Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Imagens de Livros Didáticos: contribuições para o conceito de
equilíbrio Químico
Marina Vieira Santos (IC)*, Keila Bossolani Kiill (PQ)
*[email protected]
Universidade Federal de Alfenas
Palavras-chave: Livro Didático, Imagem, Representação, Equilíbrio Químico.
Introdução
Busca-se com novas propostas de ensino um
rompimento com a sequência tradicional dos
conteúdos, persistente há décadas nos livros de
Química. Com isso, incentiva-se o uso de
estratégias e propostas metodológicas inovadoras¹.
Sendo assim, o material didático sofre modificações
estruturais e de conteúdo para que, cada vez mais,
possa contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem. Desta forma, destaca-se o uso de
imagens em livros textos, como instrumento
colaborativo ao processo de significação dos
conteúdos químicos. As imagens devem influenciar
e melhorar a aprendizagem, o raciocínio, a
compreensão de conceitos científicos e a
2, 3
recordação, além de promoverem a imaginação .
Assim, com esta pesquisa objetivou-se analisar
comparativamente as imagens presentes nos
capítulos dos livros didáticos de Ensino Médio, para
o conteúdo de equilíbrio químico. Para esta análise
considerou-se as dimensões do conhecimento,
4
propostas por Alex Johnstone .
Metodologia
O estudo em questão é baseado numa pesquisa
qualitativa e quantitativa porque se ancora na
quantificação dos dados a serem analisados e
baseia-se em avaliar a contribuição da imagem para
a significação do conteúdo, que no caso é equilíbrio
químico e, caracteriza-se com uma pesquisa do tipo
descritiva. Foi utilizado como instrumento para a
coleta dos dados, um questionário em que se
5
utilizou das categorias propostas por KIILL (2009)
e, a amostra avaliada consta das imagens
pertencentes aos capítulos de Equilíbrio Químico
presentes nos seis livros didáticos aprovados pelo
PNLD em 2007 e 5 livros aprovados em 2012.
Resultados e discussão
As imagens foram classificadas em 8 categorias,
sendo elas: macroscópica - representada por algum
fenômeno concreto, submicroscópica – trata-se do
nível molecular, simbólica - representada por
números, símbolos, equações, etc e icônico-verbal
para tirinhas e charges. Consideraram-se ainda as
correlações entre os níveis do conhecimento
químico. Por meio da análise, percebeu-se que o
aspecto macroscópico prevaleceu em todas as
obras, conforme demonstra a figura 1. Por outro
lado, para os livros de 2007 encontrou-se 10
imagens
pertencentes
à
categoria
macrosubmicrosimbólica, enquanto nos livros de
2012 apenas
encontrada.
1
imagem
desta
categoria
foi
Figura 1. Quantificação do total de imagens inseridas nos
livros didáticos de 2007 e 2012.
A figura representa um
sistema em equilíbrio químico
heterogêneo em que se tem a
transformação:
CaCO3(s)
CO2(g) e CaO(s), considerando
o aumento de temperatura e o
efeito da pressão. O CO2(g)
está representado em termo
submicroscópico
e
as
substâncias CaCO3(s) e CaO(s)
pelo nível macroscópico, além
do nível simbólico identificado
cada substância.
Fonte: Lisboa, J. C. F. Ser
Protagonista, 1ª ed. São
Paulo: SM, 2012
Figura 2. Imagem que considera os três níveis do conhecimento
Químico.
Conclusões
Conclui-se que, em geral, o aspecto macroscópico
prevalece nas representações visuais, seguido de
simbólico e submicroscópico. Entretanto, para que a
imagem contribua para o entendimento conceitual
de equilíbrio químico, é preciso considerar em sua
estrutura a correlação entre os níveis. Sendo assim,
as representações pouco abordam o conceito pela
vertente abstrata.
Agradecimentos
À FAPEMIG e à UNIFAL/MG
1
Mortimer, E.F.; Santos, W.L.P. In: Rosa, M.I.P.; Rossi, A.V. (orgs.)
Educação Química no Brasil: memórias, políticas e tendências.
Campinas: Átomos, 2008, p. 85-103.
²Otero, M.R.; Moreira, M.A.; Greca, I.M. Investigações em Ensino
de Ciências, 2002, v. 7, n. 2, p. 127–154.
3
Martins, I.; Gouvêa, G.; Piccinini, C. Ciência e Cultura, 2005, v.
57, n.4, 38-40.
4
Johnstone, A.H. Chemistry Education: Research and Practice in
Europe, 2000. v.1, n.1, p. 9-15.
5
Kiill, K.B. Tese (Doutorado em Química), 2009 – Departamento de
Química, Universidade Federal de São Carlos.