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DOMães
ESPECIAL
DOMINGO - O Estado do Maranhão - São Luís, 10 de maio de 2015
COMPORTAMENTO
Mãe tamanho
família
Fotos/Divulgação
Dalva Rego e o marido
Aírson Cutrim são pais
de Vitor e Gabriel e
aguardam a chegada
de Diego
Na contramão da média nacional, mulheres maranhenses
dão à luz dois filhos ou mais, embora nem sempre a decisão
de uma grande família tenha sido fruto de planejamento
O
índice de fecundidade
mostra-se maior em alguns estados das regiões
Norte e Nordeste em relação a
regiões como Sul e Sudeste. No
Maranhão, por exemplo, registram-se 2,34 filhos por mulher,
número maior ainda do que no
estado do Pará, cuja marca é 2,20.
As mães maranhenses seguem na
contramão da média nacional,
pois o número de filhos caiu 26%
nos últimos 14 anos no Brasil, passando de 2,39 filhos por mulher
para 1,77, entre 2000 e 2013.
A jornalista Vanessa Correa, 25,
figura nessas estatísticas. Ela deu
à luz três filhos em intervalos de
dois anos, sendo o primeiro quando contava 19 anos, ainda na faculdade. Uma realidade cada vez
mais comum no Brasil, onde os
pais têm de enfrentar situações as
mais diversas. Muitas das vezes,
ocorrem dúvidas, aflora o medo
em razão da questão financeira e
até desespero em alguns momentos, dependendo do caso. A maioria não planeja.
“Quando tive o primeiro, tive
de contar com a ajuda da família
para conciliar os afazeres de mãe
e estudante, pois ainda estava na
faculdade. O segundo coincidiu
com os últimos períodos e tive dificuldades para concluir a monografia. Mas, ao final, tudo deu certo, embora não tenha sido fácil”,
conta.
Dedicação - A jornalista foi obri-
Mais
O número de filhos por mulher
caiu 26% nos últimos 14 anos
no Brasil, passando de 2,39 filhos por mulher para 1,77, entre 2000 e 2013. Junto à queda na taxa de fecundidade,
aumentou o porcentual de mulheres sem filhos no país, segundo a SIS (Síntese de Indicadores
Sociais) 2014, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 17 de
dezembro de 2014.
gada a comprometer sua vida
profissional quando descobriu
que estava grávida do terceiro.
Chegou a abdicar de trabalhos no
qual ganharia um melhor salário
por causa das obrigações da
maternidade.
“Precisava de tempo para me
dedicar a eles e tinha de escolher
entre uma coisa ou outra. Ao mesmo tempo, precisava daquelas
oportunidades devido à questão
financeira, que complica bastante
quando a família cresce. No entanto, percebi que me tornei uma
pessoa bem melhor depois dos
meus filhos e não me arrependo,
embora não tenha planejado”, afirma Vanessa Correa.
Ao contrário de Vanessa, a
também jornalista Dalva Rego
(29) planejou a primeira gravidez,
dando à luz o filho Vitor de
Moraes Rego Cutrim, hoje com 4
anos. Quando o menino contava
2, ela engravidou do segundo,
Gabriel, mas, mesmo desejando
aumentar a família, não esperava
que isso acontecesse tão rapidamente. “Quando o filho caçula
completou um ano, mesmo
tomando anticoncepcional, engravidei do terceiro, Diego. Até
pensei em fazer laqueadura, mas
acabei ficando apenas com o anticoncepcional”, conta.
Sem terceirização - São três filhos em apenas quatro anos e a
jornalista optou pela laqueadura.
Já conversou com o médico e vai
assinar um termo de responsabilidade permitindo ao obstetra fazêlo após o parto do terceiro rebento. Segundo ela, a atual situação
do país onde vive a família não
permite que venham mais crianças. Não fosse o Brasil um país
com graves problemas sociais, um
ensino público capenga e um sistema de saúde precário, certamente que ela teria mais.
“Se nos mudássemos para um
país da Europa, por exemplo,
teríamos mais filhos, com certeza.
Mas, como não é o caso, o trio está bom demais. Sabemos de nossas responsabilidades e de tudo
que teremos de nos privar em
função deles”, diz . Assim como
muitas mães, ela terá de abrir mão
de projetos profissionais para administrar a família e cumprir seu
papel. “Não quero terceirizar a
minha condição de mãe”, disse.
Vanessa Correa com
os três filhos, João
Igor, Maria Alice e
Maria Beatriz
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