Acqua – revista portuguesa de natação
ISSN 1647-2837
Nº3 | Dezembro de 2010
O ENSINO DA NATAÇÃO NO CONTEXTO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
Tiago André Freire de Almeida
Universidade Técnica de Lisboa – Faculdade de Motricidade Humana/Universidade Federal de Santa
Catarina - Florianópolis
Email do autor: [email protected]
Resumo
Este artigo resulta de um processo de Estágio Pedagógico em Educação Física, no âmbito de um
intercâmbio estudantil entre Portugal e Brasil e nele se faz uma reflexão acerca do ensino da natação no
contexto do sistema educativo. O estágio teve a duração de dois meses e foi composto por dois
momentos, um inicial de análise e preparação das aulas e outro de intervenção. Ao longo deste estágio
surgiram vários aspectos passíveis de reflexão e que são abordados neste texto, em especial, a
possibilidade de se trabalhar, em contexto escolar, segundo a concepção pedagógica crítico-construtiva
apoiada por Bart Crum (1991), que defende a inclusão e o ecletismo na Educação Física escolar,
apresentando um enfoque semelhante às pedagogias progressistas presentes no Brasil.
O objectivo deste trabalho centra-se não apenas na descrição das actividades, mas, sobretudo, no
exercício de reflexão sobre a prática, como matéria de investigação pedagógica, evidenciando lacunas e
possibilidades no desenvolvimento de aulas de natação na escola. Durante o estágio procurou-se
proporcionar aos alunos um variado número de estímulos diferenciados no âmbito das modalidades
aquáticas. Assim, incluíram-se algumas modalidades fora da tradicional Natação Pura, habitualmente
pouco desenvolvidas na disciplina de EF, como o Pólo Aquático, a Natação Sincronizada, a Natação de
Salvamento e a Natação Adaptada.
Palavras-chave: Natação, Educação Física, Ensino, Ecletismo, Inclusão, Cultura de Movimento
Abstract
This paper reports the process of a Pedagogical Traineeship in Physical Education during a student
exchange process between Portugal and Brazil and is the result of some reflection about the teaching of
swimming within the context of the school system. This traineeship lasted for two months and had two
different stages. The first focused on analysis and preparation and the second on implementation. During
this traineeship several aspects emerged that needed some reflection and which will be dealt with in this
paper, in particular we will approach the possibility of working in a school context according to the
pedagogical concept ‘constructive criticism’ supported by Bart Crum (1991) who defends inclusion and
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eclecticism in Physical Education in School, with a similar focus as the progressive pedagogies existing
in Brazil.
The aim of this paper is to describe activities but also to reflect about the practice as a subject for
pedagogical investigation, showing what is missing and the possibilities of developing swimming classes
in school. During this traineeship students were given differentiated stimulus within aquatic modalities.
Therefore some modalities were include besides Swimming itself, modalities that are not usually
developed in Physical Education subject, such as Water polo,
Synchronized Swimming , Rescue
Swimming and Adapted Swimming.
Key Words: Swimming, Physical Education, Teaching, Eclecticism, Inclusion, Culture of Movement
Introdução
O Estágio Pedagógico em Educação Física (EF) procura possibilitar aos estudantes a
aquisição de competências para exercerem mediações teórico-práticas durante a
actuação profissional, neste caso, a função de Professor de Educação Física. Deste
modo, o estágio permite o contacto directo com o campo de actuação profissional,
espaço em que as matérias teóricas podem ser repensadas e reflectidas a fim de
possibilitar a introdução de novos conhecimentos na intervenção profissional. Trata-se
do entendimento, hoje consolidado pelos educadores, de que a teoria, sem a prática (e
vice-versa), é incompleta.
É partindo deste pressuposto que, como aluno de convénio de Portugal, da Faculdade de
Motricidade Humana, participei no estágio proposto pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), no âmbito da disciplina de Prática de Ensino da Educação Física
Escolar I, da 6ª fase do curso de licenciatura em EF, com vista a analisar e compreender
um pouco mais acerca do ensino da disciplina num outro contexto que não o Português.
Assim sendo, o presente artigo apresenta o balanço do estágio pedagógico realizado no
Colégio de Aplicação UFSC (CA) com uma turma de 3º ano do ensino médio, na
modalidade natação. O objectivo do trabalho, no entanto, centra-se não apenas na
descrição das actividades, mas, sobretudo, no exercício de reflexão sobre a prática como
possibilidade de investigação pedagógica, evidenciando lacunas e possibilidades
presentes no desenvolvimento de aulas de natação na escola, a partir da concepção
pedagógica crítico-construtiva defendida por Bart Crum (1991) – autor com visibilidade
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na Educação Física europeia e que apresenta um enfoque semelhante às pedagogias
progressistas presentes no Brasil.
Aqui são relatados de forma sucinta, o percurso das aulas, os conteúdos abordados, as
orientações didácticas e a prática pedagógica utilizada, bem como são feitas algumas
reflexões a respeito da experiência, as dificuldades encontradas, os objectivos
alcançados, a possibilidade de articulação teórico-prática da metodologia utilizada, entre
outros.
Metodologia
Fundamentação Metodológica para as Intervenções Escolares no Estágio
Para o desenvolvimento das aulas foi utilizada a concepção pedagógica críticoconstrutiva apoiada por Bart Crum (1991). Este autor desenvolveu um trabalho no qual
sistematizou as “concepções da Educação Física”. Descreveu cinco concepções básicas,
entre elas: a biológica, a pedagogista, a personalista, a de socialização acrítica para o
desporto, e a crítico-construtiva ou social-reconstrucionista. Estas concepções têm
determinadas funções e sustentam visões diferenciadas da Educação Física escolar, no
entanto, a concepção escolhida para a realização do estágio visa respeitar o ecletismo, a
inclusão e a emancipação dos alunos (levar a que os alunos, após terminarem o 3º ano
do ensino médio/12º ano de escolaridade, saibam organizar a sua actividade física). Esta
é a concepção que norteia actualmente as orientações metodológicas dos Planos
Nacionais de Educação Física em Portugal.
A escolha de uma concepção pedagógica deve sustentar a sua visão sobre: a) A criança
e o desenvolvimento que é esperado que ela atinja; b) As mudanças desejáveis no
contexto sociocultural. Isto é, no processo de socialização qual deverá ser o papel da
escola? Deve ter uma posição crítica ou deve reproduzir o que se passa na sociedade?;
c) A missão e papel da escola; d) As relações entre a função da escola, as mudanças
sociais desejáveis, e a educação e o desenvolvimento da criança.
As aulas de natação basearam-se, como referido em cima, na concepção críticoconstrutiva, tentando-se adequá-la à realidade da turma e às possibilidades da escola
onde o trabalho foi desenvolvido. Nesta concepção, a escola opera como um meio de
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inovação e transformação cultural, e não como meio de adaptação à cultura. Assim, a
Educação Física deve ajudar os alunos a manter uma boa qualidade de vida, com base
no contributo para o seu desenvolvimento através das mais variadas práticas
desportivas. Os meios utilizados são as actividades físicas desportivas, as actividades
rítmicas expressivas e as actividades de exploração da natureza.
Ainda segundo a concepção crítico-construtiva, a Educação Física deve ser um espaço
de ensino-aprendizagem, designadamente de aprendizagens tecnomotoras, sociomotoras
e de desenvolvimento de competências reflexivas necessárias para uma participação
gratificante na “cultura de movimento” ao longo da vida (Kunz, 2004).
Esta concepção prevê desenvolvimentos que apenas a Educação Física pode
proporcionar, como por exemplo:
•
O desenvolvimento das capacidades físicas, condicionais e coordenativas;
•
A aprendizagem das actividades físicas desportivas nas suas dimensões técnicas
tácticas, regulamentares e organizativas;
•
Aprendizagem das actividades de expressão artística, nomeadamente as danças,
nas suas dimensões técnica, de composição e interpretação;
•
A aprendizagem das actividades de exploração da natureza, nas suas dimensões
técnica, organizativa e ecológica;
•
A aprendizagem dos conhecimentos de desenvolvimento e manutenção da
condição física;
•
A aprendizagem dos conhecimentos relativos à interpretação e participação nas
estruturas e fenómenos sociais extra-escolares, no seio das quais se desenvolve e
dinamiza a cultura de movimento.
Para trabalhar esta concepção na modalidade ‘natação’ foi necessário proporcionar o
mais variado número de estímulos diferenciados, tal como esta concepção defende,
mesmo sendo apenas dentro das modalidades aquáticas. Assim, procurou-se incluir
algumas modalidades fora da tradicional Natação Pura, como o Pólo Aquático, a
Natação Sincronizada, a Natação de Salvamento ou uma abordagem ao nado Adaptado,
modalidades, estas, pouco desenvolvidas em aulas de EF, caracterizando-se assim o
ensino da natação para além da sua reprodução mecânica da cultura desportiva
hegemónica. Nesta mesma direcção, foram trabalhadas também propostas de locomoção
diferenciadas do padrão habitual do nado tradicional, proporcionando momentos de
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estimulação à criatividade dos alunos onde estes pudessem realizar os seus próprios
tipos de nado, coreografias, entre outros.
Também Betti (2002) afirma que “deve-se privilegiar o desenvolvimento das
habilidades motoras básicas, jogos e brincadeiras de variados tipos e actividades de
autotestagem”, o que vai ao encontro da preocupação em trabalhar com o objectivo de
proporcionar o maior número de experiências possíveis aos alunos, para que estes
vivenciem actividades diferenciadas, o que pode favorecer uma aprendizagem da
cultura de movimento mais plural.
Por fim, os conteúdos foram trabalhados com uma vertente lúdica, buscando garantir
uma maior motivação nas aulas e o rompimento com o ensino da natação centrado
apenas no desempenho técnico-motor, mas também direccionado para a satisfação
pessoal. Segundo Rosado e Ferreira (2009) “retirar prazer das diversas actividades
físicas (e evitar o desprazer) é um objectivo comum dos participantes, e de uma
importância decisiva na continuidade da prática”, especialmente tratando-se de uma
escola de natação, este é um factor importante a ter em conta.
Procedimentos Metodológicos
O trabalho foi realizado com uma turma de 3º ano do ensino médio do Colégio de
Aplicação da UFSC, matriculados na modalidade de natação. A turma era mista, mas
constituída por um número superior de meninas. O número total de alunos variava de
aula para aula, pois estes tinham a possibilidade de transitar livremente entre os três
horários disponibilizados para a prática da disciplina.
A realização do estágio foi composta de dois momentos, um inicial de análise e
preparação das aulas e outro de intervenção.
Para a preparação da intervenção foi realizada inicialmente uma análise de conjuntura
do contexto escolar. Esta actividade foi composta por observações participantes do
campo de estágio e da turma em que foi realizado o estágio. Segundo Gormley (2001), a
pesquisa participante é aquela “pesquisa orientada para a acção [...] Este termo
abrangente representa todas as formas de pesquisa que activamente envolvem os
sujeitos como co-pesquisadores e cria algum tipo de resposta prática e de uso imediato”.
A actividade de análise de conjuntura escolar foi realizada de forma colectiva,
envolvendo todos os alunos da disciplina de Prática de Ensino em Educação Física
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escolar I. Para tal, dividiu-se a turma em quatro grupos, cada um responsável por uma
tarefa: 1° grupo – análise do espaço físico; 2° – Entrevistas com os professores,
especificamente aos de Educação Física; 3° – Entrevistas com a Directora do colégio e
demais funcionários administrativos da escola, incluindo também o coordenador de
Educação Física; 4° – Análise do Projecto Político Pedagógico (PPP) da escola.
A colecta de dados neste primeiro momento foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental do PPP. Para a realização das entrevistas e análise do
espaço escolar foram utilizadas filmagens da escola. Os dados finais foram sintetizados,
agrupados em eixos temáticos e apresentados no formato de um vídeo.
Para o processo de leccionação de aulas de Educação Física/Natação, ou de qualquer
outra área do ensino, em qualquer escola onde um professor esteja integrado, é
importante que este tenha conhecimento do contexto em que vai desenvolver o seu
trabalho para melhor se adaptar ao meio, potencializando tanto o seu processo de
ensino, como as relações que vai desenvolver com os vários actores escolares
envolvidos.
No segundo momento do estágio passou-se então para o campo. Foi feito o
acompanhamento de 5 sessões de aulas da turma para identificação de peculiaridades do
grupo, o que ajudou na construção dos Planos de Ensino e de aula, que
estruturaram/orientaram o trabalho desenvolvido.
Para Carvalho (1994) é importante analisar o programa proposto desenvolvido pela
instituição de ensino, para posteriormente se poder construir um plano de actuação com
a turma, que se adapte ao contexto específico em que se insere (escola de natação,
alunos…), pois só assim se conseguirá orientar e dar um sentido ao trabalho a
desenvolver. O autor afirma que “o ensino sistematicamente improvisado acaba por ser
uma colagem de diferentes tarefas, não consequente e sem objectivos precisos (…)”,
sendo fulcral estruturar um percurso lógico e estruturado para a intervenção com a
turma, no sentido de se desenvolver um trabalho reflexivo e consciente.
Durante todo o segundo momento do estágio foi realizada uma observação participante
das actividades, o que permitiu a reflexão e sistematização da experiência de estágio.
Segundo Salamunes (2005), observação participante, consiste na “participação activa do
observador na realidade estudada, isto é, o observador actua como um dos elementos
componentes do grupo, comunidade ou situação de estudo”. É considerada mais
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efectiva se forem utilizados instrumentos adequados, neste caso fez-se a colecta de
dados em Diário de Campo, e não somente com os nossos próprios sentidos, pois desta
forma o observador participante enfrenta mais dificuldades para manter a objectividade
por influenciar e ser influenciado pelo grupo, e, pelas diferenças de referência entre
observador e observado.
Resultados
Descrição do Colégio de Aplicação
O estágio foi realizado no Colégio de Aplicação durante os meses de Abril, Maio e
Junho. O Colégio de Aplicação é uma unidade educacional que atende ao Ensino
Fundamental e Médio (equivalente aos ensinos Básico e Secundário em Portugal) e está
inserido no Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina.
Foi fundado em 1961, inicialmente com o nome de Ginásio de Aplicação, com o intuito
de servir de campo de estágio para os académicos da UFSC, passando para a sua
designação actual em 1970.
Com os dados da análise de conjuntura pode-se constatar que, esta, é uma escola
bastante empenhada, que consegue manter a qualidade do ensino, apresentando uma boa
estrutura, nomeadamente na Educação Física, na medida em que apresenta um
“Departamento” de Educação Física que se reúne e estabelece objectivos procedendo à
estruturação de um projecto de trabalho.
A disciplina em si tem boas condições de trabalho, quer a nível de instalações, dispondo
dos pavilhões e piscina das dependências do centro de desportos da UFSC, quer a nível
dos materiais didácticos a serem utilizados em aula. Dentro da realidade das escolas
públicas brasileiras, poder-se-á considerar esta, uma escola privilegiada.
Vale a pena destacar que no CA, durante o ensino médio, as aulas de EF são divididas
em modalidades específicas. Deste modo, os alunos da instituição optam por uma
modalidade a cada semestre. São oferecidas turmas de Futsal, Voleibol, Basquetebol,
Natação, Ginástica e Multi-modalidades (esta última voltada à exploração de conteúdos
pouco usuais na EF).
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Descrição do estágio
As aulas do estágio decorreram na piscina olímpica da UFSC, de 2 metros de
profundidade, no período vespertino, às terças e quintas-feiras das 14h00 às 15h05,
durante os meses de Abril, Maio e Junho.
O início oficial do estágio foi no dia 14 de Abril, com a primeira observação de aula,
que serviu para a análise do comportamento da turma e para a recolha de informações
válidas acerca dos elementos desta, da sua maneira de ser, bem como das relações entre
os alunos, de modo a se poder estabelecer um panorama geral, importante para a
estruturação de todo o planeamento.
Esta era uma turma muito interessante, com alunos aplicados e com os quais se poderia
fazer o bom trabalho que se veio a confirmar. Na sua constituição a turma tinha uma
aluna com um nível de desempenho bastante inferior ao resto da turma.
Um problema desde logo detectado foi o facto de os alunos flutuarem muito entre
horários, o que fez com que a turma raramente fosse exactamente a mesma duas aulas
seguidas, o que dificultou a preparação do planeamento das actividades, razão pela qual
se optou por realizar uma pequena avaliação inicial. Também para Carvalho (1994) é
fulcral “verificar o nível de entrada dos alunos” de forma a “determinar metas”, ou seja,
delinear prognósticos/objectivos específicos para os quais o professor deverá “pesquisar
formas de vencer os problemas encontrados”. Assim o professor deverá procurar
promover desafios nas aprendizagens, dotados de uma “dificuldade controlada”, de
forma a serem estimulantes para o empenhamento dos alunos, mas nunca demasiado
difíceis que possam levar à desistência do aluno.
Passou-se então à prática com a leccionação da primeira aula de avaliação inicial a 8 de
Maio, que permitiu conhecer melhor a turma, o que facilitou o processo pedagógico e o
traçado da linha de trabalho, bem como a escolha de estratégias de ensino e orientações
didácticas a aplicar. Para Pierón (1999) é importante “estabelecer boas estratégias de
ensino, aplicadas correctamente”, estratégias que se adaptem ao grupo/turma específico.
Neste sentido, desenvolveu-se com a turma uma metodologia/estratégia de ensino que
fomentasse uma descoberta guiada controlada, onde o professor fornecesse aos alunos
pontos-chave, em certos aspectos da sua aprendizagem, para que depois estes pudessem
desenvolvê-los. Assim o professor encaminha o aluno de encontro às respostas em vez
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de as fornecer de imediato, bem como consegue diferenciar diferentes níveis de
dificuldade para os diferentes alunos.
Foi a partir das bases desenvolvidas nas observações e primeiras aulas que se pôde
desenvolver um trabalho coerente com a turma, um trabalho sempre em aberto e pronto
para adaptações, procurando ser o mais flexível possível.
Mesmo confinado à modalidade de natação, foi possível trabalhar modalidades
usualmente menos abordadas na escola como a natação de salvamento, natação
adaptada, natação sincronizada ou pólo aquático, bem como propostas de locomoção
diferenciadas do padrão habitual do nado tradicional, procurando dar resposta ao desafio
de realizar um projecto o mais eclético possível no pouco espaço de tempo cedido para
o estágio.
As duas primeiras semanas de intervenção foram de extrema relevância para o
desenvolvimento do estágio devido à necessidade de começar as actividades sem a
presença do professor titular da turma, uma vez que este teve que se ausentar neste
período por motivo de força maior. Este facto exigiu que a identidade de professor da
turma fosse assumida pelo estagiário logo desde o início da intervenção, o que parece
ter favorecido o estabelecimento de uma relação de respeito e autoridade com a turma
trabalhada.
O estágio, que findou no dia 19 de Junho, decorreu de uma forma bastante positiva,
notando-se uma evolução ao nível da qualidade e da criatividade das aulas ao longo do
tempo.
No decorrer do estágio foram surgindo alguns pontos de reflexão merecedores de uma
análise mais cuidada, apresentados de seguida.
Outros pontos de reflexão
O Professor de Educação Física/de Natação é um formador de jovens e, assim, deverá
ter a preocupação de passar valores para os seus alunos. Para além do estilo de mariposa
ou o remate no pólo aquático, deverá, sim, também ter a preocupação de fazê-los
entender o seu corpo como veículo de comunicação com os outros e os limites que
existem entre o nosso corpo e o do outro, num espírito de respeito e aceitação das
diferenças. Para tal procurou-se realizar exercícios de sensibilidade corporal que dessem
aos alunos noções acerca do seu próprio corpo e o do outro, e ainda, actividades em
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grupo de cooperação e entreajuda que promovessem a socialização e o espírito de
equipa, complementando com actividades de consciencialização das diferenças através
da introdução do nado adaptado.
O Homem é um ser de natureza biopsicossocial e é importante que o profissional de
Educação Física/Professor de Natação esteja sempre ciente disso, e que ao longo da sua
prática, procure lidar com os alunos levando em conta a cognição, a parte motora e as
relações afectivo-sociais, sendo portanto necessário reflectir aquando da preparação de
uma aula, para que esta possa apresentar exercícios e actividades que abranjam estas
três áreas de intervenção.
Conhecer os alunos e construir uma boa base de confiança, procurando conhecer os seus
anseios e saber quando exigir mais ou menos deles, é importante para construir uma
relação com estes, que rompa com a ideia tradicional de professor-aluno, em que um
professor é um mero instrumento de transmissão de conhecimentos.
Tal como é bom o profissional ser reconhecido pelo seu trabalho, para os alunos o factor
motivacional é muito importante. Assim, é fulcral que o professor esteja sempre atento à
aula e que procure a utilização do feedback e do reforço positivo, sem ser de uma forma
tão exagerada que o banalize, para que o aluno sinta a sua dedicação acompanhada e
recompensada. Segundo Siedentop (1983) “o feedback positivo e o encorajamento
centrados no desempenho e nos progressos são factores motivacionais importantes”.
Também Mesquita (2004) defende que “um feedback frequente, específico e,
globalmente, aprovador, bem como o elogio regular em torno da realização das
instruções propostas, determinam maiores níveis de responsabilização dos praticantes.
No entanto, Sarmento (1992, cit. Por Honório 2007) afirma que será importante “ter em
atenção às proporções e à forma como são utilizados para que sejam oportunos e
adequados”.
Optou-se também, durante as aulas, por percorrer a piscina várias vezes para facilitar o
acompanhamento aos alunos. Para Campaniço (1989) o “movimento contínuo ao redor
da piscina” permite um acompanhamento mais efectivo dos alunos, permitindo ao
professor intervir oportuna e atempadamente. Também para Mesquita (2004), “os
sistemas de monitorização das actividades e o controlo activo do grupo de trabalho
potenciam o empenhamento dos praticantes na direcção dos objectivos do
professor/treinador”.
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Outra estratégia utilizada foi a entrada na água por parte do estagiário em certas alturas
do estágio. Esta estratégia permitiu uma participação activa do professor nas tarefas de
aula e por outro lado diminuir o distanciamento com os alunos, melhorando o contacto e
a comunicação com estes. Permitiu também fazer transparecer para os alunos uma boa
atitude por parte do professor no papel que desempenha neste processo de ensinoaprendizagem. Segundo Siedentop (1983) “a presença ou ausência de entusiasmo, na
forma como o professor transmite os conhecimentos, vai condicionar o empenho do
aluno na tarefa e consequentemente a sua aprendizagem”.
A questão que se colocou, desde o início do estágio, refere-se à aplicação na escola de
uma concepção pedagógica que defendesse a inclusão e o ecletismo, mesmo quando
confinados ao ensino de apenas uma modalidade.
Em relação ao desempenho dos alunos em geral pode-se considerar que todos
demonstraram uma evolução notória, mas, no entanto, foi a aluna que desde início
sempre teve mais dificuldades que mais surpreendeu pela positiva, podendo-se
considerar uma das maiores vitórias do estágio.
O trabalho com esta aluna mostrou-se complexo, pois sem um acompanhamento
intensivo não conseguiria evoluir de forma tão satisfatória. Assim, sempre que possível,
procurou-se dar um acompanhamento individualizado, que não prejudicasse o resto da
turma, apostando-se no reforço positivo como forma motivadora para a continuação da
prática. Assim foi feita a adaptação dos exercícios tendo em conta o nível de dificuldade
da sua execução, ou então, propostos outros exercícios diferentes dos do resto da turma.
Procurou-se, dentro dos possíveis, não enveredar tanto pela segunda opção devido à
sensação de exclusão que a aluna poderia sentir, ao realizar uma aula completamente
diferente dos restantes. Surgiu então um jogo de equilíbrio entre a prescrição de
exercícios que satisfizessem as suas necessidades para evoluir e por outro lado que
permitissem o mais possível a sensação de integração na turma.
Para que o sentido de inclusão estivesse presente em toda a turma, procurou-se
promover actividades de cooperação, em pequenos grupos heterogéneos, através de
exercícios/jogos de equipa. A utilização do ensino recíproco, quer utilizando pares de
alunos com níveis heterogéneos, quer homogéneos, foi também uma estratégia útil para
garantir a proximidade entre os alunos e aumentar o sentido de responsabilidade destes,
já que participavam activamente no processo de ensino-aprendizagem dos colegas.
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Como apresentado no plano de ensino estruturado para a turma, procurou-se
desenvolver uma abordagem o mais abrangente e eclética possível quanto à temática das
actividades aquáticas, procurando ir de encontro com a “cultura do movimento”
defendida por Bart Crum (1991) e que fundamentou todo o projecto de estágio tentando
que este conseguisse contemplar o máximo da extensão da EF e que nem por isso fosse
desconexo e sem seguimento ou percurso lógico.
Assim, começou-se por realizar uma abordagem das técnicas de modo progressivo
desde a mais simples para a mais complexa, do conhecido para o desconhecido, do
próximo para o afastado, procurando sempre introduzir exercícios novos e criativos,
desde que cumprissem os seus objectivos pedagógicos e que se adaptassem aos vários
grupos de níveis da turma.
Ao contrário do que é usual acontecer nas escolas da natação, onde os alunos são
agrupados por grupos de níveis, na disciplina de Educação Física pode-se encontrar
turmas bastante heterogéneas que necessitem de ser estruturadas em grupos de trabalho
consoante os seus níveis de desempenho, de forma a garantir a diferenciação do
ensino/adequação do nível de dificuldade dos exercícios a cada aluno.
Intercalando com a natação pura procurou-se incluir as outras modalidades, já referidas.
A utilização das aulas politemáticas demonstrou-se de grande importância e utilidade,
favorecendo uma maior abrangência da extensão da EF, possibilitando a conjugação de
várias modalidades aquáticas na mesma aula, chegando-se a abordar três modalidades
diferentes numa mesma sessão didáctica (Ex: natação pura – iniciação ao estilo de
mariposa; natação adaptada – nado vendado; natação sincronizada – construção e
apresentação de pequena coreografia de grupo). Com a utilização deste tipo de aulas,
conseguiu-se tornar as sessões didácticas mais dinâmicas e interessantes para os alunos,
o que contribuiu para desenvolver o factor motivacional, quebrando com a eventual
monotonia que poderá advir de conjuntos de aulas repetidas e estandardizadas.
Pelo facto de se querer promover uma prática eclética de actividades, não se procura, de
modo algum, relacionar o desenvolvimento da disciplina de Educação Física/aula de
natação com uma perspectiva meramente recreacionista. Pelo contrário, uma abordagem
eclética no ensino procura estipular matérias prioritárias a desenvolver, garantindo-se a
consecução dos objectivos que lhes são inerentes. Garantindo-se os objectivos
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prioritários, partir-se-á para uma experimentação na qual se poderão associar matérias
“secundárias”/alternativas.
Esta perspectiva procura então promover um desenvolvimento multilateral e
multifacetado do reportório motor do aluno, através da estimulação/promoção de inputs
variados que proporcionem, a este, uma vivência/experimentação diferenciada, no caso,
das actividades aquáticas.
A utilização de diversas modalidades com vista à consecução de objectivos comuns
deverá ser então entendida pelos benefícios obtidos ao nível dos factores motivacionais
desenvolvidos nos alunos, inerentes à diversidade e criatividade das tarefas das aulas,
pelo aumento do reportório motor do aluno, e também pelos transferes positivos que se
poderão estabelecer entre estas mesmas modalidades para a aquisição de determinados
skills definidos como importantes a desenvolver.
Uma questão relevante a ser levantada após este estágio relaciona-se com a imposição
feita pelo Colégio de Aplicação aos seus alunos do ensino médio de apenas poderem
escolher uma modalidade para as suas aulas de EF. Estará esta limitação correcta
promovendo a melhor estrutura possível para as aulas de EF do ensino médio?
O colégio tem como justificativa o facto de querer proporcionar aos alunos três anos de
Educação Física em que eles se possam “especializar” numa dada modalidade.
Esta decisão deverá ser discutida, pois é de grande importância que se promova um
maior e variado número de estímulos aos alunos enquanto estes frequentam o ensino, na
medida em que findando a sua vida escolar, muitos deles desistem de realizar qualquer
prática desportiva e assim, enquanto estiverem na escola, a prática de várias
modalidades diferenciadas, de forma agradável, pode incentivar os alunos a prosseguir
uma actividade física ao longo da sua vida o que se coaduna com o conceito de cultura
do movimento. A limitação a apenas uma modalidade, para além de restringir a
extensão da EF, poderá ser factor desmotivador devido à repetitividade das aulas e
mesmo de desistência caso o aluno não se adapte à escolha que fez.
Segundo Costa (1990), quando se refere à concepção crítico-construtiva, também
defendida por Bart Crum (1991), o desporto é apenas uma das formas de que se reveste
a “cultura do movimento” e que “a dominação do desporto de rendimento nas aulas de
Educação Física [não se referindo ao desporto escolar extra-aula] deverá ser criticada
dadas as suas características selectivas e de exclusão dos menos aptos”.
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Também Bart Crum (2007) apresenta o “cul-de-sac” do lema a “educação através do
desporto”, rejeitando esta opção.
Crum (2007) assenta a sua rejeição em duas considerações:
“1 - O lema da educação através do desporto falha à partida por razões didácticas. A
justificação da educação desportivizada é um fundamento muito fraco para um
planeamento de um currículo de EF e estruturação metodológica das aulas [que se
pretendem ser ecléticas e inclusivas].
2 - Se a reflexão sobre a EF partir do pressuposto duma visão relacional do movimento,
então o ensino do movimento é educacional por definição e consequentemente a
necessidade de completar a ideia da educação com vista a participação desportiva
desaparece quando queremos implementar a ideia da educação através do desporto”
(traduzido do inglês).
Ou seja, Crum rejeita a hipótese de uma EF onde apenas o desporto tenha o papel
preponderante, na medida em que não tem em conta a “cultura do movimento” e o
ecletismo que esta deverá proporcionar.
Discussão
O Estágio Pedagógico é de longe a experiência mais enriquecedora que um académico
de Educação Física poderá ter, sendo uma mais-valia na sua formação como futuro
professor. Através deste, o estudante consegue reter noções de planeamento anual, bem
como de funcionamento de aula e de organização de actividades no espaço e no tempo.
O trabalho realizado no Colégio de Aplicação, no âmbito do estágio, é de extrema
importância e muito benéfico para a formação do académico de Educação Física, na
medida em que proporciona um ambiente de ensino favorável, onde este poderá
desenvolver valências que permitirão futuramente ao estagiário planear, organizar e
lidar com as situações de ensino com que se vai deparar, bem como trabalhar inserido
numa equipa de Educação Física e desenvolver ideias de actividades e estratégias de
ensino para melhor poder gerir uma turma durante as aulas. É, por isso, um grande
passo na formação dos futuros professores de Educação Física.
Desenvolver a motivação intrínseca dos alunos, seja na EF escolar, seja na escola de
natação, é uma estratégia essencial para desenvolver nos alunos o gosto pela prática da
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Actividade Física. Conseguindo o professor basear o seu trabalho num espírito
cooperativo, poderá então desenvolver o seu projecto de uma forma harmoniosa onde
contará com a participação e empenho dos seus alunos.
É importante que o professor seja um profissional reflexivo e consciente e que procure
planear a sua intervenção baseada em princípios pedagógicos e metodológicos que
possam encaminhar os seus alunos num percurso formativo enriquecedor.
De forma a regular o trabalho desenvolvido, é fundamental que se proporcionem
momentos de avaliação formativa, que possam regular a eficácia do processo que se
desenvolve. Assim poder-se-ão realizar reajustes que visem o melhoramento do projecto
inicial. Para tal, é importante que o profissional ao estruturar qualquer projecto, o
conceba como um produto aberto e flexível, passível de alterações/melhoramentos,
sempre tendo em vista, e em prol, daquele que será/deverá ser sempre o centro do
processo educativo – o aluno.
Ao longo do presente trabalho procurou-se defender uma visão eclética do ensino da
Natação/Educação Física, que vise um desenvolvimento multilateral e multifacetado do
aluno. Esta perspectiva procura proporcionar ao aluno o ganho de um reportório motor
mais diversificado, que será extremamente útil aquando da aprendizagem de técnicas
cada vez mais complexas. Assim, às matérias prioritárias que o professor defina para a
turma, este poderá associar outras, ‘secundárias’, com vista a obtenção de transferes
positivos que se possam estabelecer entre as diferentes matérias leccionadas.
Esta visão procura não só recolher os benefícios inerentes ao desenvolvimento de um
reportório motor eclético, mas também tornar o processo de ensino-aprendizagem mais
desafiador e agradável para o aluno.
A utilização da modalidade de Natação, nas várias vertentes/disciplinas que esta
comporta, mostrou-se extremamente útil para desenvolver e cumprir de forma
gratificante os objectivos da disciplina de Educação Física. Esta, para além dos
benefícios naturais inerentes à prática de qualquer modalidade desportiva, apresenta
características particulares que só as modalidades aquáticas poderão proporcionar. Isto
devido ao meio aquático proporcionar aos alunos uma percepção ‘nova’ do seu corpo,
devido ao contacto com um meio que os envolve na sua totalidade.
É, portanto, uma modalidade pela qual os professores de Educação Física, e respectivos
Grupos de Educação Física, deverão lutar por incrementar nas suas escolas, através do
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desenvolvimento de protocolos e acordos entre clubes de natação locais e as respectivas
Direcções das escolas.
Agradecimentos
À Faculdade de Motricidade Humana e à Universidade Federal de Santa Catarina que
possibilitaram a realização deste intercâmbio.
Ao Professor Diego Mendes por toda a orientação e apoio ao longo do processo de
estágio.
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O Ensino da Natação no Contexto da Disciplina de Educação Física