As aves de oito localidades
do Estado de Sergipe
Marcelo Cardoso de Sousa1
Introdução
Sergipe é o menor estado brasileiro e um dos menos conhecidos
em relação à sua diversidade de aves. Poucos inventários ornitológicos foram realizados e pouquíssimas publicações sobre sua avifauna foram apresentadas até o presente.
Várias hipóteses podem explicar essa pobreza de informações: a
primeira, diz respeito a questões históricas, uma vez que, com o início da colonização de Sergipe, graças à facilidade de penetração para o interior do estado ( sem grandes elevações e com vários estuários e rios que permitiam sua exploração), boa parte da vegetação
original do território sergipano foi destruída e muitos elementos de
sua avifauna foram dizimados e extintos.
Textos historiográficos apontam os danos causados pelas
ações antrópicas antes mesmo do século XIX e mencionam que as
matas foram queimadas e destruídas para a implantação da pecuária intensiva pouco tempo após as primeiras explorações (Almeida 1991). Também relatam que a atividade de desflorestamento
foi intensa ao longo dos séculos e praticada no estado por várias
gerações (Teles 1898). Outras narrativas, entretanto, admitem a
presença de “matas virgens” em alguns municípios sergipanos
sem, contudo, tecer maiores detalhes sobre sua extensão e fisionomia, tampouco sobre a sua fauna e flora (Andrade 1851, Freire
1898).
Levando em consideração que até os dias de hoje as atividades
predatórias continuam, é passível de crédito que as interferências
contínuas nas florestas, para substituição por pastagens e lavouras
e exploração seletiva de madeira tenham sido, de fato, responsáveis pela destruição e degradação dos hábitats intactos e, consequentemente, pelo desaparecimento de muitas formas de aves em Sergipe, principalmente aquelas mais exigentes e menos generalistas, como algumas espécies frugívoras ou sinergéticas florestais.
O histórico de destruição e fragmentação das matas do Estado
pode ter feito com que viajantes naturalistas ignorassem o território
sergipano, optando por áreas maiores, mais íntegras e conservadas
nas proximidades do recôncavo baiano, no Estado da Bahia (Reiser
1910, Swainson 1825), e ao norte do Rio São Francisco, em Alagoas e Pernambuco (Forbes, 1881). Contrapondo essa hipótese, podem-se sugerir outras razões para que o Estado de Sergipe não fosse incluído nas rotas dos viajantes, naturalistas e ornitólogos até o
século XIX.
As florestas encontradas atualmente em Sergipe estão localizadas em propriedades particulares e são, em sua maioria, áreas regeneradas nas últimas quatro décadas (Luiz de Araújo Pereira,
com. pess.), outras, são testemunhas da cobertura florestal original que resistiram até os dias de hoje e ainda podem ser vislumbradas em pequenos fragmentos de florestas secundárias depauperadas, tanto de mata atlântica e cerrado, quanto de caatinga. TaAtualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
ISSN 1981-8874
9 771981 887003
00149
is fragmentos florestais foram relegados por alguns pesquisadores e ornitólogos do século XX (Coimbra-Filho 1971, Pinto 1933,
1935, 1954, Teixeira & Gonzaga 1983; Teixeira et al.1985, Teixeira 1992) que visitaram os estados vizinhos da Bahia e Alagoas e
realizaram importantes estudos ornitológicos nesses dois estados
do nordeste brasileiro.
Somente a partir da década de 90, no final do século XX, as florestas de Sergipe receberam as primeiras atenções e visitas de ornitólogos, dentre eles Pacheco & Whitney (1995), que fizeram registros ornitológicos no estado e mencionaram a expansão da distribuição geográfica de algumas aves.
Outras observações sobre as aves de Sergipe foram realizadas
por Sousa et al. (2004) que destacaram as aves marinhas presentes
em Sergipe; d'Horta et al. (2004) ao realizarem um inventário para
a implantação do Parque Nacional Serra de Itabaiana; Barbieri
(2007) ao estudar a distribuição e abundância de aves migratórias
litorâneas no município de Aracaju e Zimmer (2008) ao obter registros sonoros para estudos taxonômicos do gênero Automolus.
M. T. Oliveira, C. Marantz, A. Whittaker, F. Olmos, F. Pacheco,
F. Straube e A. Urben-Filho também realizaram observações sobre
as aves de Sergipe, sem contudo, até o presente, publicar os dados
obtidos em seus estudos.
Dentre outros aspectos que contribuem para a lacuna de informações sobre as aves de Sergipe, também destacam-se os pouquíssimos estudos sistemáticos realizados pelas instituições locais e a
falta de investimento em recursos humanos para a conseqüente capacitação técnica de pesquisadores.
A interação desses fatores contribui para a carência de informações básicas sobre a avifauna, o pouco conhecimento sobre a riqueza de espécies, sobre os padrões de distribuição da avifauna no estado e sobre as suas interações com as formações vegetais nas quais
elas habitam.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma lista preliminar das
aves registradas em oito localidades do Estado de Sergipe e contribuir para a divulgação do conhecimento existente sobre a avifauna
local, abrindo caminho para o aprofundamento de novas pesquisas.
Áreas de estudo e métodos
O Estado de Sergipe está localizado na Região Nordeste do Brasil, entre os paralelos 9º 31’ 54” e 11º 34’ 12” de latitude sul e os meridianos 36º 24’ 27” e 38º 11’ 20” de longitude oeste. Possui cerca
de 21.994 Km² de extensão e limita-se ao norte com o Estado de
Alagoas, a leste com o Oceano Atlântico e ao sul e a oeste com o
Estado da Bahia.
Diferentes formações vegetais podem ser encontradas em Sergipe, embora a situação atual não caracterize as condições da cobertura vegetal nativa encontrada pelos colonizadores antes da devastação para a exploração das atividades econômicas e agrícolas
(Governo de Sergipe 1976, Franco 1983).
33
Figura 1. Localidades visitadas para registro da avifauna do Estado de Sergipe.
Dentre as formações vegetais presentes no estado, os manguezais ocorrem ao longo do estuário e foz dos principais rios do estado (rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza Barris, Piauí,
Fundo e Real). As restingas são encontradas sobre o solo arenoso
do litoral em áreas contíguas às zonas das praias, e as áreas de cerrado localizam-se em encraves situados nos tabuleiros da formação
geológica do grupo barreiras.
Também compõem as paisagens naturais do estado, as florestas
estacional semidecidual e ombrófila, situadas nos vales e encostas
da zona litorânea, até aproximadamente 60 Km em direção ao interior, e em matas orográficas dos pequenos brejos de altitude do topo de serras em meio às caatingas que é a vegetação predominante
no interior do estado em áreas de clima semi-árido.
Nos últimos 10 anos, foram feitas visitas às formações vegetais
do Estado e definidas oito localidades para registros da avifauna.
Nesses ambientes, as principais localidades visitadas foram: 1manguezais e mata do Crasto (município de Santa Luzia do
Itanhy), 2- restingas, cerrados e matas do Paruí (municípios de Itaporanga e Estância), 3- matas e cerrados do Parque Nacional da Serra de Itabaiana (municípios de Areia Branca e Itabaiana), 4- caatingas e mata úmida da Serra da Guia (município de Poço Redondo),
5- cerrado e mata da Santana (município de Pacatuba), 6- restingas
e mata da Sambaíba (município de Pirambu), 7- mata do Junco (município de Capela), 8- manguezais, dunas, lagoas e restingas de Aracaju (município de Aracaju), figura 1.
1- Os manguezais e a mata do Crasto estão situados em Santa Luzia do Itanhy (11º 22’ S; 37º 25’W), município que possui os remanescentes florestais mais significativos do Estado de Sergipe. Dos
34
fragmentos existentes em Santa Luzia do Itanhy, a Mata do Crasto
(em parte circundada por manguezais do rio Piauí), possui uma
área de aproximadamente 900 hectares compreendidos entre as Fazendas Crasto e Triunfo e é uma das florestas mais representativas
do Estado.
A Mata, bem como todo o município, situa-se no território de antigos engenhos; resistiu às queimadas, às derrubadas para a implantação de pastagens e de lavoura canavieira e mais recentemente à monocultura do coco.
Relativamente conservada, se levarmos em conta a situação dos
demais fragmentos do Estado, só subsiste graças à proteção dos proprietários que vêm garantindo, através de gerações, a integridade
da floresta. Esses mesmos fazendeiros protetores converteram a
Mata do Crasto na primeira reserva de Mata Atlântica de todo o
Estado (decretada Reserva particular da Fauna e Flora em
10/08/1989 pela portaria nº 442/89 do Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal, antigo IBDF) e foram, talvez, os únicos
responsáveis por sua efetiva proteção até os dias de hoje. Considerada uma “Área Importante para as Aves-IBA” (Bencke et al.,
2006) foi visitada em 22/07/1992 e revisitada em 06/02/2000;
10/01/2004; 01/05 e 20/10/ 2006; 21 e 22/07/2008.
2- As restingas, cerrados e matas do Paruí (11º 12’S; 37º 15’W)
constituem um conjunto de ecossistemas que integram a mesma
“Área Importante para as Aves-IBA da Mata do Crasto e restingas
de Itaporanga e Estância” (Bencke et al., 2006). Ainda que bastante
degradadas, devido à antigos desmatamentos, à implantação de monocultura do coco, especulação imobiliária, viveiros para a aqüicultura e exploração de jazidas de cascalho fluvial e laterítico, alguAtualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
mas áreas encontram-se relativamente conservadas. Dentro da
IBA, nas imediações do povoado Paruí, destaca-se a Fazenda Trapsa com cerca de 3000ha, cuja formação vegetal predominante, devido a questões edáficas e/ou climáticas, é o cerrado. Próximo ao litoral, entre os municípios de Itaporanga D'ajuda e Estância, esses relictos de cerrados estão situados ao longo do antigo terraço marinho representado pela formação geológica do grupo barreiras e fazem limite leste com a restinga. Nos pequenos vales dos tabuleiros
sedimentares e nos terrenos baixos em direção ao interior, ainda
são encontrados remanescentes das Florestas Estacionais em adiantado processo de sucessão ecológica.
Dez visitas para observação e registros da avifauna foram realizadas em 03/06/1999; 14/12/1999; 08/02/2000; 23/02/2000;
30/01/2002; 27 e 28/04/2002; 12/12/2005 (em companhia de F. Pacheco); 24/09/2006; 09/12/2007; 02/10/2008.
3- Parque Nacional Serra de Itabaiana e Matas de Areia Branca
(10º 41’S; 37º 21’W). Criado a partir do decreto nº. 114 de
16/06/2005 o Parque Nacional Serra de Itabaiana localiza-se numa
zona de transição climática entre o litoral e o agreste do Estado de
Sergipe, entre os municípios de Itabaiana, Itaporanga, Campo do
Brito, Laranjeiras e Areia Branca. Possui uma área de 7.966 ha boa
parte dos quais, inseridos no domo da Serra de Itabaiana, com altitude máxima de 670m e constituído por uma cadeia de pequenas
montanhas, das quais também fazem parte as Serras Comprida e do
Cajueiro.
Apresenta um mosaico florístico constituído por cerrados, elementos da caatinga e floresta atlântica, condicionado pelas peculiaridades do relevo, clima e solo, mas também, possivelmente influenciado pelas interferências antrópicas desenvolvidas ao longo de
décadas.
A vegetação original da área encontra-se bastante descaracterizada, contudo é possível reconhecer as seguintes fitofisionomias:
no sopé das serras, a vegetação adjacente está situada em solo areno quartzoso, proveniente da decomposição dos quartzitos que
compõem o domo e aparenta restingas e jundus com elementos xeromórficos. Nas encostas e alto das serras a vegetação predominante é o cerrado, no qual são encontradas as famílias Ericácea,
Apocinácea, Dileniácea e Malpiguiácea, além de gramíneas e ciperáceas. Ao longo de pequenos riachos e nas depressões, formações
florestais semideciduas são encontradas, algumas em estágio adiantado de sucessão ecológica.
A fácie leste das serras apresenta maior umidade climática e nas
altitudes mais baixas de toda a região, as formações originais foram
substituídas pela cana-de-açucar, pastagens e citricultura, além de
pequenas lavouras de subsistência. Os principais fragmentos remanescentes dessas formações florestais originais do tipo ombrófila
densa, ainda que depauperados, são encontrados nos vales e encostas com acentuada declividade no município de Areia Branca, especialmente na fazenda Cafuz. Parkia pendula, Ocotea sp., Lecythis
sp. são algumas árvores que testemunham a diversidade florística
que outrora predominava no local.
Dentre os fatores que descaracterizaram a vegetação original,
alguns deles continuam presentes até os dias de hoje, especialmente a retirada de madeira e incêndios. Os últimos maiores sinistros ocorreram em 1993 e em 2005, destruíram mais da metade da área de vegetação de cerrado próxima à sede do parque.
Entretanto, apesar da interferência antrópica contínua ao longo
de décadas, alguns fragmentos florestais disjuntos distribuídos
na área do atual Parque e de seu entorno, mantiveram-se relativamente conservados graças à proteção de antigos proprietários
particulares.
Esses fragmentos, incorporados agora ao Parque Nacional Serra
de Itabaiana, constituem parte de um arquipélago constituído por
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
várias ilhas de mata, algumas conectadas por matas ciliares, que serviram de abrigo e conexão para espécies ameaçadas e quase ameaçadas que resistiram e se mantiveram na área, mesmo quando a caça era impune, a retirada de madeira rotina e os incêndios freqüentes. Designada como “Área Importante para as Aves- IBA Serra de
Itabaiana e Matas de Areia Branca” (Bencke et al. 2006), foi visitada em 14/06/1998; 26/07/1998; 23/08/2003; 02/07/2005; 11 e
12/12/2005 (em companhia de F. Pacheco e F. Olmos);
28/04/2006; 05/04/2007; 08/01/2008.
4- Caatingas e mata úmida da Serra da Guia, município de Poço
Redondo (09º 58’S; 37º 53’W). Caracterizamos a Serra da Guia como um importante e pequeno relicto de brejo de altitude situado no
alto de uma das montanhas do complexo da Serra Negra, localizada
na divisa dos municípios de Pedro Alexandre, na Bahia e Poço Redondo, no Estado de Sergipe.
A área da Serra Negra possui 789m de altitude e engloba aproximadamente 5000 ha onde predomina a vegetação das caatingas.
O topo da Serra da Guia apresenta um pequeno remanescente
florestal denso, com cerca de 20 ha de área. A formação arbórea
densa constitui um dossel fechado por árvores cujo porte médio
aproxima-se de 15 m, não faltando, entretanto, elementos emergentes de maior porte. A fisionomia típica de floresta úmida é reforçada pela presença de inúmeras orquidáceas e bromeliáceas
epífitas, além de lianas, liquens, fungos basidiomicetos, briófitas
e pteridófitas.
A vegetação de encosta encontra-se num processo de sucessão
no qual são encontrados representantes da vegetação original úmida, espécies pioneiras, e outras de porte arbustivo, entremeadas por
algumas espécies típicas de formações mais secas presentes e predominantes nas partes mais baixas da serra.
Tais espécies típicas, pioneiras e generalistas da caatinga especialmente a jurema (Mimosa sp.)- vem ocupando boa parte da
área. À medida em que os desmatamentos ocorrem, as poucas nascentes encontradas em meio à vegetação do topo e das encostas da
serra têm sua vazão reduzida graças aos efeitos do sol e do vento no
solo exposto, dificultando a regeneração das espécies da mata úmida. Obtivemos registros das aves da Serra da Guia em 17 e
18/07/2002; 06/02/2005; 25/07/2008.
5- Mata da Santana, (10º 33’ S; 36º 44’W). Localizada entre os
municípios de Pacatuba e Japoatã, a mata da Santana é um fragmento com cerca de 300 ha, isolado em meio a plantações de cana-de-açucar. A maior parte da floresta é constituída por vegetação secundária, embora possam ser encontrados trechos conservados com árvores remanescentes (Parkia pendula, Ocotea sp.,
Lecythis sp.) com cerca de 20 m de altura, principalmente nas grotas e encostas de difícil acesso. Algumas áreas de cerrado também marcam a fisionomia do local. A mata da Santana é um dos
poucos remanescentes florestais ainda encontrados no litoral norte do Estado de Sergipe e, embora tenha sofrido outrora com os
desmatamentos e a retirada constante de madeira, apresenta-se
hoje protegida por seus proprietários e em alguns pontos encontra-se em adiantado estágio de regeneração. Visitada em
14/09/2001; 28 e 29/09/2002; 18 e 19/10/2002; 24/01/2003;
22/03/2003; 31/05/2003; 04/07/2003; 15/11/2003; 01/04/2004;
01/12/2005; 18/08/2006; 07/11/2007.
6- Restingas e mata da Sambaíba (10º 39’S; 36º 51’W). Próxima ao litoral, no município de Pirambu, a mata da Sambaíba é um
fragmento com cerca de 150 ha. A mata, bem estruturada, possui
muitas árvores com cerca de 100 cm de dap e aproximadamente
20 metros de altura. Está situada em solo arenoso, possivelmente
resultante da remobilização de areias pleistocênicas do litoral so35
bre os tabuleiros costeiros da formação barreiras, nos quais a mata está situada. Próximo à mata podem ser encontradas áreas abertas com fisionomia de restingas. A retirada seletiva de madeira e
implantação de assentamentos para a reforma agrária são uma
ameaça à integridade da mata em curto e médio prazo. Visitamos
a área em 31/07/2003; 13/12/2005 (em companhia de F. Pacheco
e F. Olmos); 25/05/2006; 28/09/2006; 01/11/2006; 30/05/2007;
06/06/2007.
7- Mata do Junco (10º 32’S; 37º 03’W). Situada no município de
Capela, entre áreas de cultivo de cana-de-açucar e pequenos núcleos habitacionais, a mata do Junco possui cerca de 400 ha. A área, espólio de uma antiga Usina de açúcar e álcool e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária foi recentemente decretada
Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco (Decreto Estadual nº
24.944 de 26/12/2007), para assegurar a proteção de Callicebus coimbrai, um primata ameaçado de extinção. Devido ao fato de ter sofrido com a exploração seletiva de madeira ao longo dos tempos, a
mata do junco apresenta, em toda a sua extensão, muitos trechos
em processo de sucessão ecológica. Também apresenta pequenos
encraves de cerrado, e áreas relativamente bem conservadas, principalmente nos baixios e ao longo de nascentes e pequenos riachos.
Nesses locais, os elementos florísticos da Mata Atlântica apresentam porte que podem variar entre 15 a 25 m de altura e 20 a 80 cm
de dap. Visitamos a área em 21/10/2002, 14/06/2003, 03/08/2006;
14/04/2007.
8- Região metropolitana de Aracaju (10º 56’W; 37º 03’W). Localizada às margens do rio Sergipe, a cidade de Aracaju foi construída em meio às restingas, dunas, lagoas, manguezais e apicuns presentes na margem direita do estuário do rio, próximo à sua embocadura no oceano Atlântico. Para a sua expansão urbana, os ambientes originais foram destruídos e deram espaço à construção de bairros residenciais, ruas, praças e avenidas. Alguns remanescentes da
vegetação natural de restinga, bem como pequenas lagoas, que, na
maioria das vezes, são resultantes do afloramento do lençol freático dos cordões litorâneos quaternários, ainda podem ser encontrados em áreas periféricas da cidade.
Embora os apicuns tenham sido destruídos, os manguezais, por
sua vez, encontram-se atualmente em processo de recuperação e rebrotaram ou colonizaram novas áreas do estuário do rio Sergipe, inclusive aquelas que margeiam as áreas populosas da cidade.
Em meio ao ambiente urbano, a arborização com espécies exóticas e poucas nativas foi implementada em vias públicas, praças
e quintais. Dentre as espécies arbóreas predominantes destacamse Pithecellobium dulce, Cassia spp., Terminalia catappa, Delonix regia, Prosops juliflora, Mangifera indica, Monquilea tomentosa, Ficus benjoin, F. microcarpa, Casuarina equisetifolia, Azadirachta indica e as nativas, Anacardium ocidentale e Schinnus
terebentifolius. Outras espécies, nativas da mata atlântica, caatinga e outros biomas do país, mas exóticas naquela faixa do litoral
arenoso, vêm sendo plantadas em vias públicas recentemente implantadas e em novas áreas verdes e parques construídos na cidade. Certamente irão constituir a nova paisagem florística que predominará no município nos próximos anos. Observações esporádicas foram realizadas na região metropolitana de Aracaju desde
1990.
Das oito áreas indicadas acima, nenhuma foi sistematicamente
amostrada. Durante as visitas às localidades, foram feitos registros
visuais, através de binóculos Baush Lomb 8x40, e sonoros, com o
auxílio de gravador Sony TCM 5000 e microfone direcional Senheiser M66. Alguns registros fotográficos foram feitos através de
máquina Sony DSC H-5.
36
Nas áreas 1, 2, 3, 5 o esforço amostral, em cada visita, foi em torno de 6 horas. Nas localidades 4, 6, 7 os registros foram obtidos através de observações realizadas em visitas que não ultrapassavam 4
horas. Na área 8, registros esporádicos, oportunísticos e casuais foram realizados nos últimos 18 anos.
Resultados e discussão
Através das observações realizadas foi possível registrar 340 espécies de aves em áreas de mata, cerrados, restingas, manguezais,
alagados e ambientes antrópicos (Tabela 1).
As espécies anotadas são constituídas, em sua maior parte, por
elementos generalistas, mas também por alguns endemismos da caatinga (Penelope jacucaca), cerrado (Porphyrospiza caerulescens), manguezais (Conirostrum bicolor) e mata atlântica (Automolus lammi).
O número reduzido de espécies endêmicas da Mata Atlântica pode ser atribuído tanto às limitações da amostragem quanto ao estágio de conservação das áreas florestadas, quase todas constituídas
por matas secundárias e isoladas. Nessas áreas de florestas restritas, muitas populações de aves podem ter sido abruptamente extintas ou minguaram gradativamente graças à fragmentação e isolamento florestal desde épocas passadas até o presente.
Os argumentos para tais afirmativas podem ser reforçados quando se observa o histórico de ocupação e destruição da região nordeste do Brasil (Coimbra-Filho 1996, Olmos 2005) e as análises de
Tabarelli et al. (2004) em relação à decadência das florestas nas
quais as interações planta-animal foram interrompidas.
Contudo, merecem destaque as espécies florestais Pyriglena
atra, Xipholena atropurpurea, Ramphastus vitellinus e Micrastur
semitorquatus, essa última, uma ave de rapina que ainda subsiste
nas ínfimas florestas densas do Estado em pequenos vales, grotas e
nos remanescentes das regiões serranas, possivelmente utilizados
por alguns indivíduos como “trampolins ecológicos” durante seus
deslocamentos ou migrações.
Essa hipótese, caso corroborada, poderá ser um argumento favorável para a ocorrência de Spizaetus ornatus no Parque Nacional da
Serra de Itabaiana, cujo contraponto encontrado para a sua sobrevivência em Sergipe, onde as maiores áreas florestadas não ultrapassam 1000 ha, é o conjunto de paisagens heterogêneas (com graus
variáveis de interferência antrópica) constituído por matas, cerrados, campos, capoeiras, pequenas matas ciliares e de galeria existentes em algumas áreas do estado, inclusive as apontadas no presente estudo. Pouco exploradas, devido à baixa fertilidade do terreno, as áreas em mosaico florístico constituíram vários ecótonos possivelmente capazes de sustentar uma diversidade de pequenos mamíferos, répteis e outras aves que servem de presas para alguns mamíferos carnívoros que ainda subsistem no estado (Leopardus pardalis e Puma concolor) e às aves de rapina, mesmo aquelas espécies florestais ameaçadas de extinção.
Devem ser ressaltados, também, os remanescentes de cerrado
que, embora sejam áreas com uma considerável interferência antrópica, diminutas se comparadas às dimensões do bioma e encravadas na região das antigas Florestas Estacionais, abrigam espécies quase que exclusivas do bioma Cerrado como Cypsnagra hirundinacea, Porphyrospiza caerulescens, Thamnophilus torquatus,
Lepidocolaptes angustirostris, Piranga flava, Heliactin bilophus e
Cariama cristata.
Tais ocorrências podem evidenciar uma possível rota de migração de algumas espécies do domínio dos Cerrados e/ou que a destruição das florestas do Estado tem permitido a expansão de espécies de áreas abertas do interior em direção ao litoral, haja vista a presença de Melanerpes candidus e Tyrannus savana registrada a poucos metros da linha de preamar do litoral dos municípios de Estância e Itaporanga.
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Embora tenha sofrido com a descaracterização dos ambientes
naturais para a expansão da zona metropolitana, a avifauna do município de Aracaju é destacada por espécies ligadas a ambientes liminicolas que se beneficiaram com as alterações ocorridas nos estuários que margeiam a capital do Estado de Sergipe. Interferências
no fluxo das marés e deposição de sedimento e lodo tornaram-se
atrativos para as garças, especialmente Egretta caerulea, uma das
espécies mais numerosas nos manguezais locais, maçaricos migratórios (Numenius phaeopus) e até para um guará (Eudocimus ruber) possivelmente liberto de cativeiro e que vagueia pelo município há pelo menos 5 anos. A presença de Sicallis flaveola, Paroaria
dominicana e Sporophila albogularis deve-se, possivelmente, a introduções de aves apreendidas em feiras livres e deliberadamente
soltas em parques e em áreas verdes periféricas ao município. Destaca-se também a presença de Furnarius rufus e Furnarius figulus,
espécies que vêm expandindo sua área de ocorrência no estado e
ocupando vários pontos da cidade, notadamente há pelo menos
uma década.
Além das 340 espécies registradas nas 8 áreas mencionadas no
presente estudo, 31 registros adicionais foram obtidos durante visitas esporádicas em outros pontos do Estado e 12 espécies são indicadas como de provável ocorrência no território sergipano (Apêndice 1). Ainda que careçam de confirmação, essas últimas observações elevam o número de aves em Sergipe para um total provisório
de 383 espécies.
Conservação
O movimento conservacionista iniciado há poucos anos em Sergipe com a mobilização da sociedade para a conhecimento e conservação da biodiversidade, principalmente para a proteção de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, foi decisivo para a criação de RPPNs (Bomfim da Cachoeira e Castelo) e para o empenho
das instituições públicas responsáveis pelo meio ambiente para a
criação de novas Unidades de Conservação no Estado de Sergipe
(Parque nacional da Serra de Itabaiana, Refúgio de Vida Silvestre
Mata do Junco e Monumento Natural Grota de Angico).
Em paralelo com a mobilização da sociedade, do poder público
e das institições governamentais e não-governamentais, a obtenção
de novos dados sobre a taxonomia, ecologia e biogeografia das
aves de Sergipe será imprescindível para preencher outras lacunas
de conhecimentos e subsidiar as estratégias de conservação da avifauna e dos ambientes naturais do estado.
Esperamos que as informações contidas no presente estudo possam nortear o poder público para o incentivo à criação de RPPNs,
assim como, para a implantação, ampliação e implementação de
plano de manejo e regularização fundiária das Unidades de Conservação públicas do Estado. Se bem gerenciadas, essas UCs serão
espaços importantes para a proteção da biodiversidade de Sergipe e
em especial a sua avifauna.
Agradecimentos
Meus agradecimentos aos diversos colegas e/ou amigos que
me motivaram para elaborar este manuscrito: Antônio Cláudio
Almeida, Ayda V. Alcântara, Bianca Reinert, Cristina Arzabe, Fábio Olmos, Fernando Straube, Galileu Coelho, Jorge Albuquerque, Luis F. Silveira, Marcos Bornschein, Martha Argel, Pedro Lima, Robson S. Silva. A Deodato Souza, que inclusive leu e comentou a primeira versão do texto. Aos alunos de biomedicina e
biologia Augusto Marcondes, Galvani Mota, Lorena Xavier, Luis
Jean Rosendo, Natanael Vieira, Randolfo Figueiredo, Thiago Santana e Victor Soares pelo auxílio e companhia nas aulas de campo.
A Ari Ferreira, Jorge Leite, José Franco, José Pessoa Queiroz e Leonardo Santana, proprietários de terra que permitiram o acesso às
áreas estudadas. A Sidnei Sampaio e Fernando Pacheco pelo apoAtualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
io, confiança e sugestões ao texto. A Manoel Cardoso pelo estímulo e amizade.
Dedico este trabalho ao colega Marcel Tavares Oliveira (in memoriam), pioneiro no estudo das aves em Sergipe.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, M.G.S. (1991) Atividades produtivas. In: Textos para a história de Sergipe. DINIZ,M.D. (coord.). Universidade Federal de Sergipe/ BANESE.
p.61-126.
ANDRADE, A. J.P. (1851) Ofício do Presidente da Província de Sergipe, Amâncio
João Pereira de Andrade ao Ministro e Secretário dos Negócios do Império,
Visconde de Monte Alegre, em 24/03/1851. Arquivo Público do Estado de Sergipe, G1 243.
BARBIERI, E. (2007) Seasonal abundance of shorebirds at Aracaju, Sergipe, Brazil. Wader Study Group Bull. 113: 40–46.
BENCKE. G.A., G.N. MAURICIO,. P. F.DEVELEY e J. M. GOERCK. (2006) Áreas Importantes para a Conservação da Aves no Brasil. Parte 1- Estados do domíno da Mata Atlântica. São Paulo:SAVE Brasil.
COIMBRA-FILHO, A. (1971) Três formas da avifauna do nordeste do Brasil ameaçadas de extinção: Tinamus solitarius pernambucensis (Berla, 1946); Mitu M.
mitu (Linnaeus, 1766) e Procnias A. averano (Hermann, 1766) ; (Aves- Tinamidae, Cracidae, Cotingidae). Rev. Brasil. Biol.. 31: 239-247.
d'HORTA, F.M., S.F. GOUVEIA e P.A. ROCHA. (2005) Aves. In: Parque Nacional
Serra de Itabaiana, Levantamento da Biota (C.M. Carvalho & J.C. Vilar, Coord.). Aracaju, Ibama, Biologia Geral e Experimental - UFS. pp.63-76
FORBES, W.A. (1881) Eleven weeks in North-eastern Brazil. Ibis 1881:312-362.
FRANCO, E. (1983) Biogeografia do Estado de Sergipe. Secretaria de Estado da
Educação - Subsecretaria da Cultura de Arte, Sergipe 136 p.
FREIRE, L. (1898) Quadro Corographico de Sergipe. H. Garnier Livreiro- Editor,
Rio de Janeiro.
GOVERNO DE SERGIPE. (1976) Zoneamento ecológico – florestal do Estado de
Sergipe. Ministério do Interior, Sudene – Conselho de Desenvolvimento de
Sergipe, Aracaju 107 p.
OLMOS, F. (2005). Aves ameaçadas, prioridades e políticas de conservação no Brasil. Nat. e Cons. 3 (1): 21-42.
PACHECO, J. F e B. WHITNEY. (1995) Range extensions for some birds in northeastern Brazil. Bull. Brit. Orn. Cl. 115 (3): 157- 163.
PINTO. O. M. O. (1933) Aves da Baía. Lista provisória das espécies e variedades obtidas naquele estado pela expedição zoológica ultimamente ali realizada pelo
Museu Paulista. Bol. Biol. São Paulo, (N.S.) 1: 5-11.
PINTO. O. M. O. (1935) Aves da Bahia. Notas críticas e observações sobre uma collecção feita no Recôncavo e na parte meridional do Estado. Rev. Mus. Paulista
19: 1-325
PINTO. O. M. O. (1954) Resultados ornitológicos de duas viagens científicas ao
Estado de Alagoas. Papéis Avulsos Zool. São Paulo, 12(1):1-98
REISER, O. (1910) Liste der Vogelarten welche auf der Von der Keiserl. Akademie
der Wissenschaften 1903 nach Nordostbrasilien entsendten Expediction unter
Leitung des Herrn Hofrates Dr. F. Steindachner gesammelt wurden. Denkschr.
Akad.Wiss. Wien 76: 55-252
SOUSA, M.C., R. T . FRAGA e C.J.CARLOS. (2005) Seabird records from Alagoas and Sergipe states, northeast Brazil. Cotinga 24: 112-114.
SWAINSON, W. (1825) On the new Genera of Birds, Formicivora and Drymophila,
with descriptions of several species. Zoological Journal, ser.2:145-154.
TABARELLI, M. ; J. M. C. SILVA ; C. GASCON. (2004) Forest fragmentation,
synergisms and the impoverishment of neotropical forests. Biodiversity And
Conservation, Holanda, v. 13, n. 7, p. 1419-1425.
TEIXEIRA, D. M. e L.P. GONZAGA. (1983) A new antwren from northeastern Brazil . Bull. Brit. Orn. Cl. 103 (4): 133-135.
TEIXEIRA, D. M., J. B. NACINOVIC e M.S. TAVARES. (1985) Notes on Some
Birds of Northeastern Brazil. Bull. Brit. Orn. Cl. 106 (2): 70-74.
TEIXEIRA, D. M. (1992) As Fontes do Paraíso- Um ensaio sobre a Ornitologia no
Brasil Holandês (1624-1654). Rev.. Nordestina Biol. 7(1/2):1-149.
TELLES, M. P. O. (1898) Sergipenses- Escriptos Diversos. Antônio X. de Assis Editor, Typ. d`O Estado de Sergipe.
ZIMMER, K. J. (2008) The White-eyed- foliage-gleaner (Furnariidae: Automolus)
is two species. Wils. Journ. Ornit. 120 (1): 10-25.
1-Instituto Amuirandê. Rua Nestor Sampaio, 140,
CEP 49045-000, Aracaju-SE;
E-mail: [email protected]
www.amuirande.org.br
37
Tabela 1. Lista preliminar das aves observadas em 8 áreas florestadas do Estado de Sergipe. Legenda: 1 manguezais e mata do Crasto
(município de Santa Luzia do Itanhy), 2 restingas, cerrados e matas do Paruí (município de Itaporanga e Estância), 3 matas e cerrados do
Parque Nacional da Serra de Itabaiana (município de Areia Branca e Itabaiana), 4 caatingas e mata úmida da Serra da Guia (município de
Poço Redondo), 5 cerrado e mata da Santana (município de Pacatuba), 6 restingas e mata da Sambaíba (município de Pirambu), 7 mata do
Junco (município de Capela), 8 manguezais, dunas, lagoas e restingas de Aracaju (município de Aracaju). A nomenclatura utilizada segue a
orientação do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (versão 05/10/2008).
38
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
39
40
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
41
42
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
43
44
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Total 340 espécies
*: Nomes populares recolhidos em Sergipe
Registros nas localidades: “x” espécies registradas no presente estudo; “b” espécies registradas por Barbieri, 2007; “o” espécies registradas por
d'Horta et all, 2005; “p” espécies registradas por Pacheco e Whitney, 1995
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
45
Apêndice 1: Registros adicionais e prováveis ocorrências de aves para o Estado de Sergipe.
46
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
*: Nomes populares recolhidos em Sergipe
**: Espécie com provável ocorrência no território sergipano
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
47
Anexo 1: Fotos de algumas localidades indicadas no presente estudo.
Figura 1: vegetação de restinga dos municípios de Itaporanga e Estância. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Figura 2: áreas alagadas nas depressões dos cordões litorâneos entre a restinga arbórea. Município de Itaporanga. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
48
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Figura 3: vegetação de cerrado situada em antigos terraços marinhos limítrofes
com a restinga. Municípios de Itaporanga e Estância. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Figura 4: vegetação de cerrado no litoral. Municípios de Itaporanga e Estância. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
49
Figura 5: Mata do Crasto. Município de Santa Luzia do Itanhy. (Foto: Adnilton Fonseca)
Figura 6: Mata da Sambaíba. Município de Pirambu. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
50
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Figura 7: Mata da Santana, situada em pequenos vales dos tabuleiros costeiros no
norte do Estado de Sergipe. Município de Pacatuba. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
51
Figura 8: Mata úmida do topo da Serra da Guia. Município de Poço Redondo. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
52
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Figura 9: bromélias, orquídeas e lianas em árvore da mata úmida do topo da Serra da Guia. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Figura 10: vegetação seca e xerófita típica da caatinga do sopé da Serra da Guia. Município de Poço Redondo. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
53
Anexo 2: Fotos de algumas aves registradas nas localidades indicadas no presente estudo
Figura11: piru-piru (Haematopus palliatus) no estuário do rio Sergipe. Região metropolitana de Aracaju. (Foto: Victor So ares)
Figura12: trinta-réis-de-bando (Thalasseus sandvicensis) no estuário do rio Sergipe. Região metropolitana de Aracaju. (Foto: Victor Soares)
54
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Figura 13: sabiá-da-praia (Mimus gilvus) nas restingas de Itaporanga. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Figura14: beija-flor-chifre-de-ouro (Heliactin bilophus) nos cerrados do Paruí. (Foto: Victor Soares)
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
55
Figura 15: tesourinha (Tyrannus savana ) nos cerrados do Paruí. (Foto: Victor Soares)
Figura 16: olho-de-fogo-rendado (Pyriglena atra) no Parque Nacional Serra de Itabaiana. (Foto: Sidnei Sampaio)
56
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
Figura16: chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis) na mata úmida do topo da Serra da Guia. (Foto: Victor Soares)
Figura17: cabeça-vermelha (Paroaria dominicana) na caatinga do sopé da Serra da Guia. (Foto: Marcelo C. de Sousa)
Atualidades Ornitológicas On-line Nº 149 - Maio/Junho 2009 - www.ao.com.br
57
Download

As aves de oito localidades do Estado de Sergipe