyps
Coragyps atratus).
atratus O primeiro
representante embora não tenha sido visualizado durante as atividades de campo, é citado por Astor
Ivandy como espécie ocorrente para todo o PPARNA Tijuca, que sobrevoa toda a Unidade e entorno. Já
a segunda espécie é facilmente avistada nas imediações da RPPN CÉU DO MAR e, por conseguinte
apresenta ampla distribuição pelo PNT. Os gaviões carijós ((Rupornis
Rupornis magnirostris)
magnirostris e Cauda-curta (Buteo
brachyurus) foram registrados durante a primeira incursão de campo, sendo consideradas espécies
comuns para a região, alimentando
alimentando-se
se de insetos e pequenos vertebrados. Outro registro frequente
durante as visitas de campo foi em relação à espécie Milvago chimachima (gavião carrapateiro) - espécie
generalista comum de áreas abertas e de ambientes florestais, consumidor de ectoparasitas (carrapatos)
ou mesmo de invertebrados e pequenos vertebrados em áreas fechadas, ou em alguns casos
consumidores de carniças.
Figura 21. Sabiá-laranjeira
laranjeira entoando
seu canto. Foto: André Camilli.
Figura 20. Avifauna RPPN CÉU DO MAR – Sabiá-laranjeira. Foto: André
Camilli.
Algumas espécies de aves foram contempladas por processos de reintrodução. O tucano-detucano
pico-preto (Ramphastos vitellinus), (Figura 22),
), desaparecido das matas do Parque Nacional da Tijuca há
anos, foi reintroduzido e hoje é muito fácil de ser observado. Neste mesmo processo foram
reintroduzidos exemplares da jacupemba (Penelope superciliaris), espécie rara no Parque onde ocorre em
pequenos bandos.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
31
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 22. Registro de gavião na Estrada das
Canoas (na frente da RPPN). Foto: Adriano
Melo.
Figura 23. Tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus)
vitellinus). Foto:
Adriano Melo.
Figura 24. Jacu
acu (Penelope superciliaris) forrageando no chão de floresta da RPPN CÉU DO MAR.
MAR
Segundo as referidas listas de status de conservação, aparecem como EN (Em Perigo) Brotogeris
tirica (Periquito-verde), Thalurania glaucopis (Beija-flor-de-fronte-violeta) Phaethornis squalidus (Rabobranco-pequeno) Ramphodon naevius (Beija-flor-rajado) Florisuga fusca (Beija-flor-preto)
(Beija
Veniliornis
maculifrons (Picapauzinho-de-testa
testa-pintada).Ainda
Ainda segundo as referidas listas, apenas Touit melanonotus
(Apuim-de-costas-pretasencontra
pretasencontra-se) VU (Vulnerável).
1.5.3) Herpetofauna
- Anfíbios
Em relação às espécies de anfíbios anuros registradas para a RPPN CÉU DO MAR (Anexo C –
Tabela 7), destacam-se
se indivíduos indicadores da qualidade ambiental. Das espécies registradas em
campo Zachaenus parvulus, Eleutherodactylus binotatus e Eleutherodactylus sp. aparecem como
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
32
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
indivíduos que habitam a serrapilheira ou corpos d’água e podem servir como indicadores deste
ambiente.
Os batráquios como Hylodes sp. e Crossodactylus sp. possuem ciclo de vida intimamente
relacionado com ambientes de fluxo hidrodinâmicos (água corrente), como cachoeiras ou córregos.
Ambas as espécies possuem sensibilidade acentuada à alteração de seus habitat, relacionada à poluição e
ao aumento de temperatura.
tura. Estes indivíduos aparecem como importantes relógios biológicos da
qualidade dos corpos d’água da área do CÉU DO MAR,, bem como indivíduos-chave
indivíduos
para o
monitoramento ambiental deste ambiente.
Figura 25. Da esquerda para direita: Eleutherodactylus binotatus
binotatus; Sapo-bode juvenil; Phasmahyla guttata; Phasmayla sp. juv.; Aplastodiscus sp.;
Sapinho do folhiço.
- Répteis
Durante as atividades de campo na RPPN CÉU DO MAR foi possível a visualização de Chironius
exoletus, espécie de ofídio semi-arborícola,
arborícola, de atividade diurna (Figura 26),
), predadora de anuros e típica
do bioma Mata Atlântica. Por apresentar dieta concentrada em uma categoria de presa ou restrita a
poucos tipos de itens alimentares, pode sser
er considerada como uma espécie indicadora de cadeias
alimentares dependentes de anuros como recurso alimentar. Siphlophis compressus também foi
registrada por um morador local. Esta serpente também apresenta dieta especialista alimenta-se
alimenta
basicamente de pequenos lagartos.
Outro espécime do taxo ofídia foi avistado e identificado como Liophis miliaris. A espécie em
questão apresenta dieta generalista, podendo capturar diferentes tipos de presas, como anuros, que
parecem ser o item principal (Sazima & Hadd
Haddad
ad 1992; Marques & Sazima 2004), peixes (Marques &
Souza 1993), lagartos (Machado et al. 1998) e anfisbenias (Chicarino et al. 1998). Ainda durante as
campanhas de campo, foram avistadas outras duas serpentes, porém não foi possível a identificação.
Outras duas espécies de répteis foram avistadas e identificadas como espécies da ordem
lacertília: Tupinambis merianae e Gymnodactylus darwinii. T. merianae ocorre na maioria das florestas da
região sudeste do Brasil, possuindo uma dieta onívora que pode incluir invertebrados, vertebrados, ovos
e várias espécies de frutos (Presch 1973; Sazima & Haddad 1992), podendo atuar como dispersor de
sementes em pequenos fragmentos florestais
florestais.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
33
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
A lista de répteis encontra
encontra-se no Anexo C – Tabela 8.
Figura 26. Cobra-cipó
Figura 28. Teiú. Lagarto típico do chão da floresta
floresta.
1.6)
Figura 27. Lagartixa-da--mata.
Aspectos Históricos e Culturais regionais
De acordo com o Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca (2008),
(200 na região da Gávea
Pequena, situavam-se
se as duas maiores fazendas de café do Rio de Janeiro: a do Dr. Louis François
Lecesne e a do holandês Van Mook (Van Mocke, nome abrasileirado), ambas em área hoje pertencente
ao Parque. Louis François Lecesne, médico e comerciante francês, com experiência de cultivo de café
em São Domingos, Cuba e Estados Unidos, associado ao Duque de Luxemburgo e à sua esposa Mary
Frances Lecesne arrendou o Sítio São Lou
Louis situado... "a mais ou menos 15 milhas da cidade do Rio de
Janeiro", em terrenos outrora pertencentes à família Asseca e que chegavam a englobar a vertente Sul
do Morro do Cochrane,
rane, que encontra
encontra-se
se dentro da propriedade onde encontra-se
encontra
a RPPN CÉU DO
MAR.
Segundo Ferrez (1972), esta propriedade passou, por herança, às mãos de Louis William
Lecesne, filho de François e, por revenda, sucessivamente a Henrique Greenwood (1853) e ao Dr.
Thomas Cochrane (1855), que ali organizou magnífica quinta. Segundo const
consta,
a, a propriedade foi mais
tarde adquirida pela família Fontes. Charles Alexander Van Mook (Mocke) estabeleceu-se
estabeleceu
no Brasil por
volta de 1818, como plantador e comerciante de café. Sua propriedade - Sítio Nassau - vizinha à de
Lecesne, situava-se ao final do
o Caminho do Córrego Alegre. Segundo o mapa traçado, em 1866, pelo
Engenheiro J. M. R. Lisboa e publicado por Ferrez, as terras de Mook chegavam à Mesa do Imperador e
à atual estrada da Vista Chinesa, ocupando boa parte do Morro do Cochrane. Mook plantava também
hortaliças, feijão e mandioca; sua propriedade, a julgar pela opinião dos vários viajantes e escritores da
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
34
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
época, parece ter sido a mais bem organizada do Rio de Janeiro. Acredita-se que as terras de Mook
também tenham sido arrendadas à Coroa, pois de acordo com o mapa traçado em 1844, por ordem do
Governo Imperial, elas estariam dentro dos limites da Fazenda da União.
De acordo com Fragelli (2007), os elementos que compõem o patrimônio arquitetônico,
histórico e cultural do Parque Nacional da Tijuca foram produzidos em quatro fases distintas, ao longo
dos séculos XVIII, XIX e XX. Seu acervo compreende paisagens, sítios históricos e arqueológicos,
edificações, jardins, estatuária, fontes e chafarizes. Inclui também portões, esculturas, quiosques,
aquedutos, pias, fontes, tanques e reservatórios de água, pontes e largos, capelas, senzalas, trilhas,
painéis de azulejos, marcos e monolitos, sítios e ruínas, dentre outros (ISER, 1999).
Dentre os sítios arqueológicos, destacam-se os mais importantes: a Fazenda Nassau (Van
Mocke) localizado na Gávea Pequena, setor Serra da Carioca; a Fazenda Vila Rica (setor Floresta da
Tijuca); a Fazenda Cantagalo (setor Floresta da Tijuca); as Ruínas do Archer (setor Floresta da Tijuca); as
Ruínas do Humaitá (setor Floresta da Tijuca) e a Fazenda Boa Vista (setor Floresta da Tijuca). Esses sete
sítios arqueológicos possuem características que lhes conferem valor nacional e até mesmo
internacional.
Dentre as edificações e monumentos oriundos do passado histórico da Floresta da Tijuca, hoje
consideradas como Patrimônio Cultural, se destacam em relação à proximidade da propriedade da
RPPN CÉU DO MAR: as ruínas da maior fazenda do Império, a “Fazenda Nassau”, de Van Mook
também conhecido como “Van Mocke”(1818) (Figura 29), e um pouco mais distante, os 9 reservatórios
d'água de 1876 (Figura 30).
Figura 29. Ruínas do Mocke. Fonte: Clube dos Aventureiros (2010).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
35
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 30. Uma das represas, dentre as nove existentes nessa região. Nesta foto, a Represa do rio Cochrane. Fonte: Clube dos Aventureiros
(2010).
1.7)
Visitação
Atualmente a RPPN possui visitação apenas do tipo familiar, a partir de trilhas existentes tanto
na propriedade quanto na RPPN. Todavia, como dito anteriormente, os objetivos de manejo da RPPN
estão em processo de transição, ou melhor, de complementariedade, já que pretende-se abrir a reserva
para visitação pública, de modo a potencializar, junto à parceiros institucionais, seus objetivos de criação
frente ao atraente contexto metropolitano da cidade do Rio de Janeiro. A maneira pela qual se pretende
fazer isso denomina-se Eco Parque Topo da Mata, uma iniciativa entre CLEFLUSMME e a Rain Forest
Tram.
1.7.1) O ECO PARQUE TOPO DA MATA
O objetivo institucional do Eco Parque Topo da Mata é a preservação da natureza e a
conservação dos recursos naturais e o objetivo estratégico é a expansão da consciência ambiental. É a
expansão em massa desta consciência nos mais diversos segmentos e classes sociais que se pode criar e
fortalecer a mentalidade de proteção do meio ambiente com poder de influenciar a tomada de decisões
estratégicas e a adoção de comportamentos de espírito de responsabilidade comum com o equilíbrio
ecológico e práticas ambientais protetoras, até a elaboração e execução de políticas públicas que visem a
preservação da vida no planeta.
Entendemos que esta consciência se forma não apenas através de campanhas de informação,
programas educativos e a publicação de textos técnico-científicos, mas também através da própria
experiência viva, a chamada experiência ecológica. Este tipo de experiência se dá através de uma
vivência interativa gratificante entre o ser humano e a natureza. Quem tem a experiência vívida, positiva
e prazerosa da natureza se torna um amante e um defensor dela.
Para que a consciência ambiental possa ser expandida em massa através da vivência interativa,
este projeto do parque ecológico “Topo da Mata” prevê uma série de eco-atividades atraentes,
divertidas e seguras que também propiciem a formação de vínculos e memórias afetivas e que a grande
maioria da população possa participar sem que sejam necessários altos níveis de condicionamento físico,
elementos de risco e a necessidade de técnicas especializadas. É preciso democratizar e socializar o
contato interativo (como em diversos parques americanos, canadenses, argentinos e até mesmo
brasileiros) com a natureza, facilitando as vias de acesso, garantindo a segurança, a higiene e o bem
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
36
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
estar, aumentando a quantidade e a qualidade da experiência; tudo isto com um preço justo, acessível e
programas de inclusão social, desenvolvimento econômico para as comunidades locais e proteção do
equilíbrio ecológico que são as principais vertentes do conceito de sustentabilidade.
Para que a quantidade e a qualidade da experiência ecológica possam atingir um padrão de
excelência, o Eco Parque Topo da Mata – operado pela Rain Forest Tram Brasil e pela holding Mata
Atlântica - apresentará uma série de atrações temáticas, que possibilitem as vivências interativas dos
visitantes com a natureza. Os atrativos serão concebidos, construídos, operados e mantidos em
conformidade com os requisitos da American National Standards Institute, como já ocorre nos parques
semelhantes operados no Caribe pela RFT (ver www.rainforestadventure.com), destacando que em sua
essência traz o conceito de equipamentos aéreos.
As figuras apresentadas a seguir, abaixo da descrição de cada atrativo, são meramente
ilustrativas e não representam os atrativos exatamente como deverão ser. Todavia, dão uma expressiva
idéia da magnitude do que pretende-se. É importante salientar que o projeto arquitetônico e de
engenharia será detalhado em projeto específico a ser enviado ao ICMBIO futuramente para ser
anexado ao plano de manejo da RPPN, e ainda, que a execução do projeto se dará após aprovação e
licenciamento dos órgãos competentes. Outrossim, as estruturas apresentadas abaixo serão alocadas,
sobretudo, na área da propriedade, e com o mais alto nível de tecnologia para mínimo impacto, como
uso de helicópteros etc.
•
Caminho aéreo (Sky Explorer/ Chairlift): O SkyExplorer funcionará como um teleférico
sobre as copas das árvores, onde se poderá desfrutar de uma vista panorâmica magnífica e
privilegiada da praia de São Conrado, Pedra da Gávea, Pedra Bonita, entre outros. O
SkyExplorer terá três estações de ambarque e desembarque, que se conectarão com outros
atrativos, sendo que apenas uma estação estará localizada dentro do domínios da RPPN. Entre
uma estação e outra serão alocadas torres (como as da foto abaixo), que irão defiir o caminho a
ser percorrido.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
37
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 31. Foto ilustrativa do Sky Explorer/ Chairlift. Fonte: www.rainforestadventure.com
•
Trenó de montanha (Sled over tracks): Conforme os trenós deslizam sinuosamente pela
ação da gravidade na paisagem tropical, podendo atingir a velocidade de até 40 Km/h e o tempo
mínimo de percurso de 2,2 minutos, será possível controlar a velocidade com um travão de
mão especial, permitindo desacelerar o suficiente para aproveitar as maravilhas da Mata
Atlântica, pelo interior da Floresta Ombrófila. O trenó de montanha terá apenas um pequeno
trecho de seu trilho passando dentro dos domínios da RPPN, já que a área da propriedade será
o epicentro das instalações.
Figura 32. Foto ilustrativa do trenó de montanha (Sled over Tracks). Fonte: www.rainforestadventure.com
•
Tirolesa tipo montanha-russa (Avatar ZipLine): O Zipline combina os altos, baixos e
reviravoltas de uma montanha-russa com a emoção e aceleração de uma tirolesa. Começará a
partir de uma estação e atravessará a floresta a partir de uma plataforma para outra árvore
passando por vãos e descendo, ao final, por um rapel e uma escada de corda inclinada. A
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
38
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
experiência, segura e divertida, e que atualmente só existe em Tulum, México, pode ser vista
em: http://www.youtube.com/watch?v=wM5gYq75Cgk. Esse equipamento turístico será
alocado somente nos domínios da propriedade.
Figura 33. Foto ilustrativa do Avatar Zipline. Fonte: http://www.locogringo.com/past_spotlights/may2010/avatar_rollercoaster_zipline.html
•
Trilha suspensa (Suspended Trail): É uma ponte de madeira, ou outro material compatível
com o contexto florestal, sobre uma topografia irregular, em terreno de difícil acesso,
permitindo ao visitante uma vista panorâmica próxima das copas da vegetação existente na
floresta, propiciando momentos aprazíveis pela presença da fauna aérea. Caminhar na RPPN
será possível apenas por trilhas suspensas, sem o uso do piso florestal.
Figura 34. Foto ilustrativa da trilha suspensa no Eco
Parque da Ilha Dominica, Caribe (acima) – ver
www.rainforestadventure.com; e Parque Nacional da
Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ, Brasil (ao lado).
Foto: Adriano Melo.
•
Centro de Consciência Ambiental (Visitors Center): além das atrações de aventura, está
prevista a construção de um Centro de Consciência Ambiental, chamado de ‘Árvore da Terra’,
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
39
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
todavia, fora dos limites da RPPN, na propriedade. A ‘Árvore da Terra’ terá cinco terraços com
jardins suspensos onde com o uso de realidade virtual serão expostos os mais variados
ambientes da terra de forma interativa, biblioteca eletrônica de flora e fauna, jogos eletrônicos
educativos, uma exposição permanente sobre a mata atlântica e outros instrumentos que
ofereçam educação ambiental de alta qualidade. O Centro de Consciência Ambiental teria uma
vista privilegiada da Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Praia de São Conrado e dossel florestal da
Mata Atlântica de encosta.
Figura 35. Foto meramente ilustrativa do que pretende-se como Centro de Consciência Ambiental para a RPPN CÉU DO MAR (não terá esse
formato, mas apresenta a magnitude do pretende-se).
•
Restaurante e lojinha de souvenires (Restaurant): também são estruturas que estão
previstas para serem instaladas para atender ao público visitante (fora da RPPN, na
propriedade), com oferta diferenciada.
Figura 36. Foto meramente ilustrativa da idéia de um restaurante diferenciado na RPPN CÉU DO MAR. (não terá esse design, mas apresenta a
magnitude do pretende-se).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
40
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Além desses atrativos citados, tem-se a intenção de estabelecer:
•
•
Centro de Educação Coorporativa para capacitação em diversos temas e níveis;
Rampa de voo livre (fora da RPPN, na propriedade).
Esse último caso, tem como objetivo atender a uma expectativa da Associação Brasileira de Voo
Livre (ABVL), através do clube local de voo, de uma alternativa (vento e sobrecarga) à rampa da Pedra
Bonita, localizada na encosta à frente da RPPN, dentro do PARNA Tijuca. Como dito anteriormente,
essa rampa tem o maior registro de voos do mundo (60 mil/ano).
Figura 37. Mesmo em dia nublado, a “concorrência” para voar é grande, sobretudo, diante da grande demanda por voo duplo, que custa, em
média, 200 reais por pessoa. Foto: Adriano Melo.
1.7.2) Oferta Concorrente
A identificação de oferta concorrente para o Eco Parque foi realizada utilizando os seguintes
parâmetros:
1.
2.
3.
4.
Configurar-se como um Parque Temático;
Estar sediado no Brasil e cadastrado no Ministério do Turismo;
Apresentar equipamentos de transporte de visitantes como teleféricos ou similares;
Estar pautado na temática ambiental, ecológica ou similar, como por exemplo, “eco parque” ou
“eco aventuras”;
5. Encontrar-se ou estar próximo a uma área natural protegida;
Neste contexto, durante a busca foram encontrados 34 Parques Temáticos em operação no
Brasil e registrados no Ministério do Turismo, destes, 13 apontaram em sua descrição a temática
ecológica, a saber: Engenho Laje Bonita – PE, Estância Mimosa Ecoturismo – MS, Parque Unipraias – SC,
Trem do Corcovado – RJ, Pampas Safari – RS, Recanto Ecológico Rio da Prata – MS, RPPN Ninho do
Corvo - PR, Hotel Fazenda Parque do China - ES, Complexo Turístico Itaipu – PR, Thermas do Rio
Preto – AM, Sitio Park – CE, Apoena Eco Park – CE e Thermas de Sulina – PR;
Após uma avaliação preliminar, foram considerados concorrentes do empreendimento:
Bondinho do Pão de Açúcar – Encontra-se no mesmo município do empreendimento proposto, é
uma atração consolidada e apresenta como característica o uso da paisagem natural para contemplação
por meio de um teleférico;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
41
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 38. Entrada do bondinho do Pão de Açúcar. Foto: Jian Niotti.
Trem do Corcovado - Encontra-se no mesmo município do empreendimento proposto, é uma
atração consolidada e apresenta como característica o passeio por dentro da Mata Atlântica do PARNA
Tijuca até a estátua do Corcovado;
Figura 39. Logo e trem de passageiros do Trem do Corcovado. Fonte: www.corcovado.com.br
Parque Unipraias – Encontra-se em Balneário Camboriú, Estado de Santa Catarina e apresenta
atrações como teleférico e transporte similar à montanha russa pelo meio da mata;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
42
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 40. Logo e teleférico (acima) e trenós de montanha (abaixo) do Parque Unipraias.
Fonte: www.unipraias.com.br.
RPPN Ninho do Corvo – Encontra
Encontra-se em Prudentópolis, estado
stado do Paraná e apresenta trilhas,
arvorismo, rapel, tirolesa e passeio 4X4;
Figura 41.. Logo e rapel na RPPN Ninho do Corvo. Fonte: www.ninhodocorvo.com.br
Floresta Aventura – Está localizado no bairro do Joá, Município do Rio de Janeiro, sendo o
concorrente mais próximo do empreendimento. Oferec
Oferecee atividades de arvorismo e também atende
eventos e treinamentos corporativos.
Figura 42.. Sítio e Tirolesa da Floresta Aventura. Fonte: www.florestaventura.com
Lagoa Aventuras – Localizado
lizado no Parque Municipal da Catacumba, próximo a Lagoa Rodrigo de
Freitas no Rio de Janeiro. Oferece atividades de Arvorismo, escalada, rapel e tirolesa. Vale destacar
ainda que empresa é fruto de uma parceria entre a Rio Hikking e a Cânion Iguaçu.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
43
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 43. Sítio e arvorismo da Lagoa Aventuras. Fonte: www.lagoaventuras.com.br
Vale ressaltar que a maior parte dos empreendimentos concorrentes presta atendimento
bilíngue (inglês e espanhol), sendo que alguns atendem também em italiano e francês.
Por fim, a identificação da oferta concorrente encontrou diferentes empreendimentos com uma
ou mais características semelhantes ao empreendimento proposto, sendo que o fator localização e
proximidade são determinantes para uma concorrência direta. Vale destacar, ainda, que está previsto no
PARNA Tijuca a concessão de uma área para implantação de um circuito de arvorismo e tirolesa.
1.8)
Pesquisa e Monitoramento
Nenhuma pesquisa foi desenvolvida na área da RPPN e da propriedade. No entanto, há interesse
claro da CÉU DO MAR em permitir e apoiar essa atividade em caráter permanente, no âmbito do
projeto Eco Parque, que pretende manter em seu staff pessoal específico para mobilizar pesquisadores,
transformar os conhecimentos gerados em temas de interpretação ambiental em tempo real (p.ex.: uso
dessas informações na tecnologias interativas previstas para o Centro de Consciência Ambiental) e
monitorar a interface visitação-biodiversidade.
Existe uma casa de apoio em que, se necessário, poderá servir de alojamento para
pesquisadores.
A partir dos levantamentos do plano de manejo são indicadas linhas de estudo e pesquisa, tanto
para o presente quanto para o futuro, quando o plano de manejo já estiver sido implementado: avaliação
da RPPN como zona de amortecimento e corredor ecológico do PARNA Tijuca; continuidade amostral
dos inventários faunístico e florístico; reintrodução de espécies raras e ameaçadas; monitoramento de
fauna e flora; monitoramento do impacto da visitação; perfil de visitantes; avaliação da consciência
ambiental dos visitantes após experiência na RPPN.
1.9)
Ocorrência de Fogo
Não há registros de ocorrência de fogo na área da RPPN e propriedade, tampouco, indicadores
ambientais, pois toda a área é coberta por vegetação secundária de regeneração de estágio médio a
avançado com bom desenvolvimento do sub-bosque. Nos registros de incêndios florestais apontados no
plano de manejo do PARNA Tijuca para esta unidade de conservação, também não constam áreas com
proximidade da RPPN (adjacente ao Morro do Cochrane – Setor B do Parque).
1.10) Atividades desenvolvidas na RPPN
A conservação é a única atividade desenvolvida na Reserva atualmente, além do uso familiar para
lazer. Mas, como já mencionado, a RPPN CÉU DO MAR passará a desenvolver ecoturismo no âmbito
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
44
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
de um “Parque temático”, sendo a proteção da biodiversidade, a pesquisa cientifica e a interpretação
ambiental, premissas arraigadas a esse mudança de objetivo de manejo, como previsto no Sistema
Nacional de Unidades de Conservação do Brasil (SNUC – Lei 9.985/00).
A manutenção de trilhas é uma atividade rotineiramente realizada na propriedade e RPPN.
1.11) Sistema de Gestão
A RPPN é tem como gestor a pessoa do Sr. Paulo Roberto Silva e Souza, dono da propriedade.
Atualmente trata-se de uma propriedade cujo território possui predominância florestal e que, portanto,
há baixa utilização. Sendo assim, não há funcionários nem na RPPN, nem na propriedade.
Com a implementação do Eco Parque Topo da Mata, haverá uma parceria entre a RPPN e a
R.F.T. para coordenar as atividades de administração, operação, marketing e ações ecológicas, de modo
a garantir a sustentabilidade ecológica e econômica do projeto turístico, planejado para funcionar nas
áreas da RPPN, propriedade e entorno.
1.12) Infraestrutura
1.12.1) Infraestrutura básica
O total de área construída na propriedade é de aproximadamente 1.000 m², ocupados por um
templo e sete casas, incluindo a casa principal, o que representa menos de 1% da área total. Existem
ainda algumas estruturas de casas abandonadas, que eram outrora utilizadas pela família do proprietário
ao longo da propriedade, RPPN e na área de usucapião adjacente (Figura 45). Dentro da RPPN existe
apenas uma casa, mas sem utilização atualmente.
A
B
C
D
E
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
45
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 44. A- Casa principal; B- escritório; C- Templo CÉU DO MAR; D e E – casas abandonadas. Fotos: Adriano Melo.
A identificação de infraestrutura básica para o empreendimento revelou que não existe sistema
público de distribuição de água no local (uma realidade das partes altas de São Conrado), fato que leva
as residências da propriedade a utilizarem água de captação. São duas captações principais que captam
água diretamente de um paredão rochoso e distribui para aproximadamente 30 caixas d’água ao longo
da propriedade (Figura 46). Esta situação requer muita atenção, pois a disponibilidade de água em
quantidade e qualidade é fundamental para a atividade turística, sendo válido ressaltar que a maior parte
dos turistas estrangeiros recebe advertência sobre o consumo de água no Brasil.
Figura 45. Sistema de armazenamento da água de captação na RPPN
CÉU DO MAR.
Foto: Adriano Melo
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
46
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Outro ponto de atenção está na falta de sistema público de coleta e tratamento de esgoto
(também uma realidade das partes altas de São Conrado), sendo que nas residências da propriedade se
utiliza o sistema de sumidouro. Tendo em vista a dimensão do empreendimento, este é outro fator de
muita importância para a gestão ambiental no local, advertindo que o sucesso de todo o projeto
depende da solução que será encontrada para a coleta e tratamento de esgotos.
A distribuição de energia elétrica para as residências é satisfatória, porém, se levado em conta à
dimensão do projeto proposto, é preciso ter atenção com a quantidade e disponibilidade de energia
para o funcionamento dos equipamentos que serão instalados. Neste ponto, se faz importante lembrar
que muitos equipamentos turísticos necessitam de voltagem e sistemas específicos de distribuição de
energia para funcionar.
O sistema de telecomunicações é razoável, contando com a presença de internet (ainda muito
lenta de acordo com o gestor da RPPN), sistema de telefonia fixa e sinal de telefone celular, inclusive
dentro da mata (todas as operadoras).
Os fatores água, energia e coleta e tratamento de esgoto são fundamentais para o sucesso de
qualquer projeto turístico, principalmente os de grande porte. Desta forma, é essencial que tais
questões sejam analisadas em busca de uma solução viável e de qualidade, a fim de que se alcance o
sucesso almejado.
1.12.2) Infraestrutura Turística
O inventário objetivou levantar estruturas como portarias ou similar, espaço para
estacionamento, sanitários, sinalização ou centro de visitantes, bem como estruturas e a presença de
serviços para A&B, hospedagem, comércio e guias ou monitores.
Na RPPN CÉU DO MAR não foram identificadas estruturas turísticas, somente residências
abandonadas (Figura 47) que outrora foram utilizadas pela família do gestor, e que por ventura, possam
ser aproveitadas para algum uso no projeto do Eco Parque, após reforma e adaptações necessárias.
Além disso, foi possível constatar a presença de caminhos ou trilhas que se encontram encobertas pela
mata (Figuras 50 a 58).
Figura 46. Casa abandonada no interior da RPPN (acima) e casa sem utilização
atualmente e passível de funcionar como base de apoio no Eco Parque turístico
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
após
47
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
ampla reforma ou reconstrução. (museu temático ou alojamento para pesquisa ou base de apoio operacional etc.). Foto: Adriano Melo.
Tendo em vista o porte do projeto proposto, bem como a geografia do local, a falta de área
para estacionamento e manobra de veículos, na Estrada das Canoas foi, dentre os itens analisados, o que
mais requer atenção. O estacionamento do mirante das Canoas e o espaço inutilizado da Universidade
Cândido Mendes (Figura 48) foram apontados como possíveis áreas a serem utilizadas, a partir,
naturalmente, do estabelecimento de parcerias com os proprietários da área.
A
B
Figura 47. A- Estacionamento no mirante das Canoas; B- Espaço inutilizado da propriedade da Universidade Cândido Mendes (em frente a
subida da Padra Bonita). Foto: Adriano Melo.
1.12.3) Recursos Turísticos:
O inventário apontou a presença dos seguintes recursos turísticos na área da RPPN CÉU DO
MAR:
Paisagens/Mirantes naturais - inclui a vista da Praia de São Conrado, Pedra da Gávea, Pedra Bonita e
Mata Atlântica. Possui um bom grau de atratividade.
Figura 48. Vistas, a partir de um mirante natura, da Pedra da Gávea e Pedra Bonita com voo duplo de asa delta e parente. Foto: Adriano Melo.
Trilhas e caminhos na Mata Atlântica – existem antigos caminhos/ trilhas que são utilizados pela
família e comunidade do CÉU DO MAR, estando encobertos pela mata. Essas trilhas, com acesso de
leve a moderado, apresentam atrativos com vocação para educação ambiental e ecoturismo. Como o
Eco Parque Topo da Mata possui como premissa o uso de caminhos aéreos, sem uso do piso florestal,
esses caminhos serão possivelmente aproveitados para a alocação das trilhas suspensas, com possíveis
descidas para determinados atrativos, como: mirantes, avistamento de espécies de flora e fauna, possível
museu, entre outros, conforme detalhado abaixo.
São duas trilhas principais com vocação tanto para contemplação da natureza quanto para prática de
interpretação/ educação ambiental:
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
48
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
•
Trilha do Cedro: tem início na casa principal da propriedade e segue para dentro da RPPN,
passando por um mirante com uma imperiosa vista para Pedra Bonita, Pedra da Gávea e Praia
de São Conrado, tendo como moldura a floresta. Após o mirante chega-se em uma casa
inutilizada, que pode ser reformada ou reconstruída para funcionar como museu da Mata
Atlântica, que direcionaria os visitantes até um exuberante indivíduo arbóreo da espécie Cedrela
fissilis (Cedro) enraizado em um grande bloco rochoso, didático ao ponto de pode se explicar a
dinâmica da floresta.
Figura 49. Trilha do Cedro. Foto: Adriano Melo.
Figura 50. Vista do mirante. Foto: Adriano Melo.
Figura 51. Continuação da trilha
após o mirante, dentro da RPPN. Foto:
Adriano Melo.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
49
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 52. Casa que poderá funcionar como Museu
da Mata Atlântica.
Foto: Adriano Melo.
•
Figura 53. Cedro enraizado na rocha – final da trilha.
Foto: Adriano Melo.
Trilha do Bambu: trata-se de uma trilha existente por ocasião da delimitação junto a
propriedade com o Gávea Golf Clube. Na época foram plantados indivíduos de bambu, desde
uma área acima ao Mirante das Canoas até o sopé do Morro do Cochrane. A trilha, que está
localizada em área da propriedade, possui declividade ora plana ora íngreme e tem como
principal atrativo a denominada ‘Pedra do Avatar’, já que está sob um cenário místico, formado
por uma gruta repleta de umidade (está na calha de um córrego intermitente), e uma grande
rocha se sobressai. Esse grande bambuzal disposto em forma de leira deverá ser manejado para
dar lugar a espécies nativas.
Figura 54. Trilha do Bambu. Foto: Adriano Melo.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
50
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 55. Pedra do Avatar. Foto: Adriano Melo.
Figura 56. Fim da trilha do Bambu, acima
do Mirante das Canoas. Foto: Adriano
Melo
Paredão Rochoso (Figura 18) – Dentro dos limites da propriedade, na sobreposição com o Parque
Nacional da Tijuca, há vários pontos que é possível avistar o imperioso paredão do Morro do Cochrane
e sua pujante vegetação protegida, também com vocação para turismo pedagógico, científico e
ecoturismo, após alinhamento com a administração do parque.
Figura 57. Paredão rochoso do Monte Cochrane. Foto: Adriano Melo.
Estes recursos turísticos ainda encontram-se em estado bruto, não sendo capazes de atrair
grandes correntes de visitantes, sendo indicados apenas para um público disposto a um grau elevado de
esforço físico e que tenham como principal atração o contato com a natureza preservada.
Neste contexto, a presença de equipamentos turísticos de entretenimento, bem como de
intervenções que realcem os recursos existentes, se tornam fundamentais para o desenvolvimento da
atividade turística e atração de um público visitante com perfil mais amplo.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
51
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
1.12.4) Síntese Inventário Turístico
•
O desenvolvimento do turismo na RPPN CÉU DO MAR depende, tendo em vista o porte do o
projeto do Eco Parque Topo da Mara, de um sistema de distribuição de água em quantidade e
qualidade, de um sistema de coleta e tratamento de esgoto e atenção com a distribuição de
energia elétrica, haja vista a demanda pelos equipamentos turísticos previstos;
•
Não foi identificada infraestrutura turística na área da RPPN, sendo que a falta de um espaço
próprio para estacionamento requer atenção. O arrendamento de áreas privadas em
propriedades acima (caso da Cândido Mendes) e a concessão do estacionamento junto a
Prefeitura do Rio de Janeiro são possíveis soluções;
•
Os principais recursos turísticos da RPPN, diante dos atuais objetivos de manejo, naturalmente,
encontram-se em estado bruto e requerem a presença de equipamentos de entretenimento e
intervenções para atrair um público visitante de perfil mais amplo e, consequentemente, em
quantidade satisfatória a viabilidade econômica do projeto;
1.13) Equipamentos e Serviços
A RPPN possui serviços de telefonia e internet instalados, conforme explicado no item
‘Infraestrutura’, mas é desprovida de qualquer tipo de bens e equipamentos para o manejo da RPPN,
dada a baixa utilização da UC por conta dos objetivos de manejo.
1.14) Recursos Financeiros
A RPPN não dispõe de recursos financeiros. O proprietário envidou diversos esforços na busca
de recursos junto à editais, como o Programa de RPPN da Mata Atlântica, mas não obteve sucesso.
Após isto, o gestor por iniciativa própria, conseguiu doações de parceiros institucionais para elaboração
do documento. Trata-se da Rain Forest Tram, que será o principal investidor no âmbito do Eco Parque
Topo da Mata.
1.15) Formas de cooperação
Conforme explicado no item ‘Histórico de Criação e Aspectos Legais’, a RPPN CÉU DO MAR
pretende, junto com parceiros institucionais, implantar um empreendimento do tipo Parque Temático
(Eco-Parque), que engloba não só a área da RPPN, mas parte da propriedade (incluindo as de usucapião
no entorno imediato).
O passo inicial para o desenvolvimento deste projeto foi a assinatura de um contrato de
parceria com a R.F.T. Rain Forest Tram, baseada em Miami, que opera seis eco-parques na região do
Caribe (ver www.rainforestadventure.com), com experiência comprovada oferecendo um serviço de
alta qualidade. A R.F.T. se tornou o primeiro investidor deste projeto e irá instalar e operar o Parque.
Para isso estão sendo incorporadas três companhias: a R.F.T. Brasil, filial da R.F.T. Miami, e a uma
holding chamda Mata Atlântica, formada pelo gestor da RPPN e seus sócios brasileiros. A R.F.T. Brasil e a
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
52
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
holding3 Mata Atlântica farão uma joint venture4, formando assim o Eco Parque Topo da Mata, que será a
companhia que aparecerá para o público.
2)
CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE
A propriedade em questão possui 22 ha e é caracterizada por apresentar cobertura e uso do
solo composta predominantemente por floresta (87%) considerando os 3,4 ha da RPPN. As sete casas e
as construções abandonadas, que poderão servir como apoio ao empreendimento turístico mais tarde
após reforma, representam somam 1% do total do território, enquanto o paredão rochoso da face
norte do Morro Cochrane engloba 12% da propriedade (Mapa 11, no Anexo A).
É importante enfatizar que a maior parte da propriedade (71,82%), a partir da cota 400m, está
sobreposta ao Setor C do Parque Nacional da Tijuca, conhecido como Setor Serra da Carioca. A área
de sobreposição da RPPN engloba Zonas de Recuperação e Primitiva do PARNA, de acordo com o
zoneamento apresentado em seu plano manejo. A Zona de Recuperação é composta pela floresta
adjacente ao Morro Cochrane, chegando até a cota 500m. Atualmente, essa área encontra-se coberta
por vegetação secundária de estágio médio de regeneração e completamente recuperada. Já a Zona
Primitiva, começa a partir da cota 500m, onde se tem uma vegetação de estágio avançado.
3)
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ENTORNO
3.1) Infraestrutura e Serviços de Apoio
O Bairro de São Conrado concentra a maior parte dos fatores favoráveis para o
desenvolvimento do empreendimento. O fornecimento de água (partes baixas), energia elétrica, coleta
de resíduos sólidos (lixo) e sistema de telecomunicação funcionam adequadamente, sendo o ponto
negativo o serviço de coleta e tratamento de esgoto que é precário, motivo pelo qual a praia de São
Conrado frequentemente não apresenta condições de balneabilidade.
Além dos serviços básicos, o bairro conta com a presença de farmácias, shopping, hotéis,
bancos, supermercados e postos de gasolina. O sistema de segurança é composto por destacamentos
3
Uma sociedade gestora de participações sociais (SGPS), mais conhecida em inglês como holding, é uma forma de sociedade criada
com o objetivo de administrar um grupo de empresas (conglomerado). A holding administra e possui a maioria das ações ou quotas das
empresas componentes de um determinado grupo. Essa forma de sociedade é muito utilizada por médias e grandes empresas e normalmente
visa melhorar a estrutura de capital, ou é usada como parte de uma parceria com outras empresas (Wikipédia).
4
Joint venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para
explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica (Wikipédia).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
53
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
móveis e o 16º Departamento de Polícia da Barra da Tijuca a 5,7 km do empreendimento. Na Praça que
dá acesso a Rua das Canoas existe uma cabine de polícia com presença constante de policiais (Figura
59), favorecendo a segurança do local. O corpo de bombeiros mais próximo é o 17º da Gávea, distante
8,1 km do empreendimento e o 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente - GSFMA no
Alto da Boa Vista, distante 8,9 km (Figura 60).
Trata-se de mais um bairro da zona sul do Rio de Janeiro que vive o paradoxo entre altíssimo e
baixo poder aquisitivo (p.ex.: prédios de luxo e o bairro da Rocinha – Figuras 61 e 62).
Figura 58. Cabine Policial na Praça de acesso a Rua das Canoas. Foto: Jian Niotti.
Figura 59. 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente – GSFMA. Foto: Jian Niotti.
Figura 60. Bairro da Rocinha em São Conrado.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
54
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 61. Área nobre predominante no bairro de São Conrado (prédios e Gávea Golf Clube).
Quanto à oferta de infraestrutura e serviços de apoio ao turismo, não foram identificados
fatores limitantes para o desenvolvimento do empreendimento turístico.
3.2) Oferta turística complementar
3.2.1) Município do Rio de Janeiro
A capital do Estado do Rio de Janeiro é um destino turístico consolidado no Brasil e no mundo.
A aposta na atividade turística, tendo como enfoque eventos esportivos, proporcionou a cidade sediar
os Jogos Olímpicos de 2016 e a final da Copa do Mundo da FIFA em 2014. Estas conquistas alavancaram
a economia do município e do Estado, gerando promoção e atraindo investimentos.
Uma análise sob a ótica do planejamento turístico revela porque a cidade é tão atraente para o
turista e, no momento atual, tão propícia para o desenvolvimento de projetos e empreendimentos
turísticos. É importante ressaltar que existem inúmeras variáveis (principalmente no turismo) que
podem determinar o sucesso ou fracasso de um empreendimento, entretanto, a fase que a cidade do
Rio de Janeiro vive é extremamente favorável.
Dentro deste contexto, em se tratando de elementos institucionais para o desenvolvimento do
turismo, a existência de uma legislação para o setor é fundamental. Neste sentido, Estado e Município
apresentam:
a) Menção do turismo na Constituição do Estado do Rio de Janeiro no Artigo 227;
b) Plano Fluminense de Turismo (Lei 5489/09);
c) Decreto de criação do Comitê Integrado de Segurança Turística (Decreto 32.664/03);
d) Resolução de criação do Batalhão de Policiamento de Áreas de Interesse Turístico - BPTUR
(Resolução nº. 313, de 31/01/2000, da Secretaria de Estado de Segurança Pública);
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
55
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
e) Decreto de criação do Grupo de Apoio e Fomento ao Turismo Marítimo e Náutico (Decreto
26.762, de 06/02/2003);
f)
Menção sobre o Turismo na Lei Orgânica do Município do RJ (Título VI – Das Políticas
Municipais – Seção III Artigos 292 a 296);
Os órgãos responsáveis pelo turismo na cidade são a Secretaria Especial de Turismo e a
Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro – RIOTUR, este último, uma sociedade de
economia mista que atua como órgão executor da Secretaria, tendo como principais atribuições à
promoção da cidade e organização dos eventos mais importantes.
Órgãos responsáveis pelo turismo na cidade do Rio de Janeiro
Secretaria Especial de Turismo do
Rio de Janeiro
Praça Pio X, 119 - 10º andar - Centro
Cep 20040-020 - Rio de Janeiro - RJ
RIOTUR - Empresa de Turismo do
Município do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 119 - 9º e 12º andares - Centro
Cep 20040-020 - Rio de Janeiro - RJ
Email : [email protected]
Tel.: 21 2271-7000 Email:
[email protected]
Fonte: SETUR Rio de Janeiro
A qualificação de recursos humanos para o turismo conta com uma série de entidades que
oferecem cursos superiores de turismo e hotelaria, cursos técnicos em diferentes áreas e específicos de
curta duração. A preparação para os megaeventos vem proporcionando uma série de capacitações
oferecidas pelo governo federal, estadual e municipal em parceria com organizações como o SEBRAE,
SENAI, SENAC, etc. Porém, como acontece em todo o Brasil, a qualificação profissional para atuar nas
atividades turísticas ainda é uma lacuna, tendo como maior agravante o domínio de outros idiomas.
O conjunto de infraestrutura e serviços básicos, também denominados de infraestrutura de
apoio ao turismo, representa a base para o desenvolvimento turístico. Neste aspecto, a cidade do Rio
apresenta um ótimo fornecimento de água e energia. A telecomunicação é outro ponto forte, pois a
cidade apresenta todos os fatores desejáveis, incluindo a disponibilidade de internet gratuita em locais
públicos, como na orla de Copacabana.
O gerenciamento de resíduos sólidos também é bom, com destaque para a areia das praias que
são permanentemente limpas. Por outro lado, a coleta e tratamento de esgotos apresentam deficiência
nas localidades próximas as praias, onde algumas galerias pluviais são utilizadas como canais de
escoamento direto para o mar. A necessidade de se melhorar a coleta nas comunidades menos
favorecidas da cidade também é outro fator determinante para melhorar a qualidade da água nas
praias.
A oferta de serviços médicos e o atendimento a emergências é amplo, já que existem desde
hospitais públicos e particulares até prontos socorros 24h e clínicas destinadas a tratamentos
específicos, totalizando 264 estabelecimentos destinados a serviços de saúde.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
56
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
A segurança no Rio de Janeiro sempre foi um ponto negativo, apesar do Município possuir os
serviços de proteção da Polícia Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Grupamento de
Apoio ao Turista, os problemas originados pelo tráfico e seus territórios de domínio deixaram uma
marca permanente na cidade. Felizmente, as ações de pacificação estão transformando esta realidade,
sendo que as principais comunidades do Rio de Janeiro estão ocupadas pelas Unidades de Polícia
Pacificadora (Quadro abaixo).
Outra ação importante para a segurança foi a implantação do Centro de Operações do Rio, que
integra cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias para monitorar e otimizar o funcionamento da
cidade, prevendo e atuando com rapidez em situações de emergência como chuvas fortes, acidentes de
trânsito e deslizamentos.
Dados da pacificação no Rio de Janeiro
Fonte: Governo do Rio de Janeiro
O transporte público é outro fator positivo para o turismo no Rio de Janeiro. Atualmente, a
cidade conta com os serviços de metrô, ônibus circulares, trens e balsas.
A chegada de navios de cruzeiro ao Rio de Janeiro merece destaque. A atividade tem
movimentado fortemente a economia do município, tornando-se um caso a parte no seguimento de
transportes e, consequentemente, no turismo. No Brasil, a temporada 2010/2011 atingiu quase 800 mil
cruzeiristas, sendo 100 mil estrangeiros.
O Rio de Janeiro foi a cidade que mais se beneficiou com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes
com R$ 102,9 milhões, seguido de Santos R$ 86,6 milhões e Búzios R$ 57 milhões (ver “Cruzeiros
Marítimos
–
Estudos
de
Perfil
e
Impactos
Econômicos
no
Brasil”
em
http://abremar.com.br/pdf/ESTUDO.pdf).
Neste contexto, o Rio de Janeiro tem avançado significativamente com a revitalização do Porto
e da Zona Portuária da cidade. A concessão da estação marítima de passageiros do porto para a
empresa Píer Mauá S/A (ver http://www.piermaua.com.br/) trouxe grandes avanços, como o
investimento de R$ 450 milhões até 2016. Segundo a Píer Mauá, já passaram mais de 3 milhões de
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
57
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
pessoas pelo terminal, sendo que na temporada 2011/2012 foram 203 atracações e uma movimentação
de 700 mil turistas, deixando cerca de R$ 210 milhões (gatos totais de empresas, passageiros e
tripulantes).
Navio atracado no Píer Mauá. Foto: Jian Niotti.
Gráfico 6. Evolução na chegada de passageiros em Navios de Cruzeiros na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Pier Mauá.
Em paralelo as ações e o sucesso do Píer Mauá, a revitalização da Zona Portuária é outro passo
importante no desenvolvimento turístico do Rio de Janeiro. O projeto prevê uma série de ações, desde
mudanças estruturais, atrações de investidores, valorização do patrimônio histórico cultural e
programas sociais, todos em conjunto irão transformar o que antes era uma área degradada em um
novo pólo turístico e de desenvolvimento econômico (ver http://portomaravilha.com.br/).
A Infraestrutura e disponibilidade de serviços turísticos no Rio de Janeiro é completa, sendo que
atualmente a cidade possui cerca de 46 mil leitos em quase 500 meios de hospedagem, segundo dados
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
58
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
da ABIH-RJ. Os serviços de alimentos e bebidas também proporcionam uma oferta variada num total de
13 mil estabelecimentos entre bares, restaurantes e similares.
O setor de agências de viagens apresenta cerca de 600 empreendimentos segundo a ABAV-RJ.
O setor de transporte é outro de destaque com cerca de 250 empresas de acordo com o Caderno de
Turismo do RJ 2010. Além disso, a cidade conta ainda com sinalização e cabines de informações
turísticas, guias turísticos e casa de câmbio.
Toda esta estrutura de serviços e empreendimentos gira em torno dos principais atrativos da
cidade, como o Cristo Redentor no Parque Nacional da Tijuca, que em 2011 recebeu 1.8 milhões de
visitantes de acordo com dados do ICMBIO, o Bondinho do Pão de Açúcar, que recebe em média 2.500
pessoas por dia, a série de Praias existentes, com destaque para Copacabana, e as comemorações do
Réveillon e Carnaval.
Tantos atrativos proporcionaram ao Rio de Janeiro atingir o número de 1.61 milhão de turistas
estrangeiros e 6 milhões de brasileiros em 2010, segundo dados da RioTur. Os principais mercados
emissores nacionais para a cidade do Rio de Janeiro em 2010 foram São Paulo e Minas Gerais. Enquanto
que os principais emissores internacionais foram a Argentina (21,9%), os Estados Unidos (18,3%) e a
França (6,4%).
O turismo no Rio de Janeiro tende a crescer rapidamente nos próximos anos por conta do
calendário de eventos internacionais, onde estão previstos a realização da RIO+20, Copa das
Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos em 2016.
Desta forma, o prognóstico para o desenvolvimento do turismo na cidade para os próximos
anos é extremamente favorável, cabendo, apenas, a ressalva quanto à capacidade hoteleira da cidade e as
melhorias na infraestrutura aeroportuária do Brasil como um todo, desafios que Governo Federal,
Estadual e Municipal estão empenhados em superar.
3.2.2.) O bairro de São Conrado
A oferta turística complementar em São Conrado é composta pelos atrativos e serviços
turísticos existentes no Bairro. Quanto aos serviços, foram identificados meios de hospedagem, agências
de viagem, bares e restaurantes e os operadores de voo livre que são o destaque da região (Figura 63).
A oferta de mão de obra é abundante, pois além dos moradores do bairro e região, existe e
concentração de moradores da Rocinha. Porém, esta oferta irá depender da qualificação profissional
exigida, mas de acordo com as características do empreendimento, diferentes funções podem ser
preenchidas após um treinamento fornecido pelo próprio empreendimento.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
59
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 62. Operador de voo livre em preparação na rampa da Pedra Bonita. Foto: Jian Niotti.
As principais atrações turísticas no bairro estão diretamente ligadas ao ambiente natural, como a
Pedra da Gávea (Figura 64), Praia de São Conrado (Figura 65), Setor C e B do Parque Nacional da Tijuca
(Figura 66) e Mirante da Pedra Bonita e Mirante das Canoas (Figura 67). O voo duplo de Asa Delta ou
Parapente é a maior atração da região, sendo responsável por grande parte dos visitantes que chegam
ao bairro. O Gávea Golf and Country Club (Figura 68) também é um empreendimento turístico, porém,
voltado para um público específico.
Figura 63. Pedra da Gávea. Foto: Adriano Melo.
Figura 64. Vista da Praia de São Conrado. Foto: Jian Niotti.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
60
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 65. Acesso ao Parque Nacional da Tijuca. Foto: Jian Niotti.
Figura 66. Mirante das Canoas. Foto: André Camilli.
Figura 67. Gávea Golf and Country Club. Foto: Jian Niotti.
Neste contexto, a análise da oferta turística complementar apontou fatores positivos para o
desenvolvimento do turismo, sendo essa uma região turística de enorme potencial. O principal destaque
é o bairro estar em um ponto do município entre o centro da cidade e a região que atualmente está em
expansão (Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes), o que favorece a proximidade a dois mercados
emissores dentro de um mesmo município.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
61
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
3.2.3.) Síntese Turismo no Rio de Janeiro
•
O Estado do Rio de Janeiro apresenta potencial de recursos e condições favoráveis para o
desenvolvimento do Turismo;
•
Os órgãos responsáveis pelo turismo no Estado do Rio de Janeiro são a Secretaria Estadual de
Turismo e a TurisRio;
•
O Estado possui avançada legislação para o desenvolvimento e promoção da atividade turística;
•
Existe a necessidade de expandir a atividade turística para as cidades do interior do Estado;
•
A cidade do Rio de Janeiro é um destino turístico consolidado no Brasil e no Mundo, detentora
de uma boa infraestrutura básica e turística;
•
A cidade irá sediar diferentes eventos, com destaque para a final da Copa do Mundo FIFA 2014
e Jogos Olimpícos de 2016, atraindo inúmeros investimentos e ações de melhorias;
•
A construção da linha 4 do Metrô, a revitalização da Zona Portuária da cidade, entre outros, são
exemplos de melhorias e investimentos que estão ocorrendo.
•
A pacificação de comunidades antes dominadas pelo tráfico de drogas trouxe novamente a
sensação de segurança para moradores e visitantes;
•
O setor de Navios de Cruzeiros tem movimentado fortemente a economia do município;
•
A capacidade hoteleira da cidade precisa ser ampliada rapidamente para atender as demandas
futuras;
•
O turismo na cidade irá se beneficiar a médio e longo prazo por conta dos Megaeventos que
irão acontecer;
3.3) Grupos de Interesse
A identificação de grupos de interesse considerou os atores que serão afetados diretamente
pelo empreendimento proposto, seja de uma forma negativa, positiva ou ambas. Vale a consideração de
que qualquer grupo pode somar ou atrapalhar, dependendo do tipo de interesse que ele defende, bem
como da capacidade por parte do empreendimento de mediar os conflitos.
Neste sentido, uma avaliação preliminar apontou como principais grupos de interesse:
a) Comunidade de Vila Canoas (Figura 69) – está localizada no início do acesso ao
empreendimento e pode ser afetada pelo aumento do trânsito no local e mudança na dinâmica
local, porém, pode se beneficiar com os empregos gerados no empreendimento. Possui
representação legal por meio da Associação de Moradores e Amigos de Vila Canoas, mas não se
sabe o grau de atuação e se a mesma esta ativa.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
62
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 68. Entrada da comunidade de Vila Canoas. Foto: Felipe Gomes.
Existe uma organização filantrópica italiana que atua na comunidade (Para Ti Amizade e Solidariedade), a
mesma pode representar uma força para a comunidade no que tange a reivindicações. Durante a
pesquisa surgiram menções a outras associações, as quais aparentemente não estão ativas, são elas:
Associação de moradores de Vila Canoas e Pedra Bonita e Associação de Mulheres de Vila Canoas.
Na mesma comunidade funciona uma agência intitulada Favela Tour, esta realiza passeios turísticos
(Figura 70), principalmente para estrangeiros, com o objetivo de apresentar o modo de vida nas
comunidades do Rio de Janeiro.
Figura 69. Turistas em visita a comunidade de Vila Canoas com a agência Favela Tour.
Foto: Jian Niotti.
Considerando o contexto de diferentes atores atuando dentro de uma mesma comunidade e, o fato de
ser uma comunidade reduzida, o que facilita a união e organização em casos extremos, toda a cautela e
precaução deve ser adotada na condução desta relação.
b) Residências e Condomínios Residenciais na Estrada das Canoas (Figura 71) –
distribuídos ao longo da Estrada das Canoas, podem ser afetados pela intensificação do trânsito,
perturbação durante a implantação do empreendimento e mudança na dinâmica do local. Não se
sabe o poder deste grupo e qual o nível de capacidade de organização ou de se somar a outros
grupos a fim de reivindicar algo.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
63
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 70. Residencial Recreio das Canoas. Foto: Jian Niotti.
c) Associação de Moradores e Amigos de São Conrado – AMASCO – atuante desde
1981, está localizada na Estrada da Gávea, 899 - 2º piso (Shopping Fashion Mall). Extremamente
atuante nas questões do Bairro, possui alto poder de organização e influência, além de relação
próxima com a Prefeitura. Possui forte engajamento com a causa ambiental. Talvez o mais
importante ator entre os grupos de interesse, pois é capaz de mobilizar todos os outros em
prol de um mesmo objetivo, além de possuir respaldo e orientação técnica. Pode questionar a
questão ambiental e mudanças na dinâmica do bairro, é importante que estejam convencidos do
potencial de benefícios que o empreendimento pode trazer para o bairro.
d) Clube São Conrado de Voo Livre – responsável pela atividade turística mais intensa no
Bairro, faz uso constante da Estrada das Canoas para acessar a rampa de voo da Pedra Bonita.
Grande probabilidade de se beneficiar fortemente com a presença de mais turistas no bairro,
porém, as complicações no trânsito podem ser um fator negativo para os mesmos.
e) Gávea Golf and Country Club – ator que se encontra em uma situação neutra, porém,
possui poder de influência e mobilização, pois é um ponto de encontro de pessoas influentes da
sociedade carioca. Requer atenção e precisa ser analisado com cuidado.
f) Vanazul Guest House – está situado na Estrada das Canoas, funciona como meio de
hospedagem e agência de receptivo, além de fazer parte de uma ONG chamada visão esperança
– Museun Of Hope. Pode ser afetado pela intensificação do trânsito e mudanças na dinâmica
local, entretanto, pode se favorecer do aumento no número de turistas. Não possui tanta
expressão quanto os outros atores, mas como atua em diferentes áreas, não se sabe o seu
alcance e capacidade de influenciar positiva ou negativamente a implantação do
empreendimento.
g) Parque Nacional da Tijuca – após reunião com a Diretora do Parque e membros do
ICMBIO, ficou evidente que é um parceiro. Porém, em se tratando de um órgão público
Federal, está sujeito as mudanças frequentes da administração pública, bem como as pressões de
grupos ambientalistas ou setores contrários. É um ator importantíssimo na abordagem aos
outros atores, pois seu apoio favorável ao empreendimento pesa bastante.
O Conselho do Parque pode ser considerado um ator conjunto ao PARNA Tijuca, pois a
opinião de seus membros influencia bastante nas decisões da administração do Parque, desta
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
64
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
forma, o mesmo deve ser considerado como grupo de interesse relevante, principalmente por
congregar diferentes atores da sociedade.
A associação Amigos do Parque Nacional da Tijuca é outro ator conjunto ao PARNA,
atualmente conta com mais de 300 associados que atuam na defesa dos interesses do Parque.
Este ator possui parcerias importantes, como a Fundação Roberto Marinho, por exemplo. Entre
suas ações estão o Programa de Voluntários do Parque e o projeto de Unidade de Atendimento
aos Turistas. O conselho deliberativo da Associação possui membros de destaque como
Fernando Gabeira e o jornalista André Trigueiro, entre outros. Desta forma, se consolida como
mais um ator relevante dentro dos grupos de interesse, principalmente pela presença de
pessoas influentes.
h) Subprefeitura da Zona Sul e XXVII Região Administrativa (Rocinha) – dois atores
governamentais que são essenciais para o desenvolvimento do empreendimento, principalmente
no apoio as obras de implantação, organização das vias de acesso e articulação junto aos
habitantes do bairro de São Conrado e moradores no entorno do empreendimento.
i) Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Turismo – outros
dois atores governamentais que atuam em maior escala, são fundamentais para articulações
maiores e apoio ao desenvolvimento do empreendimento.
A identificação de grupos de interesse apontou uma diversidade média de atores, sendo que o
destaque fica por conta de outros atores que atuam dentro de um grupo principal, como o caso da
Associação de Amigos do PARNA Tijuca e da ONG Para Ti Amizade na Comunidade de Vila Canoas.
Tais subgrupos devem ser observados com atenção, pois congregam uma série de recursos que podem
influenciar na dinâmica e postura do grupo principal.
Nesta análise preliminar, a AMASCO aparece como principal ator, detentora de uma atuação
constante nos interesses do Bairro de São Conrado, além de possuir poder de influência, capacidade de
mobilização e respeito dos outros atores. O PARNA Tijuca aparece como principal parceiro, mas sem
considerar a postura do conselho e da Associação de Amigos do Parque.
Finalmente, o bairro de São Conrado é uma região turística no Município do Rio de Janeiro,
sendo que sofre com alguns problemas nesta área, como os assaltos a visitantes na Pedra da Gávea, por
exemplo. Tal fato favorece uma abordagem conjunta dos grupos de interesse pela temática do turismo,
ressaltando os benefícios que o empreendimento proposto irá trazer para o bairro e para os atores de
interesse, sendo este um caminho para uma abordagem positiva que conquiste o apoio dos grupos de
interesse.
4)
POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE
As unidades de conservação de maior proximidade da RPPN CÉU DO MAR é o Parque
Nacional da Tijuca, em que o Setor da Serra da Carioca (Setor C), se inicia na cota 400m de altitude,
quando termina a RPPN, além da Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana municipal Alto da
Boa Vista (DM 11.301/ 1992) e a ARIE municipal São Conrado (LM 3693/ 2003) (Mapa 12, no Anexo A).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
65
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
O recém-criado Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, através da Portaria nº 245 de
11/07/2011, engloba 23 unidades de conservação da região metropolitana do Rio de Janeiro, dentre
essas estão 2 federais, 4 estaduais e 17 municipais (Tabela 10 e Figura 72).
Tabela 9. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca.
FEDERAIS (ICMBio)
a) Parque Nacional da Tijuca;
b) Monumento Natural das Ilhas Cagarras.
ESTADUAIS (INEA-RJ)
a) Parque Estadual da Pedra Branca;
b) Área de Proteção Ambiental de Gericinó/Mendanha;
c) Área de Proteção Ambiental de Sepetiba II;
d) Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba.
MUNICIPAIS (SMMA-RJ)
a) Parque Natural Municipal Bosque da Barra;
b) Parque Natural Municipal Chico Mendes;
c) Parque Natural Municipal da Catacumba;
d) Parque Natural Municipal da Cidade;
e) Parque Natural Municipal da Freguesia;
f) Parque Natural Municipal da Prainha;
g) Parque Natural Municipal da Serra da Capoeira Grande;
h) Parque Natural Municipal de Grumari;
i) Parque Natural Municipal de Marapendi;
j) Parque Natural Municipal do Mendanha;
k)Parque Natural Municipal do Penhasco Dois Irmãos - Arquiteto Sérgio
Bernardes;
l) Parque Natural Municipal Fonte da Saudade;
m) Parque Natural Municipal José Guilherme Merquior;
n) Parque Natural Municipal Darke de Matos;
o) Área de Proteção Ambiental dos Morros da Babilônia e São João;
p) Área de Proteção Ambiental dos Morros do Leme e Urubu;
q) Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca.
A localização da RPPN CÉU DO MAR favorece a inserção da mesma no Mosaico Carioca de
Áreas Protegidas (Portaria MMA no. 245), que seria a primeira UC da categoria Reserva Particular do
Patrimônio Natural a participar desse Mosaico, o que contribuiria para fortalecer a classe de UC
particulares junto às decisões tomadas para um todo na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
66
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 71. Unidades de Conservação do Mosaico Carioca de Áreas Protegidas. Fonte: http://mosaicohttp://mosaico
carioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao
carioca.blogspot.com.br/2012/02/divulgacao-vii-congresso-brasileiro-de.html
5)
DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA
Sob a ótica global, a RPPN CÉU DO MAR vem ao encontro das ações de conservação da
biodiversidade, e seus serviços ambientais associados, ao bioma Mata Atlânt
Atlântica
ica (que é considerado um
hotspot,, denominação dada as 25 áreas em todo mundo que, embora sejam de megadiversidade, estão
sob grande pressão de uso e ocupação ((Figura 73) - MITTERMEIER et al. (2005))..
Figura 72. Áreas do mundo consideradas hhotspot. A Mata Atlântica, diante do balanço biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a
quinta colocação nas prioridades mundiais de conservação. Fonte: MITTERMEIER, et al. (2005).
).
Sob os pontos de vista nacional e estadual, a área do bioma Mata
ta Atlântica onde se
s situa a
Reserva (polígono MaZc215), é considerada como área prioritária para conservação
servação da biodiversidade,
com importância biológica classificada como ‘alta’, assim como suaa prioridade de ação (MMA, 2007)
(Figura 74). De acordo com o estudo síntese desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre os anos de 2005 e 2008, para avaliar o tamanho
dos remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica no Brasil, foi visto que o estado do Rio de Janeiro
apresenta 19,60% de remanescentes florestais do bioma (Figura 75), enquanto o município de mesmo
nome, onde está situada a RPPN, apenas 18% ((Tabela 11),
), o que demonstra a importância da Reserva no
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
67
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
município, principalmente por está inserida no seu contexto urbano nas adjacências da maior floresta
urbana do mundo, o PARNA Tijuca.
A inserção da RPPN em um dos cinco blocos de remanescentes florestais do estado, apontados
por ROCHA et al. (2003), no bloco 3, também configura a importância da Reserva para a conservação
do bioma no estado (Figura 76).
RPPN CÉU DO MAR
Figura 73. Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no Rio de Janeiro.
Fonte: MMA (2007).
RPPN CÉU DO MAR
Figura 74. Remanescentes Florestais da Mata Atlântica na região metropolitana do RJ, representados pela cor verde na imagem. Fonte:
Fundação SOS Mata Atlântica/ INPE (2009).
Tabela 10. Remanescentes florestais, em hectares, no município do Rio de Janeiro.
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica & INPE (2009).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
68
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
RPPN CÉU DO MAR
Figura 75. Blocos Remanescentes do estado do Rio de Janeiro. Fonte: ROCHA et al. (2003).
A RPPN pertence à área do município do Rio de Janeiro que foi tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por estar inserida acima da cota 100m. Além de ter
pertencido à maior fazenda do Império, a “Fazenda Nassau”, de Van Mook também conhecido como
“Van Mocke”(1818), possui em seu entorno, já dentro dos limites do PARNA Tijuca, um legado que
pode ser facilmente constatado através da arquitetura, dos monumentos erguidos nos mirantes e de
diversas obras de arte e objetos utilitários, tais como as fontes e stellas, que refletem o apogeu do
período áureo do 1º ciclo do café no Brasil e das administrações públicas posteriores. Todo esse legado
convive em harmonia com o patrimônio natural (MMA-ICMBio, 2008).
Por meio dos dados atuais e, a partir do histórico das relações antrópicas sobre a região em que
se insere a RPPN CÉU DO MAR, e a história natural dos espécimes originalmente característicos deste
ambiente, torna-se possível diagnosticar a representatividade da RPPN, quanto à sua função ecológica e
o potencial de resiliência do ecossistema. Populações estáveis de espécies-chave da fauna e flora local,
como felinos e/ou espécies sensíveis, raras e ameaçadas, como o palmito juçara (Euterpe edulis)
representam importantes componentes de teias alimentares de ecossistemas equilibrados. Em se
tratando de uma unidade de conservação de uso sustentável em meio à região metropolitana do Rio de
Janeiro, e detentora de expressiva diversidade biológica, podemos considerar a RPPN CÉU DO MAR
como importante vetor para ações conservacionistas e de restauração da fauna e flora local, dada as
características da sua biodiversidade residente, do estágio de conservação do ambiente e da variedade
de recursos disponíveis.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
69
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
PARTE C - PLANEJAMENTO
De acordo com Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a Reserva Particular do
Patrimônio Natural é uma área privada gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a
diversidade biológica. Nesta, são permitidas atividades que envolva
envolvam
m pesquisa científica e visitação com
objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
No caso da RPPN CÉU DO MAR
MAR, a ideia de expandir socialmente a consciência ambiental a
partir do contato das pessoas com a biodiversidade foi o que impulsionou a criação
criaçã da Reserva e o que
motiva a sua transformação em um Parque Temático, que permitirá acesso à natureza através de uma
maneira inteligente e inovadora, sendo o turismo a principal atividade a ser desenvolvida na Reserva. A
pesquisa científica também será pe
permitida,
rmitida, a fim de expandir o conhecimento da biologia da região, assim
como para dar suporte ao próprio manejo da RPPN.
Portanto, a fase planejamento do plano de manejo foi elaborado com o principal foco em
normatizar as atividades de conservação da biodiversidade e de incentivo à realização do turismo,
interpretação ambiental e pesquisas científicas na área da RPPN.
1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO DA RPPN
•
•
•
•
Conservar parte de um setor da paisagem estratégico na região metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro, sob condição de Floresta
loresta Ombrófila Densa
Densa;
Proporcionar, a partir dos atributos ecológicos e paisagísticos da RPPN, oportunidades inesquecíveis
de visitação, com interação,, intuitividade, ent
entretenimento,
retenimento, segurança e qualidade;
Realizar pesquisas científicas contínuas que possam ampliar o conhecimento da diversidade biológica
local, auxiliando o manejo cotidiano da UC
UC;
Realizar interpretação ambiental para potencializar, junto com a experiência de visitação, a expansão
social da consciência ambiental.
interpretação
ambiental
visitação para
fins turísticos e
educacionais
pesquisa
científica
conservação da
biodiversidade
expansão social
da consciência
ambiental
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
70
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
2) ZONEAMENTO
O zoneamento da UC constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como
recurso para se atingir melhores resultados no manejo da Unidade, pois estabelece usos diferenciados
para cada zona, conforme sua vocação ambiental. Dessa forma, o zoneamento torna-se uma ferramenta
que vai contribuir para uma maior efetividade na gestão da unidade de conservação (IBAMA, 2004).
O zoneamento é conceituado pela Lei n°. 9.985/2000 como “definição de setores ou zonas em
uma UC com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as
condições para que todos os objetivos da Unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”.
Para o zoneamento da RPPN CÉU DO MAR (Mapa 13, em anexo), foram consideradas as
seguintes zonas: Zona de Proteção, Zona de Visitação e Zona de Transição.
2.1. Zona de Proteção
A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que tenham recebido grau mínimo
de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização
e formas de visitação de baixo impacto. Poderá conter infraestrutura estritamente voltada às atividades
de proteção (IBAMA, 2004).
A Zona de Proteção da RPPN CÉU DO MAR será toda área florestada excedente da Reserva
que não tenha sido considerada como Zonas de Transição e de Visitação. Esta abrange a maior área da
UC, 2 ha (59%).
2.2 Zona de Visitação
A Zona de Visitação é aquela constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de
alteração humana. Destina-se à conservação e às atividades de visitação (IBAMA, 2004).
Conforme contextualizado na fase Diagnóstico do presente documento, o Eco Parque Topo da
Mata ocupará não somente a área da RPPN, mas também de todo o restante da propriedade. Sendo
assim, considerou-se Zona de Visitação toda área destinada à instalação dos equipamentos turísticos do
Eco Parque Topo da Mata que passarão dentro dos limites da RPPN, além de uma faixa (buffer) de dez
metros no entorno dos mesmos. Além disso, uma área ao nordeste da RPPN também foi classificada
como Zona de Visitação já que poderá concentrar futuras instalações turísticas. No total, esta Zona
abrange uma área de 1,2 ha da Reserva (36%).
Vale ressaltar que serão utilizadas alternativas de tecnologias de baixo impacto ambiental, sendo
as atividades turísticas totalmente aéreas, ou seja, serão desenvolvidas pelo dossel da floresta.
2.3. Zona de Transição
A Zona de Transição é uma faixa ao longo do perímetro da RPPN, no seu interior. Serve como
filtro ou faixa de proteção, absorvendo os impactos provenientes da área externa (IBAMA, 2004).
A Zona de Transição da RPPN CÉU DO MAR é representada por uma faixa de cinco metros de
largura para seu interior ao longo do perímetro da Reserva que faz divisa com a propriedade que se
insere, representando 0,2 ha (0,5%).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
3) PROGRAMAS DE MANEJO
Os programas de manejo são a principal ferramenta de gestão da unidade de conservação, onde
se definem as ações necessárias para o cumprimento de seus objetivos. Estes tem como função gerar
diretrizes e agrupar atividades para uma adequada implementação da RPPN. A estrutura do Plano de
Manejo em Programas permite que as atividades sejam descritas em grupos temáticos, facilitando a
gestão e manejo da UC.
Neste plano, as atividades apresentam-se inseridas em programas de manejo. Cada Programa constará
da seguinte estrutura:
•
•
•
•
Objetivo;
Resultados Esperados;
Premissas; e
Atividades.
Obs.: algumas atividades conterão suas normas específicas descritas sempre abaixo das mesmas.
Os programas foram divididos em: Programa de Administração, Programa de Proteção e
Fiscalização, Programa de Comunicação, Programa de Visitação, Programa de Pesquisa e Monitoramento
e Programa de Sustentabilidade Econômica.
3.1 Programa de Administração
Objetivo
O Programa de Administração tem como objetivo gerar diretrizes que garantam o
funcionamento da RPPN. Suas atividades relacionam-se aos procedimentos administrativos, à
organização, ao controle e à manutenção. Portanto, envolvem recursos humanos, capacitação do gestor
e funcionários, bem como o estabelecimento de atividades de implantação, aquisição e manutenção de
infraestrutura e equipamentos, além de parcerias institucionais.
Resultados Esperados
•
•
•
•
•
•
•
Pessoas que trabalham na RPPN e propriedade devidamente capacitadas;
Rotinas de serviço estabelecidas;
Adequação de serviços de infraestrutura básica;
Implantação e manutenção regular da infraestrutura e equipamentos;
Orçamentos anuais elaborados;
Sinalização implantada;
Parcerias implementadas.
Premissas
• Todas as pessoas que trabalham na RPPN e no Eco Parque deverão ser contratadas de acordo com a
legislação brasileira trabalhista;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
• Estar familiarizadas com os procedimentos administrativos e equipadas com Equipamentos de PIs;
• Uso de estratégias de redução de consumo de água e energia, evitando o desperdício;
• Todas as lixeiras deverão ser bem tampadas e o material orgânico não deverá pernoitar nos
recipientes externos, para não atrair animais;
• Para os equipamentos turísticos deverão ser adotadas Normas ABNT para Turismo, principalmente
as Normas Brasileiras para Parques de Diversões (ABNT NBR 15926-1 à 5) e ABNT NBR 15331
Turismo de Aventura - Sistema de Gestão da Segurança, entre outras associadas a esse tipo de
empreendimento;
• Para a instalação/construções/reformas de infraestruturas na área da RPPN e propriedade sugere-se
que sejam consideradas as seguintes premissas básicas:
a) as propostas devem priorizar as fragilidades das áreas naturais, a redução de resíduos e a
utilização de materiais alternativos de origem local, adaptação às formas arquitetônicas do
entorno natural, bem como deverão garantir a auto-suficiência funcional com o mínimo impacto
ambiental;
b) no processo construtivo, deve-se buscar a otimização do uso do espaço, dos materiais de
construção e gastos energéticos;
c) sugere-se planejar sistemas alternativos de geração de energia para uso nas instalações, inclusive
por geradores quando em local distante, se necessário;
d) o sistema de esgotamento sanitário (ex.: fossas sépticas) deve estar de acordo com a NBR
7.229/93, sem descartar outras normas ou legislações específicas;
e) as construções necessárias à administração da Unidade deverão ser o mais semelhante possível
quanto à estrutura, acabamento, decoração e sinalização.
•
Recomenda-se organizar e manter um inventário atualizado de todo o patrimônio, bem como uma
rotina de manutenção.
Atividades
1. Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN.
O gestor da RPPN será responsável pela execução de todas as atividades previstas nesse plano
de manejo, diretamente, quando se tratar dos Programas de Administração, Sustentabilidade
Econômica e Proteção e Fiscalização, e indiretamente em relação aos Programas de Visitação,
Comunicação e Pesquisa e Monitoramento.
2. Designar um técnico para coordenar o Programa de Pesquisa e Monitoramento e outro técnico para
coordenar os Programas de Visitação e Comunicação.
Este(s) responsável(is) deverá(ão) desempenhar as atividades listadas no respectivo Programa de
Manejo, além de suprir de mão-de-obra de todas as demandas cotidianas da RPPN;
3. Elaborar Programa de Capacitação para colaboradores com ênfase em segurança e atendimento ao
cliente com domínio de dois idiomas pelo menos;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
4. Realizar a manutenção preventiva e corretiva das instalações da RPPN e propriedade.
5. Estabelecer uma contabilidade e uma planificação de despesas da RPPN e propriedade como um todo.
6. Implantar a sinalização da RPPN através da alocação de placas em seu interior e acessos,
considerando sistema trilíngue (português, inglês e espanhol).
A sinalização deverá ser de três tipos: indicativa, informativa e interpretativa. A indicativa deverá
direcionar o pesquisador/visitante, por meio de setas ou com o nome do atrativo/estrutura. A
informativa tem a função de ilustrar (mapas e fotos) e informar, por meio de painéis, por
exemplo, dados da RPPN e região, zoneamento, sobre a flora e fauna ou histórico/culturais. Já a
interpretativa deve explanar sobre os aspectos geomorfológicos, hidrológicos, florísticos e
faunísticos da RPPN, de forma que o visitante interaja.
Para os três casos, deverão ser priorizados materiais rústicos e harmônicos ao meio ambiente,
não devendo ocorrer poluição visual;
Para subsidiar a interpretação, as informações devem ter como base o diagnóstico do Plano de
Manejo e outros relatórios afins.
7. Adequar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade; a quantidade e sistema de fornecimento
de energia elétrica; e o sistema de coleta e tratamento de esgoto.
Estes aspectos são imprescindíveis para a instalação de um empreendimento turístico e devem
ser os primeiros itens a serem abordados e solucionados na escala de prioridades, inclusive com
um estudo específico e aprofundado.
8. Adequar uma das benfeitorias existentes na propriedade para funcionar como Centro de Pesquisa.
O Centro de Pesquisa deve incluir o alojamento para pesquisadores. Este deverá ter pelo
menos 2 quartos, um banheiro, uma cozinha e um laboratório. A sugestão ideal é de 2 beliches
com colchão e um armário por quarto, ademais (roupa de cama, etc.) fica por conta do
pesquisador. Na cozinha é preciso ter, além dos eletrodomésticos essenciais como fogão e
geladeira, as louças básicas para preparo de refeições.
Os equipamentos são específicos de cada pesquisa, por isso cada pesquisador trará o seu. Mas é
profícuo ter na RPPN alguns equipamentos, que possam auxiliar os pesquisadores e a própria
rotina da UC, tais como: podão (com vara de 6m), tesoura de poda, pequena estufa de madeira,
freezer, 2 rádios comunicadores, 1 armadilha fotográfica e 1 microscópio.
9. Implantar estrutura turística conforme descrito no Programa de Visitação;
10. Implantar estrutura de apoio composta por estacionamento e acesso até a recepção do Parque, a
fim de garantir o transporte e chegada de visitantes em grande quantidade até o local, além de
sanitários, abrigos e enfermaria;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 76. Espaço inutilizado da Universidade Cândido Mendes, alternativa para o estacionamento. Foto: Jian Niotti.
11. Implantar estrutura de gerenciamento com escritório, sala de controle e área de suporte aos
colaboradores (vestiário, sanitários e espaço para alimentação);
12. Implantar espaço para realização de eventos e encontros coorporativos e cursos de capacitação;
13. Considerar espaço para futura implantação de meio de hospedagem de pequeno porte;
14. Realizar a demarcação física da RPPN.
3.2 Programa de Proteção e Fiscalização
Objetivo
Buscar a proteção da RPPN através de parceria com o PARNA Tijuca e de vigilância patrimonial. E
ainda, garantir o cumprimento das normas da Reserva estabelecidas neste plano de manejo, o
cumprimento da legislação ambiental e a integridade do patrimônio natural, além de garantir a segurança
do patrimônio imobiliário e equipamentos existentes na propriedade e Reserva.
Resultados Esperados
• Parcerias com instituições estabelecidas;
• Rotinas de rondas de fiscalização e proteção estabelecidas;
• Sistema de prevenção e combate aos incêndios implantado.
Premissas
• As rondas de fiscalização deverão ser realizadas nos limites da propriedade, com ênfase na RPPN;
• Adoção de equipamentos básicos de segurança e de prevenção e combate a incêndios florestais;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Atividades
15. Implantar Sistema de Prevenção e Combate à Incêndios Florestais, considerando:
•
•
•
•
a utilização de mirantes naturais da Reserva como pontos estratégicos para observação de focos
de incêndio;
estabelecimento de parcerias institucionais no entorno da Reserva para auxílio no combate ao
fogo;
o registro contínuo de ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente
aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados;
Formação de uma brigada voluntária, com treinamento e equipamentos adequados.
16. Contratar serviço de vigilância patrimonial e centro de operações;
17. Elaborar Plano de Contingência para todo Eco Parque;
18. Realizar rondas nas áreas de visitação e nos limites das propriedades;
19. Buscar cooperação institucional com o ICMBio, de forma que o PARNA Tijuca inclua a área da
RPPN nas rotinas de fiscalização de crimes ambientais, prevenção e eventuais combates ao fogo;
20. Buscar parcerias com instituições ambientais - como o INEA-RJ e IBAMA/PREVFOGO -, que
poderão auxiliar na prevenção de incêndios florestais, através de sua Central de Monitoramento.
21. Buscar o apoio da comunidade do entorno imediato da Reserva, a Vila Canoas, nas denúncias de
ilícitos ambientais;
22. Controlar a entrada de animais domésticos na UC.
3.3 Programa de Comunicação
Objetivo
Promover a expansão social da consciência ambiental do visitante e da população que vive nas
comunidades do entorno da Reserva através da interação dos mesmos com a RPPN.
Resultados esperados
•
•
•
•
•
•
•
Trade turístico levantado e mobilizado;
Página da internet criada;
Eco Parque Topo da Mata divulgado em nível nacional e internacional;
Criação de uma identidade visual através do Mascote CÉU DO MAR;
Logotipo do Eco Parque Topo da Mata criado;
Maior integração entre os usuários e a RPPN;
Inclusão social dos moradores das comunidades do entorno da RPPN nas atividades do Eco Parque.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Premissas
• A comunicação deve ser feita de maneira democrática que atenda a todos as classes sociais, de forma
a promover a expansão social da consciência ambiental;
• Priorização, sempre que possível, de moradores das comunidades locais para trabalharem no Eco
Parque, após capacitação;
• A logomarca do Eco Parque deverá ser utilizada em todo material produzido, incluindo uniformes de
funcionários, cardápio, produtos da loja de souvenires, etc;
• A comunicação do Eco Parque Topo da Mata com seu público deverá ser intuitiva, interativa e
moderna de forma a acompanhar as tendências globais.
Atividades
23. Elaborar Plano de Comunicação;
24. Tornar a RPPN e o Eco Parque conhecidos no estado do Rio de Janeiro, no Brasil e no exterior;
25. Promover a troca de informações entre a Reserva e a sociedade civil organizada a fim de fortalecer
as interações socioambientais;
26. Realizar o levantamento do trade turístico no município do Rio de Janeiro, a fim de divulgar e dar
suporte para a visitação do Eco Parque Topo da Mata;
27. Elaborar um sistema de mala direta ou envio de mensagens eletrônicas aos visitantes divulgando os
serviços, novidades, eventos, dentre outros;
28. Aprofundar o conhecimento sobre as comunidades da região do entorno da RPPN para que as
ações estratégicas da administração sejam as mais abrangentes possíveis;
29. Elaborar programa de inclusão e interação social por meio do segmento de Turismo Solidário para
atuar junto às comunidades locais (Vila das Canoas, Rocinha e Vidigal) e colaboradores do
empreendimento;
30. Valorizar a importância socioambiental da RPPN para que esta passe a ser destaque na mídia
nacional, ou mesmo em campanhas conservacionistas;
31. Desenvolver página na internet para divulgação da RPPN e do Eco Parque;
32. Elaborar um periódico digital para publicação de informações gerais realizadas na Unidade, como
pesquisas, fichas técnicas das espécies de fauna e flora, eventos realizados, etc., no site oficial do
Reserva;
33. Construir um banco de imagens da fauna da RPPN CÉU DO MAR;
Incentivar o registro da fauna local, aos diversos segmentos de usuários da RPPN, por meio de
campanha permanente.
Disponibilizar as imagens em meio virtual, de forma que o crédito das imagens também esteja
sendo veiculado virtualmente;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Criar mecanismos dinâmicos de exposição virtual das imagens (“animal do mês”, ou
“curiosidades animal”).
Criar eventos de premiação por categorias distintas para captura de imagens.
34. Definir mascote como símbolo da RPPN/ Eco Parque, considerando uma espécie da fauna nativa do
bioma Mata Atlântica, de preferência;
35. Criar logotipo para o Eco Parque Topo da Mata.
36. Proceder com o cadastro do Eco Parque no Ministério do Turismo – CADASTUR, Associação das
Empresas de Parques de Diversões do Brasil – ADIBRA, Sistema Integrado de Parques e Atrações
Turísticas - SINDEPAT e International Association of Amusement Parks and Attractions – IAAPA;
37. Realizar cooperações institucionais com os principais grupos de interesse, como PARNA Tijuca,
Clube São Conrado de Voo Livre – CSCVL, Associação de Moradores e Amigos de São Conrado –
AMASCO e Associação dos Moradores e Amigos de Vila Canoas, entre outros que sejam
pertinentes.
3.4 Programa de Visitação
Objetivo
Estabelecer, orientar, direcionar e ordenar as atividades de uso público na RPPN e no Eco Parque;
enriquecer as experiências de caráter ambiental e histórico/cultural dos visitantes, em um processo
aliado a geração de renda para a RPPN; e conhecer o fluxo da visitação.
Este programa pretende oferecer aos visitantes infraestrutura de recepção, maior variedade de
experiências e oportunidades de lazer e interpretação ambiental nos atrativos da RPPN, que serão
utilizados também como fontes de conhecimento e cultura ambiental.
Resultados esperados
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Comportamento do visitante influenciado pela experiência na RPPN;
Infraestrutura turística implantada;
Planos de Marketing Turístico e Apoio ao Turismo regional implantados;
Conhecimentos ambientais sobre a Mata Atlântica sendo disseminados;
Estruturas de apoio aos visitantes implantadas;
Atrativos implantados;
Controle de visitação implantado;
Preços de ingressos e serviços definidos;
Sustentabilidade econômica das RPPN iniciada;
Fluxo e perfil de visitantes conhecidos;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Premissas
•
•
•
•
•
Os funcionários deverão orientar os visitantes sobre as normas das UC definidas no plano de
manejo e sobre os atrativos existentes, auxiliando-os na escolha dos roteiros de visitação de forma
a evitar aglomerações num único atrativo;
Os visitantes deverão ser advertidos de que somente poderão desfrutar das áreas destinadas ao uso
público;
Considerar características de mínimo impacto na implementação de trilhas e equipamentos
turísticos;
Os equipamentos turísticos implementados não devem abranger o piso florestal da RPPN, devendo
estes serem suspensos, de caráter aéreo;
Deverá ser dada prioridade para ingressar no Eco Parque à pessoas e/ou grupos pré-agendados.
Atividades
38. Implantar infraestrutura turística que pertencerá ao Eco Parque composta por sinalização,
recepção, praça de alimentação, centro de interação com o visitante (Árvore da Terra), Trilhas
Suspensas com interligações para atividades de Arvorismo e Tirolesa, áreas para descanso
(mirantes), Teleférico para acesso ao “Topo da Mata” e atividades de Tréno, Via Ferrata e Balão de
Gravidade Zero;
39. Proceder com a adoção das Normas ABNT para Turismo, principalmente as Normas Brasileiras
para Parques de Diversões (ABNT NBR 15926-1 à 5) e ABNT NBR 15331 Turismo de Aventura Sistema de Gestão da Segurança, entre outras associadas a esse tipo de empreendimento;
40. Posicionar o empreendimento no segmento de Turismo de Natureza com ênfase em atividades de
aventura acessíveis a todo tipo de público, bem como uma forte segmentação paralela para o
Turismo de Estudos e Intercâmbio, recebendo alunos de diferentes localidades e níveis de ensino;
41. Elaborar programa de segurança ao visitante por meio de parceria junto a Prefeitura do Rio de
Janeiro para segurança externa do empreendimento, contratação de segurança privada para parte
interna, bem como sistema de monitoramento e comunicação informatizado;
42. Elaborar Plano de Marketing Turístico abrangendo o segmento de Navios de Cruzeiro e principais
mercados emissores do Mundo e do Brasil;
43. Elaborar Plano de Apoio ao Turismo para São Conrado a fim de abordar de forma positiva e
construtiva os principais grupos de interesse, bem como promover a gestão integrada da região
turística;
44. Elaborar programa de interpretação ambiental para as atividades e atrações previstas no
empreendimento;
45. Contratar estudo específico a fim de definir a capacidade de suporte dos atrativos da RPPN e do
Eco Parque;
46. Controlar o fluxo e conhecer o perfil de visitantes através da aplicação de metodologia contínua.
3.5 Programa de Pesquisa e Monitoramento
Objetivos
Incentivar a realização de pesquisas sobre a RPPN e seu entorno, com intuito de gerar informações
aplicáveis ao seu monitoramento ambiental. Além de proporcionar subsídios mais detalhados para a
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
proteção e o manejo dos recursos naturais da UC a fim de garantir a dinâmica dos ecossistemas e a
manutenção da biodiversidade.
Resultados Esperados
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Pesquisas e estudos sobre fatores abióticos e bióticos apoiados;
Aspectos bióticos e abióticos dos ecossistemas da RPPN conhecidos;
Aspectos antrópicos do entorno da RPPN conhecidos;
Lista de fauna e flora constantemente fomentadas;
Programa de monitoramento de fauna implantado;
Programa de manejo de espécies exóticas implantado;
Programa de reintrodução de espécies silvestres de fauna e flora implantado;
Elementos de paisagem analisados;
Pesquisas divulgadas;
Recursos naturais manejados adequadamente;
Estudo para reintrodução de espécies entendida;
Repasse dos resultados das pesquisas realizadas, em tempo real, junto ao centro de visitantes.
Premissas
•
A realização de pesquisas deverá ter autorização prévia pelo gestor da RPPN, bem como do IBAMA,
se necessário, mediante apresentação do projeto de pesquisa, incluindo cronograma detalhado;
•
O responsável por cada pesquisa deve assinar um termo de compromisso, disciplinando a conduta,
o uso das instalações e manuseio adequado dos equipamentos e firmando a obrigatoriedade de
entrega dos resultados finais ao gestor da RPPN;
•
O(s) pesquisador(es) deve(m) assinar termo de responsabilidade por qualquer acidente que possam
sofrer no perímetro da propriedade, não cabendo a RPPN qualquer tipo de indenização por
acidentes pessoais.
•
As instituições de pesquisa ou pesquisadores que pretendem visitar a RPPN devem agendar sua
visita previamente por telefone ou e-mail com antecedência de no mínimo quinze dias, informando a
instituição responsável, dia/horário de chegada e de saída, contato, a quantidade de pesquisadores,
nomes e identificação, para preenchimento de cadastro;
•
Cópias de todas as pesquisas realizadas na área deverão ser arquivadas pelo coordenador do
respectivo programa, incrementando seu acervo, e cadastradas num banco de dados;
•
Os resultados do monitoramento da flora e da fauna devem ser registrados para o próprio
conhecimento e para dar subsídios à revisão do zoneamento e manejo das UC;
•
O gestor poderá fornecer aos pesquisadores dados de pesquisas já disponíveis sobre a área,
otimizando as oportunidades de aprofundamento das informações geradas anteriormente;
•
Deverão ser evitadas coletas de material biológico, mesmo para fins científicos;
•
Os procedimentos deverão levar em conta o mínimo impacto ao ambiente e sua dinâmica,
respeitando sempre as restrições estabelecidas pelo zoneamento da RPPN;
•
As atividades previstas para monitoramento quando não implantadas através da contratação de
profissionais especializados, devem entrar como prioridade de pesquisa;
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
80
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
•
Só poderão ser introduzidas na RPPN espécies encaminhadas pelo IBAMA dentro de seu programa
específico.
Atividades
47. Criar e manter banco de dados atualizado contendo as pesquisas já consolidadas e em
andamento na área da RPPN e propriedade separadas por tema, além das publicações destas em
revistas indexadas e anais de eventos quando for o caso. Este arquivo deve ser disponibilizado
para consulta na internet e para o ICMBio;
48. Realizar interface com a equipe de Pesquisa do PARNA Tijuca e instituições científicas do Rio de
Janeiro;
49. Utilizar os resultados das pesquisas como subsídio à implementação das atividades previstas nos
programas de Visitação e Comunicação;
50. Obter informações sobre os aspectos naturais, histórico-culturais e socioeconômicos, incluindo
a região do entorno, quando pertinente e possível;
51. Monitorar as condições meteorológicas da região, a partir dos dados de umidade relativa do ar,
temperatura e velocidade e direção dos ventos obtidos na estação meteorológica mínima mais
próxima à UC, que irá utilizá-los para os seguintes fins:
- composição de histórico para conhecimento;
- prevenção de incêndios florestais; e
- prevenção de danos ambientais causados por tormentas, visando à proteção da Unidade.
52. Elaborar e implantar protocolos para monitoramento da flora e da fauna da RPPN CÉU DO
MAR, por meio da formalização de parceria com instituições de ensino e pesquisa, pública ou
privada. Outra estratégia a ser adotada poderá ser a contratação de um profissional habilitado
para o desenvolvimento da atividade em questão;
Com base nos estudos da Avaliação Ecológica Rápida da RPPN CÉU DO MAR, faz-se a
seleção dos seguintes indicadores biológicos por grupamento:
- Mastofauna: Agouti paca e Dasyprocta leporina;
- Ornitofauna: Ramphastos vitellinus e Penelope superciliaris;
- Anurofauna: Aplastodiscus sp. e Zachaenus parvulus.
53. Elaborar e implantar programa de combate e manejo de exóticas, considerando principalmente
as seguintes espécies: sendo duas concernentes a fauna, sagui e cachorro doméstico (Callithrix
jacchus e Canis domesticus) e três a espécies vegetais, a mangueira (Mangifera indica L.), o bambu
(Merostachys sp. e Poaceae sp.) e a jaqueira (Artocarpus heterophyllus Lam.), estando esta
última intimamente relacionada aos danos à fauna.
Dentre as espécies vegetais exóticas mais marcantes, além das já citadas acima, que ocorrem
principalmente nos trechos da floresta mais próximos da área de ocupação da propriedade,
podem ser destacadas: a dracena (Dracaena fragrans L.) Ker Gawl., Asparagaceae), eucaliptos
(Eucalyptus sp., Myrtaceae), Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) Morton – “jagube”
(Malpighiaceae) e Psychotria viridis Ruiz & Pav. – “chacrona” (Rubiaceae).
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
81
Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Devido à complexidade que cerca o tema “manejo de exóticas”, sugere-se como estratégia
de ação a inserção do CÉU DO MAR nos espaços de discussão referente ao tema, bem
como a realização de parcerias com instituições afins.
54. Elaborar e implantar programa de manejo de espécies vegetais ameaçadas de extinção;
No inventário florístico realizado na RPPN CÉU DO MAR são apontados seis táxons em
algum grau de ameaça, segundo as lista de flora ameaçada para o município do Rio de
Janeiro (SMAC 2000), são eles: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. – “caxeta” (Bignoniaceae),
Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes – “barbatimão” (Fabaceae), Apuleia
leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. – “garapa” (Fabaceae), Inga cordistipula Mart. – “ingá” (Fabaceae),
Mollinedia longifolia Perkins (Monimiaceae) e Vochysia oppugnata (Vell.) Warm. – “rabo-detucano” (Vochysiacea). Destas, a “caxeta” (Tabebuia cassinoides) é citada na instrução
normativa N. 6 de 23 de setembro de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, que trata das
espécies ameaçadas de extinção para o Brasil na lista do Anexo II como espécie com
deficiência de dados.
55. Estabelecer protocolos junto ao IBAMA para reintrodução (ex.: Euterpe edullis “palmito juçara”),
translocação, soltura e monitoramento de espécies silvestres nativas em extinção e para soltura
e monitoramento de espécimes de origem comprovada na RPPN e entorno, de acordo com
normas e procedimentos criados e com os resultados de pesquisas realizadas sobre o tema;
Estabelecer parceria com os órgãos fiscalizadores para inserir a RPPN CÉU DO MAR em
ações de fiscalização seguida de soltura de fauna.
3.6 Programa de Sustentabilidade Econômica
Como o Eco Parque Topo da Mata se configura como um empreendimento, abaixo serão listadas
algumas atividades que poderão dar suporte a sua sustentabilidade econômica, dessa forma, inicialmente
não se pretende captar recursos através da submissão de projetos à editais e sim somente por relações
com a iniciativa privada.
Objetivo
Consolidar a gestão da RPPN e do Eco Parque através de dispositivos de captação de recursos como:
ingressos, patrocinadores e investidores, a partir da implantação de empreendimento turístico.
Resultados Esperados
•
•
•
•
As despesas e receitas equiparadas, pelo menos;
Objetivos conservacionistas aliados aos econômicos;
Patrocinadores e investidores apoiando as atividades na RPPN/ Eco Parque;
Valores de ingressos definidos.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
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Plano de Manejo RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, Brasil.
Premissas
• As empresas interessadas em patrocinar atividades na RPPN/ Eco Parque devem ter a variável
ambiental considerada em sua cadeia produtiva;
• Os investidores devem estar cientes de que empreendimento turístico deve funcionar em sinergia
com as normas da RPPN contidas nesse plano de manejo, respeitando as atividades admitidas para cada
Zona;
• É recomendável que existam valores especiais de ingressos para determinados grupos específicos,
como estudantes, idosos e até moradores de comunidades carentes do entorno;
• As atividades econômicas devem sempre caminhar juntas com as medidas conservacionistas e
socioambientais.
Atividades
56. Buscar parceiros investidores e patrocinadores para o Eco Parque de forma a apoiar o
desenvolvimento das atividades turísticas associadas as socioambientais;
57. Vincular a marca dos parceiros junto a imagem do Eco Parque em placas, restaurante, centro de
visitantes, etc;
58. Adquirir recursos através da venda de produtos em loja de souvenires e do restaurante;
59. Adquirir recursos através da venda de ingressos para o Eco Parque, incluindo pacotes especiais
como day use por empresas e outros grupos específicos;
60. Adquirir recursos através do aluguel do auditório para realização de eventos como congressos,
simpósios e reuniões.
4) Cronograma Físico
O Plano de Manejo da RPPN CÉU DO MAR está previsto para ser executado em cinco anos. Abaixo,
no Quadro 1, estão organizados em um cronograma físico: as atividades dos programas de manejo, a
indicação do ano em que estas deverão ser implantadas e as prioridades de execução (A - alta, M média e B – baixa).
Como se trata de uma parceria institucional entre a RPPN e investidores, e ainda, como a RPPN ocupa
apenas parte da área do empreendimento Eco Parque Topo da Mata, a previsão financeira das atividades
dos programas de manejo dependerá da constituição do arranjo de operacionalização de toda área do
Eco Parque.
Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
83
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Quadro 1 - Cronograma Físico-financeiro do Plano de Manejo da RPPN CÉU DO MAR.
3.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO
Cronograma
Atividade
Prioridade
I II III IV V A
M
B
1 Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN.
2
Designar um técnico para coordenar o Programa de Pesquisa e Monitoramento e outro técnico para coordenar os
Programas de Visitação e Comunicação.
3
Elaborar Programa de Capacitação para colaboradores com ênfase em segurança e atendimento ao cliente com domínio
de dois idiomas pelo menos.
84
4 Realizar a manutenção preventiva e corretiva das instalações da RPPN e propriedade.
5 Estabelecer uma contabilidade e uma planificação de despesas da RPPN e propriedade como um todo.
6 Implantar a sinalização da RPPN através da alocação de placas em seu interior e acessos.
7
Adequar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade; a quantidade e sistema de fornecimento de energia
elétrica; e o sistema de coleta e tratamento de esgoto.
8 Adequar uma das benfeitorias existentes na propriedade para funcionar como Centro de Pesquisa.
9 Implantar estrutura turística conforme descrito no Programa de Visitação;
10
Implantar estrutura de apoio composta por estacionamento e acesso até a recepção do Parque, a fim de garantir o
transporte e chegada de visitantes em grande quantidade até o local, além de sanitários, abrigos e enfermaria.
11
Implantar estrutura de gerenciamento com escritório, sala de controle e área de suporte aos colaboradores (vestiário,
sanitários e espaço para alimentação).
12 Implantar espaço para realização de eventos e encontros coorporativos e cursos de capacitação.
13 Considerar espaço para futura implantação de meio de hospedagem de pequeno porte.
14 Realizar a demarcação física da RPPN.
3.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Atividade
15 Implantar Sistema de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Cronograma
Prioridade
I II III IV V A
M
B
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
16 Contratar serviço de vigilância patrimonial.
17 Elaborar Plano de Contingência para todo Eco Parque.
18 Realizar rondas nas áreas de visitação e nos limites da propriedade.
Buscar cooperação institucional com o ICMBio, de forma que o PARNA Tijuca inclua a área da RPPN, nas rotinas de
19 fiscalização de crimes ambientais, prevenção e eventuais combates ao fogo.
Buscar parcerias com instituições ambientais como o INEA-RJ, que poderá auxiliar na prevenção de incêndios florestais
20 através de sua Central de Monitoramento de Incêndios, ou com IBAMA/PREVFOGO, no combate a incêndios.
21 Buscar o apoio da comunidade do entorno imediato da Reserva, a Vila Canoas, nas denúncias de ilícitos ambientais.
22 Controlar a entrada de animais domésticos na UC.
3.3 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO
85
Atividade
23 Elaborar Plano de Comunicação.
24 Tornar a RPPN e o Eco Parque conhecidos no estado do Rio de Janeiro, no Brasil e no exterior.
Promover a troca de informações entre a Reserva e a sociedade civil organizada a fim de fortalecer as interações
25 socioambientais.
Realizar o levantamento do trade turístico no município do Rio de Janeiro, a fim de divulgar e dar suporte para a visitação
26 do Eco Parque Topo da Mata.
Elaborar um sistema de mala direta ou envio de mensagens eletrônicas aos visitantes divulgando os serviços, novidades,
27 eventos, dentre outros.
Aprofundar o conhecimento sobre as comunidades da região do entorno da RPPN para que as ações estratégicas da
28 administração sejam as mais abrangentes possíveis.
Elaborar programa de inclusão e interação social por meio do segmento de Turismo Solidário para atuar junto às
29 comunidades locais (Vila das Canoas, Rocinha e Vidigal) e colaboradores do empreendimento.
Valorizar a importância socioambiental da RPPN para que esta passe a ser destaque na mídia nacional, ou mesmo em
30 campanhas conservacionistas.
31 Desenvolver página na internet para divulgação da RPPN e do Eco Parque.
Elaborar um periódico digital para publicação de informações gerais realizadas na Unidade, como pesquisas, fichas
32 técnicas das espécies de fauna e flora, eventos realizados, etc., no site oficial do Reserva.
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Cronograma
Prioridade
I II III IV V A
M
B
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
33 Construir um banco de imagens da fauna da RPPN CÉU DO MAR.
34
Definir mascote como símbolo da RPPN/ Eco Parque, considerando uma espécie da fauna nativa do bioma Mata
Atlântica, de preferência.
35 Criar logotipo para o Eco Parque Topo da Mata.
36
Proceder com o cadastro do Eco Parque no Ministério do Turismo – CADASTUR, na ADIBRA, no SINDEPAT e no
IAAPA.
Realizar cooperações institucionais com os principais grupos de interesse, como PARNA Tijuca, Clube São Conrado de
37 Voo Livre – CSCVL, Associação de Moradores e Amigos de São Conrado – AMASCO e Associação dos Moradores e
Amigos de Vila Canoas, entre outros que sejam pertinentes.
3.4 PROGRAMA DE VISITAÇÃO
86
Atividade
38 Implantar infraestrutura turística que pertencerá ao Eco Parque.
39 Proceder com a adoção das Normas ABNT para Turismo.
Posicionar o empreendimento no segmento de Turismo de Natureza com ênfase em atividades de aventura acessíveis a
40 todo tipo de público, bem como uma forte segmentação paralela para o Turismo de Estudos e Intercâmbio, recebendo
alunos de diferentes localidades e níveis de ensino.
Elaborar programa de segurança ao visitante por meio de parceria junto a Prefeitura do Rio de Janeiro para segurança
41 externa do empreendimento, contratação de segurança privada para parte interna, bem como sistema de
monitoramento e comunicação informatizado.
42
Elaborar Plano de Marketing Turístico abrangendo o segmento de Navios de Cruzeiro e principais mercados emissores
do Mundo e do Brasil.
43
Elaborar Plano de Apoio ao Turismo para São Conrado a fim de abordar de forma positiva e construtiva os principais
grupos de interesse, bem como promover a gestão integrada da região turística.
44 Elaborar programa de interpretação ambiental para as atividades e atrações previstas no empreendimento.
45 Contratar estudo específico a fim de definir a capacidade de suporte dos atrativos da RPPN e do Eco Parque.
Controlar o fluxo e conhecer o perfil de visitantes através da aplicação de metodologia contínua.
46
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Cronograma
Prioridade
I II III IV V A
M
B
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
3.5 PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO
Atividade
47
Cronograma
Prioridade
I II III IV V A
M
B
Criar e manter banco de dados atualizado contendo as pesquisas já consolidadas e em andamento na área da RPPN e
propriedade.
48 Realizar interface com a equipe de Pesquisa do PARNA Tijuca e instituições científicas do Rio de Janeiro.
49
Utilizar os resultados das pesquisas como subsídio à implementação das atividades previstas nos programas de Visitação
e Comunicação.
50
Obter informações sobre os aspectos naturais, histórico-culturais e socioeconômicos, incluindo a região do entorno,
quando pertinente e possível.
87
51
Monitorar as condições meteorológicas da região, a partir dos dados de umidade relativa do ar, temperatura e
velocidade e direção dos ventos obtidos na estação meteorológica mínima mais próxima à UC.
52
Elaborar e implantar protocolos para monitoramento da flora e da fauna da RPPN CÉU DO MAR, por meio da
formalização de parceria com instituições de ensino e pesquisa.
53
Elaborar e implantar programa de combate e manejo de exóticas, em parcerias com instituições afins, considerando
principalmente as seguintes espécies: sagui e cachorro doméstico (fauna) e mangueira, bambu e jaqueira (flora).
54 Elaborar e implantar programa de manejo de espécies vegetais ameaçadas de extinção.
55
Estabelecer e implantar protocolos junto ao IBAMA para reintrodução (ex.: Euterpe edullis “palmito juçara”),
translocação, soltura e monitoramento de espécies silvestres.
3.6 PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
Atividade
56
Buscar parceiros investidores e patrocinadores para o Eco Parque de forma a apoiar o desenvolvimento das atividades
turísticas associadas as socioambientais.
57 Vincular a marca dos parceiros junto a imagem do Eco Parque em placas, restaurante, centro de visitantes, etc.
58 Adquirir recursos através da venda de produtos em loja de souvenires e do restaurante.
59
Adquirir recursos através da venda de ingressos para o Eco Parque, incluindo pacotes especiais como dayuse por
empresas e outros grupos específicos.
60 Adquirir recursos através do aluguel do auditório para realização de eventos como congressos, simpósios e reuniões.
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Cronograma
Prioridade
I II III IV V A
M
B
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
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Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
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Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
90
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
ANEXOS
91
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
ANEXO A – MAPAS
92
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
ANEXO B – LISTAGEM FLORA
Tabela 2. Lista da flora encontrada na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da Tijuca, São Conrado, Município
do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem alfabética de família com indicação do nome comum,
procedência (proc.) e hábito.
Família
Espécie
Nome comum
Proc.
Hábito
Anacardiaceae
Mangifera indica L.
mangueira
EX
arbóreo
Anacardiaceae
Tapirira guianensis Aubl.
pau-pombo
N
arbóreo
Annonaceae
Annona cacans Warm.
araticum-cagão
N
arbóreo
Annonaceae
Annonaceae sp.
N
arbóreo
Annonaceae
Xylopia brasiliensis Spreng.
N
arbóreo
Apocynaceae
Apocynaceae sp.
N
arbóreo
Apocynaceae
Himatanthus sp.
Araceae
Syngonium sp.
Araceae
Monstera adansonii Schott
Arecaceae
Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret
Arecaceae
Attalea dubia (Mart.) Burret
Begoniaceae
Begonia maculata Raddi
Bignoniaceae
Jacaranda sp.
Bignoniaceae
pindaíba
N
arbóreo
N
herbáceo
N
epífito
coco-airi
N
arbóreo
indaiá
N
arbóreo
begonia
N
herbáceo
jacarandá
N
arbóreo
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.
caxeta
N
arbóreo
Bromeliaceae
Aechmea nudicaulis (L.) Griseb.
bromélia
N
epífito
Celastraceae
Maytenus sp.
N
arbóreo
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae sp1
N
arbóreo
Chrysobalanaceae
Chrysobalanaceae sp2
N
arbóreo
Clethraceae
Clethra scabra Pers.
N
arbóreo
Clusiaceae
Tovomita sp.
N
arbóreo
Cunoniaceae
Lamanonia ternata Vell.
guaperê
N
arbóreo
Elaeocarpaceae
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
sapopemba
N
arbóreo
Euphorbiaceae
Gymnanthes glabrata (Mart.) Govaerts
N
arbusto
Euphorbiaceae
N
arbóreo
Fabaceae
Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat
Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby &
J.W.Grimes
barbatimão
N
arbóreo
Fabaceae
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.
garapa
N
arbóreo
Fabaceae
Inga cf. vera Willd.
ingá
N
arbóreo
Fabaceae
Inga cordistipula Mart.
ingá
N
arbóreo
Fabaceae
Inga tenuis (Vell.) Mart.
ingá
N
arbóreo
Fabaceae
Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby
aleluia
N
arbóreo
Indeterminada
Indeterminada sp.1
N
arbóreo
Indeterminada
Indeterminada sp.2
N
arbóreo
Indeterminada
Indeterminada sp.3
N
arbóreo
Indeterminada
Indeterminada sp.4
N
arbóreo
Lauraceae
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr.
canela-sebo
N
arbóreo
Lauraceae
Lauraceae sp.1
canela
N
arbóreo
singonio
carne-de-vaca
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
93
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Família
Espécie
Nome comum
Proc.
Hábito
Lauraceae
Lauraceae sp.2
canela
N
arbóreo
Lauraceae
Lauraceae sp.3
canela
N
arbóreo
Lauraceae
Lauraceae sp.4
canela
N
arbóreo
Lauraceae
Lauraceae sp.5
canela
N
arbóreo
Lauraceae
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
canela-branca
N
arbóreo
Lecythidaceae
N
arbóreo
jagube
EX
trepador
Malvaceae
Eschweilera cf. compressa (Vell.) Miers
Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.)
Morton
Eriotheca pentaphylla (Vell. & K.Schum.)
A.Robyns
imbiruçu-branco
N
arbóreo
Malvaceae
Malvaceae sp.1
N
arbóreo
Malvaceae
Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna
paineira
N
arbóreo
Marantaceae
Calathea sp.
caetê
N
herbáceo
Melastomataceae
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin
jacatirão
N
arbóreo
Melastomataceae
Miconia sp.
N
arbóreo
Malpighiaceae
Meliaceae
Cedrela odorata L.
Meliaceae
Meliaceae sp.
Meliaceae
Trichilia lepidota Mart.
Meliaceae
cedro-cheiroso
N
arbóreo
N
arbóreo
N
arbóreo
Trichilia sp.1
N
arbóreo
Meliaceae
Trichilia sp.2
N
arbóreo
Monimiaceae
Mollinedia longifolia Perkins
N
arbóreo
Moraceae
Artocarpus heterophyllus Lam.
jaqueira
EX
arbóreo
Moraceae
Ficus insipida Willd.
figueira
N
arbóreo
Myrsinaceae
Rapanea umbellata (Mart.) Mez
capororoca
N
arbóreo
Myrtaceae
Calyptranthes concinna DC.
araçarana
N
arbóreo
Myrtaceae
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.
gabiroba
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia bahiensis DC.
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia brasiliensis Lam.
grumixama
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia florida DC.
guamirim-cereja
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia macrosperma DC.
cambucá-preto
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia pisiformis Cambess.
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia pruniformis Cambess.
N
arbóreo
Myrtaceae
Eugenia sp.
Myrtaceae
Eugenia sulcata Spring ex Mart.
Myrtaceae
Eugenia umbelliflora O.Berg
Myrtaceae
cedrinho
N
arbóreo
pitanga-preta
N
arbóreo
baguaçu
N
arbóreo
Marlierea excoriata Mart.
N
arbóreo
Myrtaceae
Marlierea glabra Cambess.
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrcia aethusa (O.Berg) N.Silveira
guraitá
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrcia pubipetala Miq.
guamirim-araçá
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk.
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrcia sp.
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrcia splendens (Sw.) DC.
N
arbóreo
guamirim-de-folha-
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
94
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Família
Myrtaceae
Espécie
Nome comum
fina
Proc.
Hábito
guamirim
N
arbóreo
camboí
N
arbóreo
cabeludinha
N
arbustivo
Myrtaceae
Myrcia tijucensis Kiaersk.
Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.)
O.Berg
Myrciaria glazioviana (Kiaersk.)
G.M.Barroso ex Sobral
Myrtaceae
Myrtaceae sp.1
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrtaceae sp.2
N
arbóreo
Myrtaceae
Myrtaceae sp.3
Myrtaceae
Plinia cauliflora (Mart.) Kausel
Myrtaceae
Plinia edulis (Vell.) Sobral
Nyctaginaceae
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Ochnaceae
Myrtaceae
N
arbóreo
jabuticabeira
N
arbóreo
cambucá
N
arbóreo
maria-mole
N
arbóreo
Ouratea sp.
N
arbustivo
Ochnaceae
Ouratea stipulata (Vell.) Engl.
N
arbustivo
Peraceae
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
tamanqueira
N
arbóreo
Phyllanthaceae
Hieronyma alchorneoides Allemão
licurana
N
arbóreo
Poaceae
Merostachys sp.
bambu
N
herbáceo
Poaceae
Poaceae sp.
bambu
N
herbáceo
Proteaceae
Roupala montana Aubl.
carne-de-vaca
N
arbóreo
Rubiaceae
Bathysa gymnocarpa K.Schum.
guapeba-branca
N
arbóreo
Rubiaceae
Posoqueria acutifolia Mart.
laranja-de-macaco
N
arbóreo
Rubiaceae
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
cafeeiro-do-mato
N
arbóreo
Rubiaceae
Psychotria sp.
N
arbóreo
Rubiaceae
Psychotria viridis Ruiz & Pav.
EX
arbóreo
Rubiaceae
Rubiaceae sp.1
N
arbóreo
Rubiaceae
Rubiaceae sp.2
N
arbóreo
Rubiaceae
Simira cf. rubra (Mart.) Steyerm.
N
arbóreo
Rubiaceae
Rudgea macrophylla Benth.
N
arbustivo
Rutaceae
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
mamica-de-porca
N
arbóreo
Salicaceae
Casearia decandra Jacq.
cafezeiro-do-mato
N
arbóreo
Salicaceae
Casearia obliqua Spreng.
guaçantunga
N
arbóreo
Salicaceae
Casearia sp.
N
arbóreo
Salicaceae
arco-de-pipa
N
arbóreo
Sapindaceae
Casearia sylvestris Sw.
Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron.
ex Niederl.
chal-chal
N
arbóreo
Sapindaceae
Allophylus sericeus (Cambess.) Radlk.
fruta-de-pombo
N
arbóreo
Sapindaceae
Cupania racemosa (Vell.) Radlk.
caboatã-de-rêgo
N
arbóreo
Sapindaceae
Cupania sp.
N
arbóreo
Sapindaceae
Dilodendron bipinnatum Radlk.
N
arbóreo
Sapindaceae
Matayba sp.
N
arbóreo
Sapotaceae
Chrysophyllum flexuosum Mart.
N
arbóreo
Siparunaceae
Siparuna guianensis Aubl.
N
arbóreo
chacrona
farinha-seca
negamina
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
95
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Família
Espécie
Solanaceae
Solanaceae sp.
Vochysiaceae
Vochysia oppugnata (Vell.) Warm.
Nome comum
rabo-de-tucano
Proc.
Hábito
N
arbóreo
N
arbóreo
96
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos das famílias amostradas na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da
Tijuca, São Conrado, Município do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem decrescente de VI, onde
No spp. = número de espécies; No ind. = número de indivíduos; DR = densidade relativa; DoR =
dominância relativa; FR = freqüência relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância.
No spp.
No ind.
Myrtaceae
17
76
Lauraceae
7
Sapindaceae
Família
DR
DoR
FR
VC
VI
25,42 11,19 8,13
36,61
44,74
67
22,41
9,50
8,13
31,91
40,04
6
21
7,02
6,04
7,32
13,06
20,38
Melastomataceae
2
6
2,01
13,04 4,07
15,04
19,11
Meliaceae
5
11
3,68
6,01
6,50
9,68
16,19
Clethraceae
1
7
2,34
8,08
4,88
10,42
15,30
Indeterminada
4
8
2,68
6,20
5,69
8,88
14,57
Apocynaceae
2
4
1,34
10,50 2,44
11,84
14,28
Fabaceae
4
10
3,34
5,93
4,07
9,27
13,34
Rubiaceae
6
14
4,68
2,19
5,69
6,87
12,56
Sapotaceae
1
14
4,68
1,32
6,50
6,00
12,50
Peraceae
1
8
2,68
2,17
4,88
4,84
9,72
Salicaceae
4
9
3,01
1,85
4,07
4,86
8,92
Solanaceae
1
4
1,34
5,10
2,44
6,44
8,88
Annonaceae
3
4
1,34
0,78
3,25
2,12
5,37
Proteaceae
1
5
1,67
1,56
1,63
3,23
4,86
Nyctaginaceae
1
4
1,34
0,65
2,44
1,99
4,43
Myrsinaceae
1
4
1,34
1,26
0,81
2,60
3,42
Celastraceae
1
4
1,34
0,27
1,63
1,60
3,23
Anacardiaceae
1
2
0,67
0,79
1,63
1,46
3,09
Bignoniaceae
2
2
0,67
0,63
1,63
1,30
2,92
Phyllanthaceae
1
1
0,33
1,70
0,81
2,04
2,85
Arecaceae
1
2
0,67
0,53
1,63
1,20
2,82
Chrysobalanaceae
2
2
0,67
0,34
1,63
1,00
2,63
Malvaceae
2
2
0,67
0,26
1,63
0,93
2,56
Cunoniaceae
1
1
0,33
1,35
0,81
1,68
2,50
Clusiaceae
1
2
0,67
0,13
1,63
0,80
2,42
Elaeocarpaceae
1
1
0,33
0,22
0,81
0,55
1,36
Rutaceae
1
1
0,33
0,17
0,81
0,50
1,31
Euphorbiaceae
1
1
0,33
0,13
0,81
0,47
1,28
Lecythidaceae
1
1
0,33
0,09
0,81
0,42
1,24
Monimiaceae
1
1
0,33
0,04
0,81
0,38
1,19
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
97
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na RPPN CÉU DO MAR, Maciço da
Tijuca, São Conrado, Município do Rio de Janeiro – RJ, relacionadas em ordem decrescente de VI, onde
No ind. = número de indivíduos; DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência
relativa; VC = valor de cobertura; VI = valor de importância.
Espécie
N. ind.
DR
DoR
FR
Lauraceae sp.1
49
16,39
6,78
4,81 23,17 27,98
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin
4
1,34
12,94 2,14 14,27 16,41
Clethra scabra Pers.
7
2,34
8,08
3,21 10,42 13,63
Myrcia pubipetala Miq.
15
5,02
3,12
3,74
8,14
11,88
Himatanthus sp.
2
0,67
9,09
1,07
9,76
10,83
Chrysophyllum flexuosum Mart.
14
4,68
1,32
4,28
6,00
10,28
Eugenia umbelliflora O.Berg
12
4,01
1,41
3,21
5,42
8,63
Myrcia splendens (Sw.) DC.
13
4,35
1,42
2,67
5,77
8,44
Cupania racemosa (Vell.) Radlk.
10
3,34
2,93
2,14
6,27
8,41
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
8
2,68
2,17
3,21
4,84
8,05
Solanaceae sp.
4
1,34
5,10
1,60
6,44
8,04
Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk.
11
3,68
0,75
3,21
4,43
7,64
Indeterminada sp.1
5
1,67
2,76
2,67
4,43
7,11
Meliaceae sp.
3
1,00
3,71
1,07
4,71
5,78
Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W.Grimes
4
1,34
2,52
1,60
3,86
5,46
Matayba sp.
5
1,67
1,34
2,14
3,01
5,15
Myrcia aethusa (O.Berg) N.Silveira
6
2,01
1,39
1,60
3,39
5,00
Lauraceae sp.5
4
1,34
0,95
2,14
2,28
4,42
Roupala montana Aubl.
5
1,67
1,56
1,07
3,23
4,30
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr.
4
1,34
0,64
2,14
1,97
4,11
Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby
4
1,34
1,38
1,07
2,72
3,79
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
4
1,34
0,76
1,60
2,10
3,71
Lauraceae sp.3
5
1,67
0,40
1,60
2,07
3,68
Guapira opposita (Vell.) Reitz
4
1,34
0,65
1,60
1,99
3,59
Indeterminada sp.4
1
0,33
2,72
0,53
3,05
3,58
Trichilia sp.2
3
1,00
0,77
1,60
1,78
3,38
Myrcia sp.
3
1,00
1,20
1,07
2,21
3,27
Myrtaceae sp.1
4
1,34
0,23
1,60
1,57
3,17
Rapanea umbellata (Mart.) Mez
4
1,34
1,26
0,53
2,60
3,14
Allophylus sericeus (Cambess.) Radlk.
3
1,00
0,52
1,60
1,52
3,13
Trichilia lepidota Mart.
3
1,00
0,45
1,60
1,45
3,06
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
VC
VI
98
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Espécie
N. ind.
DR
DoR
FR
VC
VI
Simira cf. rubra (Mart.) Steyerm.
3
1,00
0,31
1,60
1,31
2,91
Inga tenuis (Vell.) Mart.
1
0,33
1,97
0,53
2,31
2,84
Casearia sylvestris Sw.
3
1,00
0,16
1,60
1,16
2,77
Maytenus sp.
4
1,34
0,27
1,07
1,60
2,67
Apocynaceae sp.
2
0,67
1,41
0,53
2,08
2,62
Myrtaceae sp.2
3
1,00
0,51
1,07
1,51
2,58
Hieronyma alchorneoides Allemão
1
0,33
1,70
0,53
2,04
2,57
Tapirira guianensis Aubl.
2
0,67
0,79
1,07
1,46
2,53
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
2
0,67
0,54
1,07
1,21
2,27
Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret
2
0,67
0,53
1,07
1,20
2,27
Casearia sp.
2
0,67
1,02
0,53
1,69
2,22
Lamanonia ternata Vell.
1
0,33
1,35
0,53
1,68
2,22
Casearia obliqua Spreng.
3
1,00
0,54
0,53
1,54
2,08
Annonaceae sp1
2
0,67
0,30
1,07
0,97
2,04
Rubiaceae sp.1
2
0,67
0,29
1,07
0,96
2,03
Cupania sp.
1
0,33
1,08
0,53
1,42
1,95
Psychotria sp.
2
0,67
0,71
0,53
1,37
1,91
Trichilia sp.1
1
0,33
1,00
0,53
1,33
1,87
Tovomita sp.
2
0,67
0,13
1,07
0,80
1,87
Miconia sp.
2
0,67
0,10
1,07
0,77
1,84
Posoqueria acutifolia Mart.
2
0,67
0,09
1,07
0,76
1,83
Indeterminada sp.2
1
0,33
0,68
0,53
1,02
1,55
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.
1
0,33
0,58
0,53
0,92
1,45
Lauraceae sp.2
2
0,67
0,10
0,53
0,77
1,30
Eugenia sp.
1
0,33
0,29
0,53
0,62
1,16
Chrysobalanaceae sp.2
1
0,33
0,28
0,53
0,62
1,15
Xylopia brasiliensis Spreng.
1
0,33
0,28
0,53
0,62
1,15
Calyptranthes concinna DC.
1
0,33
0,25
0,53
0,58
1,12
Eriotheca pentaphylla (Vell. & K.Schum.) A.Robyns
1
0,33
0,22
0,53
0,55
1,08
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
1
0,33
0,22
0,53
0,55
1,08
Annona cacans Warm.
1
0,33
0,20
0,53
0,53
1,07
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
1
0,33
0,17
0,53
0,50
1,04
Myrtaceae sp.3
1
0,33
0,14
0,53
0,48
1,01
Casearia decandra Jacq.
1
0,33
0,13
0,53
0,47
1,00
Eugenia pruniformis Cambess.
1
0,33
0,13
0,53
0,47
1,00
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
99
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
Espécie
N. ind.
DR
DoR
FR
VC
VI
Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat
1
0,33
0,13
0,53
0,47
1,00
Myrcia tijucensis Kiaersk.
1
0,33
0,12
0,53
0,45
0,99
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.
1
0,33
0,10
0,53
0,44
0,97
Lauraceae sp.4
1
0,33
0,10
0,53
0,44
0,97
Dilodendron bipinnatum Radlk.
1
0,33
0,10
0,53
0,43
0,97
Eschweilera cf. compressa (Vell.) Miers
1
0,33
0,09
0,53
0,42
0,96
Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.
1
0,33
0,08
0,53
0,41
0,95
Cedrela odorata L.
1
0,33
0,08
0,53
0,41
0,95
Chrysobalanaceae sp.1
1
0,33
0,05
0,53
0,39
0,92
Inga cf. vera Willd.
1
0,33
0,05
0,53
0,39
0,92
Eugenia bahiensis DC.
1
0,33
0,05
0,53
0,38
0,92
Eugenia florida DC.
1
0,33
0,05
0,53
0,38
0,92
Malvaceae sp.1
1
0,33
0,05
0,53
0,38
0,92
Indeterminada sp.3
1
0,33
0,04
0,53
0,38
0,91
Jacaranda sp.
1
0,33
0,04
0,53
0,38
0,91
Mollinedia cf. longifolia Perkins
1
0,33
0,04
0,53
0,38
0,91
Plinia cauliflora (Mart.) Kausel
1
0,33
0,04
0,53
0,37
0,90
Rubiaceae sp.2
1
0,33
0,03
0,53
0,37
0,90
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
100
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
ANEXO C – LISTAGEM FAUNA
Tabela 5. Lista dos mamíferos confirmados para a RPPN CÉU DO MAR e espécies de provável ocorrência.
P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário), T= Terciário
(entrevistas semiestruturadas)
TAXONS
NOME VULGAR
REGISTRO
Canidae
Cerdocyon thous
cachorro- do-mato
P, S, T
Procyonidae
Procyon cancrivorus
mão-pelada
S, T
Nasua nasua
quati
P, S
Didelphis aurita
gambá
P, S
Philander frenata
cuíca-de-quatro-olhos
P, S
tamanduá mirim
S, T
Bradypus variegatus
preguiça
S, T
Bradypus Torquatus
preguiça-de-coleira
S, T
tatu- galinha
P, T
tapeti
S, T
Didelphidae
Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla
Bradypodidae
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus
Leporidae
Silvilagus brasiliensis
Erethizontidae
Coendu sp
ouriço-cacheiro
P, S, T
paca
P, S, T
Agoutidae
Agouti paca
Cricetidae
Oryzomis sp.
rato-do-mato
P, S
Callitrichidae
Callithrix jacchus
sagui de tufo branco
P, S, T
macaco-prego
P, S, T
Cebidae
Cebus apella
Dasyproctidae
Dasyprocta leporina
TAXONS
cotia
NOME VULGAR
Rodentia
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
S, T
REGISTRO
101
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
P, S, T
Agouti paca
paca
Sciurus aestuans
caxinguelê
Oxymycterus dasytrichus
rato-do-mato
Rattus rattus
rato-preto
P, S, T
S, T
P, S, T
Tabela 6. Espécies da quiropterofauna potencialmente ocorrentes na área da RPPN CÉU DO MAR e entorno, baseadas nas
informações secundárias.
P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário).
Phyllostomidae
TAXÓNS
REGISTRO
102
TAXÓNS
REGISTRO
Artibeus lituratus
S
Phyllostomus hastatus
S
Artibeus cinereus
S
Tonatia bidens
S
Artibeus jamaicensis
S
Tonatia silvicola *
S
Artibeus obscurus
S
Desmodus rotundus
S
Artibeus fimbriatus
S
Sturnira lilium
S
Anoura caudifer
S
Glossophaga sorricina
S
Anoura geoffroyi
S
Platyrrhinus lineatus
S
Lonchophylla mordax *
S
Chiroderma villosum
S
Micronycteris megalotis *
S
Chiroderma doriae
S
Micronycteris minuta *
S
Carollia perspicillata
S
Mimon bennettii
S
Vampyressa pusilla
S
Phylloderma lineaeus *
S
Diaemus yongii *
S
Phyllostomus discolor
S
Diphylla ecaudata
S
Pygoderma bilabiatum
S
----------------------------------
Molosside
TAXÓNS
----------
Vespertilionidae
REGISTRO
TAXÓNS
REGISTRO
Molossus molossus
S
Eptesicus brasiliensis
S
Molossops abrasus
S
Eptesicus diminutus
S
Molossus rufus
S
Eptesicus furinalis
S
Molossus ater *
S
Histiotus velatus
S
Tardarida brasiliensis
S
Lasiurus borealis
S
Nyctinomops auripendulus
S
Lasiurus ega
S
Eumops auripendulus
S
Lasiurus cinereus
S
Molossops abrasus
S
Myotis albescens *
S
Myotis ruber
S
-----------------------------------
------------
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
------------------------------------
-------------
Myotis nigricans
Noctilionidae
S
---------------------------
------
TAXÓNS
REGISTRO
---------------------------
------
Noctilio leporinus
S
---------------------------
------
Tabela 7. Espécies da avifauna registradas para RPPN CÉU DO MAR segundo informações Primárias e Secundárias*:
P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário).
TAXONS
NOME VULGAR
REGISTRO Status
103
Tinamidae
Inambus
Crypturellus tataupa
Inambu-xintã
Cathartidae
Urubus
Cathartes aura
Urubu-cabeça-vermelha
Coragyps atratus
Urubu-comum
Accipitridae
Gaviões
Rupornis magnirostris
Gavião- carijó
S
Buteo brachyurus
Gavião-de-cauda-curta
S
Milvago chimachima*
Gavião carrapateiro
Falconidae
Falcões-carcarás
Micrastur ruficollis
Gavião-caburé
S
Herpetotheres cachinnans
Acauã
S
Rallidae
Frangos-d’água
Aramides saracura
Frango d´agua
Columbidae
Pombos, rolas
Columbina talpacoti
Rolinha-roxa
Leptotila rufaxilla
Juriti-gemedeira
Leptotila verreauxi
Juriti-pupu
Psittacidae
Periquitos, papagaios
Brotogeris tirica
Periquito-verde
Touit melanonotus
S
S
P, S
P, S
S
S
P, S
S
P, S
EN
Apuim-de-costas-pretas
S
VU
Pyrrhura frontalis
Tiriba-de-testa-vermelha
S
Pionus maximiliani
Maitaca-verde
Cuculidae
Papo-largartas, anús
Guira guira
Anu-branco
S
Piaya cayana
Alma-de-gato
S
Strigidae
Curujas
Pulsatrix koeniswaldiana
Mrucututu
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
P, S
S
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
TAXONS
NOME VULGAR
REGISTRO Status
Megascops choliba
Corujinha-do-mato
Nyctibiidae
Urutaus
Nyctibius sp
Urutau
Caprimulgidae
Bacuraus
Nyctidromus albicollis
Curiango, Bacurau
Lurocalis semitorquatus
Tuju
Apodidae
Andorinhões
Chaetura meridionalis*
Andorinha-do-temporal
S
Panyptila cayennensis
Andorinha-cinzento
S
Chaetura cinereiventris
Cauré
S
Streptoprocne zonaris
Andorinha-coleira
S
Trochilidae
Beija-flores
Chlorostilbon lucidus*
Besourinho-bico-vermelho
Thalurania glaucopis
Beija-flor-de-fronte-violeta
Eupetomena macroura*
Beija-flor-de-tesoura
Phaethornis squalidus
Rabo-branco-pequeno
Phaethornis ruber
Rabo-branco-rubro
Ramphodon naevius
Beija-flor-rajado
Glaucis hirsutus
Beija-rabo-de-bico-torto
Florisuga fusca
Beija-flor-preto
Momotidae
Juruvas
Baryphtengus ruficapillus
Juruva-verde
Bucconidae
Joões-bobos
Malacoptila striata
João-barbudo
S
Nystalus chacuru
João-bobo
S
Picidae
Pica-paus
Veniliornis maculifrons
Picapauzinho-de-testa-pintada
P, S
Picumnus cirratus
Pica-pau-anão-barrado
P, S
Dendrocolaptidae
Arapaçus
Sittasomus griseicapillus
Arapaçu-grande-garganta-branca
S
Xiphocolaptes albicollis
Arapaçu-verde
S
Xiphorhynchus fuscus
Arapaçu-rajado
P, S
Furnariidae
João-de-barro
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
S
P, S
P, S
S
104
S
P, S
EN
S
S
EN
S
S
EN
S
S
EN
S
EN
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
TAXONS
NOME VULGAR
REGISTRO Status
Lochmias nematura*
João-porca
P, S
Philydor lichtensteini
Limpa-folha-ocrácio
P, S
Formicariidae
Papa-formigas
Conopophaga melanops*
Chupa-dente-de-máscara
Drymophila squamata*
Choquinha-escamosa
Dysithamnus mentalis*
Choquinha-lisa
Pyriglena leucoptera*
Choca-de-sooretama
S
Thamnophilus palliatus*
Choca-listrada
S
Pipridae
Dançadores
Chiroxiphia caudata
Tangará, dançador
S
Manacus manacus
Rendeira
S
Tyrannidae
Papa-moscas
Attila rufus
Capitão-de-saíra
Myiozetetes similis*
S
P, S
S
P, S
Campostoma obsoletum
Bentevizinho-de-penacho-vermelho
Risadinha
Contopus cinereus
Papa-mosca-cinzento
Serpophaga subcristata
Alegrinho
Elaenia flavogaster*
Guaracava-barriga-amarela
S
Fluvicola nengeta*
Lavadeira
S
Leptopogon amaurocephalus*
Cabeçudo
S
Megarhynchus pitangua*
Neinei
S
Myiachus sp*
Maria cavaleira
S
Myiodynastes maculatus*
Bentevizinho-de-penacho
S
Myiozetetes similis
Bem-te-vi-pequeno
P, S
Pitangus sulphuratus*
Bem-te-vi
P, S
Phyllomyias fasciatus*
Piolinho
S
Tolmomyias sulphurescens*
Bicho-chato-orelha-preta
S
Tyrannus melacholicus*
Suiriri
S
Hirundinidae
Andorinhas
Stelgidopteryx ruficollis
Andorinha-serradora
Troglodylidae
Corruíras
Troglodytes musculus*
Corruíra
Turdidae
Sabiás
Turdus flavipes*
Sabiá-una
Turdus amaurochalinus
Sabiá-poca
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
S
S
P, S
P, S
P, S
P, S
105
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
TAXONS
NOME VULGAR
REGISTRO Status
Platycichla flavipe
Sabiá-da-mata
S
Turdus leucomelas
Sabiá-barranco
S
Turdus rufiventris
Sabiá-laranjeira
P, S
Vireonidae
Juruviaras
Cyclarhis gujanensis
Gente-de-fora-vem
S
Vireo olivaceus
Juruviara
S
Parulidae
Mariquitas
Basileuterus culicivorus*
Pula-pula
S
Geothlypis aequinoctialis
Pia-cobra
S
Parula pitiayumi
Mariquita
S
Coerebidae
Cambacicas, Saís
Coereba flaveola
Cambacica
Dacnis cayana*
Saí-azul
Tersinidae
Saís-andorinhas
Tersina viridis*
Saí-andorinha
Thraupidae
Gaturamos, Sanhaçus
Ramphocelus bresilius
Virá
Tachyphonus cristatus*
Tiê-galo
P, S
Thraupis palmarum*
Sanhaço-do-coqueiro
P, S
Tangara cyanocephala
Saíra Militar
P, S
Tachyphonus coronatus*
Tié-sangue
S
Tangara cayana
...
S
Tangara seledon
Saíra-de-sete-cores
S
Thraupis sayaca
Sanhaçu-cinzento
S
Trichothraupis melanops*
Tié-de-topete
S
Fringillidae
Trinca-ferros,Tico-ticos
Zonotrichia capensis*
Tico-tico-do-campo
Cracidae
Jacus, Jacupemba
Penelope superciliaris
Jacu
Ramphastidae
Tucanos
Ramphastos vitellinus*
Tucano-de-bico-preto
P, S
Herpsilochmus rufimarginatus*
Chorosinho-de-sas-vermelha
P, S
Drymophila squamata
Pintadinho
P, S
S
P, S
S
S
S
P, S
Thamnophilidae
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
106
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
TAXONS
NOME VULGAR
Dysithamnus mentalis
REGISTRO Status
P, S
Choquinha-lisa
Tabela 8. Anfíbios registrados durante as incursões a campo e com possível ocorrência para a área de estudo da RRPN CÉU DO
MAR.
P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário).
ANURA
TÁXONS
REGISTRO
Brachycephalidae
Brachycephalus ephippium
S
Hylodidae
Crossodactylus gaudichaidii
Hylodes nasus
S
P, S
Leptodactilidae
Eleutherodactylus binotatus
P, S
Eleutherodactylus guenteri
S
Eleutherodactylus parvulus
S
Eupaekerekka brasiliensis
S
Ischnocnema sp
P
Thoropa miliaris
S
Zachaenus parvulus
P, S
Adenomera marmorata
P, S
Hylidae
Hyla albofrenata
S
Scinax trapicheiroi
S
Phasmahyla guttata
P, S
Aplastodiscus sp
P
Gymnophiona
Siphonops hardyi
S
Tabela 9. Répteis registrados durante a elaboração do PM PARNA Tijuca com possível ocorrência para a área de estudo do RRPN
CÉU DO MAR.
P= Primário (coleta de dados primário), S= Secundário (coleta de dados secundário), T= Terciário
(entrevistas semiestruturadas)
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
107
Plano de Manejo da RPPN Céu do Mar, Rio de Janeiro, RJ.
TÁXONS
NOME VULGAR
REGISTRO
Serpentes
Bothrops jararaca
Jararaca
Chironius exoletus
Cobra-cipó
Liophis miliaris
Cobra d’água
Siphlophis compressus
Coral-cipó
Boa constrictor
Jiboia
Micrurus corallinus
Cobra-coral
S, T
P, S
P, S
P, S
S
S
Lacertidae
Nome Vulgar
Ameiva ameiva
Bico-verde, jacarepinima
Tupinambis meridionae
Teiú
Tropidurus torquatus
Lagartixa-preta
Hemidactylus mabouia
Lagartixa de parede
Gymnodactylus darwinii
Lagartixa-da-mata
Projeto Eco Parque Topo da Mata, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil.
Registro
S
P, S
P, S
P, S
P, S
108
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