Sexta | 15 de Agosto de 2008
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Com o apoio:
Cooperativa Agríc0la
de Arouca
Milho longo para que te quero...
Rendimento... a agricultura portuguesa foi, há uns anos, marcada
por uma época que exigia rendimento, elevados níveis de produção
em áreas dispersas e pequenas.
Contra uma geografia não favorável a altas rentabilidades, pedia-se
que se produzisse cada vez mais.
Sem olhar a meios, adubou-se, utilizaram-se herbicidas e mais herbicidas, pesticidas, fungicidas e ainda hoje se sentem as repercussões
de tais atitudes. Com efeito, não só
ainda se verificam comportamentos deste tipo, como começamos a
sentir na pele os inconvenientes de
uma agricultura “quimicalizada”.
No que diz respeito à nossa região,
temos uma cultura que domina as
atenções sempre que se fala de alimentação do gado bovino. A silagem de milho é por excelência a
campanha do ano e não discutindo
a sua importância, remete para segundo plano (e bem pequeno) a
produção de forragens durante o
Outono-Inverno.
Dois factores existem, desnecessariamente, a privilegiar este cenário. Em primeiro lugar,
há uma preparação do terreno mal distribuida ao longo do ano, realçando a necessidade de
boa manutenção para a sementeira do milho, não se verificando sequer parecido quando se
trata da sementeira de Outono-Inverno. Em segundo lugar, a escolha inadequada de ciclos,
priviligiando-se os mais longos (FAO 500 e 600) para que se verifiquem maiores produções.
O primeiro dos factores tem, no entanto, uma resolução simples, dividindo as quantidades
de adubos aplicadas de forma mais equitativa ao longo do ano e aprumando a aplicação de
herbicidas, reduzindo o seu efeito residual de forma a não prejudicar a emergência das ervas em Setembro.
O segundo factor é mais complicado de resolver já que passa por uma questão cultural difícil de contrariar. A produção correcta não precisa de estar associada a ciclos longos. Provavelmente, a produção alta nem sequer é necessária. O importante é que a silagem efectuada tenha um equilíbrio correcto de nutrientes e isso só se consegue quando a maturação
do milho é completamente atingida.
Com um ano como o actual, em que as temperaturas não são as ideais para a maturação da
cultura, os ciclos curtos são claramente mais eficazes porque a sua maturação é mais rapidamente atingida. Estamos a falar de, mais ou menos, 90 a 95 dias para maturação completa em ciclos curtos, contra uma média de 108 dias para ciclos FAO 600, ainda muito
privilegiados pelos nossos agricultores.
Este ano, vamos tentar contrariar esta tendência. Vamos começar por corrigir carências de
cálcio na sementeira de Outono-Inverno e vamos tentar evitar um uso tão intensivo de
acessórios como a Fresa. A escarificação é um bom substituto e só requer uma rolagem
após sementeira para compactação do terreno. Tentemos não atrasar a sementeira de Outono-Inverno para lá dos meados de Setembro. É provavelmente um risco para a maturação do milho mas... algum ano temos que começar...
E
Moreira & Alves, S.A.
&
Especialidade em cozinhas e casas de banho
Foi criada na mudança da década de 70
para os anos 80. Na altura era uma sociedade por quotas (Lda.) entre dois cunhados. A
Moreira & Alves começou, como de resto
começam a maioria das empresas em Arouca, “por ter umas caixitas de material debaixo das escadas e foi evoluindo. Ninguém
nasce grande”, afirma um dos actuais administradores.
Comercializam material sanitário (canalizações, louças, torneiras, banheiras de hidromassagem, etc.) e cozinhas. Têm cozinhas montadas um pouco por todo o país,
trabalhando quase sempre para particulares. A preocupação é a satisfação do cliente.
No caso das cozinhas, ficam com os dados
do cliente (que normalmente procura a empresa quando tem uma habitação em processo de construção), combinam uma visita
ao local, é feito um levantamento das condições e um estudo do que melhor se aplica
naquele espaço, desempenhando um pouco
o papel de decoradores. Depois mostra-se
ao cliente, ouve-se a sua opinião, até chegar
a uma solução que lhe agrade. O mesmo
acontece em relação às casas de banho.
A exportação ainda não tem peso significativo no negócio. “Vendemos para um cliente
em Angola, mas nada de significativo. Para
já, não estamos a pensar na internacionalização”. Mesmo com as sucessivas transformações de mercado, a Moreira & Alves, S.A.
tem conseguido adaptar-se. Até mesmo nos
processos mais complicados. “Éramos credores de uma empresa que faz restauros e
remodelações. Quando a empresa entrou
em processo de recuperação ficamos com
mais de 90% da quota, para minimizar o
prejuízo. Esta é uma empresa que agora
está a trabalhar bem.” E este é apenas um
exemplo.
Com um volume de negócios de 2 milhões
de euros e mais de duas dezenas de funcionários, a expressão desta empresa no mercado arouquense é muito pequena. “Penso
que se deve à falta de conhecimento e divulgação da empresa. Nós descuidamos um
bocado a nossa zona envolvente e voltámonos mais para o Porto”, revelam.
Estando a área de negócio mais centrada na
cidade do Porto, com a grande maioria dos
serviços a incluir entrega ao domicílio, sentem-se as dificuldades no transporte das
mercadorias em vias de comunicação estreitas e de piso irregular. Outra falha é a
inexistência de ordenamento na zona, com
um centro empresarial que potencie a captação de clientes. “Fala-se muito em PDM,
mas pouco se faz”, acusa a administração.
Instalados no lugar de Gestosa, em Escariz,
os administradores confessam que a sua localização não é a mais favorável, e contam
que a escolha do local foi ditado pelas circunstâncias económicas. “Antigamente não
existiam zonas industriais e
nós aproveitamos um cantinho
de terreno da família para não
termos de gastar dinheiro”.
Em Escariz, com mais de 1 000
metros quadrados de área coberta, têm uma zona de exposição de cozinhas e casas banho,
e um armazém de tubos e outros materiais, em Matosinhos
– na Senhora da Hora – têm
uma loja ligada à comercialização das cozinhas e louças de
casas de banho.
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Moreira & Alves, S.A.