Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd
Comissão de Avaliação dos Periódicos da Área da Educação
Relatório Final
Comissão de Avaliação dos Periódicos da Área da
Educação
ANPEd - Portaria n.001, de 21 de março de 2012
Membros da Comissão:
Aparecida Paiva (coordenadora) - ( UFMG)
Leda Scheibe (UFSC)
João Ferreira de Oliveira (UFG)
Mônica Kassar (UFMS)
Antônio Carlos Rodrigues de Amorim (UNICAMP)
Bernardo Jefferson de Oliveira (UFMG)
Diana Vidal (USP)
Marília Gouvêa Miranda (UFG)
Marcelo Gustavo Andrade de Souza (PUC/Rio)
Sofia Lerche Vieira (UFC)
Equipe de Apoio da FaE/UFMG:
Ana Maria Clementino de Jesus
Luciana C. N. H. Rodrigues
Belo Horizonte - MG
2013
INTRODUÇÃO
Por meio da Portaria n. 001/2012, de 21 de março de 2012, a Presidência da
ANPEd instituiu a Comissão de Avaliação de Periódicos da Área de Educação, com o
objetivo de avaliar os periódicos da Área de Educação, com base em critérios de
valorização e estímulo à qualidade das publicações, contribuindo também para o
aprimoramento dos seus meios de circulação. Este é um trabalho desenvolvido pela
ANPEd desde 2001, sendo esta a terceira avaliação realizada pela Associação.
Este trabalho tem contribuído, de um lado, para subsidiar a avaliação
realizada pela CAPES, já que as representações/coordenações da Área de Educação
junto a esta instituição tem, ao longo desses anos, manifestado interesse em contar com
a contribuição da ANPEd no seu processo de avaliação dos periódicos resguardando, no
entanto, para si, autonomia e independência quanto à deliberação final da avaliação. De
outro lado, vem contribuindo para as reflexões sobre a política de publicação no âmbito
do Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-graduação em Educação (Forpred)
e, mais recentemente, do Fórum de Editores de Periódicos da Área de Educação
(Fepae).
Desse modo, a contribuição das avaliações efetuadas pelas comissões
designadas pela ANPEd tem sido fundamental para promover o debate e o
aperfeiçoamento da produção acadêmica e dos periódicos da área de educação.
A Faculdade de Educação da UFMG acolheu a Comissão nas dependências
do seu órgão complementar Centro de Alfabetização Leitura e Escrita – CEALE - que
passou a ser a sede dos trabalhos. Assim, registramos nossos agradecimentos à Profª
Samira Zaidam, diretora da Faculdade, e à Profª Maria Zélia Versiani Machado, diretora
do CEALE, pela solidária recepção e oportunidade de usufruir de adequada infraestrutura, o que garantiu excelentes condições de trabalho. Do mesmo modo,
agradecemos a Ana Maria Clementino e Luciana Cristina Nogueira Honório Rodrigues,
bolsistas do GESTRADO – Grupo de Estudos sobre Políticas Educacionais e Trabalho
Docente, o apoio logístico e assistência aos trabalhos presenciais e virtuais da
Comissão.
I - ATIVIDADES REALIZADAS PELA COMISSÃO
O trabalho da comissão foi desenvolvido ao longo do ano de 2012 e, dentre as
principais atividades realizadas destacam-se:
1. Participação na reunião do Fepae – Fórum dos Editores de Periódicos da Área da
Educação, realizada na UFPE, nos dias 19 e 20 de abril de 2012, em Recife, evento
organizado pela Diretoria da ANPEd.
2. Correspondência aos editores de periódicos da Área de Educação, remetida em
14/05/2012 (Anexo 1), visando a participação dos respectivos periódicos na avaliação
da ANPED. Nesse ofício solicitou-se o envio de duas coleções dos três últimos números
publicados, além do preenchimento de um formulário com dados de identificação e
informações gerais sobre o periódico (Anexo 2).
3. Reunião da Comissão realizada no período de 28 a 30 de maio de 2012, em Belo
Horizonte/UFMG, para: mapeamento dos periódicos enviados; discussão da natureza da
avaliação a ser realizada em 2012; definição das categorias de análise a serem utilizadas
para a avaliação bem como elaboração do formulário de avaliação (Anexo 3); início dos
trabalhos de análise dos periódicos. Sentiu-se a necessidade de elaboração de formulário
complementar visando a coleta de dados básicos de cada periódico (Anexo 4).
4. Foram recebidos 119 periódicos para avaliação. Desses, foram avaliados 110
periódicos (Anexo 5).
5. Reunião da Comissão realizada no período de 1º a 3 de agosto de 2012, para
continuidade dos trabalhos de análise dos periódicos.
6. Reunião da Comissão realizada no período de 3 a 5 de outubro de 2012, para
conclusão da primeira etapa de análise dos periódicos e elaboração do relatório
intermediário do processo de avaliação realizado pela Comissão.
7. Apresentação dos resultados finais da Comissão no contexto da 35ª Reunião Anual
da ANPEd em Porto de Galinhas, no período de 20 a 24 de outubro de 2012, em três
instâncias: Forpred, Fepae e numa Sessão Conversa (Anexo 6).
8. Disponibilização impressa dos pareceres de cada periódico no decorrer da 35ª
Reunião Anual da ANPEd. Posteriormente, também foram enviados por email os
pareceres de cada periódico.
9. Elaboração de relatório final da Comissão.
10. Disponibilização do relatório final e dos resultados da avaliação no Portal da
ANPEd e respectivos anexos.
Cabe destacar que, entre uma reunião presencial e outra, em função do volume
de trabalho e do tempo disponível para o processo de análise de todos os periódicos
encaminhados, os membros da Comissão também trabalharam ad hoc, com pareceristas
auxiliares, visando viabilizar a conclusão do trabalho.
II - CENÁRIOS DA AVALIAÇÃO
A Comissão da ANPEd recebeu para avaliação um total de 119 periódicos,
número bastante representantivo dos periódicos específicos da área de educação. Foram
elaborados 110 pareceres, sendo que nove periódicos não foram avaliadas por falta de
documentação ou ausência dos exemplares, conforme solicitação.
A área de Educação, em 16/04/2013, contava com 205 cursos de pósgraduação, sendo 120 mestrados acadêmicos, 62 doutorados e 23 mestrados
profissionais, num total 143 programas na área. Nesse contexto, se tomados todos os
periódicos que constavam da classificação QUALIS/CAPES da Área da Educação, em
julho de 2012, ou seja, um total de 2.001 periódicos, nos quais havia publicação de
docentes dos Programas de Pós-graduação em Educação, a avaliação efetuada pela
Comissão/ANPEd, ou seja, de 110 periódicos, correspondeu a 6% desse total.
Cabe destacar, pois, que avaliamos a maior parte dos periódicos específicos
da área de educação e que a classificação QUALIS/CAPES traz um número elevado
de periódicos, em razão de que os docentes e discentes dos Programas de Pós-graduação
da Área de Educação publicam em periódicos de diversas áreas e, por essa razão,
aparecem no QUALIS/CAPES da área de educação. É importante destacar ainda que
foram convidados a enviar os periódicos para análise da Comissão da ANPEd apenas
aqueles editores de periódicos relacionados diretamente à área da Educação, quase
todos vinculados, atualmente, ao Fepae.
A seguir, serão apresentados alguns dados gerais sobre o conjunto dos
periódicos avaliados.
Os periódicos da área de Educação ainda se concentram, como se pode
depreender do mapa a seguir, nas regiões sul e sudeste. Se levarmos em consideração o
fato de que a maioria dessas publicações estão vinculadas aos programas de pósgraduação fica evidente a necessidade de discutir e fortalecer os periódicos vinculados
aos programas que não se encontram nessas regiões.
A maioria dos periódicos avaliados (58) apresentam edições unicamente
impressas. Há, porém, um número já significativo de periódicos com versão impressa e
on line – 41 periódicos. Apenas 11 (onze), no entanto, eram editados exclusivamente on
line (Figura 2). Essa é uma tendência da área que precisa ser analisada e discutida, uma
vez que o acesso e a pesquisa em periódicos têm sido cada vez mais pela internet e que
também o custo para as versões impressas é bastante elevado, se considerarmos a
realidade das faculdades/centros/departamentos de educação e respectivos programas de
pós-graduação em educação, sobretudo os de médio e pequeno porte.
FIGURA 2
PERIÓDICOS EXCLUSIVAMENTE IMPRESSOS, ONLINE
E
IMPRESSOS E ONLINE
Consideramos importante também salientar o expressivo o número de periódicos
vinculados às Universidades (91), sobretudo àquelas da Rede Pública, como é possível
verificar nas Figuras 3 e 4.
FIGURA 3
PERIÓDICOS VINCULADOS A UNIVERSIDADES, CENTROS
UNIVERSITÁRIOS, INSTITUTOS, ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES
FIGURA 4
PERIÓDICOS VINCULADOS A INSTITUIÇÕES PÚBLICAS,
PRIVADAS E OUTROS
III – AVALIAÇÃO DOS PERIÓDICOS: INSTRUMENTOS, DIMENSÕES DE
ANÁLISE, DESCRITORES E PARECERES
a) Formulário de avaliação
Como forma de viabilizar a melhoria contínua do processo de avaliação de
periódicos da Área da Educação, a Comissão tomou por base para a elaboração de um
Formulário de Avaliação as experiências anteriores, por meio da leitura dos relatórios
produzidos por diferentes comissões instituídas pela ANPEd, e analisou, também, com
esta finalidade, um conjunto de indicadores de avaliação (CAPES, CNPq, Scielo, dentre
outros).
O Formulário de Avaliação constou de seis dimensões/itens de avaliação:
- Editoria;
- Difusão e Indexadores em Base de Dados;
- Submissão e Arbitragem;
- Aspectos formais;
- Conteúdo (dos fascículos);
- Outros fatores de impacto.
No formulário, cada uma dessas dimensões foi detalhada com o intuito de
orientar a análise. A seguir, as dimensões de avaliação com seus respectivos descritores:
EDITORIA:
Qualificação do Conselho/Comissão editorial; Comitê Científico (abrangência e
diversidade institucional); Consistência da política editorial; seções (dossiê, artigo,
relato de experiência, resenha, traduções, entrevistas, conferencias, resumo de teses e
dissertações defendidas etc
Descritor:
Espera-se que o periódico apresente sua política editorial de forma clara, evidenciando o
foco e escopo, temática(s) privilegiada(s) e os critérios de sua organização. Na
composição dos conselhos e comitês deve haver coerência com a linha editorial do
periódico, sendo garantidas a abrangência e a diversidade institucional.
DIFUSÃO, BASE DE DADOS E INDEXADORES
Endereçamento acadêmico-científico; abrangência
(local/regional/nacional/internacional); divulgação eletrônica e disponibilização online
(indicadores de acesso; acesso livre; portal periódicos Capes, Scielo); circulação
(assinaturas/tiragem/permutas/doações/distribuição gratuita).
Descritor:
Espera-se que o periódico explicite suas estratégias de circulação e de difusão, buscando
ampliar as formas de acesso ao seu conteúdo, com inserção em bases de dados nacionais
e internacionais e, quando for o caso, interface web amigável. Em função do perfil, que
apresente indexadores nacionais e internacionais reconhecidos pela área.
SUBMISSÃO E ARBITRAGEM:
Apresentação dos procedimentos adotados pela revista para análise e aprovação do
artigo; Informações do formulário utilizado pela revista para avaliação de artigos;
Abrangência geográfica, diversidade institucional, contribuição e competência do grupo
de pareceristas Ad Hoc; forma de captação de artigos; tempo médio de avaliação;
submissão online por sistema, diretrizes para autores em português e outros idiomas,
política de privacidade; política para publicação de dossiê.
Descritor:
Espera-se que o periódico seja transparente nos seus mecanismos de submissão e
arbitragem. Apresente de forma clara e completa as regras de submissão dos originais
com uma única orientação em todos os suportes e coerente com a linha editorial.
Explicite os critérios e formas de avaliação, os meios e mecanismos de
acompanhamento pelo autor e o tempo entre submissão e publicação dos artigos.
Divulgue os processos de arbitragem pelos pares assegurando abrangência geográfica,
diversidade institucional e qualificação do corpo de pareceristas.
ASPECTOS FORMAIS
Atendimento as normas da ABNT ou equivalente; Periodicidade e regularidade na
edição dos números; Pontualidade e eficiência na publicação dos artigos; projeto
gráfico; resumo e palavras-chaves em português e uma ou mais língua estrangeira;
artigos em outros idiomas; financiamento externo.
Descritor:
Espera-se que o periódico apresente projeto gráfico de qualidade, assegurando
legibilidade e bom tratamento visual. Esteja adequado aos aspectos formais, tais como:
atendimento as normas da ABNT ou equivalente; periodicidade e regularidade na
edição dos números; pontualidade na publicação dos artigos; título, resumo e palavraschaves em português e uma ou mais língua estrangeira. Quando for o caso, identifique
as fontes de financiamento e explicite a política de publicação de artigos em língua
estrangeira.
CONTEÚDO (3 últimos fascículos)
Artigos/ensaios/dossiês originais de pesquisa ou reflexão; Diversidade institucional e
geográfica dos autores; Coerência com a orientação temática da revista; Propriedade e
atualidade dos artigos de revisão e debate, quando houver; Qualidade metodológica e
estrutura dos artigos/ensaios/dossiês; Qualidade dos elementos gráficos (imagens,
tabelas, gráficos, impressão)
Descritor:
Espera-se que o periódico apresente conteúdo relevante e atual para a área da Educação
e que os artigos, ensaios e/ou dossiês sejam inéditos, resultem de pesquisa ou reflexão
acadêmica, com propriedade metodológica e adequação ao foco da revista. Exista
diversidade institucional e geográfica dos autores, coerente com a linha editorial do
periódico.
OUTROS FATORES DE IMPACTO:
Divulgação científica; Formação de professores; Repercussões em diferentes áreas de
conhecimento; Repercussões na Educação Básica; Interlocução com as políticas
públicas educacionais.
Descritor:
Coerente com a sua linha editorial, o periódico pode apresentar outros fatores de
impacto, como: divulgação científica; repercussões na formação de professores, na
Educação Básica e nas políticas públicas educacionais; e interfaces com outras áreas de
conhecimento.
b) Parecer de cada periódico
A Comissão de avaliação de periódicos da ANPEd decidiu assumir uma
perspectiva qualitativa e pedagógica de análise, sem uma perspectiva classificatória.
Por essa razão, optou pela elaboração de um parecer para cada periódico tomando por
base a análise realizada no exame dos exemplares e registrados no formulário de
avaliação, tendo por base as dimensões e descritores da Ficha de Avaliação.
Com o propósito de contribuir para o aprimoramento e consolidação dos
periódicos da Área, a Comissão elaborou pareceres circunstanciados visando apreender
o escopo editorial de cada periódico, apontando seus aspectos positivos e/ou negativos,
com sugestões de aperfeiçoamento, quando cabíveis, na convicção de que cabe à
ANPEd contribuir para a melhoria da produção científica da área. Nessa direção,
espera-se que o parecer tenha, como principais interlocutores, os editores e os gestores
das instituições às quais os periódicos estão vinculados. Por fim, esse esforço de análise
mais abrangente procura oferecer uma leitura descritiva e analítica dos periódicos.
IV – PROBLEMATIZAÇÃO E DESAFIOS DECORRENTES DO PROCESSO
DE AVALIAÇÃO
O processo de avaliação dos periódicos da área de educação foi rico e revelador
da situação da área em termos da diversidade, amplitude e, ainda, dos diferentes
propósitos de cada um deles. Percebe-se, por um lado, que temos um campo já bastante
consolidado em termos de publicação, em razão da própria constituição da área por
meio da criação das faculdades/centros/departamentos de educação e de seus programas
de pós-graduação, uma vez que grande parte dos periódicos vincula-se a esse locais, e
particularmente, em universidades públicas. Por outro lado, observa-se que os
periódicos com melhor avaliação pertencem, em geral, às universidades públicas das
regiões sudeste e sul do Brasil, o que deveria implicar em políticas para corrigir essas
assimetrias regionais.
Verifica-se que os periódicos apresentam estágios qualitativos diferenciados em
razão do tempo de existência, condições em termos de recursos humanos, equipamentos
de informática e financiamento, conceito dos programas e dos periódicos e prestígio das
próprias instituições. Nessa direção, no entanto, observou-se também que é
extremamente importante o trabalho dos editores e respectivos conselhos para a
consolidação e qualificação dos periódicos.
A avaliação mostrou ainda que os periódicos cumprem papeis distintos no
campo da educação e que a padronização excessiva das avaliações classificatórias, sem
levar em conta essas especificidades, pode trazer prejuízos para a identidade dos
periódicos, política editorial, diversificação temática, qualidade da produção intelectual
e desenvolvimento da área como um todo.
A área da educação é complexa do ponto de vista de sua pesquisa e produção
intelectual e os periódicos da área vêm refletindo essa situação. Há periódicos que
tratam da educação em geral, há periódicos temáticos, por exemplo, na área de
avaliação, currículo, gestão, história da educação etc. e há também periódicos que
refletem mais as questões locais e regionais.
Também é diversa a produção, pois nem tudo é resultado de pesquisa no sentido
stricto senso, mas trazem grande contribuição para refletir sobre os problemas da
educação em âmbito local e nacional. Há relatos de experiência, ensaios teóricos,
discussões de natureza da política educacional, debates, entrevistas, incluindo atores
diversos do campo da educação superior, mas também da educação básica, dos
movimentos sociais, sindicatos, agentes governamentais, dentre outros.
Na avaliação dos periódicos, destacam-se dois aspectos importantes: a política
editorial e indexadores.
a) Política editorial - Observou-se em relação a esse quesito: forte concentração
dos conselhos/comitês de profissionais das regiões sudeste e sul; necessidade de uma
maior transparência quanto aos critérios e procedimentos adotados pelos periódicos,
especialmente nas orientações dadas a possíveis autores quanto aos critérios e sistema
de avaliação de artigos; necessidade do projeto da revista ser mais coerente com sua
linha editorial, o que requer uma maior qualidade e clareza dos editoriais. Além disso,
faz-se necessário uma melhor definição do escopo e foco dos periódicos. A Comissão
considera ainda como uma questão importante a ser enfrentada pela área, discutir as
diferentes políticas de publicação de dossiês e seus desdobramentos acadêmicos e
institucionais para o campo da Educação, uma vez que tem sido diversas as práticas
para sua definição.
b) Indexadores – Seguramente esse é o quesito onde os editores deverão ainda
concentrar maior atenção, tendo em vista uma melhor compreensão do que é indexador,
do que é base de dados, site de divulgação ou mesmo de avaliação/classificação. Não há
clareza a respeito de base de dados e indexadores, ainda é grande a incongruência de
dados no SEER e no site dos periódicos. Observou-se também que número significativo
de periódicos ainda precisam ser disponibilizados no Portal Periódicos CAPES. É
também recomendável que a área promova discussão aprofundada e melhor definição
acerca da versão impressa e online dos periódicos, “em tempos de acesso à
informação.” Há também demandas e discussões frequentes a respeito de publicações de
artigos e mesmo de números específicos em língua estrangeira, dado aos fatores de
impacto cada vez mais exigidos pelos sistemas de avaliação da produção intelectual.
Observou-se ainda a importância da vinculação dos periódicos ao Scielo, como veículo
de difusão e acesso aos diferentes pesquisadores da área, bem como da sua importância
para a aferição constante de sua qualidade.
Considerações Finais
A ANPEd, como associação científica de pesquisadores e programas de pósgraduação na área de educação, completa 36 anos de existência em 2013. Já a pósgraduação em educação no Brasil tem mais de quatro décadas de existência. Nos anos
de 1970 nasceram alguns dos primeiros periódicos na área, sobretudo vinculados às
faculdades de educação e entidades da área, visando debater as questões da educação
brasileira e, ao mesmo tempo, dar visibilidade à produção dos programas de pósgraduação. Em abril de 2013 havia 205 cursos de mestrado/doutorado credenciados, o
que mostra o extraordinário crescimento dessa área em todo o país.
Junto com a pós-graduação em educação, sobretudo nas universidades públicas,
ocorreu paulatinamente a criação de periódicos específicos da área. Com o avanço das
exigências da CAPES em termos de produção intelectual do corpo docente e discente
dos cursos de pós-graduação e também com a criação de grupos e redes de pesquisa e
maior intercâmbio dos pesquisadores, sobretudo a partir dos anos 1990, observou-se a
criação e/ou consolidação de vários novos periódicos na área.
Esse crescimento foi acompanhado de criação e da consolidação de mecanismos
e sistemáticas de avaliação, a exemplo do QUALIS/CAPES, além dos bancos de dados
e indexadores nacionais e internacionais que se multiplicaram mundo a fora. Nessa
direção, vem sendo produzidos rankings de citação e outros fatores de impacto de
âmbito internacional, com repercussões nos periódicos de diferentes áreas do
conhecimento. Há, portanto, uma internacionalização da produção científica que tem
impactado a pós-graduação, a pesquisa e os periódicos das diferentes áreas, incluindo a
de educação.
Na lógica conhecimento sem fronteiras para um mercado sem fronteiras, a
educação também tem ocupado lugar importante na elevação da formação da força
humana de trabalho e na produção de mercadorias. A ciência, o conhecimento e a
inovação estão cada vez mais articulados à produção e à competitividade das empresas e
dos países, o que tem trazido modificações importantes nas políticas públicas e na
produção do trabalho acadêmico, sobretudo nas chamadas áreas estratégicas.
Observa-se que a evolução dos periódicos da área de educação e a sua
modelação aos parâmetros da avaliação/classificação tem, em certa medida, assimilado
essa lógica da produção e da produtividade. Coloca-se em questão, portanto, a qualidade
desses parâmetros como lógica orientadora da qualidade acadêmica que se deseja
desenvolver na área educacional. De um lado, verifica-se a elevação da qualidade,
sobretudo por meio de aspectos acadêmicos considerados universais, tais como:
composição e diversificação do conselho editorial, aspectos formais, divulgação,
indexadores etc.; e, de outro, a perda de especificidade, identidade, foco e política
editorial, mediante mecanismos de avaliação/classificação/rankeamento que tem levado
a acentuação dos processos de padronização na área.
Essas e outras reflexões são fundamentais no âmbito da ANPEd e da área como
um todo, tendo em vista compreender e promover uma reflexão crítica sobre a qualidade
da produção intelectual e dos rumos da pesquisa e da pós-graduação. Entendemos que
essa avaliação de cunho mais qualitativo, realizada por essa Comissão, contribui para
ampliar o debate e para a definição de princípios e caminhos que possam balizar as
definições de cada projeto editorial dos periódicos na área, bem como para promover
modificações nas avaliações oficiais em curso.
Belo Horizonte, abril de 2013
Comissão de Avaliação ANPEd
ANEXOS:
Anexo 1- Ofício enviado aos editores convidado para participação no processo de
avaliação
Anexo 2 – Formulário de Inscrição dos Periódicos
Anexo 3 - Formulário de avaliação utilizado pela Comissão (Modelo)
Anexo 4 - Formulário para coleta complementar de dados
Anexo 5 - Lista dos periódicos avaliados (com link para o respectivo parecer)
Anexo 6 - Apresentação (Slides) de resultados finais da avaliação na 35ª RA/ANPEd
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