EQUIPE:
COORDENAÇÃO SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS: Carlos Alberto Eiras Garcia (FURG) e Margareth
da Silva Copertino (FURG).
COORDENAÇÃO REBENTOS: Alexander Turra (USP).
COMITÊ CIENTÍFICO: Alexander Turra (USP), Antonio Henrique da Fontoura Klein (UFSC), Carlos
Alberto Eiras Garcia (FURG), Márcia Regina Denadai (USP), Margareth da Silva Copertino (FURG),
Rodrigo Kerr (FURG) e Paulo Antunes Horta (UFSC).
ORGANIZAÇÃO, LOGÍSTICA E TESOURARIA: Leandra Márcia Pedroso Dalmas (FURG) e Márcia
Regina Denadai (USP).
APOIO LOGÍSTICO DURANTE EVENTO: Paulo Roberto Votto (FURG), Priscilla Rezende Arévalo
(FURG), Karine Mariane Steigler (FURG), Thaísa Fernandes Bergamo (FURG), Amapola Correa (FURG),
Txai Mitt Schwamborn (FURG), Paola Olivieira (FURG), Caio Salgado (UFSC), Julia Biscaia (UFSC), José
Roberto Miranda (UFSC), Gabriela Flemming (UFSC), Lidiane Pires Gouvêa (UFSC) e Luiza Sartorato
(UFSC).
REALIZAÇÃO: Sub-Rede Zonas Costeiras - INCT para Mudanças Climáticas e Rede Clima, ReBentos,
Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC).
FINANCIAMENTO: CNPq, CAPES e FAPESP.
DATA DO EVENTO: 10 a 12 de dezembro de 2013.
LOCAL: Hotel Praiatur, Florianópolis (SC), Brasil.
HOMEPAGE: http://www.mudancasclimaticas.zonascosteiras.furg.br/workshop
E-MAIL: [email protected]
PALESTRANTES CONVIDADOS:
Thomas Malone, Leila Swerts, Segen Estefen, Tim Moltmann, Colin Woodroffe, Libby Jewett e Stephen
Crooks.
RELATORES:
Alexander Turra, Paulo Horta, Antonio Henrique da Fontoura Klein e Margareth da Silva Copertino.
INSTITUIÇÕES REPRESENTADAS: Universidade Federal do Rio Grande – FURG; University of
Maryland, EUA; Environmental Science Associates – ESA, EUA; National Oceanic and Atmospheric
Administration – NOAA, EUA; University of Wollongong, Australia; Integrated Marine Observing System
– IMOS; Institut français de recherche pour l'exploitation de la mer – IFREMER/ FR; Universidad de la
República del Uruguai; Ministério do Meio Ambiente – MMA; Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ; Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Universidade Federal Rural de Pernambuco –
UFRPE; Universidade de São Paulo – USP; Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Universidade
do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; Universidade Federal da Bahia – UFBA; Universidade do Estado do
Pará – UEPA; Universidade Federal do Espírito Santo – UFES; Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP; Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM; Universidade Estadual do
Norte Fluminense – UENF; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO; Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE; Universidade Federal do Maranhão – UFMA; Centro de P&D
Leopoldo Américo Miguez de Mello – CENPES/PETROBRAS; Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e
Hidroviárias – INPOH; Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro – FAETEC;
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO; Instituto Federal do Ceará – IFCE;
Superintendência do Patrimônio da União em SC – MPOG; Superintendência de Administração do Meio
Ambiente em João Pessoa – SUDEMA; Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte – IDEMA/RN; Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina – SPG/SC;
Universidade Federal do Paraná – UFPR; Universidade do Vale de Itajaí – UNIVALI; Universidade da
Região de Joinville – Univille; Universidade Federal de Sergipe – UFS; Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro – UFRRJ; Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA/SP; Universidade do Extremo sul
Catarinense – UNESC; Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo – SMA/SP; Observatório de Conservação Costeira do Paraná; Universidade Federal do
ABC – UFABC; Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL; Secretaria Executiva de Educação do
Pará – SEE/PA; Fundação de Ampara à Pesquisa e Extensão Universitária – FAPEU; Universidade Estadual
de Ponta Grossa – UEPG; Buzaglo Dantas Advogados – Direito Ambiental; O3 Engenharia.
SUMÁRIO
RESUMO .......................................................................................................................................................... 1 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 2 1.1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ZONAS COSTEIRAS ..................................................................................... 2 1.2 SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS - REDE CLIMA E INCT PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS .................... 5 1.3 REDE DE MONITORAMENTO DE HABITATS BENTÔNICOS COSTEIROS (REBENTOS) ............................. 7 2. OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 9 2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................................................................... 9 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................................................... 9 3. METODOLOGIA ....................................................................................................................................... 10 4. RESULTADOS .......................................................................................................................................... 11 4.1 DESCRIÇÃO GERAL ............................................................................................................................... 11 4.2 CRONOGRAMA DA PROGRAMAÇÃO REALIZADA .................................................................................. 12 4.3. TRABALHOS APRESENTADOS NA FORMA DE PAINÉIS ......................................................................... 15 4.4 SÍNTESE DOS TRABALHOS: APRESENTAÇÕES, DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................... 17 4.4.1 P ALESTRAS ....................................................................................................................................... 17
4.4.2 M ESA R EDONDA .......................................................................................................................................... 17 5. AVALIAÇÃO DO EVENTO .................................................................................................................... 24 6. MÍDIA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ................................................................................................. 28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 30 8. ANEXOS .................................................................................................................................................... 32 8.1 ANEXO I: RESUMOS ............................................................................................................................ 32 8.1.1 P ALESTRAS ................................................................................................................................................... 32 8.1.2 M ESAS R EDONDAS ....................................................................................................................................... 38 8.1.3 A PRESENTAÇÕES O RAIS .............................................................................................................................. 74 8.1.4 P AINÉIS ......................................................................................................................................................... 84 8.2 ANEXO II: PÚBLICO ALVO ................................................................................................................ 108 8.3 ANEXO III: LISTA DE PARTICIPANTES .............................................................................................. 109 RESUMO
O III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras foi realizado no Centro de Eventos
do Hotel Praiatur, na Praia dos Ingleses, em Florianópolis (SC), entre os dias 10-12 de dezembro de 2013. O
evento foi promovido pela Sub-Rede Zonas Costeiras, vinculada à Rede CLIMA e INCT para Mudanças
Climáticas (INCT–MC). Cerca de 193 pessoas atenderam ao evento, entre professores universitários e
pesquisadores de diversas instituições do país, técnicos de órgãos públicos (MMA, IBGE, ICMBIO) e
estudantes de pós-graduação. Destacou-se a participação ativa de cinco convidados internacionais, palestrantes
no evento: Tom Malone (University of Maryland, EUA), Tim Moltamann (IMOS, Australia), Colin Woodroffe
(University of Wolongong, Australia), Libby Jewett (NOAA, EUA) e Steve Crooks (Environemtal Science
Association, EUA). A agenda do evento incluiu palestras, mesas redondas e apresentações em torno dos temas:
1) redes observacionais, 2) impactos da elevação do nível do mar e de eventos extremos, 3) acidificação, 4)
sequestro de carbono por ecossistemas costeiros, 5) integração físico-biológica na avaliação dos impactos de
mudanças climáticas sobre os ecossistemas costeiros e 6) modelagem do clima e hidrologia em zonas costeiras.
O principal objetivo do III Workshop foi realizar uma avaliação final dos cinco anos de projeto da Sub-Rede
Zonas Costeiras. Além disso, o III Workshop objetivou revisar e desdobrar as diversas recomendações sobre o
funcionamento de redes observacionais, sobre a aquisição de infraestrutura de equipamentos, sobre a
padronização e adaptação de protocolos metodológicos comparativos, sobre a disponibilização de dados e
sobre a formação de recursos humanos capacitados focados na criação e manutenção de sistemas
observacionais integrados para a costa brasileira. O evento também contou com a realização do III Workshop
da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos), cujos objetivos estão estreitamente
vinculados ao projeto da Sub-Rede Zonas Costeiras. Dentre os principais resultados alcançados pela realização
do III Workshop destacam-se a: 1) apresentação das atividades da ReBentos aos participantes da Sub-Rede
Zonas Costeiras; 2) interação entre a ReBentos (grupo que possui caráter essencialmente biológico) e os
demais grupos de pesquisa da Sub-Rede Zonas Costeiras, como a física e geológica; 3) definição de estratégias
de atuação para os próximos anos, entre os diferentes grupos temáticos da ReBentos; 4) mesas direcionadas
para formação de Grupos de Trabalhos (GT´s), constituídos durante o Workshop, para formular
recomendações e propor ações futuras para a continuidade das pesquisas sobre Mudanças Climáticas no Brasil
e sobre os trabalhos da Sub-Rede Zonas Costeiras; 5) apresentação do grupo brasileiro de pesquisa em
acidificação dos oceanos (Brazilian Ocean Acidification Research Group - BrOA); 6) discussão sobre o
Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias – INPOH e; 7) elaboração da Declaração de
Florianópolis, com recomendações para a sociedade e governantes em geral. Com base nos resultados dos
trabalhos e discussões realizadas, esta carta focará em recomendações científicas e políticas, para promover o
estudo e conservação dos ecossistemas costeiros e seu patrimônio ambiental (ecológico, social e econômico),
frente aos cenários das mudanças climáticas e impactos antropogênicos diversos. Embora o prazo de vigência
do INCT para Mudanças Climáticas encerre em março de 2014, a Sub-Rede Zonas Costeiras pretende
continuar com seus grupos de pesquisa e projetos e dar suporte científico à criação e/ou fortalecimento de
redes de monitoramento e observacionais (ReBentos e SiMCosta) e projetos integrados como aqueles
vinculados ao PELD e INCT´s.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ZONAS COSTEIRAS
Zonas Costeiras estão entre as áreas mais vulneráveis aos impactos das mudanças
climáticas globais, pois serão atingidas diretamente pelo aumento do nível médio do mar, pela
exposição a eventos extremos de tempestade, pelas mudanças nos regimes de descarga fluvial
dos rios, pela elevação da temperatura superficial do mar, pela acidificação dos oceanos, dentre
outros eventos (Trenberth et al. 2007, Bindoff et al. 2007). Entretanto, os impactos potenciais
das mudanças climáticas, tanto físicos como biológicos, variarão consideravelmente entre as
regiões costeiras, de acordo com suas características naturais e com o grau de degradação
ambiental presente em cada região. Além disto, grandes cidades com alta densidade populacional
estão concentradas a menos de 100 km da linha de costa, próximas a rios e em regiões de baixa
altitude (vales férteis). Estima-se que a densidade populacional da zona costeira deve mais do
que dobrar até 2050. Impactos de mudanças climáticas e desenvolvimento urbano deverão
triplicar o número de pessoas expostas a inundações costeiras em 2070. Serviços e bens
valorizados pela sociedade, os quais representam cerca de 33 trilhões de dólares globalmente,
estão concentrados nos ecossistemas costeiros. Desta maneira, compreender os impactos das
mudanças climáticas globais em cada região do país torna-se imprescindível ao planejamento
estratégico futuro e à tomada de decisões por parte do poder público e da sociedade brasileira.
Dentre os efeitos das mudanças climáticas sobre a costa, a elevação do nível do mar tem
recebido grande ênfase, devido aos impactos como inundação, erosão, intrusão de água marinha,
alteração da amplitude de maré, mudanças nos padrões de sedimentação e redução da penetração
da luz na lâmina d’água. Desta maneira, mapas de vulnerabilidade à elevação do nível do mar
(e.g. Nicolodi et al. 2010, Costa et al. 2010), devem ser prioridades das atividades de pesquisa
sobre os impactos de mudanças climáticas em zonas costeiras brasileiras. Entretanto, não se pode
esperar que modelos globais, ou desenvolvidos para outras regiões do planeta, possam ser
suficientemente precisos para determinação dos impactos desse fenômeno nas escalas locais e
regionais da costa brasileira. Variações do nível do mar são consequência de processos
meteorológicos, geológicos, climáticos, astronômicos, hidrológicos, glaciológicos e biológicos,
bem como das interações que realizam entre si, o que tornam cada região um caso especial e
particular. Entretanto, muitas fragilidades ainda dificultam a condução de estudos básicos sobre
as previsões da elevação do nível do mar: a inexistência de um referencial altimétrico
ortométrico e a carência de dados históricos que permitam estabelecer as taxas de elevação
2
(Lemos et al. 2010). Somente a partir da existência de uma base confiável de dados será possível
mapear tais vulnerabilidades e realizar uma previsão dos impactos sobre os meios físico, biótico
e sócio-econômico, gerar cenários futuros e avaliar as alternativas de mitigação bem como
estratégias adaptativas.
As repostas dos sistemas naturais costeiros à elevação do nível do mar são dinâmicas e
irão variar também de acordo com as condições geomorfológicas, climáticas e antrópicas locais
(Bijlsma et al. 1996). Fenômenos como erosão e inundação poderão ser agravados ou
desencadeados, com grandes prejuízos às cidades costeiras. Tais processos são consequência não
apenas de mudanças no nível do mar, mas também de modificações na distribuição das chuvas,
na descarga de material particulado de rios, na frequência direcional e intensidade das ondas e do
aumento da frequência e intensificação de marés meteorológicas associadas a ciclones
extratropicais (Muehe 2006). Dentre os ambientes costeiros altamente vulneráveis aos impactos
das modificações climáticas estão estuários, deltas e baías fechadas, afetados diretamente pelas
mudanças no nível do mar, pelas taxas pluviométricas e pelas alterações do campo de ventos,
com consequências nas amplitudes das marés e na descarga fluvial (Möller et al. 2001). As
mudanças na hidrodinâmica estuarina, e de sistemas costeiros fechados, afetam a sócia economia
regional, particularmente a produção pesqueira (Möller et. al. 2009, Schroeder & Castello 2010).
Dentre os diversos ecossistemas costeiros brasileiros que sofrerão os efeitos das
mudanças na hidrodinâmica, destacam-se manguezais, marismas e pradarias de plantas
submersas, os quais têm sido utilizados como instrumento de avaliação da elevação do nível dos
oceanos (Walters et al. 2008). É possível até que a extensão da área ocupada por esses ambientes
se desloque em direção ao continente, à medida que a água salgada penetre cada vez mais nos
rios e estuários com a elevação do nível dos mar. Entretanto, as margens internas dos estuários e
rios, na sua interface com ao ambiente continental, estão normalmente ocupadas por
infraestruturas ou drasticamente modificadas, o que impediria este avanço. O aumento da
temperatura atmosférica poderia ainda “beneficiar” os manguezais, que geralmente têm sua
distribuição limitada pelas temperaturas mínimas e pela ocorrência de geadas. Entretanto, isto
dependerá de um balanço entre as taxas de erosão e acresção de sedimentos, do grau de impactos
e degradação sofridos por estes ecossistemas e da amplitude da ocupação humana sobre as áreas
adjacentes, acima da linha da maré (Faraco et al. 2010).
O aumento da temperatura da água é um fato que atuará sobre quase todos os processos
biológicos (Moss et al. 2003), podendo influenciar taxas de crescimento, ciclos reprodutivos,
distribuições latitudinais e processos migratórios, podendo ainda alterar a vulnerabilidade dos
ecossistemas aquáticos à invasão por espécies exóticas (Kling et al. 2003, Moss et al. 2003,
3
Winder e Schindler 2004, Chu et al. 2005). Os modelos climáticos atuais prevêem que o
aquecimento das águas superficiais dos oceanos reduzirá ainda a camada de mistura vertical,
induzindo mudanças na biomassa fitoplanctônica, na composição de suas espécies e suas taxas
de produção (Huisman et al. 2004). O esperado aumento da temperatura das águas superficiais
na região costeira do Atlântico Sudoeste, acoplado ao cenário de intensificação das chuvas na
bacia do Rio da Prata, podem interferir tanto nas entradas de nutrientes como no grau de
estratificação vertical e horizontal das águas da plataforma continental. Esses processos físicos e
biogeoquímicos podem modificar a estrutura das comunidades e o destino final do carbono
incorporado (Ciotti et al. 1995, Froneman 2006), afetando o papel do fitoplâncton como
sorvedouro de CO2, de modo não previsto nos modelos globais atuais. Mudanças ao nível dos
produtores primários afetariam, em curto, médio e longo prazo toda a cadeia trófica marinha,
com consequências drásticas para abundância de espécies de importância pesqueira.
No Brasil, as pesquisas relacionadas com impactos, vulnerabilidades e adaptação às
mudanças climáticas são limitadas pelas deficiências do conhecimento sobre a dinâmica natural
dos ecossistemas costeiros e pela escassez de longas séries temporais (Copertino et al. 2010).
Tais limitações somente serão superadas a partir da formação e ação de redes interinstitucionais,
da realização de pesquisas integradas e multidisciplinares, da elaboração e execução de
protocolos metodológicos padronizados para cada área de pesquisa e do estabelecimento de
sistemas observacionais contínuos ao longo da costa, com infraestrutura e equipamentos
adequados aos monitoramentos. Somente com observações acuradas e consistentes será possível
mapear as vulnerabilidades da zona costeira brasileira e prever impactos ecológicos e sócioeconômicos, capazes de propor alternativas de mitigação e estratégias adaptativas (Lemos et al.
2010, Muehe 2010, Nicolodi & Petermann 2010).
A complexidade dos ecossistemas costeiros brasileiros e de seus processos, nesta zona de
influência do mar e interfaces com o ambiente terrestre, justifica a formação de arranjos
institucionais próprios, multidisciplinares e integrados, de modo a compreender sua dinâmica e
coordenar todos os interesses variados nos usos dos recursos desta região. Torna-se fundamental
ainda a criação e a manutenção de sistemas observacionais permanentes, multidisciplinares e
eficientes, que permitam análises em diversas escalas de tempo e espaço apropriadas. Tais
sistemas observacionais costeiros devem transcender a programas de monitoramento pontuais,
devendo ser concebidos por embasamento científico, de forma a conectar observações
ambientais ao manejo dos ecossistemas e recursos naturais (Clarck et al. 2001, Christian 2005).
Resultados deste tipo são cruciais para a quantificação e modelagem dos processos físicos e
4
ecológicos, tornando mais eficiente à capacidade de previsão dos impactos das mudanças
climáticas sobre os ecossistemas costeiros, tanto a nível regional como global.
1.2 SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS - REDE CLIMA E INCT PARA MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA,
Portaria MCT no 728, de 20.11.2007) tem como objetivo principal gerar e disseminar
conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas causas e
efeitos das mudanças climáticas globais (http://www.ccst.inpe.br/redeclima). Um dos primeiros
produtos colaborativos da Rede CLIMA é a elaboração regular de análise sobre o estado de
conhecimento das mudanças climáticas no Brasil, nos moldes dos relatórios do IPCC, porém
com análises setoriais mais especificas para a formulação de políticas públicas nacionais e
internacionais (Rede CLIMA 2009).
O Instituto Nacional de Ciência Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas (CNPq Processo 573797/2008; FAPESP -Processo 08/57719-9) abrange uma rede de pesquisas
interdisciplinares, embasada na cooperação de 65 grupos nacionais e 17 grupos internacionais,
constituindo-se
na
maior
rede
de
pesquisas
ambientais
implantada
no
Brasil
(www.ccst.inpe.br/inct/). Este INCT está diretamente associado à Rede CLIMA e sua estrutura
cobre todos os aspectos científicos e tecnológicos de interesse àquela rede. A Rede CLIMA e o
INCT para Mudanças Climáticas, em parcerias com programas estaduais e internacionais de
pesquisas em mudanças climáticas, estão contribuindo como pilar de pesquisa ao
desenvolvimento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, fornecendo informações
científicas de qualidade para subsidiar as políticas públicas de adaptação e mitigação (INCT for
Climate Changes 2010). Um dos principais objetivos desses programas é aumentar
significativamente os conhecimentos sobre impactos das mudanças climáticas e identificar as
principais vulnerabilidades do Brasil em diversos setores e sistemas, dentro os quais se destaca o
setor zonas costeiras, estudada por sub-rede de mesmo nome.
A Sub-Rede Zonas Costeiras caracteriza-se por uma rede de pesquisa interdisciplinar e
interinstitucional, formada por mais de 50 pesquisadores de diferentes regiões do país e áreas do
conhecimento (http://mudancasclimaticas.zonascosteiras.com.br/). O programa possui como
principal objetivo avaliar o estado do conhecimento, identificar deficiências, estabelecer
protocolos, coordenar/integrar projetos que investiguem a vulnerabilidade e os efeitos das
mudanças climáticas em zonas costeiras brasileiras, propondo ações adaptativas e mitigadoras,
em conjunto com setores organizados da sociedade. As questões científicas pertinentes, os
5
impactos sobre a costa e as vulnerabilidades ecológica, social e econômica, estão sendo
estudadas por especialistas reconhecidos em suas áreas de atuação, de modo a ter repercussão
nacional e internacional.
Os recursos disponibilizados para a Sub-Rede Zonas Costeiras (R$ 350.000,00 pelo
INCT e R$ 300.000,00 pela Rede CLIMA) foram focados na estruturação física da própria subrede e sua secretaria, na distribuição de bolsas (modalidade DTI) e computadores para diversos
grupos de pesquisa e áreas temáticas, no apoio às visitas e integração entre pesquisadores e
também no auxílio à participação de bolsistas em eventos nacionais e internacionais. Os
membros desta sub-rede disponibilizaram, em contrapartida, seus grupos de pesquisa, projetos e
financiamentos, bancos de dados pretéritos, além de outros bolsistas e estudantes.
Ao longo de dois anos de existência, os esforços integrados da Sub-Rede Zonas Costeiras
tem alcançado boa parte de seus objetivos e metas, produzindo resultados concretos. Entre estes,
destacam-se um grande levantamento sobre o estado da arte do conhecimento sobre zonas
costeiras no Brasil, incluindo revisões históricas, análise de dados pretéritos, estudos sobre
impactos e vulnerabilidades, além de construção de modelos preditivos (INCT for Climate
Changes 2010, Garcia & Nobre 2010).
A realização do I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras
teve papel fundamental para o alcance destes objetivos, através da integração dos pesquisadores
e seus resultados, do fortalecimento da estrutura desta sub-rede em nível nacional, e da
deliberação de decisões sobre o encaminhamento das pesquisas e ações futuras. O I Workshop
Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras foi realizado em setembro de 2009, na
Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - RS, e teve como tema central “Estado do
Conhecimento e Recomendações Futuras”. Dentre os impactos causados, destacaram-se a
integração e consolidação da rede de pesquisa Zonas Costeiras e a elaboração do Volume
Especial “Climate Changes and Brazilian Coastal Zones” publicado pela revista Panamjas,
além
da
criação
da
Rede
de
Monitoramento
de
Habitats
Bentônicos
Costeiros
(ReBentos). Destaca-se ainda, a elaboração da Declaração de Rio Grande, um documento de
base e de conclusão gerado a partir das discussões realizadas durante o evento.
A realização do II Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras
(Salvador, novembro de 2011), foi fundamental para a internacionalização da Sub-Rede Zonas
Costeiras, para melhor integrar os membros da ReBentos à sub-rede e as questões sobre
mudanças climáticas, para estimular novas linhas e grupos de pesquisa e, especialmente, para a
criação do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta).
6
1.3 REDE DE MONITORAMENTO DE HABITATS BENTÔNICOS COSTEIROS (REBENTOS)
A Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos) está inserida na
Sub-Rede Zonas Costeiras, portanto vinculada à Rede Clima & INCT para Mudanças
Climáticas. Dentre os 13 grupos que compõem a Zonas Costeiras, quatro são ligados ao
ambiente bentônico (Macroalgas e Fanerógamas Marinhas, Recifes Coralinos, Costões e Praias,
Manguezais). As articulações para a constituição da ReBentos iniciaram durante o I Workshop
Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras, a partir de algumas recomendações
realizadas para o estudos em comunidades bentônicas como:
•
Avaliações sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies “chave”
estenotérmicas ou ao longo da costa (macroecologia), considerando diferentes escalas de
variação e, se possível, eliminação de fontes de ruído utilizando áreas controle;
•
Estudos sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies
indicadoras, sensíveis a mudanças em parâmetros ambientais, através de uma abordagem
padronizada ao longo da costa;
•
Utilização de técnicas ou estratégias de obtenção de dados (imagens, suficiência
taxonômica, análise de fisionomias, RAP etc.) que amplifiquem a capacidade geográfica de
análise;
•
Avaliação do estado fisiológico de organismos construtores de recifes (algas
calcárias e corais);
•
Identificação e registro de mudanças nos “timmings” de florescimento,
maturação, liberação de gametas, recrutamento, germinação e outros parâmetros populacionais;
•
Avaliação de perdas ou mudanças de produtividade e função, durante fases de
transição ou colapso dos sistemas naturais;
•
Identificação e quantificação dos impactos dos eventos extremos na abundância e
fisiologia de espécies, comunidades e ecossistemas: comparação de parâmetros medidos antes e
depois dos eventos.
Como desdobramentos das discussões durante o I Workshop, surgiu a necessidade de
formação ou fortalecimento de Redes Observacionais para a costa brasileira, para monitoramento
de parâmetros físicos e biológicos, com a coordenação e participação de membros da Zonas
Costeiras. A proposta para financiamento de sete (7) Redes Observacionais foi elaborada para o
orçamento 2010/2011 da Rede CLIMA e submetida ao MCT, com valor total aproximado de
7
R$ 1.300.000,00. Dentre elas estava a Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros
(ReBentos). Estes recursos, entretanto, não foram liberados.
A proposta da ReBentos foi apresentada e finalmente aprovada no Edital
MCT/CNPq/MMA/MEC/CAPES/FNDCT – Ação Transversal/FAPs no 47/2010 - Chamada 3 Pesquisa em Redes Temáticas para o entendimento e previsão de respostas da Biodiversidade
Brasileira às mudanças climáticas e aos usos da terra, com recursos do CNPq (Proc.
563367/2010-5) e da FAPESP (Proc. 2010/52323-0). Esse edital está vinculado ao Programa
SISBIOTA – Brasil, que tem por objetivo fomentar a pesquisa científica para ampliar o
conhecimento e o entendimento sobre a biodiversidade brasileira e para melhorar a capacidade
preditiva de respostas às mudanças globais, particularmente às mudanças de uso e cobertura da
terra e mudanças climáticas, associando formação de recursos humanos, educação ambiental e
divulgação do conhecimento científico. O objetivo da proposta da ReBentos foi a criação e
implementação de uma rede integrada de estudos dos habitats bentônicos do litoral brasileiro,
para detectar os efeitos das mudanças ambientais regionais e globais sobre esses organismos,
dando início a uma série histórica de dados sobre a biodiversidade bentônica ao longo da costa
brasileira. A proposta contava com a participação de 17 instituições de ensino e/ou pesquisa,
localizadas em 11 estados brasileiros e 31 pesquisadores.
As metas da ReBentos são: (1) fomentar uma discussão temática voltada para as
mudanças climáticas; (2) estabelecer séries temporais com métodos adequados; (3) obter e
disponibilizar dados para avaliação do impacto de mudanças globais; (4) formar recursos
humanos e (5)
propiciar a educação ambiental e divulgação científica. A longo prazo a ReBentos
visa o monitoramento contínuo e permanente de parâmetros biológicos e abióticos em diversos
habitats ao longo da costa brasileira e a obtenção de séries contínuas de dados no tempo e
distribuídas no espaço, por tipo de habitat e através de um gradiente latitudinal, permitindo assim
investigar questões científicas relacionadas a alterações causadas por impactos antropogênicos e
modificações climáticas.
8
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
O principal objetivo do "III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas
Costeiras" foi realizar uma avaliação final dos cinco anos de projeto da Sub-Rede Zonas
Costeiras e de suas recém-criadas redes de monitoramento (ReBentos e SiMCosta).
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos foram:
1) apresentar os resultados finais dos projetos desenvolvidos pelos pesquisadores das
Sub-Redes Zonas Costeiras e Oceanos;
2) integrar os INCT´s relacionados com ciências do mar e mudanças climáticas;
3) elaborar propostas que visem o estabelecimento de redes observacionais e de
monitoramento sistemáticos para o litoral brasileiro;
4) fornecer recomendações para a criação e funcionamento de redes observacionais
como: aquisição de infraestruturas de equipamentos, padronização e adaptação de protocolos
metodológicos comparativos, disponibilização dos dados e formação de recursos humanos;
5) discutir a sustentabilidade das observações de longo prazo para o conhecimento dos
efeitos das mudanças climáticas nas zonas costeiras;
6) fomentar a formação de recursos humanos, geral e específica, na área de sistemas
observacionais e mudanças climáticas e;
7) promover divulgação científica e educação sobre mudanças climáticas.
9
3. METODOLOGIA
A programação do III Workshop foi planejada em torno de objetivos, temas e grupos de
pesquisa da Sub-Rede Zonas Costeiras. Os temas e programação do III Workshop foram
propostos inicialmente pela coordenação da sub-rede, com contribuições dos membros, que
também indicaram os nomes dos palestrantes internacionais. O desenvolvimento dos trabalhos
durante o III Workshop baseou-se no seguinte:
1) Palestras, ministradas por palestrantes internacionais. Em geral, esta sessão abriu os
trabalhos do dia ou do turno (manhã ou tarde), servindo como base e motivação científica para os
temas que se seguiram nas mesas redondas;
2) Mesas Redondas, com a participação de pesquisadores membros do INCT de
Mudanças Climáticas, Rede CLIMA e INCT´s do MAR. As mesas foram formadas em torno de
grandes áreas (geologia e dinâmica costeira, oceanografia física e química, ecologia de
ambientes bentônicos, sócio-economia) ou redes de pesquisa. Dentro dessa sessão, os diferentes
grupos temáticos da ReBentos fomentaram uma discussão (com dinâmica de grupos) sobre os
protocolos de amostragem dos ambientes bentônicos;
3) Apresentações Orais, ministradas por palestrantes nacionais. Em geral, esta sessão
encerrou ou abriu os trabalhos do dia ou do turno (manhã ou tarde);
4) Apresentações de Painéis, com a apresentação de trabalhos de estudantes e
pesquisadores, nos mais diversos temas de mudanças climáticas em ambientes costeiros e
marinhos, expostos durante os três (3) dias de evento.
A programação, resumos, vídeos e slides das apresentações do III Workshop, assim como
outros
documentos
de
base,
estão
disponíveis
(http://mudancasclimaticas.zonascosteiras.com.br/workshop).
na
página
Destaca-se
como
do
evento
importante
produto do evento, a disponibilização on-line de quase todas as palestras, as quais podem ser
assistidas concomitantemente com as apresentações em PDF.
10
4. RESULTADOS
4.1 DESCRIÇÃO GERAL
O evento contou com a presença de 193 participantes, entre professores universitários e
pesquisadores de diversas instituições do país, técnicos de órgãos públicos (MMA, IBGE,
ICMBIO) e estudantes de pós-graduação. O evento teve sete (7) palestras, seis (6) mesas
redondas, nove (9) apresentações orais e vinte três (23) apresentações de painéis. Destaca-se a
participação de cinco (5) palestrantes convidados internacionais da Austrália e EUA.
As palestras, mesas redondas e apresentações orais e de painéis abrangeram os temas: 1)
redes observacionais oceânicas e costeiras, 2) impactos e vulnerabilidades a elevação do nível do
mar e eventos extremos sobre a costa, 3) biogeoquímica do carbono e acidificação, 4) sequestro
de carbono por ecossistemas costeiros, 5) integração físico-biológica na avaliação dos impactos
de mudanças climáticas sobre os ecossistemas costeiros e 6) modelagem do clima e hidrologia
em zonas costeiras.
Na última tarde do Workshop, alunos e pesquisadores se reuniram para discutir e
formular recomendações voltadas para: 1) a formação de recursos humanos em mudanças
climáticas e 2) sistemas observacionais e a sustentabilidade dos programas e redes de pesquisa e
observação costeira, que devem ser melhor trabalhadas na forma de documentos e termos de
referências.
Além disso, foram discutidas diretrizes e recomendações para o futuro das pesquisas em
mudanças climáticas no Brasil e para a continuidade da Sub-Rede Zonas Costeiras e da
ReBentos, dentro do contexto da Rede CLIMA-Fase II e da extensão e renovação do INCT para
Mudanças Climáticas.
11
4.2 CRONOGRAMA DA PROGRAMAÇÃO REALIZADA
10 DE DEZEMBRO - TERÇA-FEIRA
08:00-­‐09:00 ENTREGA DE MATERIAL 09:00-­‐09:30 ABERTURA E BOAS VINDAS 09:30-­‐10:30 10:30-­‐10:45 10:45-­‐11:15 PALESTRA DE ABERTURA -­‐ Climate change, sustainable development and coastal ocean information needs INTERVALO E CAFÉ PALESTRA -­‐ Arranjos e estratégias federais para adaptação das zonas costeiras às Mudanças Climáticas 11:15-­‐12:00 PALESTRA -­‐ Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (INPOH) 12:00-­‐13:30 ALMOÇO 13:30-­‐14:30 PALESTRA -­‐ Australia’s Integrated Marine Observing System (IMOS) 14:30-­‐16:00 MESA 1 -­‐ SISTEMAS OBSERVACIONAIS DOS OCEANOS E ZONAS COSTEIRAS 14:30-­‐14:45 O Programa PIRATA 14:45-­‐15:00 Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) 15:00-­‐15:15 Sistema de Observação do Nível do Mar da Costa Brasileira 15:15-­‐15:30 15:30-­‐16:00 16:00-­‐16:15 16:15-­‐17:00 17:00-­‐18:30 17:00-­‐17:15 17:15-­‐17:30 17:30-­‐17:45 ReBentos -­‐ Potencialidades e dificuldades de uma Rede de monitoramento de biodiversidade marinha Discussão INTERVALO E CAFÉ PALESTRA -­‐ Response of coasts to climate change: considering space and time scales Secretaria Thomas Malone, (U. Maryland, USA) Leila Swerts (MMA) Segen Estefen (COPPE/UFRJ) Tim Moltmann (IMOS, Australia) Moderador: Carlos Garcia (FURG)
Moacyr Araújo (UFPE) Carlos Garcia (FURG)
Glauber Gonçalves (FURG) Alexander Turra (IO-­‐USP) Colin Woodroffe (U.Wollogong, Australia) Mediador: Antônio Klein Moacyr Araújo (UFPE) Eduardo Siegle (USP)
MESA 2 -­‐ ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR E EVENTOS EXTREMOS: IMPACTOS E VULNERAILIDADES Vulnerabilidade e impactos à elevação do nível do mar na borda leste do Nordeste do Brasil Impactos da elevação do nível do mar em costas controladas por recifes Sistemas sinóticos geradores de eventos extremos de velocidade do vento no sul Arthur Machado do Brasil no período de 1948 à 2012: condições atmosféricas e as consequências (FURG) na zona costeira 17:45-­‐18:00 Discussão 18:00-­‐18:30 APRESENTAÇÕES ORAIS O efeito do ENOS no Atlântico Tropical e Sul consequências para o clima do Brasil A influência da dinâmica local na variabilidade sazonal da clororofila-­‐a no Banco de Abrolhos e Royal-­‐Charlotte COQUETEL DE CONFRATERNIZAÇÃO Regina Rodrigues (UFSC) Renato Ghisolfi (UFES) 18:00-­‐18:15 18:15-­‐18:30 19:00-­‐21:00 12
11 DE DEZEMBRO - QUARTA-FEIRA
PALESTRA -­‐ International Ocean Acidification Observing and Research: an overview with special focus on U.S.-­‐led efforts INTERVALO E CAFÉ MESA 3 -­‐ A INSERÇÃO DA PESQUISA BRASILEIRA NO CONTEXTO DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS Atividades do Grupo Brasileiro de Pesquisa em Acidificação dos Oceanos (Brazilian Ocean Acidification Research Group -­‐ BrOA) Papel da zona costeira brasileira nos fluxos de CO2 mar-­‐atmosfera e possíveis efeitos da acidificação PIRATA e INCT-­‐AmbTropic: novas redes de observação de CO2 no Atlântico Tropical Estado da arte dos estudos brasileiros sobre acidificação nos oceanos Atlântico Sudoeste e Austral Tendências nas investigações dos impactos da acidificação no crescimento de corais e de algas coralináceas Libby Jewett (NOAA, EUA) 11:30-­‐11:45 Discussão 11:45-­‐12-­‐15 APRESENTAÇÕES ORAIS Fluxo e dinâmica do CO2 inorgânico nos sistemas estuarinos de Caravelas e da Baía de Guanabara Variações biogeofísicas no sistema costeiro da pluma do Rio Amazonas: resultados finais e perspectivas. ALMOÇO PALESTRA -­‐ The emergence of Blue Carbon as policy tool for conservation: recent activity and information needs from the science community MESA 4 -­‐ REBENTOS E SUB-­‐REDE ZONAS COSTEIRAS: OPORTUNIDADES PARA PESQUISAS INTEGRADORAS Dinâmica de Grupos Praias arenosas: a fauna bentônica como indicador da influência de processos hidrodinâmicos e morfológicos em eventos de mudanças climáticas Protocolos de coleta de costões rochosos: teste de hipóteses e monitoramento de longo prazo Protocolo mínimo para o monitoramento dos recifes e ecossistemas coralinos do Brasil expostos às mudanças climáticas Protocolo nacional para caracterização e monitoramento de bancos de rodolitos Benthic communities in estuaries: knowledge gap, vulnerability to climate change and a priority for long-­‐term monitoring Fundos submersos vegetados: protocolo mínimo de monitoramento “Antes que Desapareçam” Mudanças Climáticas e Zonas Costeiras: ecossistemas manguezal e marisma frente às mudanças climáticas INTERVALO E CAFÉ Carlos Augusto Silva (UFF) Eduardo Paes (UEPA)
09:00-­‐10:00 10:00-­‐10:15 10:15-­‐10:30 10:30-­‐10:45 10:45-­‐11:00 11:00-­‐11:15 11:15-­‐11:30 12:00-­‐12:15 11:45-­‐12:00 12:30-­‐13:30 13:30-­‐14:15 14:15-­‐18:15 14:30-­‐16:00 16:00-­‐16:15 16:15-­‐18:15 18:15-­‐18:30 Mesa 4 – REBENTOS (cont.): Dinâmica de Grupos e Discussão Final Homenagens às Professoras Valéria Veloso e Verônica Genevois (in memorian) Mediador: Rodrigo Kerr (FURG) Rodrigo Kerr (FURG) Letícia Cunha (UERJ) Moacyr Araújo (UFPE) Rosane Ito (FURG) Ruy Kikuchi (UFBA) Stephen Crooks (ESA, USA) Mediador: Alexander Turra Cecília Amaral (UNICAMP) Ricardo Coutinho (IEAPM) Ruy Kikuchi (UFBA) Paulo Horta (UFSC) Ângelo Bernardino (UFES) Margareth Copertino
(FURG) Yara S.-­‐Novelli (USP) Ilana Zalmon André Esteves 13
12 DE DEZEMBRO - QUINTA-FEIRA
09:00-­‐10:15 10:15-­‐10:30 APRESENTAÇÕES ORAIS Mudanças na comunidade fitoplanctônica e nas taxas de recrutamento de invertebrados do entremarés durante passagens de sistemas frontais na costa Sudeste do Brasil Current state knowledge of sandy beach and estuarine tidal fauna along Rio de Janeiro coast Macroalgas do Brasil como indicadores de mudanças climáticas: condição atual e possíveis cenários Impactos potenciais de mudanças climáticas na distribuição de pradarias de capim-­‐agulha (Halodule wrightii) através do uso de Modelos de Distribuição de Espécies Vulnerabilidade e adaptação de pescadores artesanais com territórios sobrepostos a áreas protegidas marinhas INTERVALO E CAFÉ 10:30-­‐12:30 MESA 5 -­‐ MODELAGEM DO SISTEMA CLIMÁTICO E ZONA COSTEIRA Mediador: Paulo Calil (FURG) 10:30-­‐11:00 O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM) no contexto dos modelos do IPCC Paulo Nobre (INPE) 11:00-­‐11:15 Modelagem hidrológica de grandes bacias no modelo BESM 11:15-­‐11:30 12:00-­‐12:30 12:30-­‐14:00 Modelagem de processos físicos costeiros Estado da arte dos estudos brasileiros sobre transferência de materiais continente-­‐oceano Simulating large marine ecosystem response to interannual climate variability using biogeochemical modeling Discussão ALMOÇO 14:00-­‐16:30 MESA 6 -­‐ QUAL O FUTURO DA SUB-­‐REDE ZONAS COSTEIRAS? 14:00-­‐14:15 14:30-­‐14:45 Rede CLIMA Fase II: demandas, metas e recursos financeiros Oportunidades de Interação INCT´s-­‐MAR e INCT MC-­‐Zonas Costeiras na avaliação dos impactos das mudanças climáticas no litoral brasileiro Perspectivas Futuras da ReBentos 14:45-­‐15:00 Sub-­‐rede Zonas Costeiras: retrospectiva e perspectivas futuras 15:00-­‐16:00 Contribuições e Discussão 16:00-­‐16:30 INTERVALO E CAFÉ
16:30-­‐17:00 17:00-­‐17:30 Conclusões e recomendações finais ENCERRAMENTO 09:15-­‐09:30 09:00-­‐09:15 09:30-­‐09:45 09:45-­‐10:00 10:00-­‐10:15 11:30-­‐11:45 11:45-­‐12:00 14:15-­‐14:30 Áurea M. Ciotti (USP)
Philippe Machado (UENF) Paulo Horta (UFSC) Pablo Riul (UFPB) Luiz F. Faraco (ICMBIO/MMA) Luz Adriana Cuartas (INPE) Eduardo Siegle (USP) Francisco J.S. Dias (UFMA) Douglas Gherardi (INPE) Mediador: Carlos Garcia (FURG) Paulo Nobre (INPE) Ruy Kikuchi (UFBA) Alexander Turra Margareth Copertino
(FURG) Pesquisadores da ZC e ReBentos
Carlos Garcia (FURG) Esta
programação
está
disponível
on-line
no
site
do
evento
www.mudancasclimaticas.zonascosteiras.furg.br/workshop/images/III_WS_Zonas_CosteirasReBentos_-_PROGRAMA%C3%87%C3%83O.pdf.
14
4.3. TRABALHOS APRESENTADOS NA FORMA DE PAINÉIS
1.
Metodologia para quantificação de riscos costeiros e projeção de linhas de costa futuras
como subsídio para estudos de adaptação das zonas costeiras do litoral norte da Ilha de Santa
Catarina e regiões de entorno (Mariela Muler).
2.
Regimes probabilísticos de cota de inundação costeira do Brasil – exemplo de aplicação
no arco praial Barra da Lagoa-Moçambique, Florianópolis, SC, Brasil (Charline Dalinghaus).
3.
Classes granulométricas e indícios de erosão costeira nas praias da costa sul e centro sul
de Santa Catarina (Andreoara Deschamps Schmidt). Fluxo e dinâmica do CO2 inorgânico nos
sistemas estuarinos de Caravelas e da Baía de Guanabara (Carlos Augusto Ramos e Silva).
4.
Photosynthesis and biochemical composition of three Mediterranean macroalgae under a
climate change scenario: experimental approach (José B. Barufi).
5.
Effect of high CO2 on photosynthesis and biochemistry of calcifying versus non-
calcifying seaweeds from Cabo De Gata-Níjar Natural Park (Southern Iberian Peninsula)
(Margareth Copertino).
6.
Ecophysiological responses of dominant rock-shore macroalgae to changes in light and
nutrient supply in Southern Iberian Peninsula (Margareth Copertino).
7.
Efeitos das variações de pH, temperatura e nutrientes na ecofisiologia de Lithothamnion
crispatum Hauck (Corallinales, Rodophyta) e Sonderophycus capensis (Montagne) M.J. Wynne
(Peyssonneliales, Rodophyta): subsídios para o entendimento das mudanças climáticas (Pamela
Muñoz).
8.
Efeitos da acidificação na estrutura e ultraestrutura foliar de Halodule wrightii
(Cymodoceaceae) (Geniane Schneider).
9.
Estrutura das comunidades de macroalgas no mesolitoral rochoso da região sul do
Atlântico Sul (Karine Mariane Steigleder).
10.
Estrutura dos bancos de rodolitos em uma região do litoral norte da Bahia, Brasil (Neilton
Argolo Andrade).
11.
Estudo da variabilidade espaço-temporal dos parâmetros físicos da água do mar
correlacionados com o branqueamento de corais no Oceano Atlântico Sul (Danilo Lisboa).
12.
Efeito do aumento da temperatura da água sobre o crescimento dos corais construtores
dos recifes da Bahia – estudo experimental com o coral endêmico Mussismilia braziliensis
Verrill 1868 (Mariana M. Silva).
13.
Efeitos das variações climáticas sobre os recifes de corais da costa leste do Brasil (Ruy K.
P. Kikuchi).
15
14.
Impacto da acidificação da água do mar sobre a meiofauna de recifes de coral (André M.
Esteves).
15.
Sazonalidade no recrutamento de Phragmatopoma caudata (Polychaeta: Sabellariidae)
em unidade de conservação na costa sudeste do Brasil: pico nas estações chuvosas. (Larisse
Faroni-Perez).
16.
Alterações climáticas e uso da terra e seus impactos nos manguezais do estuário do rio
Jaguaribe-CE (Mario Duarte Pinto Godoy).
17.
Brazilian Long Term Ecological Research: lessons learned from long term studies in the
Patos Lagoon Estuary and adjacent coast (Margareth Copertino).
18.
Análise do balanço de carbono no Litoral Norte de São Paulo, Brasil: cenários futuros
para o aquecimento global (Bruna Fatiche Pavani).
19.
A Gestão Pública Ambiental em Unidades de Conservação Marinho-Costeira e os efeitos
das Mudanças Climáticas: estudo do ecossistema estuarino situado na interface entre a Bacia
Hidrográfica do Rio Urussanga e a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – Santa
Catarina (Carlyle Torres Bezerra de Menezes).
20.
Incorporação da dimensão climática no ordenamento jurídico brasileiro: análise de caso
do estado de São Paulo (Bruno K. Sabbag).
21.
Percepções sobre meio ambiente e o mar por interessados em ecoturismo marinho na
Área de Proteção Ambiental Marinha de Armação de Búzios, RJ, Brasil (Alexandre de Gusmão
Pedrini).
22.
Mexilhões: Avaliando e fomentando a participação social conciliada a mitilicultura
(Daniel Shimada Brotto).
16
4.4 SÍNTESE DOS TRABALHOS: APRESENTAÇÕES, DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES
Esta seção descreve sinteticamente as palestras proferidas e temas discutidos nas mesas
redondas e apresentações orais, destacando as principais perguntas, comentários e
recomendações que se seguiram sobre os assuntos. A descrição abaixo foi elaborada a partir da
contribuição de diversos pesquisadores e membros da Sub-Rede Zonas Costeiras e da ReBentos,
designados como relatores de cada sessão.
4.4.1 PALESTRAS
Arranjos e estratégias federais para adaptação das zonas costeiras às Mudanças Climáticas
Palestrante: Leila Swerts (MMA)
Relator: Alexander Turra (USP)
•
Reiterou as tendências de mudanças climáticas e definiu os conceitos de mitigação e
adaptação.
•
Relatou eventos extremos ocorridos no Brasil entre 2010 e 1012 (Marengo e Defesa
Civil).
•
Apresentou os marcos legais e institucionais das MCs no governo brasileiro e a
estrutura de governança considerando a Comissão Interministerial sobre Mudanças Climáticas
e o Grupo de Trabalho em Adaptação.
•
Mencionou o momento de elaboração do Plano e do Programa Nacional de Adaptação
às MCs, e o desenvolvimento e implementação de um sistema de observação, dentre outras
ações existentes no PPA 2012-2015.
•
Necessidade de informação para embaçar as decisões políticas que requerem alto
investimento e respostas efetivas.
•
Informou que o GT-Adaptação está estruturado em recortes temáticos, tendo agenda
definida até 2015 e que o PNA já tem sua estrutura e usa estratégia definidas.
•
Apresentou o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima com linhas de recursos para
financiamento de projetos (R$ 15 a 20 milhões/ano) e os projetos fomentados.
•
Realização do Seminário Internacional de Vulnerabilidade das Zonas Costeiras, 2013,
em Porto de Galinhas, com os desafios de acesso a dados, nivelamento de altimetria e
batimetria da costa, mas principalmente com a necessidade de criação de projetos
estruturantes.
17
•
Apresentou a proposta do Sistema de Modelagem Costeira (SMC-Brasil) como uma
oportunidade de gestão costeira estadual, com qualificação de gestores públicos e geração de
dados em nível federal, com desafios, como necessidade de calibração e de estrutura para
compartilhamento dos dados oceanográficos.
•
Apresentou a proposta da Força Tarefa para Zona Costeira, com composição
representativa, para elaborar subsídios para elaboração do PNA e para construir estratégia
para o Fundo Clima.
•
Deixou duas perguntas:
1. Em que o III Workshop pode contribuir para os desafios da discussão de MCs em nível
governamental?
2. Em que o governo pode contribuir para a ciência sobre MCs?
•
Discussão
Mencionou o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e o Relatório que traz informações
sobre a relação da ciência para MCs.
Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (INPOH)
Palestrante: Segen Stephen (COPPE/UFRJ)
Relator: Alexander Turra (USP)
•
Apresentou histórico de idealização e criação, em 24 de maio de 2013 com a participação
de indivíduos de diferentes regiões e instituições, junto ao governo brasileiro com os objetivos
estatutários já definidos, como:
•
estudos e pesquisas;
•
suporte técnico e logístico;
•
infraestrutura embarcada;
•
geração e compartilhamento de dados;
•
aprimoramento da indústria nacional;
•
novos laboratórios;
•
infraestrutura portuária e hidroviária;
•
contribuição para formação de recursos humanos;
•
proposta de criação de uma Organização Social - OS, com maior flexibilidade e agilidade
e com vínculo a alguns órgãos governamentais: MEC / M. Defesa / MCTI / MPA / SEP.
18
•
Apresentou a estrutura organizacional e a estratégia de operacionalização com quatro (4)
centros ao longo do país (Atlântico Sul, Atlântico Tropical, Portos e Hidrovias e Pesca e
Aquicultura), com a composição do conselho de administração já definido.
•
Previsão de Criação de um Conselho Científico.
•
Informou que está sendo desenvolvido o macroprojeto do INPOH para definição da
Agenda Científica e Plano de Implementação considerando áreas temáticas e que as tratativas
com a Casa Civil estão sendo feitas para decretação da OS.
•
Orçamento estimado para 2013: R$ 40 milhões.
•
Discussão
•
Por que o MMA e o MME não estão contemplados e por que a temática da energia
renovável não foi destacada?
•
Qual a prioridade do INPOH?
•
Como será a fonte orçamentária do INPOH?
4.4.2 MESA REDONDA
MESA 6 - QUAL O FUTURO DA SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS?
Rede CLIMA, Etapa II: Objetivos, Metas e Recursos
Palestrante: Paulo Nobre (INPE)
Relator: Paulo Horta (UFSC)
•
Demandas internacionais levaram a criação da rede.
•
Por uma questão de soberania nacional e dos impactos locais dos processos locais,
devíamos produzir subsídios para ações relacionadas às previsões, mitigação, remediação e
aclimatação. Para isso foram criadas 10 e hoje são 15 redes tratando de mudanças climáticas.
•
A percepção de valor da sociedade foi fundamental para criação e manutenção da rede.
•
A rede não é institucional, é uma rede de pesquisadores!
•
A rede está fundamentada em pesquisadores.
•
Trabalhos temáticos seriam o foco da nova fase envolvendo diferentes sub-redes:
•
segurança energética e hídrica;
•
alimento;
•
água;
19
•
questões humanas.
•
Qual o futuro das megacidades (conceito de finitude relacionada à dimensão humana).
•
Impacto das MCs na biodiversidade.
•
Tropicalizar os indicadores mundiais.
•
Modelagem ecossistêmica do planeta.
•
Proposta de modelagem integrada oceanos – continente.
•
Englobando biogeoquímica e física.
•
Esforços de transversalidade, neste caso os alunos são fundamentais por proporcionarem
a mobilidade ao sistema.
•
Os processos que são únicos devem ser representados na questão das MCs globais.
•
A percepção de que a AM é de relevância mundial é de mais de 30 anos.
•
A importância das zonas costeiras é ainda desconhecida ou subestimada.
Oportunidades de Interação INCT´s-MAR e INCT MC- Zonas Costeiras na avaliação dos
impactos das mudanças climáticas no litoral brasileiro
Palestrante: Ruy Kikuchi (UFBA)
Relator: Paulo Horta (UFSC)
§
Padrões dos ambientes tropicais vs mudanças climáticas
§
Organismos chaves que estruturam o ambiente estão sujeitos a variações de fatores como
as variações de salinidade.
§
INCT:
§
zona costeira;
§
plataforma continental;
§
oceano;
§
biotecnologia, genômica e proteômica;
§
as linhas estão dispersas em diferentes instituições do nordeste.
§
INCT + ReBentos + BrOA:
§
ambientes costeiros e ilhas oceânicas;
§
recifes;
§
estuários;
§
marcadores ambientais;
§
ambiente pelágicos;
20
§
conectividade genética.
Perspectivas Futuras da ReBentos
Palestrante: Alexander Turra (USP)
Relator: Paulo Horta (UFSC)
•
Perspectiva futura da ReBentos:
•
além de haver desejo de continuidade e existem pessoas dispostas a promover essa
continuidade;
•
executar protocolos;
•
reuniões de capacitação;
•
interação entre grupos;
•
captação de recursos;
•
divulgação em educação ambiental;
•
bancos de dados;
•
estruturação das equipes;
•
realizar experimentos;
•
otimizar os recursos.
•
ReBentos – metas originais:
•
todas as metas originais foram atingidas ou estão em vias de...
•
ReBentos - estratégias complementares:
•
PELDs novos e existentes;
•
sítios específicos/habitats (p. ex. range shifts);
•
experimentos;
•
modelagem.
•
ReBentos – próximos passos e sugestões:
•
capacitação;
•
ações estruturantes;
•
fomento de longa duração;
•
caracterização da linha de costa e previsão de mudanças;
•
infraestrutura para experimentação biológica;
•
interação entre abordagens física e biológica.
21
•
Sugestões - ReBentos:
•
integração entre abordagens biológicas e físicas;
•
criação de um grupo de trabalho transversal;
•
assumir o compromisso orçamentário;
•
encontros regulares;
•
capacitação em MCs, sensoriamento remoto;
•
Grupo de EA…utilizando novas abordagens;
•
INCTs – MAR, SISBIOTA – MAR...RedeMar?
•
Terceira Conferencia Internacional sobre mudanças climáticas no oceano.
Sub-rede Zonas Costeiras dentro do INCT-MC & Rede CLIMA: memória e planos futuros
Palestrante: Margareth Copertino (FURG)
Relator: Paulo Horta (UFSC)
•
Os objetivos puderam ser atingidos. Avaliar o estado do conhecimento, identificar
deficiências...conseguimos grande avanços.
•
Estamos em falta na proposição de ações….
•
WS…os primeiros documentos produzidos pelo grupo foi sistematizado no volume da
PANANJAS.
•
Bases iniciais para a previsão da avaliação dos impactos da Rebentos.
•
Segundo WS...INCTs do Mar participaram de discussões sobre as possibilidades de
relações.
•
Surge aí as bases para a solicitação do SIMCOsta.
•
BrOA…Brazilian Ocean Acidification Research Group.
•
Os avanços atuais - 23 trabalhos, dos quais 20 tratavam de MCs.
•
Produção de uma Declaração de Florianópolis, que seja um sumário para guiar termos de
referências para políticas públicas de fomento de estudos relacionados às MCs.
Contribuições
Relator: Paulo Horta (UFSC)
•
Porque não temos uma participação mais intensa da comunidade acadêmica?
22
•
RedeMar….cumprirá o papel caso tenhamos a criação ou o aproveitamento de legislação
existente.
•
Identifica-se um acúmulo de projetos em pesquisadores senors....Devemos expandir para
podermos ser mais eficientes no processo de formação de pessoas que possam interagir mais
inclusive internacionalmente.
•
O
grande
nó
que
temos
são
recursos
humanos
de
qualidade...motivação....informação.....para termos expansão adequada a nossa zona costeira.
•
Banco de dados...devemos rever nossos comportamentos uma vez que estas informações
são obtidas com recursos públicos. O INPOH deveria centralizar isso. Banco de dados
Alemão PANGEA...representa exemplo de como depositar dados em bancos públicos....os
dados passam a ser produto e deve atrair para termos produção de séries temporais.
•
Infraestrutura
centralizada
de
experimentação
em
área
marinha...centros
de
experimentação para que possamos otimizar a utilização de recursos.
•
DOI no número especial para auxiliar citação e divulgação.....
•
O INCT MCs – Rede Clima continua.
•
Desafio para formar pessoas (criação da Embrapa e enviou pessoas para o exterior assim
como no modelo espacial).
•
O desafio para as MCs são as crianças....traduzir a informação para uma linguagem que
todos possam entender! Temos que nos voltar para a questão da formação...temos que nos
tornar contadores de história...a Rede Clima de comunicação se confunde com a sub-rede de
Educação.
•
Existe um grupo de educação!
•
Devemos encontrar grupos que facilitem o envolvimento das crianças com os
oceanos...não percebemos os oceanos como fonte de vida e que estes são frágeis.
•
Precisamos
de
jovens
pesquisadores....para
liderar
a
REDEMAR
ou
INCT
MAR....evitando fragmentação.
•
Estratégias de engajamentos já existem...cada membro pode se dedicar local ou
regionalmente.
•
Gestão de projetos demandam de auxiliares de gestão.
•
Novos aportes de recursos serão direcionados aos grandes temas...identificando
interações com as três linhas básicas...
•
Devemos sair de nossa zona de conforto...a rede clima estará estimulando que os projetos
temáticos se desloquem para outras sub-redes.
23
5. AVALIAÇÃO DO EVENTO
O III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras, promovido
pela Sub-Rede Zonas Costeiras da Rede CLIMA & INCT para Mudanças Climáticas, alcançou
plenamente os objetivos e metas propostos. O evento teve a representação de doze (12)
instituições nacionais e cinco (5) internacionais, destacando-se a presença de pesquisadores de
outras Sub-Redes da Rede CLIMA & INCT para Mudanças Climáticas (Oceanos, Urbanização e
Megacidades) e dos recém-formados INCT´s do Mar. Comparativamente ao I Workshop,
realizado na cidade de Rio Grande (RS) em setembro de 2009, obtivemos um aumento do
número de participantes, de trabalhos submetidos e um avanço nas discussões sobre as pesquisas
relacionadas com mudanças climáticas.
Dentre os principais resultados alcançados pela realização do III Workshop destacam-se
a: 1) apresentação das atividades da ReBentos aos participantes da Sub-Rede Zonas Costeiras; 2)
interação entre a ReBentos (grupo que possui caráter essencialmente biológico) e os demais
grupos de pesquisa da Sub-Rede Zonas Costeiras, como a física e geológica; 3) definição de
estratégias de atuação para os próximos anos, entre os diferentes grupos temáticos da ReBentos;
4) mesas direcionadas para formação de Grupos de Trabalhos (GT´s), constituídos durante o
Workshop, para formular recomendações e propor ações futuras para a continuidade das
pesquisas sobre Mudanças Climáticas no Brasil e sobre os trabalhos da Sub-Rede Zonas
Costeiras; 5) apresentação do grupo brasileiro de pesquisa em acidificação dos oceanos
(Brazilian Ocean Acidification Research Group - BrOA); 6) discussão sobre o Instituto Nacional
de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias – INPOH e; 7) elaboração da Declaração de
Florianópolis, com recomendações para a sociedade e governantes em geral. Com base nos
resultados dos trabalhos e discussões realizadas, esta carta focará em recomendações científicas e
políticas, para promover o estudo e conservação dos ecossistemas costeiros e seu patrimônio
ambiental (ecológico, social e econômico), frente aos cenários das mudanças climáticas e
impactos antropogênicos diversos.
Através das apresentações realizadas durante as mesas redondas e dos trabalhos em
painéis, observou-se avanços consideráveis dentro dos projetos e grupos de pesquisa, nos mais
diversos temas. Neste aspecto, podemos destacar os seguintes impactos e progressos da SubRede Zonas Costeiras desde 2009:
1) Avaliações e estudos de caso sobre as características geomorfológicas, litológicas e
dinâmicas de diversas regiões e localidades da costa brasileira, com implicações sobre as
24
previsões de elevação do nível do mar, mudanças no clima de ondas e impactos de eventos
extremos;
2) Enfoques metodológicos e aplicações de modelos preditivos para avaliar vulnerabilidades
da linha da costa em regiões do Brasil (litorais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de
Janeiro e Bahia);
3) Aplicações e produtos da modelagem oceânica dentro dos estudos de impactos da elevação
do nível do mar e de eventos extremos;
4) Variabilidade climática global e regional (modos climáticos) e seus efeitos sobre a Corrente
do Brasil e sobre os grandes ecossistemas marinhos;
5) Estudos preliminares sobre processos biogeofísicos e biogeoquímicos e suas relações com
o seqüestro de carbono em áreas costeiras do Brasil, incluindo áreas vegetadas e plumas de
grandes rios;
6) Avanços no monitoramento e estudos em corais de recife, incluindo projetos com
experimentação de campo e laboratório, para testar os impactos da elevação da temperatura e
acidificação dos oceanos sobre estes ambientes;
7) Avanços nas pesquisas sobre vulnerabilidade das macroalgas aos impactos da urbanização e
mudanças climáticas, incluindo observações de campo e experimentos de laboratório testando
os efeitos de incremento de nutrientes, acidificação e aumento da precipitação;
8) Avanço nos estudos sobre sócio-economia pesqueira e sobre a vulnerabilidade sócioambiental das comunidades de pescadores em regiões estuarinas do Brasil;
9) Projetos em colaborações com instituições e grupos de pesquisa internacionais, nos mais
diversos temas da área de mudanças climáticas em zonas costeiras e marinhas;
10) Diversos projetos de pesquisa aprovados em editais do CNPq e FAP´s, por pesquisadores
da Sub-rede Zonas Costeiras, com temas relacionados com mudanças climáticas, incluindo a
formação de redes de pesquisa e monitoramento. Destaca-se neste aspecto a formação da
Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos).
A exposição de novos temas e abordagens por palestrantes internacionais contribuiu de
maneira significativa para estimular o debate sobre mudanças climáticas, assim como para
realizar reflexões sobre o nível de conhecimento e sobre a situação das pesquisas no Brasil.
Novas propostas e possibilidades foram discutidas entre os participantes, incluindo pesquisas em
colaboração com pesquisadores internacionais que estiveram presentes no Workshop.
O palestrante convidado Thomas Malone possui grande experiência em redes de pesquisa
e monitoramento e programas internacionais de observação costeira. Dr. Malone trouxe grandes
contribuições ao evento e para a Sub-Rede Zonas Costeira, tendo participado ativamente durante
25
todo o Workshop, contribuindo com Grupo de Trabalho focado na criação de um sistema
observacional para a costa brasileira.
Ressalta-se ainda a interação entre coordenadores e membros dos INCT´s do Mar e das
Sub-Redes Zonas Costeiras e Oceanos do INCT para Mudanças Climáticas, como uma
oportunidade única de apresentação comparativa e interativa, com discussões fomentadas pelos
coordenadores destes grupos e pelos representantes da comunidade científica ali presente. Estes
programas apresentaram suas propostas e suas interfaces com o tema Mudanças Climáticas,
sugerindo uma maior interação dos INCTs com o CNPq para que os processos de criação de
Editais sejam mais desburocratizados e flexíveis aos pesquisadores. Os pesquisadores devem
ampliar sua visão para uma questão político-estratégica e não apenas científica. Destaca-se a
proposta de criação de um comitê gestor dos INCTs (INCT 6+) visando à integração das diversas
iniciativas dos INCTs.
Grupos de trabalho avançaram em recomendações sobre a formação de recursos
humanos, geral e específica, na área de mudanças climática. Para isto se discutiram os públicos
alvos, objetivos desta formação e as estratégias que poderiam ser utilizadas através dos cursos de
Pós-Graduação, disciplinas de graduação, cursos à distância, para gestores, além de professores e
estudantes de diversos níveis escolares.
A Rebentos realizou seu II Workshop durante o evento, para integração das equipes,
definição dos objetivos, metas e discussão de protocolos metodológicos de cada GT. A ReBentos
está em fase de elaboração de sínteses do conhecimento para cada ambiente, definição e teste de
protocolos de monitoramento que serão iniciados em 2014.
Finalmente, o III Workshop trouxe avanços e contribuições em termos de divulgação
científica do material apresentado durante o evento. O Workshop foi filmado na íntegra por
grupo de jornalismo científico e técnicos de som e imagem. Vídeos das palestras estão
disponíveis na página do evento para toda a comunidade, juntamente com os slides das
apresentações. Slides dos trabalhos em painéis também podem ser acessados na página. O grupo
de jornalismo científico estará analisando e utilizando os vídeos e slides das apresentações para
suas pesquisas e elaboração de material especializado, focados na divulgação científica sobre
mudanças climáticas no Brasil. O site do III Workshop, localizado dentro do portal Mudanças
Climáticas Zonas Costeiras, é fonte de documentos base do grupo e disponibiliza informações
detalhadas e de fácil acesso sobre as palestras e apresentações do III Workshop, além de dar
acesso a informações e documentos da Sub-Rede Zonas Costeiras.
26
Portanto, podemos concluir que a realização das três (3) edições do Workshop Brasileiro
de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras tem impulsionado as pesquisas sobre mudanças
climáticas no Brasil.
27
6. MÍDIA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Em termos de divulgação científica, Três (3) matérias sobre o Workshop foram divulgadas na
página do evento (www.mudancasclimaticas.zonascosteiras.furg.br/index.php?lang=pt- Fig. 1),
no site do Instituto Carbono Brasil (http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias6/noticia=735987
– Fig 2 e 3) e no site da Rede CLIMA – Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas
Globais
(http://redeclima.ccst.inpe.br/index.php/noticias/iii-workshop-brasileiro-de-mudancas-
climaticas-em-zonas-costeiras/ - Fig 4).
Fig. 1. Matéria sobre o III Workshop disponível na página do evento.
Fig. 2. Matéria sobre o III Workshop disponível na página do Instituto Carbono Brasil.
28
Fig. 3. Matéria sobre o III Workshop disponível na página do Instituto Carbono Brasil.
Fig. 4. Matéria sobre o III Workshop disponível na página da Rede Clima.
29
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bijlsma L., Ehler C.N., Klein R.J.T., Kulshrestha S.M., McLean R.F., Mimura N., Nicholls R.J.,
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31
8. ANEXOS
8.1 ANEXO I: RESUMOS
8.1.1 PALESTRAS
CLIMATE
CHANGE,
INFORMATION NEEDS
SUSTAINABLE
DEVELOPMENT
AND
COASTAL
Thomas C. Malone*
Horn Point Laboratory, University of Maryland Center for Environmental Science
[email protected]
Sustainable development depends on maintaining ecosystem services which are concentrated in
coastal marine and estuarine ecosystems. Analyses of the science needed to manage human uses
of ecosystem services have concentrated on terrestrial ecosystems. My focus today is on the
provision of multidisciplinary data needed to inform adaptive, ecosystem-based approaches
(EBAs) for maintaining coastal ecosystem services based on comparative ecosystem analyses.
Key indicators of pressures on coastal ecosystems, ecosystem states and the impacts of changes
in states on services are identified for monitoring and analysis at a global coastal network of
sentinel sites nested in the ocean-climate observing system. Biodiversity is targeted as the
“master” indicator because of its importance to a broad spectrum of services. Ultimately,
successful implementation of EBAs will depend on establishing integrated, holistic approaches
to ocean governance that oversee the development of an integrated, operational ocean observing
system based on the data and information requirements specified by a broad spectrum of
stakeholders for sustainable development. However, sustained engagement of such a diversity of
stakeholders on a global scale is not feasible. The global coastal network will need to be
customized locally and regionally based on priorities established by stakeholders in their
respective regions. The E.U. Marine Strategy Framework Directive and the U.S.
Recommendations of the Interagency Ocean Policy Task Force are important examples of
emerging regional scale approaches. The effectiveness of these policies will depend on the coevolution of ocean policy and the observing system under the auspices of integrated ocean
governance.
*
Ph.D. in biological oceanography from Stanford University in 1971. His research expertise is in
the dynamics of coastal marine and estuarine ecosystems, phytoplankton ecology, ocean
observing systems and marine policy. Published extensively on size dependent phytoplankton
dynamics in oceanic and coastal ecosystems, coastal eutrophication, ecosystem health, and
marine policy. Over the last 10 years he has dedicated himself to the design and implementation
of a globally integrated coastal ocean observing system that will provide data and information
required for sustainable development.
32
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS OCEÂNICAS E HIDROVIÁRIAS - INPOH
Segen F. Estefen*
COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro
[email protected]
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias – INPOH, irá se estruturar com base
em 4 Centros de Pesquisa: 1) Centro de Oceanografia do Atlântico Sul, 2) Centro de
Oceanografia do Atlântico Tropical, 3) Centro de Portos e Hidrovias e 4) Centro de Pesquisa
Marinha em Pesca e Aquicultura.
Os objetivos estratégicos do INPOH podem ser resumidos em:
I.
Promover e realizar estudos, pesquisas e desenvolvimento, inovação e outras atividades
de interesse público nas áreas de oceanografia física, química, biológica e geológica; interação
oceano-atmosfera; pesca e aqüicultura marinha; hidráulica fluvial e portuária; engenharia
costeira e submarina; instrumentação; energia dos oceanos e biodiversidade marinha e costeira.
II.
Expandir a base de conhecimento sobre os oceanos, seu uso sustentável e sua influência
nas mudanças climáticas, com ênfase para o Oceano Atlântico Sul e Tropical.
III.
Promover a inovação pela articulação da comunidade científica e tecnológica com
empresas e pela indução de novas empresas de base tecnológica nas áreas de atuação do INPOH.
IV.
Manter, ampliar e modernizar a infraestrutura laboratorial e embarcada de apoio às
atividades nas áreas de atuação do INPOH.
V.
Implantar laboratórios e centros de pesquisa, de forma independente ou em cooperação
com instituições públicas ou privadas, para o avanço do conhecimento nas áreas de atuação do
INPOH.
VI.
Contribuir para a formação de recursos humanos e difusão do conhecimento científico e
tecnológico nas áreas de atuação do INPOH.
O INPOH irá se constituir como Organização Social, visando a interação com os Ministérios
afins, tais como Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Supervisor do Contrato de
Gestão), Ministério da Defesa, Ministério da Educação e Secretária Especial dos Portos.
*
Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, M.Sc. em Engenharia Oceânica
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e PhD Structural Engineering - Imperial College of
Science, Technology and Medicine, London (1984). Pós-doutorado na Norwegian University of
Science and Technology (1991-92). Professor Titular de Estruturas Oceânicas e Tecnologia
Submarina - COPPE/UFRJ. Atua em pesquisas referentes às estruturas de navios e plataformas
oceânicas, tecnologias de águas profundas e energia dos oceanos. Membro do Standing
Committee do International Ship&Offshore Structures Congress e membro do Comitê
Consultivo da OOAE Division da American Society of Mechanical Engineers (ASME). Lidera o
Grupo de Energia dos Oceanos da COPPE, tendo coordenado o capítulo Ocean Energy do IPCC
Special Report on Renewable Energy, publicado pela Cambridge University Press em 2012.
Atualmente é Diretor de Tecnologia e Inovação da COPPE/UFRJ.
33
AUSTRALIA’S INTEGRATED MARINE OBSERVING SYSTEM (IMOS)
Tim Moltmann*
Integrated Marine Observing System, University of Tasmania, Hobart, Australia
[email protected]
Australia is a ‘marine nation’, with the third largest ocean territory on the planet. Its climate and
weather is strongly influenced by the ocean, significant wealth is generated from marine
industries, marine biodiversity ranges from tropical reef systems to marine mammal colonies in
the Southern Ocean, and most of its population lives in highly urbanised centres along a narrow
coastal strip. These factors combine to create the need for national, collaborative approach to
systematic and sustained observation of Australian marine environment. The Integrated Marine
Observing System (IMOS) is funded by the Australian Government to deliver data-streams from
the oceans around Australia to support marine and climate research. It is integrated from the
open ocean onto the continental shelf and into the coast. And it is integrated across physical,
chemical, and biological variables. IMOS has successfully deployed a range of state-of-the-art
observing equipment, making all of the data freely and openly available through the IMOS
Ocean Portal (http://imos.aodn.org.au/). IMOS is guided by a series of science Nodes - an open
ocean Node, and five regional Nodes that cover Australia’s continental shelf and coastal oceans.
These Nodes provide focal points for the marine and climate community and stakeholders to
come together and identify science priorities and observational requirements, which are based
around five major themes of research; multi-decadal ocean change, climate variability and
weather extremes, major boundary currents and inter-basin flows, continental shelf and coastal
process, and ecosystem responses. The observations are delivered by a suite of technology-based
Facilities, operated by multiple institutions from across the nation. There are ten Facilities that
collect the observations and deliver the data required to meet the scientific objectives of the
Nodes. A separate Marine Information facility enables discovery, access, use and reuse of all
IMOS data. For more information visit www.imos.org.au.
*
Director of Australia’s Integrated Marine Observing System (IMOS), based at the University of
Tasmania in Hobart. In this role he is responsible for planning and implementation of a $250M
national, collaborative research infrastructure program, which is deploying a wide range of
observing equipment in the oceans around Australia and making all of the data openly available
to the marine and climate science community and its stakeholders. He is a highly experienced
Australian research leader, having worked at the Commonwealth Scientific and Industrial
Research Organisation (CSIRO) for over 10 years, rising to be Deputy Chief of the Marine &
Atmospheric Research Division based in Hobart. He has a particular interest in research
infrastructure, and has played a lead role in major national projects relating to large research
vessels, and national marine information infrastructure. His international engagements include
being Australia’s representative on the Indian Ocean Resources Forum, and a member of the
International Science Advisory Board for Ocean Networks Canada. He has sat on the boards and
management committees of a number of cooperative research centres and research joint ventures.
He has worked in primary industries and fisheries at State Government level, and has extensive
experience in private industry.
34
RESPONSE OF COASTS TO SEA-LEVEL RISE: A CONSIDERATION OF SPATIAL
AND TEMPORAL SCALES
Colin D. Woodroffe*
School of Earth and Environmental Sciences, University of Wollongong, NSW 2522, Australia
[email protected]
Sea-level rise threatens to exacerbate the impact of coastal hazards, requiring adaptation on the
most vulnerable shorelines. Important lessons about the response of coastlines to changes of sea
level can be learnt from examining past behaviour at different temporal and spatial scales.
Coastal sediments of Quaternary age have been studied in order to reconstruct sea-level changes
over past millennia, but it is only in recent decades that this research has been extended to
interpret coastal behaviour. Stratigraphical and chronological studies which focus on the
elevation of the sea surface in the past can also provide insights into how coastal landforms have
behaved. If the present is the key to the past, then the past, seen from the context of the present,
can be a guide to the future. Relative sea level during the Holocene varied geographically, and a
single ‘eustatic’ trend has proved elusive; similarly observed and anticipated future sea-level
changes will also vary spatially. Different coasts will respond differently and models of coastal
change need to be developed to replace simplistic heuristics of coastal response, such as the
Bruun rule. Simulation modelling offers a suite of tools that may give coastal managers
guidance, but geoscientists have struggled to validate these behavioural models, having a better
understanding of coastal behaviour at millennial time scales, and in process time, than about how
coasts change on decadal to century time scales.
*
He is a coastal geomorphologist in the School of Earth and Environmental Sciences at the
University of Wollongong. He has a PhD and ScD from the University of Cambridge, and was a
lead author on the coastal chapter in the 2007 Intergovernmental Panel on Climate Change
(IPCC) Fourth Assessment report. He has studied the stratigraphy and development of coasts in
Australia and New Zealand, as well as on islands in the West Indies, and Indian and Pacific
Oceans. He has written a comprehensive book on Coasts, form, process and evolution, coauthored a book on The Coast of Australia, and is co-author of a forthcoming book Quaternary
Sea-Level Changes: a global perspective.
35
INTERNATIONAL OCEAN ACIDIFICATION OBSERVING AND RESEARCH: AN
OVERVIEW WITH SPECIAL FOCUS ON U.S.-LED EFFORTS
Libby Jewett*
National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), USA
[email protected]
Efforts to monitor both the changing ocean chemistry but also the impacts of this change on
marine ecosystems, as a result of ocean acidification, are expanding around the world. However,
many countries are economically challenged which means that we need to seek out coordinated
opportunities among countries wherever possible. This presentation will given basic details about
the current understanding of open water versus coastal acidification, provide some details about
research and monitoring happening around the world, and give an update on the structure of the
Global Ocean Acidification Observing Network and the requirements for participation.
Additionally, an overview of the US carbon and ocean acidification monitoring and research
portfolio as led by the US National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) will
follow. This portfolio includes monitoring via ship cruises, volunteer ship observing and
moorings, experimental and field research into the impacts of future pCO2 levels on marine
species, development of forecasting models and synthesis products, and education and outreach.
This presentation can hopefully lead to a fruitful discussion of shared interests and potential for
collaboration.
*
Director of the NOAA Ocean Acidification Program. A founding member of NOAA's Ocean
Acidification Steering Committee, she led NOAA-wide meetings of scientists and policymakers
to conceive and develop NOAA's first comprehensive ocean acidification research plan. Chair of
the ocean acidification interagency working group (OA-IWG) where she has helped develop an
ocean acidification strategic research plan for the U.S. Co-chair of the Executive Council of the
newly formed Global Ocean Acidification Observing Network. Ph.D. in Biology with a focus on
Marine Ecology at the University of Maryland, a Master of Public Policy at Harvard University's
Kennedy School of Government, and a B.A. at Yale University.
36
THE EMERGENCE OF BLUE CARBON AS POLICY TOOL FOR CONSERVATION:
RECENT ACTIVITY AND INFORMATION NEEDS FROM THE SCIENCE
COMMUNITY
Stephen Crooks*
Environmental Science Associates,
[email protected]
USA
The concept of coastal blue carbon raises awareness as to the role of coastal wetland system,
particularly mangroves, tidal marshes and seagrass meadows, in the global carbon cycle. Often
an extension of terrestrial forests and peatlands into the marine edge, these ecosystems were,
until recently, discounted as irrelevant in discussions on climate change management. It is now
recognized that the emissions resulting from conversion and degradation of these ecosystems,
particularly from soil carbon losses, are at a level that may be significant. This connection to
climate change has raised interest by the conservation community, curious as to whether climate
change mitigation activities, and possibly financing, can advance sustainable management
practices and adaptation in coastal settings. A number of recent activities have advanced the
discussion on, and analysis of, blue carbon. The IPCC has just adopted guidelines for the
accounting of GHG emissions and removals associated with management of wetlands.
(http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/home/wetlands.html). This document includes guidance on
accounting for emissions for activities that drain or rewet wetland areas, and for coastal wetlands
guidance on emissions associated with mangrove clearing, soil extraction, aquaculture, and
drainage and wetland restoration. In the voluntary carbon market, the Verified Carbon Standard
now recognizes Wetlands Restoration and Conservation as an eligible activity for which carbon
credits may be connected. The science literature is expanding. The international Blue Carbon
Initiative (http://thebluecarboninitiative.org) provides a coordinate platform for networking and
dissemination of evolving science with support for national and international policy
development. A number of Blue Carbon coordinated national activities are developing, including
national efforts in Abu Dhabi, Australia, Indonesia, Costa Rica, and the United States.
Coordinated science in Brazil would greatly support policy development for management of
coastal carbon reserves and aid the application of national accounting for GHG emissions and
removals for human activities in coastal wetlands.
*
Sedimentologist, estuarine and wetland scientist, and their response to human impacts and
climate change. His work quantifying the carbon budgets of coastal wetlands forms the basis of
several reports and a panel event at the unfccc-cop 16. Post-doctoral research fellowship
(university of east anglia), working with policy analysts and economists, integrating wetland into
climate change mitigation and adaptation approaches. Director of climate change services leads
projects related to wetland restoration feasibility assessment and design, assessment of landscape
response to sea level rise, guidance on the development of wetlands restoration offset protocols,
and climate change adaptation planning. Technical leader in developing approaches for
sustainable coastal management, including: applied approaches for climate change adaptation;
mitigation of human impacts; and integrating of project, landscape level planning and wetlands
restoration design. Interested in: 1) connecting expertise and building networks to develop
innovative solutions; 2) applied research and policy guidance; 3) assisting companies achieve
sustainability goals; 4) international projects that provide local capacity building; and 5) public
outreach and shared learning.
37
8.1.2 MESAS REDONDAS
MESA 1 - SISTEMAS OBSERVACIONAIS DOS OCEANOS E ZONAS COSTEIRAS
THE PIRATA PROGRAM
Moacyr Araujo1,*, Bernard Bourlès2, Edmo Campos3, Fabrice Hernandez4, Herve Giordanni5,
Michael J. MacPhaden6, Paulo Nobre7, Ramalingam Saravanan8 e Rick Lumpkin6
1
DOCEAN/CEERMA, Universidade Federal de Pernambuco
LEGOS, France
3
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo
4
MERCATOR-Ocean, France
5
CNRM-MeteoFrance, France
6
NOAA, USA
7
CPTEC-INPE
8
TAMU, USA
*
[email protected]
2
The Prediction and Research Moored Array in the Atlantic (PIRATA) is a program designed to
study ocean-atmosphere interactions in the tropical Atlantic that affect regional climate
variability on seasonal, interannual and longer time scales. The array was originally developed in
the mid-1990s and has undergone expansions and enhancements since 2005 to improve its utility
for describing, understanding, and predicting societally relevant climate fluctuations. PIRATA
has been implemented through multi-national cooperation in support of CLIVAR, GOOS,
GCOS, and GEOSS. Financial, technical and logistic supports are provided by France (IRD in
collaboration with Meteo-France, CNRS and IFREMER), Brazil (INPE and DHN) and the USA
(NOAA). The configuration of the original 12 PIRATA buoys (Servain et al., 1998) was chosen
to resolve the two main modes of tropical Atlantic climate variability: the equatorial mode and
the meridional mode (Zebiak, 1993; Chang et al., 1997). Three extensions (in the Southwest, the
Northeast, and the Southeast) were initiated in 2005. Data are freely available for research and
operational applications via the World Wide Web and the Global Telecommunications System
(GTS). PIRATA provides free, open, and timely access to data relevant to tropical Atlantic
climate studies. PIRATA places high priority on high-resolution time series measurements
collected by a network of Autonomous Temperature Line Acquisition System (ATLAS) moored
buoys. ATLAS measure surface meteorological variables (wind direction and speed, air
temperature and humidity, rainfall and solar radiation) and oceanic properties between the
surface and 500 m. PIRATA mooring hardware, sensor types, calibration procedures, temporal
sampling and resolution, data processing, accuracy standards, and data transmission and
dissemination protocols are identical to those of ATLAS moorings in the Pacific TAO array.
Daily mean observations are available in near real time via Service Argos and Brazilian satellite
transmissions. Daily mean subsurface data and hourly meteorological data at the times of
satellite overpasses are also placed on the GTS by Service Argos for real-time distribution to
operational centers. Measurements carried out at high frequency (from 1 min to 1 h, depending
on the parameters) are stored internally and recovered during maintenance operations before
being processed, calibrated, and made available to the community. More details may be found in
PIRATA websites and in the state of the art PIRATA papers (e.g., Servain et al., 1998; Bourlès
et al., 2008, both published at BAMS).
38
THE BRAZILIAN COSTAL MONITORING SYSTEM (SIMCOSTA)
Carlos A. E. Garcia*
Laboratório de Estudos do Oceano e Clima, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
*
[email protected]
The need for an integrated and sustained coastal observing system in Brazil was one of the most
important conclusions of the 2nd Workshop on Climate Changes in Coastal Zone held in
Salvador (BA) in November 2011. The main reason resides in that systematic observations of
the marine environment are crucial to understand how climate change is affecting coastal
ecosystems. However, most of coastal ocean measurements require expensive survey programs,
including the deployment of moorings, the use of ship's time and other advanced technologies.
The Coastal Zone Network (Rede CLIMA and INCT for Climate Changes) conceived the
Brazilian Costal Monitoring System (SiMCosta – Sistema de Monitoramento da Costa
Brasileira), which was approved and funded by the National Climate Change Fund (MMA/
Fundo Clima) in December 2011. The SiMCosta is designed to make both transient and longterm measurements of meteorological, physical and biogeochemical properties along the
Brazilian coastal zone. In its phase I, four buoys will be placed in RS, SC, PR and SP states.
Data collected by several instruments in these buoys will be streamed to IO-FURG via ARGOS
(meteorological) and GSM (oceanographic), which will permit scientists and coastal managers
to receive data in real time from the SiMCosta portal. One of the major threats to coastal
populations is storm and wave damage, which may be increasing with climate change-induced
sea-level rise. In 2013, the Ministry of Science, Technology and Innovation decided to fund a
network of sea level gauges to be placed in several coastal cities in Brazil. This network is also
part of SiMCosta. The installation of new tide gauges directly benefits end-users, especially
local communities by providing stakeholders with real-time measurement of sea-level. The
SiMCosta is a joint effort among several Brazilian universities, two private companies
(Brazilian and Canadian), and federal government. The current status of the project SiMCosta is
described here.
39
SISTEMA DE OBSERVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR NA COSTA BRASILEIRA
Glauber A. Gonçalves1,* e Carlos A. E. Garcia2
1
Centro de Ciências Computacionais, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Laboratório de Estudos do Oceano e Clima, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande FURG
*
[email protected]
2
A base de sustentação de processos críticos para gestão territorial costeira é o conhecimento
altamente preciso da interface terra-água, de suas características geofísicas, de sua variabilidade,
da forma como a ação antrópica altera e submete essa faixa sensível e valorizada do solo do
planeta. Nesse contexto é parâmetro primordial a medida do nível da água oceânica junto à costa,
segundo processo geodésico robusto, que garanta sistematibilidade e longevidade das medidas e
permita a segura intercomparabilidade dos registros, mesmo consideradas as extensões
territoriais da costa brasileira. A Rede de Monitoramento do Nível do Mar do SIMCOSTA
(Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira) foi concebida com tais premissas, segundo
modelos já implantados em outros países com extensas zonas costeiras, baseado em estrutura de
tecnologia sensorial, de informação e comunicação que permitam baixa manutenção, acesso em
tempo quase real às medidas de cada estação e disponibilização de dados ampla e eficiente. No
total, em sua primeira fase, serão instaladas ainda no ano de 2014, 12 estações de monitoramento
com configuração idêntica, dotadas estrutura física segura, de sistema autônomo de alimentação
de energia por placas solares, comunicação por GPRS, armazenamento in situ com redundância
de dados e monitoramento por câmara de vídeo. O sensor principal das estações é um marégrafo
radar, porém, são complementares sensores de temperatura, pressão, umidade relativa,
velocidade e direção do vento e visibilidade em cada estação. Uma matriz de decisão foi
composta para definição precisa do local de implantação de cada estação, que a partir de abril de
2014 estarão, sequencialmente, sendo instaladas e postas em operação.
40
REBENTOS – DIFICULDADES E POTENCIALIDADES DE UMA REDE DE
MONITORAMENTO DE BIODIVERSIDADE MARINHA
Turra, A.1,*; Amaral, A.C.Z.2; Berchez, F.3; Bernardino, A.F.4; Copertino, M.S.5; Coutinho, R.6;
Leão, Z.M.A.N.7; Horta, P.A.8 e Schaeffer-Novelli, Y.1
1
Departamento de Oceanografia Biológica, IOUSP
Departamento de Biologia Animal, IB/UNICAMP
3
Departamento de Botânica, IBUSP
4
Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
5
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
6
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira - IEAPM
7
Universidade Estadual da Bahia - UFBA
8
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
*
[email protected]
2
A Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos), vinculada à Sub-Rede
Zonas Costeiras da Rede Clima e ao INCT para Mudanças Climáticas (MCs), visa detectar os
efeitos das mudanças climáticas globais sobre a biodiversidade desses ambientes, dando início a
uma série histórica de dados ao longo da costa brasileira. Após três anos de sua criação (20112013), a Rede conta com 143 participantes, ligados a 45 instituições de ensino e/ou pesquisa
localizadas em 15 estados costeiros brasileiros. Dentre as dificuldades enfrentadas pela ReBentos
estão: (1) assimetria de infraestrutura entre os diferentes grupos de trabalho; (2) integração e
sinergia entre pesquisadores trabalhando à distância; (3) definição de protocolos de trabalho
únicos e aplicáveis a toda a costa brasileira; (4) assimilação da problemática das MCs nas linhas
de pesquisa dos pesquisadores, configurando um processo de aprendizado, que exige tempo para
o amadurecimento individual e do grupo; (5) busca pela sustentabilidade financeira; (6)
compartilhamento de responsabilidades e (7) pouca integração com pesquisadores de outras
áreas da oceanografia. Dentre as potencialidades da ReBentos destaca-se: (A) abordagem de
adaptação às MCs, por meio do monitoramento e da avaliação das mudanças na biodiversidade
bentônica; (B) aplicação dos protocolos de monitoramento também às espécies exóticas; (C)
integração com as Unidades de Conservação para o monitoramento ambiental; (D) contribuição
com os Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação brasileiros; (E) formação de recursos
humanos dedicados à questão das MCs; (F) conscientização e sensibilização da sociedade e dos
tomadores de decisão sobre a importância da biodiversidade, dos serviços ecossistêmicos e do
impacto das MCs no bem estar humano; (G) integração entre diferentes áreas das ciências do
mar. Com isso, espera-se contribuir para uma ação colaborativa e sinérgica, necessária para a
realização de estudos mais integrados, complexos e aprofundados visando a garantia da
qualidade ambiental da costa brasileira.
41
REBENTOS - DIFFICULTIES AND POTENTIALITIES
BIODIVERSITY MONITORING NETWORK
OF
A
MARINE
Turra, A.1,*; Amaral, A.C.Z.2; Berchez, F.3; Bernardino, A.F.4; Copertino, M.S.5; Coutinho, R.6;
Leão, Z.M.A.N.7; Horta, P.A.8 e Schaeffer-Novelli, Y.1
1
Departamento de Oceanografia Biológica, IOUSP
Departamento de Biologia Animal, IB/UNICAMP
3
Departamento de Botânica, IBUSP
4
Universidade Federal do Espirito Santo - UFES
5
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
6
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira - IEAPM
7
Universidade Estadual da Bahia - UFBA
8
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
*
[email protected]
2
The Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats (ReBentos), linked to the sub-network
Coastal Zone of the Climate Network and the INCT for Climatic Changes (CCs), designed to
detect the effects of global climate changes on the biodiversity of these environments, starting a
dataseries along the Brazilian coast. After three years of its inception (2011-2013), the Network
has 144 members, representing 45 educational and/or research institutions, located in 15 coastal
states, in four Brazilian regions. Among the difficulties faced by ReBentos are: (1) asymmetry of
infrastructure among the different working groups, (2) integration and synergy between
researchers working in different institutions/regions, (3) definition of a unique sampling protocol
applicable to the entire Brazilian coast; (4) assimilation of the problematic of CCs in the routine
activities of researchers, setting up a learning process that requires time to mature within the
group, (5) search for financial sustainability, and (6) ensuring of shared responsibilities. Among
the potentialities of ReBentos are: (A) contribute to the adaptation to the CCs, through
monitoring and evaluation of the changes on the benthic biodiversity; (B) apply the monitoring
protocols to assess exotic species, (C) promote the integration with Marine Protected Areas for
their environmental monitoring, (D) contribute to the Adaptation and Mitigation Sectoral Plans
in Brazil, (E) train human resources devoted to the theme of CCs; (F) raise awareness in the
society and decision makers about the importance of biodiversity, ecosystem services and the
impact of CCs in the human welfare; (G) encourage the integration of different areas of marine
sciences. In this way, we hope to contribute to a collaborative and synergistic action, necessary
to conduct more integrated, complex and detailed studies, aiming to ensure the environmental
quality of the Brazilian coast.
42
MESA 2 - ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR E EVENTOS EXTREMOS: IMPACTOS E
VULNERAILIDADES
VULNERABILIDADE E IMPACTOS À ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR NA BORDA
LESTE DO NORDESTE DO BRASIL
Moacyr Araujo1,2,*, Daniele Mallmann2, Fabiana Leite1,2, Mirella Costa2, Patricia Pontes1,2 e
Patricia Souza2
1
Laboratório de Oceanografia Física Estuarina e Costeira, Departamento de Oceanografia – LOFEC/DOCEAN,
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
2
Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental – CEERMA, Universidade Federal de Pernambuco
– UFPE
*
[email protected]
As regiões urbanas costeiras são as mais vulneráveis à elevação do nível do mar, com
possibilidades reais de inundação em médio e longo prazo. Os recursos costeiros serão
igualmente afetados, com alterações das características físicas, biológicas e morfológicas dos
oceanos e costas, mudanças na sua estrutura ecológica, funções e provisão de bens e serviços.
Ademais, são esperados: perda de terras, perda/realocação de sítios culturais e históricos, perdas
agrícolas, salinização da vegetação e de recursos aquáticos, erosão/progradação de praias,
alteração dos estoques pesqueiros, danos à infra-estrutura portuária, urbana e turística e
exposição/danificação de dutos expostos ou enterrados. Neste trabalho são apresentadas as
análises de dois cenários de aumento do nível do mar na borda leste do NE do Brasil, utilizando
como exemplo de estudo a Região Metropolitana do Recife central, formada pelos municípios de
Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista. As projeções das alterações de forçantes
geofísicas são analisadas, com horizonte para o final do século atual. Os resultados indicam que
diante de um aumento do nível do mar da ordem de 0,5 m (Cenário 1), é esperado que pelo
menos 39,32 km2 da área dos municípios analisados constituam áreas potencialmente inundadas.
Num cenário mais crítico de elevação do nível do mar (1 m, Cenário 2), este valor aumentaria
para 53,69 km2. Este estudo é uma contribuição do INCTAmbTropic – Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Ambientes Marinhos Tropicais, CNPq/FAPESB 565054/2010-4 e
8936/2011.
43
IMPACTOS DA ELEVAÇÃO DO NÍVEL DO MAR EM COSTAS CONTROLADAS
POR RECIFES
Eduardo Siegle
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo - USP
[email protected]
Grande parte da costa nordeste do Brasil é influenciada pela presença de recifes que definem a
sua linha de costa. Os processos de transformação de ondas em função das áreas rasas dos recifes
resultam em áreas deposicionais na zona de sombra das estruturas. Com o objetivo de avaliar o
nível de exposição da linha de costa à ação das ondas sob diferentes cenários de nível do mar,
experimentos de modelagem numérica (aplicando o modelo numérico Delft3D) foram
elaborados considerando um trecho de aproximadamente 450 km de linha de costa no nordeste
do Brasil. Resultados mostram a distribuição da força de ondas ao longo da área de interesse,
com valores mais altos em áreas sem a presença de recifes. No entanto, quando cenários de
elevação do nível do mar são considerados, justamente atrás das linhas de recife é que são
encontradas as maiores diferenças em força de onda. Enquanto o aumento do nível do mar de
0.5 m aumenta a força de onda em aproximadamente 10 % nas áreas expostas, áreas atrás de
recifes apresentam aumentos de até 90 % na força de ondas, quando comparado com a situação
atual. Como resultado, simulações indicam que o transporte de sedimentos nessas áreas é
ampliado, resultando em expectativa de altas taxas de erosão e retração da linha de costa nos
trechos controlados por recifes.
44
SEA LEVEL RISE IMPACTS ON REEF SHAPED COASTS
Eduardo Siegle
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo - USP
[email protected]
Large part of the northeastern coast of Brazil is influenced by the presence of reefs that shape its
coastline. Wave attenuation crossing reefs as they approach the coast result in accretionary
coastal features developed in its shadow zones. With the aim of assessing the level of wave
exposure of the coastline under different sea level rise scenarios, numerical modeling
experiments (using Delft3D) have been designed considering a coastline segment of
approximately 450 km in the northeast Brazil. Results show the distribution of wave power along
the area of interest, with higher values being found in areas without the presence of reefs.
However, when considering sea level rise scenarios, it is behind the reefs where the maximum
differences in wave power are observed. While an increase in sea level rise of 0.5 m increases
wave power at the usually exposed in about 10 %, areas behind reefs present an increase in wave
power of up to 90 % when compared with the present situation. As a result, hydrodynamic and
sediment transport simulations show longshore transport being doubled in these areas. Under
such conditions, high erosion rates are expected at these apparently protected areas.
45
SISTEMAS SINÓTICOS GERADORES DE EVENTOS EXTREMOS DE VELOCIDADE
DO VENTO NO SUL DO BRASIL NO PERÍODO DE 1948 A 2012: CONDIÇÕES
ATMOSFÉRICAS E AS CONSEQUÊNCIAS NA ZONA COSTEIRA
Arthur A. Machado* e Lauro J. Calliari
Laboratório de Oceanografia Geológica, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
*
[email protected]
A costa sul e sudeste do Brasil é frequentemente afetada por perturbações meteorológicas, como
frentes frias, que são por vezes associadas a intensos ciclones extratropicais. Sistemas sinóticos
extratropicais constituem os padrões climáticos diários em médias e altas latitudes. Intensos
ciclones extratropicais são frequentemente associados com condições meteorológicas extremas,
especialmente com tempestades severas, e podem afetar a segurança das pessoas e à economia.
Ciclones intensos e episódios associados a ventos fortes, ondas altas e forte precipitação são
importantes na transmissão dos efeitos de baixa frequência da variabilidade climática para o
meio ambiente e para a sociedade. A zona costeira do Rio Grande do Sul sofre uma variação
sazonal devido à variação da frequência e intensidade de ciclones extratropicais, com um período
de acresção nos meses de verão que vai de dezembro a março e as tempestades de abril
praticamente iniciam o ciclo de erosão nas praias arenosas do Atlântico Sul. Para este trabalho
foram utilizados os dados de vento (u e v) e pressão de reanalises do National Center for
Atmospheric Research and National Centers for Environmental Prediction (NCAR/NCEP) no
período de 1948 a 2012 no ponto 32,5° S e 52,5° W. Dados de ventos da estação meteorológica
da Praticagem da Barra de Rio Grande foram utilizados para verificação da qualidade dos dados
de reanalises para o Rio Grande do Sul. O limiar de vento extremo foi de 17 m/s. Em 65 anos
observou-se uma frequência anual de 1.38 eventos extremos de vento, com máximo de 4 eventos
nos anos de 1998, 1999, 2000, 2008, 2010 e 2011. Os meses com maior número de eventos
extremos foram Junho (21), outubro (16) e Maio (12). Houve um aumento no número de eventos
extremos de velocidade do vento para o litoral do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos 65
anos (1948-2012). Este resumo é uma contribuição do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas, financiado pelo projeto CNPq Processo
573797/2008-0, FAPESP Processo 2008/57719-9 e CAPES (Rede Interdisciplinar para a Análise
de Riscos Costeiros a Eventos Atmosféricos Extremos devido às Mudanças Globais nas regiões
Sul e Sudeste do Brasil).
46
SYNOPTIC SYSTEMS GENERATORS OF EXTREMES OF WIND SPEED IN
SOUTHERN BRAZIL IN THE PERIOD 1948-2012: WEATHER CONDITIONS AND
CONSEQUENCES IN THE COASTAL ZONE
Arthur A. Machado* e Lauro J. Calliari
Laboratório de Oceanografia Geológica, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
*
[email protected]
The south and southeastern coast of Brazil is frequently affected by meteorological disturbances
such as cold fronts, which are sometimes associated with intense extratropical cyclones
Extratropical synoptic systems comprise daily weather patterns in the mid- and high latitudes.
Intense extratropical cyclones are often associated with extreme weather, particularly with severe
windstorms and can impact safety and the economy. Further, intense cyclones and associated
episodes of strong winds, high waves, and heavy precipitation are important in transmitting the
effects of low-frequency climate variability to the environment and society. The coastal zone of
Rio Grande do Sul suffers a seasonal variation due to variation of the frequency and intensity of
extratropical cyclones, after the accretion period which occurs between December and March,
storms beginning in April start the erosion cycle of the southern Atlantic sandy beaches. Were
used wind data (u and v) and pressure reanalysis National Center for Atmospheric Research and
National Centers for Environmental Prediction (NCAR/NCEP) for this work in the period 19482012 in point 32.5° S and 52.5° W. Wind data from the Pilot Station of Barra de Rio Grande
weather station were used to check the quality of reanalysis data for the Rio Grande do Sul. The
threshold of extreme wind was 17 m/s. In 65 years there was an annual frequency of 1.38
extreme wind events, with a maximum of 4 events in 1998, 1999, 2000, 2008, 2010 and 2011.
The months with the highest number of extreme events were June (21), October (16) and May
(12). There was an increase in the number of extreme events of wind speed at the coast of Rio
Grande do Sul over the last 65 years (1948-2012).
47
MESA 3 - A INSERÇÃO DA PESQUISA BRASILEIRA NO CONTEXTO DA
ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS
ATIVIDADES DO GRUPO BRASILEIRO DE PESQUISA EM ACIDIFICAÇÃO DOS
OCEANOS (BRAZILIAN OCEAN ACIDIFICATION RESEARCH GROUP - BROA)
Grupo Brasileiro de Pesquisa em Acidificação dos Oceanos
homepage: www.broa.furg.br
O Grupo de Pesquisa Brasileiro em Acidificação dos Oceanos (BrOA) foi criado em dezembro
de 2012, durante o Workshop "Studying Ocean Acidification and its effects on marine
ecosystems", sendo organizado pelo programa internacional de geosfera-biosfera (IGBP),
Universidade de São Paulo (USP), Conselho de Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Brasil
(CNPq) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O grupo será apresentado
oficialmente a comunidade científica nacional no III workshop Brasileiro de Mudanças
Climáticas em Zonas costeiras, através da participação de seus líderes e dos coordenadores de
equipes principais. Durante o ano de 2013 o grupo atuou na identificação dos pesquisadores
brasileiros para a formação de uma rede nacional de cooperação interdisciplinar em estudos de
Acidificação dos Oceanos. A apresentação do grupo visa integrar os estudos da rede nacional de
pesquisadores e contribuir com os programas internacionais em curso. O grupo atua em
ambientes distintos ao longo da costa brasileira, desde ecossistemas costeiros e estuarinos até o
regime oceânico de águas abertas. O Grupo é liderado pelo Prof. Dr. Rodrigo Kerr do IO/FURG
e pela Profa. Dra. Letícia C. da Cunha da FO/UERJ, sendo composto por pesquisadores de 7
Instituições de Ensino Superior (FURG, UERJ, UFRJ, UFF, USP, UESC, UFPE) distribuídos em
12 laboratórios associados.
48
PAPEL DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA NOS FLUXOS DE CO2 MARATMOSFERA E POSSÍVEIS EFEITOS DA ACIDIFICAÇÃO
Leticia C. da Cunha
Faculdade de Oceanografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
[email protected]
Ainda há incertezas quanto ao papel de margens continentais nas trocas globais de CO2 maratmosfera, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. Além disso, as medidas de fluxos de
CO2 mar-atmosfera nestas áreas são bastante restritas, temporal e espacialmente. As análises
mais recentes de fluxos globais de CO2 mostram que no oceano Atlântico sudoeste há um
gradiente crescente sul-norte de fluxos de CO2 mar-atmosfera, e na região de 25°S-23°S ocorre a
mudança de “sumidouro” para “fonte” de CO2 para a atmosfera (Takahashi et al., 2009). A
estimativa global mais recente (Chen et al., 2013) é de que ecossistemas costeiros emitam ~ 0.1
PgC/ano. No entanto, a ausência de dados costeiros e a heterogeneidade espaço-temporal de
dados nos respectivos estudos supracitados limitam o entendimento do real funcionamento de
áreas costeiras. Sabe-se que o CO2 antropogênico altera o equilíbrio do sistema carbonato e
diminui o pH de águas superficiais. No entanto, em ecossistemas costeiros, estas mudanças são
menos claras devido a i) heterogeneidade de ecossistemas, ii) o sistema carbonato nessas áreas
ser fortemente regulado por aportes fluviais e oceânicos, além dos processos biológicos locais e
impactos antropogênicos, iii) variação natural do pH (escalas diária e sazonal), e iv) falta de
séries temporais de longo prazo e inadequação da maioria dos modelos físico-biogeoquímicos
para resolver processos inerentes a estas regiões. Existe claramente a necessidade de
compreender de forma integral as interações entre o sistema carbonato marinho, o excesso de
CO2 e os impactos gerados pela eutrofização nas regiões costeiras do Brasil e no resto do mundo.
49
PIRATA AND INCT-AMBTROPIC: NEW CO2 OBSERVING NETWORK IN THE
TROPICAL ATLANTIC
Moacyr Araujo1,2,*, Nathalie Lefèvre3, Carlos Noriega1,2, Leonardo Bruto1,2 and Rodolfo
Araujo1,2
1
Laboratório de Oceanografia Física Estuarina e Costeira, Departamento de Oceanografia – LOFEC/DOCEAN,
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
2
Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental – CEERMA, Universidade Federal de Pernambuco
- UFPE
3
Laboratoire D´Océanographie et du Clima: Expérimentation et Approches Numériques - LOCEAN, Université
Pierre et Marie Curie - UPMC
*
[email protected]
After the “pilot” (from 1997 to 2001) and “consolidation” phases (from 2002 to 2008), the
Prediction Research moored Array in the Tropical Atlantic – PIRATA is considered nowadays
the most important observational array in the tropical Atlantic. The original overarching goals of
PIRATA are to improve the description of the variability in the atmospheric and oceanic
boundary layers in the tropical Atlantic and to improve our understanding of the relative
contributions of air–sea fluxes and ocean dynamics to variability in sea surface temperature
(SST) and subsurface heat content at intraseasonal to interannual time scales. More recently
biogeochemical and CO2 state variables have been systematically sampled in fixed PIRATA
buoys and during Brazilian PIRATA cruises (PIRATA-BR). A second and important project in
the tropical Atlantic is the INCT Tropical Marine Environments (INCT-AmbTropic), which is
aimed at investigating the processes, dynamics and functioning of the coastal zone, the
continental shelf and the oceanic waters off Brazil. The WG3.2 of the INCT-AmbTropic focuses
on the ocean. Its main objective is to determine the variability of the biogeochemical properties
of the tropical Atlantic, in particular those associated with uptake and outgassing of atmospheric
CO2 and potential acidification of its water. In this study we present the CO2 observing networks
implemented in the southwestern tropical Atlantic as part of the PIRATA and WG3.2 activities.
It involves: (a) continuous pCO2/O2 measurements in the 6oS10oW and 8oN38oW PIRATA sites,
as well as in the oceanic islands of St. Peter and St. Paul, Fernando de Noronha and of the Rocas
Atol, (b) underway fCO2 measurements and water sampling (pH/DIC/TA+biogeochemistry)
during PIRATA-BR and INCT-AmbTropic cruises (oceanic islands and Amazon river plume);
and (c) monthly/bimonthly water sampling (pH/DIC/TA) in different estuaries and cross-shelf
transects along the North-Northeastern Brazilian coast, from the Amazon (equator) to the São
Francisco river (10oS).
50
ESTADO DA ARTE DOS ESTUDOS BRASILEIROS SOBRE ACIDIFICAÇÃO NOS
OCEANOS ATLÂNTICO SUDOESTE E AUSTRAL
Rosane G. Ito
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
[email protected]
Estudos sobre o sistema de carbonato, com destaque aos ambientes costeiros, tornaram-se de
grande interesse para a comunidade científica internacional. No contexto brasileiro, o Grupo
Oceanografia de Altas Latitudes (GOAL; www.goal.furg.br), liderado pela Universidade Federal
do Rio Grande (FURG), vem desenvolvendo pesquisas multidisciplinares, envolvendo várias
instituições nacionais, com foco em estudos da física, química, bio-ótica e biologia dos oceanos.
Nestes estudos, a variabilidade espacial e temporal dos fluxos líquidos do CO2 (FCO2) foram
investigados na Península Antártica (verões de 2008 a 2010), na região de quebra da plataforma
continental da Patagônia Argentina (2007 a 2009) e na margem continental do Atlântico
subtropical brasileiro (primavera de 2010 e verão 2011). Apesar da alta variabilidade na
distribuição FCO2, devido às complexas interações entre processos biogeoquímicos e físicos
dessas regiões, esses estudos indicam que o carbono antropogênico está presente na interface armar, necessitando, contudo, de programas observacionais mais abrangentes, com enfoque na
absorção de carbono antropogênico atmosférico, e a consequente acidificação costeira advinda
dessa absorção. Dessa forma, estudos da variação temporal e espacial das margens continentais
dos oceanos Atlântico sudoeste e Austral, com respeito à acidificação, são hoje imperativos e,
portanto, estão contemplados nas propostas de continuidade das pesquisas a serem desenvolvidas
nessas regiões.
51
TENDÊNCIAS NAS INVESTIGACÕES DOS IMPACTOS DA ACIDIFICAÇÃO NO
CRESCIMENTO DE CORAIS E DE ALGAS CORALINÁCEAS
Ruy K. P. Kikuchi*, Marília D. M. Oliveira e Zelinda M. A. N. Leão
Laboratório de Estudos de Recifes de Corais e Mudanças Globais – RECOR, Instituto de Geociências, Universidade
Federal da Bahia - UFBA
[email protected]
O problema da acidificação começou a ocupar a comunidade científica na década de 1990 e
atualmente é um dos principais fenômenos atribuídos às MCG na preocupação da comunidade
científica especializada nos estudos dos recifes de corais e dos bancos de algas calcárias. A
abordagem desses trabalhos passou gradualmente da escala ecossistêmica generalista, para
estudos cada vez mais focados em processos controladores do sistema carbonático e da fisiologia
dos organismos. Nesse período, o número de trabalhos dedicados ao tema aumentou
exponencialmente. Em 2009 foram publicados cerca de 25 trabalhos e em 2013, mais de 100
artigos. Os artigos versam desde a construção de modelos ecossistêmicos em que se estima a
mudança na calcificação desses sistemas, a experimentos de perturbação utilizando-se CO2 ou
soluções ácidas. Os experimentos alcançam diferentes escalas, desde estudos de respostas
fisiológicas individuais de diferentes espécies dos organismos em recipientes de pequeno volume
(reatores de cerca de 1L), dos organismos em mesocosmos, até manipulações in situ. No caso
dos ensaios em reatores, utilizam-se tanto água do mar como com água salina sintética. No
primeiro caso, os experimentos são espacial e sazonalmente dependentes, visto que a composição
da água é determinada em grande medida pela variabilidade natural do local de captação. No
segundo caso, o controle da composição da água é maior, mas há menor correspondência com a
realidade dos sítios naturais. Em ambas situações os resultados observados devem ser
considerados com grande cautela quando se pretende realizar generalizações e previsões. A
despeito das respostas mais robustas nas manipulações in situ, são muito mais raras devido às
dificuldades tecnológicas envolvidas. A existência de locais em que existam tendência de
variação espacial no pH da água do mar são experimentos naturais do que se espera com o
aumento projetado do pH da água do mar. Os corais foram alvos de mais de 75% dos trabalhos
publicados. Para o Oceano Atlântico Sul Ocidental será necessário dedicar um esforço
importante de estudos das algas calcárias, especialmente as coralináceas, devido à importância de
sua construção dos recifes e à sua extensa distribuição na plataforma continental da América do
Sul. Trabalhos dedicados ao monitoramento do sistema do CO2 na água onde se desenvolvem os
ecossistemas carbonáticos devem figurar entre as prioridades de pesquisa pois disso depende a
compreensão do comportamento sazonal e da variabilidade regional que pode afetar ou ser a base
do potencial de aclimatização dos corais e das algas coralináceas.
52
MESA 4 – REBENTOS E SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS: OPORTUNIDADES PARA
PESQUISAS INTEGRADORAS
PRAIAS ARENOSAS: A FAUNA BENTÔNICA COMO INDICADOR DA INFLUÊNCIA
DE PROCESSOS HIDRODINÂMICOS E MORFOLÓGICOS EM EVENTOS DE
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Antonia C. Z. Amaral1, Guilherme N. Corte1,2, Márcia R. Denadai3, José S. R. Filho4, Valeria
Veloso*, Carlos A. Borzone5, Leonardo C. da Rosa6, Ilana R. Zalmon7, Phillipe M. Machado7,
Kalina M. Brauko5, Leonir A. Colling8, Tatiana F. Maria9, André M. Esteves4 e Alexander
Turra3
1
Departamento de Biologia Animal, IB/UNICAMP
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, IB/UNICAMP
3
Departamento de Oceanografia Biológica, IO/USP
4
Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
5
Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - UFPR
6
Núcleo de Engenharia de Pesca, CCBS/UFS
7
Laboratório de Ciências Ambientais, CBB/UENF
8
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
9
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
*
- in Memorian
2
Por serem ambientes dinâmicos e fisicamente controlados, as praias estão entre os ecossistemas
mais vulneráveis aos eventuais efeitos de mudanças climáticas, como aumento do nível do mar,
alteração da amplitude de marés, aumento na frequência e magnitude de eventos extremos,
alterações de direção e intensidade das ondas, aumento das taxas de erosão costeira, elevação da
temperatura do mar, acidificação dos oceanos e modificações na distribuição das chuvas e na
descarga sólida (sedimento) de rios. Previsões recentes sugerem que essas mudanças podem
causar uma ampla gama de impactos no ecossistema praial, desde alterações na morfodinâmica
(modificações na composição do sedimento, inclinação e área disponível para ocupação pelos
organismos) em condições mais amenas e/ou preliminares, até a perda da região entremarés e do
pós-praia (e consequentemente da sua biota associada) em condições extremas. Para que os reais
impactos dessas mudanças possam ser detectados e que estratégias de manejo possam ser
implementadas, faz-se necessária uma análise prolongada da fauna de praias e de variáveis como
temperatura, precipitação, salinidade, pH, perfil praial e características das ondas e do sedimento.
Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo apresentar propostas de métodos para o
monitoramento contínuo de características ambientais e da macro- e meiofauna de praias da
costa brasileira. Para isto, foram produzidos protocolos para o monitoramento da estrutura das
comunidades de macro- e meiofauna e para a avaliação da dinâmica populacional de Scolelepis,
Talitridae, Ocypode quadrata e Bledius que, por terem ampla distribuição e reconhecida
sensibilidade às mudanças ambientais, podem ser utilizadas como bioindicadores. Dado que esta
é uma proposta de monitoramento de longo prazo, os métodos apresentados visam sempre
presteza, simplicidade dos procedimentos e baixo custo monetário, além de parâmetros físicoquímicos comuns aos seis protocolos, favorecendo sua ampla aplicação por diferentes grupos de
pesquisa ao longo da costa brasileira.
Apoio: CNPq, FAPESP, FAPERJ, CNPq - SISBIOTA BRASIL.
53
SANDY BEACHES: THE BENTHIC FAUNA AS INDICATOR OF THE INFLUENCE
OF HYDRODYNAMIC AND MORPHOLOGICAL PROCESSES IN CLIMATE
CHANGE EVENTS
Antonia C. Z. Amaral1, Guilherme N. Corte1,2, Márcia R. Denadai3, José S. R. Filho4, Valeria
Veloso*, Carlos A. Borzone5, Leonardo C. da Rosa6, Ilana R. Zalmon7, Phillipe M. Machado7,
Kalina M. Brauko5, Leonir A. Colling8, Tatiana F. Maria9, André M. Esteves4 e Alexander
Turra3
1
Departamento de Biologia Animal, IB/UNICAMP
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, IB/UNICAMP
3
Departamento de Oceanografia Biológica, IO/USP
4
Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
5
Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná - UFPR
6
Núcleo de Engenharia de Pesca, CCBS/UFS
7
Laboratório de Ciências Ambientais, CBB/UENF
8
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
9
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
*
- in Memorian
2
Sandy beaches are dynamic environments primarily controlled by physical factors. Due to these
characteristics, sandy beaches are traditionally referred to as physically stressed habitats and are
amongst the ecosystems most vulnerable to climate changes (e.g. sea level rise, increased
storminess, ocean acidification and enhanced coastal erosion). Current estimates suggest that, in
a near future, sandy beaches may face threats ranging from changes in morphodynamic
characteristics under more conservative scenarios, to the total disappearance in case of drastic
alterations like rising sea level and escalating beach erosion due to the increase of severe storms.
To perceive correctly climate change impacts and take effective management measures is
fundamental the implementation of long-term monitoring programs, aiming to quantify the
dynamics of key species and communities on sandy beaches, as well as follow the trends of some
environmental variables as temperature, rainfall rates, salinity, pH, beach slope and waves and
sediment characteristics. In this context, the present work presents proposals of long-term
monitoring of biotic and abiotic characteristics of sandy beaches along the Brazilian coast. We
produced protocols to track changes in the community structure of macro- and meiofaunal
species occurring in sandy beaches, and in population dynamics of Scolelepis, Talitridae,
Ocypode quadrata and Bledius, species recorded along the whole coast and sensitive to
environmental changes. Since this is a proposal for a long-term monitoring, the methods here
presented always aim readiness, simplicity of procedures and low monetary cost. Moreover, we
chose to analyse the same physicochemical parameters in all protocols in order to favor their
wide application by different research groups throughout Brazilian coast and data integration.
Support: FAPESP, FAPERJ, CNPq, CNPq - SISBIOTA BRASIL.
54
PROTOCOLOS DE COLETA DE COSTÕES ROCHOSOS:
HIPÓTESES: MONITORAMENTO DE LONGO PRAZO
TESTE
DE
Ricardo Coutinho1,*, Maria T. M. Széchy2, María S. López3, Ronaldo A. Christofoletti4, Flávio
Berchez5, Luciana E. Yaginuma1, Rosana M. da Rocha6, Fernanda N. Siviero1, Natalia P.
Ghilardi-Lopes7, Carlos E. L. Ferreira8, José E. A. Gonçalves1, Bruno P. Masi1, Monica D.
Correia9, Hilda H. Sovierzoski9, Luis F. Skinner10 e Ilana R. Zalmon11
1
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira - IEAPM
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
3
CEBIMar, Universidade de São Paulo - USP
4
IMar, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
5
Universidade de São Paulo - USP
6
Universidade Federal do Paraná - UFPR
7
Universidade Federal do ABC - UFABC
8
Universidade Federal Fluminense - UFF
9
Universidade Federal de Alagoas - UFA
10
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
11
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
[email protected]
2
Para prever respostas ecológicas e de biodiversidade a mudanças climáticas é essencial integrar
processos biológicos e ecológicos com dados climáticos, que contribuirão para o entendimento
de padrões biogeográficos de estresse e riscos de mortalidade, associado ao funcionamento de
ecossistemas em costões e praias. Os substratos consolidados e inconsolidados do entremarés são
ambientes dinâmicos que respondem a perturbações cíclicas, mas também a eventos estocásticos
associados a eventos extremos. Praias rochosas com diferentes graus de exposição às ondas na
costa brasileira serão amostradas em dois períodos anuais com triplicatas em cada período.
Amostragens associadas a eventos extremos como ressacas, frentes frias e tempestades serão
realizadas na semana anterior e na posterior ao evento, de modo a acompanhar nos diferentes
períodos anuais o comportamento estrutural das comunidades bênticas em função da resistência
dos organismos dominantes a tais eventos. O protocolo de amostragem inclui fotografias do
entremarés rochoso em transectos verticais, com mudanças na posição e largura das faixas em
relação a um ponto fixo como variáveis de resposta. Fatores ambientais medidos in situ e/ou
plotados com base em outras fontes incluem temperatura do ar, água, costão/organismo (sensores
ibutton), pluviosidade e dados de ventos extremos, grau de exposição às ondas: altura, direção e
periodicidade, irradiância, salinidade, pH e turbidez da água. Assim, obteremos indicadores da
desregulação funcional em nível de organismo e de comunidade em resposta a potenciais efeitos
de mudanças climáticas. Este protocolo visa estabelecer possíveis hipóteses e metodologias
básicas a serem adotadas pelo grupo de trabalho de costões dentro dos objetivos da ReBentos,
definindo um protocolo de amostragem para o monitoramento contínuo e permanente dos
ecossistemas rochosos na costa brasileira, de forma a gerar e disseminar conhecimentos para
responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais.
55
PROTOCOLO MÍNIMO PARA MONITORAMENTO DOS RECIFES E ECOSSISTEMAS
CORALINOS DO BRASIL EXPOSTOS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Zelinda M. A. N. Leão1,*, Augusto Minervino-Neto1, Beatrice P. Ferreira2, Caroline V. Feitosa3,
Claudio L. S. Sampaio4, Cristiane F. Costa-Sassi5, Elizabeth G. Neves1, Fúlvio A. M. Freire6, GeorgeOlavo M. Silva7, Gil M. R. Strenzel8, Hilda H. Sovierzoski4, Jorge E. L. Oliveira6, Liana F. Mendes6,
Marcelo O. Soares5, Maria-E. Araujo6, Marília D. M. Oliveira3, Mauro Maida6, Monica D. Correia2,
Ricardo S. Rosa5, Roberto Sassi5, Rodrigo Johnsson1, Ronaldo B. Francini-Filho5, Ruy K. P. Kikichi1 e
Tatiana S. Leite6
1
Universidade Federal da Bahia
Univerrsidade Federal de Pernambuco
3
Universidade Federal do Ceará
4
Universidade Federal de Alagoas
5
Universidade Federal da Paraíba
6
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
7
Universidade Estadual de Feira de Santana
8
Universidade Estadual de Santa Cruz
[email protected]
2
O objetivo do protocolo é a avaliação da vulnerabilidade, resistência e resiliência dos recifes e dos
ecossistemas coralinos do Brasil, frente aos impactos antrópicos e às mudanças climáticas eminentes,
além de gerar informações sobre a integridade e conectividade demográfica entre os recifes,
informações cruciais para a adoção de ferramentas efetivas de manejo e conservação. Comparando as
variações espaço-temporais observadas nos ecossistemas recifais da plataforma continental e das ilhas
oceânicas, pretende-se determinar e entender a capacidade desses ecossistemas de suportar e de se
recuperar de distúrbios com diferentes graus de intensidade, considerando a heterogeneidade espacial
caracterizada pelas diferenças morfológicas, estruturais e composicionais dos recifes, assim como o
estado da “saúde” dos sistemas protegidos e daqueles mais expostos às ameaças. O Protocolo utilizará,
como indicadores para a avaliação das condições dos recifes, os corais e os peixes recifais,
considerando para os corais: riqueza e diversidade, superfície relativa do recife recoberta por corais
vivos, percentual de colônias branqueadas, afetadas por doenças, apresentando mortalidade recente
e/ou antiga e a densidade de recrutas. Para os peixes: densidade, riqueza e diversidade por família e por
grupo (herbívoros, carnívoros e onívoros) e medidas do tamanho. Serão consideradas, também, a
cobertura relativa dos grupos funcionais de algas (macro, coralinas, filamentosas), esponjas,
zoantídeos, ouriços e outros organismos considerados importantes para o recife investigado. Serão
avaliados os recifes adjacentes à linha de costa, os recifes rasos (localizados em profundidades
inferiores a 10 m) e os recifes com profundidades superiores a 10 m, das seguintes regiões geográficas:
Nordeste Ocidental - os recifes do Piauí, Ceará e costa norte do Rio Grande do Norte; Nordeste
Oriental – os recifes da costa oriental do Rio Grande do Norte, da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e
Sergipe; Região Leste - os recifes da Bahia e a Região das ilhas oceânicas: Atol das Rocas, Fernando
de Noronha e São Pedro e São Paulo.
56
PROTOCOL FOR MONITORING THE CORAL REEF ECOSYSTEMS OF BRAZIL
EXPOSED TO CLIMATE CHANGES
Zelinda M. A. N. Leão1,*, Augusto Minervino-Neto1, Beatrice P. Ferreira2, Caroline V. Feitosa3,
Claudio L. S. Sampaio4, Cristiane F. Costa-Sassi5, Elizabeth G. Neves1, Fúlvio A. M. Freire6, GeorgeOlavo M. Silva7, Gil M. R. Strenzel8, Hilda H. Sovierzoski4, Jorge E. L. Oliveira6, Liana F. Mendes6,
Marcelo O. Soares5, Maria-E. Araujo6, Marília D. M. Oliveira3, Mauro Maida6, Monica D. Correia2,
Ricardo S. Rosa5, Roberto Sassi5, Rodrigo Johnsson1, Ronaldo B. Francini-Filho5, Ruy K. P. Kikichi1 e
Tatiana S. Leite6
1
Universidade Federal da Bahia
Univerrsidade Federal de Pernambuco
3
Universidade Federal do Ceará
4
Universidade Federal de Alagoas
5
Universidade Federal da Paraíba
6
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
7
Universidade Estadual de Feira de Santana
8
Universidade Estadual de Santa Cruz
[email protected]
2
The objective of the Protocol is the assessment of vulnerability, resilience and resistance of the coral
reef ecosystems of Brazil that is facing anthropogenic and climate changes impacts, as well as to
generate information about the health and demographic connectivity among the reefs, an important
information in order to adopt effective management and conservation tools. Comparing the spatialtemporal variations observed in coral reef ecosystems of the continental shelf and oceanic islands, it is
intended to determine and understand the capacity of these ecosystems to withstand and recover from
disturbances with different degrees of intensity, taken in consideration the spatial heterogeneity
characterized by morphological, structural and compositional differences of the reefs, as well as the
"health" of the protected systems and those more exposed to threats. The protocol will use, as
indicators for the assessment of the reefs condition, corals and reef fishes, considering for the corals:
richness and diversity, the relative reef area covered by living corals, percentage of bleaching, colonies
affected by diseases, recent and old mortality and the density of recruits. For the fish: density, richness
and diversity per family and per group (herbivores, carnivores and omnivores) and measures of its size.
It will be considered, too, the relative coverage of the functional groups of algae (macro, coralline,
turf), sponges, zoanthids, sea urchins and other organisms considered important for the investigated
reef. It will be assessed the reefs adjacent to the shoreline, shallow reefs (located at depths less than 10
m) and the reefs with depths greater than 10 m, from the following geographic regions: Western part of
the Northeastern region - reefs from Piauí, Ceará and the north coast of Rio Grande do Norte; Eastern
part of the Northeastern region – reefs from the eastern coast of Rio Grande do Norte, from Paraíba,
Pernambuco, Alagoas and Sergipe; Eastern region - reefs from the state of Bahia, and the Oceanic
Islands: Atol das Rocas, Fernando de Noronha and St. Peter and St. Paul.
57
PROTOCOLO NACIONAL PARA CARACTERIZAÇÃO E MONITORAMENTO DE
BANCOS DE RODOLITOS
Paulo Horta1,*, Flávio Berchez2, José M. C. Nunes3, Fernando Scherner1, Sonia Pereira4, Pablo
Riul1, Tito Lotufo5, Letícia Peres1, Marina Sissini1, João Rosa1, Vanessa Freire1, Leidson A. de
Lucena1, Vanessa Borges1, Andre Rovai1, Leonardo Rorig1, Alessandra Fonseca1, Paulo
Pagliosa1, José B. Barufi1, Jason Hall-Spencer6, Rafael Riosmena7, João Silva8 e Marcia
Figueiredo9
1
Universidade Federal de Santa Catarina
Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo
3
Departamento de Botânica, Universidade Federal da Bahia
4
Universidade Federal do Ceará
5
Universidade Federal Rural de Pernambuco
6
Plymouth University, Plymouth, Reino Unido
7
Departamento de Biologia Marina, Universidad Autónoma de Baja California Sur, La Paz, México
8
Faro University, Algarve, Portugal
9
Jardim Botânica do Rio de Janeiro
*
[email protected]
2
Os bancos de rodolitos se estendem por praticamente toda a margem interna da plataforma
continental brasileira. Estes sistemas, compostos por camadas de rodolitos ou nódulos de algas
calcárias não articuladas (Corallinophycidae, Rhodophyta) e seus componentes, também
conhecidos como granulados bioclásticos, representam uma extraordinária biofábrica de
carbonatos no Atlântico Sul Tropical. O ambiente resultante de seu desenvolvimento representa
substrato, abrigo e indiretamente alimento para uma extraordinária diversidade biológica,
formando oásis de diversidade em meio a paisagens monótonas do fundo arenoso da plataforma
continental. O aquecimento e a acidificação dos oceanos em conjunto com os impactos derivados
do aumento da frequência e intensidade das tempestades representam os principais estressores
relacionados às ditas Mudanças Climáticas Globais para estas formações. O presente protocolo
estrutura pela ReBentos, pretende fornecer as bases para uma caracterização padronizada que nos
permita avaliar eventuais impactos das mudanças no clima sobre a composição, funcionamento e
estrutura dos bancos de rodolitos e comunidades associadas. Serão selecionadas áreas
preferencialmente a 10 metros de profundidades. Estes bancos teriam pelo menos um de seus
limites demarcados e subáreas amostrais pré-definidas. Em cada sub-area além da análise
qualitativa e de fotoquadrados serão amostrados corers para uma caracterização da biomassa e
volume dos rodolitos e biota associada. A partir destas amostras serão também avaliados o teor
de carbonato de cálcio presente nas principais espécies. Os grupos envolvidos neste processo de
monitoramento deverão realizar coleta de dados das variáveis ambientais que caracterizem os
respectivos períodos em suas localidades. Estes dados serão salvos em uma plataforma comum e
poderão ser q qualquer momentos consultados por participantes da rede. São ainda propostos
procedimentos complementares para que sejam implantados em instituições que tenha a
necessária infraestrurtua. As mudanças previstas para o litoral Brasileiro devem alterar a
estrutura e funcionamento dos bancos de rodolitos reforçando a demanda por monitoramento.
Agradecimento: ReBentos, INCT-MCs, CNPq, CAPES, Sisbiota.
58
NATIONAL PROTOCOL FOR CHARACTERIZATION AND MONITORING OF
RHODOLITH BEDS
Paulo Horta1,*, Flávio Berchez2, José M. C. Nunes3, Fernando Scherner1, Sonia Pereira4, Pablo
Riul1, Tito Lotufo5, Letícia Peres1, Marina Sissini1, João Rosa1, Vanessa Freire1, Leidson A. de
Lucena1, Vanessa Borges1, Andre Rovai1, Leonardo Rorig1, Alessandra Fonseca1, Paulo
Pagliosa1, José B. Barufi1, Jason Hall-Spencer6, Rafael Riosmena7, João Silva8 e Marcia
Figueiredo9
1
Universidade Federal de Santa Catarina
Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo
3
Departamento de Botânica, Universidade Federal da Bahia
4
Universidade Federal do Ceará
5
Universidade Federal Rural de Pernambuco
6
Plymouth University, Plymouth, Reino Unido
7
Departamento de Biologia Marina, Universidad Autónoma de Baja California Sur, La Paz, México
8
Faro University, Algarve, Portugal
9
Jardim Botânica do Rio de Janeiro
*
[email protected]
2
Rhodolith beds are distributed in the entire inner margin of the Brazilian continental shelf. These
systems, composed of layers of nodules or rhodolith, are structured by non-articulated coralline
red algae (Corallinophycidae , Rhodophyta) and its components , also known as bioclastic
granules, represent an extraordinary biofactory of carbonates in the Tropical South Atlantic . The
environment resulting from its development represents substrate, shelter and food for
extraordinary biological diversity , forming oases of diversity amid monotonous landscapes of
sandy bottom of the continental shelf . The warming and ocean acidification in conjunction with
the impacts derived from the increased frequency and intensity of storms represent major
stressors related to Global Climate Change. This protocol intended to provide the basis for a
standardized characterization that allows us to assess possible impacts of climate change on the
composition, structure and functioning of rhodolith beds and associated communities. Areas will
be selected with at least three subareas 10 m depth. In each subarea in addition to the qualitative
analysis, we will accomplished photoquadrats and corers for biomass and volume of rhodolith
and associated biota analyses. From these samples we will also analyzed the carbonate amount in
major species. The groups involved in this monitoring process shall perform data collection of
environmental variables that characterize the respective periods in their localities. These data
will be saved on a common platform. Additional procedures are also proposed to be deployed at
institutions which have the necessary infrastructure. The actual knowledge reinforce the
hypothesis that climate changes planned for the Brazilian coast should impact the structure and
functioning of rhodolith beds, reinforcing the demand for monitoring programs.
Acknowledgement: ReBentos, INCT- MCs , CNPq , CAPES , Sisbiota.
59
BENTHIC COMMUNITIES IN ESTUARIES: KNOWLEDGE GAP, VULNERABILITY
TO CLIMATE CHANGE AND A PRIORITY FOR LONG-TERM MONITORING
Angelo F. Bernardino1,*, Camila B. Stofel1, Sérgio Netto2, Francisco Barros3, Ronaldo A.
Christofoletti4, Leonir A. Colling5, Paulo C. Lana6, José S. R. Filho7, Paulo R. Pagliosa8, Rafaela
C. Maia9, Tânia M. Costa10 e Alexander Turra11
1
Laboratório de Ecologia Bêntica, Departamento de Oceanografia, CCHN, Universidade Federal do Espírito Santo
Laboratório de Ciências Marinhas, Universidade do Sul de Santa Catarina
3
Laboratório de Ecologia Bentônica, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia
4
Instituto do Mar, Universidade Federal de São Paulo
5
Instituto de Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande
6
Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná
7
Laboratório de Bentos, Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco
8
Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina
9
Laboratório de Ecologia de Manguezais, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
10
Universidade Estadual Paulista
11
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo
[email protected]
2
Estuaries are threatened aquatic ecosystems that support relevant ecological functions in coastal
areas globally. The increase of global temperature and the risks of global climate change effects
on these strategic ecosystems demand the urgent establishment of scientific programs to
understand and anticipate further damage on estuarine habitats. In this study we reviewed the
benthic ecology scientific literature in Brazilian estuaries, compared to a 40-year historical
climatology data from areas nearby ten estuaries and made theoretical predictions on the main
threats that these communities may face due to changes in temperature, rainfall and sealevel rise.
We found a significant gap in the study of most estuarine areas in Brazil that prevents reasonable
understanding of the natural status of extensive wetland areas. There were high variability in
observed climate patterns in the regions studied and some level of uncertainty on the expected
effects that these transitional systems may experience. However, higher temperatures, changed
patterns of rainfall and sealevel rise associated with past and current human impacts may
significantly alter biological and ecological functions of benthic communities in most estuarine
habitats across Brazil.
60
FUNDOS
SUBMERSOS
VEGETADOS:
PROTOCOLO
MONITORAMENTO “ANTES QUE DESAPAREÇAM”
MÍNIMO
DE
Margareth S. Copertino1,*, Joel C. Creed2, Karine M. Magalhães3, Kcrishna V. S. Barros3,
Priscilla R. Arévalo1, Marianna O. Lanari1 e Paulo A. Horta4
1
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Departamento de Ecologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco
4
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Santa Catarina
*
[email protected]
2
Fundos submersos vegetados, formados por fanerógamas marinhas1 e biota associada, ocupam
substratos arenosos/areno-lodosos de costas tropicais e temperadas, sendo mais abundantes em
águas rasas, claras, com dinâmicas hidrológica e sedimentar moderadas. Estes habitats aumentam
a biodiversidade, promovem proteção da costa, melhoram a qualidade da água, reciclam dos
nutrientes, sustentam pescarias e são importantes no balanço e seqüestro de carbono atmosférico.
Pradarias têm sido afetadas por impactos antropogênicos diversos, particularmente em regiões
estuarinas e baías, sendo ainda vulneráveis quase todos os efeitos das mudanças climáticas
globais na costa (elevação da temperatura, mudanças na descarga fluvial, eventos extremos,
aumento do nível do mar e acidificação dos oceanos). Em costas temperadas, 30% da área das
pradarias desapareceram nos últimos 50 anos. Com taxas de perdas de cerca de 2 a 5% ao ano,
pradarias marinhas encontram-se dentre os habitats mais ameaçados do mundo, colocando em
risco os todos os seus serviços ecossistêmicos, a sobrevivência de populações tradicionais e
espécies que já se encontram em extinção (tartaruga-verde, peixe-boi). No Brasil, a área ocupada
pelas pradarias marinhas e o seu status de conservação são desconhecidos. As informações
científicas são insuficientes para construir prognósticos e cenários futuros, assim como para
planejar ações de conservação. Um dos objetivos do GT Fundos Submersos Vegetados da
ReBentos é monitorar as pradarias marinhas do Brasil, de modo sistemático, contínuo e por
tempo indeterminado. Para ser viável e replicável ao longo da costa, e ao mesmo tempo alcançar
projeção internacional, o protocolo mínimo é simples, de baixo custo e baseado no programa
internacional SeagrassNet. Os parâmetros biológicos monitorados em cada local são: extensão
do banco vegetado, espécies dominantes, parâmetros demográficos da flora e fauna, abundância
relativa (% cobertura) e absoluta (biomassa, densidade) de plantas/macroalgas, além de
parâmetros abióticos da água (profundidade, temperatura, salinidade, irradiância e transparência)
e do sedimento (granulometria, matéria orgânica). Estes indicadores são obtidos sazonalmente,
ao longo de transversais georeferenciadas, em pradarias pristinas e antropizadas. Em médio e
longo prazo, o projeto visa detectar mudanças na biodiversidade e na estrutura das comunidades,
identificando os fatores físicos e biológicos envolvidos. Adicionalmente, um banco de dados
geoespaciais está sendo elaborado, visando estudos de larga escala, como modelos descritivos e
preditivos de distribuição de espécies, em face aos impactos das mudanças climáticas globais.
1
Fanerógamas são plantas vasculares com flores e frutos. Fanerógamas marinhas são um grupo particular destas
plantas, altamente adaptadas à crescer e se reproduzir em ambientes estuarinos e marinhos. 61
VEGETATED SOFT BOTTOMS: MINIMUM MONITORING PROTOCOL “BEFORE
THEY DISPPEAR”
Margareth S. Copertino1,*, Joel C. Creed2, Karine M. Magalhães3, Kcrishna V. S. Barros3,
Priscilla R. Arévalo1, Marianna O. Lanari1 e Paulo A. Horta4
1
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Departamento de Ecologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco
4
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Santa Catarina
*
[email protected]
2
Seagrass meadows occupy sandy or sandy-muddy soft bottoms of coastal regions around the
world, being more abundant in shallow, clear, wave protected waters with moderate sediment
dynamics. They are formed by spermatophytes2, and are habitat for a variety of algae,
invertebrates, fish, turtles and Sirenia. The occurrence and extent of seagrass meadows along the
intertidal and subtidal (to 50 - 60m) depends on the dominant plant species, whose establishment
and growth are mainly limited by light levels, tides, wave action and substrate stability. As they
occur in estuaries and coastal bays, seagrass meadows are affected by various anthropogenic
impacts and are highly vulnerable to impacts caused by global climate change. Seagrasses
respond quickly to changes in average temperature, river discharge, extreme events, sea-level
change and ocean acidification with consequent change in population abundance and community
structure. Thus seagrass meadows are among the most threatened habitats in the world (loss rates
of 2-5 % per year) which puts marine biodiversity and ecosystem services (coastal protection,
water purification, carbon sequestration, fishing and recreation) at risk. The GT Submerged
Vegetated Soft Bottoms of ReBentos aims to continuously, systematically and indefinitely
monitor seagrass habitats in marine and estuarine regions of the Brazilian coastline. The
monitoring aims to detect changes in biodiversity and community structure over the medium and
long term, identifying the physical and biological factors involved in change. To be viable and
replicable along the whole Brazilian coastline the standard protocol is based on the international
SeagrassNet Global Seagrass Monitoring Program. Biological parameters (taxonomic
composition, % coverage, shoot density, canopy height, etc.) are obtained in and out of fixed
quadrats along georeferenced transects placed in both pristine and disturbed beds. Abiotic
seawater (level, temperature, salinity, irradiance and transparency) and sediment parameters
(grain size, organic matter and movement) are also obtained at each site. A database on Brazilian
seagrass beds is being developed to support large-scale (regional, continental and global) studies,
as well as the development of descriptive and predictive models about impact of GCC on
Brazilian marine ecosystems.
Support: Rede CLIMA, INCT para Mudanças Climáticas; SISBIOTA-ReBentos, PELD-FURG.
CNPq e FAPERGS.
2
Spermatophytes are vascular plants with flowers and fruits. Marine spermatophytes are a particular group of these
plants highly adapted to grow and reproduce in estuarine and marine environments.
62
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ZONAS COSTEIRAS: ECOSSISTEMAS MANGUEZAL
E MARISMA FRENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Yara Schaeffer-Novelli1,9,*, Eduardo J. Soriano-Sierra2,3, Elaine Bernini3, Marcelo A. A.
Pinheiro4, André S. Rovai2,3, Claudia C. do Vale6, Renato de Almeida7, Clemente Coelho-Jr8,
Sarah Charlier-Sarubo1,9,10 e Marília Cunha-Lignon9,11
1
Universidade de São Paulo - USP
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
3
Núcleo de Estudos do Mar – NEMAR/UFSC
4
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
5
Universidade Estadual Paulista – UNESP/CLP
6
Universidade Federal do Espírito Santo
7
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
8
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
9
Instituto Bioma Brasil
10
Fundação Boticário de Proteção à Natureza
11
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
*
[email protected]
2
Manguezais e marismas são sensíveis às mudanças climáticas (MCs) e a possibilidade de
acomodação às novas condições é resultado do conjunto das adaptações fisiológicas das espécies
vegetais típicas de ambos os ecossistemas. Conhecer as respostas desses ecossistemas aos fatores
ambientais locais, nas diversas áreas onde se desenvolvem, torna-se vital para entender seus
comportamentos e garantir a conservação dos mesmos diante das mudanças climáticas. Entre os
fatores relacionados às MCs a serem avaliados, temos: aumento do nível médio relativo do mar –
NMRM; alterações do nível do substrato; alterações dos regimes de chuva, umidade, temperatura
do ar/água e maior disponibilidade de CO2 na atmosfera. As respostas de manguezais e marismas
a esses fatores incluem: alteração na dinâmica sedimentar (processos erosivos e/ou
deposicionais); alteração na frequência de inundação da faixa do entremarés; prolongamento dos
períodos de estiagem em latitudes mais baixas, e aumento na pluviosidade e recorrência de
eventos extremos em latitudes mais elevadas; alterações da produtividade primária e da
biodiversidade; e, ajustes dos parâmetros populacionais (p. ex., densidade e estrutura) das
populações do caranguejo-uçá (Ucides cordatus). Os protocolos sobre procedimentos mínimos
adequados ao monitoramento dos ecossistemas manguezal e marisma preconizam metodologia
consolidada mundialmente e as estratégias de abordagem atendem às linhas de pesquisa mais
atuais. No tocante às demandas por informações ambientais nas áreas de física, química e
geologia, sem dúvida temos grande interesse em contracenar com especialistas desses ramos da
oceanografia, em todos os quesitos envolvidos nas etapas de monitoramento. A qualidade dos
registros das variáveis abióticas associadas às MCs será determinante para as análises das
respostas apresentadas pelos ecossistemas manguezal e marisma no período dos respectivos
monitoramentos em questão. Sem dúvida, há necessidade de efetiva troca de informações entre
os grupos de pesquisa integrantes da Sub-Rede Zonas Costeiras.
63
CLIMATE CHANGES AND COASTAL ZONES: MANGROVE AND SALT MARSH
ECOSYSTEMS TOWARDS CLIMATE CHANGES
Yara Schaeffer-Novelli1,9,*, Eduardo J. Soriano-Sierra2,3, Elaine Bernini3, Marcelo A. A.
Pinheiro4, André S. Rovai2,3, Claudia C. do Vale6, Renato de Almeida7, Clemente Coelho-Jr8,
Sarah Charlier-Sarubo1,9,10 e Marília Cunha-Lignon9,11
1
Universidade de São Paulo - USP
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
3
Núcleo de Estudos do Mar – NEMAR/UFSC
4
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
5
Universidade Estadual Paulista – UNESP/CLP
6
Universidade Federal do Espírito Santo
7
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
8
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
9
Instituto Bioma Brasil
10
Fundação Boticário de Proteção à Natureza
11
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
*
[email protected]
2
Mangroves and saltmarshes are sensitive to climate change. The possibility of coping with new
conditions results from physiological adaptations of the typical plant species in both ecosystems.
In order to understand ecosystem behavior and to ensure conservation facing climate change, it is
crucial to know their responses to local environmental factors, in their specific areas. Among the
factors related to climate change to be accessed, there are (1) average sea level rise, (2) substrate
level changes, and (3) changes in pluviosity, air moisture and temperature, water temperature,
and availability of CO2 in the atmosphere. The responses from mangroves and saltmarshes to
these factors include (1) changes in sediment dynamics i.e. erosive and/or depositional processes,
(2) changes in the tide regime, (3) increasing droughts in lower latitudes, and increasing rainfall
and extreme weather events in higher latitudes; (4) changes in primary productivity and
biodiversity; and (5) adjustments in population parameters of the crab Ucides cordatus (e.g.,
density and structure). The protocols on minimum procedures for mangrove and saltmarsh
monitoring advocate globally consolidated methodology, adopting the most recent approaches in
research. Regarding the demands for environmental information in the fields of Physics,
Chemistry and Geology, it is of our most interest to work side by side with experts of each of
these branches of Oceanography. Each of those to be involved in every step of the monitoring.
Excellency in the records of abiotic variables related to climate change will be essential for the
analysis of mangrove and saltmarsh monitoring. Undoubtedly, there is a need for effective
information exchange among the members of different groups within the Sub-Rede Zonas
Costeiras.
64
MESA 5 - MODELAGEM DO SISTEMA CLIMÁTICO E ZONA COSTEIRA
BESM
Paulo Nobre
INPE/CPTEC
[email protected]
Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre – BESM e seus modelos componentes (oceano-criosferaatmosfera-superfície-biosfera-química) tem por fim estudar, detectar e projetar as mudanças
climáticas em escalas global e regional decorrentes de ações antrópicas e naturais. O
desenvolvimento do modelo é baseado num esforço multi-institucional e interdisciplinar de
modelagem do sistema climático global coordenado pelo INPE com participação de
Universidades e Centros de Pesquisa nacionais, Redes Estaduais de Pesquisa e colaboração
internacional. Tal desenvolvimento conta com os recursos de supercomputação de última
geração da Rede CLIMA e é responsável por disponibilizar e facilitar o uso de modelos
climáticos e seus componentes para a comunidade científica nacional. A primeira versão do
BESM, baseada no acoplamento do modelo atmosférico global do CPTEC ao modelo oceânico
global do GFDL (MOM4p1), foi utilizada para gerar cenários de mudanças climáticas globais
para o período 1960-2100 para o programa CMIP5, contribuição pioneira do Brasil para o
Relatório de Atividades (AR5) do IPCC. Os cenários gerados pelo BESM estão sendo utilizados
como condições de contorno para ‘downscaling’ de vários modelos regionais e estudos de
impactos das Mudança Climática no Brasil. No contexto desta mesa redonda, o BESM servirá
como modelo global integrador dos esforços de modelagem hidrológica continental, modelagem
hidrodinâmica estuarina e modelagem oceânica para o estudo dos impactos das variações do
ciclo hidrológico global nos processo biogeoquímicos marinhos e climáticos em escala global.
65
HIDROLOGIA NA MODELAGEM DO SISTEMA CLIMÁTICO TERRESTRE
Luz A. Cuartas1,*, Aline A. de Castro1, Darcy Jiménez1, Carina Rodrigues1, Michael Coe2,
Gilvan Sampaio1 e Marcos Costa3
1
Centro de Ciência do Sistema Terrestre/CCST, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/INPE
The Woods Hole Research Center
3
Universidade Federal de Viçosa
[email protected]
2
A água continental tem papel fundamental na dinâmica do sistema climático terrestre. Os
processos hidrológicos na superfície exercem uma marcada influência sobre o clima; existe um
forte controle sobre a evapotranspiração devido à umidade do solo, já que esta última influencia
na partição dos fluxos de energia na superfície (Entekhabi et al., 1996). Os modelos climáticos
procuraram incluir uma melhor representação dos processos hidrológicos através do uso dos
modelos de interação solo-vegetação-atmosfera (SVATs). A maioria dos SVAT simula bem a
troca de fluxos de água e energia na vertical, mas muitos não simulam os processos hidrológicos
no solo em nível de bacia, principalmente negligenciando o transporte lateral de água
(escoamento superficial e sub-superficial), seu efeito no lençol freático, e o escoamento é
admitido ser perdido para o oceano imediatamente. Neste contexto, esta sendo desenvolvido o
modelo de superfície INLAND, cujo ponto de partida foi o modelo IBIS (Foley et al., 1996).
Este modelo inclui uma representação dos processos físicos da superfície terrestre, como a
fisiologia do dossel, a fenologia e dinâmica da vegetação e os balanços de água, energia e
carbono terrestre, porém só considera fluxos na vertical. Para incluir a propagação da água foi
acoplado o modelo THMB (Coe, M.T., 2000; Coe et al., 2007). Os rios, lagos, áreas úmidas e
planícies aluviais são definidas como uma rede hidrológica continua na qual a água é
transportada para bacias interiores (lagos), para o oceano ou é evaporada dos corpos d’água.
Foram feitas simulações para América do Sul, porém com resultados preliminares para algumas
bacias. As simulações para a bacia Amazônica mostraram uma subestimação da vazão, mas
conseguiram simular bem a variabilidade interanual, com resultados significativos (p<0,05) para
75% das vazões observadas. Este resultado inicial pode ser devido à inclusão da evaporação dos
corpos d’água, porém ainda encontra-se em fase de calibração.
66
HYDROLOGY IN THE EARTH SYSTEM MODELING
Luz A. Cuartas1,*, Aline A. de Castro1, Darcy Jiménez1, Carina Rodrigues1, Michael Coe2,
Gilvan Sampaio1 e Marcos Costa3
1
Centro de Ciência do Sistema Terrestre/CCST, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/INPE
The Woods Hole Research Center
3
Universidade Federal de Viçosa
[email protected]
2
The continental water plays a fundamental role in the dynamics of the Earth's climate system.
Hydrological surface processes exert a marked influence on climate; exists a strong control on
evapotranspiration due to soil moisture, since the latter influences energy fluxes partition at the
surface (Entekhabi et al., 1996). Climate models have tried to include a better representation of
hydrological processes through the use of soil-vegetation–atmosphere interaction models
(SVATs). Most SVAT simulates well the vertical exchanges of water and energy, however many
do not simulate the hydrological processes in the soil at basin level, mostly neglecting the lateral
transport of water (surface and subsurface runoff), its effect on groundwater and with the flow
made to be lost to the ocean immediately. In this context, the INLAND surface model is being
developed, whose starting point was the IBIS model (Foley et al., 1996). This model includes a
representation of the physical processes of the earth's surface, such as the canopy physiology,
phenology and vegetation dynamics, and water, energy and carbon balance, but only considers
vertical flows. To include the lateral water transport it was coupled to the THMB model (Coe,
2000; Coe et al., 2007). Rivers, lakes, wetlands and floodplains are defined as a continuous
hydrological network in which water is transported to inland basins (lakes), or ocean or is
evaporated from water bodies. Simulations for South America were made with preliminary
results for some basins. The simulations for the Amazon basin showed an underestimation of
discharge, but well able to capture the inter-annual variability, with significant results (p < 0.05)
for 75 % of the observed discharge. This initial result may be related to the inclusion of
evaporation of water bodies, but still is in the calibration phase.
67
MODELAGEM DE PROCESSOS FÍSICOS COSTEIROS
Eduardo Siegle
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo - USP
[email protected]
A compreensão dos processos físicos que controlam a hidrodinâmica e morfodinâmica de
ambientes costeiros rasos é fundamental para o seu manejo e para o entendimento de sua
influência sobre as áreas oceânicas adjacentes. Nesse sentido, esforços nas últimas décadas tem
focado a modelagem numérica desses sistemas, permitindo o melhor conhecimento dos
processos atuantes e de sua importância relativa no controle desses ambientes. Modelos
numéricos permitem essa abordagem nas diferentes escalas espaço-temporais. Serão
apresentados conceitos básicos da modelagem numérica de processos costeiros, tipos de modelos
e exemplos de sua aplicação.
68
MODELAGEM DE PROCESSOS FÍSICOS COSTEIROS
Eduardo Siegle
Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo - USP
[email protected]
Understanding the physical processes that define the hydrodynamics and morphodynamics of
shallow coastal environments is essential for its management and to assess its influence on
adjacent oceanic areas. During the last decades, efforts at the numerical modeling of these
systems resulted in relevant knowledge of the acting processes and their relative importance
across such environments. Numerical models allow such applications at different spatial and
temporal scales. Basic concepts on the numerical modeling of coastal processes will be presented
including types of numerical models and examples of its application.
69
CORRENTES SUBMAREGRÁFICAS EM UMA REGIÃO DE MACROMARÉ DO
NORDESTE BRASILEIRO: O CASO DA BAÍA DE SÃO MARCOS (MA)
Dias, F.J.S.1,*; Leal de Castro, A.C.1; Azevedo, J.W.J.1; Monteiro Neto, O.G.1; Marins, R.V. e
Lacerda, L.D.2
1
Laboratório de Hidrodinâmica Costeira, Estuarina e Águas Interiores do departamento de Oceanografia e
Limnologia, Universidade Federal do Maranhão (LHiCEAI/UFMA)
2
Laboratório de Biogeoquímica Costeira do Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará
(LBC/UFC)
*
[email protected]
A Baía de São Marcos está inserida no Golfão Maranhense, localizada no extremo norte do
Maranhão. Inserida em uma região de clima tropical úmido, tem como características principais
o grande volume fluvial associado a elevadas concentrações de materiais em suspensão e uma
variação da altura da maré que pode chegar a 7 m. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a
variação espacial do campo de correntes submarégrafica na Baía de São Marcos, durante evento
de maré de sizígia. Os dados de intensidade e direção das correntes foram obtidos com auxílio de
medidor acústico de correntes por efeito doppler (ADCP), com frequência de 0.5 MHz. O vetor
velocidade foi decomposto, em relação ao plano de coordenadas cartesianas ortogonal Oxy, para.
O campo de correntes foi homogêneo na superfície, com as menores intensidades ocorrendo em
Bacabeira (2,15 m s-1) e as maiores na região do Porto Grande (2,48 m s-1). Em meia água, a
intensidade das correntes decaiu, variando de 2,07 m s-1, em Bacabeira, a 2,30 m s-1 na região do
Porto de Itaqui, com exceção da radial localizada ao lado da Ilha dos Caranguejos que apresentou
correntes de até 4,30 m s-1. Junto ao fundo, a condição de não escorregamento foi mantida. As
menores intensidades (1,75 m s-1) foram observados nas proximidades da ponta da Ilha dos
Caranguejos, enquanto que os valores máximos (2,20 m s-1) ocorreram na região do Porto de
Itaqui. Dinamicamente, o padrão de circulação gerou correntes fluindo para SW entre o Porto de
Itaqui e a Ilha dos Caranguejos, enquanto que ao sul da Ilha dos Caranguejos a direção
preferencial foi para SE. O decaimento das velocidades da superfície ao fundo é devido à
condição de contorno de não escorregamento, sugerindo para a região a presença de zonas
preferenciais para deposição de materiais e substâncias.
70
SIMULAÇÕES SOBRE A RESPOSTA DOS GRANDES ECOSSISTEMAS MARINHOS
À VARIABILIDADE CLIMÁTICA INTERANUAL USANDO MODELAGEM
BIOGEOQUÍMICA
Helena C. Soares1,*, Douglas F. M. Gherardi1, Luciano P. Pezzi1, Mary T. Kayano2 e Eduardo T.
Paes3
1
Divisão de Sensoriamento Remoto, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) - INPE
3
Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos (ISARH), Universidade Federal Rural da Amazônia
*
[email protected]
2
O impacto dos modos climáticos locais e remotos nos Grandes Ecossistemas Marinhos (GEMs)
do Brasil e da costa oeste Africana são investigados. O modo El Niño Oscilação Sul (ENOS,
Niño3) e a Oscilação Decenal do Pacífico (ODP) são considerados forçantes remotas do oceano
Atlântico Sul. O modo tropical do Atlântico Sul (TSA) e a Oscilação Antártica (AAO) são os
modos locais. A investigação tem como base a análise de correlação total e parcial entre os
índices climáticos que representam estes modos e as anomalias de temperatura da superfície do
mar (ATSM), tensão do vento à superfície do mar, transporte de Ekman, radiação de onda longa
emergente e pressão ao nível médio do mar (APNM) no oceano Atlântico Sul. Todas as variáveis
foram filtradas por meio de um filtro com base na ondaleta de Morlet para manter apenas a
variabilidade interanual (2-7 anos) e também foi removida a tendência linear dos dados de TSM.
Descobrimos que o TSA reduz a influência do fenômeno ENOS sobre as ATSM durante o
período quente da ODP (1977-2008) nos GEMs brasileiros do Norte e Leste e no GEM da
corrente da Guiné. O TSA também intensifica as correlações entre AAO e ATSM no Atlântico
tropical. Correlações negativas entre AAO e ATSM foram encontradas no GEM do Sul do
Brasil, esse padrão é persistente mesmo com a remoção dos outros índices (correlações parciais).
Em relação às ATSM, anomalias de tensão do vento à superfície do mar e APNM é notável que
os impactos da mudança de regime da ODP parecem ser mais intensos ao longo da costa oeste
africana do que ao longo da costa brasileira. A evolução do regime frio para o quente da ODP foi
acompanhada por uma elevação da complexidade espacial das condições ambientais ao longo
dos GEMs da costa oeste Africana. Os impactos da variabilidade climática na produtividade dos
GEMs serão investigados utilizando o modelo biogeoquímico Fennel, que é um componente do
modelo Regional Ocean Model System (ROMS). O modelo biogeoquímico irá simular os
impactos dos extremos dos índices climáticos na produtividade dos GEMs. Os resultados até
agora mostram que as ações de gestão com base nos ecossistemas sob efeitos de variabilidade
climática precisam considerar a elevada complexidade das interações na escala da bacia entre as
forçantes climáticas locais e remotas.
71
SIMULATING LARGE MARINE ECOSYSTEM RESPONSE TO INTERANNUAL
CLIMATE VARIABILITY USING BIOGEOCHEMICAL MODELLING
Helena C. Soares1,*, Douglas F. M. Gherardi1, Luciano P. Pezzi1, Mary T. Kayano2 e Eduardo T.
Paes3
1
Divisão de Sensoriamento Remoto, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) - INPE
3
Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos (ISARH), Universidade Federal Rural da Amazônia
*
[email protected]
2
The impact of local and remote climate modes on the Brazilian and western African coast Large
Marine Ecosystems (LMEs) are investigated. The El Niño Southern Oscillation (ENSO, Niño3)
and Pacific Decadal Oscillation (PDO) are considered as remote forcings of the South Atlantic
ocean. The tropical South Atlantic (TSA) and the Antarctic Oscillation (AAO) are the local
modes. The investigation is based on total and partial correlation analyses between climate
indices representing these modes and the anomalies of sea surface temperature (SSTA), wind
stress, Ekman transport, outgoing longwave radiation and sea level pressure (SLPA) in the South
Atlantic ocean. All variables were wavelet filtered to keep the interannual variability (2 to 7
years) and SST was also linearly detrended. We found that TSA reduces the influence of ENSO
on SSTA during the warm PDO (1977-2008) period in the North and East Brazil LMEs and in
the Guinea Current LME. The TSA also enhances the correlations between AAO and SSTA in
the tropical Atlantic. Negative correlations between AAO and SSTA were found in the South
Brazil LME, this pattern is persistent even with the removal of the other indices (partial
correlations). Regarding the SST, wind stress and SLP anomalies, it is striking that the impacts
of the PDO regime shift are stronger along the western African than in the Brazilian coast. The
evolution from cold to warm PDO regimes was followed by a much higher spatial complexity of
the environmental conditions along the western African LMEs. Impacts of climate variability on
the LMEs productivity will be investigated using the Fennel biogeochemical model, which is a
component of the Regional Ocean Model System (ROMS). The biogeochemical model will
simulate the impacts of the climate indices extreme events on the productivity of the LMEs.
Results so far show that ecosystem-based management actions under climate variability need to
consider the high complexity of basin-scale interactions between local and remote climate
forcings
72
MESA 6 - QUAL O FUTURO DA SUB-REDE ZONAS COSTEIRAS?
OPORTUNIDADES DE INTERAÇÃO INCT´S-MAR E INCT MC- ZONAS COSTEIRAS
NA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO LITORAL
BRASILEIRO
José M. L. Dominguez* e Ruy K. P. Kikuchi
inctAmbTropic, Universidade Federal da Bahia
[email protected]
As mudanças climáticas constituem a narrativa dominante deste século e a zona costeira, onde se
concentra a maior parte da população mundial, é o local onde o impacto destas mudanças se fará
sentir com maior força. Todos os incts - MAR, até mesmo por força dos termos de referencia do
edital lançado pelo CNPq, incorporam as mudanças climáticas e a zona costeira, nos seus
objetivos. Surge assim uma excelente oportunidade de interação entre os incts -MAR
distribuídos ao longo do litoral brasileiro, e o inct MC-Zonas Costeiras - Rede Clima, de atuar de
forma consorciada na avaliação do impacto destas mudanças climáticas no litoral brasileiro. Esta
não é uma tarefa fácil considerando as dificuldades inerentes ao próprio trabalho em rede, assim
como a necessidade de aporte de recursos financeiros adicionais, para promover as reuniões de
trabalho, o ajuste de uma agenda comum e a uniformização de metodologias e abordagens.
Apesar de tudo é uma excelente oportunidade que se abre de interação entre as redes de pesquisa
existentes, que poderá resultar em uma forte contribuição para a integração em caráter nacional
das ciências do mar, e na redução das disparidades regionais de pesquisa e capacitação nesta área
temática.
73
8.1.3 APRESENTAÇÕES ORAIS
O EFEITO DO ENOS NO ATLÂNTICO TROPICAL E SUL COM CONSEQUÊNCIAS
PARA O CLIMA DO BRASIL
Regina R. Rodrigues*
Departamento de Geociências (GCN), Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
*
[email protected]
Eventos ENOS alteram a circulação atmosférica sobre a América do Sul e Atlântico Tropical e
Sul que por sua vez afetam o clima do Brasil. Por exemplo, eventos de El Niño causam um
aquecimento no Atlântico Norte tropical e resfriamento no Atlântico Sul tropical. Com isto, a
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) não se move para sul sobre o nordeste brasileiro,
causando secas severas no mesmo. Já eventos de La Niña causam um resfriamento no Atlântico
Norte tropical e aquecimento no Atlântico Sul tropical, propiciando a migração da ZCIT sobre o
nordeste e, consequentemente, chuvas acima da média. Os efeitos do ENOS no clima do sul do
país são opostos. Porém, tanto os eventos de El Niño como os de La Niña tem mudado suas
características nas últimas décadas e seus efeitos no clima do Brasil também mudaram. Isto tem
dificultado a previsão climática no Brasil com consequências desastrosas para a sociedade. Além
disso, existe uma relação entre o ENOS e o dipolo do Atlântico Sul que é o principal modo de
variabilidade do Atlântico Sul. Eventos de dipolo negativo que são caracterizados por um
aquecimento no Atlântico Sul tropical e um resfriamento no Atlântico Sul subtropical estão
relacionados a El Niños, e vice-versa para o dipolo positiva. Eventos de dipolo negativo estão
associados com chuva acima da média no sul do Brasil e abaixo da média no sudeste. Já dipolos
positivos estão associados com alta precipitação no sudeste relacionada a Zona de Convergência
do Atlântico Sul e baixa precipitação no sul. Portanto, os efeitos do ENOS na circulação
atmosférica e precipitação, bem como na temperatura da superfície do mar do Atlântico Tropical
e Sul, são importantes para a zona costeira. Esta pode ser afetada diretamente por mudanças na
temperatura da água ou indiretamente por mudanças nos padrões de ventos, ou ainda, no aporte
de água doce causado por variações na precipitação continental.
74
THE IMPACT OF ENSO ON THE TROPICAL AND SOUTH ATLANTIC AND ITS
EFFECTS ON THE PRECIPITATION OVER BRAZIL
Regina R. Rodrigues*
Departamento de Geociências (GCN), Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
*
[email protected]
ENSO alters the atmospheric circulation over the South America and the Tropical and South
Atlantic, which in turn affect the climate of Brazil. ENSO is the primary cause of interannual
climate variability in Brazil. El Niño events generally cause a warming of the tropical North
Atlantic and a cooling of tropical South Atlantic. This prevents the ITCZ to migrate southward
over the Brazilian northeast, causing severe droughts. On the hand, La Niña events have the
opposing effect over the tropical Atlantic causing above-averaged rainfall over the northeast. The
effect of ENSO on the precipitation over the south of Brazil is opposite. During the last decades,
however, ENSO events have changed their characteristics. As a consequence the effects on the
Brazilian climate have also changed, making it difficult to predicted. Moreover, the dominant
mode of sea surface temperature in the South Atlantic, called South Atlantic Dipole Mode, is
also linked to ENSO. A negative phase of the dipole is associated with above-averaged
precipitation over the south and below-averaged over the southeast of Brazil, and vice-versa for
the positive phase. Thus, ENSO can affect the coastal zone directly and indirectly through
changes in the sea temperature and atmospheric circulation as well as in the precipitation that can
alter continental discharge.
75
A INFLUÊNCIA DA DINÂMICA LOCAL NA VARIABILIDADE SAZONAL DA
CLOROROFILA-A NO BANCO DE ABROLHOS E ROYAL-CHARLOTTE
Renato D. Ghisolfi*, Meyre P. da Silva, Ricardo N. Servino e Mahatma Fernandes
LabPosseidon - Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
*
[email protected]
O banco de Abrolhos é uma área de grande importância ecológica e econômica. Embora ele
suporte os mais ricos recifes de coral do Atlântico Sul, a variação espacial e temporal da
concentração de fitoplâncton permanecem pouco conhecidos, bem como os processos dinâmicos
que controlam a sua variabilidade e os efeitos potenciais das alterações climáticas no seu
desenvolvimento. O presente estudo investiga as distribuições sazonais e espaciais de clorofila-a
(Chl-a) e as condições meteoceanográficas associadas por meio de dados de Chl-a nível 3
MODIS, ventos ETA, fluxos de calor NCEP e outros dados oceanográficos simulados pelos
modelos HYCOM e MIROC a fim de entender como os cenários previstos podem afetar a
concentração de clorofila-a. Os resultados mostram baixas/altas concentrações na primaveraverão/outono-inverno austral com maiores valores na porção norte do Banco de Abrolhos. As
condições meteorológicas e oceanográficas durante o verão austral favorecem o desenvolvimento
de uma forte estratificação. Essas condições são: 1) ventos N-NE favorecem uma circulação tipo
ressurgência de Ekman, 2) o acoplamento entre o oceano aberto e plataforma continental
favorece a ascensão de água fria subsuperficial na quebra de plataforma, 3) fluxo líquido positivo
de calor. Durante o outono ventos S-SE estão em direção oposta ao sistema de correntes
predominante sobre o Banco de Abrolhos, reduzindo sua velocidade e induzindo cisalhamento
inverso. O oceano ainda mais quente e uma atmosfera relativamente fria e seca promovem o
resfriamento evaporativo da camada superficial. Assim, a floração do fitoplâncton nas águas
sobre o Banco de Abrolhos parece ser regulada pela dinâmica da camada de mistura (MLD). Se
os cenários previstos favorecerem o aumento da estratificação, a concentração de Chl-a deverá
diminuir. Por outro lado, se o aprofundamento da MLD e turbulência associada for o cenário
mais provável, então o fitoplâncton deverá aumentar ou, no mínimo, se manter no nível atual.
76
LOCAL DYNAMICS INFLUENCE ON THE SEASONAL VARIABILITY OF
CHLOROPHYLL-A ON THE ABROLHOS E ROYAL-CHARLOTTE BANKS
Renato D. Ghisolfi*, Meyre P. da Silva, Ricardo N. Servino e Mahatma Fernandes
LabPosseidon - Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
*
[email protected]
The Abrolhos Bank is an area of high ecological and economic importance. Although it supports
the largest and richest coral reefs in South Atlantic and one of the largest rhodolith beds of the
world, the spatial and seasonal variation of phytoplankton concentration have remained poorly
known, as well the dynamical processes controlling its variability and the potential effects of
climate change on its development. The present study investigates seasonal and spatial
distributions of chlorophyll-a (Chl-a) and meteoceanographic conditions associated by analyzing
data of level-3 MODIS derived Chl-a, ETA winds, NCEP heat fluxes and other oceanographic
data derived from HYCOM and MIROC simulations to understand how the forecasted scenarios
might affect the Chl-a concentration. The results show low/high concentrations occurred in
austral spring-summer/autumn-winter with the highest values being observed in the northern
portion of the Abrolhos Bank. The meteorological and oceanographic conditions during austral
summer favor the development of strong stratification. These conditions are: 1) N-NE winds that
favor an upwelling-type Ekman circulation; 2) coupling between open ocean and continental
shelf through western boundary current that promoted the rise of cooler subsurface water into
shelf-break; 3) positive net heat flux. During autumn S-SE winds are in the opposite direction of
the predominant current system over the Abrolhos Bank, reducing their speed and inducing
inverse shear. The still warmer ocean and a somewhat cool and dry atmosphere promote the
evaporative cooling of the surface layer. The blooming of phytoplankton in the waters over the
Abrolhos Bank appears to be regulated by changes in mixed layer depth (MLD). If the predicted
scenarios favor the increasing of stratification then the Chl-a concentration should decrease. On
the other hand if the deepening of the MLD is likely to happen then the phytoplankton biomass is
expected to increase or, at least to remain at the present level.
77
VARIAÇÕES BIOGEOFÍSICAS NO SISTEMA COSTEIRO DA PLUMA DO RIO
AMAZONAS: RESULTADOS FINAIS E PERSPECTIVAS
Eduardo T. Paes*
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
*
[email protected]
As atividades de pesca na região costeira amazônica estão dirigidas principalmente aos recursos
demersais, sendo que já se verificam indícios de sobre-exploração em muitas das espécies. A alta
produção biológica e pesqueira da região costeira da Amazônia brasileira está associada aos
processos biogeofísicos controlados pela interação entre as descargas do rio Amazonas e de um
conjunto de pequenos estuários, bem como, pelo regime pluviométrico de três grandes bacias de
drenagem que deságuam na costa. Esses processos sofrem a influência, em maior escala, dos
fenômenos do tipo “El Nino-Oscilação Sul” e das anomalias do gradiente térmico entre o
Atlântico Norte e Sul. Durante dois anos de investigação na região de influência da Pluma do
Amazonas na plataforma continental do Amapá-Pará forma definidos os principais modos de
variação temporal e espacial das variáveis mais diretamente relacionadas à produtividade
biológica como: concentração de clorofila-a, e a temperatura superficial do mar, bem como os
índices de biomassa das principais espécies exploradas pela pesca, buscando-se estabelecer suas
inter-relações. Os resultados obtidos com a análise das séries temporais das variáveis
controladoras, na escala de bacia – média escala (vazão do rio Amazonas e pluviosidade) foram
comparados com os índices do ENSO e do gradiente meridional de TSM do Atlântico – grande
escala. Medidas de variáveis biofísicas resultantes de três cruzeiros de pesquisas foram
analisadas com o propósito de descrever as principais variações costeiras da pluma do Amazonas
e elaborar uma proposta de monitoramento a longo prazo da Plataforma Continental Norte. Este
projeto visa estabelecer e estruturar, a médio prazo, uma nova linha de pesquisa junto ao recém
criado Programa de Pós-graduação em Aqüicultura e Recursos Aquáticos Tropicais da
Universidade Federal Rural da Amazônia, em ecologia e oceanografia pesqueira da região
costeira da Amazônia brasileira com o propósito de estabelecer as influências das variações
climáticas sobre esses sistemas.
78
BIOGEOPHISICAL VARIATIONS IN THE COASTAL PLUME OF THE AMAZONAS
RIVER SYSTEM: FINAL RESULTS AND PERSPECTIVES
Eduardo T. Paes*
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
*
[email protected]
The fishing activities in the coastal Amazonian region are directed mainly to demersals resources
where indication of over-exploitation of many species can be verified. The large biological and
fishery production of the coastal Brazilian Amazonian region is associated with the
biogeophysical processes controlled by the interaction between the dumps of the Amazon River
and a small group of estuaries as well as by the rainfall of three large watersheds that recede in
the coast. In greater scale, these processes suffer influences from phenomena like “El NinoOsilação Sul” and the thermal gradient anomalies between the Atlantic North and South. During
two years of investigation in the region of influence of the Amazonian Plume in the continental
platform of Amapá-Pará, main temporal and spatial variation modes of variables directly related
to biological productivity like chlorophyll-a concentration, surface temperature of water, as well
as the indication of biomass of the main species exploited by fishery were defined in search of
establishing their inter-relationships. The results obtained with the analysis of the temporal series
of controlling variables in the scale of the basin- medium scale (river flow of the Amazonian
River and rainfall) were compared to the ENSO indicators and the meridional gradient of the
TSM of the Atlantic- large scale. As a result of three research expeditions, measurements of the
biophysical variables were analyzed with the intention of describing the main coastal variation of
the Amazonian Plume and a long-term monitoring proposal of the North Continental Platform
was elaborated. This project aims in structuring and establishing in a medium-term a new
research segment alongside with the recently created Graduate Program in Aquaculture and
Aquatic Resources in the Tropics at the Universidade Federal Rural da Amazônia. The new
research segment in ecology and oceanography fishery of the coastal region of the Brazilian
Amazon has the purpose of establishing the influences of climate variation in these systems.
79
CURRENT STATE KNOWLEDGE OF SANDY BEACH AND ESTUARINE TIDAL
FAUNA ALONG RIO DE JANEIRO COAST
Valéria Veloso1, Elianne Omena2,*, Phillipe Machado3 e Ilana Zalmon3
1-
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Depto. Biologia Marinha, IB, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
3Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF
*
[email protected]
2-
As part of the Climate Network from National Institute of Science and Technology for Climate
Change Events (INCT-MC), a National Benthic Monitoring Network (ReBentos) is reviewing
the current state of knowledge in regards to sandy beaches and estuarine tidal fauna along Rio de
Janeiro coast. The coastline of Rio de Janeiro is recognized as a very complex in terms of coastal
geomorphology, when observed the entire Brazilian coast. Different coastal sand barriers,
estuaries and an important delta (Paraiba do Sul) are the most representative habitats of the
littoral. Despite its economic role, supporting tourism and coastal development, sandy beaches
and estuarine tidal flats are under increasing pressure due to population increasing. This review
included 63 studies, most of them scientific papers published in international and national
journals. There is an uneven distribution of studies along the coast, with a high number at Rio de
Janeiro city. Open sandy beaches studies are about population dynamics and secondary
production of dominant species like sandhoppers (Emerita brasiliensis), ghost crabs (Ocypode
quadrata), cirolanids (Excirolana brasiliensis) and talitrids (Pseudorchestoidea brasiliensis).
Studies carried out in estuarine beaches are mainly focused on spatial and temporal distribution
of macrofauna along hydrodynamic and pollution gradients. Human impacts associated to
urbanization effect on beach macrofauna have been recently evaluated. During this review it was
found that available scientific knowledge about beach fauna from north and south coastline is
extremely limited. There is a need to conduct baseline research on the ecology of sandy beaches,
with special attention at northern coastline and between Cabo Frio and Rio de Janeiro, where
episodes of coastal erosion associated to storms waves are recorded. Appropriate management
and successful conservation of these coastal sedimentary habitats can provide high quality
recreation experiences and act as the primary buffer for storm and climate change events.
80
MUDANÇAS NA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E NAS TAXAS DE
RECRUTAMENTO DE INVERTEBRADOS DO ENTRE-MARÉS DURANTE
PASSAGENS DE SISTEMAS FRONTAIS NA COSTA SUDESTE DO BRASIL.
Áurea M. Ciotti, Peres, A.L.F., Mazzuco, A.C.A. e Christofoletti, R.A.
Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Centro de Biologia Marinha da USP
[email protected]
A região da plataforma continental interna próxima à ilha São Sebastião recebe intrusões de
massas de agua oceânicas como a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) e também massas de
água de origem costeira advectadas do sul cuja propagação é facilitada durantes sistemas
frontais. Durante 2012, foram realizadas coletas semanais, para a obtenção de dados físicoquímicos e concentração de clorofila-a nas classes de tamanho do micro, nano e
picofitoplâncton. No verão, os pulsos da ACAS pelo fundo do CSS, permitiram maior
porcentagem do microfitoplâncton, porém apenas igualando-o ao nanofitoplâncton. No inverno,
o nanofitoplâncton se sobressaiu. Investigamos também a variabilidade das taxas de
recrutamento de cracas e mexilhões em escala mensal e quinzenal, em associação a entradas de
ACAS e de sistemas atmosféricos frontais. As taxas de recrutamento de cracas foram maiores
durante períodos com fortes ventos de quadrantes N-E e menores durante as passagens de frentes
frias, devido a exposição a massas de agua oceânica durante as frentes. Mudanças no regime de
ventos e entradas de frentes frias portanto afetam a composição dos produtores primários, bem
como taxas de recrutamento de invertebrados responsáveis pela estruturação das comunidades
em costões rochosos.
81
MACROALGAS DO BRASIL COMO INDICADORES DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS:
CONDIÇÃO ATUAL E POSSÍVEIS CENÁRIOS
Paulo Horta*, Caroline de Faveri, Cintia Lhullier, Cintia Martins, Eduardo Bastos, Eduardo
Valduga, Everson Bianco, Fernanda Ramlov, Fernando Scherner, Leidson A. de Lucena,
Janayna Bouzon, Manuela Batista, Marina Sissini, Noele Arantes, Pablo Riul, Pamela Munoz,
Paola Sanches, Rafael de S. Almeida, Ronan Caetano, Talita Pinto, Ana C. Rodrigues, José B.
Barufe, Zenilda Bouzon, Marina Cabral e Leonardo Rorig
Laboratório de Ficologia, Departamento de Botânica, Universidade Federal de Santa Catarina
*
[email protected]
Nas últimas décadas se acentuam ao longo de nosso litoral alterações na fisionomia de inúmeros
ambientes, especialmente costeiros, que já apresentam redução de diversidade em áreas urbanas.
As causas destas alterações são de difícil explicação uma vez que o impacto de estressores locais,
como a poluição, se confundem com as mudanças relacionadas ao aquecimento do planeta e à
acidificação dos oceanos. Aqui apresentamos os esforços do grupo de Ficologia da UFSC e de
instituições parceiras que nos últimos anos, através de estudos integrados, dimensionaram os
impactos destas alterações ambientais complexas sobre o funcionamento, dinâmica de
populações, composição e estrutura de comunidades de algas marinhas bênticas. A reavaliação
da taxonomia de grupos chaves, utilizando ferramentas moleculares, alterou o padrão de
distribuição até então conhecido de algumas espécies, o que alterou nosso entendimento do papel
das condições macroambientais presentes em nosso litoral sobre a dispersão e eventual
isolamento de grupos específicos. Estudos de ecofisiologia, avaliando o sinergismo de três
fatores, têm evidenciado respostas distintas das esperadas tendo em vista o conhecimento
proporcionado até então por experimentos uni ou bi fatoriais. Neste contexto um maior aporte de
nutrientes, associado ao aquecimento e acidificação do meio, resultou na manutenção do
desempenho fisiológico de algas calcárias como Lithothamnion e Sonderophycus, enquanto que
em condições normais de temperatura ou de nutrientes, estas algas tiveram seu desempenho
fisiológico comprometido. Modelos gerados a partir da compilação da flora Brasileira reforçam a
possível ampliação da distribuição de táxons tropicais para áreas mais ao sul como já vem sendo
observado. Apesar dos esforços descritos o estudo isolado das macroalgas não nos permite
prever cenários futuros, por não considerarem interações biológicas. Estudos futuros devem
investir na avaliação destas interações considerando os ambientes
82
VULNERABILIDADE E ADAPTAÇÃO DE PESCADORES ARTESANAIS COM
TERRITÓRIOS SOBREPOSTOS A ÁREAS PROTEGIDAS MARINHAS
Luiz F. D. Faraco1,*, José M. A. Filho2, Paulo da C. Lana2 e Cristina F. Teixeira2
1
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Ministério do Meio Ambiente
Universidade Federal do Paraná
*
[email protected]
2
A vulnerabilidade dos pescadores artesanais do litoral do Paraná vem aumentando devido à
queda nas capturas e a problemas de gestão dos recursos naturais costeiros. Vivendo junto a
áreas de elevada biodiversidade, os pescadores são também afetados pelas restrições trazidas por
unidades de conservação de proteção integral. As alterações associadas às mudanças climáticas
funcionarão como fontes adicionais de impacto aos meios de vida dessas populações,
principalmente devido à acentuação da queda nas capturas, prevista para as regiões tropicais e
subtropicais. Uma série de fatores internos e externos, sociais e ecológicos, contribuem para
gerar condições diferentes de vulnerabilidade, e as estratégias de adaptação desenvolvidas na
atualidade para lidar com essas perturbações podem ser vistas como análogas de respostas
futuras. Este trabalho teve como objetivos caracterizar as diferenças na vulnerabilidade desses
pescadores aos efeitos previstos das mudanças climáticas e descrever qualitativamente e
quantitativamente as diferenças nas estratégias de adaptação adotadas e cogitadas nos domicílios,
de acordo com o nível de capacidade adaptativa em que se encontram, e quanto ao efeito sobre
elas das unidades de conservação. Foram amostrados 213 domicílios, distribuídos em 9 vilas, no
Complexo Estuarino de Paranaguá. Os resultados indicam que a vulnerabilidade varia entre as
vilas, e mesmo entre domicílios, e as diferenças são determinadas principalmente pelo nível de
dependência em relação à pesca, pelo capital físico disponível e pelo grau de participação dos
moradores em organizações comunitárias. As unidades de conservação afetam a vulnerabilidade
dos pescadores duplamente e de maneira diferenciada, restringindo tanto o meio de vida atual
quanto as opções de adaptação futura daqueles que já são mais vulneráveis. Os resultados dessa
análise serão úteis para a adequação e integração das políticas de adaptação às mudanças
climáticas, de gestão da pesca e de conservação da biodiversidade, contribuindo para promover a
resiliência conjunta de pescadores e ecossistemas costeiros.
83
8.1.4 PAINÉIS
PERCEPÇÕES SOBRE MEIO AMBIENTE E O MAR POR INTERESSADOS EM
ECOTURISMO MARINHO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA DE
ARMAÇÃO DE BÚZIOS, RJ, BRASIL. Alexandre de G. Pedrini1,*, Daniel S. da Brotto2, Marcela C. Lopes1, Luisa P. Ferreira1 e Natalia
P. Ghilardi-Lopes3
1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Veiga de Almeida
3
Universidade Federal do ABC
*
[email protected]
2
É imperativa a avaliação de concepções ambientais previamente à proposição de ações de
educação ambiental. Neste trabalho, 78 questionários foram preenchidos por interessados em
ecoturismo em Armação de Búzios, a respeito de seus conceitos sobre meio ambiente e meio
ambiente marinho. Os respondentes apresentaram na maioria 41 a 50 anos, nível superior e renda
de 1 a 4 salários mínimos. Aqueles originários da Região dos Lagos apresentaram o conceito
integrador com frequência significativamente mais baixa (Qui-quadrado, χ2 = 8,73, p < 0,5%)
que os demais. Não foi observada diferença significativa (χ 2 = 0,811, p > 5%) para a concepção
de meio ambiente entre os sexos. Verificou-se que a maioria dos respondentes (61%) não soube
conceituar apropriadamente o ambiente marinho. Foram observadas diferenças significativas
(p<5%) quanto à origem e sexo dos respondentes para este conceito. É urgente a implantação de
programas de Informação e Educação Ambiental, direcionados a todos os segmentos sociais
locais.
84
CLASSES GRANULOMÉTRICAS E INDÍCIOS DE EROSÃO COSTEIRA NAS PRAIAS
DA COSTA SUL E CENTRO SUL DE SANTA CATARINA
Andreoara D. Schmidt1,*, Norberto O. H. Filho1, Ulisses R. de Oliveira2 e Cristian N. Estevam1
1
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Universidade Federal do Rio Grande - FURG
*
[email protected]
2
Localizada no sul do Brasil, a costa do estado de Santa Catarina possui 538 km de extensão,
setorizado em cinco unidades, com praias e fisiografias diversificadas, decorrentes do intenso
dinamismo entre o oceano, o continente e a atmosfera, sobre uma costa rochosa e arenosa. Neste
contexto, observa-se a linha de costa constantemente modelada pela ação de ondas, correntes e
ventos. O objetivo deste trabalho é analisar a granulometria dos sedimentos praiais e os indícios
de erosão costeira para cada classe granulométrica do litoral Sul e Centro sul do Estado de Santa
Catarina. Foram realizadas coletas de amostras superficiais de sedimento na porção subaérea da
praia em 113 pontos, as quais foram submetidas a análise granulométrica padrão,
complementado pela obtenção de uma série de dados oceanográficos e ambientais, dentre os
quais o indício de erosão costeira. Os resultados indicam que do universo amostral, 91,2% das
amostras são compostas de areia fina e 8,8% de areia média, encontrada somente para o litoral
Centro sul. Por sua vez, índicos de erosão foram observados em 23 pontos do total amostrado.
Proporcionalmente, ao número das amostras coletadas, os indícios de erosão representam 20%
para a classe areia fina (média 2,44 phi) e 22% para praias de areia média (média 1,67 phi).
Percebeu-se que proporcionalmente tanto praias com tamanho de grão de areias finas ou medias
apresentam indícios de erosão, estando o mesmo relacionado principalmente com a supressão ou
modificação das características naturais das praias e/ou interface dunas, não estando a erosão
costeira associada a um determinado tipo granulométrico para o segmento analisado.
85
ANÁLISE DO BALANÇO DE CARBONO NO LITORAL NORTE DE SÃO PAULO,
BRASIL: CENÁRIOS FUTUROS PARA O AQUECIMENTO GLOBAL
Bruna F. Pavani1,*, Wilson C. de S. Junior1, Carlos E. N. Inouye1, Simone A. Vieira2 e Allan Y.
Iwama2
1
Engenharia de Infra-estrutura Aeroportuária – Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA
Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais – Universidade Estadual de Campinas - Unicamp
*
[email protected]
2
O armazenamento e sequestro de carbono estão ligados à função ecossistêmica de regulação do
clima, um dos processos ecológicos essenciais de suporte à vida. O principal objetivo deste
trabalho é comparar o armazenamento de carbono entre o cenário atual e cenários futuros com o
aumento da temperatura atmosférica devido às mudanças climáticas globais. Para tanto,
consideram-se as mudanças no uso e cobertura da terra (LULC) propostas em três cenários para
o Litoral Norte de São Paulo em 2030. Foi aplicado o módulo Carbon Storage and Sequestration
do modelo InVEST (The Natural Capital) que agrega a quantidade armazenada em cada
compartimento de carbono nas paisagens. Os valores encontrados nos cenários de
enquadramento legal (LE) e status quo (SQ) são semelhantes, respectivamente, 273.648 e
294.554 Mg para a redução da capacidade de armazenamento de carbono. No entanto,
considerando os novos empreendimentos na região (NE), a supressão da vegetação local é muito
maior e a perda ultrapassa 4.131.350 Mg. Inserindo o aumento da temperatura atmosférica, os
valores de perda no armazenamento de carbono tornam-se superiores a 3,7 milhões Mg para os
cenários de SQ e LE e alcança 7,2 milhões Mg para o cenário NE, demonstrando os impactos de
um aquecimento global iminente. Os resultados indicam uma liberação adicional preocupante de
carbono para a atmosfera, intensificando os efeitos negativos das mudanças climáticas.
Posteriormente, foi realizada uma avaliação econômica do balanço de carbono para os cenários
apresentados, de acordo com o preço de mercado de carbono para projetos de REDD e da taxa de
desconto do mercado financeiro. O modelo utilizado e as adaptações de pré-processamento
realizadas para aumentar a precisão dos dados de entrada permitiram gerar resultados passíveis
de utilização para políticas públicas relacionadas à adaptação às mudanças climáticas bem como
para objetivos de conservação de ambientes naturais.
86
INCORPORAÇÃO DA DIMENSÃO CLIMÁTICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO: ANÁLISE DE CASO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Bruno K. Sabbag1,*, Ana M. Nusdeo2 e Sônia M. F. Gianesella1,3
1
PROCAM - Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental/IEE/USP
Faculdade de Direito, USP
3
Instituto Oceanográfico, USP
*
[email protected]
2
A partir da publicação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, o Brasil tem publicado
inúmeras leis sobre o assunto, mas tem-se verificado dificuldades em sua aplicação. Apesar
disso, pouco se tem escrito com o objetivo de identificar os aspectos mais críticos que permitam
auxiliar a revisão e aprimoramento do marco jurídico-climático no país. O objetivo principal
deste estudo foi realizar uma análise crítica da Política Nacional sobre Mudança do Clima e mais
especificamente da Política sobre Mudança do Clima do Estado de São Paulo, a fim de avaliar se
o processo de incorporação da dimensão climática no ordenamento jurídico brasileiro, e em
especial no Estado de São Paulo, tem sido adequado e, em caso negativo, porque isso não
ocorreu. Apesar de terem sido identificadas mais de 100 leis do Brasil sobre mudança do clima, a
análise crítica limitou-se à legislação federal e paulista sobre o assunto. Também foram
levantados e analisados casos já levados ao Poder Judiciário. Os resultados da análise permitiram
verificar que os principais aspectos críticos dos marcos legais em nível nacional e estadual
apontam para a ausência de clareza na alocação de responsabilidades dos setores envolvidos.
Além disso, a lei paulista adotou uma meta de redução de emissões que tem se mostrado
inatingível, o que gera insegurança jurídica e prejudica a eficácia das normas. Finalmente,
algumas recomendações são apresentadas para o aprimoramento dos marcos legais.
87
FLUXO E DINÂMICA DO CO2 INORGÂNICO NOS SISTEMAS ESTUARINOS DE
CARAVELAS E DA BAIA DE GUANABARA
Carlos A. R. e Silva
Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Marinha, Programa de Pós-Graduação em Dinâmica
dos Oceanos e da Terra - DOT
[email protected]
O modelo econômico atual vem causando enormes efeitos ambientais, dentre estes está o
aumento da pressão parcial do CO2 na atmosfera que, consequentemente, aumenta pCO2 aquosa
no sistema marinho. Neste processo de dissolução, parte do CO2 reage com H2O resultando no
aumento da concentração de H+. Definimos como acidificação a queda nos valores do pH no
oceano, promovidas pela entrada do CO2 pela queima dos combustíveis fósseis; como também o
CO2 proveniente dos dejetos orgânicos despejados dentro das águas costeiras e estuarinas. As
fontes de CO2 inorgânico, os fluxos, e os mecanismos de transporte e transformação são
importantes questões que envolvem a mudança climática. Essa palestra relata valores de pH, da
alcalinidade total (AT), do estado de saturação da calcita (ΩCalc), do estado de saturação da
aragonita (ΩArag), do somatório do carbono inorgânico dissolvido (CIC), a pressão aquosa do
CO2 e o fluxo do CO2 nos estuários. Os procedimentos de coleta e de acondicionamento das
amostras de água para caracterização do sistema carbonato seguem o protocolo internacional.
Recentemente, as áreas costeiras tem chamado atenção devido aos fluxos do CO2. Os fluxos de
CO2 medidos pelos pesquisadores são motivados pelo efeito do CO2 no clima do planeta, na
acidificação do oceano e também para entender o papel das áreas costeiras no sequestro do CO2.
Independente da motivação, os valores gerados dos fluxos do CO2 entre a água e a atmosfera não
possuem exatidão. Isso se deve porque algumas constantes físicas fundamentais para o fluxo são
geradas em condições especiais em laboratório e não consideram todos os fatores que interferem
no fluxo do CO2. O estudo de caso da presente apresentação contempla os estuários de Caravelas
(BA) e Caceribú (RJ).
88
A GESTÃO PÚBLICA AMBIENTAL EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
MARINHO-COSTEIRA E OS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: ESTUDO
DO ECOSSISTEMA ESTUARINO SITUADO NA INTERFACE ENTRE A BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO URUSSANGA E A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
DA BALEIA FRANCA – SANTA CATARINA
Carlyle T. B. de Menezes*, Álvaro J. Back, Marta V. G. de S. Hoffmann e P. T. Pavei
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
*
[email protected]
Diante do cenário de alterações provocadas pelas mudanças climáticas, verifica-se a necessidade
de estudos mais aprofundados sobre os recursos hídricos, sobretudo devido a sua complexidade,
as regiões estuarinas. As mudanças climáticas intensificarão os impactos sobre a zona costeira e
a biodiversidade marinha, e aumentarão as atuais fontes de estresse, com a destruição de habitats
e perda de espécies. Neste trabalho foi realizado um estudo do estuário da Bacia Hidrográfica do
Rio Urussanga, município de Jaguaruna, Santa Catarina, que insere-se no interior de uma
importante unidade de conservação marinho-costeira, a Área de Proteção Ambiental da Baleia
Franca. Nessa área o transporte de poluentes oriundos de diversas atividades, sobretudo oriundos
de mineração de carvão, bem como os efeitos recorrentes de intensas chuvas, frequentes
inundações e elevação do nível do mar, com frequentes ressacas, têm provocado sérios prejuízos
humanos e materiais às populações residentes nessa região. Estes problemas são agravados pela
falta de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e uso adequado dos recursos naturais.
As transformações ocorridas nas últimas décadas na comunidade da Barra do Torneiro, situada
na região estuarina da Bacia do Rio Urussanga têm inviabilizado a atividade de pesca na região,
onde uma antiga comunidade de pescadores artesanais atualmente encontra-se bastante reduzida.
O estudo realizado permitiu conhecer aspectos necessários à formulação de políticas públicas
voltadas à mitigação dos impactos socioambientais. Neste contexto, a criação e o fortalecimento
de espaços especialmente protegidos, tais como unidades de conservação são importantes fatores
para a minimização e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. A gestão pública ambiental
por meio da participação da sociedade no Conselho Gestor da APA da Baleia Franca têm
contribuído nos últimos anos para a construção de um espaço e território dotados de melhores
condições para fazer frente às graves consequências das mudanças climáticas previstas para os
ambientes marinho-costeiros.
89
REGIMES PROBABILÍSTICOS DE COTA DE INUNDAÇÃO COSTEIRA DO BRASIL EXEMPLO DE APLICAÇÃO NO ARCO PRAIAL BARRA DA LAGOAMOÇAMBIQUE, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL
Charline Dalinghaus1,*, Paula G. da Silva1, Mariela Muler1, Rafael S. V. de Camargo1, Michel F.
V. Prado1, Matheus de A. Bose1, Omar Gutiérrez2, Mauricio González2, Antonio Espejo2, Ana
Abascal2 e Antonio H. F. Klein1
1
Laboratório de Oceanografia Costeira, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Environmental Hydraulics Institute “IH-Cantabria”, Universidad de Cantabria
*
[email protected]
2
Este trabalho apresenta um exemplo de aplicação da metodologia de cálculo de nível instantâneo
do mar (maré meteorológica + maré astronômica) e cota de inundação (nível instantâneo +
runup), referentes ao período de retorno de 50 anos para os extremos do arco praial Moçambique
- Barra da Lagoa, proposta pelo documento "Regimes Probabilísticos de Cota de Inundação
Costeira do Brasil". A cota de inundação foi calculada com base no runup superado por 2% das
ondas incidentes, levando em conta a declividade da praia e da antepraia, rugosidade e
permeabilidade. Verificou-se que o nível instantâneo do mar atingiu o valor de 1,37 metros nos
dois extremos do arco praial. Os resultados de cota de inundação apontaram valores de 2,9
metros e 4,8 metros para a Barra da Lagoa e Moçambique, respectivamente. Apesar de
apresentar menores valores de cota de inundação, a área inundada na porção da praia da Barra da
Lagoa atingirá a área urbana do local, uma vez que esta apresenta um terreno com menor
declividade (tanβ= 0.00452513) e sem dunas. Enquanto na praia do Moçambique, mesmo com
maior valor de cota de inundação para o período de retorno de 50 anos, a elevação do nível da
água não atingirá áreas urbanas, ficando restrita a zona de dunas.
90
BRAZILIAN LONG TERM ECOLOGICAL RESEARCH: LESSONS LEARNED FROM LONG
TERM STUDIES IN THE PATOS LAGOON ESTUARY AND ADJACENT COAST
Clarisse Odebrecht, José H. Muelbert, Paulo C. O.V. de Abreu, André L. Colling, Margareth da S.
Copertino*, Elisa H. L. Fernandes, Carlos A. E. Garcia, Osmar O. Möller, Eric Muxagata, Eduardo R.
Secchi e João P. V. Sobrinho
Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande - FURG
*
[email protected]
Southern Brazil is one of the extratropical regions most affected by ENSO regime, with a strong signal in
the El Niño, marked by warmer periods and precipitation anomalies. In the coastal plain of the region, a
dominant feature is the Patos-Mirim Lagoon complex (∼14,000 km2), which is receives water from a
200.000 km2 drainage basin. The estuary of the Patos Lagoon presents high biological productivity and
at the same time is host of important port and industrial activities. The estuarine biology and hydrology
has been studied since the 19th century and systematic studies were conducted in the last 20 years, with
continuous and daily sampling frequencies for abiotic environmental parameters, and weekly, monthly to
seasonal for biological components. The estuary and adjacent coast has been a SITE (∼1,500 km2) of the
Brazilian Long Term Ecological Research (LTER) since 1999. The studies demonstrated that this estuary
is a river-dominated system, with peaks of river discharge associated with El Niño episodes (negative El
Niño Southern Oscillation, ENSO), when rainfall significantly increases in the region. Low discharge
periods, on the other hand, occur during drought years (La Niña). These phenomena have direct
influence on salinity variations in the estuary, with low values recorded during El Niño and high saltwater intrusion during La Niña years. Salinity variation influences sediment dynamics and
physicochemical water characteristics, inducing significant biological changes and ecological responses.
For instance, species composition, abundance and biomass of phytoplankton, zooplankton, benthic flora
and macrofauna and the recruitment of resident and estuarine dependent fish in the estuary are all
affected by ENSO. ENSO also causes significant changes in commercial fisheries of the mullet Mugil
liza and the pink shrimp Farfantepenaeus paulensis with important economic and social impacts, while
top predators seem to be more resilient to ENSO effects at local scale. Projections of anthropogenic
climate change models indicate increase in frequency of ENSO episodes in near future, and increasing
temperature, precipitation and fluvial discharge for Southern South America. Therefore, our long-term
results provide a solid basis to foster vulnerabilities and modelling studies, about the impacts of climate
changes on Patos Lagoon estuarine system.
The sinthesis is part of the Brazilian Long Term Ecological Research (LTER), sponsored by CNPq.
CAPES and CNPq provided support to many projects, thesis and dissertations.
91
MEXILHÕES: AVALIANDO E FOMENTANDO A PARTICIPAÇÃO SOCIAL CONCILIADA
A MITILICULTURA
Daniel S. Brotto1,*, Marcia E. Capello1, Lucilia R. Tristão1 e Marli C. Wiefels2
1
Universidade Veiga de Almeida
Universidade Federal Fluminense
*
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2
Não obstante as suas vocações naturais serem a pesca artesanal, a mitilicultura e o turismo, o
bairro de Jurujuba tem enfrentado desde a década de 80 uma “onda” de problemas. A vila de
pescadores deu lugar a um bairro onde se misturam restaurantes de frutos do mar, enlatadoras de
pescado falidas, mitiliculturas, clubes náuticos e uma comunidade bastante variada,
predominantemente de baixa renda. Não obstante as condições questionáveis das águas da
enseada de Jurujuba, a mitilicultura despontou como importante atividade econômica na região
em fins da década de 80 e inicio de 90. Este projeto de extensão visa avaliar a percepção sócioambiental de atores sociais, os meios de produção que dependam dos ecossistemas costeiros, a
existência e a eficácia das políticas sócio-ambientais implementadas na região, assim como a
proposição da adequação dos sistemas de produção e formas de aproveitamento das conchas
residuais, fomentando a percepção da situação sócio-ambiental presente, visando a emancipação
social dos cidadãos e a promoção da saúde e diversidade cultural. As ações têm como público
alvo os estudantes do ensino médio de um colégio da rede pública localizado no bairro, além de
atores sociais envolvidos com a mitilicultura, inicialmente, buscou-se identificar o perfil,
demandas, pontos críticos e potenciais deste público alvo, para a posterior elaboração e
desenvolvimento de ações em educação ambiental e transmissão de conteúdos específicos
referentes a adequação da mitilicultura e o aproveitamento das conchas residuais. Para isso vem
sendo desenvolvidas oficinas, palestras e trabalhos de campo com os temas avaliação ambiental e
comunidades bênticas com os alunos do colégio, e em paralelo vêm sendo realizadas
observações e entrevistas para a aquisição de informações que possam ser utilizadas na descrição
da atividade da mitilicultura na região para a idealização de ações focadas na otimização do
processo produtivo e o aproveitamento das conchas.
92
ESTUDO DA VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DOS PARÂMETROS FÍSICOS
DA ÁGUA DO MAR CORRELACIONADOS COM O BRANQUEAMENTO DE CORAIS
NO OCEANO ATLÂNTICO SUL
Danilo Lisboa* e Ruy K. P. Kikuchi
Universidade Federal da Bahia
Grupo de Pesquisa em Recifes de Corais e Mudanças Globais RECOR
*
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Extensivas investigações acerca dos efeitos das mudanças climáticas no ambiente marinho
apontam para o aumento da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) como provável causa
principal do branqueamento dos corais, perda da relação simbiótica entre o coral e suas
zooxantelas. Entretanto, outros parâmetros da água do mar, como turbidez e quantidade de luz
disponível, exercem papéis secundários, mas reconhecidamente importantes na determinação da
extensão e severidade dos eventos de branqueamento. Portanto, nesta pesquisa dados de
sensoriamento remoto com resolução espacial de 4 Km de TSM, concentração de clorofila,
coeficiente de atenuação difusa da luz (Kd-490) e radiação fotossintetizante (PAR) dos bancos
de dados OSTIA (Operational Sea Surface Temperature and Sea Ice Analysis) e MODIS
(Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) foram analisados no Oceano Atlântico Sul
Ocidental no período de 1985 à 2012. Desta forma, buscou-se gerar embasamento teórico acerca
das condições físico-químicas da água do mar que forçam o branqueamento dos corais. Doze
estações virtuais, agrupadas em três áreas, foram escolhidas para se investigar o comportamento
anômalo dos parâmetros através da análise de séries de anomalias e da Transformada Rápida de
Fourier (TRF). Além disso, foram gerados diagramas Hovmoller (longitude x tempo) das
anomalias buscando observar seus padrões de propagação espaço-temporal. As análises das
séries e dos diagramas detectaram três períodos com fortes anomalias positivas: 1988, 1998 e em
torno do ano de 2010. Em algumas estações foram detectados picos de alta energia nas análises
de TRF das anomalias indicando a presença de sinais anômalos com períodos interanuais. Os
métodos e os dados utilizados nesta pesquisa mostraram-se de grande utilidade na investigação
qualitativa de comportamentos anômalos dos quatro parâmetros para o período e locais
estudados.
93
EFEITOS DA ACIDIFICAÇÃO NA ESTRUTURA E ULTRAESTRUTURA FOLIAR DE
HALODULE WRIGHTII (CYMODOCEACEAE)
Geniane Schneider*, Camilla R. A. da Silva, Isabel Brandalise, José B. Barufi e Ana C.
Rodrigues
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
*
[email protected]
O aumento do CO2 na atmosfera tem causado acidificação dos ambientes aquáticos. Até o final
do século espera-se uma redução de 0,3 a 0,4 unidades no pH dos oceanos. Halodule wrightii é
uma das cinco espécies de angiospermas marinhas presentes no litoral brasileiro. Vive totalmente
submersa e apresenta importantes associações com outros organismos. A fim de verificar os
efeitos da acidificação, H. wrightii foi cultivada em mesocosmos durante trinta dias em
diferentes valores de pH. Os tratamentos consistiram em reduzir, por meio da adição de CO2 na
água, 0,3, 0,6 e 0,9 unidades no pH em função dos valores obtidos no ambiente natural
(controle). Amostras da folha foram coletadas no 1º, 15º e 30º dia do experimento para análises
estruturais quantitativas e qualitativas em microscopia de luz, incluindo também análises
ultraestruturais na coleta do 30º dia. Quantitativamente, através de metodologia usual em estudos
de anatomia vegetal, foram analisadas largura e espessura da folha, do mesofilo e da epiderme.
Qualitativamente foram analisados, através de testes histoquímicos, presença de proteínas,
polissacarídeos ácidos e neutros. Os resultados quantitativos foram analisados estatisticamente
utilizando ANOVA, seguida de teste de separação de médias (SNK). Os resultados mostraram
que no 30º dia as larguras das folhas foram significativamente menores nas amostras do controle
e dos tratamentos -0,3 e -0,6 em relação ao -0,9. No 15º todos foram iguais estatisticamente,
exceto pelo tratamento -0,6 que foi maior que o controle. No 1º dia o tratamento -0,9 foi maior
que o controle e -0,6. Para os demais parâmetros analisados o tratamento -0,3 no 30º dia foi
significativamente igual ao controle e tratamento -0,6, diferindo do -0,9 . As análises qualitativas
estruturais e ultraestruturais, incluindo testes histoquímicos, até o momento, não apresentaram
variações visuais entre controle e demais tratamentos, porém essas análises ainda estão sendo
realizadas. Os resultados preliminares do presente estudo indicam que H. wrightii tolera as
diferentes variações de CO2 testadas no experimento, pois apesar das respostas significativas de
alguns aspectos quantitativos, a estrutura e ultraestrutura da folha não exibiram grandes
mudanças entre o controle e os referidos tratamentos.
94
PHOTOSYNTHESIS
AND
BIOCHEMICAL
COMPOSITION
OF
THREE
MEDITERRANEAN MACROALGAE UNDER A CLIMATE CHANGE SCENARIO:
EXPERIMENTAL APPROACH
José B. Barufi1,*, Félix L. Figueroa2, Rafael Conde-Álvarez2, Udo Nitschke3, Francisco Arenas4,
Mayte Mata2, Solène Connan5,6, M. Helena Abreu7, Erik-J. Malta8, Ronny Marquardt9, Fátima
Vaz-Pinto4, Talina Konotchick10, Paula Celis-Plá2, Maibe Hermoso2, David López2, Gema
Ordoñez2, Esther Ruiz2, Pauli Flores2, Jesús de los Ríos2, Dara Kirke3, Fungyi Chow11, Cristina
A.G. Nassar12, Daniel Robledo13, Ángel Pérez-Ruzafa14, Elena Bañares-España15, Marianela
Zanolla15, María Altamirano15, Carlos Jiménez2, Nathalie Korbee2, Kai Bischof16 e Dagmar B.
Stengel3
1
Departamento de Botânica, Universidade Federal de Santa Catarina
Departmento of Ecología, Facultad de Ciencias, Universidad de Málaga
3
Botany and Plant Science, School of Natural Sciences, Ryan Institute for Environmental, Marine and Energy
Research, National University of Ireland Galway
4
CIIMAR/CIMAR - Interdisciplinary Centre of Marine and Environmental Research, University of Porto
5
Photobiotechnology, INTECHMER, Conservatoire National des Arts et Métiers
6
CNRS, GEPEA, UMR6144, Boulevard de l’Université
7
ALGAplus Ltd – R&D Department
8
Centro IFAPA Agua del Pino, Crtra. El Rómpido – Punta Umbría
9
Department Aquaculture, Fraunhofer Institution for Marine Biotechnology
10
Environmental & Microbial Genomics Department, J. Craig Venter Institute
11
Department of Botany, University of São Paulo
12
Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
13
CINVESTAV-IPN, Unidad Mérida
14
Departamento de Ecología e Hidrología, Facultad de Biología, Campus de Excelencia Mare Nostrum, Universidad
de Murcia
15
Departamento de Biología Vegetal, Facultad de Ciencias, Universidad de Málaga
16
Marine Botany, Bremen Marine Ecology Centre for Research and Education, University of Bremen
2
Short-term effects of increased pCO2 (700 ppm vs 390 ppm) at different nitrogen levels (50 µM
vs 5 µM nitrate) on photosynthetic activity, energy dissipation, protein and total fatty acid
contents, photoprotectors and their antioxidant activities, calcification and C:N ratios were
analyzed in three eulittoral Mediterranean macroalgae with different carbon assimilation
efficiencies and bio-optical characteristics: Ulva rigida (Chlorophyta), Cystoseira tamariscifolia
(Heterokontophyta) and Ellisolandia elongata (Rhodophyta). After cclimation to different pCO2
and nitrogen conditions for six days, the algae were submitted to a 4 oC temperature increase for
three days. C. tamariscifolia presented the highest maximum quantum yield (Fv/Fm) and
productivity (as ETRmax) under all treatments, followed by U. rigida and E. elongata. Increased
temperature and pCO2 produced alterations in the photosynthetic pattern and biochemical
composition of the three macroalgae: the ETRmax decreased showing a photosynthetic
acclimation pattern as shade-type algae. No effects on calcification of E. elongata were
observed. U. rigida was most affected by increased pCO2 and temperature followed by C.
tamariscifolia and E. elongata. In U. rigida, the reduction in productivity (ETRmax) was also
affected by the decrease in nitrate seawater concentration; oligotrophication could thus increase
the vulnerability of this species to climate change. Soluble protein content was positively related
to phenolic compounds in C. tamariscifolia and U. rigida whereas total fatty acid content
increased with temperature and was positively related to polyphenol content, indicating a
potential link between primary and secondary metabolism. The functional pattern of the three
macroalgae in response to the pCO2, nitrogen and temperature regime may be explained in terms
of their bio-optical characteristics, ETRPSI:ETRPSII ratios, ETRmax/NPQmax ratios, antioxidant
activity of polyphenols and energy dissipation mechanisms (in C. tamariscifolia, the main energy
95
dissipation under high pCO2 is as Y(NPQ) through xantophyll cycle whereas in U. rigida was the
Y(NO) as constitutive thermal dissipation).
96
ESTRUTURAÇÃO DAS COMUNIDADES DE MACROALGAS NO MESOLITORAL
ROCHOSO DA REGIÃO SUL DO ATLÂNTICO SUL OCIDENTAL
Karine M. Steigleder*, Marianna Lanari e Margareth S. Copertino
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica, Instituto de Oceanografia. Universidade Federal do Rio
Grande – FURG
*
[email protected]
As condições climáticas e oceanográficas do Sul do Brasil condicionam uma zona biogeográfica
marinha temperada-quente, com redução da disponibilidade de costões rochosos e
empobrecimento da diversidade das macroalgas em direção ao sul. A deficiência de informações
atualizadas sobre estas comunidades impossibilita avaliar as possíveis modificações na
biodiversidade, causadas por impactos antropogênicos e mudanças climáticas globais. O presente
estudo objetiva avaliar a composição e abundância das comunidades de macroalgas em
substratos consolidados da região Sul do Atlântico Sul Ocidental, em função do gradiente
latitudinal e características do substrato. A composição e abundância das macroalgas foram
estudadas em costões de Imbituba, Itapirubá (SC), Torres, Rio Grande (RS) e La Coronilla
(Uruguai), distribuídos em 700 km de litoral (entre 28˚13΄28,84˝S; 48˚39΄40,76˝W até
33˚56΄37,59˝S; 53˚30΄26,92˝W) em maio de 2013. Em cada local as macroalgas foram
amostradas em até dois costões rochosos (exposto e protegido), ao longo de três transversais
perpendiculares à costa, na zona mesolitoral. O percentual de cobertura das algas (táxons e
grupos morfofuncionais) foi quantificado in situ dentro de quadrados gradeados (20cm2; 400
x1cm²), e posteriormente através de análises de imagens digitais (fotoquadrados). Os resultados
indicam que os taxons dominantes na região foram Ulva spp, Corallina sp, Jania sp e Pyropia sp
(Porphyra sp). Resultados da Análise de Coordenadas Principais (PCoor) evidenciaram um
gradiente latitudinal, com diferenças significativas entre locais quanto a composição das espécies
(ANOSIM, R2 = 0,58; p < 0,0001). Embora a posição geográfica tenha sido o principal fator no
agrupamento das comunidades, os costões de Santa Catarina e Uruguai apresentaram alta
similaridade nos grupos morfofuncionais. Temperatura e salinidade média sazonal, associadas
com outras características hidrológicas, explicam em parte as diferenças encontradas entre locais.
Adicionalmente, grau de exposição às ondas, índice de rugosidade e declividade do substrato
podem ser fatores significativos nos padrões de zonação vertical. Os resultados sobre a
composição das espécies serão comparados com dados pretéritos compilados, visando detectar
possíveis modificações na biodiversidade, ocorridas nos últimos 30 anos.
97
SAZONALIDADE NO RECRUTAMENTO DE PHRAGMATOPOMA CAUDATA
(POLYCHAETA: SABELLARIIDAE) EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NA COSTA
SUDESTE DO BRASIL: PICO NAS ESTAÇÕES CHUVOSAS
Larisse Faroni-Perez
Núcleo de Estudos do Mar, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina
[email protected]
Poliquetas da família Sabellariidae são organismos biomineralizadores, com estágio adulto séssil
e tubícola. Algumas espécies de sabelarídeos constroem substratos biogênicos na entremarés em
consequência do local de assentamento ser induzido pelo cimento secretado por organismos préestabelecidos. Diante desta peculiaridade de criar substratos tridimensionais, estes poliquetas são
classificados como engenheiros de ecossistemas. Na costa brasileira, o sabelarídeo
Phragmatopoma caudata apresenta ampla ocorrência geográfica nas zonas entremarés. Embora a
espécie seja amplamente estudada no âmbito morfológico e da fauna associada, pouco se
conhece sobre a estrutura populacional destes poliquetas. Com o objetivo de avaliar o
recrutamento juvenil, a população de P. caudata no Parque Estadual Xixová-Japuí, Estado de
São Paulo foi examinada para verificar possível existência de padrão sazonal na abundância de
juvenis. Durante dois anos (fev/2007 à jan/2009), a população foi amostrada mensalmente com a
utilização de um core de 3,45 cm2, inserido até 15 cm de profundidade. Cada estação sazonal
considerada por este estudo compreende três meses consecutivos, de modo a cobrir as duas
maiores estações anuais; chuvosa e seca. Todos os indivíduos amostrados foram contabilizados e
tiveram o comprimento da coroa opercular mensurados para classificação etária (adulto/juvenil).
As análises estatísticas revelaram existir variação significativa na composição juvenil entre as
estações chuvosa e seca. Apesar da presença de juvenis em meses de seca, as estações chuvosas
contemplaram mais de 90% dos juvenis amostrados. A passagem dos sistemas frontais nos meses
de seca pode ser a dirigente das baixas taxas de recrutas, e a elevada biomassa fitoplanctônica
nas estações chuvosas pode ser a dirigente das altas taxas de recrutas na estação. Portanto, o
padrão sazonal de juvenis observado pode estar relacionado com fatores biológicos (e.g.
produção de gametas e ciclo de vida) e abióticos (e.g. suprimento alimentar e sistemas frontais).
98
EFEITO DO AUMENTO DA TEMPERATURA DA ÁGUA SOBRE O CRESCIMENTO
DOS CORAIS CONSTRUTORES DOS RECIFES DA BAHIA – ESTUDO
EXPERIMENTAL COM O CORAL ENDÊMICO MUSSISMILIA BRAZILIENSIS
VERRIL 1868
Mariana M. Silva*, Marília D. M. Oliveira, Zelinda M. A. N. Leão e Ruy K. P. Kikuchi
Laboratório de Estudo dos Recifes de Corais – RECOR, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia,
Inct Ambtropic
*
[email protected]
O aumento da temperatura da superfície do mar, impulsionado pelas mudanças das condições
climáticas globais, tem sido apontado como um dos principais fatores que afetam a vitalidade
dos corais, causando branqueamento e redução do seu crescimento. Diante disso, um experimento
manipulativo em aquários foi realizado para avaliar o efeito do aumento da temperatura da água
sobre o crescimento do esqueleto do coral Mussismilia braziliensis. Dezoito colônias do coral,
medindo de 5 a 8 cm de diâmetro, foram coletadas no recife Pedra de Leste, no arco costeiro de
recifes de Abrolhos. Com estas colônias foram formados três grupos experimentais. As
temperaturas utilizadas tiveram como base as médias anuais e sazonais da temperatura da
superfície da água do mar de Abrolhos. O crescimento das colônias foi mensurado pela medida
direta do esqueleto dos corais marcados com Alizarina sódica após 22 semanas de experimento.
A exposição dos exemplares do grupo controle, à temperatura da água de 26°C, resultou em uma
maior extensão linear média dos septos (2,6846 ± 0,5513 mm) e das regiões interseptais (1,5412
± 0,6636 mm). O grupo submetido à temperatura de 28°C, por oito semanas, resultou na redução
na extensão linear média dos septos (25,11%) e das regiões interseptais (25,32%), enquanto que
para os exemplares expostos a 30°C, por cinco semanas, foi verificado uma redução significativa
na extensão linear média dos septos (35,91%) e das regiões interseptais (58,84%). Isso sugere
que a espécie M. braziliensis apresenta uma alta sensibilidade ao estresse térmico e, portanto, uma
baixa tolerância às elevações anômalas das águas oceânicas, sendo vulnerável às mudanças
climáticas globais. Combinando esses dados com as previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas o aumento da temperatura da água pode afetar diretamente a extensão linear do coral
M. braziliensis podendo comprometer a manutenção e a vitalidade dos recifes de corais da Bahia.
99
METODOLOGIA PARA QUANTIFICAÇÃO DE RISCOS COSTEIROS E PROJEÇÃO
DE LINHAS DE COSTA FUTURAS COMO SUBSÍDIO PARA ESTUDOS DE
ADAPTAÇÃO DAS ZONAS COSTEIRAS DO LITORAL NORTE DA ILHA DE SANTA
CATARINA E REGIÕES DE ENTORNO
Mariela Muler1,*, Rafael S. V. de Camargo1, Michel F. V. Prado1, Ronaldo dos S. Rocha2,
Marina Borges1, Matheus de A. Bose1, Guilherme V. da Silva3, Paula G. da Silva3, Charline
Dalinghaus1, Jarbas Bonetti1 e Antonio H. da F. Klein1
1
Laboratório de Oceanografia Costeira – LOC, Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC
2
Departamento de Geodésia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
3
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
*
[email protected]
Este trabalho apresenta resultados preliminares da avaliação de metodologia para quantificação
de riscos costeiros relativos ao aumento do nível do mar, grandes tempestades e galgamentos
oceânicos, assim como projeção de linhas de costa para quantificação e integração dos perigos
para o litoral norte da Ilha de Santa Catarina e áreas adjacentes. Como resultados, tem-se o
mapeamento dos referenciais de nível em operação na área estudada e a verificação da precisão
das bases cartográficas oficiais (SPU e IPUF). De acordo com Legislação Cartográfica
Brasileira, concluiu-se que a qualidade da base cartográfica de Florianópolis é compatível com a
Classe B do PEC (Padrão de Exatidão Cartográfica). Resultados parciais referentes às primeiras
análises da variação da linha de costa do norte e leste da ilha (11 praias – período 1957 a 2012)
apontam predominância de retração (84% da linha de costa). Taxas variam de -7,43m/ano
(retração) a 5,57m/ano (progradação), com média de -0,35m/ano. Algumas praias estão retraindo
em toda sua extensão, enquanto outras apresentam trechos intercalados de progradação, podendo
isto estar indicando bypassing de sedimento ou rotação praial. Estão em análise dados de perfis
praiais realizados com receptor GNSS (RTK) a cada 200m nas praias da área de interesse e
sedimentos coletados em até quatro pontos por perfil (antepraia, face praial, pós-praia e dunas).
Outros resultados preliminares referem-se ao levantamento batimétrico de detalhe que vem
sendo realizado, no qual medidas de profundidade são tomadas por método interferométrico
(aliado a imageamento do fundo marinho). Realizou-se também estudos de simulações de nível
d’água, inundação costeira e de cenários de propagação de ondas para dimensionamento do
fundeio de três ADCPs. Os produtos finais do projeto serão mapas de risco, com indicações da
localização da linha de costa nos próximos 5, 10, 25 e 50 anos, a serem disponibilizados como
subsídio para estudos de adaptação de zonas costeiras.
100
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E DE USO DA TERRA E SEUS IMPACTOS NOS
MANGUEZAIS DO ESTUÁRIO DO RIO JAGUARIBE-CE
Mario D. Pinto Godoy* e Luiz D. de Lacerda
Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará
*
[email protected]
O rio Jaguaribe drena a maior bacia hidrográfica do Ceará e possuí 87 açudes de médio e grande
porte utilizados para a manutenção de diversas atividades humanas. As previsões feitas pelo
IPCC para essa região são de uma diminuição de 10% a 30% do runoff continental devido à
diminuição das chuvas. O objetivo do estudo foi verificar mudanças climáticas dentro da bacia
hidrográfica do Rio Jaguaribe e a resposta do manguezal às alterações que ocorrem na bacia. Foi
feito um levantamento histórico das estações de pluviosidade nas sedes dos municípios da bacia
hidrográfica para a criação de um mapa de tendência de chuvas, foi feito também um
mapeamento dos manguezais com uma série histórica de imagens Landsat 5 dos anos de 1992
até 2010 onde foi realizada uma classificação supervisionada por máxima verossimilhança. O
mapeamento das áreas de manguezais no estuário do Rio Jaguaribe não mostrou grandes
mudanças na área dessa vegetação, em 1992 a área de manguezal era de 7 km² e em 2010 era de
7,30 km², no entanto, a distribuição da vegetação dentro do estuário mudou bastante ao longo
dos anos; no início do mapeamento os manguezais não alcançavam a cidade de Aracati (15 km
da foz do rio) e atualmente podem ser encontrados em locais próximos à cidade de Itaiçaba (25
km da foz). Outro estudo mostrou que as ilhas estuarinas possuem um papel importante no
aumento das áreas de manguezal, esse estudo calculou um crescimento de 24,15 hectares entre
1988 e 2010. Também foi descoberto que 48 municípios na bacia possuem uma tendência
negativa de chuvas anuais e somente 10 possuem uma tendência positiva. Essa diminuição das
chuvas, juntamente com as barragens e alterações no uso da terra podem explicar o acúmulo de
sedimento no estuário e o avanço do manguezal.
101
EFFECT OF HIGH CO2 ON PHOTOSYNTHESIS AND BIOCHEMISTRY OF
CALCIFYING VERSUS NON-CALCIFYING SEAWEEDS FROM CABO DE GATANÍJAR NATURAL PARK (SOUTHERN IBERIAN PENINSULA)
Nathalie Korbee1,*, Nelson P. Navarro2, Marta García-Sánchez3, Paula Celis-Plá1, Endika
Quintano4, Margareth da S. Copertino5, Are Pedersen6, Rodrigo M. Zeidan7, Ravirajan
Mangaiyarkarasi8, Angel Pérez-Ruzafa3, Félix. L. Figueroa1 e Brezzo Martínez B.9
1
Department of Ecology, Faculty of Science, University of Málaga, Málaga, Spain
Faculty of Science, University of Magallanes, Punta Arenas, Chile
3
Department of Ecology and Hidrology, Faculty of Biology, University of Murcia, Murcia, Spain
4
Department of Plant Biology and Ecology, University of the Basque Country, Bilbao, Spain
5
Institute of Oceanography, Federal University of Rio Grande-FURG
6
Norwegian Institute for Water Research, Department of Marine Biology, Oslo, Norway
7
Department of Botany, Institute of Biology, Federal University of Rio de Janeiro
8
Plant Biology and Biotechnology,CKN College Thiruvalluvar University INDIA
9
Biology and Geology Department, Rey Juan Carlos University, Móstoles, Spain
*
[email protected]
2
The short-term effect of CO2 enrichment on the ecophysiology of three key species of the
Mediterranean Coast were analysed. We compared the response of non-calcified (brown
Cystoseira tamariscifolia) versus calcified (brown Padina pavonica and red Ellisolandia
elongata) marine macroalgae. The two calcified species had different types of calcification:
while P. pavonica is light calcified with aragonite, E. elongata is a calcareous form with
magnesium calcite. The species were incubated in situ, aerated with air at 1) ambient pCO2 and
2) under the pCO2 predicted by the end of the 21st century (700 µatm). The effect of pCO2 on
photosynthesis, photosynthetic pigments, photoprotection mechanisms, an internal C and N
content were analysed, before and after exposure to treatmens. To our knowledge, it is the first
study to evaluate the effect of CO2 on algal photoprotective compounds. Higher net
photosynthesis was found in P. pavonica under high CO2, than under ambient CO2. The opposite
response occurred in C. tamariscifolia. The effect of pCO2 on photosynthesis was less evident in
E. elongate, but this alga increased photoprotective pigments with high antioxidant capacity. The
brown algae showed activation of the non-photochemical quenching mechanism (heat
dissipation) under high CO2, indicating a higher photoprotective capacity. The results indicated
that in very shallow areas with dense vegetation and rockpools, the effect of anthropogenic CO2
on marine communities can be counteracted by algal photosynthetic carbon uptake, which causes
a rise in pH. The marked differences in the physiological responses between the species to
elevated pCO2, related to their biochemistry and morphological features, may represent a future
shift in their relative dominance (calcareous vs non-calcareous algae). Together with other
studies, the present results support the idea that ccertain calcified phaeophyta can being amongst
the ecological “winners” under ocean acidification.
102
ESTRUTURA DOS BANCOS DE RODOLITOS EM UMA REGIÃO DO LITORAL
NORTE DA BAHIA, BRASIL
Neilton A. Andrade1, Augusto Minervino-Netto2 e José M. de C. Nunes3,*
1
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal, Universidade do Estado da Bahia
Instituto de Geociências, Universidade do Estado da Bahia
3
Instituto de Biologia, Universidade do Estado da Bahia
*
[email protected]
2
A elevada riqueza da flora e fauna marinha da plataforma continental brasileira é em muitos
casos atribuída à grande disponibilidade de substrato consolidado, tem-se verificado em grandes
extensões da plataforma continental a existência de fundos representados por concreções de algas
calcárias e extensos bancos de rodolitos. A carência de estudos sobre a biota do litoral baiano
aliada à crescente expansão econômica em que a Bahia se encontra, principalmente na região
costeira, faz-se necessário um maior número de estudos sobre os organismos marinhos. O
presente trabalho teve como objetivo estudar os rodolitos de uma região do infralitoral do Litoral
Norte da Bahia. Analisaram-se os rodolitos verificando a densidade, dimensão e volume, e flora
associada para cada profundidade. Foram delimitados cinco pontos de mergulho autônomo (5,
10, 15, 20 e 25 metros), entre as coordenadas 12,90º e 12,70º de latitude sul e 38,20º 38,00º de
longitude oeste, em cada profundidade foram determinados três pontos de coletas distantes 50
metros entre si, onde foram obtidas cinco amostras ao acaso com o uso de um quadrado de
0,0625m². Acima dos 15 metros de profundidade o substrato apresentou fragmentos de origem
orgânica e areia, nos 25 metros o substrato era composto por cascalho biodetrítico. As dimensões
e o volume dos rodolitos reduziram com a profundidade, enquanto a densidade teve um
significante acréscimo aos 25 metros. Um total de 40 espécies de algas foram encontradas
crescendo associadas ao banco de rodolitos, o qual é formado pelas espécies Lithophyllum
stictaeforme Lithothamnion superpositum e Mesophyllum erubescens. Um total de 40 espécies de
algas foram encontradas crescendo sobre os rodolitos: 2 espécies de Cianobactéria, 5 de
Chlorophyta, 8 de Phaeophyceae e 25 de Rhodophyta.
103
EFEITOS DAS VARIAÇÕES DE PH, TEMPERATURA E NUTRIENTES NA
ECOFISIOLOGIA DE LITHOTHAMNION CRISPATUM HAUCK (CORALLINALES,
RODOPHYTA) E SONDEROPHYCUS CAPENSIS (MONTAGNE) M.J. WYNNE
(PEYSSONNELIALES, RODOPHYTA): SUBSÍDIOS PARA O ENTENDIMENTO DAS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Pamela Muñoz*, Paulo Horta e Jose Bonomi
Departamento de Botânica, centro de ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Biologia de Fungos, algas
e Plantas, Universidade Federal de Santa Catarina
*
[email protected]
No presente trabalho se avaliou os efeitos da interação das mudanças do pH, temperatura e
nutrientes no desempenho fisiológico de duas espécies de algas calcárias com diferenças de
distribuição e afinidades ecofisiológicas. Sonderophycus capensis é uma espécie típica de
ambientes temperados frios, enquanto que Lithothamnion crispatum é uma espécie de ambientes
tropicais. A partir de experimentos feitos em microcosmo, a elevada temperatura (30°C) se
mostrou o principal fator que levou às alterações da fisiologia. A ETR decresceu drasticamente
nos tratamentos que se encontravam em elevada temperatura nas duas espécies. Adicionalmente,
os tratamento que se encontrava em temperatura elevada, o baixo pH (7,2) manteve a ETR
constante atuando de forma antagônica com a temperatura. Por outro lado, o baixo pH atuo de
forma aditiva diminuindo as porcentagens de calcificação nas duas espécies. Ademais, a
temperatura elevada beneficiou a calcificação, chegando até uma porcentagem de 51% em
condições de acidificação no caso do rodolito. Os efeitos da diminuição do pH também foram
observados na química da água. Assim, a concentração do íon carbonato (CO3 -2) foi menor nos
tratamentos com baixo pH. Enquanto que as saturações de calcita e aragonita também variaram
ao encontrar-se em baixo pH sendo menores. Na maior parte das análises feitas nas duas
espécies, os fatores mais importantes foram temperatura e pH, atuando de forma aditiva ou
sinérgica. Não obstante, os nutrientes não tiveram grande influencia na fisiologia. Apesar das
diferenças na distribuição e na composição química do CaCO3 das duas espécies, não se
observaram diferenças nas respostas fisiológicas ao ser submetidas a variações de temperatura,
pH e nutrientes. Em futuros experimentos, a aplicação dos fatores já mencionados por maiores
períodos de tempo poderia contribuir para entender de melhor forma as implicâncias na
ecofisiologia sobre as espécies calcificadas.
104
ECOPHYSIOLOGICAL
RESPONSES
OF
DOMINANT
ROCK-SHORE
MACROALGAE TO CHANGES IN LIGHT AND NUTRIENT SUPPLY IN SOUTHERN
IBERIAN PENINSULA
Paula Celis-Plá1,2,*, Brezzo Martínez3, Endika Quintano4, Marta García-Sánchez5, Are Pedersen6,
Nelson P. Navarro7, Margareth da S Copertino9, Ravirajan Mangaiyarkarasi8, Rodrigo M.
Zeidan10, Félix. L. Figueroa1 e Nathalie Korbee1
1
Department of Ecology, Faculty of Science, University of Málaga, Málaga, Spain
Laboratory of Botany, Faculty of Pharmacy, University of Barcelona, Barcelona, Spain
3
Biology and Geology Department, Rey Juan Carlos University, Móstoles, Spain
4
Department of Plant Biology and Ecology, Faculty of Science and Technology, University of the Basque Country
(UPV/EHU), Bilbao, Spain
5
Department of Ecology and Hidrology, Faculty of Biology, Regional Campus of International Excellence "Campus
Mare Nostrum", University of Murcia, Murcia, Spain
6
Norwegian Institute for Water Research, Department of Marine Biology, Oslo, Norway
7
Faculty of Science, University of Magallanes, Punta Arenas, Chile
8
Plant Biology and Biotechnology, CKN College Thiruvalluvar University, India
9
Institute of Oceanography, Federal University of Rio Grande - FURG
10
Department of Botany, Institute of Biology, Federal University of Rio de Janeiro
*
[email protected]
2
The short-term ecophysiological responses of the macroalgae Cystoseira tamariscifolia
(Pheophyceae) and red Ellisolandia elongata (Corallinaceae) to changes in irradiance and
nutrient conditions were analyzed in situ in a Mediterranean rocky shore environment at Cabo de
Gata-Níjar Natural Park. The response of fluorescence based photosynthetic parameters,
pigments, carbon (C) and nitrogen (N) contents were analyzed in macroalgae collected from the
depths of 0.5 m and 1.5 m and exposed to a factorial experiment, combining two treatments:
irradiance (100% [100%PAB]vs. 70% [70%PAB]of the surface irradiance) and nutrient addition
(enriched vs. non-enriched). Physiological responses of C. tamariscifolia and E. elongata,
brought from the two different depths, were affected by both irradiance and nutrient treatments,
with significant interactions between factors. C. tamariscifolia collected at 0.5 m and exposed to
70%PAB showed higher maximum photosynthetic rate, saturation light and Chl-a content and
lower antioxidant capacity. Under same conditions, E. elongata (from shallow waters) showed
increases in saturation light, and accessory pigment contents. Under 100%PAB, C. tamariscifolia
collected at 1.5 m depth waters showed increases in maximal quantum yield, light utilization
coefficient αETR, maximum non-photochemical quenching, and also in antheraxanthin and
phenolic compounds. In contrast, E. elongata (from 1.5 m depth waters) showed increase in the
αETR. Under enriched nutrient conditions, an increase in phenolic compounds, carotenoids and
the internal N content was observed in C. tamariscifolia collected from both depths. However, in
E. elongata the light treatments derived in an increase in internal N content and mycosporinelike amino acids (MAAs) content, under the same conditions. The two dominant rocky-shore
species showed distinct ecophysiological responses to the combined effects o irradiance and
nutrient supply, associated to their morphological trait and pigment characteristics. Ambient light
and nitrogen availability regulate the accumulation of the secondary metabolites (MAAs and
phenols), The study suggests potential additive effects of stressors associated to climate change,
depending on the original depth.
105
EFEITOS DAS VARIAÇÕES CLIMÁTICAS SOBRE OS RECIFES DE CORAIS DA
COSTA LESTE DO BRASIL
Ruy K.P. Kikuchi*, Marília D.M. Oliveira, Igor C. Cruz, Saulo Spanó, Miguel L. Miranda,
Carlos V. Mendonça, Rodrigo M. Reis, Tiago Albuquerque, Lucas Rocha, Amanda E. Carvalho,
Carla Ramos, Eduardo Marocci, José Anchieta, Carla I. Elliff, Camila Brasil, Danilo Lisboa,
Ricardo Miranda, Gustavo L. Oliveira, Mariana Thévenin, Rodrigo M. Nogueira, Vinicius
Fernandes, Marcéu Lima, Lua Porto e Zelinda M.A.N. Leão
Laboratório de Estudos dos Recifes de Corais - RECOR, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia UFBA, InctAmbTropic
*
[email protected]
A temperatura dos oceanos constitui um dos fatores mais amplamente investigados em tempo
das mudanças climáticas e tem sido apontada como um dos mais importantes agentes ambientais
que controlam o crescimento dos corais. Como consequência do aquecimento do mar, os corais
têm sido expostos ao estresse térmico com elevada frequência e intensidade. Um aumento
pequeno da temperatura das águas pode provocar o branqueamento, que é um processo
relacionado à perda, pelos corais, das suas algas fotossintetizantes - as zooxantelas e/ou a perda
dos pigmentos dessas algas. As zooxantelas dão a cor ao coral e produzem componentes
orgânicos que lhes servem de alimento e, em contrapartida, o coral lhes provê abrigo e elementos
químicos necessários à sua sobrevivência. Distúrbios ambientais podem interromper esta
simbiose e a incidência e a severidade deste fenômeno podem provocar mudanças na estrutura
das comunidades coralinas, causando diminuição do crescimento linear e redução da taxa de
calcificação do esqueleto dos corais e, consequentemente, ameaçando a manutenção e o
desenvolvimento da estrutura recifal. No Brasil, registros de branqueamento datam a partir do
verão de 1993/1994 com ocorrências nos recifes localizados desde a costa nordeste até
comunidades de corais da costa de São Paulo. Na costa leste existem levantamentos desde o ano
de 2000 e todos indicam que o branqueamento está relacionado ao aumento da temperatura das
águas oceânicas. A avaliação dos efeitos das variações climáticas sobre a comunidade recifal do
Brasil é uma das metas da ReBentos, e uma das estratégias mais utilizadas para medir estes
efeitos é avaliar o branqueamento dos corais durante e após a ocorrência de anomalias térmicas.
No verão 2009/2010 estas anomalias térmicas alcançaram valores de até 1oC e os percentuais de
colônias branqueadas nos recifes investigados variaram em torno de 20% a 40%, enquanto que
nos anos de 2011, 2012 e 2013, quando não ocorreram anomalias térmicas, na maioria dos
recifes o percentual de branqueamento não atingiu 10%. Para avaliar os efeitos deste evento de
branqueamento foram levantados parâmetros que medem a vitalidade dos corais e os resultados
mostram que não houve efeito negativo do branqueamento com indício de recuperação de alguns
desses parâmetros.
106
IMPACTO DA ACIDIFICAÇÃO DA ÁGUA DO MAR SOBRE A MEIOFAUNA DE
RECIFES DE CORAL
Visnu C. Sarmento*, Tarciane P. Souza, André M. Esteves** e Paulo J. P. Santos
Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Pernambuco
*
[email protected], **[email protected]
Apesar do esforço da comunidade científica em compreender os efeitos das mudanças climáticas,
estudos com comunidades bentônicas multiespecíficas são incipientes. Neste trabalho foi
avaliado o efeito de diferentes níveis de pH da água do mar sobre a comunidade de meiofauna
dos recifes do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora (Porto Seguro, Bahia). Foram
fixadas 38 unidades artificiais de substrato (UAS: grama sintética, 36 cm2 de área) nas laterais de
piscinas do Recife de Fora. Após 30 dias de colonização, as UAS foram levadas para o sistema
de Mesocosmo Marinho do Projeto Coral Vivo. Na chegada, 6 UAS foram fixadas e as demais
distribuídas nos 16 tanques (2 por tanque). Nesse sistema a água do mar é captada e bombeada
para 4 cisternas que recebem em fluxo contínuo um de quatro tratamentos: controle e as reduções
de pH -0,3, -0,6, -0,9. A redução de pH foi realizada através da injeção direta de CO2 nas
cisternas. A água de cada uma das cisternas é então enviada para quatro tanques. A acidificação
foi controlada por um sistema computadorizado para que as reduções seguissem as variações da
água captada. As UAS foram coletadas após 15 e 30 dias de tratamento. As amostras foram
fixadas, lavadas em peneiras geológicas (0,5 e 0,044 mm) e a meiofauna retida analisada sob
estereomicroscópio. A análise multivariada PERMANOVA indicou que houve diferenças
significativas na estrutura da comunidade da meiofauna tanto para o fator Tempo (p<0,01),
quanto para o fator Tratamento (p=0,02). O teste a posteriori indicou que o Controle foi
estatisticamente diferente dos tanques acidificados (p=0,01). Entretanto, não houve diferenças
significativas (p>0,3) entre os três níveis de acidificação. Estes resultados comprovam que o
impacto da acidificação da água do mar, que pode ser determinado pelas mudanças climáticas
globais tem efeitos importantes na estruturação das comunidades bentônicas marinhas.
107
8.2 ANEXO II: PÚBLICO ALVO
Tabela 1: Participantes do III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras –
por categoria
CATEGORIA
Estudantes de Graduação
Estudantes de PósGraduação
Profissionais/Pesquisadores
TOTAL
Número Previsto de
participantes
60
Número Efetivo de
participantes
53
60
51
139
259
89
193
108
8.3 ANEXO III: LISTA DE PARTICIPANTES
1. Adelina Cristina Pinto 2. Alex Cabral Dos Santos 3. Alexander Turra 4. Álvaro Cavaler Pessoa De Mello 5. Amanda Engmann Giraldes 6. Amanda Vieira 7. Amapola C. Soares 8. Ana Claudia Rodrigues 9. Ana Luiza Martins 10. Ana Maria Teixeira Marcelino 11. Ana Paula Lando 12. Ana Paula Vitorino Vieira 13. Anaide Wrublevski Aued 14. Andre Colling 15. André Esteves 16. André Lima Dos Santos 17. Andreoara Deschamps Schmidt 18. Angelo F. Bernardino 19. Angelo Matos 20. Antonio Da Fontoura Klein 21. Arthur Machado 109
22. Augusto Luiz Ferreira Júnior 23. Aurea Ciotti 24. Beatrice Padovani 25. Bianca Pereira De Souza 26. Briana Angélica Bombana 27. Bruna Fatiche Pavani 28. Brunna Luiza Silva Simonetti 29. Caio Salgado 30. Camila Lisarb Velasquez Bastolla 31. Camilla Reis Augusto Da Silva 32. Carla Fernanda Torres 33. Carla Van Der Haagen C Bonetti 34. Carlos Alberto Borzone 35. Carlos Alberto Eiras Garcia 36. Carlos Augusto Ramos E Silva 37. Carlyle Torres Bezerra De Menezes 38. Carolina Antonieta Lopes 39. Cecilia Amaral 40. Charline Dalinghaus 41. Christiano Pires De Campos 42. Claudia Machado 43. Cláudia Vargas 44. Clemente Coelho Junior 110
45. Colin Woodroffe 46. Daína de Lima 47. Daniel Shimada Brotto 48. Danilo Lisboa 49. David Augusto Reynalte Tataje 50. Débora De Freitas 51. Diego Porpilho 52. Diego Melo Arruda Rodrigues 53. Dieter Muehe 54. Douglas Gherardi 55. Edival Rodrigues Prazeres 56. Eduardo De Oliveira Bastos 57. Eduardo Paes 58. Eduardo Siegle 59. Eliziane Silva 60. Felipe Pimenta 61. Flávia Lucena Zacchi 62. Flávio Berchez 63. Francisco José Dias 64. Gabriel D'annuzio Gomes Junior 65. Gabriel Silva Machado 66. Gabriela Decker Sardinha 67. Gabriela Flemming 111
68. Gabrielle Koerich 69. Gabrielle Kuklinski 70. Geniane Schneider 71. Georgia De Barros 72. Gilmar Barcellos De Freitas 73. Gisele Rosa Abrahão 74. Giselle Mari Speck 75. Glauber Acunha Gonçalves 76. Guilherme Corte 77. Guilherme Santos Costa 78. Ilana Rosental Zalmon 79. Isabel Aparecida Brandalise 80. Isabela Keren Gregório Kerber 81. Izabelle Ferreira Aller 82. Jacques Populus 83. Janayna Lehmkuhl Bouzon 84. Jarbas Bonetti 85. Jasiel Neves 86. Jenyffer Vieira 87. Jhonatan Augusto Ribeiro 88. José Bonomi Barufi 89. José Landim Dominguez 90. José Marcos De Castro Nunes 112
91. José Roberto Miranda 92. José Souto Rosa Filho 93. Joyce Gabriela Da Cunha 94. Julia Biscaia Zamoner 95. Julia Corrêa De Oliveira 96. Kalina Brauko 97. Karine Magalhães 98. Karine Mariane Steigleder 99. Karoline Mattos Dos Santos 100.
Katia Sauer Machado 101.
Kely Paula Salvi 102.
Krishna Vilanova S. Barros 103.
Larissa Martins 104.
Larisse Faroni Perez 105.
Laura Pioli Kremer 106.
Leandra Márcia Pedroso Dalmas 107.
Leila Swerts 108.
Leonardo Rosa 109.
Leonardo S. B. Porto Ferreira 110.
Leticia Cotrim 111.
Liane Naetzold 112.
Libby Jewett 113.
Lidiane Pires Gouvêa 113
114.
Lívia De Oliveira Guimaraes 115.
Luis Felipe Skinner 116.
Luiz Faraco 117.
Luiz Roberto Camargo 118.
Luiza Luz Sartorato 119.
Luthiana Carbonell Dos Santos 120.
Luz Adriana Cuartas 121.
Maíra Algarve Assunção 122.
Manyu Chang 123.
Márcia Figueiredo 124.
Marcia Oliveira 125.
Márcia R. Denadai 126.
Márcia Regina Wolfart 127.
Marcos Nunes 128.
Margareth da Silva Copertino 129.
Maria Pilar Serbent 130.
Mariana Medeiros Da Silva 131.
Mariela Muler 132.
Marilia Oliveira 133.
Marina Christofidis 134.
Marina Rizzo Fernandes 135.
Marinez Eymael Garcia Scherer 136.
Mario Duarte Pinto Godoy 114
137.
Mário Luiz Gomes Soares 138.
Mateus Dos Santos Martins 139.
Maude Nancy Joslin Motta 140.
Maya Ribeiro Baggio 141.
Mayara Carvalho Brizolla 142.
Michel Franco Valpato Prado 143.
Miguel Angel Saldaña Serrano 144.
Moacyr Oliveira 145.
Natália Guilardi Lopes 146.
Nilson Kassio Pereira Lima 147.
Pablo Riul 148.
Pamela Tamara Muñoz Muñoz 149.
Paola Oliveira 150.
Paula Franco Do Paraizo 151.
Paula Gomes Da Silva 152.
Paulo Antunes Horta 153.
Paulo Nobre 154.
Paulo Votto 155.
Phillipe M Machado 156.
Priscila Areválo 157.
Priscilla Velloso Barretto 158.
Rafael Brito Silveira 159.
Rafaela Maia 115
160.
Regina Rodrigues 161.
Renan Ozekoski 162.
Renato Ghisolfi 163.
Ricardo Coutinho 164.
Ricardo Piazza Meirelles 165.
Rodrigo Domingues Vellutini 166.
Rodrigo Kerr Pereira 167.
Ronaldo Christofoletti 168.
Ronan Armando Caetano 169.
Rosana Rocha 170.
Rosane Gonçalves Ito 171.
Ruy Kikuchi 172.
Sergen Estefen 173.
Sérgio A Netto 174.
Sérgio De Mattos Fonseca 175.
Sonia Gianesella 176.
Steve Crooks 177.
Sunshine De Ávila Simas 178.
Susete Wambier Christo 179.
Suzana Ursi 180.
Tainah M. Lunge 181.
Tais Kalil Rodrigues 182.
Tatiana F. Maria 116
183.
Thaísa Fernandes Bergamo 184.
Thimothy Moltmann 185.
Thomas Malone 186.
Tony De Carlo Vieira 187.
Txai Mitt Schwamborn 188.
Valdir Do Amaral Vaz Manso 189.
Valéria Marques De Oliveira 190.
Valquiria Garcia 191.
Veronica Silva Santos 192.
Viviani Gomes Vieira 193.
Yara Novelli ________________________________________
Carlos Alberto Eiras Garcia
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Relatório do III Workshop - Mudanças Climáticas Zonas Costeiras