UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO
Ciências Biológicas
MICHEL METRAN DA SILVA
Composição florística e fitossociologia em
um talhão de espécies nativas, na FEENA,
Rio Claro, SP.
Rio Claro
2008
MICHEL METRAN DA SILVA
Composição florística e fitossociologia em
um talhão de espécies nativas, na FEENA,
Rio Claro, SP.
Orientador: Reinaldo Monteiro
Trabalho de Conclusão de Curso TCC apresentada ao Instituto de
Biociências do Campus de Rio
Claro,
Universidade
Estadual
Paulista,
como
parte
dos
requisitos para obtenção do grau
de bacharel e licenciado em
Ciências Biológicas.
Rio Claro
2008
581.5
S586c
Silva, Michel Metran da
Composição florística e fitossociologia em um
talhão de espécies nativas, na FEENA, Rio Claro, SP /
Michel Metran da Silva. - Rio Claro: [s.n.], 2008
106 f. : il., figs., tabs.
Trabalho de conclusão (bacharelado e licenciatura
– Ciências Biológicas) – Universidade Estadual
Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro
Orientador: Reinaldo Monteiro
1. Ecologia vegetal. 2. Similaridade. 3.
Regeneração. 4. Distribuição espacial. 5. Erythroxylum
pulchrum. I. Título.
Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP
Campus de Rio Claro/SP
Agradecimentos
Ao amigo, professor, orientador, Reinaldo Monteiro, o Rei detrás dos Montes.
Buscava um orientador não preso ao formalismo acadêmico, encontrei muito mais
que isso. Só tenho a agradecer por toda a convivência! O Judeu voltará....
Aos meus pais e irmã, que me proporcionaram toda essa nova vida nova no
interior paulista! O caiçara conseguiu se adaptar a sequidão das queimadas de
cana, e curtiu....!
Aos que tiveram a infelicidade de dividir casa/morada/república comigo. No
Cú da Cobra, Sei-Lá, Fábio, Robertão, Thiago. Em especial, a família que fiz na
Chacrinha, Xixico DuArte e Prepscurssão. Pensei que havia aprendido o
bastante....depois vi que muito estava a acontecer! Ivan e Fernandão, moradores
passageiros, e como esquecer a Preta, Marcão e Marieta, os donos de tudo...
Aos que me carregaram pro mundo das plantas, Fábio, Natalia e Duzão!
A toda a 6ª turma CBN! Cinco anos de convivência é coisa “pra caraiu”.
Milena, como dito no primeiro ano...A vida é pra quem topa qualquer parada e não
pra quem pára a qualquer topada! Te adoro guria! 65, rapá...aquele abraço pra ti! Se
cuida! Menino Mangue um dia voltará pra toca....
Rep. 2 pra 1. Coisa boa! Um mesclado de Comparsas com duas meninas
lindas! Julia, agradeço por toda a convivência que insiste em não acabar! Natalia,
sem palavras pra expressar meus sentimentos por ti! Do céu ao inferno, estamos
juntos pra tudo! Um enorme beijo, sempre exagerado! Ganso, meu brother, abração!
Chave, Pardal, Bianca, Sangue, Curió, Luiza. Pessoas a quem tenho grande
apreço! E são tantas....
Elise, uma linda....Guria que deu um chacoalhão em minha vida e fez com
que eu me permita viver a vida como ela é... E em excelente companhia! Que bom te
ter de volta!
Aos outros professores que muito me ajudaram. Marquinhos, Júlio, Leila,
Silvio Ferraz. E a Valnice, pela ajuda no herbário!
Geraldo Franco (Geraldinho) e Pinus pela ajuda na florística. Etapa difícil.
Rodrigão, pelos shapes compartilhados... Carregaram a FEENA pra lá!!!
Depois pra lá!!!!
A todos que recentemente conheci no LERF! Nova vida piracicabana....
A todos os muitos outros que por ventura esqueci de mencionar.....
SUMÁRIO
Página
Lista das Figuras ............................................................................................. iv
Lista das Tabelas............................................................................................. vi
RESUMO ........................................................................................................viii
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................9
1.1. Padrão de Distribuição.........................................................................14
2. OBJETIVOS ............................................................................................17
2.1. Históricos .............................................................................................17
2.2. Ecológicos ...........................................................................................17
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................18
3.1. Área de Estudo ....................................................................................18
4. COLETA DOS DADOS............................................................................22
4.1. Florística e Fitossociologia...................................................................22
4.2. Linhas de Plantio .................................................................................25
4.3. Abertura de Dossel ..............................................................................26
4.4. Solos....................................................................................................28
5. ANÁLISE DOS DADOS...........................................................................29
5.1. Estado de Conservação das Linhas de Plantio....................................29
5.2. Análise da Estrutura da Comunidade ..................................................29
5.3. Processamento e análise de dados em ambiente SIG ........................31
5.4. Análise dos Padrões de Distribuição Espacial .....................................32
5.5. Análise de Similaridade .......................................................................34
5.6. Análise de Abertura de Dossel.............................................................35
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................36
6.1. Solos....................................................................................................36
6.2. Linhas de Plantio .................................................................................37
6.3. Florística e Fitossociologia...................................................................43
6.3.1.
Estrato Arbóreo ................................................................................49
6.3.2.
Estrato Regenerante ........................................................................59
6.4. Similaridades Florísticas ......................................................................67
6.4.1.
Similaridade florística entre os trabalhos realizados na FEENA.......67
6.4.2.
Similaridade florística entre estratos estudados no Talhão 23 e suas
parcelas....................................... ....................................... ......................................71
6.5. Padrão de Distribuição Espacial ..........................................................75
6.6. Abertura de dossel e sua influência sobre a comunidade....................86
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................91
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: .......................................................93
9. ANEXOS ...............................................................................................102
10.
APÊNDICE.........................................................................................104
iv
Lista das Figuras
Figura 1 Imagem aérea da Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”,
FEENA, no município de Rio Claro, SP. ...................................................................18
Figura 2: Rio Claro situado na Depressão Periférica Paulista. Em detalhe, um
esquema em 3D, ilustrando o município nas proximidades das Cuestas Basálticas.20
Figura 3: Estado de São Paulo, com detalhe para a Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, na qual Rio Claro está situada. ..................................................21
Figura 4: Talhão 23, com as 111 parcelas montadas e as linhas de plantios que a
intersectam. As diferentes cores definem as espécies plantadas. ............................23
Figura 5: Talhão 23, com as parcelas amostradas para o estrato regenerante em
verde escuro e, parcelas amostradas para o estrato arbóreo hachurada de verde. .24
Figura 6: Fichas encontradas no acervo documental da FEENA. Em azul, o destaque
para a data de medição, Abril de 1957, e em vermelho, destaque para o número da
linha de plantio. .........................................................................................................25
Figura 7: Esquema apresentando o método utilizado na obtenção de dados de
abertura de dossel.....................................................................................................27
Figura 8: Pontos de coletas de amostra de solo. Escolhidos de forma que pudessem
ser analisadas áreas mais altas (pontos superiores), e áreas mais baixas (pontos
inferiores). .................................................................................................................28
Figura 9: Exemplo do arquivo raster de distância criado, para posterior análise do
padrão de distrubição. ...............................................................................................32
Figura 10: Linhas de plantio de Luehea divaricata, à esquerda, e Patagonula
americana, à direita...................................................................................................37
Figura 11: Curva do Coletor dos estratos arbóreo e regenerante. ............................44
Figura 12: Famílias do estrato arbóreo, com maior riqueza (acima) de espécies e
maior freqüência (abaixo)..........................................................................................49
Figura 13: Ordenação por IVI e por abundâncias das espécies do estrato arbóreo..50
Figura 14: Decomposição do IVI em Densidade relativa (DR), Freqüência relativa
(FR) e Dominância relativa (DoR) das espécies arbóreas. .......................................52
Figura 15: Foto panorâmica revelando a estrutura interna e importância das espéices
de grande porte (espécies plantadas) do Talhão 23 na FEENA, Rio Claro, SP........53
Figura 16: Altura dos indivíduos amostrados no estrato arbóreo do Talhão 23. .......54
Figura 17: Classes de altura para os indivíduos arbóreas encontrados no Talhão 23
da FEENA, Rio Claro, SP..........................................................................................55
Figura 18: Classe sucessional das espécies arbóreas amostradas no Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP...............................................................................................57
Figura 19: Síndrome de dispersão das espécies arbóreas amostradas no Talhão 23
da FEENA, Rio Claro, SP..........................................................................................58
Figura 20: Famílias do estrato regenerante, com maior riqueza (acima) de espécies e
maior freqüência (abaixo)..........................................................................................59
Figura 21: Ordenação por IVI e por abundâncias das espécies do estrato
regenerante. ..............................................................................................................60
Figura 22: Decomposição do IVI em Densidade relativa (DR), Freqüência relativa
(FR) e Dominância relativa (DoR) das espécies regenerantes. ................................62
Figura 23: Altura dos indivíduos amostrados no estrato regenerante do Talhão 23. 64
Figura 24: Classes de altura para os indivíduos arbóreas encontrados no Talhão 23
da FEENA, Rio Claro, SP..........................................................................................64
Figura 25: Classe sucessional das espécies regenerantes amostradas. ..................65
v
Figura 26: Síndrome de Dispersão das espécies regenerantes amostradas. ...........66
Figura 27: Foto revelando a estrutura vertical do Talhão 23 da FEENA, Rio Claro,
SP, no centro e , à esquerda, o talhão 22, com plantio de Eucalyptus citriodora, com
uma estratificação clara entre estratos. Foto tirada nas proximidades da parcela 23A.
..................................................................................................................................67
Figura 28: Mapa com os levantamentos florísticos no estrato arbóreo realizados na
FEENA. .....................................................................................................................68
Figura 29: Mapa com os levantamentos florísticos no estrato arbustivo realizados na
FEENA. .....................................................................................................................69
Figura 30: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) dos levantamentos
floristicos realizados no estrato arbóreo da FEENA. .................................................70
Figura 31: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) dos levantamentos
floristicos realizados no estrato arbustivo da FEENA................................................71
Figura 32: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) entre as parcelas do
estrato regenerante. Em detalhe, o mapa do Talhão 23 com as parcelas agrupadas.
..................................................................................................................................73
Figura 33: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) entre as parcelas do
estrato arbóreo sem linhas de plantio. Em detalhe, o mapa do Talhão 23 com as
parcelas agrupadas...................................................................................................74
Figura 34: Exemplo da influência da escala de trabalho. À esquerda, um padrão
uniforme de distribuição, em uma unidade amostral de 100m2. À direita, o mesmo
padrão, analisado sob uma escala maior, revelando um padrão agregado, em um
conjunto de 16 unidades amostrais de 100m2...........................................................75
Figura 35: Linha de plantio número 64, E. pulchrum. Um das linhas que se destacam
devido ao seu estado de conservação. .....................................................................77
Figura 36: Distribuição das espécies encontradas em linhas de plantio, com
indivíduos amostrados em algum dos estratos. Quando o valor for igual a zero, devese a ausência da espécie na amostragem. ...............................................................78
Figura 37: Classificação de Payandeh para as espécies encontradas nos estratos
regenerantes e arbóreos. ..........................................................................................78
Figura 38: Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em ambos
os estratos. Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de
plantio enquanto os padrãoes de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe
ressaltar que os mesmos foram feitos para o estrato regenerante (acima) e arbóreo
(abaixo). ....................................................................................................................82
Figura 39: Mapas ilustrando abertura de dossel, em ambos os estratos. .................87
Figura 40: Fotos da parcela 5G em Março de 2004, com um indivíduo de linha de
plantio recentemente caído, formando uma clareira. ................................................89
Figura 41: Fotos da parcela 5G em Outubro de 2007, destacando o grande número
de indivíduos regenerantes. ......................................................................................90
vi
Lista das Tabelas
Tabela 1: Exemplo da tabela de distância criada para a análise posterior de padrão
de distribuição. Distância da parcela até o indivíduo mais próximo da linha de plantio.
Distância dada em metros.........................................................................................33
Tabela 2: Análise granulométrica das amostras de solo coletadas no Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP...............................................................................................36
Tabela 3: Análise química do solo coletado no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP.
m: Saturação por alumínio, MO: Matéria Orgânica; SB: Soma das Bases; CTC:
Capacidade de Troca Catiônica; V: Saturação por bases.........................................36
Tabela 4 Espécies plantadas em linhas no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP. Com
a indicação do número da linha (#), ano de plantio, número de indivíduos em 1957
(dados não publicados) e em 2007. Na coluna “1”, temos as espécies que ainda são
encontradas em linhas de plantio. Na regeneração: A-Arbóreo, considerando linhas
de plantio, B-Arbóreo sem considerar as linhas de plantio, C-Regenerante.
Dispersão: Ane-Anemocórico, Zoo-Zoocórico, Aut-Autocórico. Classe Sucessioanal:
NC-Não Classificada. ................................................................................................39
Tabela 5: Linhas remanescentes nos diferentes anos de medição...........................42
Tabela 6: Data do plantio das linhas. ........................................................................42
Tabela 7: Classificação ecológica das espécies plantadas em linhas.......................42
Tabela 8: Regeneração das espécies plantadas em estratos inferiores (arbóreo e
regenerante) no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP. .............................................43
Tabela 9: Listagem das espécies encontradas nos estratos arbóre e regenerante do
Talhão 23 (Espécies Nativas) da FEENA, Rio Claro, SP. Na coluna 1916, têm-se as
espécies plantadas nessa data; na coluna 2007, as espécies plantadas, com
remanescentes em 2007. Dispersão: Ane-Anemocórico, Zoo-Zoocórico, AutAutocórico. Classe Sucessional: Pioneira, S. Tardia (Secundária Tardia), S. Inicial
(Secundária Inicial), Umbrófila, NC (Não Classificada). ............................................45
Tabela 10: Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP, classificados, em ordem decrescente, por IVI. N (Número de
Indivíduos), U (Número de parcelas que ocorre), AB (área basal), DR (densidade
relativa), FR (freqüência relativa), DoR (dominância relativa), IVC (índice de valor de
cobertura), IVI (índice de valor de importância).........................................................50
Tabela 11: Espécies encontradas no estrato arbóreo do Talhão 23 da FEENA, Rio
Claro, SP, ameaçadas de extinção. ..........................................................................55
Tabela 12: Talhões de Eucalyptus spp. estudados na FEENA, Rio Claro, SP.
Número do talhão no inventário, tempo decorrido desde o plantio, índice de
diversidade do componente arbóreo do subosque, autor e ano de estudo...............56
Tabela 13: Parâmetros fitossociológicos das espécies regenerantes do Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP, classificados, em ordem decrescente, por IVI. N (Número de
Indivíduos), U (Número de parcelas que ocorre), AB (área basal), DR (densidade
relativa), FR (freqüência relativa), DoR (dominância relativa), IVC (índice de valor de
cobertura), IVI (índice de valor de importância).........................................................60
Tabela 14: Caracterização das espécies encontradas no Talhão 23 da FEENA, Rio
Claro, SP, de acordo com o índice de Payandeh.....................................................76
Tabela 15: Classificação das espécies autóctones e alóctones do Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP, de acordo com o Índice de Payandeh..................................80
Tabela 16: Espécies plantadas e encontradas em ambos os estratos do Talhão 23
da FEENA, Rio Claro, SP..........................................................................................80
vii
Tabela 17: Coeficiente de Pearson para a correlação de abundância e distância da
planta mãe. Em negrito, valores maiores 0,4. ...........................................................81
Tabela 18: Coeficiente de Pearson entre Abertura de Dossel e diversidade,
abundância e riqueza. Em negrito, valores significativos da Correlação de Pearson.
..................................................................................................................................88
Tabela 19: Crescimento médio das espécies nativas plantadas em linhas no Talhão
23 da FEENA, Rio Claro, SP. Diâmetro e altura dados em metros.........................103
viii
RESUMO
O Talhão 23 da Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA),
município de Rio Claro, SP, é composto por espécies arbóreas nativas, plantadas
em linha nos anos de 1916 e 1922, com a finalidade de comparar suas taxas de
crescimento com as diferentes espécies de eucaliptos. Com esse trabalho, buscouse recuperar informações sobre o estado atual de conservação das linhas de plantio,
fazer a revisão da taxonomia das espécies nas linhas, fazer o reconhecimento dos
limites atuais do talhão, fazer o levantamento florístico das espécies dos estratos
regenerante e arbóreo do subosque e fazer o estudo estrutural da comunidade
desse talhão.
O método empregado foi o de parcelas, através das quais, foram amostrados
1276 indivíduos para o estrato arbóreo, e 1615 para o estrato regenerante. Das 86
espécies encontradas, 34,88% foram encontrados em ambos os estratos, 32,56
foram encontrados unicamente no estrato regenerante e outros 32,56 encontrados
no estrato arbóreo. 17,44% das espécies foram amostradas unicamente através das
linhas de plantio remanescentes.
Erythroxylum pulchrum, Anadenanthera colubrina e Trichilia claussenii foram
as espécies que mais se destacaram no estrato arbóreo, apresentando altos valores
de IVI e apresentaram padrão de distribuição agregado, ao redor das linhas de
plantio. E. pulchrum e T. claussenii destacaram-se no estrato regenerante, estando
entre os primeiros lugares de IVI. Apresentaram-se de modo agrupado e com
tendência para agrupamento, respectivamente. Todas espécies plantadas em 1916,
com densidade elevada no subosque.
O padrão de distribuição espacial revelou que as espécies plantadas,
regenerando no subosque, apresentam-se de modo agregado, enquanto as
espécies de origem alóctone mostram-se uniformemente distribuídas.
Com análises entre os talhões estudados, o Talhão 23 mostrou-se pouco
similar a maioria dos trabalhos, o que indica que ele não atua, como se imaginava,
como fonte dispersora para a colonização do subosque dos talhões de eucaliptos.
9
1. INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica, atualmente, apresenta apenas 7,84% da sua cobertura
original, cerca de 1.100.000 Km2 de florestas ininterruptas que existiam na época do
descobrimento (COSTA, 1995 e CAPOBIANCO, 2001). Devido à tamanha
devastação, diversas medidas para promover a proteção dos remanescentes de
“domínios de mata atlântica” vêm sendo feitas, tais como a proteção através da
constituição de 1988 e implementação de Unidades de Conservação (UC´s),
incluindo a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, que protegem 35,9% desse
bioma (MYERS et al., 2000). Esses mesmos autores consideram a Mata Atlântica
como o 4º bioma — hotspot — mais importante para a conservação, devido à alta
diversidade de plantas e ao grande número de espécies endêmicas.
O Estado de São Paulo é o que apresenta maior área de remanescentes de
mata atlântica, 17.916 Km2, o que representa 9,06% do Estado, deixando-o acima
da média nacional (CAPOBIANCO, 2001). De acordo com o Inventário Florestal do
Estado de São Paulo, realizado em 1990-1992 (KRONKA, 1993), a cobertura natural
representava 13,4%; em um estudo similar, realizado 10 anos depois, apresentam
13,94% (SÃO PAULO, 2005), o que mostra uma possível estabilização dos
desmatamentos (KRONKA et al., 2005).
No interior paulista, a cobertura vegetal foi alterada drasticamente no século
XIX, com sua ocupação e conseqüente expansão agrícola. As plantações de café
tornaram-se a principal cultura desde os anos de 1850 até 1930 (DEAN, 1977) e, em
seguida, foram as plantações de cana de açúcar as responsáveis pelo
desmatamento (DEAN, 1996). Com isso, restaram poucos fragmentos isolados de
mata nativa, que fornecem condições de conservação do material genético de tais
espécies e fonte de diásporos para outras regiões (HEWITT & KELLMAN, 2002).
O problema da fragmentação florestal é a maior ameaça à biodiversidade, e
as florestas semidecíduas do interior paulista são um exemplo disso (TABARELLI et
al., 1999; TONIATO & OLIVEIRA-FILHO, 2004). Efeito de borda, impedimento ou
redução na taxa de migração entre fragmentos, diminuição do tamanho populacional
efetivo com conseqüente perda de variabilidade genética, invasão por espécies
10
exóticas são alguns dos principais mecanismos de deterioração de uma
paisagem composta por fragmentos florestais (NASCIMENTO et al., 1999). Tabarelli
et al. (1999) ressaltam que o ambiente que cerca o fragmento e os impactos
antrópicos são importantes fatores que influenciam na composição florística do
fragmento.
Kageyama et al. (1998) propõem um manejo mais adequado para se reduzir o
impacto da fragmentação e melhorar a eficiência da conservação nesses locais,
como, por exemplo, promover o enriquecimento genético através da inclusão de
espécies localmente erosionadas, troca artificial de sementes entre fragmentos não
distantes, implementação de corredores que permitam o fluxo genético entre
fragmentos e, reintrodução de fauna que seja responsável pela dispersão das
espécies de interesse.
Para se promover a conservação, o ideal é alcançar a auto-sustentabilidade
do fragmento, sem que seja necessário um manejo extensivo. De acordo com Viana
e Tabanez (1996), para que uma formação vegetal seja considerada autosustentável é necessário que haja uma distribuição homogênea das principais
espécies do estrato arbóreo nos estratos inferiores da mata. Esses autores também
afirmam que a regeneração natural é um dos principais indicadores da autosustentabilidade de um fragmento.
Em geral, florestas tropicais secundárias recuperam inicialmente a riqueza de
espécies, e então a diversidade, as características da guilda, a composição de
espécies, e finalmente, a estrutura da vegetação, particularmente densidade de
árvores e biomassa, tudo dentro de um espaço de 50 a 150 anos (OLIVEIRA-FILHO,
2004).
A regeneração que ocorre nos subosques dos plantios homogêneos, vista
como grande entrave por prejudicar o desenvolvimento das espécies de interesse
econômico, aumentar o risco de incêndios e dificultar as operações de manejo,
começou a ser valorizada pela sua biodiversidade, favorecendo o controle de
pragas, conservação do solo, manutenção da fauna e, com isso, favorecendo a
recuperação de áreas degradadas (REZENDE, 1994; LIMA, 1996).
De acordo com Moura (1997), as comunidades que se formaram nos
subosques de reflorestamentos de espécies de Eucalyptus spp. passaram a ser
considerados como áreas potenciais para a regeneração de áreas circunvizinhas.
Diversos trabalhos realizados na Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”,
11
em Rio Claro – SP, mostraram a importância da regeneração das espécies nativas
localizadas no subosque de talhões de eucaliptos, contribuindo para o estudo das
formações vegetacionais secundárias (SCHLITTLER, 1984; AMARAL, 1988;
TAKAHASI,
1992;
TALORA,
1992;
MOURA,
1997;
SOCOLOWSKI,
2000;
ANSELMO, 2003; LEITE, 2002; CORRÊA, 2004; NISHIO, 2004; DINIZ, 2006;
PRATA, 2006; GUERIN, 2007).
Schlittler (1984) analisou o subosque de um talhão de Eucalyptus tereticornis
em dois tipos de solo, latossolo roxo e latossolo vermelho amarelo. Para o estrato
arbóreo encontrou 63 espécies pertencentes a 33 famílias diferentes no total. O
autor concluiu que o subosque estudado correspondia a uma vegetação típica de
capoeirões ou pequenos fragmentos de vegetação secundária do interior do Estado
de São Paulo, sendo composto, na sua maior parte, por espécies nativas da região.
No estudo realizado por Amaral (1988), foram feitos o levantamento florístico
dos estratos arbóreo, arbustivo, herbáceo e banco de sementes de dois talhões com
idades distintas, um com 69 anos e outro com 20 anos. Com isso, pode-se constatar
que o talhão mais antigo se encontra em um estágio sucessional mais avançado,
apresentando dominância de indivíduos herbáceo-arbustivos com alturas entre 0,40
e 2 metros. No talhão com 20 anos, a classe de altura predominante é de 0 a 0,40
metros.
Takahashi (1992), ao analisar o subosque de um plantio de Eucalyptus sp.,
encontrou 38 espécies arbóreas, sendo que destas, 80% ocorrem em matas nativas
do estado de São Paulo. A análise do banco de sementes revelou que sua
composição é homogênea, ao comparar ambiente de clareira e ambiente de
subosque.
No trabalho de Talora (1992) duas comunidades de diferentes idades foram
amostradas. A comunidade mais antiga, com 80 anos, apresentou características
mais semelhantes às matas nativas da região quando comparado à comunidade
mais nova, com 50 anos, em estágio inicial de colonização. Nesse trabalho também
foi feita uma comparação entre os dois talhões estudados e outras formações
florestais do estado de São Paulo, o que revelou que os talhões da FEENA
apresentam maior semelhança com as matas mesófilas da região do que entre si
mesmos, mostrando que a FEENA tem uma estrutura de comunidade secundária
complexa, principalmente devido às diferentes fases de regeneração.
12
Moura (1997) analisou quatro áreas distintas, com diferentes idades, e de
diferentes plantios de eucalipto. Na área I (talhão 36, 12 anos, plantio de Eucalyptus
citriodora) foram levantadas apenas duas espécies no estrato arbóreo. Na área II
(talhão 45, 85 anos, plantio de Eucalyptus tereticornis), foram levantadas 42
espécies pertencentes a 22 famílias (dessas espécies, sete são lianas). Na área III
(talhão 50, também com 85 anos e plantio de Eucalyptus tereticornis), foram
levantadas 41 espécies de 25 famílias diferentes no estrato arbóreo. Na área IV
(talhão 56, de 42 anos) foram levantadas 12 espécies de 11 famílias diferentes no
estrato arbóreo. A partir dos resultados, observou uma marcante diferença no
predomínio dos grupos sucessionais entre áreas de idades distintas e deixou claro
que é possível que comunidades como estas funcionem como habitat capaz de
abrigar espécies da flora regional.
De acordo com Socolowski (2000), em seu trabalho realizado em um talhão
de espécies nativas, talhão 40, as espécies de maior IVI (Índice de Valor de
Importância) dos estratos arbóreo e arbustivos foram praticamente as mesmas, o
que resultou na maior similaridade florística, até então, entre estratos encontrada
nos talhões da FEENA, 39,9%.
Leite (2002), em seu trabalho realizado na Coleção de Talhões, encontrou
414 indivíduos pertencentes a 46 espécies. A Coleção de Talhões foi plantada em
1919, com 41 espécies de Eucalyptus spp., e, com esse trabalho, buscou-se analisar
as diferenças entre os subosques de 9 espécies de Eucalyptus, porém não foi
encontrada uma relação direta entre as espécies de Eucalyptus e o número de
indivíduos do subosque, número de espécies do subosque e área basal total.
Anselmo (2003) realizou seu trabalho no talhão 47, plantado em 1911 e
amostrou 1289 indivíduos de 99 espécies, pertencentes aos estratos arbóreos e
arbustivos. Muitas destas espécies apresentaram somente um individuo, o que pode
ser considerado comum em florestas estacionais semidecíduas. Nota-se também a
grande afinidade em termos florísticos e estruturais com as matas estacionais
semidecíduas da região e através da caracterização fitossociológica, fica evidente
que estas comunidades funcionam como um habitat capaz de abrigar espécies da
flora regional.
No trabalho de Corrêa (2004), realizado nos talhões 17 e 17-A, foram
alocadas parcelas ao longo do córrego Ibitinga, onde foram encontradas 41
espécies. Em uma análise de similaridade entre os talhões amostrados e outros
13
trabalhos realizados na FEENA, também se observou a falta de semelhança entre a
composição florística dos diferentes talhões. Conclui-se também que a composição
florística é influenciada mais pelo histórico de perturbação do local do que pela
presença do córrego.
Nishio (2004) foi o primeiro a estudar uma formação de floresta paludícola na
FEENA e, através da análise florística, constatou que a saturação de água no solo
propicia microambientes, fazendo com que muitas espécies da Floresta Estacional
conseguissem se estabelecer.
Nas comunidades sob plantios de Pinus spp., estudadas por Diniz (2006),
encontrou-se a maior riqueza de espécies na FEENA. Espécies de Floresta
Estacional Semidecidual e Cerrado lato sensu foram amostradas. O autor ressalta
que espécies exóticas, como as de Pinus e Eucalyptus, poderiam facilitar a
colonização do subosque por espécies secundárias, devido ao sombreamento
proporcionado.
Prata (2006), em seu estudo realizado no arboreto, constatou que após um
período de 40 anos, a comunidade vegetal estudada apresenta um perfil vertical já
estruturado em pelo menos três estratos, arbóreo, com altura média de 8,8m,
arbustivo, com 2m, e herbáceo, com 0,4m.
Através da análise de um gradiente topográfico, Guerin (2007) notou a
presença de um ecótono, partindo de uma formação savânica para uma florestal,
propiciado, principalmente, pela disponibilidade de nutrientes no solo. A distribuição
das espécies teve uma correlação significativa com a proximidade do córrego
Ibitinga e a estrutura da comunidade foi mais influenciada pelos parâmetros físicos e
químicos do solo.
O talhão de essências nativas da FEENA foi criado em 1916, com a principal
finalidade de se comparar as taxas de crescimento das espécies nativas com
espécies exóticas, principalmente de Eucalyptus. Para isso, plantou-se espécies
nativas em 86 linhas, as quais foram periodicamente medidas em diâmetro e altura
(MARTINI, 2004). Muitos desses dados infelizmente perderam-se, e poucos registros
esparsos referentes ao Talhão 23 ainda são encontrados nos acervos da FEENA.
O presente trabalho buscou avaliar o estado de conservação das linhas de
plantio, fazendo um levantamento dos indivíduos plantados nos anos de 1916 e
1922. O objetivo do trabalho, além dessa etapa histórica, é compreender o processo
de regeneração natural que ocorre no talhão, baseando-se na estrutura da
14
comunidade do estrato regenerante e arbórea, localizados no subosque da área de
estudo. Para tal, análises das síndromes de dispersão, classe sucessional e padrão
de distribuição espacial das espécies encontradas foram analisados.
1.1.
Padrão de Distribuição
O padrão espacial de árvores é uma questão chave para estudos de ecologia,
principalmente aqueles de dinâmica florestal. O nível de organização espacial das
árvores no ambiente depende de diversos processos ecológicos e características
próprias de cada ambiente, de modo que a melhor compreensão deste quadro
fornece subsídios importantes para o conhecimento sobre formações florestais.
Conhecer o padrão espacial de espécies-chave é vital para entender como
uma dada espécie usa os recursos disponíveis, de que forma este recurso é
importante e, a sua função no sucesso do estabelecimento e na reprodução desta
espécie (CONDIT et al., 2000). Especialmente em florestas tropicais, a questão
espacial adquire caráter ainda mais importante, uma vez que a alta diversidade de
tais biomas tem estreita relação com suas densidades populacionais, e por
conseqüência, com a proximidade entre seus indivíduos. Entre as teorias mais
importantes em ecologia florestal estão duas em especial, que tratam da
biodiversidade tropical com ênfase na questão espacial: os conceitos formulados
pela teoria de Janzen-Connell e, por Hubbell (1979).
De acordo com o modelo proposto por Janzen (1970) e Connell (1971), quase
simultaneamente, as sementes e plântulas encontradas próximas a planta mãe
sofrem
maior
ataque
de
inimigos
naturais,
causando
uma
mortalidade
desproporcional quando comparada aos recrutas afastados da planta mãe.
Conseqüentemente, o recrutamento próximo a uma árvore adulta co-especifica deve
ser reduzido, permitindo que esse espaço seja colonizado por outras espécies,
promovendo a manutenção da biodiversidade. Schupp (1988) enaltece que devido a
essa teoria, era esperado que: densidade das espécies arbóreas fosse baixo, devido
ao grande número de espécies ocorrentes em uma mesma região; indivíduos
adultos
fossem
encontrados
distribuídos
mais
homogeneamente
quando
comparados as populações de indivíduos jovens e, por último, uma alta diversidade
de espécies deveria ser encontrada.
15
Inicialmente essa hipótese, chamada de “hipótese de fuga” por Howe e
Smallwood (1982), foi amplamente aceita, com poucos estudos que dessem suporte
a tal teoria. Alguns estudos posteriores (HUBBELL, 1979; HUBBELL, 1980,
SCHUPP, 1988), contrapõem essa teoria, apresentando dados dos padrões de
distribuição das espécies no campo, nos quais as espécies encontram-se de modo
agregado, próximas a planta mãe, devido ao mosaico de condições favoráveis ao
estabelecimento dos indivíduos e limitadas capacidade de dispersão. A manutenção
da diversidade, nesse caso, se daria através de processos estocásticos, distúrbios
naturais que ocorrem em florestas tropicais gerando imigrações e extinções locais.
Tais conceitos incorporam uma série de processos ecológicos importantes
essenciais para a dinâmica de florestas tropicais, como dispersão de sementes,
processos dependentes da densidade (especialmente competição intraespecífica e
interespecífica), herbívora, recrutamento e dinâmica de clareiras (KENKEL et al.,
1988; CONDIT et al., 1992; COLLINS & KLAHR, 1991; BATISTA, 1994; BAROT et
al., 1999; GRAU, 2000; HARMS et al., 2001). Aspectos abióticos também são
freqüentemente discutidos como fatores importantes para explicar a biodiversidade
de florestas tropicais e o arranjo espacial das árvores das comunidades, como a
disponibilidade de habitats, de nutrientes, da dinâmica da água no solo, de relevo e
incidência de ventos e de luz (GETIS & FRANKLIN, 1986; ARMESTO et al., 1986;
HARMS et al., 2001; DAY et al., 2003; SCHWARZ et al., 2003).
Árvores tropicais tendem, de maneira geral, a padrões agregados (HUBBELL,
1979), especialmente em razão do grande número de sementes e plântulas nas
áreas próximas da árvore parental, e do grau de heterogeneidade de florestas
tropicais. Uma paisagem marcada por diferentes manchas de solo, diferenças de
relevo, de diferentes disponibilidades de água no solo, de condições microclimáticas
específicas, complexa estrutura vertical da floresta, dinâmica de clareiras e de
diferente disponibilidade de microhabitats é comum em florestas tropicais (BAROT et
al., 1999; CONDIT et al., 2000; GRAU, 2000; HARMS et al., 2001), e tais
características provêm condições para que as árvores estejam agrupadas em
manchas, formando um mosaico vegetacional.
Segundo Barot et al. (1999) e Condit et al. (2000), testar a veracidade das
teorias de Janzen (1970), Connell (1971) e Hubbell (1979) consistem em estudar os
padrões espaciais de jovens e adultos, e a relação de dependência espacial entre
eles. Embora este não fosse o objetivo central desta pesquisa, seria inevitável não
16
discutir os resultados observados seguindo este enfoque, utilizando tais linhas de
raciocínio para desenvolver as discussões.
17
2. OBJETIVOS
Os objetivos do presente estudo podem ser divididos em dois principais
temas:
2.1.

Históricos
Resgatar dados sobre as linhas de plantio do Talhão 23, ou talhão de
essências nativas;

Avaliar o estado de conservação das linhas de plantio, fazendo um
levantamento dos indivíduos plantados nos anos de 1916 e 1922;

Atualizar a nomenclatura taxonômica das espécies nas linhas de plantio, de
acordo com APG2;

Determinar os limites atuais do talhão.
2.2.

Ecológicos
Realizar o levantamento florístico e estrutura fitossociológica das espécies
arbustivo-arbóreas do Talhão 23;

Estruturar e implementar em ambiente SIG, um banco de dados,
considerando aspectos florísticos, fitossociológicos e abióticos da formação
vegetal da área de estudo;

Analisar os padrões de distribuição espacial das espécies encontradas;

Avaliar e discutir a regeneração natural ocorrente no talhão.
18
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1.
Área de Estudo
Localizada a leste do município de Rio Claro - SP, a Floresta Estadual
“Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA), criada no ano de 2002, pelo Decreto
Estadual nº 46.819, faz parte das áreas protegidas do estado de São Paulo, regidas
pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, 2000) (Figura 1).
Caracterizada pelo plantio experimental de Eucalyptus spp., a FEENA apresenta
também plantios experimentais de Pinus spp. e de espécies nativas.
Figura 1 Imagem aérea da Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”, FEENA, no
município de Rio Claro, SP.
19
O presente estudo foi realizado no Talhão 23, um dos poucos restantes
dentre os talhões de espécies nativas, nos quais foram plantadas diversas
“essências indígenas” nos anos de 1916 e 1922 com o intuito de fazer comparações
quanto às suas produtividades e aquelas de Eucalyptus spp. introduzidas e
cultivadas na FEENA. De acordo com o zoneamento proposto pelo Plano de Manejo
(REIS, 2005), o talhão se encontra na Zona Histórico-Cultural, que tem como
objetivo proteger antigos talhões, que marcaram o início dos plantios no antigo Horto
Florestal, e atualmente representam áreas de interesse genético.
O clima da região de Rio Claro é tropical com duas estações definidas – Cwa
na classificação de Koeppen, ou seja, C: média do mês mais frio varia entre 3°C e
18°C, w: seca no inverno, a: mês mais quente com temperatura superior a 22º C, ou
tropical alternadamente seco e úmido, controlado por massas tropicais e equatoriais,
que predominam em mais de 50% do ano. O índice pluviométrico é da ordem de
1440 mm/ano (MONTEIRO, 1973).
Na FEENA são encontradas as formações geológicas Rio Claro e Pirambóia,
compostas predominantemente por arenitos, e a formação Corumbataí, onde se
encontra, em maior proporção siltitos e argilitos. Também são encontrados depósitos
aluvionares, constituídos de areias e argilas, encontrados de forma contínua ao
longo do Ribeirão Claro e, por último, as rochas intrusivas básicas, caracterizada por
diabásios, que ocorrem na maior parte da FEENA (ZAINE & PERINOTTO, 1996;
REIS, 2005). O talhão em questão encontra-se na porção sul da FEENA, estando
inserida sob domínio das rochas intrusivas básicas.
De acordo com a classificação proposta por Almeida (1974), o estado de São
Paulo pode ser dividido em cinco províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico,
Província Costeira, Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e o Planalto Ocidental
(Figura 2). O município de Rio Claro encontra-se inserido na Depressão Periférica,
caracterizada por se tratar de uma área sensivelmente rebaixada pela erosão, entre
as terras altas do Planalto Atlântico e as cristas, igualmente elevadas, das Cuestas
Basálticas (ALMEIDA, 1974). Esta unidade geomorfológica é uma área constituída
por terrenos fracamente dissecados, de topos tabulares, resultantes do processo
erosivo a que foram submetidos, cujas altitudes variam de 550 a 750m e tem sua
evolução morfogenética associada ao trabalho erosivo dos rios e águas das chuvas,
nas bordas de uma bacia de sedimentação (REIS, 2005).
20
Figura 2: Rio Claro situado na Depressão Periférica Paulista. Em detalhe, um esquema em 3D,
ilustrando o município nas proximidades das Cuestas Basálticas.
A região insere-se na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(UGRHI) 5 – Piracicaba/Capivari/Jundiaí, bacia hidrográfica do rio Corumbataí
(Figura 3), mais precisamente na sub-bacia do Ribeirão Claro. (DAEE, 2006).
21
Figura 3: Estado de São Paulo, com detalhe para a Unidade de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, na qual Rio Claro está situada.
Segundo a divisão fitogeográfica proposta por Rizzini (1979), a região de Rio
Claro encontra-se na formação de Floresta Estacional Semidecidual que, pertence
ao Complexo do Brasil Central, Sub-Província do Planalto Central denominada de
Floresta Estacional Mesófila Semidecídua e que, segundo Veloso (1991), denominase Floresta Estacional Semidecidual. A caracterização ecológica desse tipo florestal
está condicionada à dupla estacionalidade climática, uma tropical (intensas chuvas
de verão), seguida por estiagem acentuada e outra subtropical com seca fisiológica
provocada pelo frio do inverno. A porcentagem das árvores caducifólias situa-se
entre 20 e 50%.
22
4. COLETA DOS DADOS
4.1.
Florística e Fitossociologia
Para o levantamento florístico e fitossociológico foi empregado o método de
parcelas, descrito por Müller-Dombois & Ellenberg (1974). Esse método foi o
primeiro a ser empregado nos estudos fitossociológicos no Brasil, e ainda hoje é
amplamente usado (MARTINS, 1991). Optou-se pelo método de parcelas por este
apresentar-se superior ao método dos quadrantes, no que diz respeito à avaliação
quantitativa e variabilidade dos parâmetros estimados, bem como a distribuição
espacial dos indivíduos (MARTINS, 1991).
No estudo realizado por Aguiar (2003), onde se comparou os métodos de
ponto quadrante e parcelas distribuídas de modo sistemático, esse último mostrouse mais acurado, visto que através dele uma maior riqueza de espécies foi coletada.
Sendo um dos objetivos avaliar a distribuição espacial dos indivíduos e suas
proximidades com as linhas de plantio de 1916 e 1922, optou-se pelo método das
parcelas distribuídas homogeneamente por todo o talhão estudado. Com isso,
procurou-se que todas as 86 linhas de plantio fossem intersectadas pelas parcelas,
amostrando
todos
os
possíveis
agrupamentos
(Figura
4).
23
Figura 4: Talhão 23, com as 111 parcelas montadas e as linhas de plantios que a intersectam.
As diferentes cores definem as espécies plantadas.
Para a amostragem do estrato arbóreo, foram montadas 111 parcelas de 10m
x 10m, por toda a área de estudo (Figura 4). Após serem instaladas no campo, elas
foram escolhidas de modo sistemático, sendo essa a melhor maneira segundo Mello
et al. (1996), trabalho onde foi comparado diferentes tipo de amostragens aleatórias
e sistematizadas. No final, foram amostradas 56 parcelas. O critério de inclusão
adotado para o estrato arbóreo amostrou todos os indivíduos lenhosos dentro das
parcelas escolhidas que tinham PAP (Perímetro a Altura do Peito), a 1,30 m do solo,
maior ou igual a 10 cm. Esses foram plaqueados, identificados, medidos e tiveram
sua altura estimada com o auxilio de tesoura de poda alta (podão), a qual servia
como parâmetro.
No estrato regenerante (em outros trabalhos chamado de arbustivo) foram
amostrados os indivíduos em sub-parcelas de 6m x 6m, localizadas dentro das
parcelas de 10m x 10m (Figura 5). Esta parcela maior teve um dos seus vértices
sorteados para a formação de dois lados que sejam coincidentes com a parcela
menor (Figura 5). Com isso, as mesmas 56 parcelas amostradas para o estrato
arbóreo, foram amostradas para o estrato regenerante. O critério de inclusão do
estrato inferior adotado incluiu os indivíduos que tinham 1 metro ou mais de altura, e
PAB (Perímetro a Altura da Base) com menos de 10 centímetros, sendo a medição
realizada na base, próximo ao solo (PAB – Perímetro a Altura da Base).
24
Figura 5: Talhão 23, com as parcelas amostradas para o estrato regenerante em verde escuro
e, parcelas amostradas para o estrato arbóreo hachurada de verde.
Todo o material arbóreo ou regenerante coletado, que continha partes
reprodutivas, foi depositado como testemunho da pesquisa no Herbário Rioclarense
(HRCB).
A classificação sucessional foi feita de acordo com o proposto por Bernacci et
al. (2006), levando-se em consideração a necessidade de luminosidade ao longo do
ciclo de vida da espécie; dessa forma temos:

Pioneiras, com todo ciclo completado sob condições de pleno sol;

Secundárias iniciais, germinando e sobrevivendo à sombra, mas necessitando
de pleno sol no restante do ciclo;

Secundárias tardiais, necessitando de pleno sol apenas para a reprodução
(plantas do dossel ou emergentes);

Umbrófilas que completam todo o seu ciclo de vida à sombra de outras
árvores (espécies típicas do subosque).
Informações a respeito de “Síndromes de Dispersão” das espécies
encontradas foram obtidas através de dados secundários, usando os trabalhos de
Gondim (2001), Spina et al. (2001), Campassi (2002), Bernacci et al. (2006),
Gressler (2006) e por análise da morfologia do fruto.
25
4.2.
Linhas de Plantio
Para a recuperação dos dados sobre os plantios em linha das essências
nativas, realizado nos anos de 1916 e 1922, contaram-se os indivíduos vivos ao
longo das linhas para que se pudesse investigar qual o estado de conservação
desse plantio. Essa contagem não se limitou à área amostrada pelas parcelas,
porém deve-se ressaltar que para a análise fitossociológica não foram levados em
conta os indivíduos que estavam fora das parcelas.
Além da medição realizada, contou-se com o auxilio de dados não publicados,
contidos no acervo documental da FEENA, no qual foram encontradas fichas com
informações datadas de abril de 1957. (Figura 6).
Figura 6: Fichas
encontradas no
acervo
documental da
FEENA.
Em
azul, o destaque
para a data de
medição, Abril
de 1957, e em
vermelho,
destaque para o
número da linha
de plantio.
26
Além das informações obtidas por meio das fichas referentes às linhas de
plantio, há uma breve descrição do talhão estudado, no livro de Sampaio (1961):
“Em 1916, com a aquisição de maior gleba, ainda em Rio Claro, resolveu
Navarro instalar um ensaio de desenvolvimento das melhores espécies
indígenas do Estado de São Paulo, principalmente por se tratar de
plantação de terra roxa, de primeira ordem.
“Periodicamente, tempos realizado medições médias de diâmetro e altura e,
no quadro anexo, poder-se-ão verificar os respectivos comportamentos em
comparação com as médias obtidas dos eucaliptos”
A tabela de taxa de crescimento apresentada no livro de Armando Navarro
Sampaio, sobrinho de Edmundo Navarro de Andrade, encontra-se em anexo, com
sinonímias revisadas.
Na obra de Martini (2004) também há um breve relato do talhão estudado:
“No Horto Florestal de Rio Claro, Navarro plantou uma coleção de 86
espécies de diferentes essências florestais nacionais, nas quais fazia
periodicamente medições de alturas e diâmetros. Através desses estudos,
provou que depois dos eucaliptos, a essência indígena de maior
crescimento é o Jacaré (Piptadenia communis), seguida do Angico do
Cerrado (Piptadenia peregrina).”
4.3.
Abertura de Dossel
Sabendo da importância da luz para a comunidade vegetal, e que os
processos de sucessão ecológica de florestas estão envolvidos diretamente com a
abertura de dossel, que promove maior entrada de luz no subosque, permitindo que
espécies pioneiras se desenvolvam (GANDOLFI, 2003), decidiu-se coletar os dados
de luminosidade.
Os dados indiretos de luminosidade, ou seja, a abertura de dossel, foram
coletados com o uso de uma máquina fotográfica digital Canon, modelo PowerShot
A530, apoiada sobre um tripé com 1,30 metro de altura, sendo esse o método de
melhor custo - beneficio para tal estudo. As configurações da câmera não foram
alteradas no decorrer do dia, sendo que estava ativado o ajuste automático de
abertura da lente e tempo de exposição. As fotos foram tiradas uma única vez no dia
27 de outubro de 2007, o que não permitiu captar as diferenças na sazonalidade da
comunidade vegetal, tal como deciduidade. De acordo com Engelbrecht e Herz
(2001), deve-se fazer captura de imagens ao menos duas vezes, em diferentes
estações, permitindo analisar as variações temporais.
Optou-se por tal metodologia de coleta de dados, baseado no estudo
comparativo de Engelbrecht e Herz (2001), onde foram comparados diversos
27
métodos indiretos de medir luminosidade. O mesmo procedimento usado por esses
autores foi aplicado, ou seja, após serem capturadas as imagens com a máquina
fotográfica digital, as imagens foram analisadas com o software Adobe Photoshop,
Tryoutversion (Abode Systems Inc., San Jose, Califórnia, EUA), seguindo o
protocolo:

Aplicar “Tons de Cinza” à imagem;

Alterar o brilho para “-100” e contraste para “+100”.

Aplicar contraste automático a imagem
O resultado é uma imagem em preto e branco, que representam folhas e
troncos e a abertura de dossel, respectivamente, e pode ser analisado e quantificado
usando a função “Histograma”, no mesmo software. Com os valores de pixel
variando entre 0 e 255, adotou-se que 100% de abertura de dossel seria equivalente
ao valor de 255 de pixel (imagens inteiramente branca) e 0% seria equivalente ao
valor de 0 de pixel (imagem inteiramente preta).
As fotos foram tiradas no centro da parcela de 6m x 6m (parcelas usadas no
estrato regenerante) e, de forma eqüidistante, nas parcelas de 10m x 10m, para que
a medida de pudesse ser independente para os estratos. Portanto, foram capturadas
112 imagens. Para a análise do estrato arbóreo foi feita uma média dos valores de
abertura de dossel das duas fotos tiradas da parcela, enquanto para o estrato
regenerante foi usada apenas as fotos da parcela de 6m x 6m. Todas as fotos foram
tiradas com orientação para o Norte magnético.
Figura 7: Esquema apresentando o método utilizado na obtenção de dados de abertura de
dossel.
28
4.4.
Solos
Para a análise dos solos, foram coletadas amostras de maneira que todo o
talhão possa ser caracterizado, para isso foram feitas duas amostras compostas,
cada uma delas com 3 pontos de coleta. O material foi homogeneizado e enviado
para análises química e física nos Laboratórios de Física de Solo e de Análises
Químicas de Solos, Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental,
UFSCar, campus de Araras.
Os pontos de coleta foram escolhidos de forma que pudéssemos analisar a
porção superior do talhão, com uma maior cota altimétrica, e a porção inferior, com
menor cota altimétrica, conforme a Figura 8.
Figura 8: Pontos de coletas de amostra de solo. Escolhidos de forma que pudessem ser
analisadas áreas mais altas (pontos superiores), e áreas mais baixas (pontos inferiores).
29
5. ANÁLISE DOS DADOS
5.1.
Estado de Conservação das Linhas de Plantio
Para se avaliar o estado de conservação das linhas de plantio realizadas
nos anos de 1916 e 1922, pretende-se, através de informações obtidas em
levantamentos passados, fazer um histórico do talhão. Perguntas como: quais
são as espécies ainda presentes, quantas árvores restam de cada espécie,
quais as espécies ausentes, serão respondidas com base nos dados obtidos
de um levantamento feito em 1957 (Dados não publicados, encontrados na
Administração da FEENA) e sua comparação com os dados atuais.
O plantio das espécies nativas teve como finalidade comparar taxas de
crescimento destas, com as de Eucalyptus spp., dessa forma não se teve uma
preocupação ecológica na escolha e modo de implementação das espécies.
Entretanto, devido à idade do plantio, o Talhão 23 poderá fornecer algumas
informações que subsidiem os atuais modelos de restauração ecológica.
5.2.
Análise da Estrutura da Comunidade
Na análise da estrutura fitossociológica da comunidade arbustivoarbórea do Talhão 23, foram calculados os parâmetros fitossociológicos
indicados por Müller-Dombois & Ellenberg (1974), tais como: densidade
relativa,
densidade
absoluta,
freqüência
relativa,
freqüência
absoluta,
dominância relativa, dominância absoluta, valor de cobertura (VC) e valor de
importância (VI). Esses parâmetros fitossociológicos foram calculados com
auxilio do software Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006), com uso da licença
adquirida pelo Departamento de Botânica, UNESP, Rio Claro, SP. Abaixo são
mostradas as fórmulas de cálculos:
30
Densidade Absoluta
Onde:
n
DAi  i
a
ni é o número de indivíduos amostras,
pertencentes a espécie i;
Densidade Relativa
Onde:
DAi
DRi  p


  DAi   100

 i 1
Dai é a densidade absoluta para a espécie
Freqüência Absoluta
Onde:
ni
FAi 
N  100
ni é o número de indivíduos amostras,
pertencentes a espécie i;
Freqüência Relativa
Onde:
FAi
FRi  p


  FAi   100
 i 1

FAi é a freqüência absoluta para a espécie
a é a área amostrada, em hectares.
i;
p é o número de espécies amostradas.
N é o número total de unidades amostrais.
i, dada em porcentagem;
p é o número de espécies amostradas.
Dominância Absoluta
Onde:
ABi
DoAi 
a
ABi é área basal para a espécie i, dada
Dominância relativa
Onde:
DoAi
DoRi  p


  DoAi   100
 i 1

DoAi é a dominância absoluta para a
em m2 / ha;
a é a área amostrada, em hectares.
espécie i, dada em m2 / ha;
P é o número de espécies amostradas.
31
Índice de Valor de Cobertura
Onde:
ICV  DR  DoR
DR é a densidade relativa;
DoR é a dominância relativa.
Índice de Valor de Importância
Onde:
DR é a densidade relativa;
IVI  DR  FR  DoR
FR é a freqüência relativa;
DoR é a dominância relativa.
Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H´) e de equabilidade de
Pielou (J´) dos dois estratos (arbóreo e regenerante), assim como índice de
similaridade de Sørensen foram calculados com o uso do mesmo software.
Pretende-se, como a similaridade entre estratos, discutir se a regeneração que
ocorre no Talhão 23 é proveniente das árvores plantadas no início do século
XX ou proveniente de outros locais.
5.3.
Processamento e análise de dados em ambiente SIG
Com auxilio do software ArcGIS 9.2, licenciado para o Laboratório de
Geoprocessamento (prof. Dr. Silvio Ferraz), do Departamento de Ecologia,
UNESP, Rio Claro, SP, o Talhão 23 foi georreferenciado e vetorizado para
facilitar visualizações e interpretações dos dados levantados em campo.
Dados como abertura de dossel, riqueza de espécies, índices de
diversidade e equabilidade, foram inseridos no banco de dados, e a partir
deste, foram gerados arquivos através do método de interpolação Natural
Neiborghod (Sambridge et al., 1995). Cabe ressaltar que os dados utilizados
para as análises estatísticas não foram gerados através de interpolações,
sendo estas simplesmente para facilitar a visualização e interpretação dos
dados, conforme indicado por Perry et al. (2002).
Onde n é o número de pontos amostrados; f é o
Natural Neiborghod
n
F ( x, y )   wi f i
i 1
valor da variável a ser interpolada, e w
representa a função matemática que varia
linearmente de um ponto (xi, yi) a outro (xj, yj),
onde i ≠ j.
32
O projeto desenvolvido em ambiente SIG está disponibilizado no CDROM que acompanha este volume (Apêndice 1) e deve servir para facilitar
visualizações e interpretações do leitor, além de oferecer um recurso didático
para disciplinas como Ecologia de Comunidades, entre outras.
5.4.
Análise dos Padrões de Distribuição Espacial
Análises do padrão de distribuição espacial das espécies de linhas de
plantio utilizaram um recurso do ArcGIS para calcular, com precisão, a
distância das parcelas até o indivíduo mais próximo das linhas de plantio da
espécie x. Como são 39 espécies remanescentes, foram criados arquivos
raster e tabelas referentes a estas, individualmente. Esse método é bastante
similar ao empregado por Clark e Clark (1984), onde foi utilizado para testar a
teoria de Jazen-Connell em uma floresta tropical.
Figura 9: Exemplo do arquivo raster de distância criado, para posterior análise do padrão
de distrubição.
O arquivo raster criado considerou os indivíduos remanescentes das
linhas de plantio, gerando, através de distância euclidiana, zonas mais
distantes do indivíduo mais próximo da espécie da linha de plantio. Na Figura
9, por exemplo, a espécie Anadenanthera colubrina foi plantada em três linhas
33
de plantio e, em todas elas há remanescentes. Com isso, as parcelas mais
distantes são as mais escuras, afastadas dos indivíduos.
Com uma segunda função, “Zonal Statistics”, criou-se uma tabela com a
distância do indivíduo da linha de plantio da espécie x mais próximo até as
parcelas (Tabela 1). A distância é calculada pela média de valores de pixel
incluída dentro de uma parcela de 100m2, no caso do estrato arbóreo, e 360
m2, no caso do estrato regenerante.
Tabela 1: Exemplo da tabela de distância criada para a análise posterior de padrão de
distribuição. Distância da parcela até o indivíduo mais próximo da linha de plantio.
Distância dada em metros.
Parcelas Distância A. colubrina Distância A. leiocarpa Distância A. polyneuron ...
01 G
01 I
01 L
02 F
02 H
02 J
03 G
03 I
04 F
04 H
04 J
05 G
05 I
06 F
06 H
07 E
07 G
07 I
08 F
08 H
09 E
09 G
09 I
10 F
10 H
11 E
11 G
11 I
12 D
12 F
12 H
14 D
13 E
15 E
14 F
13 G
15 G
13 I
14 H
15 I
17 C
16 H
16 F
109,31
109,95
110,38
98,74
99,91
99,92
89,48
90,00
78,80
79,97
79,97
69,52
69,90
58,87
60,02
48,86
49,73
49,96
38,81
39,94
28,98
29,96
30,01
18,98
20,03
9,31
10,12
9,93
11,98
3,63
3,07
23,68
11,72
14,39
19,40
10,27
12,96
10,08
18,85
12,92
22,48
3,52
3,87
112,97
112,96
113,37
103,01
102,91
102,92
93,02
93,01
83,09
82,96
82,97
72,93
72,91
63,19
63,02
54,79
52,99
52,96
43,17
42,93
35,88
33,06
33,02
23,46
23,00
19,11
13,06
12,94
24,21
5,80
3,82
29,49
15,77
30,46
17,77
7,37
27,07
7,14
17,17
27,02
58,10
37,08
37,36
5,33
19,84
10,84
17,99
17,13
24,35
24,19
30,87
35,84
35,41
39,42
44,20
48,18
55,14
54,87
67,37
64,12
66,93
74,94
74,74
86,56
84,05
86,21
94,71
94,55
106,18
104,14
105,89
118,11
114,55
114,41
137,61
125,80
145,51
134,57
124,09
144,03
125,56
134,45
145,30
169,12
154,36
154,46
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
34
Parcelas
Distância A. colubrina
Distância A. leiocarpa
Distância A. polyneuron
...
16,28
9,62
7,33
4,54
13,99
4,08
12,36
4,60
7,81
9,07
17,34
27,30
38,65
44,16
49,16
47,14
75,19
61,86
68,52
57,20
67,08
88,72
80,76
93,42
106,52
119,91
157,12
165,43
164,13
188,54
176,72
185,23
174,36
184,07
200,63
196,54
208,06
219,99
232,21
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
16 D
17 E
17 G
19 C
18 D
19 E
18 F
19 G
20 B
20 D
21 C
22 B
23 A
A partir dessa matriz e da matriz de abundância de uma dada espécie
por parcela, sendo esta uma espécie ocorrente em linhas de plantio, foi
análisado o padrão de distribuição com a correlação de Pearson, entre a
distância da linha e sua respectiva abundância por parcela.
Outras análises do padrão de distribuição feitas utilizaram o Índice de
Payandeh (PAYANDEH, 1970), fornecido pelo software Mata Nativa 2.
Nascimento et al. (2001) também utilizaram este índice para suas análises em
uma amostra de floresta ombrófila mista. Payandeh (1970) fez uma
comparação de diversos índices de agregação, apresentando esse método
como satisfatório e de simples utilização.
Índice de Payandeh
V
Pi 
M
5.5.
Onde P é um índice não randômico, usad com o
método de parcelas, V é a variância do número de
árvores por parcela e M é a média do número de
árvores por parcela.
Análise de Similaridade
Moura (1997) descreve que a análise de agrupamento é uma técnica
utilizada para formar grupos de objetos, investigando relações entre as
amostras. Esta técnica, dada seu caráter exploratório, foi o primeiro passo para
a visualização gráfica do agrupamento das parcelas em termos de semelhança
florística. Através desse método também foi analisada a similaridade do
presente estudo com os demais trabalhos realizados na FEENA.
35
Para tais análises foi usado o índice de Sørensen (MAGURRAN, 1988),
através do software PC-ORD for Windows versão 4.14 (McCUNE &
MEFFORD, 1999), utilizando o coeficiente de dissimilaridade de Bray-Curtis.
Este método baseia-se na junção de grupos semelhantes utilizando como
critério de ligação o de média de distância.
Para confecção do dendrograma de similaridade florística dentro do
Talhão 23, foram utilizados os dados linearizados (ln (x+1)) de abundância das
espécies. Foram retiradas da matriz as espécies raras, isto é, aquelas que
registraram somente um indivíduo. Esse procedimento foi realizado para os
estratos arbóreo e regenerante.
Para as análises de similaridade florística entre talhões foi usada uma
matriz de presença e ausência para as espécies encontradas na FEENA no
estrato arbóreo, na qual sinonímias foram corrigidas, espécies sem
identificação completa (a nível de gênero, ou família) e também espécies de
lianas, incluídas na amostragem de alguns autores, foram excluídas. Os
trabalhos que foram usados para essa análise foram Schlittler (1984), Amaral
(1988), Takahasi (1992), Talora (1992), Moura (1997), Socolowski (2000), Leite
(2002), Anselmo (2003), Côrrea (2004), Nishio (2004), Diniz (2006), Prata
(2006), Guerin (2007) e o presente trabalho, aqui intitulado de “Silva (2008)”,
conforme apresentado na Figura 28.
5.6.
Análise de Abertura de Dossel
Considerando que as análises de abertura de dossel foram feitas para
cada parcela, tanto no estrato arbóreo como regenerante, avaliou-se a
correlação existente entre esta variável e número de indivíduos e riqueza de
espécies por parcela, através da correlação de Pearson. O coeficiente de
Pearson (r) pode variar de 1 a –1 e, quanto mais próximos desses valores,
mais forte será a associação das variáveis em estudo, tratando-se de um valor
próximo ao zero, não há correlação, e quando se dá próximo ao 1 ou -1, a
variável apresenta correlação positiva ou negativa, respectivamente.
36
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1.
Solos
De acordo com o Plano de Manejo da FEENA (REIS, 2005), o solo do
Talhão 23 foi classificado como Argissolo Vermelho Eutrófico. Os resultados da
análise física são encontrados na Tabela 2 e da análise química na Tabela 3.
Tabela 2: Análise granulométrica das amostras de solo coletadas no Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP.
Areia (%)
Amostra
Argila (%)
Silte (%)
Grossa
Fina
Total
Baixa
51
8
15
23
26
Alta
47
8
14
22
31
Tabela 3: Análise química do solo coletado no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP. m:
Saturação por alumínio, MO: Matéria Orgânica; SB: Soma das Bases; CTC: Capacidade
de Troca Catiônica; V: Saturação por bases.
m
M.O.
pH
K
Ca Mg H+Al
Al
SB
CTC
V
Amostra
3
(mmolc/dm )
(%)
(%)
(CaCI2)
Baixa
0,010
46
5,2 2,4 55
15
38
0,7 72,4 110,4 65,580
Alta
0,004
44
5,2 1,3 62
12
31
0,3 75,3 106,3 70,837
Os resultados de solo foram utilizados somente para uma caracterização
pedológica, visto que não foi encontrada nenhuma variação significativa entre
as amostras na porção superior e inferior.
Conforme ressalta Guerin (2007), apesar da existência de um mapa
pedológico da Unidade, para análises que levem em consideração o solo como
uma variável que influência na dinâmica da vegetação, é necessário que
análises de solo sejam feitas nos trabalhos da FEENA, permitindo futuras
análises entre a composição florística dos talhões e sua relação com a
estrutura edáfica do mesmo.
37
6.2.
Linhas de Plantio
O Talhão 23 pode ser considerado um dos plantios de espécies nativas
mais antigos implantados no país. De acordo com Kageyama e Gandara
(2001), os primeiros plantios mistos de espécies nativas, porém não bem
divulgados como método científico, foram os da Floresta da Tijuca, e onde se é
atualmente o Parque Nacional do Itatiaia, ambos no Estado do Rio de Janeiro.
O plantio da Tijuca aconteceu entre os anos de 1862 e 1875,
aproximadamente, com o plantio de cerca de 100.000 mudas. Para o plantio do
Itatiaia não foram encontradas informações. Outro plantio antigo mencionado
por Kageyama e Gandara (2001), foi realizado em Cosmópolis, na Usina Éster,
onde se fez um plantio ao acaso sem o uso de espécies pioneiras.
O Talhão 23, por sua vez, teve implantação em 1916 e foi inventariado
periodicamente. Com o presente trabalho, procurou-se avaliar o estado de
conservação das linhas de plantio realizadas em 1916 e 1922, e para isso
foram contabilizados os indivíduos vivos, localizados nas linhas de plantio.
Algumas linhas ainda encontram-se bem definidas, com muitos indivíduos,
enquanto outras linhas não restaram indivíduo algum (Figura 10).
Figura 10: Linhas de
plantio
de
Luehea
divaricata, à esquerda, e
Patagonula americana, à
direita.
Com os dados do levantamento de 1957 em mãos, foram feitas algumas
análises quanto à conservação das linhas, distribuição das espécies plantadas
em classes sucessionais, de acordo com a síndrome de dispersão e presença
38
ou ausência nos estratos estudados (arbóreo e regenerante). Infelizmente, os
dados referentes ao plantio realizado em 1916 foram perdidos, e não se sabe
quantos indivíduos foram plantados (Tabela 4).
39
Tabela 4 Espécies plantadas em linhas no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP. Com a indicação do número da linha (#), ano de plantio, número de
indivíduos em 1957 (dados não publicados) e em 2007. Na coluna “1”, temos as espécies que ainda são encontradas em linhas de plantio. Na
regeneração: A-Arbóreo, considerando linhas de plantio, B-Arbóreo sem considerar as linhas de plantio, C-Regenerante. Dispersão: AneAnemocórico, Zoo-Zoocórico, Aut-Autocórico. Classe Sucessioanal: NC-Não Classificada.
#
Espécie
Família
Ano
Número de árvores:
em 1957 em 2007 Perdidas
15
2
13
X
Regeneração
A
B
C
X
X
12
X
X
X
X
Ane
S.Tardia
13
X
X
X
X
Ane
S.Tardia
Zoo
S.Tardia
X
Zoo
S.Tardia
-
-
1
Class. Ecológica
Disper. Classe
Ane
S.Tardia
1
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.
Apocynaceae
1916
2
Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg.
Apocynaceae
1916
26
14
3
Astronium graveolens Jacq.
Anacardiaceae
1916
18
5
4
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh.
Fabaceae
1916
13
2
11
X
X
5
Holocalyx balansae Micheli
Fabaceae
1916
20
7
13
X
X
6
Ficha Perdida
7
Myroxylon peruiferum L. f.
Fabaceae
1916
27
7
20
X
X
X
Ane
S.Tardia
8
Cedrela fissilis Vell.
Meliaceae
1916
4
1
3
X
X
X
Ane
S.Tardia
9
Luehea divaricata Mart.
Malvaceae
1916
18
8
10
X
X
X
Ane
S.Tardia
10
Patagonula americana L.
Boraginaceae
1916
18
8
10
X
X
X
X
Ane
S.Tardia
11
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Rutaceae
1916
12
5
7
X
X
X
X
Ane
S.Tardia
12
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud.
Moraceae
1916
11
0
11
13
Croton piptocalyx Muell. Arg
Euphorbiaceae
1916
1
0
1
14
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Fabaceae
1916
29
18
11
X
X
15
Metrodorea nigra A. St.-Hil.
Rutaceae
1916
16
5
11
X
X
16
Ocotea odorífera (Vellozo) Rohwer
Lauraceae
1922
3
0
17
Nectandra sp.
Lauraceae
1916
1
0
18
Nectandra lanceolata Ness & Mart. Ex Nees
Lauraceae
1916
15
0
19
Esenbeckia leiocarpa Engl.
Rutaceae
1916
16
11
5
X
X
X
X
Zoo
NC
20
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Fabaceae
1916
16
10
6
X
X
X
X
Ane
S.Tardia
21
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Fabaceae
1916
6
1
5
X
X
X
X
22
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo
Bignoniaceae
1922
17
14
3
X
X
23
Myroxylon peruiferum L. f.
Fabaceae
X
X
24
Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barnaby
Fabaceae
1916
2
0
25
Carpotroche brasiliensis (Raddi) A. Gray
Flacourtiaceae
1916
10
0
26
Lafoensia pacari A.St.-Hil.
Lythraceae
1916
12
0
12
27
Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg.
Apocynaceae
1916
2
4
0
Zoo
S.Inicial
X
Aut
Pioneira
X
X
Zoo
S.Tardia
X
X
Aut
S.Inicial
3
Zoo
S.Tardia
1
-
-
15
Zoo
S.Tardia
Aut
S.Inicial
Ane
S.Tardia
Ane
S.Tardia
2
Aut
S.Inicial
10
Zoo
S.Inicial
4
X
X
X
X
X
Aut
S.Inicial
Ane
S.Tardia
40
#
Espécie
Família
Ano
Número de árvores:
em 1957 em 2007 Perdidas
4
0
4
1
Regeneração
A
B
C
Class. Ecológica
Disper. Classe
Aut
NC
28
Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby
Fabaceae
1916
29
Joannesia princeps Vell.
Euphorbiaceae
1916
16
13
3
X
X
30
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
Phytolaccaceae
1916
3
1
2
X
31
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth.
Fabaceae
1916
9
7
2
X
32
Ficha Perdida
33
Bastardiopsis densiflora (Hook. & Arn.) Hassler
Malvaceae
1916
7
0
7
34
Trichilia claussenii C. DC.
Meliaceae
1916
19
9
10
X
X
X
X
35
Savia dictyocarpa Müll. Arg.
Euphorbiaceae
1916
9
6
3
X
X
X
X
36
Platypodium elegans Vogel
Fabaceae
1916
11
4
7
X
X
37
Myracrodruon urundeuva Allemão
Anacardiaceae
1922
10
4
6
X
X
38
Metrodorea stipularis Mart.
Rutaceae
1916
12
6
6
X
X
39
Ficha Perdida
40
Enterolobium timbouva Mart.
Fabaceae
1916
7
41
Psidium sp.
Myrtaceae
1916
16
42
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis
Fabaceae
1916
20
19
1
X
X
X
X
Aut
NC
43
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Fabaceae
1916
37
13
24
X
X
X
X
Ane
S.Inicial
44
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr.
Fabaceae
1916
15
11
4
X
X
Ane
S.Tardia
45
Plathymenia reticulata Benth.
Fabaceae
1916
15
5
10
X
X
Ane
NC
46
Não Identificada
Não Identificada
-
-
47
Pterogyne nitens Tul.
Fabaceae
1916
15
1
14
48
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel
Fabaceae
1916
6
0
6
49
Ficha Perdida
50
Colubrina glandulosa Perkins
Rhamnaceae
1916
20
11
9
X
X
51
Tabebuia vellosoi Toledo
Bignoniaceae
1916
13
2
11
X
X
52
Laranjeira
1916
8
0
8
53
Lecythis pisonis Cambess.
Lecythidaceae
1916
17
16
1
X
X
54
Inga striata Benth.
Fabaceae
1916
12
0
12
55
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Fabaceae
1916
27
3
24
X
X
56
Ficha Perdida
57
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan
X
X
Zoo
S.Inicial
X
Ane
S.Tardia
X
Ane
S.Tardia
-
-
0
37
S.Inicial
Zoo
NC
NC
Ane
S.Tardia
Aut
S.Tardia
0
-
-
0
7
Zoo
S.Inicial
0
16
-
-
2
1916
S.Tardia
Ane
X
X
X
X
X
X
X
X
0
Fabaceae
Aut
Zoo
0
X
Ane
S.Inicial
Ane
S.Inicial
-
-
Aut
S.Inicial
Ane
NC
-
-
X
Zoo
S.Inicial
Zoo
NC
X
Ane
S.Tardia
0
-
-
37
Aut
S.Inicial
X
41
#
Espécie
Família
58
Cedrela fissilis Vell.
Meliaceae
59
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Fabaceae
60
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Lecythidaceae
61
Copaifera sp.
Fabaceae
62
Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & Grmies
63
64
65
Ficha Perdida
66
Ano
1916
Número de árvores:
em 1957 em 2007 Perdidas
1
0
1
1
Regeneração
A
B
C
X
X
37
13
24
X
X
1916
11
6
5
X
X
1916
1
0
1
-
-
Fabaceae
1916
13
0
13
Ane
S.Inicial
Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A. DC.) Standl.
Bignoniaceae
1916
2
0
2
Ane
S.Tardia
Erythroxylum pulchrum A. St.-Hil.
Erythroxylaceae
1916
20
18
2
Zoo
S.Tardia
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Meliaceae
1916
11
2
9
X
67
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl.
Sapotaceae
1916
3
3
0
X
68
Jacarandá do Rio
Bignoniaceae
1916
14
0
14
-
-
69
Cyclolobium vecchii A. Samp. Ex Hoehne
Fabaceae
1916
7
0
7
Ane
NC
70
Jacaranda acutifolia Humb. & Bonpl.
Bignoniaceae
1916
13
0
13
71
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Fabaceae
1916
12
7
5
72
Ficha Perdida
73
Myroxylon peruiferum L. f.
Fabaceae
1916
27
6
74
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Fabaceae
1916
29
75
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae
1916
76
Acacia polyphylla DC.
Fabaceae
1916
77
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Fabaceae
78
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.
Fabaceae
79
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake
80
81
X
X
X
X
X
Class. Ecológica
Disper. Classe
Ane
S.Tardia
X
0
X
X
X
X
X
21
X
X
X
8
21
X
X
X
8
0
1
0
1916
27
4
23
X
X
1916
9
0
9
X
X
Fabaceae
1916
7
0
7
X
X
Congonha
Cunoniaceae
1916
1
0
Jacarandá
Bignoniaceae
1916
3
0
82
Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna
Malvaceae
1916
3
3
0
X
X
83
Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Rhamnaceae
1916
20
3
17
X
X
84
Enterolobium timbouva Mart.
Fabaceae
1916
7
0
85
Ficha Perdida
86
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
X
X
0
Lecythidaceae
1916
11
2
Ane
S.Inicial
Ane
S.Tardia
-
-
Zoo
S.Tardia
Zoo
S.Tardia
Ane
NC
Ane
S.Inicial
-
-
Ane
S.Tardia
Zoo
S.Tardia
8
Zoo
S.Tardia
1
Aut
S.Inicial
X
Ane
S.Tardia
X
Ane
S.Tardia
Ane
Pioneira
1
-
-
3
-
-
Ane
S.Tardia
Zoo
S.Inicial
7
Zoo
S.Inicial
0
-
-
Ane
S.Tardia
9
X
X
X
X
X
X
42
Os nomes taxonômicos das linhas de plantio foram atualizados, assim
como os erros taxonômicos encontrados. Analisando os documentos de 1957,
com informações das linhas de plantio, constatou-se que 8 fichas encontravamse perdidas, ou, talvez, as linhas correspondentes às fichas já não existiam
naquele período, considerando o intervalo de 41 anos, entre os anos de 1916 e
1957. Atualmente, das 86 linhas de plantio, restam apenas 48 linhas,
correspondendo a cerca de 55% (
Tabela 5).
Tabela 5: Linhas remanescentes nos diferentes anos de medição.
Número de Linhas de Plantio
N
%
em 1957
78 90,70
em 2007
48 55,81
Fichas perdidas ou sem exemplares em 1957 8
9,30
Total
86 100,00
Com a análise da Tabela 4, temos que em 1957 existiam 67 espécies
distribuídas em 991 indivíduos, enquanto em 2007, restavam apenas 334
indivíduos
distribuídos
por
39
espécies.
predominantemente, em 1916. Apenas
cerca de 3,5% das linhas foram plantas
em 1922, a data da primeira medição do
talhão, provavelmente representam as
linhas que não tiveram sucesso no
As
linhas
foram
plantadas,
Tabela 6: Data do plantio das linhas.
Data de Plantio
N
%
1916
72
83,72
1922
3
3,49
Sem informação
11
12,79
Total
86
100,00
plantio e foram substituídas (Tabela 6).
Como a preocupação no momento do plantio foi de caráter silvicultural,
não houve a implementação de uma diversidade de grupos ecológicos. Na
Tabela 7 podemos analisar a síndrome de dispersão e classificação sucessional
das espécies.
Tabela 7: Classificação ecológica das espécies plantadas em linhas.
1957
2007
1957
Síndrome de Dispersão
Classe Sucessional
N
%
N
%
N
%
N
Autocórica
Anemocórica
Zoocórica
Não Classificada
Total
0
9
23
7
39
12
28
19
8
67
17,91
41,79
28,36
11,94
100,00
5
21
12
1
39
12,82
53,85
30,77
2,56
100,00
Pioneira
Secundária Inicial
Secundária Tardia
Não Classificada
Total
2
18
29
18
67
2,99
26,87
43,28
26,87
100,00
2007
%
0,00
23,08
58,97
17,95
100,00
43
No que tange a regeneração natural da área através dos diásporos
fornecidos pelas linhas de plantio existentes, neste caso, consideradas com
árvores matrizes e fontes de sementes, foram obtidos dados preocupantes em
relação à manutenção da diversidade de espécies neste talhão. Das 39
espécies remanescentes, apenas 22 encontram-se no estrato arbóreo, sem
levarmos em consideração as linhas de plantio, que, devido ao critério de
inclusão, entraram na amostra. Outras 15 espécies encontram-se presentes
unicamente através dos exemplares plantados no início do século, sem
qualquer regeneração no estrato arbóreo ou regenerante. No estrato
regenerante apenas 21 espécies estão sendo recrutadas; além destas, foi
encontrado um exemplar de Croton piptocalyx, espécie plantada em 1916, sem
indivíduos remanescentes, e sem indivíduos no estrato arbóreo (Tabela 8).
Tabela 8: Regeneração das espécies plantadas em estratos inferiores
regenerante) no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP.
Regeneração das espécies de linhas de plantio nos diferentes estratos
Espécies presentes no estrato arbóreo, desconsiderando as linhas de plantio
Espécies presentes no estrato arbóreo unicamente através das linhas de plantio
Espécies presentes no estrato arbóreo
Espécies presentes no estrato arbóreo, não amostradas em parcelas
Espécies presentes no estrato regenerante
Espécies das Linhas de Plantio existentes em 2007
6.3.
(arbóreo e
N
22
15
37
2
21
39
%
56,41
38,46
94,87
5,13
53,85
100,00
Florística e Fitossociologia
Foram encontradas 86 espécies amostradas no estrato arbóreo e
regenerante. Destas, 58 encontram-se no estrato arbóreo e, coincidentemente,
outras 58 espécies encontram-se no estrato regenerante. Para que fosse
atingida uma suficiência amostral, foi elaborada a curva do coletor, segundo o
proposto por Ugland et al. (2003), com ajuda do software EstimateS 7.51
(COWELL, 2006) (Figura 11), que representa o esforço de 40,3% e 14,5% da
área estudada (ou seja, o limite do Talhão 23, 1,39 hectares), para o estrato
arbóreo e regenerante, respectivamente. A curva do coletor revela que o
esforço amostral foi suficiente, atingindo a estabilidade próxima a 45ª unidade
amostral, para ambos os estratos.
44
70
60
Espécies
50
40
30
20
10
0
1
3
5
7
9
11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55
Figura 11: Curva
do Coletor dos
estratos arbóreo e
regenerante.
Unidades Amostrais
Arbórea
Regenerante
Foram amostrados 1276 indivíduos no estrato arbóreo, sendo que desde,
157 são indivíduos remanescentes dos plantios realizados em linha, em 1916 e
1922. Tais indivíduos também entraram nas análises dos parâmetros
fitossociológicos, sendo retirados das análises somente quando atuavam como
uma variável a ser levada em consideração como, por exemplo, nas análises de
padrões de distribuição espacial dependentes das linhas de plantio. 115
indivíduos estavam mortos e foram levados em consideração por ainda
ocuparem seu espaço na comunidade, ou seja, por estarem como indivíduos
em pé. No estrato regenerante foram amostrados 1615, sendo que destes, 47
encontravam-se mortos.
Conforme apresentado na Tabela 9, as espécies encontradas são
predominantemente as espécies plantadas, com poucas espécies vindas de
outras fontes dispersoras.
45
Tabela 9: Listagem das espécies encontradas nos estratos arbóre e regenerante do Talhão 23 (Espécies Nativas) da FEENA, Rio Claro, SP. Na
coluna 1916, têm-se as espécies plantadas nessa data; na coluna 2007, as espécies plantadas, com remanescentes em 2007. Dispersão: AneAnemocórico, Zoo-Zoocórico, Aut-Autocórico. Classe Sucessional: Pioneira, S. Tardia (Secundária Tardia), S. Inicial (Secundária Inicial),
Umbrófila, NC (Não Classificada).
Família Espécie
Estrato
1916 2007 Dispersão
Classe
Anacardiaceae
Astronium graveolens Jacq.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Ane
S.Tardia
Myracrodruon urundeuva Allemão
Arbórea
X
X
Ane
S.Tardia
Apocynaceae
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Ane
S.Tardia
Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Ane
S.Tardia
Araliaceae
Aralia excelsa (Griseb.) J. Wen
Arbórea
Arecaceae
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Regenerante
Zoo
S.Inicial
Bignoniaceae
Jacaranda sp.
Regenerante
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo
Arbórea
X
X
Ane
S.Tardia
Tabebuia vellosoi Toledo
Arbórea
X
X
Ane
NC
Boraginaceae
Patagonula americana L.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Ane
S.Tardia
Caricaceae
Carica papaya L.
Arbórea
Zoo
S.Tardia
Erythroxylaceae
Erythroxylum pulchrum A. St.-Hil.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Zoo
S.Tardia
Euphorbiaceae
Alchornea glandulosa Poepp.
Regenerante
Aut
S.Inicial
Croton piptocalyx Muell. Arg
Regenerante
X
Aut
Pioneira
Joannesia princeps Vell.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Zoo
S.Inicial
Mabea fistulifera Mart.
Regenerante
Zoo
Pioneira
Pera obovata (Klotzsch) Baill.
Regenerante
Aut
S.Inicial
Savia dictyocarpa Müll. Arg.
Arbóreo e Regenerante
X
X
Zoo
NC
46
Família Espécie
Fabaceae
Abarema lusoria (Benth.) Barn. & Grimes
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr.
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth.
Holocalyx balansae Micheli
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh.
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel
Myroxylon peruiferum L. f.
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Plathymenia reticulata Benth.
Platypodium elegans Vogel
Pterogyne nitens Tul.
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Lauraceae
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
Lecythidaceae
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Lecythis pisonis Cambess.
Malvaceae
Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna
Luehea divaricata Mart.
Pavonia cf. communis A. St.-Hil.
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns
Meliaceae
Cedrela fissilis Vell.
Estrato
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
Arbórea
Arbórea
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
1916
2007
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Arbóreo e Regenerante
Dispersão
Classe
Zoo
Ane
Ane
Aut
Ane
Ane
Ane
Zoo
Zoo
Ane
Ane
Ane
Aut
Ane
Ane
Ane
Ane
Zoo
S.Inicial
S.Inicial
S.Tardia
NC
S.Tardia
S.Inicial
S.Tardia
S.Tardia
S.Tardia
S.Tardia
S.Inicial
S.Tardia
S.Inicial
NC
NC
S.Inicial
Pioneira
S.Tardia
Zoo
S.Tardia
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
X
X
X
X
Ane
Zoo
S.Tardia
S.Inicial
Arbórea
Arbórea
Regenerante
Arbórea
X
X
X
X
Ane
Ane
Zoo
Ane
S.Tardia
S.Tardia
S.Inicial
Arbórea
X
X
Ane
S.Tardia
47
Família
Espécie
Trichilia catigua A. Juss.
Trichilia claussenii C. DC.
Myrtaceae
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg
Eucalyptus tereticornis Sm.
Eugenia blastantha (O. Berg) D. Legrand
Eugenia florida DC.
Eugenia paracatuana O. Berg
Myrcia fallax (Rich.) DC.
Plinia cf. coronata (Mattos) Mattos
Syzygium jambos (L.) Alston
Nyctaginaceae
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Phytolaccaceae
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
Seguieria floribunda Benth.
Picramniaceae
Picramnia sellowii Planch.
Piperaceae
Piper amalago L.
Piper dilatatum Rich.
Piper glabratum Kunth
Piper mollicomum Kunth
Pothomorphe umbellata (L.) Miq.
Pittosporaceae
Pittosporum undulatum Vent.
Rhamnaceae
Colubrina glandulosa Perkins
Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Rubiaceae
Chomelia obtusa Cham. & Schltdl.
Estrato
Arbóreo e Regenerante
Arbóreo e Regenerante
Dispersão
Zoo
Zoo
Classe
S.Inicial
S.Inicial
Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
Regenerante
Regenerante
Arbórea
Regenerante
Zoo
Ane
Zoo
Zoo
Zoo
Zoo
Zoo
Zoo
S.Tardia
S.Tardia
Um
S.Inicial
Um
S.Inicial
S.Inicial
-
Arbórea
Zoo
Um
Ane
Ane
S.Tardia
S.Inicial
Regenerante
Zoo
Um
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
Regenerante
Regenerante
Regenerante
Zoo
Zoo
Zoo
Zoo
Zoo
Um
Um
Um
Um
Um
Arbóreo e Regenerante
Zoo
-
Aut
Zoo
S.Inicial
S.Inicial
Zoo
Um
Arbórea
Arbórea
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
1916
2007
X
X
X
X
X
X
X
X
48
Família
Espécie
Coffea arabica L.
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum.
Estrato
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
1916
2007
Dispersão
Zoo
Ane
Classe
Um
S.Inicial
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
Regenerante
Arbóreo e Regenerante
Arbórea
Arbóreo e Regenerante
Arbóreo e Regenerante
Regenerante
Regenerante
X
X
X
X
X
X
X
X
Ane
Aut
Zoo
Aut
Aut
Aut
Zoo
Zoo
S.Tardia
Um
NC
S.Inicial
S.Inicial
S.Tardia
Pioneira
Regenerante
Ane
S.Tardia
Arbóreo e Regenerante
Zoo
S.Inicial
Zoo
S.Tardia
Regenerante
Regenerante
Regenerante
Zoo
Zoo
Zoo
S.Inicial
Arbórea
Zoo
Pioneira
Regenerante
Aut
Um
Rutaceae
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Citrus limonum Risso
Esenbeckia grandiflora Mart.
Esenbeckia leiocarpa Engl.
Galipea jasminiflora (A. St.-Hil.) Engl.
Metrodorea nigra A. St.-Hil.
Metrodorea stipularis Mart.
Murraya paniculata (L.) Jack
Zanthoxylum caribaeum Lam.
Salicaceae
Casearia gossypiosperma Briq.
Sapindaceae
Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.
Sapotaceae
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl.
Solanaceae
Solanaceae sp.1
Solanaceae sp.2
Solanum argenteum Dunal
Urticaceae
Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd.
Violaceae
Hybanthus atropurpureus (A. St.-Hil.) Taub.
Arbóreo e Regenerante
X
X
49
6.3.1. Estrato Arbóreo
As famílias que mais se destacaram foram Fabaceae (17), Rutaceae (5),
Meliaceae (3), Malvaceae (3) e Myrtaceae (3), correspondendo a 53% das espécies
encontradas (Figura 12). Rodrigues (1999) relatou que o subosque de florestas
estacionais semidecíduas é caracterizado pela presença dessas mesmas famílias.
18
N Espécies Arbóreas
16
14
12
10
8
6
4
2
Fa
b
ac
R u ea e
t ac
Ma e a e
lva
c
Me eae
li a
ce
ae
My
An
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e
r
ac
Sa
pin eae
d
S a a ce a
po
tac e
e
Ur
tic ae
ac
ea
e
0
100
Freqüência Arbóreas
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Fa
ba
Me c e a e
Er
yth li ace
a
rox
yla e
c
R u eae
ta
Rh
a m ce a
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na
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Ar ceae
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Ca
e
ri c ae
ac
ea
Ur
e
t
Sa icace
pin
ae
da
ce
ae
0
Figura 12: Famílias
do estrato arbóreo,
com maior riqueza
(acima) de espécies e
maior freqüência
(abaixo).
A freqüência de ocorrência das famílias encontra-se distribuída principalmente
entre Fabaceae, Meliaceae e Erythroxylaceae, para ambos os estratos, alternando
somente a ordem de freqüência destas (Figura 12). Fabaceae encontra-se
amplamente distribuída devido às linhas de plantio, visto que das 39 espécies em
linhas de plantio, 13 são Fabaceae.
As espécies com maiores valores de IVI encontrados foram Erythroxylum
pulchrum, Anadenanthera colubrina, Trichilia claussenii, Mortas, Joannesia princeps,
todas espécies presentes nas linhas de plantio. A ordenação das espécies mais
50
abundantes mostra-se similar à ordenação de IVI (Figura 13), com exceção da A.
colubrina que, apesar de estar em 4ª na ordenação por abundância, apresenta a
maior área basal, e conseqüentemente, dominância relativa, tornando-se 2ª
colocada na ordenação por IVI. Foram plantadas 3 linhas de plantio desta espécie,
restando, em 2007, 33 indivíduos de grande porte, sendo que um deles atigiu um
valor de 300 cm de perímetro a altura do peito, a maior árvore em circunferência
encontrada no levantamento.
Figura 13: Ordenação por IVI e por abundâncias das espécies do estrato arbóreo.
A Tabela 10 apresenta os parâmetros fitossociológicos principais calculadas
para todas as espécies levantadas na área.
Tabela 10: Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Talhão 23 da FEENA, Rio
Claro, SP, classificados, em ordem decrescente, por IVI. N (Número de Indivíduos), U (Número
de parcelas que ocorre), AB (área basal), DR (densidade relativa), FR (freqüência relativa), DoR
(dominância relativa), IVC (índice de valor de cobertura), IVI (índice de valor de importância).
Nome Científico
N
U
AB
DR
FR
DoR
IVC
IVI
367 45 1,5331 28,76 11,9
5,65 34,415 46,32
Erythroxylum pulchrum
112 38 5,6305
8,78 10,05 20,76 29,541 39,594
Anadenanthera colubrina
241 47 1,1688 18,89 12,43 4,31 23,197 35,631
Trichilia claussenii
Morta
115 42
3,282
9,01 11,11 12,1 21,115 32,227
72
8
3,1623
5,64
2,12 11,66 17,304 19,42
Joannesia princeps
36
18 1,3882
2,82
4,76
5,12
7,94
12,702
Centrolobium tomentosum
34
16
0,8427
2,66
4,23
3,11
5,772
10,005
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides
50
7
0,8508
3,92
1,85
3,14
7,056
8,908
Esenbeckia leiocarpa
13
8
0,9789
1,02
2,12
3,61
4,629
6,745
Myroxylon peruiferum
25
9
0,3536
1,96
2,38
1,3
3,263
5,644
Metrodorea stipularis
19
13 0,1591
1,49
3,44
0,59
2,076
5,515
Trichilia catigua
17
9
0,3913
1,33
2,38
1,44
2,775
5,156
Colubrina glandulosa
16
4
0,712
1,25
1,06
2,63
3,88
4,938
Zollernia ilicifolia
51
Nome Científico
Piptadenia gonoacantha
Chrysophyllum gonocarpum
Luehea divaricata
Patagonula americana
Lecythis pisonis
Aspidosperma ramiflorum
Astronium graveolens
Nectandra megapotamica
Metrodorea nigra
Cedrela fissilis
Holocalyx balansae
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa
Balfourodendron riedelianum
Savia dictyocarpa
Rhamnidium elaeocarpum
Pittosporum undulatum
Dalbergia nigra
Tabebuia heptaphylla
Ceiba speciosa
Apuleia leiocarpa
Cariniana estrellensis
Pterogyne nitens
Gallesia integrifolia
Platypodium elegans
Tabebuia vellosoi
Aspidosperma polyneuron
Lonchocarpus muehlbergianus
Schizolobium parahyba
Piper amalago
Eucalyptus tereticornis
Guapira opposita
Eugenia blastantha
Myracrodruon urundeuva
Plathymenia reticulata
Carica papaya
Machaerium stipitatum
Plinia cf. coronata
Aralia excelsa
Pseudobombax grandiflorum
Abarema lusoria
Urera baccifera
Seguieria floribunda
Allophylus edulis
Coffea arabica
Coutarea hexandra
Galipea jasminiflora
Total
N
11
13
10
6
8
8
6
8
8
3
3
2
4
5
5
5
4
6
1
4
1
1
1
2
2
1
3
2
3
1
2
2
1
1
3
1
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1276
U
9
11
7
4
3
5
4
6
5
3
3
2
2
4
4
4
1
2
1
2
1
1
1
1
2
1
2
2
2
1
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
56
AB
0,4112
0,1659
0,421
0,5367
0,5509
0,3476
0,4467
0,2435
0,0936
0,3408
0,3009
0,3605
0,3059
0,0579
0,045
0,0215
0,2302
0,1024
0,2493
0,1048
0,2299
0,1791
0,1743
0,141
0,0642
0,1387
0,0153
0,0312
0,0081
0,1184
0,008
0,0041
0,0796
0,0497
0,0063
0,0258
0,0036
0,0025
0,0215
0,0154
0,0047
0,0022
0,0018
0,0008
0,0008
0,0008
27,1176
DR
0,86
1,02
0,78
0,47
0,63
0,63
0,47
0,63
0,63
0,24
0,24
0,16
0,31
0,39
0,39
0,39
0,31
0,47
0,08
0,31
0,08
0,08
0,08
0,16
0,16
0,08
0,24
0,16
0,24
0,08
0,16
0,16
0,08
0,08
0,24
0,08
0,16
0,16
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
0,08
100
FR
2,38
2,91
1,85
1,06
0,79
1,32
1,06
1,59
1,32
0,79
0,79
0,53
0,53
1,06
1,06
1,06
0,26
0,53
0,26
0,53
0,26
0,26
0,26
0,26
0,53
0,26
0,53
0,53
0,53
0,26
0,53
0,53
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
0,26
100
DoR
1,52
0,61
1,55
1,98
2,03
1,28
1,65
0,9
0,35
1,26
1,11
1,33
1,13
0,21
0,17
0,08
0,85
0,38
0,92
0,39
0,85
0,66
0,64
0,52
0,24
0,51
0,06
0,12
0,03
0,44
0,03
0,02
0,29
0,18
0,02
0,1
0,01
0,01
0,08
0,06
0,02
0,01
0,01
0
0
0
100
IVC
2,378
1,631
2,336
2,449
2,658
1,909
2,117
1,525
0,972
1,492
1,345
1,486
1,442
0,606
0,558
0,471
1,162
0,848
0,998
0,7
0,926
0,739
0,721
0,677
0,393
0,59
0,292
0,272
0,265
0,515
0,186
0,172
0,372
0,262
0,258
0,174
0,17
0,166
0,158
0,135
0,096
0,087
0,085
0,081
0,081
0,081
200
IVI
4,759
4,541
4,188
3,508
3,452
3,232
3,176
3,112
2,295
2,285
2,138
2,015
1,971
1,664
1,616
1,529
1,427
1,377
1,262
1,229
1,191
1,003
0,986
0,941
0,923
0,854
0,821
0,801
0,794
0,78
0,715
0,701
0,636
0,526
0,523
0,438
0,435
0,43
0,422
0,4
0,36
0,351
0,35
0,346
0,346
0,346
300
52
Sendo o IVI composto pela somatória dos valores de densidade, freqüência e
dominância relativas, decompôs-se o valor de IVI nesses três parâmetros afim de
melhor serem analisados (Figura 14). Essas 10 espécies de maior IVI correspondem
a cerca de 70% da área basal total da comunidade amostrada. Todas as espécies
apresentadas na Figura 14 foram plantadas em linhas e, dessa forma, podemos
concluir que as espécies que conseguiram destacar-se na comunidade foram E.
pulchrum e A. colubrina, espécies também encontradas destacando-se no trabalho
de Santos (1999), com maior freqüência e dominância, respectivamente. Supõe-se
que tais espécies tenham se destacado devido ao fato de serem exóticas regionais,
ou seja, nativas do Estado de São Paulo, porém características de outras formações
florestais, no caso, Floresta Ombrófila (MENDONÇA, 1999; SMA, 2006).
Porcentagem %
35
30
25
20
15
10
5
DR
lar
is
tip
u
M.
s
a
if e
rum
M.
pe
ru
lei
oc
a rp
E.
ph
oro
ide
s
um
FR
C.
pe
lto
tos
C.
J.
t om
en
pri
n
ce
ps
rta
Mo
nii
T.
c
lau
ss
e
a
olu
bri
n
A.
c
E.
pu
lc
hru
m
0
DoR
Figura 14: Decomposição do IVI em Densidade relativa (DR), Freqüência relativa (FR) e
Dominância relativa (DoR) das espécies arbóreas.
T. claussenni apresenta a maior freqüência de todas as espécies, sendo
encontrada em 47 das 56 parcelas amostradas. Sua alta freqüência deve-se aos
dispersores, principalmente aves (GONDIM, 2001), cujo hábito restringe-se,
principalmente, ao subosque (WILLIS, 2003). A altura média dos indivíduos
amostrados é de 7 metros de altura, sendo pertencente ao estrato inferior da mata,
que apresenta indivíduos emergentes de cerca de 25 metros.
J. princeps, espécie com grandes frutos, dispersos por paca (Agouti paca)
(MAIA, 1985), animal pouco avistado na FEENA, relatado somente por entrevistas
53
(REIS, 2005), apresentou uma elevada dominância, devido ao grande porte de suas
árvores. Sua dispersão parece ser dificultada devido aos poucos dispersores de
frutos grandes presentes na FEENA, existindo apenas o registro de Schlittler (1984)
para a presença dessa espécie nesta unidade.
C. tomentosum, 6ª colocada na ordenação por IVI, apresenta elevada
dominância devido às suas 3 linhas de plantio, totaliza 17 indivíduos, sendo que 8
deles foram amostrados. Corrêa (2004), em seu estudo realizado no talhão
adjacente, encontrou C. tomentosum como a 9ª espécie na classificação por IVI.
As outras espécies, C. pluviosa var. peltophoroides, E. leiocarpa, M.
peruiferum, M. stipularis, foram amostradas em poucos trabalhos realizado na
FEENA (Schlittler, 1984; Amaral, 1988; Takahasi, 1992; Talora, 1992; Moura, 1997;
Socolowski, 2000; Leite, 2002; Anselmo, 2003; Côrrea, 2004; Nishio, 2004; Diniz,
2006; Prata, 2006; Guerin, 2007). C. pluviosa var. peltophoroides foi amostrada
apenas no trabalho de Socolowski (2000), E. leiocarpa encontrada por Leite (2002),
M. peruiferum encontrada por Guerin (2007) e não foram encontrados registros para
ocorrência de M. stipularis. As espécies de linhas de plantio mostraram-se muito
importantes pra comunidade, devido a sua maior área basal e, consequentemente,
dominância (Figura 15).
Figura 15: Foto panorâmica revelando a estrutura interna e importância das espéices de
grande porte (espécies plantadas) do Talhão 23 na FEENA, Rio Claro, SP.
A altura média das árvores encontradas é de 9,90 metros. E a estrutura
vertical da comunidade pode ser observada na Figura 16. Os indivíduos variam de
1,35 a 40 metros e dessa forma, 5 classes de altura foram criadas (Figura 17).
54
45
40
35
Altura
30
25
20
15
10
5
0
1
Na
82
163 244 325 406 487 568 649 730 811 892 973 1054 1135 1216
primeira
e
segunda
classe,
são
Figura 16: Altura
dos indivíduos
amostrados no
estrato arbóreo do
Talhão 23.
encontrados
indivíduos
predominantemente das espécies Erythroxylum pulchrum, Trichilia claussenii,
Anadenanthera colubrina. Na terceira classe, 58% dos indivíduos são de linhas de
plantio e predominam espécies como Anadenanthera colubrina, Zollernia ilicifolia,
Joannesia princeps, Esenbeckia leiocarpa. Na quarta classe, 70% dos indivíduos
são de linhas de plantio, apresentando as espécies Anadenanthera colubrina,
Centrolobium
tomentosum,
Joannesia
princeps,
Caesalpinia
pluviosa
var.
peltophoroides. E na quinta e última classe, 6 grandes angicos (Anadenanthera
colubrina) são encontrados e um indivíduo de Caesalpinia pluviosa var.
peltophoroides. Com isso, notasse claramente que Anadenanthera colubrina é uma
espécie distribuída por todas as classes de tamanho, com uma distribuição continua.
Erythroxylum pulchrum, por sua vez, tem sua distribuição predominantemente nas
primeiras duas classes de altura, apresenta apenas 3 indivíduos de linhas de plantio
na 3ª classe e na quarta e quinta classes não é encontrado.
55
Número de Indivíduos
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1,35
9,09
16,83
24,57
32,31
9,08
16,82
24,56
32,30
40,00
Figura 17: Classes
de altura para os
indivíduos arbóreas
encontrados no
Talhão 23 da FEENA,
Rio Claro, SP.
Das espécies que foram encontradas no Talhão 23, sendo elas plantadas ou
não, 8 delas encontram-se ameaçadas de extinção (SMA, 2006), dessa forma,
ressalta-se a importância do Talhão 23 para a conservação destas espécies (Tabela
11). Como se encontra na Zona Histórico-Cultural do Plano de Manejo (REIS, 2005),
espera-se que seja preservado o patrimônio genético ali presente, para que o talhão
possa atuar como um pomar de sementes (HIGA, 2006), fornecendo em um mesmo
local, uma diversidade de espécies de fim de sucessão, necessária para plantios de
restauração. De acordo com Kageyama (comunicação pessoal), uma nova resolução
da SMA (Secretaria do Meio Ambiente) está em trâmites para entrar em vigor,
permitindo a coleta de sementes em Unidades de Conservação, porém aquela deve
autorizar a coleta para restauração das unidades, sendo feitas somente por técnicos
do Instituto Florestal.
Tabela 11: Espécies encontradas no estrato arbóreo do Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP,
ameaçadas de extinção.
Espécie
Família
Ameaçada
Astronium graveolens Jacq.
Anacardiaceae
Quase Ameaçada (QA)
Myracrodruon urundeuva Allemão
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr.
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh.
Myroxylon peruiferum L. f.
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Cedrela fissilis Vell.
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Anacardiaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Lecythidaceae
Meliaceae
Rutaceae
Vulnerável (VU)
Em Perigo (EN)
Quase Ameaçada (QA)
Vulnerável (VU)
Quase Ameaçada (QA)
Quase Ameaçada (QA)
Quase Ameaçada (QA)
56
O índice de diversidade de Shannon-Weaver, H’, foi de 2,58, e a equabilidade
de Pielou, de 0,63. Dentre os trabalhos realizados na FEENA, com o uso da mesma
metodologia e critério de inclusão (MOURA, 1997; TAKAHASI, 1992; TALORA,
1992; SOCOLOWSKI, 2000; LEITE, 2002; GUERIN, 2007), o valor aqui encontrado
está próximo à média. Através na correlação de Pearson, encontrou-se forte
correlação entre a idade do talhão no período do estudo e a diversidade de
Shannon-Weaver, com o valor de 0,865, o que indica que a sucessão ecológica em
subosque de plantios abandonados tem sua importância para a conservação de
espécies nativas (Tabarelli et al., 1993), aumentando a diversidade com o passar
dos anos (Tabela 12). No presente trabalho, intitulado na Tabela 12 como “Silva
(2008)”, das 58 espécies encontradas, 8 são consideradas raras, assim chamadas
por apresentar apenas um indivíduo na amostra.
Tabela 12: Talhões de Eucalyptus spp. estudados na FEENA, Rio Claro, SP. Número do talhão
no inventário, tempo decorrido desde o plantio, índice de diversidade do componente arbóreo
do subosque, autor e ano de estudo.
Autor
Talhão Idade Arbóreo
Moura (1997)
36
12
0,20
Moura (1997)
56
42
1,62
Talora (1992)
12A
50
2,17
Guerin (2007)
91I
59
3,09
Socolowski (2000)
40
71
3,02
Takahasi (1992)
91A
72
2,74
Talora (1992)
47A
80
2,86
Leite (2002)
7
83
2,53
Moura (1997)
45
85
3,14
Moura (1997)
50
85
3,04
Silva (2008)
23
91
2,58
Pearson
0,865
De acordo com a classificação sucessional das espécies (Tabela 9), fica clara
a influência que as espécies escolhidas para plantio em 1916 exercem sobre a
comunidade, fazendo com que espécies de estágio iniciais de sucessão não sejam
encontradas. Apenas 2 espécies pioneiras são encontradas, sendo elas,
Schizolobium parahyba e Urera baccifera. O guapuruvu (S. parahyba), apesar de
plantado em linhas, tem um curto período de vida, atingindo até 50 anos. U.
baccifera foi encontrada muito nas bordas do Talhão 23, porém com raras
ocorrências nem seu interior, sendo esse o único exemplar amostrado. No grupo das
secundárias iniciais foram encontradas 18 espécies e 26 espécies de secundárias
57
tardias, sendo que destas, 23 são foram plantadas em 1916. Na classe das
umbrófilas, que completam todo o seu ciclo de vida em ambientes sombreados,
apenas 4 espécies foram encontradas, são elas Eugenia blastantha, Guapira
opposita, Piper amalago e Coffea arábica, todas alóctones (Figura 18).
Classe Sucessional
14%
7%
3%
31%
Pioneira
Secundária Inicial
Secundária Tardia
Umbrófila
Não Classificada
45%
Figura 18: Classe
sucessional
das
espécies
arbóreas
amostradas
no
Talhão 23 da FEENA,
Rio Claro, SP.
Quanto à síndrome de dispersão, encontram-se, predominantemente,
espécies dispersadas por anemocoria (28), sendo que 24 destas foram plantadas.
Das 58 espécies, 23 são dispersas por zoocoria e outras 6 espécies por autocoria
(Figura 19). De acordo com Budowski (1970), predomínio de anemocoria é uma
característica marcante de comunidades em estágio sucessional avançado, porém,
para tais tipos de discussão, cabe ressaltar que apesar de aparentemente o Talhão
23 encontrar-se num estágio avançado, devido à estrutura da comunidade, a floresta
foi implantada. Com isso, a chegada das espécies foi prejudicada devido ao manejo
e, portanto, o processo de sucessão secundária foi alterado, sendo que a proporção
entre espécies anemocóricas e outras síndromes de dispersão não traduz, quando
analisado isoladamente, a classificação no processo sucessional.
58
Síndrome de Dispersão
10%
2%
48%
40%
Anemocórica
Zoocórica
Autocórica
Não Classificada
Figura 19: Síndrome de
dispersão das espécies
arbóreas amostradas
no Talhão 23 da
FEENA, Rio Claro, SP.
59
6.3.2. Estrato Regenerante
As famílias com maior destaque foram Fabaceae (9), Rutaceae (8),
Euphorbiaceae (6), Myrtaceae (6) e Piperaceae (5), correspondendo a 57% das
espécies amostradas (Figura 20).
10
N Espécies Regenerante
9
8
7
6
5
4
3
2
1
Fa
ba
c
Eu Ru eae
ph tac
orb ea
iac e
My eae
Pip rtace
ae
e
So race
lan ae
a
Ap
oc ceae
yn
a
Me ceae
lia
c
R
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Bo niac ae
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M
Pic alv ae
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Pit
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a
Rh
am ceae
na
Sa cea
e
Sa licac
pin ea
da e
c
Sa
po eae
tac
Vio eae
lac
ea
e
0
100
Freqüência Regenerantes
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Er
yth
rox
yla
Me ceae
lia
Fa ceae
ba
Ru ceae
Pip tace
a
Ap erac e
oc
yn eae
Ru ace
bia ae
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An My
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a
c
So
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Bo hida ae
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Pit
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po
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lica e
c
Pic Arec eae
ram ace
n
Rh iac ae
am ea
e
n
Sa ace
a
Big pota e
no cea
nia e
Ma ceae
lva
ce
ae
0
A
freqüência
principalmente
entre
de
ocorrência
Erythroxylaceae,
das
famílias
Meliaceae
e
Figura 20:
Famílias do
estrato
regenerante,
com maior
riqueza (acima)
de espécies e
maior
freqüência
(abaixo).
encontra-se
Fabaceae
distribuídas
(Figura
20).
Erythroxylaceae, apesar de apresentar apenas uma espécie, Erythroxylum pulchrum,
esta se encontra amplamente distribuída. Cabe ressaltar que se trata de uma
espécie plantada em 1916, na linha de plantio número 64.
60
As espécies com maiores valores de IVI encontrados foram, em ordem
decrescente: Erythroxylum pulchrum, Trichilia claussenii, Mortas, Trichilia catigua,
Caesalpinia
pluviosa
var.
peltophoroides,
Metrodorea
nigra,
Centrolobium
tomentosum, Hybanthus atropurpureus, Piper glabratum, Anadenanthera colubrina.
A maioria delas são espécies encontradas nas linhas, excluindo-se T. catigua, H.
atropurpureus e P. glabratum. A abundância das espécies não segue a mesma
ordenação quando comparada à ordenação pelo IVI, porém mostra-se similar,
conforme a Figura 21.
Figura 21: Ordenação por IVI e por abundâncias das espécies do estrato regenerante.
A Tabela 13 apresenta os parâmetros fitossociológicos principais calculados
para todas as espécies levantadas na área.
Tabela 13: Parâmetros fitossociológicos das espécies regenerantes do Talhão 23 da FEENA,
Rio Claro, SP, classificados, em ordem decrescente, por IVI. N (Número de Indivíduos), U
(Número de parcelas que ocorre), AB (área basal), DR (densidade relativa), FR (freqüência
relativa), DoR (dominância relativa), IVC (índice de valor de cobertura), IVI (índice de valor de
importância).
Nome Científico
N
U
AB
DR
FR
DoR
IVC
IVI
687 52 0,2316 42,54 11,18 40,14 82,681 93,864
Erythroxylum pulchrum
77
39 0,0574 4,77
8,39
9,95 14,717 23,104
Trichilia claussenii
Morta
47
26 0,0593 2,91
5,59 10,27 13,183 18,774
60
37 0,0119 3,72
7,96
2,05
5,77
13,727
Trichilia catigua
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides
66
16 0,027
4,09
3,44
4,69
8,773 12,214
61
Nome Científico
Metrodorea nigra
Centrolobium tomentosum
Hybanthus atropurpureus
Piper glabratum
Anadenanthera colubrina
Aspidosperma ramiflorum
Piper amalago
Zollernia ilicifolia
Coffea arabica
Lecythis pisonis
Nectandra megapotamica
Astronium graveolens
Balfourodendron riedelianum
Aspidosperma polyneuron
Solanum argenteum
Savia dictyocarpa
Allophylus edulis
Piper mollicomum
Metrodorea stipularis
Esenbeckia leiocarpa
Pittosporum undulatum
Patagonula americana
Pothomorphe umbellata
Zanthoxylum caribaeum
Lonchocarpus muehlbergianus
Holocalyx balansae
Dalbergia frutescens
Eugenia florida
Murraya paniculata
Piptadenia gonoacantha
Syagrus romanzoffiana
Joannesia princeps
Blepharocalyx salicifolius
Casearia gossypiosperma
Esenbeckia grandiflora
Mabea fistulifera
Chrysophyllum gonocarpum
Syzigium jambos
Eugenia blastantha
Myrcia fallax
Chomelia obtusa
Rhamnidium elaeocarpum
Piper dilatatum
Solanaceae sp.2
Picramnia sellowii
Machaerium stipitatum
Citrus limonum
Croton piptocalyx
Jacaranda sp.
Pera obovata
N
84
45
62
54
24
41
46
22
21
26
19
17
20
16
14
14
11
15
6
10
6
9
10
7
5
5
4
4
4
4
3
3
3
3
7
2
3
3
3
2
2
2
2
2
2
1
3
1
1
1
U
8
23
13
12
16
11
12
14
14
8
9
12
8
8
10
7
10
6
6
5
3
6
5
6
5
5
4
4
4
3
2
1
3
3
1
2
1
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
AB
0,0281
0,02
0,0108
0,0102
0,0133
0,0122
0,0089
0,0074
0,0077
0,006
0,007
0,0031
0,0034
0,0044
0,0019
0,0055
0,0011
0,0025
0,0041
0,0034
0,0064
0,0016
0,0021
0,0012
0,0008
0,0002
0,0015
0,0007
0,0003
0,0003
0,0019
0,0029
0,0003
0,0002
0,0008
0,001
0,0018
0,0005
0,0003
0,0003
0,0002
0,0002
0,0002
0,0002
0,0001
0,0011
0,0003
0,0004
0,0003
0,0002
DR
5,2
2,79
3,84
3,34
1,49
2,54
2,85
1,36
1,3
1,61
1,18
1,05
1,24
0,99
0,87
0,87
0,68
0,93
0,37
0,62
0,37
0,56
0,62
0,43
0,31
0,31
0,25
0,25
0,25
0,25
0,19
0,19
0,19
0,19
0,43
0,12
0,19
0,19
0,19
0,12
0,12
0,12
0,12
0,12
0,12
0,06
0,19
0,06
0,06
0,06
FR
1,72
4,95
2,8
2,58
3,44
2,37
2,58
3,01
3,01
1,72
1,94
2,58
1,72
1,72
2,15
1,51
2,15
1,29
1,29
1,08
0,65
1,29
1,08
1,29
1,08
1,08
0,86
0,86
0,86
0,65
0,43
0,22
0,65
0,65
0,22
0,43
0,22
0,43
0,43
0,43
0,43
0,43
0,43
0,43
0,43
0,22
0,22
0,22
0,22
0,22
DoR
4,86
3,46
1,87
1,76
2,31
2,11
1,54
1,28
1,33
1,03
1,22
0,53
0,6
0,75
0,33
0,95
0,19
0,44
0,71
0,59
1,12
0,28
0,36
0,2
0,13
0,04
0,26
0,13
0,06
0,05
0,32
0,5
0,06
0,04
0,15
0,17
0,31
0,09
0,06
0,06
0,03
0,03
0,03
0,03
0,02
0,2
0,05
0,07
0,05
0,04
IVC
10,066
6,245
5,709
5,105
3,792
4,646
4,388
2,646
2,633
2,644
2,394
1,586
1,836
1,745
1,198
1,814
0,874
1,367
1,077
1,209
1,489
0,841
0,981
0,635
0,442
0,345
0,511
0,378
0,304
0,296
0,509
0,689
0,241
0,228
0,58
0,291
0,497
0,278
0,243
0,182
0,158
0,157
0,155
0,153
0,145
0,261
0,237
0,13
0,112
0,104
IVI
11,786
11,191
8,505
7,686
7,233
7,011
6,968
5,657
5,644
4,364
4,329
4,167
3,556
3,465
3,348
3,319
3,025
2,658
2,367
2,284
2,134
2,131
2,056
1,925
1,517
1,42
1,372
1,238
1,164
0,941
0,939
0,904
0,886
0,873
0,795
0,722
0,712
0,709
0,673
0,612
0,588
0,587
0,585
0,583
0,575
0,476
0,452
0,345
0,327
0,319
62
Nome Científico
Eugenia paracatuana
Alchornea glandulosa
Pavonia cf. communis
Solanaceae sp.1
Total
N
1
1
1
1
1615
U
1
1
1
1
56
AB
0,0002
0,0001
0,0001
0,0001
0,577
DR
0,06
0,06
0,06
0,06
100
FR
0,22
0,22
0,22
0,22
100
DoR
0,03
0,02
0,02
0,01
100
IVC
0,096
0,084
0,079
0,074
200
IVI
0,311
0,299
0,294
0,289
300
Decompôs-se o IVI nos valores de densidade, freqüência e dominância
relativas, afim de melhor serem analisados (Figura 22). Essas 10 espécies de maior
IVI correspondem a cerca de 80% da área basal total da comunidade regenerante
amostrada. Apenas 3 destas espécies não foram plantadas em linhas; dessa forma,
podemos concluir que algumas as espécies plantadas estão conseguindo regenerar
no subosque do Talhão 23.
45
40
Porcentagem %
35
30
25
20
15
10
5
DR
FR
ina
ol ub
r
A. c
P. g
labr
atum
reus
trop
urpu
H. a
C.p
C. t
ome
nto
sum
ra
M. n
ig
el to
p
horo
ides
tigu
a
T. c
a
Mor
ta
eni i
T. c
laus
s
E. p
u l ch
rum
0
DoR
Figura 22: Decomposição do IVI em Densidade relativa (DR), Freqüência relativa (FR) e
Dominância relativa (DoR) das espécies regenerantes.
Erythroxylum pulchrum foi a espécie que mais se destacou em todos os
parâmetros fitossociológicos. Com ampla distribuição, ocorrendo em 52 das 56
parcelas amostradas, ela mostra-se bastante agressiva, ocupando grande parte do
nicho disponível. Observou-se esta espécie nos talhões adjacentes ao Talhão 23,
porém nunca havia sido antes registrada na FEENA devido à dificuldade na sua
identificação. Foi identificada no trabalho de Moura (1997) como Magnolia sp. (profa.
Dra. Leila Cunha de Moura, comunicação pessoal).
63
T. claussenii apresenta distribuição ampla no estrato regenerante, ocorrendo
em 39 parcelas das 56 amostradas. Esta espécie também se destacou no trabalho
realizado no talhão adjacente, 17 e 17A, onde ficou em 8ª na ordenação por IVI
(CÔRREA, 2004). Outra Trichilia que se destacou, típica de subosque (MOURA,
1997), foi a T. catigua, espécie de origem alóctone no Talhão 23.
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides destacou-se devido à linha de plantio
presente no talhão. Muitos regenerantes nas proximidades da linha de plantio foram
encontrados, e esta espécie, no estrato regenerante, foi encontrada somente por
Socolowski (2000) em um talhão de espécies nativas.
M. nigra é apresentada por Capretz (2004) como uma espécie chave na
Floresta Estacional de Caetetus, com um padrão de distribuição agregado quando
levamos em consideração o padrão de pequena escala (menor que 50 metros),
como o observado no Talhão 23. Naquela floresta, é a espécie de maior densidade.
C. tomentosum foi encontrada em metade dos levantamentos realizados no
estrato arbustivo da FEENA (TAKAHASI, 1992; MOURA, 1997; SOCOLOWSKI,
2000). No Talhão 23, onde restam 17 indivíduos de grande porte, plantados em
1916, a espécie apresenta forte regeneração em ambos os estratos, arbóreo e
regenerante.
H. atropurpureus, um sub-arbusto (MOURA, 1997) é encontrado unicamente
nos estratos inferior, amostrado apenas nos trabalhos que envolvem estratos
arbustivos (no presente trabalho, chamado de estrato regenerante). Tipicamente
umbrófila. P. glabratum, outra espécie de subosque, umbrófila, está presente em 70
% dos trabalhos que fizeram levantamentos em estratos inferiores.
Em última colocada no estrato regenerante, encontra-se a A. colubrina,
espécie com grande destaque no estrato superior, arbóreo. Com a observação em
campo, notou-se que tal espécie apresenta muitos indivíduos mortos com cerca de
30 centímetros de perímetro a altura do peito, podendo ser considerado como uma
fase crítica para o desenvolvimento da população.
A estrutura vertical da comunidade varia entre 1 metro de altura, critério de
altura mínima para inclusão do indivíduo, e 8 metros de altura. A altura média da
comunidade é de 2,10 metros, e pode ser analisada na Figura 23.
64
9
8
7
Altura
6
5
4
3
2
1
0
1
109 217 325 433 541 649 757 865 973 1081 1189 1297 1405 1513
Figura 23: Altura dos
indivíduos
amostrados no
estrato regenerante
do Talhão 23.
A comunidade foi dividida em cinco classes de altura (Figura 24). A primeira
classe, com 70% dos indivíduos amostrados, apresenta 56 das 58 espécies
amostradas no estrato regenerante, com predomínio de Erythroxylum pulchrum,
Metrodorea nigra, Hybanthus atropurpureus, Piper glabratum, Trichilia catigua. Na
segunda, terceira e quarta classe há um predomínio de Erythroxylum pulchrum,
Trichilia claussenii, Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides, variando apenas o
número de espécies que tende a reduzir conforme a classe de altura analisada. Na
segunda classe são encontradas 32 espécies, na terceira, 17 espécies, e na quarta
classe de altura, apenas 4 espécies. A quinta e última classe apresenta apenas 2
indivíduos de Erythroxylum pulchrum.
Número de Indivíduos
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1,00
2,41
3,82
5,23
6,64
2,40
3,81
5,22
6,63
8,00
Figura 24: Classes
de altura para os
indivíduos arbóreas
encontrados no
Talhão 23 da FEENA,
Rio Claro, SP.
65
Com isso, torna-se claro que Erythroxylum pulchrum é uma espécies que se
apresenta distribuída por todas as classes de altura do estrato regenerante e, ao
analisarmos essa espécies em conjunto com os dados para o estrato arbóreo,
notamos que sua distribuição é mais restrita a classes de altura inferiores, revelando
que trata-se de uma espécie que não apresente indivíduos emergentes no dossel,
restringindo-se ao sub-dossel do Talhão 23.
O índice de diversidade de Shannon-Weaver, H’, foi de 2,62, e a equabilidade
de Pielou, de 0,64. Dentre os trabalhos realizados na FEENA, com o uso da mesma
metodologia e critério de inclusão (TAKAHASI, 1992; TALORA, 1992; MOURA,
1997; SOCOLOWSKI, 2000; PRATA, 2006), o valor encontrado está próximo á
média.
De acordo com a classificação sucessional, notamos a baixa porcentagem de
espécies pioneiras, um valor relativamente alto de secundárias iniciais, que
germinam e se desenvolve em ambientes sombreados, as secundárias tardias,
apesar de apresentarem um valor alto, com 15 espécies, destas, 12 são espécies de
linhas de plantio. O que mais se destaca, como era esperado, são as espécies
umbrófilas, típicas de subosque, com 12 espécies (Figura 25).
Classe Sucessional
5%
19%
29%
21%
26%
Pioneira
Secundária Inicial
Secundária Tardia
Umbrófila
Não Classificada
Figura 25: Classe
sucessional
das
espécies
regenerantes
amostradas.
66
Quanto à síndrome de dispersão, encontram-se, predominantemente,
espécies dispersadas por animais (36), principalmente aves. Guerin (2007) também
encontrou tal tendência no estrato arbóreo, em estudo realizado na mesma Unidade
de Conservação. Das 58 espécies, 11 são dispersas por anemocoria e outras 9 por
autocoria (Figura 26).
Sindrome de Dispersão
16%
19%
3%
Anemocórica
Zoocórica
Não Classificada
Autocórica
62%
Figura 26: Síndrome
de Dispersão das
espécies
regenerantes
amostradas.
Budowski (1970), ao caracterizar florestas em diferentes estágios serais,
revela que a maior dificuldade encontra-se em diferenciar comunidades clímax e
secundárias em estágio avançado de sucessão (old secondary). E torna-se claro que
o Talhão 23 foi implantado e, após 90 anos, encontra-se num estágio avançado de
sucessão, com algumas características mencionadas por Budowski, como, por
exemplo, árvores com ciclo de vida de até 100 anos ou mais, sistema de dispersão
predominantemente anemocórico, estratificação vertical dificilmente notada com
espécies de dossel heterogêneas e copas grandes e estratos inferiores
relativamente escassos, com espécies tolerantes (Figura 27).
67
Figura 27: Foto revelando a estrutura vertical do Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP, no centro
e , à esquerda, o talhão 22, com plantio de Eucalyptus citriodora, com uma estratificação clara
entre estratos. Foto tirada nas proximidades da parcela 23A.
6.4.
Similaridades Florísticas
6.4.1. Similaridade florística entre os trabalhos realizados na
FEENA
Análises de similaridade florística foram feitas para discutir qual a importância
do Talhão 23, composto de espécies nativas, para a colonização do subosque dos
talhões de Eucalyptus spp. Tal discussão está em consonância com as hipóteses
propostas por Schilittler (1984), no que tange a colonização dos subosques de
talhões de eucaliptos na FEENA.
“Quanto aos locais de origem da vegetação arbórea que invadiu o talhão
(...), algumas hipóteses podem ser discutidas (...). Uma (hipótese) é de que
sementes de árvores do arboreto localizado próximo à represa do Horto
Florestal, poderiam, através de zoocoria ou anemocoria, terem sido trazidas
ao local, ou ainda, pelo mesmo processo, terem vindo de um talhão de
essências nativas plantadas no mesmo Horto.”
Para as análises de similaridade florística foi usada uma matriz de presença e
ausência para as espécies encontradas na FEENA, na qual sinonímias foram
corrigidas, espécies sem identificação completa (a nível de gênero, ou família)
também e espécies de lianas, incluídas na amostragem de alguns autores foram
excluídas. Os trabalhos que foram usados para essa análise do estrato arbóreo
foram Schlittler (1984), Amaral (1988), Takahasi (1992), Talora (1992), Moura
(1997), Socolowski (2000), Leite (2002), Anselmo (2003), Côrrea (2004), Nishio
(2004), Diniz (2006), Prata (2006), Guerin (2007) e o presente trabalho, aqui
intitulado de “Silva (2008)”, conforme apresentado na Figura 28.
68
Figura 28: Mapa com os levantamentos florísticos no estrato arbóreo realizados na FEENA.
Para o estrato arbustivo, no presente trabalho chamado de regenerante,
usaram-se os trabalhos de Takahasi (1992), Talora (1992), Moura (1997),
Socolowski (2000), Prata (2006) e o presente trabalho. Na Figura 29 pode ser
observada a distribuição dos trabalhos que realizaram o levantamento no estrato
arbustivo, com a mesma metodologia, isto é, em parcelas de 6m x 6m, e critério de
inclusão com PAP ≤ 10 cm.
69
Figura 29: Mapa com os levantamentos florísticos no estrato arbustivo realizados na FEENA.
A partir do dendrograma gerado (Figura 30), podemos constatar a grande
diversidade existente na FEENA, revelando talhões com baixa similaridade florística.
O Talhão 23, por sua vez, apresenta maior similaridade florística, cerca de 70%, com
o talhão 40, onde também foram plantadas espécies nativas (SOCOLOWSKI, 2000)
e com o talhão 45 (MOURA, 1997), sendo um dos talhões mais antigos estudados,
com 85 anos.
A similaridade florística com o trabalho de Côrrea (2004), realizado no talhão
17 e 17A, adjacente ao Talhão 23, é de cerca de 35%, sendo um valor baixo e
pouco significativo.
Alguns agrupamentos merecem destaques, como, por exemplo, os talhões
estudados por Leite (2002), onde todos são agrupados ao nível de 72%, mostrando
a grande similaridade em pequenas áreas (Coleção de Talhões). O trabalho
70
denominado “Curtume”, realizado por Nishio (2004), no córrego do Curtume,
mostrou-se praticamente isolado, devido ao ambiente de floresta paludícola (mata de
brejo) amostrado, sendo o único trabalho na FEENA desenvolvido nesse tipo
florestal. Diniz (2006), através do levantamento de dois talhões relativamente
próximos entre si, encontrou uma similaridade florística de 90% entre os talhões
estudados, ambos com subosque de talhão de Pinus sp., sendo os únicos talhões
estudados com essa característica.
Arbóreas FEENA
Distance (Objective Function)
8,5E-02
1,7E+00
100
75
3,4E+00
5E+00
6,6E+00
25
0
Information Remaining (%)
50
Arboreto
P_91I
P_91
P_23
P_40
P_45
P_91A
P_96
P_50
P_1
P_17_17A
P_47A
P_91D
P_92
Anselmo
P_7
P_47
P_46
P_48
P_24
P_35
P_8
P_15
P_49/21
Curtume
P_12A
P_36
P_56
Figura 30: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) dos levantamentos floristicos
realizados no estrato arbóreo da FEENA.
Para o estrato arbustivo, o dendrograma (Figura 31) revela uma similaridade
alta com o talhão de espécies nativas estudado por Socolowski (2000), com 80% e
uma similaridade também alta, 70%, com o trabalho de Prata (2006), no
levantamento realizado no arboreto, local onde diversas espécies nativas foram
plantadas. Apesar dessa constatação, as espécies coincidentes entre esses três
trabalhos são Piper amalago, Piper dilatatum, Solanum argenteum, Trichilia
claussenii, Astronium graveolens, Citrus limonum, Allophylus edulis. Destas, apenas
A. graveolens e T. claussenii foram plantadas em linhas no Talhão 23, as outras
espécies de Piperaceae e Solanaceae são tipicamente zoocóricas, dispersadas por
morcegos, comumente encontradas em bordas e subosque da FEENA.
71
Arbustivas FEENA
Distance (Objective Function)
1,7E-01
6,7E-01
100
75
1,2E+00
1,7E+00
2,2E+00
25
0
Information Remaining (%)
50
Arboreto
P_23
P_40
P_50
P_47A
P_91A
P_45
P_12A
P_36
P_56
Figura 31: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) dos levantamentos floristicos
realizados no estrato arbustivo da FEENA.
Metzger (2006) sugere que índices de similaridade podem ser usados como
parâmetros, apontando se um determinado fragmento atua como fonte dispersora de
uma comunidade em uma escala regional, fazendo com que a similaridade local seja
alta. Levando-se em conta tal pressuposto, podemos inferir que o Talhão 23 não
está atuando como tal, e representa apenas mais um fragmento em um estágio
sucessional diferenciado, devido, entre outros fatores, a idade do plantio realizado e
as espécies introduzidas.
De acordo com o trabalho de Moura (1997), alguns talhões antigos da FEENA
apresentam maior semelhança florística com florestas estacionais da região quando
comparados a outros trabalhos realizados na FEENA, realizados em talhões mais
novos.
Dessa
forma,
torna-se
claro
que
o
estágio
sucessional
deve-se
principalmente a idade do plantio, fazendo da FEENA um mosaico de talhões em
diferentes estágios sucessionais, com diferentes comunidades estabelecidas.
Devem-se fazer ressalvas ao se trabalhar com análises de similaridade
florística devido à falta de padronização metodológica. No trabalho de Oliveira Filho
e Fontes (2000), que se utilizaram de 125 checklists para uma análise de
similaridade entre diversos tipos florestais, teve-se a preocupação de consultar as
espécies coletadas em herbários e corrigir as espécies com identificação errada,
etapa impossibilitada devido à falta de registro em herbário dos trabalhos realizados
na FEENA.
6.4.2. Similaridade florística entre estratos estudados no
Talhão 23 e suas parcelas
A similaridade florística entre estratos reflete a dinâmica da comunidade.
Como ressalta Paula et al. (2004), uma população clímax apresenta um domínio
72
permanente no hábitat, com uma série completa de indivíduos distribuídos por
diferentes classes de tamanho ou idade. Dessa forma, similaridades maiores tendem
a refletir diversidades semelhentes entre estratos, nos levando a entender que o
recrutamento de tais espécies está ocorrendo na área.
Levando-se em conta que a área de estudo, com 1,39 hectares é pequena,
rodeada de talhões de Eucalyptus spp., num ambiente afastado de grandes fontes
dispersoras, além dos próprios subosques de Eucalyptus spp., acredita-se que o
Talhão 23 seja o responsável pela maior regeneração em seu subosque. Com uma
similaridade florística (Sørensen) de 53% entre o estrato arbóreo e as espécies
plantadas, confirmamos tal suspeita. O estrato regenerante, por sua vez, apresenta
54% de similaridade com o estrato arbóreo e 43% com as espécies de linhas de
plantio, apresentando espécies de origem alóctone principalmente zoocóricas, e
uma elevada dominância de regenerantes de espécies plantadas, porém sem
diversidade significativa. Com isso, encontrou-se o maior índice de similaridade
florística entre estrato dentre os trabalhos da FEENA (TAKAHASI, 1992; TALORA,
1992; MOURA, 1997; SOCOLOWSKI, 2000).
Analisando o dendrograma de similaridade das parcelas do estrato
regenerante, observamos que existem três grupos distintos, a um nível de 10% de
similaridade (Figura 32). Tal fato se deve a dominância de E. pulchrum e A. colubrina
existente no grupo vermelho. O grupo verde é caracterizado pela alta diversidade
encontrada, propiciada pela distância da linha de E. pulchrum, espécie que domina
na região mais próxima a sua linha de plantio. O grupo azul, que apresenta apenas
três parcelas, representa uma transição entre os dois grupos, apresentando poucos
indivíduos de E. pulchrum e A. colubrina porém encontram-se dominados por M.
nigra e A. ramiflorum.
No estrato arbóreo o agrupamento encontrado é bastante similar (Figura 33),
sendo o grupo vermelho caracterizado pela dominância das mesmas espécies que
dominam o estrato inferior (E. pulchrum e A. colubrina), revelando que a manutenção
da diversidade no talhão encontra-se comprometida. De acordo com Paula et al.
(2004), uma população pode ser caracterizada com clímax quando apresenta
indivíduos de todas as classes de tamanho ou idade, o que pode ser observado nas
duas espécies dominantes, porém as outras espécies apresentam poucos ou
nenhum regenerante nos estratos abaixo das árvores emergentes (árvores de linhas
de plantio). No grupo verde é encontrada a maior diversidade, sendo o local mais
73
distante da linha da espécie dominante E. pulchrum. E o grupo azul encontra-se
como intermediário, já com a ausência total de indivíduos de E. pulchrum.
Figura 32: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) entre as parcelas do estrato
regenerante. Em detalhe, o mapa do Talhão 23 com as parcelas agrupadas.
74
Figura 33: Dendrograma de similaridade florística (Sørensen) entre as parcelas do estrato
arbóreo sem linhas de plantio. Em detalhe, o mapa do Talhão 23 com as parcelas agrupadas.
75
Dessa forma, cabe ressaltar que a diversidade foi a principal responsável pelo
agrupamento.
As
espécies
dominantes
condicionaram
o
agrupamento,
principalmente E. pulchrum, enquanto A. colubrina apresenta-se menos agressiva na
competição por espaço. Estudos mais amplos devem ser feitos, para saber o
potencial de dispersão desta espécie, visto que se trata de uma espécie problema,
de acordo com o conceito de Moreira & Piovezan (2005).
6.5.
Padrão de Distribuição Espacial
A análise da variação da densidade da floresta dentro do Talhão 23 mostrou
que as árvores não estão uniformemente distribuídas, o que já era esperado. Como
o trabalho de distribuição espacial se deu em uma pequena escala, ao contrário dos
outros trabalhos consultados (CAPRETZ, 2004), algumas ressalvas dessem ser
feitas. Conforme apresentado por (SCHUPP, 1992) a escala que o trabalho é
desenvolvido pode alterar significativamente os resultados; dessa forma, uma
espécie pode apresentar um padrão agregado a 10 metros e um padrão homogêneo
a 100 metros (Figura 34).
Figura 34: Exemplo da influência da escala de trabalho. À esquerda, um padrão uniforme de
distribuição, em uma unidade amostral de 100m2. À direita, o mesmo padrão, analisado sob
uma escala maior, revelando um padrão agregado, em um conjunto de 16 unidades amostrais
de 100m2.
Padrões agregados foram predominantes para as espécies plantadas em
1916 e, muitas vezes ao redor das árvores de linhas de plantio; nesse caso, sendo
consideradas matrizes. Isso pode ser inferido, pois de acordo com relatos de antigos
funcionários, havia manejo florestal no subosque da FEENA, quando administrado
76
pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, até 1971, data em que o governo de
São Paulo estatizou todas as ferrovias paulistas, criando a FEPASA (Ferrovias
Paulistas S/A).
Das 71 espécies encontradas no Talhão 23, quando desconsideradas aquelas
que ocorrem unicamente através das linhas de plantio (15), 22 destas são espécies
plantadas e encontradas regenerando no estrato arbóreo, enquanto 21, também
plantadas, encontram-se regenerando no estrato inferior (Tabela 14). Nota-se que
para o estrato inferior, as populações tendem a apresentar maior agrupamento e, a
medida que se tornam adultas, sua distribuição tende a tornar-se mais uniforme,
padrões preconizados pela teoria de Janzen-Connell (SCHUPP, 1988).
Tabela 14: Caracterização das espécies encontradas no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP,
de acordo com o índice de Payandeh.
Arbóreas
Regenerante
Classificação de Payandeh
N
%
N
%
Não Agrupadas
6
27,27
3
14,29
Tendência de Agrupamento
4
18,18
3
14,29
Agrupamento
12
54,55
15
71,43
Total
22
100,00
21
100,00
As espécies que apresentaram maior índice de agregação para o estrato
arbóreo são, em ordem decrescente, Joannesia princeps, Esenbeckia leiocarpa e
Erythroxylum pulchrum (Figura 35). Para o estrato regenerante foram Metrodorea
nigra, E. pulchrum e Lecythis pisonis, sendo que a última apresentou indivíduos
apenas no estrato regenerante.
77
Figura 35: Linha de plantio número 64, E. pulchrum. Um das linhas que se destacam devido ao
seu estado de conservação.
O padrão de distribuição agregado de M. nigra também foi encontrado por
Capretz (2004) na Estação Ecológica de Caetetus, num fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual, em distâncias menores que 75 metros, equivalente à
escala do presente trabalho.
Supõe-se que o padrão agregado de E. pulchrum tenha se dado pelo fato de
ser uma exótica regional (MENDONÇA, 1999) que, teoricamente, conta com poucos
competidores e predadores específicos. Dessa forma, conforme proposto por
Hubbell (1979), seus propágulos dispersos predominantemente próximos às plantas
mães (árvores plantadas), tendem a apresentar maior recrutamento.
De acordo com o índice de Payandeh, as espécies que apresentam valores
acima de 1,5 são consideradas agrupadas; entre 1,5 e 1 são consideradas com
“Tendência de Agrupamento”; e, aquelas com índices menores ou igual a 1 são
consideradas “Não Agrupadas” (Figura 36).
78
Figura 36: Distribuição das espécies encontradas em linhas de plantio, com indivíduos
amostrados em algum dos estratos. Quando o valor for igual a zero, deve-se a ausência da
espécie na amostragem.
Entre as espécies plantadas encontradas em alguns dos estratos, a maioria
mostra-se agrupada (Figura 37), porém os padrões de distribuição nas diferentes
classes de tamanho se dá de diferentes formas (CAPRETZ, 2004). Dentre as 6
espécies que se apresentam uniformemente distribuídas no estrato arbóreo,
Patagonula
americana,
Savia
dictyocarpa,
Balfourodendron
riedelianum,
Aspidosperma ramiflorum, Astronium graveolens, Cedrela fissilis, todas apresentam
padrão agregado ou com tendência de agrupamento no estrato regenerante.
excluindo-se C. fissilis, que não foi amostrada no estrato inferior.
Classificação de Payandeh
Arbóreas
Classificação de Payandeh
Regenerante
14%
27,27
14%
72%
Não Agrup.
Tend. Agrup.
Agrupamento
Não Agrup.
Tend. Agrup.
Agrupamento
54,55
18,18
Figura 37: Classificação de Payandeh para as espécies encontradas nos estratos regenerantes
e arbóreos.
79
É interessante ressaltar que estes resultados são coerentes com a hipótese
formulada por Hubbell (1979), mas contrários à hipótese de fuga de Janzen (1970) e
Connell (1971). Níveis de atração evidentes entre as árvores jovens e adultas
reforçam tal posição. Hubbell (1979) afirma que a agregação de árvores jovens e
sua afinidade com árvores adultas é resultado direto da limitada capacidade de
dispersão, que faz com que a maioria das sementes e frutos produzidos fique no
solo próximo à árvore-mãe. Processos ecológicos dependentes da densidade,
especialmente competição, tendem a diminuir a densidade conforme as árvores
forem crescendo, diluindo este padrão agregado em direção a padrões aleatórios.
Levando-se em consideração todas as espécies amostradas, temos que os
indivíduos de origem alóctone apresentam-se de forma predominantemente
distribuídas uniformemente, enquanto as espécies de origem autóctone usualmente
apresentam uma distribuição agregada (Tabela 15). Talvez isso se deva a baixa
densidade com que são encontrados, fazendo com o padrão de distribuição em uma
escala de trabalho maior não seja analisada. Tal fato corrobora com a teoria de
Hubbell (1979), na qual, os indivíduos jovens também se encontram agregados.
Esse tipo de mosaico vegetacional promove um aumento de espécies raras, que por
definição são aquelas com apenas 1 indivíduo na amostragem, porém Hubbell
(1979) ressalta que isso talvez se deva as pequenas áreas estudadas em florestas
tropicais, com 1 ou 2 hectares. Com isso, conclui-se que estudos de escalas mais
amplas devem ser feitos para responder tais perguntas.
Em um estudo realizado na FEENA, Ushizima et al. (2003) buscaram
entender o padrão de distribuição de Anadenanthera peregrina (angico) no talhão
50. Visto que esse se encontra adjacente ao talhão 49, onde foram plantados 4019
angicos em 1937, acredita-se que ele tenha sido a fonte dispersora. A distribuição se
mostrou agregada, talvez, como visto no Talhão 23, devido a proximidade com a
fonte dispersora, porém estudos em uma escala regional (a Unidade de
Conservação inteira, por exemplo) não foram feitos.
80
Tabela 15: Classificação das espécies autóctones e alóctones do Talhão 23 da FEENA, Rio
Claro, SP, de acordo com o Índice de Payandeh.
Arbóreas sem Linhas
Regenerante
Classificação de Payandeh
N
%
N
%
Não Agrupadas
6
27,27
3
14,29
Tendência de Agrupamento
4
18,18
3
14,29
Autóctones
Agrupamento
12
54,55
15
71,43
Total
22
100,00
21
100,00
Não Agrupadas
13
59,09
21
55,26
Tendência de Agrupamento
2
9,09
3
7,89
Alóctones
Agrupamento
7
31,82
14
36,84
Total
22
100,00
38
100,00
Além dos índices de agregação fornecidos pelo software Mata Nativa 2
(CIENTEC, 2006), análises que levaram em conta a distância da linha de plantio
foram feitas, com uso do software ArcGIS, gerando mapas de distribuição. Para tais
análises e mapas, escolheram-se as espécies que ocorrem nos dois estratos
estudados e foram plantadas em linhas (Tabela 16).
Tabela 16: Espécies plantadas e encontradas em ambos os estratos do Talhão 23 da FEENA,
Rio Claro, SP.
Nome Científico
Família
Astronium graveolens Jacq.
Anacardiaceae
Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg.
Apocynaceae
Patagonula americana L.
Boraginaceae
Erythroxylum pulchrum A. St.-Hil.
Erythroxylaceae
Joannesia princeps Vell.
Euphorbiaceae
Savia dictyocarpa Müll. Arg.
Euphorbiaceae
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Fabaceae
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis
Fabaceae
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Fabaceae
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Fabaceae
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel
Fabaceae
Trichilia claussenii C. DC.
Meliaceae
Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Rhamnaceae
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Rutaceae
Esenbeckia leiocarpa Engl.
Rutaceae
Metrodorea nigra A. St.-Hil.
Rutaceae
Metrodorea stipularis Mart.
Rutaceae
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl.
Sapotaceae
A análise de correlação (Tabela 17) de Pearson revelou que algumas
espécies apresentam maior abundância em parcelas próximas às linhas de plantio,
corroborando com a teoria proposta por Hubbell (1979), que afirma que o
recrutamento das espécies tende a dar-se próximo a planta mãe.
81
Das espécies que apresentam uma correlação alta, maior que 0,4, destacamse C. pluviosa var. peltophoroides, E. pulchrum, M. stipularis, por apresentarem-se
dependentes da distância da planta mãe em ambos os estratos.
Tabela 17: Coeficiente de Pearson para a correlação de abundância e distância da planta mãe.
Em negrito, valores maiores 0,4.
Espécie
Regenerante
Arbórea
-0,034
Anadenanthera colubrina
-0,451
-0,331
-0,137
Aspidosperma ramiflorum
-0,357
0,235
Astronium graveolens
-0,379
-0,186
Balfourodendron riedelianum
Caesalpinia pluviosa var. peltophoroides
-0,413
-0,459
-0,097
0,038
Centrolobium tomentosum
0,248
0,211
Chrysophyllum gonocarpum
Erythroxylum pulchrum
-0,500
-0,732
-0,340
-0,388
Esenbeckia leiocarpa
-0,189
-0,373
Joannesia princeps
-0,386
-0,324
Metrodorea nigra
Metrodorea stipularis
-0,498
-0,474
-0,262
-0,107
Patagonula americana
-0,023
-0,121
Piptadenia gonoacantha
-0,295
-0,088
Rhamnidium elaeocarpum
-0,330
Savia dictyocarpa
-0,428
-0,150
Trichilia claussenii
-0,419
0,086
-0,336
Zollernia ilicifolia
Analisando o padrão de distribuição espacial por classes de tamanho, foi
possível observar que indivíduos do estrato arbóreo mostram acentuada
dependência da distância da planta mãe, e que indivíduos do estrato inferior
apresentam uma redução do grau de dependência, com uma tendência a padrões
aleatórios. Dessa forma, os resultados aqui obtidos estão em consonância com os
resultados obtidos por meio do índice de Payandeh. Com as figuras abaixo
apresentadas, é possível visualizar os padrões e mapas de distribuição das espécies
de linhas de plantio que estam regenerando em ambos os estros. Os mapas,
conforme indicado por Clark e Clark (1984), foram gerados por interpolações a partir
de valores absolutos, ou seja, número de indivíduos por parcela, que representa a
densidade absoluta dos mesmos. Os mapas foram gerados para ambos os estratos
e podem ser também visualizados no CD-ROM que se encontra no Apêndice.
82
Figura 38: Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em ambos os estratos.
Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de plantio enquanto os padrãoes
de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe ressaltar que os mesmos foram feitos para
o estrato regenerante (acima) e arbóreo (abaixo).
83
Figura 39 (continuação): Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em
ambos os estratos. Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de plantio
enquanto os padrãoes de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe ressaltar que os
mesmos foram feitos para o estrato regenerante (acima) e arbóreo (abaixo).
84
Figura 40 (continuação): Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em
ambos os estratos. Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de plantio
enquanto os padrãoes de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe ressaltar que os
mesmos foram feitos para o estrato regenerante (acima) e arbóreo (abaixo).
85
Figura 41 (continuação): Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em
ambos os estratos. Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de plantio
enquanto os padrãoes de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe ressaltar que os
mesmos foram feitos para o estrato regenerante (acima) e arbóreo (abaixo).
86
Figura 42 (continuação): Ilustrações da densidade das espécies plantadas que ocorrem em
ambos os estratos. Os pontos representam os indivíduos remanescentes de linhas de plantio
enquanto os padrãoes de cores represetam a densidade de indivíduos. Cabe ressaltar que os
mesmos foram feitos para o estrato regenerante (acima) e arbóreo (abaixo).
6.6.
Abertura de dossel e sua influência sobre a comunidade
A partir das análises de abertura de dossel, encontraram-se valores que
variam entre 9,65% e 23,44% para o estrato arbóreo e, 10,43% e 25,85% para o
estrato regenerante, revelando uma estrutura de dossel descontínua, causada pelo
mosaico de manchas de clareira, fase de construção e fase madura (GANDOLFI,
2003).
87
Figura 43: Mapas ilustrando abertura de dossel, em ambos os estratos.
A partir dos dados coletados, foram gerados mapas de abertura de dossel
(Figura 43), no qual não se observou grande diferença entre os diferentes estratos
analisados.
Os dados indiretos da luminosidade aqui apresentados revelam um momento
pontual do regime de luz existente no Talhão 23, visto que a medida foi realizada em
apenas um período do ano, não revelando variações conforme deciduidade das
arvores que compõe o dossel (GANDOLFI, 2003), tampouco a variação existente
88
entre variação de espectros de luz e proporção entre luz direta e difusa
(ANDERSON, 1964).
Denslow (1980) indica que em ambientes de clareiras, onde há maior abertura
de dossel, ocorre competição interespecífica entre as espécies que tentam se
estabelecer, promovendo uma conseqüente seleção de estratégias de recrutamento
e desenvolvimento das espécies. Portanto, espera-se encontrar maior número de
espécies regenerantes em ambientes com maior abertura de dossel.
A partir dos dados coletados, procurou-se analisar a correlação entre abertura
de dossel e alguns parâmetros de diversidade e abundância, nos diferentes estratos
analisados (Tabela 18) e concluiu-se que não há relação aparente entre o estrato
regenerante e a abertura de dossel. Para o estrato superior, como era esperado,
observou-se que há correlação positiva entre diversidade e abertura, sendo que
existe uma menor diversidade de arbóreas em ambientes com pequena abertura de
dossel.
Tabela 18: Coeficiente de Pearson entre Abertura de Dossel e diversidade, abundância e
riqueza. Em negrito, valores significativos da Correlação de Pearson.
Parâmetro
Regenerante
Arbóreas sem linhas
Arbóreas com linhas
H'
-0,077
-0,082
0,909
J
-0,298
0,014
0,776
N
0,339
-0,215
-0,032
S
0,208
-0,120
0,020
Tal fato pode ser explicado devido à presença das espécies de linhas de
plantio, muitas vezes tidas como emergentes na estrutura de dossel, que foram
introduzidas em 1916 e, acredita-se, mantiveram-se como únicas árvores
estabelecidas durante seu desenvolvimento inicial, onde fazia-se corte de
regenerantes pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Com isso, os
indivíduos de linhas de plantio estabeleceram-se e dificultaram, devido ao seu
sombreamento, que outros fossem recrutados.
Para o estrato regenerante nenhuma correlação foi encontrada. Devido à
idade do plantio, que possibilitou a chegada de espécies alóctones, principalmente
espécies umbrófilas, a diversidade não se altera drasticamente devido ao regime de
luz no subosque, entretanto, a diversidade do estrato regenerante encontra-se muito
mais condicionada à dominância de E. pulchrum. Uma parcela que merece destaque
é a 5G, que coincidiu com uma grande clareira aberta em meados de 2003 (prof. Dr.
89
Reinaldo Monteiro, comunicação pessoal), apresentando 23% de abertura de dossel
e cerca de 80 indivíduos regenerantes, e apenas 5 arbóreos, enquanto a média é de
30 e 23, para o estrato inferior e superior, respectivamente (Figura 44 e Figura 45).
Figura 44: Fotos da parcela 5G em Março de
2004, com um indivíduo de linha de plantio
recentemente caído, formando uma clareira.
90
Figura 45: Fotos da
parcela 5G em Outubro
de 2007, destacando o
grande número de
indivíduos
regenerantes.
Válio (2003), ao estudar o desenvolvimento de 36 espécies de subosque,
características de florestas mesófilas, encontrou que a taxa de crescimento tende a
ser maior em ambientes com maior fluxo de fótons fotossintéticos. Porém algumas
espécies, como por exemplo, T. claussenii, não respondem a luz com outras
espécies, apresentando um crescimento menor em ambientes com maior
luminosidade. Com isso, conclui-se que espécies de subosque tendem a reduzir a
taxa de crescimento em ambientes pouco iluminados, guardando energia para
sobreviver.
91
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Talhão 23 apresenta-se com um fragmento diferenciado dentre o mosaico
vegetacional
que
representa
a
FEENA,
com
uma
composição
florística
proporcionada principalmente pelas linhas de plantio, com poucas espécies oriundas
de outros locais. As linhas de plantio, com 90 anos, estão relativamente
conservadas, sendo que algumas espécies foram completamente perdidas, sem
deixar regenerante algum, enquanto outras espécies permanecem com muitos
indivíduos remanescentes e regenerando no subosque. Restam cerca de 55% das
linhas inicialmente introduzidas, porém com uma perda de 66,3% dos indivíduos
apenas no período de 1957 à 2007, restando 334 indivíduos de linhas.
A composição florística do estrato arbóreo apresenta 53% de similaridade
(Sørensen) com as espécies de linhas de plantio e 54% com o estrato regenerante,
a similaridade mais alta encontrada entre estratos nos trabalhos realizados na
FEENA. Erythroxylum pulchrum é a espécie com maior dominância, estando em
primeira colocada no IVI para ambos os estratos. Cerca de 65% das espécies
encontradas no estrato inferior são de origem alóctone enquanto, para o estrato
arbóreo, apenas 50% das espécies o são. Com isso, torna-se claro que a
regeneração ocorrente no Talhão 23 se dá principalmente por espécies plantadas,
porém em elevada dominância, sem uma grande diversidade, fato que preocupa
devido à perda de espécies introduzidas, sem a chegada de espécies de grande
porte para substituí-las.
Em análises de similaridade florística com outros trabalhos, o Talhão não
apresentou grande similaridade florística com outros trabalhos, evidenciando que
hipóteses criadas a respeito da origem das espécies na FEENA não são
consistentes com o observado.
O padrão de distribuição, por sua vez, mostrou-se agregado para as espécies
introduzidas no Talhão, o que ajuda a explicar a baixa similaridade com os trabalhos
na Unidade. Tais padrões são coerentes com outros trabalhos realizados em
florestas tropicais, onde o mosaico vegetacional é uma característica marcante.
92
A análise de abertura de dossel explicou pouca variação dentro da
comunidade, talvez devido a problemas metodológicos, porém cabe ressaltar que é
clara a sua importância para a comunidade, devido a cobertura de copa
proporcionada pelas árvores plantadas, que podem ser consideradas emergentes na
comunidade, refletindo na estrutura em estratos inferiores.
Por último, recomenda-se o uso das sementes ali produzidas para
restauração das áreas da própria FEENA, definidas no Plano de Manejo como “Zona
de Recuperação” e propõem-se a observação da população de Erythroxylum
pulchrum, visto que caracteriza-se com uma espécie problema no Talhão 23, sendo
também observada em talhões adjacentes.
93
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDERSON, M.C. Studies of woodland light climate. I. The photografic computation
of light conditions. Journal of Ecology, v.52, p.27-41, 1964.
AGUIAR, O. T. Comparação entre os métodos de quadrantes e parcelas na
caracterização da composição florística e fitossociologia de um trecho de
floresta ombrófila densa no Parque Estadual “Carlos Botelho” – São Miguel
Arcanjo, São Paulo. Dissertação de Mestrado da ESALQ, Piracicaba, 2003.
ALMEIDA, F. F. M. Fundamentos Geológicos do Relevo Paulista. São Paulo: USP,
Instituto de Geografia, Série Teses e Monografias, nº14, 1974.
AMARAL, S. Estudo comparativo de florística, fitossociologia, sucessão
secundária e banco de sementes entre duas comunidades de subosque de E.
saligna de diferentes idades no Horto Florestal Navarro de Andrade, Rio Claro,
SP. Trabalho de conclusão de curso de bacharelado em Ecologia - Instituto de
Biociências, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Rio Claro, SP, 1988.
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102
9. ANEXOS
Tabela apresentada no livro de Sampaio (1961) com o “Crescimento médio
das espécies nativas plantadas em linhas no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP”
103
Tabela 19: Crescimento médio das espécies nativas plantadas em linhas no Talhão 23 da FEENA, Rio Claro, SP. Diâmetro e altura dados em
metros.
1922
Nome Científico
Família
Plantado
no Talhão 23?
1928
(6 anos)
Diâm
Alt
1934
(12 anos)
Diâm
Alt
1940
(18 anos)
Diâm
Alt
1946
(24 anos)
Diâm
Alt
1961
(30 anos)
Diâm
Alt
(45 anos)
Diâm
Alt
Astronium fraxinifolium Schott & Spreng
Anacardiaceae
Não
6
6
9
9,46
11
10,84
16
21,3
0
0
0
0
Astronium graveolens Jacq.
Anacardiaceae
Sim
5
3,18
11
8,81
13
12,77
16
13,92
18
19,7
24
21,5
Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg.
Apocynaceae
Sim
5
2,8
6
4,82
7
5,63
8
6,99
9
9,5
15
14,4
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.
Apocynaceae
Sim
4
2,6
9
7,46
15
9,2
21
10,5
26
16,3
29
18,8
Araucaria angustifolia (Bert) O. Ktze
Araucariaceae
Não
6
4,04
14
10,04
19
12,4
23
16,5
25
24,5
0
0
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo
Bignoniaceae
Sim
3
3,77
4
5,05
6
8,06
0
0
0
0
0
0
Tabebuia vellosoi Toledo
Bignoniaceae
Sim
4
2,17
7
8,44
9
10
12
12,05
14
15
16
20
Patagonula americana L.
Boraginaceae
Sim
6
5,12
10
8,94
17
10,2
23
12
27
20,7
31
21,8
Sapium glandulatum (Vell.) Pax
Euphorbiaceae
Sim
7
3,9
14
7,17
16
13,5
18
14,82
22
19,62
0
0
Savia dictyocarpa Müll. Arg.
Euphorbiaceae
Sim
2
2,8
4
4,17
6
6,77
8
8,05
9
12,7
14
15,6
Acacia polyphylla DC.
Fabaceae
Sim
6
4,05
11
8,5
18
13,6
22
15,63
0
0
0
0
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.
Fabaceae
Sim
5
5
9
8,03
17
10
24
11,5
33
20
47
26,2
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth.
Fabaceae
Sim
5
7,25
13
13,5
15
15,22
18
19,96
21
20,95
24
24,5
Enterolobium timbouva Mart.
Fabaceae
Sim
7
3,84
13
7,66
14
10,23
25
12,44
29
21
35
23,5
Holocalyx balansae Micheli
Fabaceae
Sim
4
3,6
8
6,016
15
9,8
18
11,2
21
12
24
13,4
19,4
Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh.
Fabaceae
Sim
6
3,82
8
5,02
11
7,41
13
8,01
15
14
18
Machaerium villosum Vogel
Fabaceae
Não
2
1,32
6
2,4
13
9,1
18
14
23
17,88
0
0
Myrocarpus fastigiatus Allemao
Fabaceae
Não
4
3,9
8
7,26
15
9,8
21
11
27
17,3
30
21,6
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Fabaceae
Sim
15
8,74
24
14,82
30
23,3
34
25,21
41
29
42
31,4
Anadenanthera peregrina (L.) Speg
Fabaceae
Sim
12
6,35
24
14,28
29
20,36
31
23,14
36
28
39
30,7
Nectandra lanceolata (N. leucantha) Ness & Mart. Ex Nees
Lauraceae
Sim
7
3,8
14
9,5
17
14,43
23
16,07
30
22,8
0
0
Nectandra lanceolata (N. puberula) Ness & Mart. Ex Nees
Lauraceae
Sim
4
3,64
6
6,53
8
7,16
11
9,62
0
0
0
0
Ocotea odorífera (Vellozo) Rohwer
Lauraceae
Sim
4
5
8
6,25
11
8,44
0
0
0
0
0
0
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Lecythidaceae
Sim
7
5,55
9
9,44
15
11,09
25
15
32
17,7
40
21,3
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Meliaceae
Sim
7
3,8
12
6,55
16
10,9
21
13,16
23
15
32
20,5
Cedrela fissilis Vell.
Meliaceae
Sim
7
3,45
12
6,92
15
10,2
19
14
24
16
34
20,7
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud.
Moraceae
Sim
3
3,02
9
8,19
10
11,84
18
13
24
16,7
28
18,9
Rhamnidium elaeocarpum Reissek
Rhamnaceae
Sim
5
2,75
6
8,2
8
11,2
11
13,55
13
17,14
27
24
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Rutaceae
Sim
5
2,72
6
5,56
8
7
11
8,16
12
16,3
15
19
Esenbeckia leiocarpa Engl.
Rutaceae
Sim
5
2,28
7
4,8
9
6,55
12
8,56
14
15,3
22
18,7
Eucalyptus sp.
Myrtaceae
Não
13
13,6
21
21,1
33
26,9
39
32
45
37,3
53
38,63
104
10. APÊNDICE
O CD-ROM contido nesse volume contém, além de uma versão digital desse
documento, o software freeware ArcReader 9.2, que possibilita a visualização dos
mapas criados, apresentados nesse documento.
O arquivo com os mapas, chamado de “Talhão_23.pmf”, apresenta-se
organizado contendo ilustrações referentes aos dados coletados. O manuseio do
software é simples, porém para qualquer informação adicional, consultar o manual,
em inglês, também disponível nesse CD ROM.
105
Rio Claro, 30 de maio de 2008,
_______________________________
Autor: Michel Metran da Silva
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Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Monteiro
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Composição florística e fitossociologia em um