Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Métodos de determinação da Massa Molecular Métodos absolutos a) Massa molecular média em número - Análise de grupos terminais - Elevação ebulioscópica - Depressão crioscópica - Abaixamento da pressão de vapor (osmometria) - Osmometria de membrana b) Massa molecular média em massa - Difracção de luz - Difracção de neutrões - Ultracentrifugação Métodos relativos - Viscosimetria - Cromatografia de exclusão de tamanho 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 1 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros a) Massa molecular média em número (obtida a partir das propriedades coligativas de soluções de polímero) Propriedades coligativas das soluções: são as propriedades das soluções que variam proporcionalmente à concentração de partículas de soluto. -Não dependem da natureza das partículas de soluto, mas da concentração, ou seja, do número de partículas por unidade de volume. -Forma de “contar” as partículas de soluto presentes na amostra. 1- Elevação do ponto de ebulição (Elevação Ebulioscópica) 2- Abaixamento do ponto de congelação (Depressão Crioscópica) 3- Abaixamento da pressão de vapor 4- Pressão Osmótica 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 2 1 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros 1- Elevação do ponto de ebulição (Elevação Ebulioscópica) A dissolução de um soluto num solvente causa o aumento do ponto de ebulição do solvente RTv0 ⎡ ΔTv ⎤ = − lim ⎢ ⎥ ρ Aλv M n c→0 ⎣ c ⎦ 2 λv = calor latente de fusão por unidade de massa ρA = massa específica do solvente c = concentração mássica do soluto M n = massa molecular média do soluto 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 3 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros 2- Abaixamento do ponto de congelação (Depressão Crioscópica) A dissolução de um soluto num solvente causa o abaixamento do ponto de fusão (congelação) do solvente RT f0 ⎡ ΔT f ⎤ ⎢ ⎥=− lim ρ Aλ f M n c→0 ⎣ c ⎦ 2 λf = calor latente de fusão por unidade de massa ρA = massa específica do solvente c = concentração mássica do soluto M n = massa molecular média do soluto 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 4 2 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Desvantagens: ¾ΔT tem que ser obtido experimentalmente, e é muito pequeno ¾ΔT diminui com o aumento de massa molecular do soluto ¾Estas técnicas só podem ser usadas com polímeros de M n < 5000 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 5 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Abaixamento da pressão de vapor – osmometria de pressão de vapor A pressão do vapor em equilíbrio com o solvente líquido é uma constante a uma dada temperatura. Por dissolução de um soluto no solvente, a pressão do vapor em equilíbrio com esse líquido vai ser alterada, e essa variação vai depender das interacções entre as moléculas de soluto e as moléculas do solvente. Para soluções ideais ou muito diluídas, a presença de um soluto não volátil dissolvido num solvente volátil (A) baixa a pressão de vapor deste último, PA, podendo ser estimada pela lei de Raoult: o P ( x ,T ) = P (T ). x A A A A 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 6 3 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros A osmometria de pressão de vapor utiliza esta variação de pressão e relaciona-a com a massa molecular do soluto. O osmómetro de pressão de vapor é constituído por uma câmara com controle de temperatura, contendo um solvente puro e uma atmosfera saturada de vapor desse solvente. Nesta atmosfera saturada posicionam-se dois termístores; sobre um deles é colocada uma gota de solvente puro, e sobre o outro uma gota da solução do polímero que se pretende determinar a massa molecular. A solução não está em equilíbrio com o vapor de solvente presente na câmara, causando a condensação de moléculas de solvente na gota de solução até que sua pressão de vapor iguale a do solvente puro. A condensação vai produzir um aumento de temperatura da gota. A resistência do termístor é muito sensível a pequenas variações de temperatura, de modo a que qualquer variação se traduz num desequilíbrio da ponte e medição da correspondente diferença de resistência entre os dois termístores. 12-11-2006 7 Maria da Conceição Paiva Determinação de Massas Moleculares de Polímeros A partir da relação entre fracção molar e pressão parcial da equação de Clausius – Clapeyron pode-se obter, por simplificação, a seguinte expressão: ΔT = K1C/M Em que K1 é uma constante, C é a concentração da solução e M é a massa molecular do soluto. Como a variação de resistência medida é proporcional à variação de temperatura, ΔR = K2 ΔT Ou seja, pode-se considerar que ΔR = KC/M Em que K é um factor de calibração que é determinado experimentalmente para cada conjunto de condições. O aumento de temperatura, ΔT, conduz a uma variação proporcional de resistência, ΔR: lim c →0 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva K ΔR = − c Mn 8 4 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Aplicabilidade: 9Este método permite determinar a massa molecular média numérica de polímeros com massa molecular a partir de ~100 g/mol até 30 000 - 40 000 g/mol. 9O limite inferior depende da volatilidade do soluto 9O limite superior depende da sensibilidade do aparelho e do controle de temperatura da célula. Limites de aplicabilidade: ¾ΔT é pequeno e diminui com a massa molecular do soluto ¾A presença de impurezas ou aditivos de baixa massa molecular alteram significativamente os resultados. ¾A condensação de vapor sobre a gota altera a temperatura de equilíbrio ¾Quanto maior a massa molecular do polímero mais duvidosa é a aplicabilidade da constante de calibração (obtida para um composto de baixa massa molecular). Este inconveniente é contornado em aparelhos que, em vez de deposição de uma gota, admitem a deposição de um filme fino de solução, eliminando problemas de difusão 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 9 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Osmometria de membrana No equilíbrio, os potenciais químicos no solvente puro e na solução são iguais. A pressão osmótica, π, será: 12-11-2006 π = P’ – P = ρ g h Maria da Conceição Paiva 10 5 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Para um gás ideal: PV = nRT PV =1 nRT ou seja, Na realidade é mais correcto considerar a dependência na pressão, através da equação do Virial: PV = 1 + B' P + C ' P 2 + D' P 3 + ... nRT Em que os coeficientes B’, C’, D’, etc., são o segundo, terceiro, quarto, etc., coeficientes do virial. Relação com a massa molecular do soluto: P V = RT n P RT = c M Ou seja: 12-11-2006 n n°moles m 1 c = = = MV M V V e Ou, mais correctamente: ⎛π ⎞ lim ⎜⎝ c ⎟⎠ = c →0 RT M 11 Maria da Conceição Paiva Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Assim, para uma solução ideal: π c ≈ RT M 12-11-2006 Ou, para uma solução não ideal: π c ≈ Maria da Conceição Paiva RT + Bc + Cc 2 + Dc 3 + ... M 12 6 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Aplicabilidade: 9O limite inferior de aplicabilidade depende da permeabilidade da membrana, e será aproximadamente 10 000 g/mol. 9O limite superior depende da sensibilidade do aparelho e será aproximadamente 1000 000 g/mol. Limites de aplicabilidade: ¾Em polímeros com uma distribuição de massas moleculares muito larga: a membrana pode ser permeável às moléculas de polímero mais pequenas, não se conseguindo a estabilização do osmómetro. Vantagem: o método é insensível à presença de aditivos ou impurezas de massa molecular pequena, pois as membranas são totalmente permeáveis a essas moléculas. 12-11-2006 13 Maria da Conceição Paiva Determinação de Massas Moleculares de Polímeros b) Métodos relativos de determinação de massas moleculares Medição da viscosidade de soluções diluídas de polímeros O método determinação mais da usado na viscosidade de soluções diluídas de polímeros é baseado na medição do tempo necessário para o escoamento de um volume determinado de solução através de um tubo capilar, sob o efeito da gravidade. A viscosidade de um solvente puro é alterada pela dissolução de um soluto, e essa variação depende do número, da forma e dimensões das moléculas do soluto. 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 14 7 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Para soluções diluídas de partículas esféricas: Para soluções diluídas de partículas elipsoidais: ⎧⎛ η ⎞ ⎫ lim ⎨⎜⎜ − 1⎟⎟ ϕ ⎬ = 2.5 ϕ →0 ⎩⎝ η 0 ⎠ ⎭ ⎧⎛ η ⎞ ⎫ lim ⎨⎜⎜ − 1⎟⎟ ϕ ⎬ = ν ϕ →0 ⎩⎝ η 0 ⎠ ⎭ Para polímeros não é possível medir ϕ, por isso definiu-se viscosidade intrínseca, [η]: ⎞ ⎫ − 1⎟⎟ c ⎬ ⎩⎝ η 0 ⎠ ⎭ ⎧ [η ] = lim ⎨⎛⎜⎜ η c →0 [η] está relacionada com a massa molecular do polímero dissolvido Em que: ϕ= fracção do volume total ocupado pelas moléculas de soluto η0 = viscosidade do solvente puro, η = viscosidade da solução ν= depende da relação axial do elipsóide c = concentração do soluto 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 15 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros η t = viscosidade relativa = = η r t0 η0 A viscosidade relativa é medida por viscosimetria em solução diluída como a razão entre o tempo de escoamento da solução de polímero e o tempo de escoamento de igual volume de solvente puro, a temperatura constante. Define-se também viscosidade específica: η − 1 = viscosidade especifica = η sp η0 A razão entre a viscosidade específica e a concentração da solução de polímero é a viscosidade reduzida: 12-11-2006 A razão entre o logaritmo da viscosidade relativa e a concentração da solução de polímero é a viscosidade intrínseca: Maria da Conceição Paiva 16 8 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Para soluções muito diluídas, a viscosidade reduzida varia linearmente com a concentração: Equação de Huggins k’ = constante normalmente com valores entre 0.35-0.4, dependendo do solvente Equação de Kraemer k’’ = k’ – 0.5 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 17 Determinação de Massas Moleculares de Polímeros Deste modo pode-se determinar a viscosidade intrínseca. Esta está relacionada com a massa molecular média do polímero através da equação de Mark-Houwink-Sakurada: [η ] = K M a K e a são parâmetros empíricos que dependem do polímero, solvente e da T 0.5 < a < 0.8 Esta relação é válida para polímeros lineares 12-11-2006 Maria da Conceição Paiva 18 9