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ECONOMIA | CONSUMO 04/08/2007 - 21h49
Classe média se rende ao aquecimento de ambiente
Inverno frio esgota estoque de sistemas de calefação
por HELENA CARNIERI
Fabricantes e revendedores de sistemas de calefação comemoram o inverno rigoroso
Pedro Serapio/Gazeta do que, mesmo intercalando algumas semanas de temperaturas amenas, convenceu
Povo muita gente a quebrar paredes e pisos para garantir aquecimento quando o frio
retorna. O impacto das noites geladas de julho deve trazer clientes para as empresas
do ramo durante vários meses.
A Orbis do Brasil, fabricante de aquecedores individuais de parede a gás recebeu 50%
mais encomendas em maio, quando os termômetros chegaram a zero em Curitiba. “A
maioria decide colocar o aquecimento no inverno, mas muita gente já havia se
preparado”, diz o gerente comercial Ayrton Zanon. É possível instalar um aparelho a
partir de R$ 500.
Mariana gastou R$ 18 mil
para aquecer o piso e
garantir o conforto da filha
Letícia (HotFloor)
Outro sistema usa radiadores de parede aquecidos por caldeira de água movida a gás
ou óleo. Na revendedora Z. Martins, a procura mais que dobrou em julho – e há 50
instalações em andamento. “A frente fria deixa ainda um benefício residual: depois
que ela passa, por um bom tempo a procura se mantém aquecida. As pessoas têm forte
na memória o frio por que passaram e até o ano que vem devemos vender mais”, diz o
gerente comercial Ricardo Pinto.
A calefação por caldeira e radiadores é mais procurada para obras em construção, visto que numa casa já construída exige
um mínimo de 20 dias de trabalho, com quebra de paredes. O preço é de cerca de R$ 150 o metro quadrado.
Outro sistema aquece o ambiente a partir do piso. Em cerca de 20 minutos o assoalho e o ar estão quentes. Em casas
habitadas, é preciso retirar todo o piso para a instalação de uma manta com cabos siliconados, aquecidos eletricamente,
processo que leva entre um e dois dias, de acordo com Scheyla Ciruelos, diretora da HOTFLOOR. Em julho, a procura por
instalações da empresa aumentou 40% em relação a outros meses. A HOTFLOOR comemora ainda o aumento de 30% no
número de clientes no primeiro semestre – quando instalou mais de 7 mil metros quadrados – em relação ao mesmo
período do ano passado. O preço vai de R$ 100 a R$ 120 o metro quadrado.
“As pessoas estão começando a entender o que é a calefação”, espera Ricardo Pinto, para quem o Paraná pode atingir o
mesmo nível da Serra Gaúcha, onde não há apartamentos de alto padrão sem calefação.
Foi pensando na quantidade de dias frios em Curitiba que a administradora Maria Aparecida Alves decidiu investir R$ 12
mil para aquecer 145 metros quadrados de sua casa. “Pesquisamos vários sistemas e o orçamento para aquecer o piso foi o
mais barato”, conta. Já a fisioterapeuta Mariana da Silveira partiu para a reforma para garantir a saúde da filha. Letícia
nasceu poucos dias após o carpete ter sido retirado dos quartos. “Colocamos porcelanato e aquecimento por baixo para não
ficar gelado. Foi o melhor investimento que a gente fez”, diz. A família gastou R$ 18 mil para se aquecer.
O estoque de aquecedores de ambiente da varejista Balaroti acabou, depois de a rede vender 22% a mais na segunda
quinzena de julho em relação à primeira. “Nos surpreendemos mais com os chuveiros elétricos e com o ar condicionado
quente e frio. Foram 83% mais aparelhos”, diz a coordenadora de marketing, Talita Ballarotti Markus. Poderia vender
ainda mais, mas, como o inverno de 2006 não foi tão rigoroso, a indústria produziu menos que o necessário esse ano – e já
estão em falta os aquecedores de ambiente elétrico e a óleo.
Banho
Se conseguisse atender toda a demanda adicional do inverno, Pedro Guimarães estaria feliz. Dono da Aquece Mais,
especializada na instalação e manutenção de aquecedores de água e presidente da Associação Paranaense de Aquecimento
a Gás (Apargas), ele é procurado pelo dobro de pessoas em julho, mas falta mão-de-obra para atender a todos. “Tenho que
dispensar serviço e o faturamento acaba ficando igual. Levo um ano para treinar um técnico, e se usar alguém
despreparado vou ter mais problemas que lucro”, diz. Os aparelhos que ele vende custam de R$ 400 a R$ 3,9 mil. A
instalação fica entre R$ 80 a R$ 100, e uma manutenção custa a partir de R$ 60.
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5/8/2007
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