Archivos de Zootecnia
ISSN: 0004-0592
[email protected]
Universidad de Córdoba
España
Silva, R. A. da; Evangelista-Rodrigues, A.; Aquino, I. de S.; Felix, L. P.; Mata, M. F.; Peronico, A. S.
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
Archivos de Zootecnia, vol. 57, núm. 220, 2008, pp. 427-438
Universidad de Córdoba
Córdoba, España
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=49515034004
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Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO
DA PARAÍBA
CARACTERIZATION OF THE HONEY BEE FLORA IN THE SEMI-ARID
OF PARAÍBA, BRAZIL
Silva, R.A. da1a, A. Evangelista-Rodrigues1b, I. de S. Aquino2, L.P. Felix3, M.F. Mata4
e A.S. Peronico1c
Departamento de Zootecnia. Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB). Campus Universitario. CEP
58397. Areia-PB. Brasil. [email protected]; b Correspondencia: [email protected];
c
[email protected]
2
Centro de Formação de Tecnólogos. Universidade Federal da Paraíba (CFT/UFPB). Campus Universitario.
Bananeiras-PB. Brasil. [email protected]
3
Departamento de Fitotecnia. Centro de Ciencias Agrarias. Universidade Federal da Paraíba (DF/CCA/
UFPB). Campus Universitario. CEP 58397. Areia-PB. Brasil.
4
PPGA/Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba (PPGA/CCA/UFPB). Campus
Universitario. CEP 58397. Areia-PB. Brasil.
1
PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS
ADDITIONAL KEYWORDS
Período de floração. Produção de mel.
Flowering period. Honey production.
RESUMO
O conhecimento da flora apícola de uma determinada região constitui uma ferramenta essencial
para que o apicultor otimize a sua produção. O
presente estudo teve por objetivo conhecer a flora
apícola nativa e exótica do semi-árido da Paraíba,
que abrange as microrregiões do Cariri Paraibano,
Curimatú, Agreste e Sertão da Paraíba. O
levantamento apibotânico foi realizado no período
de dezembro de 2004 a novembro de 2005. A
coleta das plantas foi feita mensalmente, de acordo
com o período de floração para verificar a presença
ou não de abelhas. Além disso, o período em que
a planta coletada permanecia florida foi anotado.
As amostras das plantas coletadas foram
herborizadas e identificadas no Setor de Botânica
do CCA/UFPB. Foram encontradas 107 plantas,
sendo que destas 21 espécies apresentaram
floração ao longo de todo o ano, 15 espécies com
floração na estação da seca, 12 plantas com
floração na estação da chuva e 42 plantas com
floração passando de uma estação para outra.
Entre as famílias das espécies identificadas e
catalogadas nas microrregiões do semi-árido
temos: Amaranthaceae, Amarillidaceae, Anacardiaceae, Apocynaceae, Arecaceae (Palmae),
Recibido: 17-8-06. Aceptado: 30-7-07.
Asteraceae (Compositae), Bignoniaceae,
Boraginaceae, Capparidaceae, Cesolpinoideae,
Combretaceae, Euphorbiaceae, Gramineae,
Lamiaceae, Leguminosae (Caesalpinoideae),
Leguminosae (Papilionoideae), Leguminosae.
Leguminoseae (Mimosoideae), Malpighiaceae,
Malvaceae, Passifloraceae, Portulacaceae,
Portulaceae, Rhamnaceae, Rubiaceae, Sapindaceae, Schrophulariaceae, Solanaceae e
Verbenaceae. As plantas que floram no período
de maio a novembro são as que contribuem,
provavelmente, para produção de mel nas
microrregiões do semi-árido da Paraíba.
SUMMARY
The knowledge of the honey bee flora of a
certain area constitutes an essential tool for the
beekeeper to optimize its production. The present
study had as objective to know the native and
exotic honey bee flora of the semi-arid of Paraiba,
that embraces Cariri Paraibano's microregion,
Curimatu, Agreste and Sertão of Paraiba. The
apibotanic survey was accomplished in the period
from december of 2004 to november of 2005. The
Arch. Zootec. 57 (220): 427-438. 2008.
SILVA, EVANGELISTA-RODRIGUES, AQUINO, FELIX, MATA E PERONICO
collection of plants was made monthly, in agreement
with the flowering period to verify the presence or
not of bees. Also the flowering period was
registered. The samples of the collected plants
were identified in the Section of Botany of CCA/
UFPB. They were found 107 plants, and of these
21 species presented flowering along the whole
year, 15 species with flowering in the drough
station, 12 plants with flowering in the rain station
and 42 plants with flowering passing from a
station to other. Among the families of the identified
species and classified in the microregion of the
semi-arid were: Amaranthaceae, Amarillidaceae,
Anacardiaceae, Apocynaceae, Arecaceae
(Palmae), Asteraceae (Compositae), Bignoniaceae, Boraginaceae, Capparidaceae, Cesolpinoedeae, Combretaceae, Euphorbiaceae, Gramineae, Lamiaceae, Leguminosae (Caesalpinoideae), Leguminosae (Papilionoideae), Leguminoseae (Mimosoideae), Malpighiaceae, Malvaceae, Passifloraceae, Portulacaceae, Portulaceae,
Rhamnaceae, Rubiaceae, Sapindaceae, Schrophuleiiaceae, Solanaceae, Verbenaceae. The
plants that bloom in the period of May to November
are the ones that probably contribute to honey
production in the microregion.
INTRODUÇÃO
A região nordeste ocupa um quinto do
território nacional (1 600000 km2) sendo que
60% encontram-se no polígono das secas,
região semi-árida de baixa precipitação
pluviométrica (Ribeiro, 1998). A vegetação
nesta área é caracterizada, primordialmente,
pela completa caducifolia da maior parte de
seus componentes e tem como traço comum:
a deficiência hídrica durante a maior parte
do ano, profundidade do solo, as descontinuidades litológicas nos perfis, a salinidade, o relevo e a constituição mineralógica
das formações superficiais (Rodal et al.,
1992). O bioma caatinga abriga, além da
vegetação caducifólia espinhosa (VCE), a
caatinga propriamente dita, outras formações vegetacionais com fisionomia e flora
diferenciadas, como as florestas, e cerrados
situados nos enclaves úmidos e subúmidos,
e extensas faixas ecotonais com o cerrado e
a floresta atlântica. Das diferentes forma-
ções vegetacionais daquele bioma, as florestas situadas nas serras são, sem dúvida,
as de maior riqueza florística (Rodal e
Nascimento, 2002). A caatinga subdividese ainda em agreste, que é a transição da
Mata Atlântica para o Semi-Árido, e Seridó,
uma vegetação hiperxerófica do Ceará, Rio
Grande do Norte e Paraíba (Ribeiro, 1998).
No Estado da Paraíba, cerca de 600 apicultores distribuídos em todas as regiões
geográficas, estão recebendo incentivos por
ações governamentais, seja incentivo fiscal
ou edificações de entreposto de mel e outros
produtos apícolas. A organização do Fórum
Paraibano de Apicultura permite a reunião
mensal de representantes do governo,
instituições de pesquisa e produtores para
a discussão e busca de soluções para o
fortalecimento da apicultura como atividade
primária dos produtores rurais.
Estando a produção de mel e outros
produtos da colméia, ligados à presença
das flores, é importante que se conheçam as
plantas apícolas, seus períodos de florescimento e sua abundância em determinada
região. Portanto, a caracterização das plantas e sua época de floração contribuem para
o estabelecimento de uma apicultura
sustentável (Chaves e Gomes, 2002). Sendo
pouco o conhecimento disponível sobre a
flora melífera das diferentes áreas do Nordeste do Brasil, o presente trabalho foi
desenvolvido com o objetivo de identificar
e observar o período de florescimento das
espécies de plantas apícolas existentes nas
regiões do Semi-árido da Paraíba, Brasil.
A região Semi-Árida subdivide-se ainda
em Agreste, Curimataú, Cariri e Sertão (figura 1). O estudo na região do Agreste foi
realizado no entorno de apiários localizados
nos municípios de Mogeiro (Latitude
7°17'58"S, Longitude 35°28'46"O, Altitude
117 m), Ingá (Latitude 7°16'51"S, Longitude
35°36'16"O, Altitude 0 m) e Fagundes
(Latitude 7°21'18"S, Longitude 35°46'30"O,
Altitude 505 m). O Agreste é a transição da
Mata Atlântica para o Semi-Árido, com trechos quase tão úmidos como no litoral e
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 428.
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
outros secos como no sertão (Pereira et al.,
2002). Abrange áreas planas e superfícies
elevadas da porção oriental do planalto da
Borborema, onde se vê a transição dos brejos
úmidos e o sertão das caatingas (Pereira et
al., 2001).
O Curimataú é uma região do Semi-Árido
da Paraíba caracterizado por uma vegetação
mista de mata atlântica com cariri, quente no
verão e muito frio no inverno. Relevo ondulado, tendo planície em alguns trechos,
serras, depressões e ravinas. O estudo nesta
região foi realizado em um apiário no
município de Cuité (Latitude 6°29'01"S,
Longitude 36°09'13"O, Altitude 649 m) (City
Brazil, 2006), caracterizado por áreas de
cultivos de culturas perenes e temporárias,
e reservas florestais.
O Cariri é uma região que também faz
parte do Semi-Árido da Paraíba, de clima
sub-desértico quente, de tendência tropical, com precipitação média de 300 mm anuais,
e apresenta curta estação chuvosa, com
estação seca prolongada (maior que oito
meses) e umidade relativa do ar em torno de
65%. Nesta região o estudo foi realizado no
entorno de um apiário localizado no
município de Prata no Cariri Ocidental
(Latitude 7°41'27"S, Longitude 37°04'49"O,
Altitude 577 m) (City Brazil, 2006).
O estudo na região do Sertão da Paraíba
foi realizado no entorno de cinco apiários,
localizados cada um nos municípios de São
José de Piranhas (Latitude 7°07'14"S,
Longitude 38°30'07"O, Altitude 342 m),
Catolé do Rocha (Latitude 6°20'38"S,
Longitude 37°44'48"O, Altitude 272 m), Patos (Latitude 7°01'28"S, Longitude 37°16'
48"O, Altitude 242 m), São Mamede (Latitude
6°55'36"S, Longitude 37°05'44"O, Altitude
263 m) e Princesa Isabel (Latitude 7°44'12"S,
Longitude 37°59'36"O, Altitude 683 m) (City
Brazil, 2006). Esta região é caracterizada por
uma baixa pluviosidade (500 mm a 800 mm
anuais), uma vegetação tipo caatinga
hipoxerófila, nas áreas menos secas, e de
caatinga hiperxerófila, nas áreas de seca
mais acentuada.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado nas
regiões do Semi-Árido do estado da Paraíba,
que foram selecionadas pela presença de
apiários que produzem dentro das normas.
O período de colheita foi de dezembro de
2004 a novembro de 2005.
Para a determinação da composição da
flora apícola foram realizadas coletas de
todas as espécies vegetais que estivessem
em floração no entorno de cada apiário,
sendo estas coletas realizadas mensalmente.
O material foi herborizado conforme as técnicas usuais em botânica e depositado no
Herbário Jayme Coelho de Moraes e Lauro
Xavier (Departamento de Fitotecnia, Centro
de Ciências Agrárias, Universidade Federal
Paraíba). A identificação do material foi realizada através da utilização da literatura
botânica disponível, comparação com material de herbário e envio de exsicatas para
especialistas para confirmação das identificações.
Além da caracterização das plantas, foi
feito um estudo sobre o período de
florescimento das várias espécies catalogadas, o que dará origem a um catálogo de
plantas apícolas do semi-árido da Paraíba,
através de fotografias das plantas e
descrição das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletadas um total de 107 plantas
nas microrregiões do semi-árido da Paraíba,
sendo elas identificadas e catalogadas em 47
famílias, observando-se o período de floração ao longo do ano experimental (tabela I).
Entre as plantas observadas verificouse que 17 espécies foram encontradas apenas na região de Cuité, 8 na região de Catolé
do Rocha, 8 na região de Fagundes, 3 na
região do Ingá, 1 na região de Mogeiro,
Patos e Prata, 5 na região de Princesa Isabel
e 2 em São José de Piranhas. Enquanto que
12 das espécies identificadas foram encontradas em todas as regiões (tabela I).
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 429.
SILVA, EVANGELISTA-RODRIGUES, AQUINO, FELIX, MATA E PERONICO
Entre as plantas catalogadas, as que
apresentaram floração durante todo o período experimental foram: Malpighia glabra
Linn., Ageratum sp., Portulaca sp.,
Stylosanthes humilis, Cocos nucifera,
Heliotropium indicum L., Richardia grandiflora, Solanus paniculatum, Commelina
sp., Lantana cf. salzmann, Sida cordifolia,
Momordica charantia, Moringa pterygosperma, Delonix regia, Cleome spinosa,
Plumbago auriculata, Machaerium angustifolium, Tridax procumbens, Malvastrum coromandelianum, Spermacoce
capitata ou Borreria capitata e Croton
campestris. Destas plantas, apenas a
Ageratum sp. e a Solanus paniculatum não
são citadas na literatura e nem pelos apicultores, como plantas visitadas pelas abelhas.
As plantas que floram na estação seca
(agosto a dezembro) e que foram catalogadas neste trabalho foram: Agave sp.,
Schinopsis brasiliensis, Anacardium
occidentale, Copernicia cerifera, Spondia
pupurea Linn., Tabebuia aurea, Capparis
flexuosa, Cordia alliodora, Myrcia sp,
Ziziphus joazeiro, Caesalpinia ferrea,
Mangifera indica, Azadirachta indica,
Talisia esculenta, Enterolobium contortisiliquum. As plantas que tem floração
apenas na estação chuvosa são: Tabernaemontana sp., Lantana camara, Cardiospermum halicacabum, Zygophyllaceae
kallstroemia, Cnidoscolus phyllacanthus,
Zea mays, Combretum leprosum, Bauhinia
sp., Chamaecrista supplex, Mimosa caesalpiniifolia, Sorghum sp., Mitracarpus sp.
As que floram tanto no período da
estação seca quanto no período da estação
chuvosa são: Bidens subalternaus D.C.,
Hyptis suaveolens Salzm., Prosopis juliflora
DC., Jaquemontia asarifolia L., Guettardaplatypoda DC., Anadenanthera colubrina, Myracrodruon urundeuva, Tephrosia purpurea, Tephrosia purpurea, Amaranthus retroflexus, Spondias mombim,
Spondias macrocarpa, Passiflora sp., Senna
spectabilis, Caesalpinia pyramidalis,
Amburana cearensis, Alternanthera
brasiliana, Acacia cf langsdorffii, Phaseolus sp., Diodia teres, Campomanesia
synchoma, Inga bahiensis, Tabebuia
chrysotricha, Tabebuia impetiginosa,
Hymenaea combaril, Ipomoea bahiensis,
Schrankia leptocarpa, Manihot esculenta,
Vernonia scabra, Manihot glaziovii, Vitex
cf., Serjania glabrata, Senna obtusifolia,
Herissantia crispa, Licania rigida, Hybanthus ipecacuanha, Boerhaavia coccínea,
Aspidosperma pyriflolium, Jatropha
pohliana, Tamarindus indica, Crataeva
trapia, Spondias purpurea, Centratherum
punctatum.
Entre as plantas catalogadas, foi observado que algumas das espécies foram encontradas apenas em uma determinada
região, as quais encontram-se relacionadas
abaixo:
Sertão: Copernicia cerifera Mart.,
Hymenaea combaril Linn., Azadirachta indica A. Juss, Sorghum sp., Enterolobium
contortisiliquum Morong, Peltodon sp,
Bauhinia sp., Zea mays L., Tabebuia aurea
(Mart.) Bureau. e Cnidoscolus phyllacanthus Pax & K. Hoffm.
Curimataú: Tabernaemontana sp.,
Guettardaplatypoda DC., Portulaca
oleracea L., Portulaca sp., Cardiospermum
halicacabum L. e Chamaecrista supplex
(Benth) Britton e Rose ex Britton e Killip.
Agreste: Bidens subalternaus D.C.,
Desmanthus virgatus (L) Willd. e Gramineae
(Capim urocroa). Hybanthus ipecacuanha
(L.) Oken.
Cariri: Zygophyllaceae Kallstroemia
tribuloides (Mart.) Stend.
As plantas identificadas na estação seca
e na estação chuvosa, são citadas pela literatura e/ou pelos apicultores como plantas
apícolas. As plantas que apresentam
floração durante o ano ou as que floram nas
duas estações, dependem da umidade relativa do ar e do solo para que se mantenham
constantemente floridas (tabela I).
Segundo Salomé (2002a), há concentração maior em um período menor, da
floração, nos municípios com maiores
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 430.
Acerola
Agave ou sisal
Aleluia
Alfazema ou bamburral
Alfineite
Algaroba
Amarra cachorro branco, lilás
Amor de velho
Angelica
Angico
Anil
Aroeira
Baraúna
Barba de bode
Bredo com espinho
Bredoelga
Bredoelga 2
Caatingueira
Cajá
Cajana
Cajueiro
Camapom, maracujá do mato
Camara colorido e branco,
Chumbinho
Camuzé
Cana fístula
Capim buffel
Capim urocroa
Carnaúba
Nome comum
Malpighiaceae
Amarillidaceae
Asteraceae
Lamiaceae
Asteraceae
L. Mimosoideae
Convolvulacea
Apocynaceae
Rubiaceae
L. Mimosoideae
Leguminosae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
L. Papilionoideae
Amaranthaceae
Portulaceae
Portulacaceae
L. Caesalpinoideae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Anacardiaceae
Passifloraceae
Verbenaceae
Mimosaceae
L. Caesalpinoideae
Gramineae
Gramineae
Ar. Palmae
Lantana camara L.
Albizia polycephala (Benth) Killip.
Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby
Centhrus ciliaris L.
Copernicia cerifera Mart.
Família
Malpighia glabra L.
Agave sp. sp.
Ageratum sp.
Hyptis suaveolens Salzm. (Braga)
Bidens subalternaus D.C.
Prosopis juliflora DC.
Jaquemontia asarifolia Smith
Tabernaemontana sp.
Guettardaplatypoda DC.
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenam
Desmanthus virgatus (L) Willd
Myracrodruon urundeuva Fr. All.
Schinopsis brasiliensis var. glabra Engl
Tephrosia purpurea (L.) Pers.
Amaranthus retroflexus L.
Portulaca oleracea L.
Portulaca sp.
Caesalpinia pyramidalis Tul.
Spondias mombim Jaeq.
Spondias macrocarpa Engl.
Anacardium occidentale L.
Passiflora sp.
Nome científico
todas
N-F
PI SM P PR F M
P
I
CR
Ja-Jn
D-Jn
Mi-Jn EC
Mi-Jn
D
PAT
Ag-S
AT
Mr-S
Jl-S
Mr-Mi Ag-D
Mr-Ag APC
Mi-Jn
D-A
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D-S
Ag-Ja
Ag-N
Mi-S
Mi-N
AT
AT
D-Ja
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N-Mr
Ag-D
N-Jn
Período de floraçao*
F
PR F P SM C
PI C F
todas
F
todas
SJP PI SM P C PR M F
C
C
SJP PI I SM P C CR PR M
I
todas
I C PR
PI F PR I
IC
C
C
SJP PI I SM P C CR
SJP PI I SM P CR M F PR
SJP PI I SM P CR M PR
SJP PI I SM C CR F M
C M PR
Localidades**
in the locations representing the microregions within the semi-arid region of Paraiba State with the respective blooming period from December
2004 to November 2005).
Tabela I. Relação das plantas apícolas encontradas nas localidades representativas das microrregiões do semi-árido da Paraíba,
com o respectivo período de floração observado entre os meses de Dezembro de 2004 a Novembro de 2005. (List of honeybee plants
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 431.
Nome científico
Chanana
Stylosanthes humilis Kunth
Chumbinho de cuité
Cardiospermum halicacabum L.
Ciriguela
Spondia pupurea Linn.
Coqueiro
Cocos nucifera L.
Craibeira
Tabebuia aurea (Mart.) Bureau.
Crista de peru
Heliotropium indicum L.
Cumaru, Imburana de cheiro Amburana cearensis (Arr. Cam.) Smith
Erva de passarinho
Struthanthus marginatus (Desr.) Blume.
Ervanço
Alternanthera brasiliana L. Kuntze
Espinheiro
Acacia cf langsdorffii Benth
Estrelinha
Kallstroemia tribuloides (Mart.) Stend.
Fato de piaba
Richardia grandiflora (Cham.Schltdl) Steud
Faveleira
Cnidoscolus phyllacanthus Pax & Hoffm.
Feijão bravo
Capparis flexuosa L.
Feijão macassa
Phaseolus sp.
Flamboyant
Delonix regia Bog.
Flor azul
Hyptis salzmanni Benth
Flor lilás de Jacaraú
Diodia teres Walt.
Frei Jorge ou Freijó
Cordia alliodora (Ruiz & Pav.) Cham
Goiabeira
Myrcia sp.
Guabiraba
Campomanesia synchoma Berg.
Hortelã nativo
Peltodon sp
Ingazeira
Inga bahiensis Benth.
Ipê amarelo
Tabebuia chrysotricha (Mart.) Standl. (S)
Ipê roxo
Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. (S)
Jatobá
Hymenaea combaril Linn.
Jitirana (branca, roxa, lilás) Ipomoea bahiensis Willd
Juazeiro
Ziziphus joazeiro Mart.
Jucá ou pau ferro
Caesalpinia ferrea var. leiostachya
Nome comum
Localidades**
Solanaceae
SJP PI SM P C CR PR M F
Sapindaceae
C
Anacardiaceae
SJP I CR
Palmaceae
SJP PI I SM P C CR
Bignoniaceae
SM P
Boraginaceae
PI SM P C M PR F
L. Papilionoideae CR PR
Loranthaceae
F
Amaranthaceae
PI I SM P C CR F PR M
Mimosaceae
SJP PI SM P CR M F PR
Zygophyllaceae
PR
Rubiaceae
PI I SM C CR M F PR
Euphorbiaceae
SM P
Capparidaceae
CR C P SM
L. Papilionoideae C
L. Caesalpinoideaee PI I SM P CR M PR F
Lamiaceae
C PI
Rubiaceae
CM
Boraginaceae
SJP F M
Myrtaceae
CR F
Myrtaceae
F
Labiatae
PI
Mimosaceae
SJP PI I SM P CR F M PR
Bignoniaceae
PI CR
Bignoniaceae
PI
L. Caesalpinoideae CR
Convolvulacea
todas
Rhamnaceae
todas
L.Caesalpinioideae I M CR
Família
AT
Jn-Jl
N-D
AT
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FeS
D-F
Mr-S
O-D
D
Período de floraçao*
in the locations representing the microregions within the semi-arid region of Paraiba State with the respective blooming period from December
2004 to November 2005).
Tabela I. Relação das plantas apícolas encontradas nas localidades representativas das microrregiões do semi-árido da Paraíba,
com o respectivo período de floração observado entre os meses de Dezembro de 2004 a Novembro de 2005. (List of honeybee plants
SILVA, EVANGELISTA-RODRIGUES, AQUINO, FELIX, MATA E PERONICO
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 432.
Jurema (branca, unha de
gato, de embira)
Jurema preta
Jurubeba
Lágrima de Santa Luzia
Leucena
Malícia
Malva (branca, rosa, amarela)
Malva preta
Mamona
Mandioca/ macaxeira
Mangueira
Manihot glaziovii
Manjericão de cavalo
Maria preta
Marmeleiro
Mata fome
Mata pasto
Mela bode, lava prato
Melão de São Caetano
Milho
Mofumbo
Moringa
Mororó
Mussambê
Nim
Nuvem
Oiticica
Papaconha
Pega pinto
Nome comum
Pithecolobium dumosum Benth.
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret
Solanus paniculatum L.
Commelina sp.
Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit.
Schrankia leptocarpa DC.
Sida cordifolia (L.)
Lantana cf. salzmann Schaver
Ricinus communis L.
Manihot esculenta Crantz
Mangifera indica L.
Manihot glaziovii Muel. Arg.
Vermonia scabra Pers.
Vitex cf.
Croton sonderianus Müll. Arg.
Serjania glabrata Linn.
Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barney
Herissantia crispa L. (Brizicky)
Momordica charantia L.
Zea mays L.
Combretum leprosum Mart.
Moringa pterygosperma Goertri.
Bauhinia sp.
Cleome spinosa Jacq.
Azadirachta indica A. Juss
Plumbago auriculata Lam.
Licania rigida Benth.
Hybanthus ipecacuanha (L.) Oken
Boerhaavia coccínea Mill.
Nome científico
Mimosoideae
Mimosoideae
Solanaceae
Commelinaceae
L. Mimosoideae
L. Mimosoideae
Malvaceae
Verbenaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Anacardiaceae
Euphorbiaceae
Verbenaceae
Verbenaceae
Euphorbiaceae
Sapindaceae
F. Caesalpinioideae
Malvaceae
Cucurbitaceae
Gramineae
Combretaceae
Moringaceae
L. Caesalpinioideae
Caparaceae
Meliaceae
Plumbaginaceae
Rosaceae
Violaceae
Nyctaginaceae
Família
PAT DCL
PAT DCL
AT
PAT DCL Mi-Ag1
AT DCL
D-Jl
Mi-Ag Ja-Jl AT DCL
AT
N-D
N-Mi DCL
Ag-N
N-Mi DCL
S-F
Mi-Ag
F-Jn DCL
O-F
Mi Jl-S
F-O PAT DCL
AT
Mi e Jn
F-Mi
AT
F
AT
SeO
AT
Jn-Ag
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D-Jl AT
Período de floraçao*
todas
todas
SJP PI I SM P C M F
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SJP CR F
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SJP PI I SM P C CR M PR
SJP PI I SM P C CR M F PR
C
MIC
todas
PI C CR PR F
IM
C
SJP PI I SM P C CR PR F
PI I SM P C CR M PR
PI I CR PR F
PI SM P C PR
SJP PI I SM P CR M PR F
PI CR
SJP SM P CR
PI C CR M
PI CR
PI SM P C CR M PR
CR
F
SJP SM P CR
M
PI I S P C CR M PR F
Localidades**
in the locations representing the microregions within the semi-arid region of Paraiba State with the respective blooming period from December
2004 to November 2005).
Tabela I. Relação das plantas apícolas encontradas nas localidades representativas das microrregiões do semi-árido da Paraíba,
com o respectivo período de floração observado entre os meses de Dezembro de 2004 a Novembro de 2005. (List of honeybee plants
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 433.
Nome científico
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 434.
CR I M PI P SM
PI I F
PI I M F
PI F
SJP SM P C CR
SJP SM P C CR
PI I SM P CR M
M PR F
M PR F
PR
SJP
A-Jn PAT DCL
AT
Mi-O
Mi-N
Ag-S
D-F Mi-Jl PAT ARC
D-F Mi-Jl PAT ARC
D-A AT
AT
AT
F-A
Jn-Jl
Mi e Jn
A-Mi
N-Ja
SeO
N-Ja
O-F
todas
PI SM P C CR M PR F
PI I SM P M PR F
C
CR
SJP CR
CR
I M CR M
PI I SM P C M PR
Fabaceae
A. Compositae
Mimosaceae
Cesalpinoideae
Gramineae
L. Caesalpinioideae
L. Mimosoideae
Capparidaceae
Anacardiaceae
Malvaceae
A. Compositae
Rubiaceae
Rubiaceae
A.Compositae
Rubiaceae
Rubiaceae
Euphorbiaceae
D-Ja
Mi-N
D
Período de floraçao*
SM P C
IP
PI I SM P CR M PR F
Localidades**
Apocynaceae
Euphorbiaceae
Sapindaceae
Família
*Este período variou entre as microrregiões, portanto, refere-se ao período em que as espécies de plantas estavam florando.
**Legenda: Catolé do Rocha (CR), Cuité (C), Fagundes (F), Ingá (I), Mogeiro (M), Patos (P), Prata (PR), Princesa Isabel (PI), São José de Piranhas
(SJP), São Mamede (SM).
1
Mais intensidade.
PAT: praticamente o ano todo; AT: o ano todo APC: após as primeiras chuvas; DCL dependendo das chuvas locais; EC: época das chuvas; ARC: após
serem retiradas as culturas.
Ja: Janeiro; F: Fevereiro, Mr: Março; A: Abril, Mi: Maio; Jn: Junho; Jl: Julho; Ag: Agosto; S: Setembro; O: Outubro; N: Novembro; D: Dezembro.
Aspidosperma pyriflolium Mart.
Pereiro
Jatropha pohliana Muell. Arg.
Pinhão bravo
Talisia esculenta Radex.
Pitomba
Quebra panela, espinho
Machaerium angustifolium Vog.
de judeu, espinho de boi
Tridax procumbens L
Relógio
Mimosa caesalpiniifolia Benth.
Sabiá
Chamaecrista supplex (Benth) Britton Rose
Sena amarela
Sorghum sp.
Sorgo
Tamarindus indica L.
Tamarindo
Enterolobium contortisiliquum Morong
Timbaúba
Crataeva trapia Linn.
Trapiá
Spondias purpurea L.
Umbuzeiro
Vassoura (malva) amarela
Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke
(rosa), malvastro
Vassoura amarela plumada Hypochoeris brasiliensis Griseb.
Mitracarpus sp.
Vassoura branca
Centratherum punctatum Cass.
Vassoura roxa
Emilia sochifolia L. (DC)
Vassoura vermelha
Spermacoce (Borreria) capitata (Ruiz, Pav.)
Vassourinha de botão
Vassourinha de botão grande Spermacoce verticilata L.
Croton campestris St. Hil.
Velame
Nome comum
in the locations representing the microregions within the semi-arid region of Paraiba State with the respective blooming period from December 2004
to November 2005).
Tabela I. Relação das plantas apícolas encontradas nas localidades representativas das microrregiões do semi-árido da Paraíba,
com o respectivo período de floração observado entre os meses de Dezembro de 2004 a Novembro de 2005. (List of honeybee plants
SILVA, EVANGELISTA-RODRIGUES, AQUINO, FELIX, MATA E PERONICO
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
altitudes, enquanto que em outros municípios, com altitudes menores, o florescimento das plantas apícolas ocorre num
período mais dilatado. Verificou-se também
que a mesma espécie de planta apícola
floresce mais tardiamente nas regiões mais
altas do que nas regiões mais baixas e que
o desenvolvimento da vegetação está
intimamente vinculado às características do
ambiente onde se encontram, e depende
entre outros fatores, dos índices de umidade,
luminosidade, calor, fertilidade e de outros
fatores do substrato. A cobertura é sempre
o reflexo das condições ambientais (clima,
solo, relevo) (Salomé, 2002b).
Agostin e Sazima (2003) citam magueira
(M. indica), ipê-roxo (T. impetiginosa) e
ipê-amarelo (T. chrysotricha), como plantas visitadas pelas abelhas para coleta tanto
de néctar quanto de pólen. A mesma
informação pôde ser observada nesse
trabalho, onde magueira (M. indica) foi encontrada em todas as microrregiões do semiárido da Paraíba, enquanto que ipê-roxo (T.
impetiginosa) e ipê-amarelo (T. chryso-
tricha) foram encontrados apenas em Princesa Isabel (Serra do Teixeira) e Princesa
Isabel, Catolé do Rocha, respectivamente.
Plantas como Pithecolobium dumosum,
Mimosa tenuiflora, Commelina sp.,
Jaquemontia asarifolia L., Leucaena
leucocephala, Manihot glaziovii, Manihot
esculenta, Croton sonderianus, Herissantia crispa, Delonix regia, Malvastrum
coromandelianum, Spermacoce capitata
ou Borreria capitata e Croton campestris,
apresentaram floração ao longo do ano influenciada pelos índices pluviométricos da
região (tabela II). Pereira et al. (1989),
observaram que plantas como a Mimosa
tenuiflora apresentam floração no fim da
estação úmida ou início da seca, com
ocorrências, em alguns anos, de floração em
plena seca.
As plantas identificadas nas microrregiões do semi-árido da Paraíba de
representação significativa para produção
de mel foram: Hyptis suaveolens Salzm.,
Jaquemontia asarifolia L., Prosopis
juliflora DC., Agave sp., Anacardium
Tabela II. Dados pluviométricos do período de Dezembro de 2004 a Novembro de 2005 do
estado da Paraíba. (Meteorology information by period from December 2004 to November 2005 from
Paraiba State).
CR
C
F
I
M
P
PR
PI
SJP
SM
D4
Ja5
F5
Mr5
A5
30,1
8,1
4,2
4,2
4,2
30,1
8,1
31,7
31,7
30,1
13,3
126,5
28,6
24,8
54,2
392,9
191,0
72,5
276,5
241,0
40,3
22,5
34,8
31,9
24,0
46,2
0
46,8
64,3
91,5
188,3
27,5
308,3
91,3
108,8
392,3
0
284,8
363,4
229,2
53,7
44,0
24,5
28,1
19,9
46,2
74,0
56,5
30,5
27,6
Mi5
Jn5
Jl5
0
75,5
0
79,5
81,5
0
135,5 163,10 46,0
190,1 153,5
3,6
146,4 210,6
7,5
12,6
35,4
0
0
0
0
34,7
51,7
22,5
57,3
29,6
0
13,1
84,5
0
Ag5
S5
O5
N5
2,7
29
114,2
85,8
69,4
2,5
0
20,0
0
3,7
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
27,3
2,5
9,8
0
0
0
0
0
0
0
0
2,0
0
0
0
0,8
0
0
CR: Catolé do Rocha; C: Cuité; F: Fagundes; I: Ingá; M: Mogeiro; P: Patos; PR: Prata; PI: Princesa Isabel;
SJP: São José de Piranhas; SM: São Mamede.
Ja: Janeiro; F: Fevereiro, Mr: Março; A: Abril, Mi: Maio; Jn: Junho; Jl: Julho; Ag: Agosto; S: Setembro;
O: Outubro; N: Novembro; D: Dezembro.
Fonte: EMATER-PB e LMRS-PB (Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e Sensoriamento
Remoto da Paraíba.
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 435.
SILVA, EVANGELISTA-RODRIGUES, AQUINO, FELIX, MATA E PERONICO
occidentale, Lantana camara, Richardia
grandiflora, Ipomoea bahiensis, Ziziphus
joazeiro, Pithecolobium dumosum, Mimosa
tenuiflora, Lantana cf. salzmann, Croton
sonderianus, Combretum leprosum, Aspidosperma pyriflolium, Spermacoce capitata ou Borreria capitata e Croton campestris. As demais plantas apresentaram
importância para a manutenção dos enxames
através de fluxos de néctar e pólen.
Algumas destas plantas também foram
encontradas por Silva et al. (2002) no
zoneamento apibotânico de ecossistemas
do Piauí que determinou as principais
espécies da flora nativa piauiense, como:
Combretum leprosum Mart. (mofumbo);
Croton sonderianus Mull. Arg. (Marmeleiro); Croton spp. (velame); Parkia
platycephala Benth. (faveira); Vernonia
brasiliana (L.) Druce (assa-peixe); Dimorphandra gardneriana Tul. (fava-d'anta);
Anacardium occidentale L. (caju); Borreria
verticilata L. G. Mey (vassourinha-debotão) e Zizyphus joazeiro Mart. (Juá).
Entre os fatores ambientais que também
influenciam na presença ou ausência de
algumas espécies de plantas em uma determinada área é o solo. Uma dada planta pode
ser indicadora de áreas em processo de
desertificação, solos de boa drenagem ou
não, fertilidade natural boa ou baixa e áreas
antropizadas. Como exemplo, podemos citar a faveleira (C. phyllacanthus), que no
trabalho desenvolvido por Andrade et al.
(2005), em área de caatinga pode ser observada com maior preferência em áreas mais
degradadas.
De acordo com Andrade et al. (2005),
áreas de caatinga em melhor estado de
conservação apresentam maior diversidade,
expressa tanto pelo número de famílias
quanto de espécies identificadas. Croton
sonderianus foi a espécie que apresentou a
maior densidade relativa para a área de
caatinga em melhor estado de conservação
seguido de Caesalpinia pyramidalis.
Enquanto que, para a área de caatinga degradada, as espécies que se destacaram
foram Jatropha mollissima e Aspidosperma
pyrifolium. As famílias Anacardiaceae,
Burseraceae e Capparidaceae foram exclusivas de áreas menos antropizada, ou seja,
são mais encontradas em áreas mais protegidas (cercada), ou em matas bem conservadas, e raramente encontradas em áreas
fortemente antropizadas. Agostini e Sazima
(2003), afirmam que a diversidade de famílias
é um fator importante para atender maior
diversidade de espécies de abelhas.
Estas informações confirmam que os
municípios das regiões do Sertão, Agreste
e Curimataú (Semi-árido da Paraíba),
apresentam-se como áreas antropizadas,
com a vegetação caracterizada por plantas
herbáceas, arbustivas e cultivadas. Enquanto que, nos municípios de Patos e São
Mamede (Sertão) há uma melhor conservação da vegetação nativa local.
A menor quantidade de espécies e
famílias em uma determinada área pode estar relacionada com os baixos índices
pluviométricos dos municípios, e a influência
negativa do pastejo de caprinos sobre a
regeneração natural. Estes baixos valores
são, provavelmente, reflexos das condições
climáticas desfavoráveis que ocorrem nessa
região, caracterizadas por apresentar uma
das menores alturas pluviométricas registradas no semi-árido nordestino, além de
uma grande irregularidade temporal das
chuvas, agravada por altas taxas de
evapotranspiração potencial anual. Há ainda
as limitações de solos e os efeitos sistêmicos
da pecuária (Andrade et al., 2005).
Segundo Pereira et al. (1989) as diferenças dos eventos fenológicos dos componentes da vegetação da caatinga podem
proporcionar condições adequadas à
produção apícola em base anual, pois durante o período das chuvas, toda a vegetação
herbácea e algumas espécies lenhosas
produzem abundante florada e a diferença
de precocidade faz com que haja sempre
alguma espécie em floração em qualquer
dos meses da estação. Durante a seca há
floradas abundantes e diferenciadas no
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 436.
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA APÍCOLA DO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA
tempo na área da caatinga, como a Mimosa
tenuiflora florando nos primeiros meses do
período seco, seguida do Anadenanthera
colubrina e por fim do Ziziphus joazeiro.
Vidal et al. (2002), levantando a flora
produtora de néctar e pólen, nativa ou exótica, existente na região de Cruz das Almas
- BA identificaram espécies que florescem o
ano todo como Aspilia foliata, Melissa
offinalis, Stachytarpheta bicolor, e
espécies que florescem predominantemente no período de Julho a Setembro como
Allamanda nobilis, Vernonia membranaceae, Eupatorium ballotaefolium,
Centratherum violaceu, Blanchetia heterotrichia, Mikania cordifolia, Eugenis
malaccensis, Portulaca oleraceae, Borreria verticillata, Borreria cf. capitata,
Citrus sinensis, Lantana canecens, Lantana aculeata, sendo estas plantas são as
que provavelmente contribuem para a
produção de mel nesta região.
A montagem de um calendário apícola
regional só será completo a partir do mo-
mento em que, através dos treinamentos de
aperfeiçoamento da atividade apícola ao
longo de todo o estado, o apicultor seja
estimulado a preparar o seu próprio
calendário apícola, devido às variações
edafoclimáticas ocorridas in loco.
CONCLUSÕES
As plantas que floram no período de
maio a novembro são as que contribuem
provavelmente para produção de mel nas
microrregiões do semi-árido da Paraíba.
O período de floração varia entre
espécies, entre indivíduos da mesma
espécie, e entre microrregiões, de acordo
com a intensidade das chuvas locais.
AGRADECIMENTOS
Aos apicultores das microrregiões do
semi-árido da Paraíba, que gentilmente
contribuíram para a realização deste
levantamento apibotânico.
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p. 18.
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 220, p. 438.
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