ESCOLA MUNICIPAL DO MOÇAMBO
(ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DA CIA MOGYANA DE
ESTRADAS DE FERRO)
O prédio onde hoje localiza - se a Escola Municipal do Bairro Moçambo,
originalmente era uma Estação Ferroviária pertencente à Cia Mogiana de
Estradas de Ferro.
A construção do ramal ligando a cidade de Muzambinho a Guaxupé iniciou se em 1.908, através de contrato celebrado entre a Câmara Municipal de
Muzambinho, sendo agente executivo em exercício o Coronel Carlos Miguel
Prado, e o Cel. Joaquim Augusto Ribeiro do Valle. Pelo contrato, além de
construir todo o ramal, o coronel responsabilizaria - se também pela colocação
dos postes de telégrafos e sua manutenção. O contrato dava direito de uso e
exploração por 25 anos além de isenção de todos os impostos municipais
industriais e pecuários. Pelo privilégio da exploração do ramal, a
concessionária deveria transportar com 50% (cinqüenta por cento) de desconto
os colonos e imigrantes e todos os seus pertences, materiais agrícolas, alunos
de escolas públicas, malas de correio e pessoal do governo, além do transporte
gratuito de soldados e armas do exército em caso de necessidade.
No dia primeiro de Abril de 1.910 o contrato de concessão de construção e
exploração do ramal foi rescindido pela Câmara Municipal, sendo agente
executivo o Cel. Francisco Paoliello e, representando o cel. Joaquim A.
Ribeiro do Valle, o Cel. Francisco Navarro de Moraes Salles.
O prédio da Estação do Bairro Moçambo foi concluído em 1.912, sendo que o
ramal Muzambinho / Guaxupé foi inaugurado em 1.913 e compreendia ainda a
Estação Ferroviária da Fazenda Santa Esméria (demolido).
Durante várias décadas a estrada de ferro representou um importante meio de
transporte na região, até que na década de 1.970 foi encampada pela FEPASA
– Ferrovia Paulista S.A. – e posteriormente desativada.
Em 16 de junho de 1.977 a prefeitura de Muzambinho declarou de utilidade
pública todos os terrenos e imóveis da FEPASA existentes no município,
através do decreto n.º 433/77. O processo de desapropriação durou cinco
anos, sendo determinado o valor de Cr$61.991,70 (Sessenta e um mil,
novecentos e noventa e um cruzeiro e setenta centavos) como indenização
pela desapropriação.
O Laudo de Avaliação foi feito pelos senhores Hermenegildo Pulcinelli
(falecido em outubro de 1.998) e o senhor Hélio Santini que avaliaram as
condições dos imóveis, contando um total de cinco estações, inclusive duas
que foram demolidas posteriormente (Santa Esméria e Montalverne).
INFORME ARTÍSTICO E ARQUITETÔNICO
ARQUITETURA:
A construção segue uma linha própria da Arquitetura Ferroviária Brasileira
adotada no final do século XIX e início do século XX. Apresenta planta de
forma retangular em seu bloco principal, sendo construído em alvenaria de
tijolo de barro cozido aparente assentados com argamassa de cimento e areia
sobre alicerce de pedra de mão. Sua cobertura é do tipo capa de cangalha
recobertas ainda hoje com telhas tipo francesas importadas de Marselha
(França). A estrutura de seu telhado é composta de tesouras e terças
apresentando pangaio em suas fachadas frontal e posterior (plataforma),
apoiados por mão-francesa. No tímpano de suas empenas encontramos uma
inscrição com o nome da estação. Este bloco, hoje, encontra-se modificado
devido ao seu uso atual com escola de 1º grau, sendo que foi acrescido mais
uma ala (refeitório), com cobertura de telhas de fibrocimento, onde
originalmente era quintal da casa do chefe de estação e, possuindo várias
portas e janelas modificadas.
A Casa de Portadores (denominação original), encontra-se em completo
abandono, possuindo as mesmas características construtivas do bloco principal
no que se refere a alvenaria e cobertura.
A Caixa D’água apresenta em sua base, alvenaria com as mesmas
características das demais construções e seu tanque é composto de chapas de
aço soldadas com os cantos laterais e inferiores arredondados.
ORNAMENTAÇÃO:
A simplicidade de sua ornamentação se realça devido a sua alvenaria aparente
que apresenta assentamento em aparelho flamengo. Possui uma fileira de
tijolos em ponta-cordel no coroamento de suas alvejarias e apresenta seus
pilares e cunhais salientes. Suas portas são do tipo bifore e possuem vergas em
alvenaria de tijolos aparentes em posição contrária a alvenaria. As janelas
possuem peitoril em esbarro e são do tipo guilhotina com seis panos de vidro
liso transparente em cada parte de seus caixilhos e, possuem dois escuros
internamente. Na fachada frontal encontramos duas escadas, uma de acesso a
ala da antiga residência do chefe de estação e outra de acesso ao antigo saguão
e, uma pequena plataforma junto a antiga porta do armazém que servia de
apoio ao embarque e desembarque de mercadorias.
No tímpano do bloco principal e da casa de portadores encontramos um óculo
circundado com quatro leques em alto relevo.
A caixa d’água apresenta três “X”, em cada face lateral, com filete de metal
onde encontramos um círculo não transpassado no centro e ¼ de círculo em
cada extremidade também não transpassado. Em uma de suas faces
encontramos uma placa com a inscrição “COMPANHIA MOGYANA – 1912
– OFFICINAS”.
FOTO 03 – 1998
FOTO 05 – 1998
FOTO 07 – 1998
FOTO 08 – 1998
FOTO 09 – 1998
FOTO 11 – 1998
EQUIPE TÉCNICA
FOTOS:
- Luiz Ricardo Podestá;
- Neide Barbosa de Souza;
- Acervos particulares / fotos antigas / Irmãos Masotti e Sabá
PESQUISA HISTÓRICA:
- Neide Barbosa de Souza – Historiadora (Faculdade de Filosofia Ciências
e Letras de Guaxupé – MG)
RELAÇÃO PATRIMÔNIO HISTÓRICO:
- Fernando Antonio Magalhães – Secretário de Cultura e Turismo de
Muzambinho
- Neide Barbosa de Souza – Historiadora
- Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador.
ANÁLISE, DESCRIÇÃO E PLANTAS:
- Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador (Universidade Brás
Cubas – Arquitetura e Urbanismo – Mogi das Cruzes - SP)
PLANTAS BAIXAS E DE FACHADAS:
- Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador (Universidade Brás
Cubas – Arquitetura e Urbanismo – Mogi das Cruzes - SP)
ORGANIZAÇÃO E MONTAGEM FINAL DOS PROCESSOS:
- Neide Barbosa de Souza – Historiadora
- Luiz Ricardo Podestá – Arquiteto / Restaurador
COORDENAÇÃO E REVISÃO:
- Fernando Antônio Magalhães - Secretario de Cultura e Turismo de
Muzambinho
REALIZAÇÃO:
- Prefeitura Municipal de Muzambinho – Administração 1996 -2000
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