SOCIOLOGIA: RESUMO DAS AULAS 1, 2 e 3
AULA INTRODUTÓRIA: O objetivo da aula introdutória foi fazer com que os alunos
percebessem que a sociologia era uma ciência que não se contentava em explicar as ações e os
comportamentos humanos ou mesmo a vida coletiva humana com base nas ações e nas vontades
individuais. Assim a intenção desta aula era fazer o aluno perceber que é possível explicar uma série
de acontecimentos através do conhecimento do tipo de sociedade em que estes acontecimentos
ocorreram. Assim, esta aula serviu para demonstrar como É POSSÍVEL ENCONTRAR CAUSAS
SOCIAIS para muitos comportamentos, ações e desejos (etc.) humanos. A Sociologia tentará
estudar estas causas.
AULA 1: A aula 1 partia da OPOSIÇÃO colocada na aula introdutória: SOCIEDADE X
INDIVÍDUO. Tratava-se de recuperar a discussão sobre as seguintes questões: Quem determina
quem? (É a sociedade que determina o indivíduo ou é a soma das vontades individuais que
determina a sociedade?) Quem deve prevalecer? (É a sociedade, isto é, o bem da coletividade,
que deve prevalecer sobre o indivíduo, isto é o bem individual, ou é o bem individual que deve
prevalecer sobre o bem coletivo?).
Para dar conta desta oposição entre Sociedade e Indivíduo, foram apresentadas três “teses”. Isto é,
há, de modo genérico, três formas de compreender a relação entre Sociedade e Indivíduo. A primeira
tese apontava que a sociedade determinava completamente o indivíduo e, portanto, prevalecia sobre
ele. A segunda, ao contrário, apontava que a soma das vontades individuais é que formava a
sociedade e, assim, a soma das vontades individuais prevalecia sobre a sociedade. Como se vê ambas
as teses reforçam a oposição entre Sociedade e Indivíduo ao invés de resolvê-la. A terceira “tese”
demonstrava algo que tanto a primeira quanto a segunda havia “esquecido”. A terceira “tese”
tentava compreender as relações entre Sociedade e Indivíduo a partir da noção de RELAÇÕES
SOCIAIS/ INTERAÇÕES INDIVIDUAIS.
Segundo esta “tese”, para que haja RELAÇÕES SOCIAIS é necessário que haja INTERAÇÃO
INDIVIDUAL (isto é, é necessário que haja indivíduos interagindo). Por outro lado, o que nos torna
indivíduos únicos, singulares, especiais, isto é, indivíduos diferentes uns dos outros, é o conjunto das
RELAÇÕES SOCIAIS que cada um de nós vive. Ou seja, o que torna um indivíduo único não é
apenas nossas características genéticas (aliás, isto é muito pouco para diferenciar as pessoas
psicologicamente e individualmente), mas sim o conjunto de RELAÇÕES SOCIAIS que cada um
de nós vive. Portanto, as pessoas são indivíduos diferentes porque vivem RELAÇÕES SOCIAIS
diferentes. Como se vê esta tese não reforça a oposição entre Sociedade e Indivíduo. Ao contrário ela
resolve esta oposição e demonstra que há uma complementaridade entre Sociedade e Indivíduo (estes
são “dois lados da mesma moeda”).
Apresentou-se, ainda na Aula 1, dois conceitos: INDIVIDUALIDADE (este conceito se refere ao
fato de que cada ser humano é único e singular, especial e se diferencia dos outros simplesmente
porque vivem certas relações sociais que os tornam diferentes entre si) e INDIVIDUALISMO (este
conceito se refere ao fato de que cada ser humano é único e singular, especial e se diferencia dos
outros independentemente de relações sociais. Para que sejamos indivíduos diferentes entre si não
dependemos dos outros seres humanos. Daí dizer que este conceito está ligado à noção de egoísmo).
AULA 2: Na Aula 2 tentou-se demonstrar que as relações sociais exercem PRESSÃO SOCIAL
umas sobre e as outras e, além disso, as relações sociais exercem PRESSÃO SOCIAL sobre cada
indivíduo desde que ele nasce e é justamente o conjunto destas pressões que vai formando ele
enquanto indivíduo diferente dos outros e, portanto, dotado de uma individualidade. Cada um de nós
recebe um conjunto de PRESSÕES SOCIAIS diferentes umas das outras e é justamente por que
lidamos com pressões diferentes que nos tornamos seres humanos diferentes entre si. É claro que há
pressões que todos sofrem (por exemplo, a pressão social de ter que falar o português correto na
sociedade brasileira), mas ainda assim, cada um sente a pressão de um jeito e é isso que vai
formando cada indivíduo diferente uns dos outros. Em Sociologia, PRESSÃO SOCIAL recebe o
“nome” de COERÇÃO SOCIAL. COERÇÃO SOCIAL é um conceito que significa a PRESSÃO
SOCIAL exercida pelas RELAÇÕES SOCIAIS sobre os indivíduos. Caso os indivíduos não
respeitem a pressão social exercida pela coerção eles poderão sofrer uma PUNIÇÃO. Esta punição
serve para fazer com que todos respeitem as relações sociais tais como elas são, sem afrontá-las, sem
ir contra a pressão que estas relações sociais exercem sobre cada um de nós.
Por fim, a Aula 2 comentou sobre Émile Durkheim. Ele foi um sociólogo francês do final do
século XIX e início do século XX (considerado um dos fundadores da Sociologia moderna) criou um
conceito importantíssimo: FATO SOCIAL. Para ele, FATO SOCIAL é tudo aquilo que se
apresenta de modo mais ou menos genérico na sociedade e que tenha as características de ser
COERCITIVO (Isto é, o Fato Social exerce uma pressão sobre os indivíduos podendo, portanto,
gerar uma PUNIÇÃO, no caso destes indivíduos não respeitarem o Fato Social). Além disso, outra
característica do Fato Social é que ele não depende da vontade dos indivíduos, sendo, por isso
EXTERIOR AO INDIVÍDUO. O Fato Social é, para Durkheim, o objeto de estudo da Sociologia,
isto é, o Fato Social é aquilo que a Sociologia quer estudar/entender.
Resumindo pode-se dizer que FATO SOCIAL é a COERÇÃO SOCIAL (PRESSÃO SOCIAL)
exercida pelas RELAÇÕES SOCIAIS sobre os INDIVÍDUOS para fazer com que estes indivíduos
se comportem conforme mandam as relações sociais. E no caso destes indivíduos não respeitarem
esta coerção exercida pelo Fato Social eles poderão sofrer uma PUNIÇÃO, até porque o Fato Social
se impõe sobre os indivíduos independentemente da vontade deles, sendo, por isso EXTERIOR
AOS INDIVÍDUOS.
AULA 3: A Aula 3 apresentou um único conceito: INSTITUIÇÃO SOCIAL. Tentou-se
demonstrar que este conceito que dizer muito mais do que aqueles exemplos que nós estamos
acostumados. Isto é, INSTITUIÇÕES SOCIAIS não são apenas escolas, orfanatos, igrejas, a
polícia, instituições de caridade ou ONG’s. Nesta aula tentou-se demonstrar que, tal como o Fato
Social, instituições sociais são todas as relações sociais que exerçam pressão social, isto é, que
exerçam coerção social sobre os indivíduos para que estes se comportem conforme manda a
instituição social, sob pena de que estes indivíduos sofram alguma punição. Uma instituição social
não depende da vontade dos indivíduos e é justamente por isso que se impõe sobre o indivíduo
independentemente da sua vontade. Pensando em Instituições Sociais desta forma conseguimos ir
além dos exemplos inicialmente apontados e indicar outros exemplos de instituições sociais: Direito
de Propriedade, Família, Língua Portuguesa, etc.
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