Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 8 – A Exaltação à Sabedoria
Provérbios 9 a 15
Elaborado por Solange Livio
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A Exaltação à Sabedoria é o título
deste estudo. Poderia ser chamado
também de O Banquete da
Sabedoria, como acontece em
algumas traduções da Bíblia.
A Sabedoria de que fala o livro de
Provérbios não é aquela que
corresponde
a
conhecimentos
seculares, adquiridos em ambiente
acadêmico ou por outros meios de
informação. Por maior importância e
valor que estes tenham, não podem
ser comparados à Sabedoria que
ocupa espaço em Provérbios, na
Bíblia. Esta vem de Deus, é dada por
Ele aos retos e sinceros e está
vinculada ao temor do Senhor. Por
essa razão, a Sabedoria de que
estamos tratando está acima de
qualquer conhecimento humano e
recebe proeminência dentro do livro
de Provérbios. Mais até que
proeminência. A Sabedoria, esta que
é dada por Deus, recebe exaltação.
A preciosidade da Sabedoria é
revelada
por
algumas
das
qualificações que lhe são atribuídas
em Provérbios. O capítulo 8, por
exemplo, descreve a excelência da
Sabedoria e a eternidade da
Sabedoria, esta personificada em
Jesus Cristo.
Ainda dentro deste tema, o livro de
Provérbios exalta a Sabedoria ao
evidenciar, de forma simbólica, o
contraste existente entre o Banquete
da Sabedoria (9:1-12) e o Convite da
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Loucura (9:13-18), bem como entre o
justo e o perverso (10-15).
Nestas demonstrações contrastantes,
a Sabedoria é comparada a uma
anfitriã e a loucura a uma meretriz. O
contraste entre elas é visto pelas
festas que promovem.
Desde o início, aquilo que a
Sabedoria constrói é sólido, firme e
duradouro: “edificou a sua casa,
lavrou as suas sete colunas” (9:1).
Embora haja controvérsias entre os
comentaristas da Bíblia a respeito do
significado destas sete colunas, elas
podem representar os sete atributos
da Sabedoria, sobre os quais ela se
fundamenta, se considerarmos que
são
elementos
frequentemente
mencionados nos ensinamentos do
livro,
como
destaca
certo
comentarista:
conhecimento,
discrição, sabedoria sã, prudência,
conselho, instrução e entendimento.
A Sabedoria preparou, ela mesma,
uma festa principesca. No entanto, as
pessoas que mandou convidar são
os simples - aqueles a quem falta
prudência - que se deixam facilmente
enganar. Este convite representa
uma oportunidade, um chamado a
uma decisão, para que deixem de
seguir os insensatos e passem a
viver num novo padrão moral e
espiritual, andando pelo caminho do
entendimento (9:6). É um convite
semelhante ao que foi narrado por
Jesus na parábola da Grande Ceia
(Lucas 14:15-24). A mesa preparada
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pelo Senhor, neste caso pela
Sabedoria, está pronta e o convite é
feito: “Vinde, comei do meu pão, e
bebei do vinho que misturei” (9:5). É
a mesma forma de convidar usada
pelo Senhor em Isaías 55:1-2,7, onde
a graça de Deus é oferecida
gratuitamente a todos. Na aceitação
do convite está a vida. O uso da
palavra porque no início do verso 11
indica que a vida se prolonga pela
Sabedoria, o que equivale dizer pelos
ensinamentos da Palavra de Deus:
“Porque por mim se multiplicam os
teus dias, e anos de vida te
acrescentarão” (9:11). Em Jesus
Cristo, a vida que a Sabedoria
oferece ganha dimensões eternas. O
próprio Senhor Jesus declarou: “Em
verdade, em verdade vos digo que
quem ouve a minha palavra e crê
naquele que me enviou, tem a vida
eterna” (João 5:24); “E a vida eterna
é esta: que conheçam a ti, o único
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
que enviaste” (João 17:3).
Por sua vez, a loucura também
prepara uma festa. Simbolizada por
uma meretriz desavergonhada e
irrequieta, ela também convida os
simples e ignorantes. Para isso,
“assenta-se à porta de sua casa”
(9:14), numa postura de relaxamento
e displicência. Seu convite é
perverso; tem finalidades desviantes.
Sedutora, ela diz: “As águas
roubadas são doces, e o pão comido
às ocultas é agradável” (9:17),
desprezando a advertência do
Senhor que diz: “Ai dos que ao mal
chamam bem, e ao bem, mal; que
fazem da escuridade luz, e da luz
escuridade; põem o amargo por
doce, e o doce por amargo!” (Isaías
5:20). Aqueles que se deixam seduzir
pela loucura não sabem que estão se
encaminhando para o lugar dos
mortos (9:18).
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Enquanto a Sabedoria se comporta
como uma anfitriã sóbria e educada,
oferece um banquete preparado por
ela mesma e conduz os seus
convidados à vida, a loucura oferece
alimento precário e roubado, ilícito,
portanto, levando os que se deixam
seduzir por ela à morte.
O
contraste
existente
entre
Sabedoria e loucura pode ser visto
ainda pela maneira como reagem
aqueles que se apegam a uma ou a
outra: “O filho sábio ouve a instrução
do pai, mas o escarnecedor não
atende à repreensão” (13:1). Os
zombadores e os perversos recusam
a correção, enquanto os sábios
sempre querem saber mais. Por isso,
o livro de Provérbios diz: “Não
repreendas o escarnecedor, para que
não te aborreça; repreende o sábio, e
ele te amará. Dá instrução ao sábio,
e ele se fará mais sábio ainda; ensina
ao justo, e ele crescerá em
prudência” (9:8-9), conforme declarou
Jesus: “Pois ao que tem se lhe dará,
e terá em abundância” (Mateus
13:12).
Essa é uma demonstração prática do
lema de Provérbios, de que o temor
do Senhor é o princípio da sabedoria.
Por não ter o temor do Senhor, o
zombador também não tem interesse
em receber o ensino. Enquanto isso,
o sábio temente ao Senhor anseia
aprender de Deus e progride sempre,
como afirma Provérbios: “O sábio de
coração aceita os mandamentos,
mas o insensato de lábios vem a
arruinar-se” (10:8).
Outros paralelos entre os justos e os
perversos são traçados dentro do
livro. Por meio deles se vê a bênção
que
a
Sabedoria
proporciona
contrastando com a ruína do pecado,
representado pela loucura. Os
caminhos por onde andam são
contrários entre si, do início ao fim.
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Por isso, diz Provérbios, que “quem
anda em integridade anda seguro;
mas o que perverte o seu caminho
será conhecido” (10:9). A integridade
do justo permite que ele ande
confiante,
sereno,
livre
da
preocupação incômoda de que seja
apanhado em alguma falta. Enquanto
isso, o perverso acabará por ser
conhecido, descoberto em suas
maldades e seus delitos, mais cedo
ou mais tarde; o seu caminho está
sujeito à vergonha e desonra, de tal
modo que em II Timóteo 3:9 esta
verdade é reiterada: “eles, todavia,
não irão avante: porque a sua
insensatez será a todos evidente”.
Não há como ser diferente, visto que
“o caminho para a vida é de quem
guarda o ensino, mas o que
abandona a repreensão anda errado”
(10:17).
A inquietação que acompanha o
perverso em seu mau caminho está
ressaltada em Provérbios 10:24:
“Aquilo que teme o perverso isso lhe
sobrevém, mas o anelo dos justos,
Deus o cumpre”. O compromisso de
Deus é com a verdade e a justiça,
por isso pode atender ao desejo do
justo. O ímpio fica entregue a si
mesmo e aos seus propósitos
escusos.
Assim, “o coração do sábio procura o
conhecimento, mas a boca dos
insensatos
se
apascenta
de
estultícia”. O sábio procura porque
há nele uma intenção séria, um
interesse honesto e bom propósito
que é o de obter conhecimento; o
insensato, porém, se satisfaz com a
estultícia que encontra no seu
caminhar inconsequente.
Preciosa Sabedoria é a que Deus dá
por
meio
dos
ensinos
e
mandamentos da sua Palavra; “mais
preciosa é do que pérolas” (3:15); “é
árvore de vida para os que a
alcançam, e felizes são todos os que
a retém” (3:18).
Louvado seja Deus!
Amém.
Consulta Bibliográfica
BÍBLIA VIDA NOVA. 16ª ed.
São Paulo: Vida Nova, 1992.
JONES, W. A. Rees & WALLS, Andrew F. Provérbios.
In, O Novo Comentário da Bíblia. 2ª ed. Vol. II
São Paulo: Vida Nova, 1963.
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