ESTIMATIVA DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DAS SAFRAS DE VERÃO E INVERNO E SUA
RENTABILIDADE ECONÔMA EM CASCAVEL/PR - 2014
MACHADO, Fabiana Ribeiro1
BALBINOTTI, Everton Carlos2
MACHADO, Fabio Ribeiro3
KUHN, Sergio Luiz4
RESUMO
Esta pesquisa objetivou verificar os custos de produção das safras de verão e inverno, mediante um comparativo entre duas culturas, em termos de
rentabilidade, em uma propriedade rural da cidade de Cascavel (PR) no ano de 2014. As culturas comparadas compreende a soja (N5909 RG) com o
milho de verão (Hibrido Simples – transgênico) e por outro, do milho safrinha (Hibrido Simples – transgênico) com o trigo. Para tal, como
metodologia utilizou-se dados secundários, colhidos em uma empresa do setor do agronegócio. Como resultados das cultivares obteve-se
rentabilidade, porém quando comparadas no desempenho uma foi superior a outra. Ao comparar a soja com o milho, na safra de verão, a produção de
milho representou mais que o dobro e o custo da produção também foram mais elevados, em relação à cultura da soja e devido ao preço pago pela
saca do mesmo ser menor que a saca de soja, demonstrou que o cultivo da soja é mais vantajoso, quanto a sua rentabilidade. Para a safra de inverno
tanto o milho safrinha quanto o trigo obtiveram rentabilidade positiva, porém o milho safrinha apresentou mais vantagem sobre o cultivo do trigo,
pois mesmo o custo por saca do trigo estar mais elevado, não foi o suficiente para que o mesmo fosse vantajoso, pois o milho safrinha produziu mais
sacas e o lucro foi maior. Concluiu-se que para a safra de verão a soja é mais rentável e para a safra de inverno o milho safrinha, em termos
econômicos, cuja influência deve-se ao preço das commodities agrícolas.
PALAVRAS-CHAVE: custos, rentabilidade, safra de verão e safra de inverno.
ESTIMATED COSTS OF PRODUCTION OF CROPS FOR SUMMER AND WINTER AND THEIR ECONOMIC
PROFITABILITY IN CASCAVEL / PR – 2014
ABSTRACT
This research aimed to determine the cost of production of summer crops and winter, through a comparison between two cultures summer winter in
terms of profitability, on a rural property in the city of Cascavel (PR) in the year 2014 compared cultures comprises soybeans (N5909 RG) with
summer corn (Hybrid Single - GM) and secondly, the maize (Simple Hybrid - GMO) to wheat. As a result of cultivars yield was obtained, but when
compared in performance was superior to one another. When comparing soy to corn, the summer harvest, corn production represented more than
double and the cost of production were also higher compared to soybean and due to the price paid by the sack even be smaller than a bushel of
soybeans showed that soy cultivation is more advantageous, as their profitability. For both the winter crop season corn as wh eat had positive returns,
but the second crop corn showed more advantage over the cultivation of wheat, because even the cost per bushel of wheat to be higher, it was not
enough that it be advantageous because the winter maize produced more sacks and profit was higher. It was concluded that for the summer crop
soybean is more profitable and the winter harvest the maize, in economic terms, whose influence is due to the price of agricultural commodities.
KEYWORDS: costs, profitability, summer crop and winter crop.
1. INTRODUÇÃO
A agricultura começou em sua origem como uma forma de subsistência, produzir alimentos era sinônimo de
sobrevivência, nos dias de hoje ainda podemos ver dessa forma porém de forma mais contextualizada, onde não
somente obtivemos nossos alimentos mas também uma forma agregar renda para um bem estar maior, além de se
alimentar. Partindo da nossa realidade regional, onde a agricultura tem forte potencial de renda tanto para os produtores
rurais como para economia das cidades, com o desenvolvimento e a globalização da agricultura, o produtor rural
depende de planejamento e estimativas de custos e produção para obter sucesso no seu trabalho, hoje ele não é mais um
produtor rural, passou a ser empresários rurais do agronegócio, e a propriedade passou a ser administrada como se fosse
realmente uma empresa, produtores que não estiverem atualizados quanto a tecnologia, e não possuírem planejamento e
controle de gastos, estarão fadados ao fracasso e tendem a sair do mercado, precisaram serem gestores de sucesso
dentro de sua propriedade rural, para assim serem competitivos e gerarem lucros dentro de sua empresa, no caso a
propriedade rural (ANDRADE et al., 2012)
1
Acadêmica, Agronomia, Faculdade Assis Gurgacz - FAG, Cascavel, Paraná, Brasil. [email protected].
Acadêmico, Agronomia, Faculdade Assis Gurgacz - FAG, Cascavel, Paraná, Brasil. [email protected].
Mestrando, Agronomia - Área de Concentração em Produção Vegetal, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Pato Branco, Paraná,
Brasil. [email protected].
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Doutor em Desenvolvimento Regional e Agronegócios, Professor titular da Faculdade Assis Gurgacz - FAG , Cascavel, Paraná, Brasil.
[email protected].
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O desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à agricultura, como a mecanização, adubação e defensivos,
proporcionaram melhorias na qualidade da produção agrícola. Por outro, trouxeram com elas um custo de produção
bastante elevado. E com a dependência que o agricultor criou com a utilização dessas tecnologias em relação ao
mercado, adicionada às incertezas e as mudanças no cenário econômico, os mesmos devem ter conhecimento mais
profundo de seu negócio, se aprimorando e melhorar a sua gestão e ter um controle maior sobre as suas atividades
(ANDRADE et al., 2012).
Segundo Martin et al. (1994), à medida que a agricultura vem se tornando cada vez mais competitiva, e com a
redução da intervenção governamental no setor, o custo de produção se transforma num importante instrumento do
processo de decisão. Assim, se por um lado, os custos de produção vêm aumentando a sua importância na administração
rural, na determinação de eficiência na produção de atividades produtivas e no planejamento de empresas, por outro, as
dificuldades de estimá-los só recentemente começaram a ser reduzidas, à medida que aumentou a adoção da informática
na gestão das empresas agropecuárias.
Com isso a produção na atividade agrícola exige escolhas racionais e a utilização eficiente dos fatores
produtivos, devido as suas particularidades. Esse processo de tomada de decisão irá refletir diretamente no seu custo
total de produção, que, por sua vez, dirá se seus resultados e/ou lucro serão ótimos. Com isso o custo da produção
agrícola é parte essencial para a gestão do empreendimento rural e o seu acompanhamento pelo Estado é importante
para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas (CONAB, 2010).
Diante das exigências do mercado agrícola e o mesmo estar cada vez mais competitivo, torna-se imprescindível
que as empresas, bem como os produtores, utilizem meios de estimativas de custos de produção das culturas, levando
em consideração um gerenciamento mais dinâmico e de utilidade indispensável (RIBEIRO et al., 2004).
Observa-se que o controle de custos e despesas, bem como a sua administração para um melhor controle
econômico das atividades agrícolas e seus eventos, como um todo, não têm desempenhado a mesma razão, comparado
com o avanço da tecnologia, deixando assim os administradores dos empreendimentos agrícolas e os produtores rurais,
muitas vezes sem ferramentas necessárias para a tomada de decisões seguras (RIBEIRO et al., 2004).
Com isso uma das principais ferramentas que o administrador/produtor rural possui, é procurar meios de
racionalização e redução dos custos de produção, os quais são em sua maioria representados pelos custos de utilização
dos insumos, mão-de-obra, máquinas e equipamentos, para que se atinja maior produtividade e com isso aumente o seu
lucro e consequentemente a sua rentabilidade da lavoura.
Neste sentido, a presente pesquisa visou desenvolver um estudo racional das particularidades dos custos
componentes do processo de produção agrícola de soja, milho, milho safrinha e trigo, levando em consideração todos os
custos envolvidos em suas produções e comparando os custos de cada cultura e ao final verificar qual é a mais rentável
economicamente, separando em cultura de verão (soja e milho) e de inverno, (milho safrinha e trigo) 2014, utilizando
como metodologia, dados secundários de empresas do segmento do agronegócio brasileiro.
2. REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O desenvolvimento tecnológico e as constantes mudanças provocadas pela economia afeta a diretamente a
agricultura e o agricultor rural, muitas vezes por não possuir subsídios específicos para lidar com esse tipo de situação
agora sofrendo várias consequências, com isso a informação contábil mostra-se um fator fundamental para a tomada de
decisão para o gerenciamento da cultura e/ou propriedade rural, para otimizar os resultados de produção (ALVES et al.,
2010).
Apesar do avanço das tecnologias modernas, observa-se que o papel do controle de custos e administração como
responsáveis pelo controle econômico das atividades e seus eventos, não têm desempenhado a mesma razão, deixando
muitas vezes os administradores dos empreendimentos agrícolas sem ferramentas necessárias para a tomada de decisões
seguras (RIBEIRO, 2004).
Segundo Silva e Lopes (2008) as informações sobre os custos de uma cultura são de fundamental importância
para o agricultor dentro de qualquer atividade produtiva, ou seja, para que um produtor rural tome decisões bem
sucedida, precisa estar bem informado. Nesse contexto as informações são de essencial valor para as tomadas de
decisões, principalmente no setor rural, já que os preços são definidos pelas forças de oferta e demanda do produto,
sendo que cada produtor individualmente não influencia sobre o preço, neste caso os preços são repassados aos
agricultores, tornando ainda mais relevante o controle dos custos como instrumento de obtenção de rentabilidade.
Segundo Andrade et al. (2012) na agricultura, os custos são todos aqueles gastos relacionados direta ou
indiretamente com a cultura, tais como sementes, adubos, defensivos, combustíveis, mão de obra, mecanização, etc. O
sistema de controle de custos constituem ferramentas importantes para a administração e tomada de decisão na
agricultura, em razão de suas particularidades frente a qualquer outro empreendimento, em termos de custos e receitas,
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levando em consideração o fator tempo entre produção, venda e dependência do mercado. Ao se realizar a contabilidade
de custos devem-se levar em consideração os tipos de custos e requer a existência de métodos de custeio para que, ao
final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao objeto produzido.
Há décadas as culturas das safras de inverno e de verão atendem ao consumo, bem como, incrementam
gradativamente a renda dos produtores rurais. A princípio se utilizava somente o trigo como essa opção, mas das
últimas três décadas ocorreu um aumento no plantio de milho safrinha, como uma opção para os produtores em geral,
para o grande, médio e pequeno, não somente para produção de grãos em si, mas muitos produtores de leite, os quais
utilizam o milho safrinha para fazer a silagem. Com a procura por essa prática houve um forte investimento em
melhoramento genético das plantas para que as mesmas pudessem ser adaptadas a um ciclo mais curto que as
variedades de verão, pois a temperatura é mais baixa e o fotoperíodo menor (CECCON & STAUT, 2007).
O milho e a soja as culturas que possuem maior destaque na agricultura devido a diversidade de utilização desses
grãos, que são usados tanto para a alimentação humana quanto animal. A produção do milho é utilizada em sua maioria
para a produção de ração para a avicultura e a suinocultura e silagem para bovinos, sendo estes setores de grande
importância econômica e social no âmbito nacional e estadual. Já a soja representa uma das principais commodities na
pauta das exportações brasileiras (MELO et al., 2012).
O mercado agrícola funciona em forma de sistema de comunicação, ajustes de conflitos, e de coordenação, ele
deve observar e entender o mercado e através desta analise, passar as informações, as variações para os usuários, sendo
a comercialização de extrema importância, pois é uma estrutura que é montada para assegurar mercado ao produto,
normalmente são cooperativas, associações de produtores rurais, integrações entre produtores rurais e agroindústrias,
são determinantes para o bom êxito e lucratividade dos produtos (STEDILE et al., 2013).
Segundo Melo et al. (2012), a agricultura é o setor que apresenta a maior participação no valor bruto da produção
agropecuária do nosso estado, isso segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado e Agricultura e
Abastecimento do Paraná . Ao analisar a participação por produto no estado, a soja e o milho aparecem entre os três
primeiros produtos agrícolas com maior participação, sendo a soja em primeiro no ranking e o milho sendo o
subsequente e isso se deve a opção dos produtores rurais, que objetivam produtos com menor custo de produção e maior
rentabilidade, e com isso essas escolhas acabam muitas vezes causando desequilíbrio em todo o sistema de produção
agrícola, bem como na Lei da oferta e demanda.
Segundo Andrade et al. (2012) com a complexidade do processo de apuração de custos na agricultura, bem como
a sua relação com o mercado, a rentabilidade na cultura da soja influencia diretamente nos preços de commodities, onde
requer controles e ferramentas que consigam mensurar custos e receitas.
Segundo Silva e Lopes (2008) comenta que uma das dificuldades encontradas para calcular o custo das lavouras
ou das safras, é o calculo exato do custo dos equipamentos agrícolas utilizados na cultura agrícola. Tendo como maior
problema o cálculo da depreciação dos implementos agrícolas, que na maioria das vezes os produtos não os levam em
consideração.
O mercado da soja é flutuante, depende de muitas variáveis, a principal delas, é a lei da oferta e procura, mas
também podemos destacar o valor da moeda, com a adoção do cambio flutuante no Brasil, a soja por depender de
fertilizantes importados e a venda também ser para países como China e Europa que estão inseridos nessa forma
cambial, tornam sempre valor variável, desde os custos até a venda do produto para exportação ( STEDILE et al.,
2013).
Já o milho tem um mercado interno muito forte, por ser a base da produção de ração para produção de leite e
carne, produtos estes de grande peso na balança comercial agropecuária do Brasil, o milho responde por 37% da
produção nacional de grãos, por ser o insumo básico na avicultura e na suinocultura, o seu valor esta intimamente ligado
as essas duas atividades, pois delas depende a sua valorização, ao mesmo tempo que é preciso manter valor da carne
para exportação competitivos é preciso criar um atrativo para que o produtor cultive o milho e abasteça o consumo
interno (CALDARELLI et al., 2012).
Em relação ao trigo podemos observar um sério problema quanto ao seu custo de produtividade e o clima em
relação ao principal concorrente que no caso é a Argentina, onde as terras são mais férteis e o clima é extremamente
favorável a produção, isso gera um desequilíbrio e uma concorrência de certa forma desleal, pois para concorrer é
preciso se trabalhar com uma margem muito baixa de lucratividade, estando o produtor rural em uma situação de risco
grande, pois se colher abaixo do esperado tem grandes chances de ter prejuízo e quando a safra é boa, aumenta a oferta,
o preço então baixa, são questões que dependem muito da interferência do governo federal, como a garantia do preço
mínimo e subsídios ou linhas de credito para a produção (BRUM et al., 2008).
Neste contexto, a contabilidade desempenha um importante papel de ferramenta gerencial, que ajuda a diminuir
os custos de produção, evitar desperdícios e melhorar o planejamento e controle de suas atividades, através de
informações precisas e oportunas sobre a situação real da produção e do resultado das culturas de sua propriedade,
transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor,
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principalmente no que concerne aos objetivos e atribuições da administração financeira, do controle de custo, da
diversificação da cultura e comparação de resultados (SILVA & LOPES, 2008).
Segundo Martin et al. (1994) sempre que se for estimar um custo de produção, vão surgir questões, do tipo:
como alocar custos da mão de obra familiar, juros sobre o capital próprio utilizado na produção, entre outros. Para cada
uma das questões deverá ser levado em consideração cada caso em específico e para isso a análise de custo terá grande
utilidade e deverá se adaptar conforme o caso definindo os dados a serem utilizados, levando em consideração o
objetivo do produtor rural.
Neste sentido, a presente pesquisa visa desenvolver um estudo racional das particularidades dos custos
componentes do processo de produção agrícola de soja, milho, milho safrinha e trigo, levando em consideração todos os
custos envolvidos em suas produções e comparando os custos de cada cultura e ao final verificar qual é a mais rentável
economicamente, separando em cultura de verão (soja e milho) e de inverno, (milho safrinha e trigo) 2014, utilizando
como metodologia, dados secundários de empresas do segmento do agronegócio.
3. METODOLOGIA
O estudo foi realizado na cidade de Cascavel, Paraná, com a safra de verão e inverno de 2014, baseado na coleta
de dados através de dados secundários em planilhas com o levantamento de todos os custos e a estimativa de produção
das culturas de soja RR, milho de verão, milho safrinha e trigo, constantes nas respectivas tabelas por safra e cultura.
Para cada cultura foi considerado o custo por hectare de insumos, mecanização e outros. Para a cultura da soja
foi considerado os custos com insumos: semente soja (N5909 RG), adubo (02.20.20 + micro), inoculante, dessecante
(Glifosate), herbicida para folha larga 1 (Zapp), herbicida para folha larga 2 (Zapp), espalhante (Aureo), espalhante de
uso geral (Super Gun), micronutriente foliar, inseticida para lagarta (Curyom), inseticida para lagarta fisiológico
(Certero), inseticida para percevejo 1 (Engeo Pleno), inseticida para percevejo 2 (Connect), fungicida Fox (triazol +
estrab.), fungicida Opera Ultra (triazol + estrab.), micronutriente para tratamento de semente (CoMo Raiz).
Para a cultura do milho verão os custos com insumos foram: semente hibrido simples (Transgênico) + TS, adubo
(12.20.13 + micro), adubo de cobertura (Sulfato Amonia Farelado), dessecante (Glifosate), herbicida 1 (Atrazine +
Zimazine), herbicida 2 (Soberan), inseticida (Karate 50), inseticida 2 (Fisiológico/Certero), inseticida 3 (Lannate),
espalhante herbicida (Aureo), fungicida PrioriXtra (Estrob. + Triazol), fungicida Opera Ultra (Estrob. + Triazol),
micronutriente foliar (Molibdenio), espalhante fungicida (Nimbus) e espallhante de uso geral (Super Gun).
Os insumos utilizados na cultura do milho safrinha foram: semente de hibrido simples (Transgênico), adubo
(08.20.20 + micro), adubo cobertura (Uréia Super – 41%), tratamento de semente (Cropstar), dessecante (Glifosate),
herbicida 1 (Atrazine), fungicida (PrioriXtra), espalhante (Nimbus), espalhante de uso geral (Super Gun) e inseticida 2
(Fisiológico/Certero).
E para a cultura de trigo foram utilizados os seguintes insumos: semente de trigo, adubo (08.20.20 + micro),
adubo de cobertura (Uréia Super 41%), tratamento de semente (Spectro), tratamento de semente (Cruiser), dessecante
(Glifosate), herbicida 1 (Ally/Zarzan), herbicida 2 (Topik), espalhante ( Assist), espalhante de uso geral (Super Gun),
fungicida Nativo (Estrob. + Triazol), fungicida Opera Ultra (Estrob. + Triazol), inseticida 1 (Engeo Pleno) e inseticida 2
(Fisiológico/Match).
Em todas as culturas para o custo com mecanização foi considerado o plantio direto, aplicação de defensivos,
tratamento de sementes, transporte interno e colheita, e para outros custos foi considerado o transporte externo e a
assistência técnica.
Após o levantamento dos dados, os mesmos foram analisados de forma quantitativa, levando em consideração os
preços de mercado para sacas de soja, milho de verão, milho safrinha e trigo, do dia 28 de setembro de 2014.
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES
Na Figura 1, 2, 3 e 4 pode-se observar o preço corrente ou do dia, considerado para a saca de cada cultura (dia 29
de setembro de 2014). Os dados e resultados por hectare da produtividade, os custos de produção fixos e variáveis ou
diretos e indiretos dos insumos, da mecanização, com outras operações, o custo total e suas análises envolvendo, o custo
por saca, a receita bruta, o lucro liquido e a porcentagem de rentabilidade de cada cultura, conforme segue.
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Figura 1. Demonstração dos custos, lucro e rentabilidade da cultura da soja - 2014.
ESTIMATIVA DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE SOJA TRANSGÊNICA
Preço considerado
Tecnologia Utilizada: alta
Produtividade
54,40 sc 60 kg
74,4 sc/há
Custo por há
Quantidade
unidade
Insumos
Semente soja (N5909 RG)
Adubo soja
(02.20.20 + micro)
Inoculante
Dessecante
(Glifosate)
Herbicida folha larga 1 (Zapp)
Herbicida folha larga 2 (Zapp)
Espalhante (Aureo)
Espalhante uso geral (Super Gun)
Micronutriente foliar
Inseticida lagarta
(Curyom)
Inseticida lagarta fisiologico (Certero)
Inseticida percevejo 1 (Engeo Pleno)
Inseticida percevejo 2 (Connect)
Fungicida (Triazol + Estrob.) Fox
Fungicia (Triazol + Estrob.) Opera Ultra
Micronutr. tratam. Semente (CoMo Raiz)
50,00
300
1,50
2,00
1,70
1,20
1,20
0,20
4
0,5
0,04
0,20
0,75
0,40
0,50
0,10
kg
kg
dose
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
valor Unit.
Valor Total
%
4,78
1,18
2,00
12,47
18,00
18,00
9,03
56,54
15,00
68,04
179,66
131,88
35,11
171,46
74,78
85,73
239,00
354,00
3,00
24,94
30,60
21,60
10,84
11,31
60,00
34,02
7,19
26,38
26,33
68,58
37,39
8,57
17,04%
25,24%
0,21%
1,78%
2,18%
1,54%
0,77%
0,81%
4,28%
2,43%
0,51%
1,88%
1,88%
4,89%
2,67%
0,61%
963,75
68,70%
87,73
170,93
1,53
5,57
144,16
6,25%
12,18%
0,11%
0,40%
10,28%
409,91
29,22%
1,64
27,47
0,12%
1,96%
29,11
2,08%
Total insumos
Mecanização
Plantio direto
Aplic. Defensivos nº X
Tratamento sementes
Transporte interno
Colheita
5
1,20
2,00
0,16
10,00
1,00
Ha/H
Ha/H
hom/h
Ha/H
Ha/H
105,27
68,37
9,58
55,68
144,16
Total operações
Outros custos
Transporte externo
Assistência técnica
0,60
2,00
lt diesel/sc
%
2,20
1373,66
Total outros custos
Custo total
Custo por saca de 60 Kg
Receita Bruta
Lucro Liquido
Rentabilidade (%)
R$
R$
R$
R$
1.402,77
18,85
4.047,36
2.644,59
188,53
Obs: no custo da semente está embutido o custo do royalt - Preços vigentes: maio/2014
Fonte: Coopavel
Conforme a Figura 1 estão representados os custos de produção da soja, onde os custos totais com insumos
foram de 963,75 reais, de mecanização 409,91 reais e com outros de 29,11 reais, sendo que os custos totais para a
produção foi de 1,402,77 reais e o custo por saca de soja de 60 quilos foi de 18,85 reais. A produção de sacas de soja
por hectare foi de 74,4 sc/ha, com isso pode-se afirmar que a receita bruta da produção por hectare foi de 4.047,36 reais,
o lucro liquido total foi de 2.644,59 reais e portanto sua rentabilidade foi de 188,53%, revelando a sua viabilidade
econômica.
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Com isso pode-se destacar que o preço favorável da soja influenciou em grande parte o lucro e a rentabilidade da
lavoura, e por sua vez, a renda da economia rural, conforme pode ser confirmado com o lucro total de 2.644,59 reais por
hectare.
Figura 2. Demonstração dos custos, lucro e rentabilidade da cultura do milho verão - 2014.
CUSTO DE PRODUÇÃO DE MILHO VERÃO
Preço considerado
Tecnologia Utilizada: alta
Produtividade
18,50 sc 60 kg
219 sc/há
Custo por há
Quantidade
unidade
Insumos
Semente HS transgenico + TS (comentário)
Adubo (12.20.10 + micro)
Adubo cobertura (Sulfato Amonia Farelado)
Dessecante
(Glifosate)
Herbicida 1 (Atrazine+Zimazine)
Herbicida 2 (Soberan)
Espalhante herbicida (Aureo)
Fungicida (Estrob.+Triazol) PrioriXtra
Fungicida (Estrob.+Triazol) Opera Ultra
Micro foliar (Molibdenio)
Espalhante fungicida (Nimbus)
1,00
370
450
2,00
5,00
0,20
0,60
0,35
0,50
0,10
0,60
valor Unit.
Valor Total
%
530,00
1,22
0,85
12,50
13,00
331,69
8,43
125,24
86,24
106,82
10,72
530,00
451,40
382,50
25,00
65,00
66,34
5,06
43,83
43,12
10,68
6,43
25,42%
21,65%
18,35%
1,20%
3,12%
3,18%
0,24%
2,10%
2,07%
0,51%
0,31%
.
1629,36
78,16%
105,27
68,37
9,58
55,68
144,16
87,73
170,93
1,53
5,57
144,16
4,21%
8,20%
0,07%
0,27%
6,92%
409,91
19,66%
4,60
40,79
0,22%
1,96%
45,38
2,18%
saco
kg
kg
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
Total insumos
Mecanização
Plantio direto
Aplicação defensivos nº X
Tratamento sementes
Transporte interno
Colheita
3
1,20
1,20
0,16
10,00
1,00
Ha/H
Ha/H
hom/h
Ha/H
Ha/H
Total operações
Outros custos
Transporte externo
Assistência técnica
0,60
2,00
lt diesel/sc
%
2,10
2039,27
Total outros custos
Custo total
Custo por saca de 60 Kg
Receita Bruta
Lucro Liquido
Rentabilidade (%)
R$
R$
R$
R$
2.084,66
9,52
4.051,50
1.966,84
94,35
Obs: no custo da semente está embutido o custo do royalt
Fonte: Coopavel
De acordo com a Figura 2 estão representados os custos de produção de milho verão, onde os custos totais com
insumos foram de 1.629,36 reais, de mecanização 409,91 reais e com outros de 45,38 reais, sendo que os custos totais
para a produção foi de 2.084,66 reais e o custo por saca se milho verão de 60 quilos foi de 9,52 reais. A produção de
sacas de milho por hectare foi de 219 sc/ha, com isso pode-se afirmar que a receita bruta da produção por hectare foi de
4.051,50 reais, o lucro liquido total foi de 1.966,84 reais e portanto sua rentabilidade foi de 94,35%.
Levando-se em consideração a cultura de soja e milho de verão e realizando um comparativo entre as duas
culturas utilizadas, pode-se dizer as duas foram próximos quanto ao lucro liquido. A cultura da soja rendeu 188,53%,
sendo seu lucro de 4.047,36 reais, enquanto que a cultura do milho teve uma rentabilidade de 188,53%, sendo seu lucro
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liquido de 2.644,59 reais. Com isso pode-se dizer que por mais que o lucro das duas ficou perto, levando em
consideração apenas um hectare, quando levado em consideração, por exemplo, 20 hectares, a rentabilidade da soja é
superior.
Porém se levarmos em consideração o valor do preço do dia pago por saca, pode-se dizer que o milho tem
resultado inferior, que é mais que duas vezes menor, que o pago pela saca de soja, com isso se o valor da saca de milho
chegasse a subir a rentabilidade das duas quando comparadas, a do milho poderia ser maior que a da soja.
Mas como o presente estudo levou em consideração o valor atual (dia 28 de setembro de 2014) da saca de milho
verão e da soja, pode-se afirmar que a cultura da soja foi superior ao do milho em termos de rentabilidade final
comparativamente.
Abaixo estão apresentados os custos, renda e produtividade do milho safrinha. Com isso na Figura 3, pode-se
observar os custos e resultados de produção do milho safrinha. De acordo com a figura 3, constata-se que a produção de
sacas de milho safrinha por hectare foi de 115,7 sc/ha, com isso pode-se afirmar que a receita bruta da produção por
hectare foi de 2.140,45 reais, o lucro liquido total de 731,32 reais rentabilidade de 51,90%.
Neste caso, o preço do dia da commoditie em queda, reduziu em grande parte o resultado do lucro e rentabilidade
da lavoura.
Figura 3. Demonstração dos custos, lucro e rentabilidade da cultura do milho - 2014.
CUSTO DE PRODUÇÃO DE MILHO SAFRINHA
Preço considerado
Tecnologia Utilizada: alta
Produção esperada
18,50
115,7 sc/há
Insumos
Quantidade
Semente hibrido simples (Trangênico)
Adubo 08.20.20 + micro
Adubo cobertura (Uréia Super)
Dessecante (Glifosate)
Herbicida 1 (Atrazine)
Fungicida (PrioriXtra)
Espalhante (Nimbus)
Espalhante uso geral (Super Gun)
Inseticida 2 (Fisiologico)
Inseticida 3 ( Lannate)
1,00
250
100
2,00
4,00
0,33
0,60
0,20
0,30
0,80
Custo por há
unidade
valor Unit.
Valor Total
%
380,00
1,27
1,41
12,00
12,00
121,41
11,00
60,23
0,00
0,00
380,00
317,50
141,00
24,00
48,00
40,07
6,60
12,05
0,00
0,00
26,97%
22,53%
10,01%
1,70%
3,41%
2,84%
0,47%
0,85%
0,00%
0,00%
.
969,21
68,78%
105,27
68,37
9,58
55,68
144,16
87,73
170,93
1,53
5,57
144,16
6,23%
12,13%
0,11%
0,40%
10,23%
409,91
29,09%
2,43
27,58
0,17%
1,96%
30,01
2,13%
saco
kg
kg
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
Total insumos
Mecanização
Plantio direto
Aplic. Defensivos nº X
Tratamento sementes
Transporte interno
Colheita
3
1,20
2,00
0,16
10,00
1,00
Ha/H
Ha/H
hom/h
Ha/H
Ha/H
Total operações
Outros custos
Transporte externo
Assistência técnica
0,60
2,00
lt diesel/sc
%
2,10
1379,12
Total outros custos
Custo total
Custo por saca de 60 Kg
Receita Bruta
Lucro Liquido
Rentabilidade (%)
R$
R$
R$
R$
R$
1.409,13
12,18
2.140,45
731,32
51,90
Obs: no custo da semente está embutido o custo do royalt
Fonte: Coopavel
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Com base na Figura 3 observa-se os custos, renda e produtividade do milho safrinha. Com isso na Figura 3,
podem-se observar os custos de produção do milho safrinha, onde os custos totais com insumos foram de 969,21 reais,
de mecanização 409,91 reais e com outros de 30,01 reais, sendo que os custos totais para a produção foi de 1.409,13
reais e o custo por saca de milho safrinha de 60 quilos foi de 12,18 reais. A produção de sacas de milho safrinha por
hectare foi de 115,7 sc/ha, com isso pode-se afirmar que a receita bruta da produção por hectare foi de 2.140,45 reais, o
lucro liquido total foi de 731,32 reais e portanto sua rentabilidade foi de 51,90%.
Figura 4. Demonstração dos custos, lucro e rentabilidade da cultura do trigo - 2014.
CUSTO DE PRODUÇÃO DE TRIGO
Preço considerado
Tecnologia Utilizada: alta
Produção esperada
30,00 sc 60 kg
59,92 sc/há
Custo por hectare
Quantidade
unidade
Insumos
Semente trigo
Adubo 08.20.20 + micro
Adubo cobertura (Uréia Super 41%)
Tratamento semente (Spectro )
Tratamento semente (Cruiser)
Dessecante (Glifosate)
Herbicida 1 (Ally /Zarzan)
Herbicida 2 (Topik)
Espalhante (Assist)
Espalhante uso geral (super Gun)
Fungicida (Estrob.+Triazol) Nativo
Fungicida (Estrob.+Triazol) Opera U
Inseticida 1 (Engeo Pleno)
Inseticida 2 (Fisiologico) Match
160,00
250,00
100,00
0,32
0,10
2,00
4,00
0,15
2,00
0,20
0,60
0,50
0,20
0,33
valor Unit.
Valor Total
%
1,71
1,27
1,41
67,26
322,81
12,00
0,76
409,45
9,72
60,23
65,55
83,60
130,15
60,80
273,60
317,50
141,00
21,52
32,28
24,00
3,04
61,42
19,44
12,05
39,33
41,80
26,03
20,06
18,57%
21,55%
9,57%
1,46%
2,19%
1,63%
0,21%
4,17%
1,32%
0,82%
2,67%
2,84%
1,77%
1,36%
.
1033,07
70,13%
105,27
68,37
9,58
55,68
144,16
87,73
170,93
1,53
5,57
144,16
5,96%
11,60%
0,10%
0,38%
9,79%
409,91
27,83%
1,26
28,86
0,09%
1,96%
30,12
2,04%
kg
kg
kg
lt
lt
lt
gr
lt
lt
lt
lt
lt
lt
lt
Total insumos
Mecanização
Plantio direto
Aplicaç defensivos nº X
Tratamento sementes
Transporte interno
Colheita
5
1,20
2,00
0,16
10,00
1,00
Ha/H
Ha/H
Hom/h
Ha/H
Ha/H
Total operações
Outros custos
Transporte externo
Assistência técnica
0,60
2,00
lt diesel/sc
%
2,10
1442,98
Total outros custos
Custo total
Custo por saca de 60 Kg
Receita Bruta
Lucro Liquido
Rentabilidade (%)
R$
R$
R$
R$
1.473,10
24,58
1.797,60
324,50
22,03
Obs: no custo da semente está embutido o custo do royalt
Fonte: Coopavel
Conforme a Figura 4 constata-se que os custos totais do trigo com insumos foram de 1.033,07 reais, de
mecanização 409,91 e com outros de 30,12, sendo que os custos totais para a produção foi de 1.473,10 reais e o custo
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por saca de trigo de 60 quilos foi de 24,58 reais. A produção de sacas de trigo por hectare foi de 59,92 sc/ha, com isso
pode-se afirmar que a receita bruta da produção por hectare foi de 1.797,60 reais, o lucro líquido total foi de 324,50
reais e portanto a rentabilidade foi de 22,03%.
Vale salientar o resultado de baixo lucro e rentabilidade, resultante sobremaneira do preço baixo do trigo no
mercado.
Quando comparados as culturas de inverno, do milho safrinha e o trigo, verifica-se que o milho safrinha
apresentou maior rentabilidade, sendo a mesma de 51,9%, contra 22, 03% do trigo, representando mais que o dobro de
rentabilidade. Com isso é indiscutível que o milho safrinha é superior em termos de lucro liquido.
Com isso deve-se sempre na hora de escolher a cultura que se irá plantar, realizar antes uma estimativa de custos
de produção, bem como de rentabilidade, pois é através de planejamentos que se obtêm as melhores escolhas e
consequentemente melhores lucros e benefícios.
Sendo assim, nos comparativos de custo de produção nas culturas de soja e milho de verão, assim como milho
safrinha e trigo no inverno, é importante ressaltar que a cultura de menor custo pode ter vantagens em relação a
intempéries climáticas, com as previsões do tempo cada vez mais próximas da realidade esperada, opta-se por uma
cultura de menor custo, pois já esperando uma adversidade climática e as intempéries do tempo, o agricultor pode optar
em gastar menos ou escolher a cultura que mais se adapta ou resiste a diversas não conformidades, aguardando retorno
de lucros nas diferentes atividades produtivas rurais.
É importante resaltar que a prática da cultura do milho safrinha, trouxe consigo problemas que afetam a
produtividade da safra de verão, em função do clima ser adverso no inverno, às plantas ficam mais suscetíveis a
doenças, muitas vezes as mesmas não diminuem o seu ciclo de vida e quando entra a safra de verão já existe uma
grande quantidade de doenças ativas, ao contrário do que acontece com o trigo, que possui doenças mais específicas que
normalmente não afetam o ciclo das culturas de verão.
Com isso demonstra-se que uma cultura afeta a outra e não se deve analisar as safras de verão e inverno
separadamente, pois não adianta somente plantar a cultura mais rentável economicamente. Deve-se levar em
consideração que a mesma poderá prejudicar a próxima cultura de verão e com isso consequentemente podendo fazer a
mesma produzir menos e gerar menor lucro, que muitas vezes quando comparado o lucro obtido na cultura de inverno,
não supre a perda de rentabilidade da cultura sequencial de verão.
Deve-se então analisar o sistema agrícola de produção como um todo, levando em consideração todos os
aspectos envolvidos e os fatores que afetam e/ou podem afetar as próximas culturas.
Os preços estabelecidos pelo mercado seguem a Lei da oferta e demanda. Os mesmos oscilam e com isto, os
resultados econômicos são variáveis, dependendo da época e safras.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em termos de produção e produtividade de sacas por hectare para a safra de verão chegou-se a conclusão de que
o milho de verão foi superior ao da soja, onde o milho de verão possui estimativa de produção de 219 sacas e a soja de
74,4 sacas por hectare. Já para a safra de inverno quem apresentou maior produção e produtividade foi à cultura do
milho safrinha em relação ao trigo, apresentando estimativas de produção de 115,7 sacas de milho safrinha contra 59,92
sacas de trigo por hectare.
Ao comparar a produção de sacas por hectare de cada cultura, pode-se dizer que a maior produtividade do milho
de verão e do trigo não significou maior rentabilidade quando comparadas, pois o valor pago pela saca de produção de
cada cultura é diferente. O preço pago pela saca de soja é de 54,40 reais e a do milho de verão 18,50 reais, ou seja, o
valor da saca de soja é mais que o dobro que a do milho e com isso a maior produtividade do milho de verão não
superou o alto valor pago pela saca de soja. Isso não ocorreu com as outras duas culturas, onde o preço da saca de milho
safrinha foi inferior a do trigo e mesmo assim apresentou maior rentabilidade, sendo o valor da saca do milho safrinha
18,50 reais e a do trigo 30,00 reais, mas nesse caso a quantidade de sacas de milho safrinha produzidos superam o valor
pago pela saca de trigo, mesmo o valor do trigo sendo maior.
A cultura da soja foi a mais rentável na safra de verão de 2014, quando comparada com a cultura do milho de
verão, representando uma rentabilidade de 188% contra 94,35%, onde o lucro líquido por hectare foi de 2.644,59 reais
para a soja e 1.966,84 reais para o milho de verão. Demonstrando um lucro de 677,75 reais a mais por hectare de soja
cultivado.
Para a safra de inverno, a cultura do milho safrinha apresentou maior rentabilidade que a do trigo, representando
51,90%, contra 22,03% do trigo. O lucro líquido por hectare para o milho safrinha foi de 731,32 reais e para o trigo
324,50 reais, demonstrando que o milho safrinha apresentou 406,82 reais de lucro a mais que o trigo.
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Na hora de escolher qual cultura plantar, o produtor deve levar em consideração além da rentabilidade que a
cultura trará, a rotação de cultura, que é uma prática indispensável e indiscutível no contexto atual, cuidando mais do
solo, mantendo e melhorando a sua fertilidade e não somente extrair nutrientes sem pensar no futuro do mesmo e
consequentemente valorizar a cultura viável e duradoura com saúde para o solo.
Deve-se também antes de escolher a cultura, realizar uma estimativa de custos de produção, para um bom
planejamento e realizar a melhor escolha.
Nos comparativos de custo de produção nas culturas de soja e milho de verão, assim como milho safrinha e trigo
de inverno, é importante ressaltar que a cultura de menor custo pode ter vantagens em relação a riscos provenientes de
intempéries climáticas e do tempo, com as previsões divulgadas cada vez mais próximas da realidade esperada, opta-se
por uma cultura de menor custo e risco, com isso o agricultor pode gastar menos ou escolher a cultura que mais se
adapta ou resiste às adversidades.
No entanto vale enfatizar que, os preços fazem muita diferença nos resultados econômicos – financeiros das
propriedades rurais, já que as mesmas tem grande impacto na renda do produtor rural. Isso acaba levando o mesmo na
maioria das vezes a escolher variedades e culturas com maior valor de mercado, ignorando a diversidade de cultura,
gerando problemas com o solo, e um desequilíbrio ambiental. Isso pode ser observado através da diminuição da
fertilidade do solo, erosão, aparecimento de pragas e plantas daninhas resistentes.
A lei da demanda na relação entre quantidade e preços normalmente é inversamente proporcional. Em boas
safras registram baixos preços e o inverso também é verdadeiro, comprometendo então os lucros e a rentabilidade dos
produtores rurais e empresas em geral.
REFERÊNCIAS
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Produção da Soja. II Fórum Internacional Ecoinovar, Santa Maria-RS, 2013.
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