UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
A FAMÍLIA PASSIFLORACEAE NO
ESTADO DA BAHIA, BRASIL
TEONILDES SACRAMENTO NUNES
FEIRA DE SANTANA – BA
2002
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
A FAMÍLIA PASSIFLORACEAE NO
ESTADO DA BAHIA, BRASIL
TEONILDES SACRAMENTO NUNES
Dissertação
Programa
de
apresentada
ao
Pós-Graduação
em
Botânica da Universidade Estadual de
Feira de Santana como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Botânica.
ORIENTADOR: PROF. DR. LUCIANO PAGANUCCI DE QUEIROZ (UEFS)
FEIRA DE SANTANA – BA
2002
Ficha catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado
Nunes, Teonildes Sacramento
S???
A família Passifloraceae no estado da Bahia,
Brasil / Teonildes Sacramento Nunes. –
Feira de Santana, Ba: [s.n.], 2002.
???f. : il
Orientador: Luciano Paganucci de Queiroz.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Feira de
Santana – Departamento de Ciências Biológicas.
1.Passifloraceae – Bahia (BR). 2. Taxonomia de
Fanerógamos. 3. Botânica sistemática. I. Queiroz, Luciano
Paganucci de. II. Universidade Estadual de Feira de Santana.
III. Título.
CDU: ?????
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr. Armando Carlos Cervi
_____________________________________________
Prof. Dr. Cássio van den Berg
_____________________________________________
Prof. Dr. Luciano Paganucci de Queiroz
Orientador e Presidente da Banca
Feira de Santana – BA
2002
Aos meus queridos pais e
irmãos,
e a minha única e adorada filha Poliana.
A vocês todo o meu amor e carinho.
“Dedico este trabalho aos amigos
Aos que se tornaram familiares
Aos que nasceram familiares
E aos que conheci antes de ontem.
Dedico tanto aos que me deixam louco,
Quanto aos que enlouqueço.
Aos que me criticam em tudo,
E a um ou outro que atura
Minha “chatura”
Aos amigos que correm,
Aos amigos que contemplam.
Aos que me consideram muito,
E aos muitos que, com razão, fazem pouco.
Aos que conhecem o que penso,
E aos que só conhecem o que faço.
Aos que passam o dia todo comigo,
E aos que estão todo o tempo em mim.
Este trabalho é a soma de todos vocês.
E se ele não é melhor,
É por falta de memória,
Mas não por falta de amigos”.
(R. B. Primack & E. Rodrigues)
AGRADECIMENTOS
“Houve tempos em que me senti sozinha, mas como um presente maravilhoso de Deus, vocês
surgiram em minha vida, com seu jeito especial e sua amizade verdadeira.
E hoje não mais estou só, porque tenho vocês”.
Hélio Marques
Aos meus pais por terem me dado a vida e a oportunidade de alcançar
mais este degrau. Agradeço a Deus todos os dias, os sacrifícios, que vocês
fizerem para que eu pudesse chegar até aqui.
Ao meu Orientador, Mestre, "Chefe" (não me digam que quem tem chefe
é índio!!) e amigo Prof. Dr. Luciano Paganucci de Queiroz pela orientação, pela
paciência e pelo incentivo durante esta caminhada.
Aos professores da Área de Botânica do Departamento de Ciências
Biológicas da UEFS, responsáveis pela implantação do Programa de PósGraduação em Botânica, em especial à Dra. Ana Maria Giulietti, por todo o
empenho em fazer desta Instituição um modelo no ensino da Botânica, e ao Dr.
Francisco de Assis e Dr. Luciano Paganucci de Queiroz, que tanto trabalharam
durante a elaboração do Projeto.
Aos Curadores dos Herbários visitados, por permitirem acesso às
coleções e pelos empréstimos enviados (ALCB, BAH, BM, CEN, CEPEC,
EBDA, HRB, HUNEBA, IPA, K, MBM, PEUFR, R, RB, SP, SPF, UB e UESC).
À UEFS, CAPES e CADCT pelo financiamento do curso.
Aos colegas do curso, pelos momentos passados juntos durante as
aulas e trabalho de campo (saudade de nossas coletas!!).
À amiga e incentivadora Dra. Daniela Zappi, pela dedicação e momentos
de descontração, e pelas bibliografias e fotografia dos tipos.
A toda equipe do HUEFS: Zezé, Milene, Patrícia, Vanilda, Kelly, Cosme,
Daniela, Alexa, Élvia, Indiara, Jefferson, Nadja, Ive, Claúdio José, Janaina e
Carliane (valeu parceiras!!), Bruno e Anderson Rocha (Tico e Teco), Anderson
Carneiro (apesar de ter me abandonado!!!), Franciane, Sabrina, Ana Karina,
Patrícia Reis e Daiane pelos momentos de descontração e por todo apoio
quando necessário.
Ao Alano Duraes pelos magníficos desenhos e também pela sua enorme
paciência, alegria e descontração (e vamos ouvir o CD das Velhas Virgens!!!).
À amiga Adriana Estrela, secretária do Programa de Pós-Graduação, por
todo o auxílio e simpatia, mesmo nos momentos mais estressantes.
Aos colegas do curso de pós-graduação: Anapaula Ferraro, Cássia
Tatiana, Jomar Jardim (Joles), Eric e Viviane e Hilder, muito obrigada por tudo.
Aos colegas do Departamento de Ciências Biológicas pelo apoio e
disponibilidade nas horas de sufoco.
Aos colegas e amigos do Projeto Guias de Campo de Biodiversidade
(Turma do ET!!!), minhas desculpas pela ausência nas muitas reuniões
realizadas, obrigada pelos momentos divertidos e gratificantes das viagens
para testes, coletas, fotografias e oficinas. Valeu: Jorge, Maitê, Anderson, Ana
Paula, Anna Lawrence, Luciano, Bob Allkin, Frans Pareyn, Marcelino, Caê,
Bené, Luciano e Miguel (motoristas) e todos os outros que participaram deste
projeto.
A você ser oculto (mistério!!!), que teve tanta paciência, nos momentos
em que tive que estar ausente, pelo seu amor, pela sua paciência, pela sua
dedicação, meu eterno muito obrigado e todo o meu carinho.
Ao Ser Supremo que criou este mundo maravilhoso, com toda esta flora
para que pudéssemos nos divertir de vez em quando e que, apesar das
dificuldades, permitiu a conclusão deste trabalho.
E, especialmente, a minha querida filha, Poliana Nunes Sena, por toda a
paciência, durante as ausências nas longas viagens e jornadas de trabalho. A
você todo o meu amor e todas as minhas conquistas eu dedico.
Teo Nunes
Sumário
1 - Índice das ilustrações .................................................................... i
2 - Resumo ..................................................................................... 01
3 - Abstract ..................................................................................... 03
4 - Introdução ................................................................................. 05
4.1 - Área de Estudo ................................................................ 07
5 - Metodologia ................................................................................ 14
6 - Resultados ................................................................................. 21
6.1 - Histórico ............................................................................ 21
6.2 - Aspectos Morfológicos da Família ................................................... 25
6.2.1 - Hábito ................................................................................ 25
6.2.2 - Estípula .............................................................................. 25
6.2.3 - Folha .................................................................................. 27
6.2.4 - Inflorescência ..................................................................... 29
6.2.5 - Flor .................................................................................... 30
6.2.5.1 - Hipanto ....................................................................... 32
6.2.5.2 - Perianto ...................................................................... 32
6.2.5.2.1 - Cálice .................................................................. 32
6.2.5.2.2 - Corola .................................................................. 34
6.2.5.3 - Corona ........................................................................ 34
6.2.5.4 - Androginóforo ............................................................. 37
6.2.6 - Fruto .................................................................................. 37
6.2.7 - Semente ............................................................................ 38
6.3 - Taxonomia ....................................................................................... 40
6.3.1 - Chave para Identificação dos gêneros ..................................... 41
6.3.2 - Chave para identificação das espécies .................................... 41
6.3.2.1 - Chave baseada apenas nos caracteres vegetativos..... ...... 41
6.3.2.2. - Chave baseada nos caracteres vegetativos e
reprodutivos.................................................................................................... 47
I. - Passiflora L.
..................... 51
I.1 - Subgênero Plectostemma
.....................53
1 - P. suberosa L. .......................................................................... 53
2 - P. saxicola Gontsch. ................................................................55
2 - P. organensis Gard. ................................................................. 56
4 - P. misera Kunth ....................................................................... 58
5 - P. pohlii Mast. .......................................................................... 60
6 - P. capsularis L. ........................................................................ 64
I.2 - Subgênero Tacsonioides ...........................................................66
7 - P. luetzelburgii Harms .............................................................. 66
I.3 - Subgênero Passiflora .................................................................68
8 - P. alata Curtis .......................................................................... 69
9 - P. odontophylla Harms ex Glaziou ........................................... 76
10 - P. nitida Kunth ....................................................................... 77
11 - P. bahiensis Klotzsch ............................................................. 78
12 - P. malacophylla Mast. ............................................................ 79
13 - P. setacea DC. .................................................................. .... 80
14 - P. cincinnata Mast. ................................................................ 85
15 - P. trintae Sacco ..................................................................... 91
16 - P. edulis Sims. ....................................................................... 95
17 - P. recurva Mast. ..................................................................... 98
18 - P. watsoniana Mast. ............................................................ 101
19 - P. miersii Mast. .................................................................... 105
20 - P. edmundoi Sacco .............................................................. 106
21 - P. mucronata Lam. .............................................................. 110
22 - P. galbana Mast. .................................................................. 112
23 - P. mucugeana sp. nov. ined. ................................................ 118
24 - P. amethystina Mikan .......................................................... 121
I.4 - Subgênero Dysosmia ...............................................................127
25 - P. foetida L. .......................................................................... 127
I.5 - Subgênero Dysosmioides ........................................................134
26 - P. villosa Vell. ...................................................................... 134
I.6 - Subgênero Astrophea ..............................................................135
27 - P. mansoi (Mart.) Mast. ........................................................ 135
28 - P. haematostigma Mast. ...................................................... 139
29 - P. rhamnifolia Mast. ............................................................. 141
II - Tetrastylis Barb. Rodr. ...................................................................... 144
30 - Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip .............................................. 144
7 - Conclusão ............................................................................................... 150
8 - Referências Bibliográficas ...................................................................... 151
9 - Lista de material examinado ................................................................... 160
10 - Índice dos nomes científicos ................................................................. 167
11 - Índice de Nomes vulgares .................................................................... 169
i
Índice das ilustrações
Figura 1. A. Bioma Caatinga: Município de Irec~e; B. Bioma Campo Rupestre:
Município de Jacobina. ....................................................................................................... 09
Figura 2. Bioma Mata atlântica, Serra da Jibóia (=Serra da Pioneira), Santa Terezinha. . 10
Figura 3. A. Bioma Caatinga com solo arenoso: Município de casa Nova. B. Restinga:
Município de Porto Seguro. ................................................................................................ 12
Figura 4. A. Hábito (P. foetida); B. Estípula (P. edmundoi); C. Folha e estípula (P.
edmundoi); D. Folha (P. villosa); E. Estípula (P. foetida); F. Glândula peciolar (P.
cincinnata). ......................................................................................................................... 26
Figura 5. variação de tricomas: A. ápice foliar mucronado. B. Face abaxial foliar com
tricomas glandulares. C. Nó com tricomas lanosos no caule, estípula, pedúnculo e
gavinha. D. Face adaxial glabra, com margem serreada-denticulada. E. face adaxial
glabra com margem serreada. F. Face adaxial hirsuta, com tricomas glandulares. G.
Face abaxial velutina (A. P. pohlii; B. P. foetida; C. P. malacophylla; D. P. nítida; E. P.
trintae; F. P. foetida; G. P. mansoii). ................................................................................. 28
Figura 6. Tipos de brácteas: A. Bráctea pinatissecta. B. Bráctea lanceolada. C. bráctea
serreada. D. Bráctea com margem lisa. E. Bráctea espatulada. (A. P. foetida; B. P.
recurva; C. P. setacea; D. P. galbana; E. P. edmundoi)..................................................... 31
Figura 7. A. Passiflora luetzelburgii; B. P. recurva; C. P. galbana; D. P. cincinnata: E.
P. misera; F. P. edulis. ....................................................................................................... 33
Figura 8. A. Passiflora foetida; B. P. cincinnata; C. P. alata............................................ 35
Figura 9. Frutos. A. Baga globosa; B. Baga elíptica 6-costada; C. baga ovóide. D. baga
globosa (A. Passiflora cincinnata; B. P. rhamnifolia; C. P. suberosa; D. P. foetida). ..... 39
Figura 10. Subgênero Plectostemma: P. capsularis; A. Ramo; B. Flor. P. suberosa; C.
Glândula peciolar; D. Flor. P. capsularis; E. Fruto (P. suberosa)...................................... 52
Figura 11. Passiflora suberosa: A.ramo, B. flor. P. organensis: C. ramo, D. flor, E.
base da folha mostrando as manchas ocelares. P. misera: F. ramo, G. flor (corte
longitudinal). P. pohlii: H. ramo, I. base da folha mostrando as manchas ocelares. (A:
E.Melo 2781; B: G.Hatschbach 60652; C-E: J.G.Carvalho-Sobrinho 40; F-G:
R.P.Oliveira 534; H-I: L.A.Mattos-Silva 483)..................................................................... 63
Figura 12. Subgênero Tacsonioides: P. luetzelburgii A. Flor; B. Fruto; C. Folha; D.
Botão com brácteas; E. Estípula e glândula peciolar. ......................................................... 65
Figura 13. Subgênero Passiflora: P. alata. A. Caule alado e estípula; B. Hábito; C.
Glândula peciolar; D. Brácteas; E. Flor; F. Botão envolvido por brácteas. ....................... 70
ii
Figura 14. Passiflora capsularis: A. ramo, B. flor (corte longitudinal), C. fruto. P.
luetzelburgii: D. ramo, E. flor (corte longitudinal), F. bráctea. P. alata: G. ramo, H.
estípula, I. flor (corte longitudinal). P. odontophylla: J. ramo, K. flor (corte
longitudinal). (A-C: J.M.Silva 51; D-F: A.M.Giulietti 1710; F: L.P.de Queiroz 3723; GI: T.S.N.Sena 38; J-K: R.P.Belém 2627). ............................................................................ 75
Figura 15. Passiflora nitida: A. ramo, B. glândula peciolar. P. bahiensis: C. Ramo, D.
glândula peciolar. P. malacophylla: E. ramo, F. flor inteira. P. setacea: G. ramo, H. flor
(corte longitudinal), I. fruto (corte longitudinal). (A-B: S.A.Mori 9398; C-D: T.S.Santos
440; E-F: E.P.Heringer 10205; G-I: E.R.Souza 49)............................................................ 84
Figura 16. Passiflora trintae: A. ramo. P. edulis: B. ramo, C. flor (corte longitudinal),
D. bráctea. P. watsoniana: E. ramo, F. flor (corte longitudinal). (A: R.M.Harley 20197;
B-D: T.S.N.Sena 3; E-F: L.P.de Queiroz 6462)................................................................. 104
Figura 17. Passiflora mucugeana sp. nov. ined. A. ramo. (A: R.M.Harley 53589)......... 120
Figura 18. Passiflora edmundoi: A. ramo, B. flor. P. mucronata: C. ramo, D. flor
inteira, E. flor (corte longitudinal). P. galbana: F. ramo, G. flor. P. amethystina: H.
estípula, I. ramo. (A-B: T.S.N.Sena 25; D-E: L.A.Mattos-Silva 483; F-G: T.S.Nunes
229; H-I: G.Hatschbach 19173). ....................................................................................... 125
Figura 19. Subgênero Dysosmia: A. Flor; B. Hábito prostrado; C. Flor; D. Baga
globosa; E. Baga envolto em brácteas pinnatissectas (A-E. P. foetida). .......................... 126
Figura 20. Subgênero Dysosmioides: A. Ramo em botão com brácteas e estípulas; B.
Estípula; C. Botão; D. Fruto; E. Flor (em corte longitudinal); (A-E. P. villosa). ............ 133
Figura 21. Subgênero Astrophea: A. Ramo; B. Fruto; C. Flor (em corte longitudinal);
D. Flor (A. P. mansoi; B-D. P. rhamnifolia)..................................................................... 138
Figura 22. Tetrastylis ovalis: A. Caule; B. Ramo florido; C. Flor (em corte
longitudinal); D. Fruto. ..................................................................................................... 143
Figura 23. Passiflora villosa: A. ramo, B. flor (corte longitudinal). P. haematostigma:
C. ramo, D. flor (corte longitudinal). P. rhamnifolia: E. ramo, F. glândula peciolar, G.
flor (corte longitudinal). Tetrastylis ovalis: H. ramo, I. flor (corte longitudinal). (A-B:
W.Ganev s.n.; C-D: (J.Cordeiro 858; E-G: M.L.Guedes 1391; H-I: F.França 1150).. .. 149
Mapa 1. Mapa do Estado da Bahia com os principais tipos vegetacionais (Fonte:
Queiroz ,1997). .................................................................................................................. 13
Mapa 2. Mapa do Estado da Bahia mostrando o sistema de quadrículas adotados na
distribuição geográfica (Fonte: Lewis, 1997). .................................................................... 16
Mapa 3. Coletas por número de espécies, da família Passifloraceae no Estado da Bahia,
existentes no HUEFS, até 1999. .......................................................................................... 19
Mapa 4. Distribuição de Passiflora misera, P. organensis, P. saxicola e P. suberosa no
Estado da Bahia. ................................................................................................................. 62
iii
Mapa 5. Distribuição de P. alata, P. capsularis, P. luetzelburgii e P. pohlii no Estado
da Bahia. . ............................................................................................................................ 74
Mapa 6. Distribuição de P. bahiensis, P. malacophylla, P. nitida, P. odontophylla e P.
setacea no Estado da Bahia. ................................................................................................ 83
Mapa 7. Distribuição de P. cincinnata e P. trintae no Estado da Bahia.. .......................... 94
Mapa 8. Distribuição de P.edulis, P. recurva e P. watsoniana no Estado da Bahia. ......... 94
Mapa 9. Distribuição de P. edmundoi, P. galbana e P. mucronata no Estado da Bahia. 103
Mapa 10. Distribuição de P. amethystina e Passiflora mucugeana no Estado da Bahia. 117
Mapa 11. Distribuição de P. foetida no Estado da Bahia. ............................................... 124
Mapa 12. Distribuição de P. mansoi e P. villosa no Estado da Bahia. ............................ 132
Mapa 13. Distribuição de P. haematostigma, P. rhamnifolia e Tetrastylis ovalis no
Estado da Bahia. ................................................................................................................ 140
1
RESUMO
(A família Passifloraceae no Estado da Bahia, Brasil) - O Estado da Bahia está localizado
na região Nordeste, ocupa uma área de 567.295,3 km2 e possui grande diversidade de tipos
vegetacionais com, representação de, praticamente, todos os grandes biomas brasileiros.
Assim, são encontradas formações de mata atlântica, restinga, vegetação de dunas e
manguezais, matas mesófilas, cerrados, caatinga e campos rupestres. A família Passifloraceae
é predominantemente tropical e subtropical e possui cerca de 20 gêneros e 650 espécies.
Ocorre nas áreas mais quentes da América com algumas espécies na Ásia e Austrália e uma
espécie em Madagascar. São, na maioria, plantas trepadeiras com gavinhas, apresentando
folhas simples ou lobadas, com estípulas, flores vistosas, solitárias, raramente em
inflorescências, com receptáculo desenvolvido em hipanto e apêndices acessórios na forma de
corona, opérculo e/ou androginóforo. No Brasil ocorrem quatro gêneros, Mitostemma Mast.,
Dilkea Mast., Tetrastylis Barb. Rodr. e Passiflora L., com cerca de 120 espécies, a maioria
subordinada ao gênero Passiflora. Para o Estado da Bahia foram registrados dois gêneros com
30 espécies de Passifloraceae, Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip e 29 espécies do gênero
Passiflora: P. alata Curtis, P. amethystina Mikan, P. bahiensis Klotzsch, P. capsularis L., P.
cincinnata Mast., P. edmundoi Sacco, P. edulis Sims., P. foetida L., P. galbana Mast., P.
haematostigma Mast. ex Mast., P. luetzelburgii Harms, P. malacophylla Mast., P. mansoi
(Mart.) Mast., P. miersii Mast., P. misera Kunth, P. mucronata Lam., P. mucugeana sp. nov.
ined., P. nitida Kunth, P. odontophylla Harms ex Glaziou, P. organensis Gard., P. pohlii
Mast., P. recurva Mast., P. rhamnifolia Mast., P. saxicola Gontsch., P. setacea DC., P.
suberosa L., P. trintae Sacco, P. villosa Vell. e P. watsoniana Mast. Dentre as espécies
2
estudadas, três são endêmicas do Estado: Passiflora saxicola, P. bahiensis e P. mucugeana.
Além da proposição de uma nova espécie (P. mucugeana), P. caatingae L. Escobar é
sinonimizada a P. trintae Sacco. São apresentadas chaves para identificação, descrições,
ilustrações, fotos e mapas da distribuição das espécies no Estado.
3
ABSTRACT
(The family Passifloraceae in the State of Bahia, Brazil) – The State of Bahia is located in
the Northeastern region, with a extension of 567.295,3 km2 and a high diversity of vegetation
types, with representatives of pratically all of the largest brazilians biomes. Thus, it is found
Atlantic forests, restinga, mangroves, seasonal forests, cerrado, caatinga and campos rupestres.
The family Passifloraceae is mainly tropical and subtropical and has about 20 genera and 650
species growing mostly in the warmer areas of the America with some species occurring in
Asia and Australia, and only one specie in Madagascar. They are mostly vines with tendrils
and have leaves simple or lobed with stipules, flowers solitary, rarely grouped in
inflorescences, with the receptacle modified in an hypanthium and accessory appendages like
the corona, operculum and/or androgynophore. Four genera are found in Brazil: Mitostemma
Mast., Dilkea Mast., Tetrastylis Barb. Rodr. and Passiflora L., with c. 120 species, most
belonging to Passiflora. For the State of Bahia, it was registered two genera with 30 species of
Passifloraceae: Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip and 29 species of Passiflora: P. alata Curtis, P.
amethystina Mikan, P. bahiensis Klotzsch, P. capsularis L., P. cincinnata Mast., P. edmundoi
Sacco, P. edulis Sims., P. foetida L., P. galbana Mast., P. haematostigma Mast. ex Mast., P.
luetzelburgii Harms, P. malacophylla Mast., P. mansoi (Mart.) Mast., P. miersii Mast., P.
misera Kunth, P. mucronata Lam., P. mucugeana sp. nov. ined., P. nitida Kunth, P.
odontophylla Harms ex Glaziou, P. organensis Gard., P. pohlii Mast., P. recurva Mast., P.
rhamnifolia Mast., P. saxicola Gontsch., P. setacea DC., P. suberosa L., P. trintae Sacco, P.
villosa Vell. and P. watsoniana Mast. Three species are endemic for the State: Passiflora
saxicola, P. bahiensis and P. mucugeana. Besides the new species (P. mucugeana), P.
4
caatingae L. Escobar is proposed as a synonym of P. trintae. It is presented in this paper an
identification key, description, illustration, photos and maps with the geographic distribution
of the species in the State.
5
INTRODUÇÃO
A família Passifloraceae é predominantemente tropical e subtropical e possui cerca de
20 gêneros e 650 espécies de lianas ou trepadeiras com gavinhas, flores solitárias ou
inflorescência cimosa, com receptáculo desenvolvido em hipanto e apêndices acessórios na
forma de corona, opérculo e/ou androginóforo, com sementes ariladas (Brizyck, 1961). A
maioria das espécies está subordinada ao gênero Passiflora, o maior da família, com cerca de
400 espécies descritas, predominantemente neotropicais (Killip, 1938). A família ocorre
principalmente nas Américas, com áreas de menor diversidade na Ásia e Austrália e uma
espécie em Madagascar (Heywood, 1993). No Brasil ocorrem quatro gêneros: Mitostemma
Mast., Dilkea Mast., Tetrastylis Barb. Rodr. e Passiflora L. com cerca de 120 espécies (Cervi,
1997).
Durante muito tempo a família Passifloraceae foi considerada como relacionada às
famílias Malesherbiaceae, Turneraceae e Flacourtiaceae, integrando a ordem Parietales
(Bentham & Hooker, 1865; Masters, 1871), ou ordem Violales (Cronquist, 1981). Atualmente
a família está sendo considerada como pertencente a ordem Malpighiales, através de estudos
moleculares, próximo a grupos como Euphorbiaceae, Malpighiaceae e Flacourtiaceae (APG,
1998).
De acordo com a classificação de Wilde (1971) duas tribos são distinguidas dentro da
família: a tribo Paropsieae, com seis gêneros, que têm hábito arborescente, com
representantes apenas para o Velho Mundo, formado por lianas, e a tribo Passifloreae, com
cinco gêneros, formada por espécies trepadeiras com gavinhas, com sua maior representação
para a América Latina.
6
A tribo Paropsieae foi considerada por Engler (1921), Sleumer (1954) e Harms (1893)
e como uma tribo de Flacourtiaceae. No entanto, devido à presença de uma corona, assim
como dados anatômicos e palinológicos, esta tribo têm sido incluída nas Passifloraceae
(Willde, 1971).
Com a publicação da monografia na Flora Brasiliensis (Masters, 1872), foram
descritas e ilustradas 202 espécies e, ainda hoje, esta é uma das mais completas obras para a
família.
Posteriormente, Killip (1938) revisou a família para o Novo Mundo, reconhecendo
355 espécies para a América do Sul, e agrupou estas espécies em quatro gêneros e subdividiu
o gênero Passiflora em 22 subgêneros. Este sistema de classificação está sendo usado neste
trabalho.
No Estado da Bahia ocorrem, segundo Killip (1938), 18 espécies. Harley & Mayo
(1980) relataram dez espécies de Passiflora, além de Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip. Harley &
Simmons (1986) publicaram a Florula of the Mucugê, citando três espécies da família. Para a
região do Pico das Almas, no município de Rio de Contas, Vitta (1995) relacionou quatro
espécies. Sena & Queiroz (1998) relataram quatro espécies para a região do Morro do Pai
Inácio (Palmeiras) e Serra da Chapadinha (Lençóis). Sena & Queiroz (2001) descrevem treze
espécie para a região da Chapada Diamantina na Bahia, incluindo a citação de uma provável
espécie nova.
O grupo apresenta uma grande importância econômica na agricultura e na horticultura,
sendo empregada para fins ornamentais, medicinais e alimentares (Oliveira et al., 1983).
Muitas espécies do gênero Passiflora são importantes economicamente por causa dos seus
frutos comestíveis, sua alta adaptabilidade ao cultivo (Oliveira, 1987; Sánchez et al. 1999). O
7
fruto pode ser consumido fresco ou processado como suco (Barbosa & Vieira, 1997). Muitas
espécies são utilizadas como ornamentais, principalmente na Europa e Novo Mundo (Escobar,
1980) devido a sua forma exótica e pelas suas cores vistosas. Outras espécies são muito
utilizadas por suas propriedades medicinais. A raiz pode ser usada como antiespamódica, antihelmíntica, inseticida e bactericida (Sánchez et al., 1999). Apresentam uma substância
química “Passiflorine” utilizada comercialmente por sua propriedade letárgica.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um levantamento da família
Passifloraceae no Estado da Bahia, contribuindo assim, para o conhecimento desta flora.
Área de Estudo
O Estado da Bahia ocupa uma área total de 567.295,3 km2, incluindo a área continental
e suas ilhas, sendo o quinto maior Estado do Brasil, após o Amazonas, Pará, Mato Grosso e
Minas Gerais (Noblick, 1991). Ocupa uma área localizada entre as longitudes 37o e 47o W e
latitudes 8o e 18o S, limitando-se, ao norte, com Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Piauí, a
oeste, com Goiás e Tocantins, ao sul, com Minas Gerais e Espírito Santo, sendo a leste
banhado pelo Oceano Atlântico, ocupando a maior faixa litorânea do Brasil. De acordo com a
tipologia climática de Thorntwaite (SEI, 1999), a faixa litorânea, envolvendo as planícies e os
planaltos costeiros, apresenta clima variando do úmido ao subúmido. Nas depressões
periféricas e interplanálticas, o clima varia do semi-árido ao árido. As elevações no centro do
território baiano, correspondentes à Chapada Diamantina, apresentam características típicas do
clima tropical de altitude, com médias anuais de temperaturas variando de 18o a 22oC e
excedente hídrico pequeno a moderado. O oeste baiano, drenado pelo rio São Francisco,
8
região classificada como Chapadão Ocidental do mesmo rio, apresenta clima quente e seco, do
tipo semi-árido. No extremo oeste, os excedentes hídricos são maiores, caracterizando uma
tipologia que varia do subúmido ao úmido (SEI, 1999).
Ocorrem na Bahia os seguintes tipos vegetacionais (Lewis, 1987; Noblick, 1991;
Queiroz, 1998) (Mapa 1):
1 – Caatinga
Ocupa a maior área do Estado, ocorrendo com suas várias fisionomias em diferentes
regiões semi-áridas do Estado. A palavra “caatinga” significa floresta branca e refere-se a um
tipo de vegetação caracterizado pela presença de espécies arbustivo-arbóreas, com espinhos e
com folhagem decídua na estação seca. É uma área localizada predominantemente na
depressão sertaneja e bacias sedimentares internas e recobre mais de 50 % do território
estadual. A taxa anual de precipitação é de 300-400 mm por ano, com solo raso e pedregoso
ou arenoso.
Apesar da deficiência hidríca é um dos biomas mais ricos do Estado, apresentando
elevada diversidade de espécies, predominando famílias como Leguminosae, Cactaceae,
Bromeliaceae e Euphorbiaceae (Noblick, 1991; Queiroz, 1998, Giulietti et al., 2002).
2 – Campos rupestres
Formações que se estabelecem acima dos 900m e são encontrados nas serras da
Chapada Diamantina. Segundo Harley & Simmons (1986), são áreas muito ricas em espécies
endêmicas. Geralmente ocorrem isolados, tendo em seu entorno vegetações do tipo caatinga
9
ou cerrado. Apresentam uma fisionomia típica, predominando pequenos arbustos e ervas que
crescem sobre um substrato, que é muito raso por estar sobre rochas. Algumas famílias são
características deste ecossistema: Gramineae, Cyperacae, Eriocaulaceae e Xyridaceae
(Giulietti & Pirani, 1988).
3 – Mata Atlântica
Distribuída em toda a faixa litorânea, as principais áreas de mata atlântica encontramse na região sul do Estado e compreende quatro tipos florestais (Mori et al., 1983; Thomas et
al., 1997): matas úmidas, matas mesófilas, matas de restingas e matas de cipó. Apesar de
apresentar uma grande variedade de espécies, o número de indivíduos por espécie é muito
baixo (Noblick, 1991). As matas do sul da Bahia apresentam uma elevada taxa de endemismo
(Mori et al., 1981b). Compreende um dos biomas mais degradados pela forte ocupação do
litoral, retirada de madeiras e substituição por plantações de açúcar, café e cacau.
4 – Cerrado
Encontrado principalmente na região oeste do Estado, pode ser visto também em
algumas áreas da Chapada Diamantina (Harley, 1995; Giulietti et al., 1996), em altitudes de
700-800m. Apresenta árvores geralmente baixas com troncos retorcidos, tortuosos e casca
espessa e protegida por uma camada de cortiça. As famílias bem representadas no cerrado são:
Compositae, Leguminosae e Gramineae (Goodland & Ferri, 1979).
10
5 – Restingas e Mangues
No litoral, entre a linha da costa e a mata atlântica há uma zona de vegetação de
mangues, praias e restingas. As restingas desenvolvem-se em solos com baixo teor de
nutrientes e as árvores são pequenas em alturas e diâmetro. Na faixa litorânea ocorrem
famílias como Convolvulaceae e Solanaceae, que se desenvolvem livremente na superfície do
solo. Seguindo em direção ao interior, tem-se uma vegetação constituída por indivíduos
lenhosos, representados freqüentemente por espécies das famílias Myrtaceae, Leguminosae e
Euphorbiaceae (Romariz, 1996).
Os manguezais são formados por espécies com uma alta capacidade de adaptação a
ambientes adversos, como: solo extremamente inconsistente, salgado, com baixa taxa de
oxigênio, devido aos alagamentos provocados pelo movimento das marés. Neste tipo de
ambiente são encontradas espécies de famílias como Rhyzophoraceae, Avicenniaceae e
Combretaceae (Romariz, 1996).
11
Mapa 1 – Mapa do Estado da Bahia com os principais tipos vegetacionais
(Fonte:
12
METODOLOGIA
O trabalho foi baseado, principalmente em análise de espécimes do herbário,
complementado com observações das plantas em campo.
1. Trabalho de herbário
Foram consultadas as coleções de Passifloraceae dos seguintes herbários (acrônimos de
acordo com Holmgreen et al., 1990):
ALCB – Herbário Alexandre Leal Costa – Bahia
BAH – Herbário da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – Bahia
BM – British Museum, Natural History – Inglaterra
BR – Herbarium Nationale Plantentuim van België – Bruxelas - Bélgica
CEN – Embrapa, Herbário do Centro Nacional de Recursos Genéticos –
CENARGEN.
CEPEC – Herbário Centro de Pesquisa do Cacau – Bahia
E – Royal Botanic Gardens – Edimburgo - Escócia
HRB – Herbário RadamBrasil – Bahia
HST – Herbário Sérgio Tavares – Pernambuco
HUNEBA – Herbário da Universidade do Estado da Bahia – Alagoinhas, Bahia
IPA – Herbário da Empresa Pernambucana de Pesquisas Agropecuárias Pernambuco
K – Royal Botanic Gardens – Kew - Inglaterra
13
MBM – Museu Botânico de Curitiba - Paraná
PEUFR – Herbário da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Pernambuco.
R – Museu Nacional do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
RB – Jardim Botânico do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
RFA – Herbário do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
SP – Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo – São Paulo
SPF – Herbário da Universidade de São Paulo – São Paulo
UB – Fundação Universidade de Brasília – São Paulo
UESC – Herbário da Universidade Estadual de Santa Cruz - Bahia
UFPE – Herbário da Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco
VIC - Herbário da Universidade de Viçosa – Minas Gerais.
No total foram analisados cerca de 2.500 exsicatas. Tipos nomenclaturais foram
analisados para 18 espécies, correspondendo a cerca de 60% das espécies da Bahia.
A identificação foi baseada na consulta às obras originais e por comparação aos tipos
disponíveis
As descrições foram feitas a partir de uma análise detalhada de cada espécime, e as
ilustrações foram baseadas em material de herbário e da coleção líquida, com auxílio de
estereomicroscópio acoplado a câmara clara.
Os mapas de distribuição geográfica das espécies, foram feitos a partir dos dados
retirados das etiquetas de herbário. As coletas realizadas foram geo-referenciadas com o uso
de GPS.de latitude e longitude, ou descrição da localidade obtidas nas exsicatas dos herbários
visitados, e através dos dados de coletas. O modelo de mapa utilizado foi o adotado por
Queiroz (1998), com o sistema de quadrículas de 1o x 1o (Mapa 2).
14
As medidas das folhas foram baseadas no padrão proposto por MacDougal (1994).
Mapa 2. Mapa do Estado da Bahia mostrando o sistema de quadrículas
adotadas na distribuição geográfica (Fonte: Lewis, 1997).
15
Na medida das estípulas o termo comprimento é sempre aplicado para a maior
dimensão, mesmo que possa não indicar a distância entre o ponto de inserção da estípula no
caule e sua margem, devido à falta de simetria.
2. Trabalho de campo
O número de espécimes coletados e depositados no herbário HUEFS (Herbário da
Universidade Estadual de Feira de Santana) até o ano de 1999 (Mapa 3), indicou as regiões do
Oeste, Baixo Médio São Francisco, Serra Geral, Sudoeste, Litoral Sul e Extremo Sul, como as
áreas menos amostradas para a família Passifloraceae. Portanto, foi dada prioridade para a
coleta de espécimes de Passifloraceae nestas áreas (Tabela 1), totalizando 16 excursões e 55
dias em campo.
Durante estas excursões foram recoletadas 25 das 30 espécies citadas para o Estado da
Bahia.
O material coletado, foi processado segundo as técnicas atuais de herborização (Mori
et al., 1989; Bridson, 1992; Nunes, 2002), e está depositado no herbário HUEFS, com
duplicatas distribuídas nos principais herbários baianos. Além de exsicatas, foi também
montada uma coleção líquida, depositada no HUEFS, conservada em etanol 70%, e uma
coleção de fotografias.
Tabela 1 – Coletas realizadas no Estado da Bahia.
Período
Municípios
Microrregião
28-30.02.2000
Formosa do Rio Preto/Barreiras
Oeste
16
23 – 25.10.2000
29.11
Lençóis/Palmeiras/Mucugê/Andaraí
Chapada Diamantina
– Rio de Contas
Chapada Diamantina
– Ipirá/Brotas de Macaúbas/Irecê
Oeste
01.12.2000
10.06
11.06.2001
06-10.06.2001
Nova Fátima/Jacobina/Casa Nova/Campo Alegre de Oeste
Lourdes/Remanso
13-18.06.2001
Senhor do Bonfim/Remanso/Campo Alegre de Nordeste
Lourdes
14-18.08.2001
Campo
Alegre
de
Lourdes/Remanso/Casa Nordeste
Nova/Senhor do Bonfim
26-28.11.2001
Morro do Chapéu/São Gabriel/Barro Alto/Campo Oeste
Alegre de Lourdes/Remanso
27-30.12.2001
Campo Alegre de Lourdes/Remanso/Casa Nova
Nordeste
18-19.01.2001
Itiúba
Piemonte
da
Diamantina
01 – 09.02.2001
Feira de Santana/Itabuna/Una/Canavieiras /
Litoral Sul e Extremo
Itapebi/Belmonte/Santa Cruz Cabrália
Sul
14-16.02.2002
Ibicoara/Mucugê
Chapada Diamantina
18.03.2002
Irecê/Gentio do Ouro
Oeste
23.03.2002
Santa Terezinha
Paraguaçu
10-11.05.2002
Itiúba
Piemonte
da
17
Diamantina
14-18.05.2002
Mundo Novo/Gentio do Ouro/Xique-Xique
Oeste
Durante este período, outros grupos de coletas do HUEFS, foram ao campo em
diversas áreas do Estado, gerando um acréscimo significativo na coleção de Passifloraceae, e
cobrindo uma maior extensão territorial.
3. Formato
A abreviatura dos nomes dos autores está de acordo com Brummit & Powell (1992), e
todo o material examinado de cada espécie está listado em ordem alfabética de município e
ordem crescente da data de coleta.
As espécies são apresentadas de acordo o sistema de classificação adotado por Killip
(1938), com modificações propostas por Cervi (1997). As ilustrações estão
18
0-1 espécie
2-3 espécies
4-5 espécies
6-7 espécies
8-9 espécies
10-11
espécies
12-13
é i
Mapa 3. Coletas por número de espécies, da família Passifloraceae no
Estado da Bahia, existentes no HUEFS, até 1999.
19
organizadas de acordo com o aparecimento no texto, e não estão agrupadas por
subgêneros ou qualquer outro tipo de classificação.
São apresentadas, neste trabalho, duas chaves de identificação taxonômica:
uma baseada apenas nos caracteres vegetativos e outra baseada nos caracteres
morfológicos e vegetativos.
As abreviaturas usadas neste trabalho são:
alt.: altura
ca.: de cerca de
diâm.: de diâmetro
larg.: de largura
s.d.: sem data de coleta especificada
s.n.: sem número de série do coletor
s.c.: sem coletor
m.s.n.m.: metros sobre o nível do mar
compr.: comprimento.
20
RESULTADOS
HISTÓRICO DA FAMÍLIA
Segundo MacDougal (1994), a primeira publicação que fez referência a esta família foi
a de Pedro de Cieza na Historia Peruvianae em 1553. A família Passifloraceae tem sua
primeira citação datada entre os séculos XVI e XVII, descoberta pela beleza de suas flores,
que chamou a atenção dos colonizadores, pelo sincretismo religioso. Uma planta foi enviada
ao Papa Paulo V em 1605 e este mandou cultivá-la em Roma, informando que ela
representava uma revelação divina. Escritores do século XVI consideravam bastante
simbólicas as partes da flor, cantada em prosa e verso: um deles disse que sobre o globo
(ovário), firmavam-se três folhinhas (estiletes e estigmas), representando os três cravos
utilizadas na crucificação de Cristo; três brácteas, situadas na base da flor, representavam as
três pessoas da Santíssima Trindade; a coroa de espinhos (corona), com sua cor arroxeada,
significavam a coroa de espinhos salpicada de sangue. Outros entendiam que os cinco estames
representavam os cinco guardiões; as cinco anteras lembravam as cinco chagas; as cinco
sépalas e as cinco pétalas, juntas representavam os dez apóstolos presentes na crucificação; as
gavinhas os chicotes com que os guardiões açoitaram Cristo; as brácteas lanceoladas,
lembravam as flechas dos guardiões (Escobar, 1988; Cervi, 1997; McGuire, 1999).
As primeiras descrições feitas da família eram relacionadas a este lado religioso. A
denominação das Passifloráceas se deve a Pluckenet (1696), que publicou na obra
Almagestrum botanicum, a primeira descrição da família. Tournefort (1700) descreveu os
gêneros Murucuja e Granadilla, sendo estes diferenciados pela coroa de filamentos: floral em
Murucuja e tubular em Granadilla, mas, somente no ano de 1735 o gênero Passiflora foi
21
estabelecido por Linnaeus que, em 1745 que publicou 22 espécies. Com a publicação do
Species Plantarum (Linnaeus, 1753), o gênero Passiflora foi validado com 24 espécies.
Medicus (1787) reconheceu as seções Passiflora, Cieca e Murucuja. Lamarck (1789),
aumentou o número de espécies para 35. Porém, foi Jussieu (1817) quem validou
taxonomicamente a família.
Cavanilles (1790) descreveu 43 espécies, 32 das quais foram ilustradas, na
Dissertation Botanica of Passiflora, separando-as segundo a presença da corola, divisão e
número de lobos das folhas. Jussieu (1805), descreveu treze novas espécies e fez uma
discussão detalhada de alguns problemas genéricos. Bory de St. Vicent (1819), descreveu os
novos gêneros: Asephananthes, Monactineirma e Anthactinia. Rees (1819), descreveu mais 55
espécies para a família.
Vellozo (1827) publicou a ilustração de 25 espécies, sem descrições. Apesar disso, as
espécies são consideradas válidas taxonomicamente, de acordo com o Art. 44.1 do Código
Internacional de Nomenclatura Botânica (Greuter et al., 2000), pois as ilustrações são
acompanhadas de análise.
De Candolle (1828), no Prodomus, descreveu 145 espécies para a família. Esta é, até
hoje, uma das principais obras de referência para o estudo da família.
Roemer (1846) na sinopse da família publicou cerca de 225 espécies do Novo Mundo.
Porém, um dos mais extensivos trabalhos na família foi o de Masters (1871), com 202
espécies para as Américas, onde apresentou uma monografia dos gêneros: Passiflora,
Astrophea, Plectostemma, Cieca, Dysosmia, Decaloba, Murucuja, Eumurucuja, Psilanthus,
Granadilla, Tacsonia, Bracteogama, Eutacsonia e Dilkea.
Triana & Planchon (1873) publicaram o Prodomus Florae Granatensis, onde foram
22
descritas 355 espécies, sendo 17 novas, incluindo P. foetida com 37 variedades, tornando-se
uma importante monografia sobre a família, incluindo pranchas e descrições de novas
espécies.
Harms (1929), citou a ocorrência dez espécies para o Estado da Bahia: P. alata, P.
amethystina, P. capsularis, P. coerulea, P. edulis, P. jileki, P. mansii, P. organensis, P.
suberosa e P. villosa.
Gonstcharow (1927), descreveu três espécies do gênero Mitostemma e 16 espécies do
gênero Passiflora, distribuídos em cinco secções: Astrophea, Dysosmia, Decaloba, Cieca e
Granadilla.
Barbosa Rodrigues (1882) publicou o gênero Tetrastylis Barb. Rodr., com uma única
espécie para o Brasil. Uma segunda espécie, da Costa Rica, foi proposta por Killip (1926).
Segundo Killip (1938) a principal diferença entre os gêneros Passiflora e Tetrastylis é o
número de estiletes: quatro em Tetrastylis e três em Passiflora, ginóforo curvado ou reto,
filamentos unidos ou livres e o número de placenta (quatro em Tetrastylis e três em
Passiflora). Posteriormente, MacDougal (1994), transferiu T. lobata Killip para o gênero
Passiflora de modo que, atualmente o gênero Tetrastylis contêm apenas uma espécie.
Killip (1938), publicou uma monografia das espécies americanas da família, incluindo
a descrição de 355 espécies, pertencentes a quatro gêneros: Dilkea, Mitostemma, Tetrastylis e
Passiflora. Posteriormente, com uma nota complementar, publica mais dez espécies para a
América (Killip, 1960).
Escobar (1980) reconheceu duas tribos para a família: Passifloreae e Paropsieae. Na
primeira incluiu todas as trepadeiras, com inflorescências axilares, cimosas e ramificação
vegetativa sempre a partir do guia acessório, com espécies restritas ao Velho Mundo. Na
23
segunda, ocorrem espécies com inflorescências axilares, racemosas e a ramificação vegetativa
é freqüentemente através de gemas axilares, com sua maior representação na América Latina.
Esta tribo, segundo alguns autores (Harms, 1893; Engler, 1921 & Sleumer, 1954), ocupa uma
posição intermediária entre Passifloraceae e Flacourtiaceae.
No Brasil, os estudos da família tiveram origem em 1966, quando Sacco deu início a
publicação de uma série de trabalhos sobre a família, inclusive algumas espécies novas. A
partir daí outros nomes surgiram como: Pessoa (1992), Cervi (1997), Bernacci (1999), em
trabalhos desenvolvidos principalmente na região sul do país. No Nordeste, os únicos
trabalhos voltados para a taxonomia da família foram os de Vitta (1995), Sena & Queiroz
(1998) e Sena & Queiroz (2001).
24
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA FAMÍLIA NO ESTADO DA BAHIA
1. Hábito
Trepadeiras herbáceas ou lenhosas a lianas, com gavinhas. Algumas espécies de Passiflora
subgênero Dysosmia são pequenos arbustos esgalhados.
O caule pode ser cilíndrico ou 3-5 angulado, raramente quadrangulado em algumas
espécies do subgênero Passiflora, ou subangular-achatado (P. misera). Apresenta-se delgado
(P. suberosa) ou lenhoso (P. rhamnifolia e Tetrastylis ovalis), pode ser glabro ou pubescente.
Em Passiflora subgênero Plectostemma é usualmente estriado e, às vezes, profundamente
sulcado.
A família é caracterizada pela presença de uma gavinha solitária que nasce na axila foliar.
Esta gavinha pode ser simples ou ramificada. Sendo uma estrutura axilar, a gavinha tem sido
interpretada por alguns autores (Cusset, 1968; MacDougal, 1994; Bell, 1998) como uma
modificação do pedúnculo. No entanto, nas espécies estudadas, verificou-se que a axila pode
conter apenas gavinha ou gavinha e pedúnculo, esta originando-se independentemente. Assim,
consideramos que a gavinha tem origem caulinar e independente do pedúnculo.
2. Estípulas
Devido a sua diversidade de forma e tamanho, as estípulas fornecem excelentes caracteres
diagnósticos para as espécies. As estípulas são geralmente bem desenvolvidas e algumas vezes
caem quando a folha ou o botão floral se desenvolvem.
25
Podem apresentar forma linear (P. rhamnifolia), setácea (P. alata), largamente ovada ou
reniforme (P. edmundoi, P. galbana, P. watsoniana). Sua margem é geralmente inteira, lisa
(P. galbana), denteada (P. luetzelburgii), serreada (P. edulis) ou laciniada (P. foetida e P.
villosa). Algumas vezes são glandulares (P. foetida). A venação pode ser: peninérvia ou
palminérvia, na maioria dos casos as nervuras primárias convergem até o ápice.
3. Folha
As folhas são sempre alternas e incompletas (sem bainha). A lâmina pode se apresentar
inteira (Tetrastylis ovalis e P. galbana), bilobada (P. organensis e P. misera), trilobada (P.
suberosa, P. recurva e P. setacea) ou pentalobada (P. cincinnata). Apresentam textura
coriácea (P. trintae), membranácea (P. foetida), cartácea (P. rhamnifolia) ou papirácea (P.
recurva), às vezes terminando em um mucron.
Em algumas espécies podemos encontrar manchas ocelares, pequenas manchas circulares
na porção adaxial que se assemelham a ovos de borboletas e reduzem a oviposição de insetos
na folha (MacDougal, 1994). Isto pode ser observado em P. pohlii, P. capsularis, P.
organensis e P. misera.
Muitas espécies apresentam heteroblastia, as plantas jovens mostram folhas de forma
diferente das maduras como P. edulis, P. luetzelburgii, P. setacea e P. villosa. Alguns autores
atribuem esta diversidade à pressão seletiva exercida pelas mariposas sobre as espécies de
Passifloraceae, sendo, provavelmente, uma adaptação para evitar a herbivoria (Escobar, 1988;
MacDougal, 1994). As folhas podem ser peninérvias (P. galbana e P. rhamnifolia) ou
palminérvias com 3 nervuras primárias (P. recurva, P. setacea e P. suberosa) ou,
26
obscuramente, com 5 nervuras primárias (P. mucronata). No caso das folhas palminérvias, o
número de nervuras determina o número de lobos da folha. As nervuras secundárias em geral
chegam até a margem (P. galbana e P. edmundoi). Em Passiflora subgênero Astrophea e em
umas poucas espécies de outros subgêneros as folhas são peninérvias. Algumas espécies
podem apresentar folhas uninérvias ou palmatinérvias.
A margem pode ser inteira, serreada, denteada ou pectinada. Os dentes são associados com
o final das nervuras secundárias ou terciárias (MacDougal, 1994).
Nectários extra-florais podem estar presentes e representam importantes caracteres
taxonômicos. Eles podem ocorrer no pecíolo, na lâmina foliar (margem ou superfície), nas
brácteas ou nas sépalas. A distribuição destes nectários é importante para o reconhecimento
das espécies.
Os nectários podem ser sésseis ou pedunculados. Os sésseis podem se apresentar em forma
de cicatriz, crateriforme ou como uma lâmina discoidal. Os pedunculados podem ter o
pedúnculo delgado (P. amethystina, P. watsoniana e P. edmundoi) ou espesso (P. alata).
A lâmina foliar pode ser glabra ou pubescente. Os tricomas geralmente são simples,
produzindo indumento piloso, hirsutos a vilosos. Em algumas espécies podem ocorrer
tricomas estrelados (P. luetzelburgii). Tricomas glandulares estão presentes apenas no
subgênero Dysosmia (P. foetida).
4. Inflorescência
27
Nas Passifloraceae, as flores são, geralmente, isoladas ou pareadas na axilar foliar. Em
Tetrastylis ovalis, elas estão agrupadas em racemo. Segundo MacDougal (1994) a
inflorescência básica na família é um cimo dicasial, e a gavinha é o pedicelo modificado da
flor central. A redução do pedúnculo da inflorescência em muitas espécies de Passiflora deu
origem às inflorescências sésseis, com a gavinha colateral às flores na axila.
As espécies de Passifloraceae normalmente apresentam três brácteas no pedúnculo, sendo
essa uma das características diagnósticas da família. Sua forma, tamanho e posição no
pedúnculo constituem caracteres de grande importância para separar subgêneros, seções e
espécies. As brácteas podem ser decíduas, caindo logo após a abertura da flor, ou persistentes.
Podem se apresentar verticiladas na base da flor (P. galbana, P. alata e P. mucronata), ou
alternas ao longo do pedúnculo (P. edmundoi). Podem ser sésseis (P. galbana, P. mucronata),
ou pecioladas (P. edmundoi). Quanto ao formato as brácteas podem ser: lineares (P. misera e
P. suberosa), setáceas (P. galbana) ou foliáceas (P. mucronata) ou de forma ovada (P.
odontophylla e P. nitida), a ovado-lanceoladas (P. alata). Podem se apresentar sésseis (P.
mucronata) ou pecioladas (P. edmundoi). Quanto à margem, são muito variáveis: inteiras (P.
galbana), serreadas (P. edulis), denteadas (P. trintae), laciniadas (P. luetzelburgii),
pinatissectas ou pinatipartidas em divisões filiformes e terminando em uma glândula (P.
foetida).
Segundo Sacco (1980), algumas espécies podem apresentar bractéolas, caráter não
observado em nenhuma das espécies estudadas.
5.
Flor
28
As flores apresentam 2 a 10 cm de diâmetro, permanecem abertas por ca. de 12 horas. São
basicamente brancas a púrpuras, incluindo todas as cores intermediárias. Apresentam
diferentes odores desde os mais suaves e adocicados aos mais fortes. O eixo da flor sofre uma
variação, inclinação, cada espécie tem uma característica gravitacional na orientação das
flores mediante uma resposta dos botões ao geotropismo (MacDougal, 1994).
5.1. Hipanto
Vários autores utilizam diferentes termos para designar esta parte da flor. Masters (1870)
usou “tubo do cálice” para designar a porção inferior e soldada das sépalas. Harms (1925)
usou o termo “receptáculo”. Killip (1938) considerou como “cálice” ou “tubo do cálice”, e a
parte superior livre como sépalas. Alguns autores consideram que esta estrutura tem origem
mista, a parte basal é receptacular e a distal apendicular. (Puri, 1948). A parte apendicular
pode se desenvolver para formar um longo tubo em algumas espécies. Segundo Puri (1948) e
MacDougal (1994) o uso do termo hipanto para a parte apendicular da flor de Passiflora, não
é aceitável, sendo preferível a denominação de “tubo floral” ou “taça floral” dependendo da
profundidade da estrutura. No entanto, outros autores, como Weberling (1992), todo o hipanto
é de origem receptacular, de onde partem o perianto e o androginóforo, apresentando um dos
receptáculos mais complexos das angiospermas, com o cálice e a corola partindo da margem
desse hipanto. Neste trabalho está sendo seguida a proposição de Weberling (1992),
considerando como hipanto toda a estrutura que envolve e sustenta a corona e o perianto,
como sugerido, também, por Puri (1948), Cervi (1997) e Killip (1938).
29
5.2. Perianto
5.2.1. Cálice
O cálice apresenta cinco sépalas, imbricadas no botão com duas sépalas externas e duas
internas e a quinta tem uma das margens cobrindo uma sépala interna e a outra margem
coberta pela sépala mais externa. As sépalas são carnosas, ovais, lanceoladas, até amplamente
oval-deltóides. Apresentam uma arista ou carena na face abaxial, esta arista terminando ou não
em um corno sub-apical. São, geralmente, maiores do que as pétalas. Quanto à coloração são,
em geral, externamente verde-amareladas e internamente são, em geral, da mesma cor das
pétalas, sendo mais comum as cores brancas, vermelhas e púrpuras.
5.2.2. Corola
As cinco pétalas geralmente são membranáceas e alternam-se com as sépalas. Estão
ausentes em algumas espécies do gênero Passiflora subgênero Plectostemma (P. suberosa).
As pétalas apresentam coloração variável desde o branco, creme, violeta a púrpura. São
menores que as sépalas e muito mais delgadas.
5.3. Corona
Este termo é usado para designar todas as estruturas acessórias situadas entre o
perianto e os estames (Puri, 1948). Isto inclui, de fora para dentro, os filamentos da corona, o
30
opérculo, o anel nectarífero e o límen. Este conceito de corona, com várias modificações
estruturais, é reforçado pela hipótese de Weberling (1992), de que todas estas estruturas
acessórias são modificações do hipanto.
Os filamentos da corona constam de vários processos filiformes dispostos em uma ou em
várias séries, localizadas na borda do hipanto. Quando em mais de uma série, em geral os
externos são muito maiores do que os internos. Estes filamentos podem ser livres ou
concrescidos (P. edmundoi) e possuir vários tamanhos e formas que são importantes como
caracteres diagnósticos das espécies. Quanto à forma, podem ser ligulados, filiformes,
subulados, espatulados, tuberculados ou subdolabriformes. Em geral são fortemente coloridos,
freqüentemente com bandas de diversas cores. Os filamentos podem ocorrer em duas a muitas
séries.
Nas espécies polinizadas por abelhas os filamentos da corona podem ter uma cor que
contrasta com a das pétalas e sépalas ou presença de listas de cores em círculos concêntricos
(P. alata e P. cincinnata), os quais dirigem a atenção do polinizador ao centro da flor, onde se
encontra o nectário floral (Escobar, 1980).
O opérculo está situado no interior e na base do hipanto, um pouco abaixo dos filamentos
da corona. É uma pequena membrana circular, às vezes carnosa ou membranácea, lisa ou
plicada verticalmente e com margem inteira ou esculturada (denticulada ou serrulada).
Raramente o opérculo é constituído por um verticilo de filamentos muito curtos e
comprimidos, o que sugere sua origem pela fusão de uma série interna dos filamentos da
corona. Pode estar ausente em algumas espécies e sua função tem sido interpretada como a de
uma tampa sobre o nectário que evita parte do roubo do néctar por animais não polinizadores
(Escobar, 1980).
31
O anel nectarífero é um anel delgado, situado na base do hipanto, abaixo do opérculo, e
que produz néctar. Está ausente em muitas espécies nas quais o néctar é, provavelmente
produzido de forma dispersa pela parede do hipanto.
O límen é constituído por um anel ou uma membrana em forma de taça que rodeia a base
do androginóforo. Situa-se no fundo do hipanto mas pode estar ausente em algumas espécies.
Alguns autores o chamam de corona basal (Masters, 1871), mas na grande maioria dos
trabalhos publicados o termo freqüentemente utilizado é límen, o qual está sendo adotado
também neste trabalho. Pode ser uma estrutura homóloga ao disco, por isso pode ser também
chamado de disco extraestaminal (Killip, 1938; Puri, 1948).
5.4. Androginóforo
O androginóforo é uma coluna que se inicia na base central do tubo do cálice, e suporta as
partes reprodutoras. Em algumas espécies apresenta uma dilatação na altura do opérculo
chamada de tróclea (P. edulis e P. rhamnifolia).
Os estames são em número de cinco. Estão unidos pela base dos filetes formando uma
membrana aderente ao androginóforo junto à inserção do ovário. As anteras são bitecas,
dorsifixas e versáteis, o que favorece o movimento das anteras durante a polinização.
O ovário nasce no ápice do androginóforo, acima dos estames. É sempre unilocular com
três placentas parietais. Apresenta-se em formato globoso, ovóide, elipsóide, oblongo, trígono,
circular ou hexagonal com ápice truncado ou agudo. Glabro ou piloso.
Os estiletes são em número de três em Passiflora ou quatro em Tetrastylis. Nascem no
topo do ovário e podem ser livres ou parcialmente unidos. São geralmente verdes, verde-
32
amarelado ou verde-escuro, algumas vezes com manchas vináceas. Apresentam também um
movimento durante diferentes fases florais: a) estigmas sobre as anteras; b) estigmas no nível
das anteras; c) estigmas abaixo das anteras. Estão receptivos após a antese. Os estigmas são
capitados ou reniformes, de coloração verde, verde-amarelado ou verde-escuro.
6. Fruto
O fruto é uma baga indeiscente ou uma cápsula com deiscência longitudinal muito variável
em forma, tamanho e cor. Quanto à forma, o fruto pode ser globoso, ovóide, elipsóide e suas
variantes. Os frutos raramente são deiscentes, como em P. capsularis, onde o fruto é uma
cápsula, que se abre longitudinalmente no ápice, liberando as sementes quando maduras.
Apresentam coloração desde verde a roxo-escura, que pode representar um caráter importante
para o reconhecimento das espécies.
7. Sementes
São sempre numerosas, comprimidas e com uma testa dura. Apresentam diferentes
formatos, desde ovadas a obcordadas. A testa apresenta textura do tipo reticulada, estriada,
foveolada a sulcada, com ápice liso, bidentado ou tridentado (P. foetida). As sementes são
revestidas por um arilo, constituído de uma polpa ácida mucilaginosa ou aquosa.
Podem apresentar germinação do tipo epígina (germinam sobre o solo) ou hipógina
(germinam abaixo do solo).
Passifloraceae A. L. de Jussieu ex Kunth in Humboldt, Bonpland & Kunth, Nov. Gen. Sp. 2:
33
126. 1817, nom. cons.
Trepadeiras herbáceas, com gavinhas, raramente ervas eretas ou plantas lenhosas.
Estípulas setáceas, lineares ou foliáceas, algumas vezes caducas. Folhas alternas, pecioladas,
inteiras ou lobadas; pecíolo geralmente com glândulas sésseis ou pedunculadas. Pedúnculo
único ou pareado, geralmente terminando em uma ou duas flores, articulado ou não; brácteas
3, pequenas ou foliáceas, verticiladas e involucrais ou alternas no pedúnculo, algumas vezes
caducas. Flores pentâmeras, geralmente isoladas ou aos pares, raramente três ou mais, em
algumas espécies reunidas em racemos, hermafroditas; hipanto cilíndrico ou campanulado;
sépalas 5, carnosas, subcoriáceas ou, raramente, membranáceas, às vezes dorsalmente
corniculadas ou aristadas próximo ao ápice; pétalas 5, membranáceas, alternas às sépalas,
raramente ausentes; filamentos da corona de uma a várias séries, distintos ou raramente
unidos, formando um tubo; opérculo situado próximo aos filamentos da corona, membranáceo,
plicado, inteiro, lacerado ou filamentoso, raramente ausente; anel nectarífero próximo ao
opérculo, algumas vezes ausente; límen anular ou cupuliforme, situado na base do
androginóforo; androginóforo alongado, raramente muito curto; estames 5, anteras dorsifixas,
versáteis, lineares a oval-oblongas; ovário globoso, ovóide ou fusiforme, unilocular,
tricarpelar; óvulos numerosos em três placentas parietais; estiletes 3, distintos ou unidos na
base, cilíndricos ou clavados; estigmas capitados, orbiculares ou reniformes. Baga
indeiscente, raramente cápsula deiscente, fusiforme. Sementes comprimidas, reticuladas,
pontuadas ou transversalmente alveoladas, envolvidas por um arilo mucilaginoso.
Representada na Bahia por dois gêneros e 30 espécies. No estudo, os principais centros
de diversidade ocorrem na mata atlântica do sul do Estado e no complexo do Espinhaço.
34
Chave para identificação dos gêneros da família Passifloraceae no Estado da Bahia.
1. Flores solitárias ou pareadas; androginóforo reto; estames livres; estiletes três .....................
...................................................................................................................................I. Passiflora
1’. Flores em racemos axilares; androginóforo curvado; estames unidos ao longo do
androginóforo, somente o ápice livre; estiletes quatro............................................II. Tetrastylis
Chave para identificação das espécies da família Passifloraceae no Estado da Bahia,
usando caracteres vegetativos e reprodutivos.
1. Flores em racemos axilares; androginóforo curvado; estames unidos ao longo do
androginóforo, somente o ápice livre; estiletes quatro................................30. Tetrastylis ovalis
1’. Flores solitárias ou pareadas; androginóforo reto; estames livres; estiletes três
2. Brácteas verticiladas pinatifidas ou (bi-)pinatissectas com ou sem segmentos
glandulares; estípulas persistentes, pinatissectas ou laciniadas, com tricomas glandulares
............................................................................................................................25. P. foetida
2'. Brácteas alternas ou verticiladas, inteiras ou serreadas, nunca pinatifidas ou
pinatissectas, sem segmentos glandulares; estípulas inteiras, glabras ou pubescentes, sem
tricomas glandulares, às vezes caducas
3. Folhas inteiras
4. Estípulas foliáceas, lanceoladas, oval-lanceoladas ou reniformes
5. Caule quadrangular, alado ............................................................... ........ 8. P. alata
35
5’. Caule cilíndrico
6. Lâmina foliar peninérvia
7. Lâmina 7-15 cm compr.; flores ca. 6-8 cm diâm.; brácteas foliáceas, 1,5-2 cm
compr. ......................................................................................22. P. galbana
7'. Lâmina ca. 5,8-7 cm compr.; flores ca. 3 cm diâm., brácteas reduzidas, 0,2
cm compr. .................................................................................. 18. P. miersii
6'. Lâmina foliar palminérvia com 3-8 nervuras
8. Folhas com 5-8 nervuras, lâmina inteira, oval, com base cordada; flores
brancas; duas glândulas sésseis no meio do pecíolo ........... 21. P. mucronata
8'. Folhas com 3 nervuras, lâmina inteiras a 3-lobada, sagitada, com base
hastada; flores coloridas; duas glândulas estipitadas no meio do pecíolo ......
............................................................................................ 23. P. mucugeana
4'. Estípulas lineares
9. Lâmina foliar com margem serreada a denteada em toda sua extensão, nunca revoluta;
ápice acuminado
10. Planta totalmente glabra; brácteas 2-3,5 cm; flores 6-8 cm diâm.
11. Sépalas e pétalas creme-rosadas; filamentos da corona azuis ..........................
....................................................................................... ............9. P. odontophylla
11’. Sépalas e pétalas brancas; filamentos da corona arroxeados a púrpura
12. Sépalas com duas glândulas na região apical da margem ..... 16.
P.
36
edulis
12’. Sépalas sem glândulas na região apical da margem ......... .. 10. P. nitida
10'. Planta totalmente pubescente; brácteas 0,5-2,5 cm; flores ca. 2-6 cm diâm.
13. Pecíolo com duas glândulas pedunculadas ...................... 12. P. malacophylla
13’. Pecíolo com duas glândulas sésseis .......................................11. P. bahiensis
9'. Lâmina foliar com margem lisa, algumas vezes revoluta, raramente serreada apenas
próximo ao ápice; ápice agudo
14. Planta totalmente glabra
15. Lâmina foliar peninérvia, lustrosa na face adaxial; duas glândulas peciolares
sésseis na base da lâmina foliar; estípulas setáceas, persistentes. ...................
............................................................................................ 29. P. rhamnifolia
15'. Lâmina foliar palminérvia, 5-nervada, glauca; duas glândulas peciolares
sésseis no meio do pecíolo; estípulas foliáceas, subreniformes, caducas ............
................................................................................................ 23. P. mucugeana
14'. Planta totalmente pubescente
16. Lâmina elíptica, 7-12 x 5-7,5 cm; pares de nervuras secundárias 6-7..............
.................................................................................................... . 27. P. mansoi
16'. Lâmina oval-oblonga, 8-10 x 6-6,5 cm; pares de nervuras secundárias mais
de 8
......................................................................................... 28. P. haematostigma
37
3’. Folhas lobadas ou partidas
17. Folhas 5-lobadas ou 5-partidas (às vezes 3-lobadas nas folhas jovens) 14. P. cincinnata
17’. Folhas 2-3-lobadas
18. Folhas 2-lobadas; lobos laterais divergindo em ângulo de quase 90O da nervura
mediana ................................................................................................. 4. P. misera
18’. Folhas 3-lobadas; lobos laterais divergindo em ângulo de ca. 45o da nervura
mediana
19. Folhas com lobo central muito reduzido
20. Lâmina foliar com manchas ocelares
21. Filamentos da corona em duas séries; folhas obovadas, mais longa do
que larga, 3-lobada apenas no ápice .................................... 5. P. pohlii
21’. Filamentos da corona em uma única série; folhas obdeltóides mais
larga do que longa, bilobada ....................................... 3. P. organensis
20'. Lâmina foliar sem manchas ocelares
22. Flores solitárias; pecíolo sem glândulas; brácteas ausentes; flores com
pétalas ....................................................................... 6. P. capsularis
22'. Flores aos pares na axila foliar; pecíolo biglandular; brácteas muito
reduzidas; flores sem pétalas ..................................... 1. P. suberosa
19. Folhas com lobo central do mesmo tamanho ou maior do que os laterais
23. Estípulas foliáceas, reniformes e persistentes
38
24. Pedúnculo ca. 5 cm compr.; filamentos da corona em várias séries ......
.................................................................................... 19. P. watsoniana
24'. Pedúnculo com mais de 5 cm compr.; filamentos da corona em 2-4
séries
25. Pecíolo com quatro glândulas................................. 20. P. edmundoi
25. Pecíolo com seis glândulas................................. 24. P. amethystina
23'. Estípulas lineares, às vezes caducas
26. Flores aos pares na axila foliar
27. Filamentos da corona em uma série; opérculo plicado, com ápice
denticulado; pétalas presentes .................................2. P. saxicola
27’. Filamentos da corona em duas séries; opérculo plicado, com ápice
liso; pétalas ausentes ............................................. 1. P. suberosa
26'. Flores solitárias
28. Pecíolo sem glândulas; tricomas dourados em toda a planta; lâmina
foliar com margem serreada ..................................... 26. P. villosa
28'. Pecíolo com 2-4 glândulas sésseis; tricomas brancos; lâmina foliar
com margem lisa ou serrulada
29. Folhas com margem lisa; pétalas vermelho-coccíneas .............
................................................................... 7. P. luetzelburgii
29’. Folhas com margem crenada ou serreada; pétalas brancas ou
39
vermelhas
30. Pecíolo com 2 glândulas situadas na base do pecíolo ..........
..................................................................... 17. P. recurva
30’. Pecíolo com 2 glândulas situadas na porção mediana ou
ápice
31. Sépelas e pétalas vermelhas ...................... 15. P. trintae
31’. Sépalas e pétalas brancas
32. Filamentos da corona em duas séries; brácteas sem
glândulas; fruto elipsóide ................... 13. P. setacea
32’. Filamentos da corona em cinco séries; brácteas com
glândulas sésseis; fruto globoso.......... .. 16. P. edulis
40
Chave para identificação das espécies da família Passifloraceae utilizando apenas
caracteres vegetativos
1. Folhas inteiras (algumas espécies ocasionalmente lobadas no mesmo indvíduo)
2. Lâminas peninérvia
3. Folhas glabras
4. Pecíolo com mais de duas glândulas; caule quadrangular, alado ............8. P. alata
4’. Pecíolo com duas glândulas, caule cilíndrico, não alado
5. Estípulas reniformes ou subreniformes ..........................................22. P. galbana
5’. Estípulas lineares ou linear-setáceas
6. Planta sem espinhos axilares ......................................... 30. Tetrastylis ovalis
6’. Planta com espinhos axilares ou estípulas espinescentes.
7. Lâmina foliar coriácea
8. Caule glabro .............................................................. 29. P. rhamnifolia
8’. Caule pubescente .............................................. 28. P. haematostigma
7´. Lâmina foliar membranácea
9. Lâmina foliar de 6-8 cm compr., com 5 pares de nervuras secundárias .....
........................................................................................9. P. odontophylla
9’. Lâmina foliar de 8,5-10,5 cm de compr., com 7 pares de nervuras
secundárias ..............................................................................10. P. nitida
3’. Folhas pubescentes
10. Glândulas situadas na porção distal do pecíolo ................................. 27. P. mansoi
10’. Glândulas situadas na região mediana ou basal do pecíolo
41
12. Lâmina de 3-5,5 x 1,5-4 cm ....................................................7. P. luetzelburgii
12’. Lâmina de 6-8 x 2 cm ..................................................................13. P. setacea
2’. Lâminas 3-5-nervadas
13. Folhas glabras
14. Folhas sem glândulas na margem ou nos sinus foliares
15. Pecíolo com glândulas sésseis na porção mediana, estípulas subreniformes .
.................................................................................................. 21. P. mucronata
15. Pecíolo com glândulas pedunculadas na porção distal, estípulas reniformes
.........................................................................................................18. P. miersii
14’. Folhas com glândulas na margem ou nos sinus foliares
16. Pecíolo com glândulas sésseis ..................................................... 16. P. edulis
16’. Pecíolo com glândulas estipitadas .................................... 23. P. mucugeana
13’. Folhas pubescentes
17. Lâmina foliar com margem lisa ..................................................... 1. P. suberosa
17’. Lâmina foliar com margem serreada ou denteada
18. Pecíolo sem glândulas .............................................................. 26. P. villosa
18’. Pecíolo com duas glândulas
19. Flores aos pares na axila foliar, 2-3 cm de diâm. ............11. P. bahiensis
19’. Flores solitárias na axila foliar, 4-6 cm de diâm. ..... 12. P. malacophylla
1’. Folhas lobadas a partidas
20. Folhas bilobadas
21. Folhas sem manchas ocelares ............................................................. 6. P. capsularis
21’. Folhas com manchas ocelares
42
22. Caule angulado ou achatado ......................................................... 4. P. misera
22’. Caule cilíndrico...................................................................... 3. P. organensis
20’. Folhas 3-5-lobadas
23. Folhas 5-lobadas (às vezes 3-lobadas nas folhas jovens) ............... 14. P. cincinnata
23’. Folhas 3-lobadas
24. Margem foliar lisa
25. Folhas com lobos laterais menores que o lobo central; lobos laterais algumas
vezes ausentes no mesmo indivíduo
26. Estípulas subreniformes ............................................... 23. P. mucugeana
26’. Estípulas linear-subuladas ............................................... 1. P. suberosa
25’. Folhas com lobos laterais maiores ou quase do mesmo tamanho que o lobo
central; lobos laterais nunca ausentes
27. Folhas sem glândulas nos sinus foliares
28. Planta pubescente ........................................................ 6. P. capsularis
28’. Planta totalmente glabra
29. Lâmina com 4-6 manchas ocelares. .................................5.P. pohlii
29’. Lâmina com 8 ou mais manchas ocelares ..................2. P. saxicola
27’. Folhas com glândulas nos sinus foliares
30. Pecíolo com 2 glândulas .................................................. 17. P. recurva
30`. Pecíolo com 4 ou 6 glândulas
31. Estípulas com margem serreada .................. 19. P. watsoniana
31’. Estípulas com margem lisa
32. Pecíolo com 4 glândulas pedunculadas, distribuídas ao
43
lango do pecíolo ....................................... 20. P. edmundoi
32’. Pecíolo com 4-6 glândulas estipitadas situadas do meio
para o ápice do pecíolo ..........................24. P. amethystina
24’. Margem foliar serreada ou levemente denticulada
33. Estípulas pinatissectas com segmentos terminando em tricomas
glandulares ..........................................................................25. P. foetida
33’. Estípulas inteiras ou laciniadas, sem tricomas glandulares
34. Pecíolo sem glândulas ....................................................... 26. P. villosa
34’. Pecíolo com glândulas
35. Glândulas próximas à base do pecíolo, algumas vezes com uma
terceira glândula no meio do pecíolo ................................ 13. P. setacea
35’. Glândulas no meio para o ápice do pecíolo
36. Planta densamente pubescente ........................7. P. luetzelburgii
36’. Planta totalmente glabra
37. Lâmina foliar 6-10(-13) cm compr., lobos laterais oblongos .
........................................................................... 16. P. edulis
37’. Lâmina foliar 3,5-7 cm compr., lobos laterais oblongoelípticos ............................................................ 15. P. trintae
44
I. Passiflora L., Sp. Pl. 2: 955. 1753. Lectótipo (designado por Britton & Brown, 1913): P.
incarnata L.
Trepadeiras herbáceas, com gavinhas, raramente ervas eretas ou plantas lenhosas.
Estípulas setáceas, lineares ou foliáceas, algumas vezes caducas. Folhas alternas, pecioladas,
inteiras ou lobadas; pecíolo geralmente com glândulas sésseis ou pedunculadas. Pedúnculo
único ou pareado na axila foliar; brácteas 3, pequenas ou foliáceas, verticiladas e involucrais
ou alternas no pedúnculo, algumas vezes caducas. Flores geralmente isoladas ou pareadas,
raramente três ou mais; hipanto cilíndrico ou campanulado; sépalas 5, carnosas, às vezes
dorsalmente corniculadas ou aristadas próximo ao ápice; pétalas 5, membranáceas, alternas às
sépalas, raramente ausentes; filamentos da corona de uma a várias séries, distintos ou
raramente unidos e formando um tubo; opérculo membranáceo, plicado, inteiro, lacerado ou
filamentoso, raramente ausente; anel nectarífero próximo ao opérculo, algumas vezes ausente;
límen anular ou cupuliforme, localizado na base do androginóforo; estames 5; anteras
dorsifixas, versáteis, lineares a oval-oblongas; ovário globoso, ovóide ou fusiforme,
unilocular, 3-carpelar, óvulos numerosos em três placentas parietais; estiletes 3, distintos ou
unidos na base, cilíndricos ou clavados; estigmas capitados, orbiculares ou reniformes. Fruto
baga, indeiscente, raramente cápsula deiscente, globoso ou ovóide, raramente fusiforme.
Sementes comprimidas, reticuladas, pontuadas ou transversalmente alveoladas, envolvidas
por arilo mucilaginoso.
Possui cerca de 400 espécies, de distribuição Pantropical, a maioria das Américas,
sendo o Brasil e a Colômbia os países com maior número de espécies, ca. 230. Na Bahia o
gênero é representado por 29 espécies, com distribuição ampla, ocorrendo em praticamente
todos os biomas do Estado.
45
B
A
A
C
E
D
F
Figura 10. Subgênero Plectostemma: P. capsularis: A. Ramo; B. Flor. P. suberosa: C.
Glândula peciolar; D. Flor. P. capsularis E. Fruto (P. suberosa).
C
46
I.1. Passiflora subgênero Plectostemma Mast., Trans. Linn. Soc. 27: 626. 1871.
Trepadeiras herbáceas. Pedúnculos 1-2 floros, nunca terminando em uma gavinha;
flores pequenas; hipanto pateliforme ou campanulado; pétalas ausentes ou presentes;
filamentos da corona filiformes; opérculo plicado; estiletes unidos na base, projetando-se a
partir do centro do ápice do ovário.
1. Passiflora suberosa L., Sp. Pl. 2: 958. 1753. Tipo: “Dominica” Antillis. (Figura 1A-B;
Mapa 4).
Trepadeira, esparsamente tomentosa ou raramente glabra; caule cilíndrico a achatado,
com estrias longitudinais; gavinhas presentes. Estípulas 6-8 x 5 mm, persistentes, inteiras,
linear-subuladas, margem lisa. Pecíolo 1-2 cm compr., pubescente; glândulas 2, côncavas,
verde-escuras, estipitadas, situadas na região distal do pecíolo; lâmina 5,5-8,5(-11) x (2-)3-6,5
cm, membranácea, 3-nervada, pubescente principalmente nas nervuras, base cuneada a
cordada, margem lisa, 3-lobada ou inteira; folhas 3-lobadas com lobo mediano maior que os
laterais, lobo mediano (4-)6-10(-12) x 1,2-3 cm, acuminado, lobos laterais 3-6 x 1-1,5 cm,
agudos; folhas inteiras 6-12 x 1,2-2,5 cm, linear-lanceoladas a oval-lanceoladas. Pedúnculo 11,5 cm compr., articulado a ca. 1 cm de compr do ápice; pubescente; brácteas ca. 5 mm
compr., caducas, inteiras, pubescentes, alternas ao longo do pedúnculo, linear-setáceas,
margem lisa. Flores 0,5-3 cm diâm., pareadas, raramente solitárias; hipanto 2-4 mm compr.,
curto-campanulado, pubescente; sépalas 6-10 x 2 mm, carnosas, pubescentes na face externa,
glabras na face interna, amarelo-esverdeadas, oval-lanceoladas, ápice agudo, margem lisa;
pétalas ausentes; filamentos da corona arroxeados em duas séries; série externa ca. 5 mm
compr., filiforme, verde-amarelada; série interna ca. 1 mm compr., capitelada, verde-vinácea;
opérculo membranoso, plicado, branco com listas magento-vináceas; límen anular; anel
nectarífero presente; androginóforo 0,8-1 cm compr.; filetes glabros, verde-amarelados;
anteras amarelas; ovário subgloboso ou ovóide, glabro; estiletes verdes, glabros; estigmas
verde-amarronzados. Baga ca. 1,5-2 x 2 cm, verde-escura a púrpura quando madura, globosa
ou ovóide, glabra. Sementes ca. 3-5 x 2 mm, achatadas, marrons, acuminadas no ápice,
reticuladas.
47
Nome vulgar: Maracujá-de-cortiça, maracujá-mirim ou maracujazinho.
Distribuída principalmente no leste da América tropical, atingindo o território
brasileiro nos estados de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, não havendo registro na região
amazônica nem nas Guianas (Killip, 1938). Na Bahia era referida apenas para a região da
Chapada Diamantina em áreas de campo rupestre (Sena & Queiroz, 2001). Dados recentes
revelam sua presença em matas estacionais e, ocasionalmente em caatinga, próximo a áreas
alagadas ou beira de rio, principalmente na região central do Estado, em altitude de 460 a
1300 m.s.n.m. (Mapa 4). Floresce e frutifica durante todo o ano.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Abaíra, Distrito de Catolés, 1.100 m.s.n.m., W.Ganev
s.n., 16.Dez.1992 (HUEFS 13728, K, SPF). (F8) Cravolândia, 5 Km sul do povoado de Três Braços, ao longo
do rio Piabinha, Ilhas do rio, E.Melo et al. 1048, 29.Mai.1994 (HUEFS). (D7) Jacobina, Serra do Ouro, ca. 5
Km do Hotel Serra do Ouro, próximo ao córrego, 515 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 340, 6.Jun.2001 (HUEFS). (F7)
Maracás, perto de Maracás, P.de Souza s.n., 17.Ago.1975 (ALCB 15849); 2 km L de Maracás, depois do
Cruzeiro da Cidade, Faz. Julina, mata de cipó antropizada, 1.016 m.s.n.m., E.R.de Souza et al. 170, 23.Abr.2002
(HUEFS). (F6) Mucugê, subida para Gobira, L.P.de Queiroz et al. 5631, 24.Jan.2000 (HUEFS); estrada para o
Capão do Correio, 1.264 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 853, 15.Fev.2002 (HUEFS). (D7) Mundo Novo, Entrada
para a cidade próximo BA 052 (Estrada do Feijão), 465 m, E.Melo et al. 2781, 11.Ago.1999 (HUEFS). (E6)
Utinga, Sítio São José, M.P.Sena s.n., 1996 (HUEFS 26840); Fazenda Barra, estrada Utinga-Morro do Chapéu,
Km 10, M.P.Sena s.n., 1996 (HUEFS 26839); M.P.Sena 22, 30.Jun.1997 (HUEFS, MBM). (G7) Vitória da
Conquista, 4,7 Km S of Center of city of Vitória da Conquista, along highway, G.Eiten et al. 10892,
10.Mai.1970 (SP).
Material adicional: BRASIL, Pernambuco: a sombra das capoeiras, D.B.Pickel 465. 3H, Mar.1923
(IPA). Caruaru: Brejo dos Cavalos, capoeira baixa, D.A.Lima 71-6605, 28.Out.1971 (IPA). Garanhuns,
D.A.Lima et al. 79-9561, 31.Ago.1979 (IPA). Maraial, Lagoa dos gatos – Serra do Urubu, A.M.Miranda et al.
1618, 20.Abr.1994 (HUEFS, HST). Tapera, D.B.Pickel 1237, Dez.1926 (IPA). Triunfo: Divisa dos municípios
Triunfo-Princesa Isabel, borda de mata, V.C.Lima et al. 109, 26.Fev.1986 (IPA); Lagoa Nova, 1.100 m.s.n.m.,
A.M.Miranda et al. 2129, 10.Mar.1995 (ALCB, CEPEC, HST, HUEFS, SP); L.P.Félix 7155, 23.Mai.1995
(ALCB, HST). Vicência, Serra da Mascarenha, Eng. Jundiá, O.C.Lira 68-279, 30.Mar.1968 (IPA). Rio de
Janeiro, In brushy places at rio Comprido, near Rio, Gardner 50, 1837 (foto do holótipo de P. flexuosa Gardner:
HUEFS; holótipo de P. flexuosa Gardner: K!). Santa Catarina: Orleans, Rod. SC 438, 3-5 Km L de Orleans,
Capoeira, G.Hatschbach et al. 60652, 15.Abr.1994 (HUEFS, MBM).
Passiflora suberosa foi descrita a partir de material coletado nas Antilhas (Linnaeus,
1753). Pode ser reconhecida por apresentar folhas 3-lobadas ou inteiras, subpeltadas, flores
pequenas, pareadas na axila foliar, ausência de pétalas, coloração arroxeada dos filamentos da
48
corona e pelo córtex suberoso. Apresenta numerosos sinônimos (Killip, 1938) devido a sua
ampla distribuição e à variação na forma das folhas e tamanho das flores.
Não foi encontrada nenhuma referência ao uso comercial, embora, devido ao sabor
agradável dos frutos quando maduros, são consumidos in natura pelos agricultores.
2. Passiflora saxicola Gontsch., Bull. Jard. Bot. Princ. U.S.S.R. 26: 559, 1927. Tipo: Brasil,
Bahia, near Ilheos, L. Riedel 789 (LE) (Mapa 4).
Trepadeira, esparsamente lanosa (principalmente no caule, pecíolo e pedúnculo);
caule angulado a achatado, estriado; gavinhas presentes. Estípulas ca. 3 x 1 mm, persistentes,
inteiras, linear-setáceas, margem lisa. Pecíolo 3,5-4 cm compr.; glândulas ausentes; lâmina 56 x 7-8 cm, membranácea, obdeltóide, 3-nervada, ápice truncado, mucronado, base cuneada,
margem lisa; lâmina com 6-8 manchas ocelares, 3-lobada, lobo central ca. 2,5 cm de larg., às
vezes reduzido, lobos laterais 5-7 x 2,5-3 cm. Pedúnculo 3,5-4,5 cm compr., lanado; brácteas
1,5-2 x 0,5 mm, persistentes, inteiras, alternas, localizadas no meio do pedúnculo, lineares,
ápice agudo, margem lisa. Flores 2-3,5 cm diâm., pareadas, raramente três; hipanto ca. 4 mm
compr., curto-campanulado; sépalas ca. 1,5 x 0,5 cm, carnosas, oblongas, ápice agudo,
margem lisa; pétalas ca. 1 x 0,3 cm, membranáceas, oblongas, ápice arredondado, margem
lisa; filamentos da corona em uma única série, 6 mm compr., filiformes; opérculo
membranoso, plicado, com ápice denticulado; límen presente; anel nectarífero presente;
androginóforo ca. 1 cm compr.; filetes glabros; anteras amarelas; ovário globoso, velutino;
estiletes glabros; estigmas reniformes. Baga ca. 5 x 6 mm, globosa. Sementes não vistas.
Espécie provavelmente endêmica da Bahia encontrada em área de floresta higrófila.
Killip (1938), cita sua ocorrência em área de mata atlântica (Ilhéus). Floração provável em
janeiro, fevereiro e março.
Passiflora saxicola até então era conhecida, apenas do material tipo, coletado em
Ilhéus, por Riedel. Infelizmente, não foi encontrada a citação de qual o herbário estaria
depositado o material tipo. Acredita-se que deve estar depositado no herbário de São
Petesburgo, na Rússia, onde se encontra a coleção principal da expedição de Langsdorff,
integrada por Riedel.
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Material examinado: BRASIL, Bahia: (D7) Mundo Novo, Fazenda Aliança, A.L.Costa s.n.,
Fev.1968 (ALCB 2880).
Passiflora saxicola pode ser confundida com P. misera e P. organensis. Pode ser
diferenciada de P. misera pela forma da folha (bilobada em P. misera e obdeltóide, 3-lobada
com lobos do mesmo tamanho em P. saxicola) e pelo número de séries de filamentos da
corona (uma em P. saxicola e duas em P. misera) e margem do opérculo (fimbriado em P.
misera e denticulado em P. saxicola). De P. organensis diferencia-se pelo tamanho do pecíolo
(3,5-4 cm compr. em P. saxicola e 1,5-2 cm compr. em P. organensis), e do pedúnculo (3,54,5 cm compr. em P. saxicola e 1-1,5 cm compr. em P. organensis).
Dentre os materiais estudados, só existem dois registros para esta espécie, o material
tipo, em Ilhéus, e um citado para o município de Mundo Novo (Mapa 4). Vale a pena ressaltar
que esta coleta, feita por A.L.Costa em 1968, cita como procedência “Mundo Novo”, numa
localidade chamada Fazenda Aliança. No desenvolvimento deste estudo, estivemos em uma
localidade no município de Mundo Novo, mas, infelizmente não encontramos nenhum outro
exemplar desta espécie. O tipo foi descrito a partir de material coletado no município de
Ilhéus, no sul da Bahia, o que levantou uma questão: a coleta do A.L.Costa poderia ter sido
efetuada no distrito de Mundo Novo, existente em Ilhéus, onde também existe uma Fazenda
Aliança. Infelizmente não dispomos de informações suficientes para esclarecer esta dúvida.
Não existem informações sobre uma possível coleta de A.L.Costa na região sul da Bahia e,
provavelmente, esta coleta deve ter sido feita realmente no município de Mundo Novo, região
do Piemonte da Chapada Diamantina, próximo a Morro do Chapéu e Jacobina, onde também
existem matas semelhante às matas higrófilas sul-baianas.
3. Passiflora organensis Gard., London J. Bot. 4: 104. 1845. Tipo: Brasil, Montanha dos
Órgãos, Gardner 428 (holótipo: BM!; isótipo: K!). (Figura 1C-E; Mapa 4).
Trepadeira, indumento esparsamente lanoso no caule, pecíolo e pedúnculo; caule
cilíndrico, estriado; gavinhas presentes. Estípulas 2-3 mm compr., persistentes, inteiras,
lineares, margem lisa. Pecíolo 1,6-2 cm compr., sem glândulas; lâmina 3-6 x 4-6(-14) cm,
membranácea, obdeltóide, 2 ou, raramente, 3-lobada, lobo central muito reduzido ou ausente,
50
lobos laterais 3-6 x 1,5 cm na altura dos sinus, 3-5-nervada, ápice do lobo central mucronado,
margem inteira, face abaxial glaucescente, com tons arroxeados, 6-8 manchas ocelares
amareladas na face adaxial. Pedúnculo 1-1,5 cm compr.; brácteas ca. 2 mm compr., caducas,
alternas ao longo do pedúnculo, híspidas, inteiras, lineares, margem lisa. Flores 0,5-3 cm
diâm., pareadas na axila foliar; hipanto ca. 2 mm compr., híspido, curto-campanulado; sépalas
1-1,5 x 0,3-0,5 cm, carnosas, amarelo-esverdeadas, oval-lanceoladas, ápice agudo, margem
lisa; pétalas 1-1,5 x 0,3-0,5 cm, membranáceas, oval-lanceoladas; filamentos da corona em
uma única série, ca. 5 mm compr., filiformes, ápice dolabriforme, base verde, porção mediana
violeta e ápice branco; opérculo membranoso, plicado, ápice fimbriado; límen ausente; anel
nectarífero presente, androginóforo 0,8-1 cm compr.; filetes e anteras glabras; ovário globosoelíptico, glabro ou levemente pubescente; estiletes verdes, glabros; estigmas verdeamarronzados, capitados. Baga ca. 0,6-1 x 0,8-1 cm, globosa ou ovóide, glabra, verde.
Sementes ca. 4,5 x 2,5 mm, ovadas, transversalmente sulcadas.
Nome vulgar: Maracujazinho-da-serra, maracujá-mi ou maracujazinho.
Encontrada na região oriental do Brasil, da Bahia ao Paraná, em áreas montanhosas,
chegando até ca. 1.000 m.s.n.m. de altitude. Na Bahia encontra-se em áreas de caatinga, matas
estacionais e campos rupestres no centro-leste e na Chapada Dimantina, em altitudes de ca.
800 m.s.n.m, (Mapa 4). Floresce de janeiro a abril, frutifica de fevereiro a maio.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Ibicoara, Fazenda Ribeirão da Serra, margem do Rio
Sincorá, ca. 2 Km da sede, L.A.Passos et al. 310, 07.Ago.1999 (ALCB). (E8) Santa Teresinha, Serra da Jibóia,
J.G.Carvalho-Sobrinho 40, 19.Out.2000 (HUEFS); J.G.Carvalho-Sobrinho 42, 19.Out.2000 (HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Espírito Santo: G.Hatschbach et al. 31348, 07.Fev.1973 (CEPEC,
MBM); Conceição do Castelo, Alto Bananal, G.Hatschbach et al. 49912, 18.Out.1985 (CEPEC, MBM). Rio de
Janeiro: Rio de Janeiro, Montanha dos Órgãos, Gardner 428, fev.1837 (HUEFS, Isótipo K!).
Passiflora organensis é freqüentemente confundida com P. misera, da qual pode ser
diferenciada pelo número de série de filamentos da corona (uma em P. organensis e duas em
P. misera), e por apresentar filamentos violáceos com ápice dolabriforme. Também pode ser
confundida com P. saxicola, diferenciando-se desta pelo tamanho do pecíolo (3,5-4 cm compr.
em P. saxicola e 1,5-2 cm compr. em P. organensis), e do pedúnculo (3,5-4,5 cm compr. em
51
P. saxicola e 1-1,5 cm compr. em P. organensis).
4. Passiflora misera Kunth, Nov. Gen. & Sp. 2: 136. 1817. Tipo: Colômbia, entre Turbago e
Cartagena, s.d., Humboldt & Bompland s.n., s.d. (holótipo: P; isótipo: B). (Figura 1F-G; Mapa
4).
Trepadeira glabra ou esparsamente pubescente, tricomas lanosos; caule angulado, 5alado ou fortemente comprimido, com estrias longitudinais; gavinhas presentes. Estípulas 2-3
x 0,5 mm, caducas, inteiras, linear-setáceas, ápice agudo, margem lisa. Pecíolo 0,5-2 cm
compr., glabro, sem glândulas; lâmina 1-3 x 6-10(-14) cm, membranácea, pubescente em
ambas as faces, 2-3-lobada por atrofia do lobo central, 3-nervada, nervação reticulada, ápice
da lâmina acuminado, base truncada, subpeltada, margem lisa, levemente revoluta; lobos
laterais divergentes em ângulos de 45-90o da nervura mediana, agudos, raramente
arredondados no ápice, oblongos, 2 manchas ocelares amareladas, localizadas na base da
lâmina, próximo à inserção do pecíolo, 4 manchas ocelares na região mediana e no ápice da
segunda nervura secundária e 2 no meio da terceira nervura secundária. Pedúnculo 1,5-6 cm
compr., pubescente; brácteas 2-5 mm compr., caducas, inteiras, pubescentes, alternas ao longo
do pedúnculo, lineares a setáceas, margem lisa. Flores 2-4 cm diâm., solitárias, raramente
pareadas; hipanto 5-8 mm compr., campanulado, pubescente; sépalas 1-1,3 x 0,5 cm, carnosas,
pubescentes, face externa verde, face interna branca, oblongo-lanceoladas, ápice agudo,
aristadas e corniculadas subapicalmente, margem lisa; pétalas 0,8-1,5 x 0,5 cm,
membranáceas, verde-claras, linear-oblongas, ápice agudo; filamentos da corona em duas
séries, os da série externa ca. 1 cm compr., filiformes, violáceos, os da série interna curtos, ca.
3 mm compr., branco-esverdeados, lineares, atenuados no ápice; opérculo membranoso,
plicado, margem fimbriada; límen anular, membranáceo; anel nectarífero presente;
androginóforo 1-1,5 cm compr.; filetes com manchas liláses; anteras verde-amareladas; ovário
oblongo a elíptico, glabro; estiletes glabros; estigmas capitados, verdes. Baga ca. 1,5-2 x 1,5-2
52
cm, violáceo-escura, glabra, ovada a elípsóide. Sementes ca. 4 x 2 mm, ovadas,
transversalmente sulcadas.
Nome vulgar: Maracujá-bravo, maracujá-da-serra, maracujá-mirim, maracujazinho
ou tripa-de-galinha.
Distribuída desde o Panamá até o nordeste e leste da América do Sul e nordeste da
Argentina, em baixas altitudes (Killip, 1938). Na Bahia é encontrada principalmente em
regiões de campo rupestre e mata atlântica e, menos freqüentemente, em caatinga e matas
estacionais. É comum próximo a rios e córregos (Mapa 4). Floresce e frutifica de outubro a
julho.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Divisa Bahia-Minas Gerais, E.P.Heringer 10228, 18.Jan.1965
(UB). (E6) Andaraí, Mata, M.L.Guedes et al. 6966, 2.Nov.1999 (ALCB). (D4) Barra, Ibiraba (=Icatu), à beira
do rio Icatu, mata ciliar, L.P.de Queiroz 4832, 24.Fev.1997 (HUEFS, MBM). (H9) Belmonte, área da Estação
Experimental Gregório Bondar, mata, T.S.dos Santos 2942, 15.Abr.1975 (CEPEC); Estação Experimental
Gregório Bondar – Área de Pinus, G.Lisbôa 1, 31.Mai.1978 (CEPEC, HUEFS); ca. 1,8 Km da sede, T.S.Nunes
797, 08.Jan.2002 (HUEFS). (F8) Cairú, Ilha do Tinharé, mata do sertão, M.L.Guedes et al. 4786, 28.Out.1996
(ALCB, HRB). (H9) Canavieiras, Ramal a direita depois da ponte, na estrada Una/Canavieiras, restinga arbórea,
32 m.s.n.m, T.S.Nunes et al. 750, 07.Jan.2002 (HUEFS). (J8) Caravelas, Área da Aracruz Celulose, M.L.Guedes
et al. 3509, 22.Ago.1993 (ALCB). (G8) Ibirapitanga, Assentamento Oricó, floresta ombrófila densa,
M.L.Guedes et al. 9207, 06.Set.2001 (ALCB). (G8) Ilhéus, Km 1 do ramal liga Rod. Ilhéus/Itabuna ao Japu,
próximo ao Rio Cachoeira, Capoeira, T.S.dos Santos 3222, 02.Jun.1978 (CEPEC); Quadra D do CEPEC, mata
higrófila, J. L.Hage 1091, 14.Jul.1981 (CEPEC); 20 Km ao S da Rod. Olivença/Una. Área de planície, próxima a
margem do mangue, S.A.Mori 13727, 21.Mar.1981 (CEPEC, NY); Ilha Alagado, H.P.Velloso 971, 10.Jun.1944
(R). (G8) Itacaré, Itacaré near the mouth of the Rio de Contas, R.M.Harley 17540, 31.Mar.1974 (CEPEC, IPA,
K); Beira mar, zona calcárea, R.P.Belém 2170, 11.Mai.1966 (CEPEC, UB); ao S cidade, beira mar, mata, T.S.dos
Santos 707, 15.Abr.1970 (CEPEC); 6 Km da estrada Itacaré/Taboquinhas, loteamento da Marambaia, mata
higrófila, A.M.Amorim 933, 14.Dez.1992 (CEPEC). (G8) Itajuípe, 18 Km ao S da cidade, Faz. Sto. Antonio,
plantação de cacau, T.S.dos Santos 566, 04.Fev.1970 (CEPEC). (H8) Itapebi, 8 Km de Itapebi para Belmonte,
T.S.Nunes et al. 773, 08.Jan.2002 (HUEFS). (G8) Maraú, 11 Km ao N Maraú, Rodovia para Campinho,
restinga, R.M.Harley et al. 22201, 17.Mai.1980 (CEPEC, K). (F8) Nilo Peçanha, ca. 8 Km na estrada para
Ituberá, 15 m, mata, R.P.de Oliveira et al. 534, 5.Mai.2000 (HUEFS). (E6) Palmeiras, Pai Inácio, indo para o
Cercado, 720 m, M.L.Guedes et al. in PCD 2127, 01.Jul.1995 (ALCB, HUEFS). (E4) Paratinga, Areais de
margem do rio, G.C.P.Pinto s.n., Abr.1971 (ALCB 2881). (I8) Porto Seguro, área da Estação Ecológica do PauBrasil, mata higrófila, A.M.de Carvalho 1246, 20.Abr.1982 (CEPEC). (J8) Prado, 61 Km ao N Alcobaça, BA001, mata higrófila, S.A.Mori 9736, 19.Mar.1978 (CEPEC); Km 21 da Rodovia Itamaraju-Prado, Floresta de
Tabuleiro, J.R.Pirani et al. 2998, 17.Fev.1994 (SPF); Km 15-25 na rodovia para Itamaraju, G.& M. Hatschbach
53
et al. 62993, 12.Ago.1995 (MBM); G.& M. Hatschbach et al. 62999, 12.Ago.1995 (MBM). (D4) Queimadas,
As pedras, local no outro lado do rio São Francisco, na frente de Queimadas. No mesmo lado que Xique-Xique,
porém a 2 horas em canoa em direção sul. A.Freire-Fierro et al. 1931, 13.Out.1990 (SPF, HUEFS). (I8) Santa
Cruz Cabrália, 16 Km a W de Porto Seguro, área da Estação Ecológica do Pau-Brasil, mata higrófila, S.A.Mori
9792, 21.Mar.1978 (CEPEC); área da Estação Ecológica do Pau-Brasil, mata higrófila, F.S.Santos 282,
22.Fev.1984 (CEPEC); 2 Km da entrada para a RPPN, Estação Vera Cruz, T.S.Nunes et al. 815, 09.Jan.2002
(HUEFS); em Arraial D´Ajuda, descida para uma nascente na saída da cidade, T.S.Nunes et al. 832, 09.Jan.2002
(HUEFS). (E8) Santa Terezinha, Serra da Jibóia, 832 m, T.S.Nunes et al. 221, 21.Nov.2000 (HUEFS). (H8)
Una, mata litorânea, R.P.Belém et al. 1082, 21.Mai.1965 (CEPEC, UB); Rod. Una/Rio Branco, plantação de
cacau, R.S.Pinheiro 1373, 16.Jun.1971 (CEPEC). (D5) Vera Cruz, Barra Grande, M.L.Guedes et al. 3703,
02.Abr.1995 (ALCB).
Material adicional: BRASIL, Ceará: Serra do Ibiapaba, Área de cerrado, entre Ubajara e
Guaraciaba do Norte, D.A.Lima 68-5209, 29.Jan.1968 (IPA). Mato Grosso: Cuiabá, Caminho para Fazenda
Roselândia, ca. 5 Km a SE de Cuiabá, A.M.de Carvalho et al. 2171, 1.Fev.1986 (CEPEC). Paraná: Ponta
Grossa, Rio Guabiroba, J.Cordeiro et al. 1185, 14.Jun.1994 (HUEFS, MBM). União da Vitória, Rio Iguaçu,
R.Kummrow et al. 2674, 14.Nov.1985 (HUEFS, MBM). Pernambuco: Goiana, Engenho Calungi, sobre
pequeno arbusto, D.A.Lima 55-2046, 08.Mai.1955 (IPA). Petrolina, Margem do Rio São Francisco, Fotius
3757, 06.Fev.1984 (IPA). São Lourenço da Mata, Mata do Toró, D.A.Lima s.n., 30.Set.1980 (IPA 30608).
Taquaratinga do Norte, D.A.Lima 80-8856, 27.Jun.1980 (IPA). Tapera, (J.Bento), D.B.Pickel 2544,
16.Fev.1931 (IPA). Sergipe: Mata do Crasto, M.Landim 991, 19.Ago.1996 (HST, HUEFS).
Passiflora misera pode ser confundida com P. organensis, diferenciando-se desta pelo
número de série dos filamentos da corona (uma em P. organensis e duas em P. misera), e por
apresentar caule fortemente achatado, 5-alado.
5. Passiflora pohlii Mast. in Mart., Fl. Bras. 13 pt 1: 586. 1872. Tipo: Brasil, Góias:
Cavalcante, Pohl 2186 (W). (Figura 1 H-I; Mapa 5).
Trepadeira, indumento finamente lanoso ou viloso, com tricomas esparsos nas folhas;
caule cilíndrico-angulado; gavinhas presentes. Estípulas 2-3 x 1 mm, caducas, inteiras,
lineares, margem lisa. Pecíolo 1-2,5 cm compr., lanoso, sem glândulas; lâmina 4,5–5 x 5,5-6,5
cm, cartácea, 3-lobada, 3-nervada, nervura lateral divergindo 60-65o da nervura mediana,
54
obovada, face adaxial glabra e face abaxial vilosa, ápice mucronulado, base cuneada, margem
lisa, 2 manchas ocelares escuras na base da folha, 4-6 manchas espalhadas do meio para o
ápice da lâmina foliar. Pedúnculo 1-2 cm compr.; brácteas 2-7 mm, persistentes, verticiladas
no pedúnculo, inteiras, lineares, ápice agudo, margem lisa. Flores 2-2,5 cm diâm., solitárias
ou pareadas; sépalas 10-15 x 4-5 mm, densamente pubescentes na face externa, carnosas,
obtusas, linear-lanceoladas; pétalas 7-10 x 3-5 mm, membranáceas, brancas, lineares;
filamentos da corona em duas séries, 2-3 mm compr., os da série externa ligular-filiforme, os
da série interna filiforme; opérculo plicado, denticulado; límen ca. 1 mm compr., lobulado;
anel nectarífero presente; ovário subgloboso, glabro. Baga ca. 1,2 cm de diâm., roxa, globosa.
Sementes ca. 4 x 5 cm, ovado-oblongas, transversalmente 6-9-sulcadas.
Esta espécie encontra-se da Bolívia ao Brasil, ocorrendo principalmente nos estados de
Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. É, pela primeira vez, citada para a Bahia, onde foi
encontrada em região de mata estacional e mata atlântica, nos municípios de Jacobina e Maraú
(Mapa 5).
Material examinado: BRASIL, Bahia: (D7) Jacobina, F.C.Hoehne 370, Set.1908 (R). (G8) Maraú,
Rod. Br 030, trecho Maraú/Ubaitaba, Km 22. Mata perturbada, L.A.Mattos Silva et al. 483, 14.Jun.1979
(CEPEC, HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Mato Grosso: Xavantina, Margens do rio das Mortes até o rio Areões,
cerrado em cultura, A.M.Lima 493-68, 13.Out.1968 (IPA). Minas Gerais: Várzea da Palma, Rodovia PiraporaCornuta, 10 Km O de Várzea da Palma, cerrado, A.C.Cervi et al. 6900, 25.Out.1999 (MBM).
Passiflora pohlii é facilmente reconhecida pelas suas folhas obovadas, 3-lobadas, com
2 manchas ocelares muito escuras na base da lâmina e 4-6 manchas espalhadas do meio para o
ápice da lâmina.
55
56
D
B
A
C
E
57
Figura 11. Passiflora suberosa: A.ramo, B. flor. P. organensis: C. ramo, D. flor, E.
base da folha mostrando as manchas ocelares. P. misera: F. ramo, G. flor (corte
longitudinal). P. pohlii: H. ramo, I. base da folha mostrando as manchas ocelares. (A:
E.Melo 2781; B: G.Hatschbach 60652; C-E: J.G.Carvalho-Sobrinho 40; F-G:
R.P.Oliveira 534; H-I: L.A.Mattos-Silva 483).
58
6. Passiflora capsularis L., Sp. Pl. 2: 957. 1753. Tipo: “Gallia aequinoctiali” (LINN) (Figura
2 A-C; Mapa 5).
Trepadeira pubescente; caule circular 3-5-angulado, liso; gavinhas presentes.
Estípulas 5 x 1 mm, persistentes, inteiras, linear-setáceas, margem lisa. Pecíolo 1-3 cm
compr., sem glândulas; lâmina 3-4 x 3,8-5 cm, membranácea, 2-3-lobada; 3-nervada, face
adaxial esparsamente estrigulosa, face abaxial estrigosa, oboval, ápice mucronado, base
simétrica, cordada, margem lisa, lobo central reduzido; lobos laterais 5,5-11 x 1,5-3,5 cm,
formando um ângulo de 55o; manchas ocelares ausentes. Pedúnculo 1-2 cm compr.,
pubescente; brácteas 5-10 x 3-6 mm, caducas, verticiladas no ápice do pedúnculo,
pubescentes, linear-setáceas, corniculadas, nervação reticulada. Flores 3-4 cm diâm.,
solitárias; hipanto 1,2-2 cm compr., tubular, verde; sépalas 1,5-2 x 0,5 cm, carnosas, brancoesverdeadas na face externa, verde-amareladas na interna, pubescentes na face externa,
oblongas, aristadas, corniculadas, corno ca. 5 mm compr., margem lisa; pétalas 1,9-2,5 x 0,5-1
cm, membranáceas, branco-esverdeadas, oblongas, ápice agudo; filamentos da corona em duas
séries, 0,5-1 cm compr., filiformes, brancos; opérculo membranoso, plicado, ápice
denticulado; anel nectarífero presente; límen disciforme, fechando a passagem do hipanto na
altura do opérculo; androginóforo 3-7 cm compr., verde; filetes e anteras verdes; ovário
elipsóide, pubescente, verde, triangular em seção transversal; estiletes glabros, vermelhos;
estigmas verde-amarelados a marrom-claros; anteras amarelas. Cápsula ca. 5 x 2,5 cm,
elipsóide, deiscência longitudinal, verde quando imatura, verde-clara quando madura, 6costada. Sementes ca. 8 mm compr., alongadas, reticuladas.
Encontrada nas Antilhas, Guatemala até Costa Rica, Colômbia, Brasil e Paraguai, em
altas altitudes. No Brasil ocorre da Bahia até o Paraná. Na Bahia, foi encontrada em área de
mata estacional e mata atlântica, na região sul do Estado (Mapa 5), em altitude entre 50 a 1700
m.s.n.m.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (G8) Ilhéus, Área da CEPLAC, Plantação de Cacau,
R.P.Belém et al. 1114, 24.Mai.1965 (CEPEC, UB); Área do CEPEC, Km 22 da Rodovia Ilhéus/Itabuna (Br 415),
região de mata higrófila sul baiana, 50 m.s.n.m., J.L.Hage et al. 645, 05.Mai.1981 (CEPEC, HRB, HUEFS);
59
J.L.Hage 2142, 27.Ago.1986 (CEPEC); Área do CEPEC, Quadra I do CEPEC. Mata higrófila. J.L.Paixão 25,
29.Out.97 (CEPEC). (H8) Itapebi, 17,3 Km de Itapebi para Belmonte, 1.732 m.s.n.m.,
60
B
A
C
D
Figura 12. Subgênero Tacsonioides: P. luetzelburgii A. Flor; B. Fruto; C. Folha; D. Botão
com brácteas; E. Estípula e glândula peciolar.
E
61
T.S.Nunes et al. 784, 08.Jan.2002 (HUEFS). (H7) Ribeirão do Lago, ca. 12 Km na estrada de Ribeirão do Largo
para Nova Brasília, vegetação perturbada de baixada, 756 m.s.n.m, A.M.de Carvalho et al. 6921, 15.Ago.2001
(CEPEC). (H8) Santa Luzia, Assentamento Terra de Santa Cruz (MST), ca. 7 Km da BR 101 na rod. Para
Canavieiras, cultivo de cacau abandonado, J.G.Jardim et al. 3984, 01.Fev.2002 (CEPEC, HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Ceará: Encosta da Serra de Maranguape, D.A.Lima 55-2303,
22.Nov.1955 (IPA); Encosta alta da serra de Pacatuba, sítio Pitaguari, meia sombra da mata, D.A.Lima 68-5271,
16.Fev.1968 (IPA). Mato Grosso: Cáceres, Rio Jacobina, mata, G.Hatschbach et al. 62341, s.d. (MBM). Pouso
Alegre, Rodovia Fernão Dias, G.Hatschbach et al. 31190, 4.Fev.1973 (MBM). São Tomé, Rodovia três
Corações-São Tomé das Letras, capoeira, G.Hatschbach et al. 36528, 28.Nov.1975 (MBM). Minas Gerais:
Poços de Caldas, recanto Japonês, M.B.C.Gallo 17, 12.Mai.1984 (ALCB). Paraná: Morretes, Véu da Noiva,
mata, J.M.Silva et al. 51, 15.Jan.1986 (HUEFS, MBM). Cerro Azul, Mato Preto, G.Hatschbach 47634,
06.Dez.1983 (HRB, MBM). Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Gardner 49, Set.1836 (holótipo de P. piligera: K!;
foto do holótipo: HUEFS). São Paulo: São Paulo, (Chácara dos Morrinhos), mata, D.B.Pickel 5684,
26.Fev.1942 (IPA). URUGUAI: E. Hassler 7913, 1901 (isótipo de P. hassleriana Chod. var. grandifolia: K;
foto do isótipo: HUEFS); E.Hassler 1202, 1885 (HUEFS, K).
Passiflora capsularis é facilmente reconhecida pelo seu fruto do tipo cápsula, com
deiscência longitudinal. Em estado vegetativo pode ser reconhecida pelas folhas 3-lobadas
com lobo central atrofiado, e ângulo das nervuras para formar os lobos laterais, não sendo
confundida com nenhuma outra espécie encontrada para o Estado da Bahia.
I.2. Passiflora subgênero Tacsonioides (DC.) Killip, Publ. Field. Mus. Bot. ser. 19(1): 29.
1938.
Trepadeiras herbáceas; brácteas verticiladas, livres; hipanto estreitamente cilíndrico,
filamentos da corona em duas a cinco séries; opérculo ereto; ovário geralmente afilando para o
ápice; estiletes distintos.
7. Passiflora luetzelburgii Harms, Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 19: 32. 1923. Tipo: Brasil,
Piauí, Luetzelburg 1681, s.d. (holótipo: M). (Figura 2 D-F; Mapa 5).
Trepadeira lenhosa; indumento lanoso ou viloso com tricomas densos, brancos; caule
circular, liso, lenhoso; gavinhas presentes. Estípulas 3-4 mm compr., caducas, inteiras,
62
lineares, margem lisa. Pecíolo 3-8 mm compr., glândulas 2, sésseis, situadas na região
mediano-basal do pecíolo; lâmina 3-5,5 x 1,5-4 cm, coriácea a cartácea, 3-lobada (lobos
laterais reduzidos) ou inteira, algumas vezes no mesmo indivíduo, oblonga ou oval, ápice
truncado ou emarginado, base cordada, margem lisa, revoluta, nervação peninérvia, reticulada,
face adaxial vilosa e abaxial tomentosa; manchas ocelares ausentes. Pedúnculo 1-2 cm
compr., piloso; brácteas 5-10 x 3-6 mm, caducas, foliáceas, verticiladas no ápice do
pedúnculo, com tricomas hirsutos castanho-claro, nervação reticulada, oblonga-lanceoladas,
ápice agudo, corniculado, margem fortemente serreada ou laciniada. Flores 3-4 cm diâm.,
solitárias; hipanto 1,5-2 cm compr., tubular-cilíndrico, ligeiramente dilatado na base, glabro,
vináceo com base verde; sépalas 1,5-2 x 0,5 cm, carnosas, vermelhas, glabras, oblongolanceoladas, aristadas, ápice arredondado, corniculados, corno ca. 5 mm compr.; pétalas 1,92,5 x 0,5-1 cm, membranáceas, oblongas, vermelho-coccíneas, ápice agudo; filamentos da
corona em duas séries, brancos, filiformes, os da série externa ca. 8 mm compr., os da série
interna ca. 2 mm compr.; opérculo membranoso, ereto; límen anular; anel nectarífero presente;
androginóforo 3-4 cm compr., verde; filetes glabros, vermelhos; anteras amarelas; ovário
elíptico, estipitado, triangular em seção transversal, glabro, verde; estiletes glabros,
vermelhos; estigmas verde-amarelados. Baga ca. 4,5 x 3,5 cm, ovóide, verde-escura, estriada,
6-costada. Sementes ca. 8 x 3 mm, alongadas, reticuladas.
Nome vulgar: Maracujá-de-boi, maracujá-poca ou maracujá-de-raposa.
Espécie endêmica do nordeste do Brasil e, até então, conhecida apenas para os estados
do Piauí e da Bahia (Killip, 1938). Na Bahia ocorre nas regiões central e nordeste, em caatinga
(Mapa 5), em altitude entre 560 a 1.000 m.s.n.m. Floresce e frutifica de novembro a junho.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (E6) Andaraí, M.L.Guedes et al. 1373, s.d. (ALCB);
A.L.Costa s.n., s.d. (ALCB). (D9) Araci, 10 Km na estrada para Tucano, caatinga arbórea, A.M.Giulietti et al.
1710, 20.Fev.2000 (HUEFS); caatinga, J.A.Ratter et al. 2710, 02.Nov.1972 (UB). (B8) Canudos, Toca Velha,
Estação Biológica de Canudos (sede de Biodiversitas), caatinga arbustiva, L.P.de Queiroz et al. 7031,
29.Out.2001 (HUEFS). (C9) Cícero Dantas, Povoado de Trindade, Fazenda Baixa do Jatobá, J.A.Carvalho, s.n.,
20.Jan.1989 (HUEFS 8932). (D9) Cipó, 3 Km antes da cidade, A.L.Costa s.n., s.d. (ALCB 2869). (B9) Glória,
brejo do Burgo, F.P.Bandeira 107, 01.Fev.1992 (ALCB); estrada para Brejo do Burgo, G.M.Barroso s.n.,
24.Out.1982 (ALCB 20397). (D7) Jacobina, Serra de Jacobina, A.P.Duarte 14105, 09.Fev.1973 (HRB, K, RB);
BR 324 ca. 28 Km de Jacobina, 785 m.s.n.m., F.França et al. 3144, 25.Jun.1999 (HUEFS); a 30 Km desta, na
direção de Morro do Chapéu, beira de estrada, R.P.Lyra-Lemos et al. 1819, 14.Abr.1991 (MAC, SPF, UEC); em
63
vegetação de carrasco, L.P.Felix 7539, 07.Jan.1996 (IPA). (C9) Jeremoabo, ca. 10 km N de Jeremoabo na BR
110, L.P.de Queiroz et al. 3723, 18.Dez.1993 (HUEFS, MBM); Raso da Catarina (Jeremoabo/Paulo Afonso),
caatinga, H. P. Bautista 449, 15.Mai.1981 (CEPEC, HRB, RB). (E6) Lençóis, G.C.P.Pinto s.n., s.d. (ALCB).
(C7) Mirangaba, Carrasco, W.N.da Fonseca 414, 23.Abr.1981 (HRB, RB). (D6) Morro do Chapéu, BA 426,
33 Km SW de Várzea Nova, 800 m.s.n.m., L.P.de Queiroz et al. 1231, 18.Nov.1986 (HUEFS); 33 Km SW of
Várzea Nova, 900 m.s.n.m., G.L.Webster et al. 25748, 18.Nov.1986 (K, UB); BA entre Morro do Chapéu e
Irecê, G.C.P.Pinto s.n., 25.Out.1970 (ALCB 2868, IPA); 22 km de Morro do Chapéu, a NO da estrada para
Irecê, 915 m.s.n.m., E.Melo et al. 3159, 17.Nov.1999 (HUEFS); Rod. Morro do Chapéu-Irecê (BA 052), Km 21,
caatinga, 1.000 m.s.n.m., L.Coradin et al. 6239, 29.Jun.1983 (CEN). (D5) Ouriçangas, Campo de Irai,
M.C.Ferreira 317, 29.Jul.1990 (HRB). (B9) Paulo Afonso, Raso da Catarina, caatinga, M.C.Ferreira 522,
12.Abr.1993 (HRB); Estação Ecológica do Raso da Catarina, M.L.Guedes et al. 426, 24.Jun.1982 (ALCB);
M.L.Guedes et al. 7223, 20.Nov.1999 (ALCB, CEPEC, UESC); Estação Ecológica do Raso da Catarina, L.P.de
Queiroz 358, 25.Jun.1982 (ALCB, HUEFS); Raso da Catarina, D.A.Lima 79-8780, 02.Nov.1979 (IPA). (C9)
Raso da Catarina (Jeremoabo), Estação Ecológica Raso da Catarina, caatinga, L.A.P.Gonzaga s.n.,
24.Jan.1979 (RB 289713); M.L.Guedes 241, 18.Jun.1981 (ALCB, RB). (C9) Ribeira do Pombal, 1 Km ao
Oeste do Povoado de Tapera, caatinga, L.R.Noblick 2968, 01.Mar.1984 (CEPEC, HRB, HUEFS). (B9) Santa
Brígida, caatinga arbórea-aberta, L.M.C.Gonçalves 253, 26.Out.1981 (HRB, MBM, RB); L.P.de Queiroz 459,
08.Dez.1982 (ALCB); ca. 10 km W do entroncamento de Santa Brígida com a BR-110, na região do Raso da
Catarina, caatinga arbustiva densa, L.P.de Queiroz et al. 3735, 19.Dez.1993 (HUEFS, MBM). (D5) Santo
Inácio, Saída para Poços, 560 m.s.n.m., caatinga, K.R.B.Leite et al. 24, 6.Set.1999 (HUEFS, UESC). (D5)
Xique-Xique, estrada para Angico, 20,9 Km de Xique-Xique, estrada para a torre de televisão, próximo a torre,
campo rupestre, 599 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 950, 15.Mai.2002 (HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Pernambuco: Buíque, 5 Km na estrada de barro para Catimbau, terreno
arenoso, A.M.Miranda et al. 1756, 18.Jun.1994 (HST, HUEFS). Ibimirim, estrada Ibimirim/Pelândia, caatinga,
A.M.Miranda 1218, 19.Jan.1994 (ALCB, CEPEC, HRB, HST, HUEFS). Joazeiro de Cândidos, margem da
estrada Ibimirim, D.A.Lima 50-674, 11.Out.1950 (IPA). Petrolina, 6 Km ao N da cidade de Petrolina, solo
arenoso, Fotius 3459, 09.Mai.1985 (IPA); arredores de Petrolina, solo arenoso, D.A.Lima 81, 1971 (IPA). Serra
Negra, caatinga entre Moderno, D.A.Lima 50-716, 11.Nov.1950 (IPA). Tacaratu, Estrada Ibimirim-Peba,
próximo a Reserva Indígena Kambiwa, F.Gallindo et al. 18, 05.Out.1983 (IPA).
Passiflora luetzelburgii pode ser confundida com P. setacea pelo formato das folhas,
diferenciando-se desta pela cor da flor, vermelha em P. luetzelburgii e branca em P. setacea.
I.3. Passiflora L. subgênero Passiflora
64
Trepadeiras herbáceas, raramente lenhosas; brácteas inteiras ou serruladas, geralmente
largas e verticladas; flores geralmente grandes e fortemente coloridas; hipanto campanulado,
raramente curto-tubular, mais curto que as sépalas; filamentos da corona com duas a várias
séries, às vezes variegados; opérculo encurvado, ereto na margem, raramente totalmente ereto;
65
A
B
C
D
E
F
Figura 13. Subgênero Passiflora: P. alata A. Caule alado e estípula; B.
Hábito; C. Glândula peciolar; D. Brácteas; E. Flor, F. Botão
envolvido por brácteas.
66
ovário estreitando para o ápice ou truncado, os estiletes, ou os estiletes nascendo do centro ou
dos ângulos do ápice do ovário, livres ou unidos na base.
8. Passiflora alata Curtis, Bot. Mag. 2: pl. 66. 1788. Lectótipo (designado por Nunes et al.,
2001): Curtis, Bot. Mag. 2, pl. 66. 1788. (Figura 2 G-I; Mapa 5).
Trepadeira, totalmente glabra; caule quadrangular, alado, fistuloso; gavinhas
presentes. Estípulas 0,8-2 x 0,5 cm, persistentes, inteiras, linear-lanceoladas a ovallanceoladas, ápice agudo, margem lisa. Pecíolo 2-4 cm compr., glabro; glândulas duas a
quatro, pedunculadas, globosas, alaranjadas, situadas da região mediana ao ápice do pecíolo;
lâmina (8-)10-14 x 6-8(-10) cm, membranácea, inteira, oval a oval-oblonga, ápice emarginado
a agudo, base cordada, margem lisa, peninérvia, 5-8 pares de nervuras secundárias. Pedúnculo
2-5 cm compr.; brácteas 1,5-2 x 1-1,5 cm, persistentes, verdes, verticiladas próximo à base da
flor, oval-lanceoladas, ápice agudo, margem com glândulas levemente serrulada ou crenulada.
Flores 10-12 cm diâm., pêndulas, solitárias, vistosas; hipanto 1-2 cm compr., campanulado,
verde; sépalas 3-4 x 1,5-2 cm, carnosas, verdes na face externa, magenta na face interna,
oblongas, corniculadas no ápice, corno ca. 3 mm compr., branco; pétalas 4-4,5 x 1-2 cm,
magento-vináceas, oblongas, ápice obtuso; filamentos da corona em duas séries, série externa
formando um tubo, filamentos ca. 3 cm compr., subulados, variegados com tons de vermelho,
branco e púrpura, filamentos da série interna tuberculados; opérculo creme-rosado, fechando o
hipanto, membranoso, denticulado na margem; límen anular, projetando-se até a altura do
opérculo, concrescido ao androginóforo, carnoso, cupuliforme com margem engrossada; anel
nectarífero presente; androginóforo 3,5-4 cm compr.; filetes verdes; anteras amarelas; ovário
oblongo a obovado; estiletes verdes; estigmas verde-escuros. Baga ca. 8-10 x 4-6 cm,
obovóide-piriforme, amarela quando madura, glabra. Sementes ca. 7 x 6 mm, cordiformes,
alveoladas.
Nome vulgar: Maracujá, maracujá-açú e maracujá-doce.
Passiflora alata é distribuída do nordeste do Peru ao leste do Brasil. No Brasil é
encontrada naturalmente desde a Bahia até o Rio Grande do Sul (Killip, 1938). Na Bahia foi
67
encontrada em mata atlântica, mata estacional e restinga, (Mapa 5), ocorrendo em altitudes de
50 a 1.000 m.s.n.m. Floresce de março a dezembro e frutifica de setembro a dezembro.
Provavelmente é uma espécie sub-espontânea (Cervi, 1997). É cultivada pela beleza de suas
ramagens e flores e os frutos são comestíveis.
Material examinado: BRASIL, Bahia: A. Castellanos 26561, s.d. (CEPEC, UB). (J8) Alcobaça, 13 a
15Km da Rod. Teixeira de Freitas/Caravelas, capoeira, R.S.Pinheiro 1769, 25.Jan.1972 (CEPEC); between
Alcobaça e Prado, on the coast road, 12 Km N of Alcobaça, mixed restinga, R.M.Harley et al. 17976,
16.Jan.1977 (CEPEC, K); R.M.Harley et al. 17979, 16.Jan.1977 (K, RB); 5 Km ao S da cidade, BA-001,
restinga, solo arenoso. S.A.Mori 9610, 17.Mar.1978 (CEPEC); 5 Km ao NW do trecho Alcobaça/Prado, BA-001,
restinga, S.A.Mori 10584, 17.Set.1978 (CEPEC); Km 6 a 10 da Rodovia Alcobaça/Prado (BA 001), restinga
arbórea, solo arenoso, L.A.Mattos Silva et al. 2103, 03.Set.1986 (CEPEC). (G8) Buerarema, Km 19 da Rod.
entre Buerarema/São José, mata aberta, C.M.Magalhães 54, 10.Jul.1964 (CEPEC). (F8) Cairú, Rodovia Nilo
Peçanha/Cairú, Km 4, mata higrófila, A.M.de Carvalho et al. 393, 09.Dez.1980 (CEPEC). (H8) Camacan, Rod.
para Itabuna. Plantação de Cacau, R.P.Belém 1427, 29.Jul.1965 (CEPEC, UB). (D5) Camaçari, Área controle da
Caraíba Metais, L.R.Noblick et al. 2252, 01.Dez.1982 (HRB, HUEFS); Reserva Ecológica de Cotegipe,
remanescente de mata atlântica, M.L.Guedes et al. 3804, 07.Fev.1996 (ALCB, MBM). (H9) Canavieiras, Ramal
a direita depois da ponte, na estrada Una/Canavieiras, restinga arbórea, 32 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 749,
07.Jan.2002 (HUEFS). (J8) Caravelas, sul da Bahia, A.P.Duarte 8007, 05.Nov.1963 (RB). (D10) Conde,
Fazenda do Bu, mata do Fundão I, J.Costa et al. 2, 12.Dez.1995 (HRB, HUEFS); Fazenda do Bu, margem do
Rio Bu, M.C.Ferreira et al. 1243, 07.Dez.1995 (HRB, HUEFS). (I8) Eunapólis, M.L.Guedes s.n., 21.Set.1995
(ALCB 27517). (I8) Guaratinga, Rod. para Cajuita, BR-101, remanescente de mata a beira da estrada, A.Gentry
49935, 08.Fev.1985 (CEPEC, MO). (G8) Ilhéus, estrada para o repartimento, H.P.Velloso 986, 20.Jun.1944 (R).
(H8) Itapebi, Km 29 da estrada Barrolândia à Itapebi, H.S.Brito & S.G.da Vinha 91, 13.Ago.1981 (CEPEC); 3,8
Km de Itapebi para Belmonte, T.S.Nunes et al. 768, 08.Jan.2002 (HUEFS). (K8) Mucuri, Vale do Rio Mucuri,
ao lado BR-101. Plantação de cacau, R.P.Belém 3863, 13.Jul.1968 (CEPEC); Estrada para Mucuri, vegetação
secundária da mata ombrófila densa, solo arenoso, 70 m.s.n.m., M.M.Santos et al. 118, 26.Jul.1984 (CEPEC,
HRB, MBM); Margem da estrada, C.Fernando 1056, 16.Set.1988 (HUEFS, RFA); M.L.Guedes, s.n.,
26.Jan.1992 (ALCB 28068). (J8) Nova Viçosa, M.L.Guedes s.n., 22.Ago.1993 (ALCB 27924); Área da
Aracruz, M.L.Guedes et al. 2982, 22.Ago.1993 (ALCB). (F6) Piatã, Atrás da Igreja, W.Ganev s.n., 20.Dez.1992
(HUEFS 13730). (I8) Porto Seguro, A.P.Duarte 5952, 21.Ago.1961 (RB); Reserva Biológica de Pau BRASIL,
km 16, rodovia Porto Seguro/Eunapólis, mata, J.Almeida 2354, 16.Abr.1973 (RB); 16,5 Km a W cidade, BR367, mata higrófila, A.Euponino 518, 13.Mai.1980 (CEPEC); estação de Arraial d'Ajuda para Trancoso, restinga
arbórea e campos, A.M.de Carvalho et al. 1281, 20.Abr.1982 (CEPEC, HRB); Residência da Brasil/Holanda de
Indústria S/A., entrada no Km 22 da Rodovia Eunapólis/Porto Seguro, ca. 9,5 Km da entrada, mata secundária
(capoeira), J.G.Jardim et al. 411, 07.Abr.1994 (CEPEC); Trancoso, Mata ombrófila densa, solo areno-argiloso,
M.L.Guedes 5325, 02.Dez.1997 (ALCB). (J8) Prado, mata ombrófila em estádio de regeneração, areno-argiloso,
68
M.Fonseca et al. 1115, 30.Nov.1997 (ALCB, MBM). (F6) Rio de Contas, caminho para Jiló, estrada Rio de
Contas, T.S.N.Sena et al. 38, 28.Mar.1998 (CEPEC, HUEFS, SPF). (I8) Santa Cruz Cabrália, Ramal com
entrada no Km 25.6 da BR367 (Eunapólis/P. Seguro), próximo à torre EMBRATEL, mata, S.A.Mori 9741,
19.Mar.1978 (CEPEC); 2-4 Km a W da estrada velha para Cabrália, campo, S.A.Mori 10369, 28.Jul.1978
(CEPEC); Km 4 da estrada que liga Santa Cruz Cabrália à Estação Ecológica do Pau Brasil (antiga rodovia Santa
Cruz/Porto Seguro), L.A.Mattos Silva et al. 926, 19.Jun.1980 (CEPEC); Estação Ecológica Pau BRASIL, 14 Km
NW de Porto Seguro, 80-100m.s.n.m., G.L.Webster 25065, 26.Jul.1984 (CEPEC, NY); Estação Veracruz,
L.M.Pacheco 100, 15.Nov.2001 (ALCB); M.L.Guedes et al. 3488, 25.Ago.1994 (ALCB); Em Arraial D´Ajuda,
descida para uma nascente na saída da cidade, T.S.Nunes et al. 831, 09.Jan.2002 (HUEFS). (E8) Santa
Terezinha, Serra da Pioneira, campo rupestre, 800 m.s.n.m., L.P.de Queiroz et al. 1093, 14.Nov.1986 (HUEFS).
(D5) São Sebastião do Passé, Litoral Norte, Fazenda Panema, área de reserva a ser recuperada, G.Carvalho et
al. 7, 25.Mar.2001 (ALCB). (J8) Teixeira de Freitas, 9 Km na estrada Teixeira de Freitas/Itamaraju, BR-101,
mata higrófila, A.M.de Carvalho et al. 2524, 06.Set.1989 (CEPEC, MBM). (H8) Una, 5 Km da estrada Una a
Olivença, T.S.dos Santos 506, 14.Nov.1969 (CEPEC, HUEFS); Estrada Ilhéus/Una, beira da mata, M.Sobral
5782, Jan.1988 (CEPEC, ICN); Estação Experimental Lemos Maia, CEPLAC, mata higrófila, R.Voeks 362,
21.Ago.1991 (CEPEC); Entrada KM 46 BA-001 Ilhéus/Una, próximo à entrada da REBIO, restinga arbórea,
A.M.Amorim 1649, 10.Mai.1994 (CEPEC); parque ecoturístico de Una, próximo à REBIO (Reserva Biológica de
Una), mata higrófila sul baiana, 60 m.s.n.m., A.S.Miranda et al. 02, 21.Jan.1999 (UESC); Próximo a Reserva
Biológica de Una, beira de estrada, T.S.Nunes et al. 746, 07.Jan.2002 (HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Espírito Santo: Ponta do Mansaraz, G.Hatschbach et al. 46757,
06.Ago.1983 (CEPEC, MBM). Morro Danta, Rod. BR-5, 5 Km S de Morro Danta, beira de estrada, R.P.Belém
1467, 09.Ago.1965 (CEPEC). São Paulo: São Paulo, (Chácara dos Morrinhos), cultivada na horta, D.B.Pickel
5424, 23.Ago.1940 (IPA).
Passiflora alata é facilmente reconhecida por seu caule quadrangular e alado, pelas
glândulas pedunculadas e alaranjadas no pecíolo, pelo tamanho das flores (10-12 cm de diâm.)
e coloração magenta das pétalas. Em estado vegetativo pode ser confundida com P.
odontophylla, da qual é diferenciada pelo tamanho da folha (10-14 x 6-8 cm em P. alata e 6-8
x 3-4 cm em P. odontophylla), além da margem (lisa em P. alata e serreada em P.
odontophylla) e base (cordada em P. alata e arredondada em P. odontophylla) das folhas.
69
P. alata
P. capsularis
P. luetzelburgii
P. pohlii
Mapa 5. Distribuição de P. alata, P. capsularis, P. luetzelburgii e P. pohlii no Estado da
Bahia.
70
71
E
A
B
F
C
D
I
H
G
K
J
Figura 14. Passiflora capsularis: A. ramo, B. flor (corte longitudinal), C. fruto. P.
luetzelburgii: D. ramo, E. flor (corte longitudinal), F. bráctea. P. alata: G. ramo, H.
estípula, I. flor (corte longitudinal). P. odontophylla: J. ramo, K. flor (corte longitudinal).
(A-C: J.M.Silva 51; D-F: A.M.Giulietti 1710; G-I: L.P.de Queiroz 3723; J-K: T.S.N.Sena
38; J-K: R.P.Belém 2627).
72
73
9. Passiflora odontophylla Harms ex Glaziou, Bull. Soc. Bot. France 56, Mem. 3d: 315. 1909.
Tipo: Brasil, Rio de Janeiro: Alto Macaé de Nova Friburgo, Glaziou 20333, s.d. (holótipo: B;
isótipo: K!; foto do isótipo: HUEFS!). (Figura 2 J-K; Mapa 6).
Trepadeira, glabra; caule subangulado, estriado; gavinhas presentes. Estípulas ca. 1
mm compr., caducas, glabras, inteiras, lineares, margem lisa. Pecíolo 1,5-2,5 cm compr.;
glândulas 2, sésseis, situadas do meio para a base do pecíolo; lâmina 6-8 x 3-4 cm,
membranácea, inteira, oblonga, margem serreada, ápice acuminado, base arredondada,
peninérvia, com 5 pares de nervuras secundárias. Pedúnculo 4-6 cm compr.; brácteas 2,5-3 x
1,5-2 cm, persistentes, inteiras, foliáceas, oval-oblongas, verticiladas no ápice do pedúnculo,
3-5-nervadas, margem lisa, com duas glândulas. Flores 4-6 cm diâm., solitárias; hipanto ca. 5
mm compr., curto-campanulado; sépalas 2-2,5 x 1-1,5 cm, carnosas, oblongo-lanceoladas,
com arista na face abaxial, corniculadas, corno ca. 2 mm; pétalas 2-2,5 x 0,7-1 cm,
membranáceas, oblongas, creme; filamentos da corona em cinco ou mais séries, os das séries
mais internas curtas, 5 mm compr., os das duas séries externas azuis, filiformes, 1,5-2 cm
compr.; opérculo membranoso, fimbriado; anel nectarífero presente; límen anular,
cupuliforme, membranoso, fechando na base do androginóforo; anteras amarelas; ovário
séssil, globoso, glabro, verde; estiletes e estigmas verdes. Frutos e sementes não vistos.
Espécie conhecida até então, apenas para o Estado do Rio de Janeiro, sendo esta a
primeira citação para a Bahia. Ocorre na região sul do Estado em área de mata atlântica, sendo
encontrada, até então, apenas nos municípios de Eunapólis e Porto Seguro (Mapa 6).
Material examinado: BRASIL, Bahia: (I8) Eunapólis, Rodovia BR 5, 16 Km S Eunapólis, plantação
de cacau, R.P.Belém et al. 2627, 22.Set.1966 (CEPEC, HUEFS, UB). (I8) Porto Seguro, BR 5, Km 18,
A.P.Duarte 6023, 24.Ago.1961 (RB).
74
Material adicional: BRASIL, Rio de Janeiro: Alto Macaé de Nova Friburgo, A.Glaziou 20333,
1894 (HUEFS, isótipo K!). Nova Friburgo, Macaé de Cima, beira de estrada, S. de V.A.Pessoa et al. 542,
12.Dez.1990 (RB).
Passiflora odontophylla pode ser confundida com P. alata, diferenciando-se desta por
apresentar folhas com base arredondada (x cordada) e glândulas na porção basal do pecíolo (x
glândulas na porção distal). Pode também ser confundida com P. nitida, diferenciando-se
desta, pois a mesma apresenta glândulas situadas na porção mediana do pecíolo.
10. Passiflora nitida Kunth, Nov. Gen. Sp. 2:130. 1817. Tipo: Venezuela, Floresta ao longo do
rio Orinoco (próximo a Javita), Humboldt & Bonpland (Holótipo: P; isótipo: B, BW). (Figura
3 A-B; Mapa 6).
Trepadeira, glabra; caule circular, liso; gavinhas presentes. Estípulas 2 x 0,1 cm,
persistentes, inteiras, lineares, margem lisa. Pecíolo 1-1,7 cm compr.; glândulas 2, sésseis,
situadas na porção mediana do pecíolo; lâmina 8,5-10,5 x 3,2-4 cm, membranácea, inteira,
oblonga, ápice acuminado, base arredondada, margem serreada-denticulada, peninérvia, com 7
pares de nervuras secundárias. Pedúnculo 4,5 cm compr.; brácteas 2,5-3,5 x 1,3-1,6 cm,
persistentes, verticiladas no ápice do pedúnculo, 3-nervadas, oval-oblongas, margem lisa,
ápice agudo. Flores 6-8 cm diâm., solitárias; hipanto 5-7 mm, campanulado, verde; sépalas ca.
3-3,5 x 0,8-1 cm, carnosas, verdes na face externa, brancas na face interna, oblongas, margem
lisa, ápice agudo, corniculado, corno com 1 mm; pétalas 3-3,5 x 0,7-1 cm, membranáceas,
brancas, púrpura no centro, oblongas, ápice agudo, margem lisa; filamentos da corona em
cinco ou mais séries, filiformes, ca. 2 cm compr. nas séries externas, ca. 3 mm compr. nas
internas, púrpura, com bandas azuis e brancas; anel nectarífero e límen presentes; filetes
glabros; ovário globoso, seção circular; estiletes glabros; estigmas reniformes, verdes. Baga
ca. 2 x 2,5 cm, globosa, verde. Sementes ca. 5 x 3 mm, obcordadas, reticuladas, tridentada no
ápice.
Distribuida principalmente na costa oeste da Colômbia até as Guianas e sul do Peru até
75
Góias (Brasil). Esta é a primeira citação para o Estado da Bahia, onde foi encontrada em área
de mata estacional, no centro sul do Estado (Mapa 6), em uma altitude de 1.000 m.s.n.m.
Floresce e frutifica de outubro a julho (dados obtidos incluindo material adicional).
Material examinado: BRASIL, Bahia: (G7) Barra do Choça, Rod. BA 265, trecho Caatiba/Barra do
Choça a 27 Km NW de Caatiba. Região de mata, 1.000 m.s.n.m, S.A.Mori et al. 9398, 03.Mar.1978 (CEPEC).
Material adicional: BRASIL, São Paulo: Itapetininga, ca. 50 Km S de Itapetinga, estrada para
Registro, P.E.Gibbs et al. 3246, 26.Out.1976 (MBM, UEC). VENEZUELA, Amazônia Venezuelana,
Wankehe, Carro Marneta, Lower Ventuari, 325 m, J.R.A.Lister et al. 606, 30.Jul.1976 (HUEFS, K).
P. nitida é muito próxima a P. odontophylla. A principal diferença entre estas espécies
é a posição da glândula no pecíolo, que em P. nitida situa-se na porção mediana do pecíolo e
em P. odontophylla se localiza na porção distal do pecíolo, próximo à lâmina.
11. Passiflora bahiensis Klotzsch, Linnaea 14: 293. 1840. Tipo: Brasil, Bahia: Salzmann 290
(holótipo: G; isótipos: K!; foto do isótipo de K: HUEFS!). (Figura 3 C-D; Mapa 6).
Trepadeira; indumento velutino; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes.
Estípulas 7-10 mm compr., persistentes, inteiras, lineares, margem lisa. Pecíolo 7 mm compr.,
tomentoso; glândulas 2, sésseis, situadas na porção distal do pecíolo; lâmina (5,5-)6,5-7 x 2-3
cm, coriácea, inteira, elíptica a oval-lanceolada, margem denticulada, ápice agudo a
acuminado, base aguda, 3-nervada, vilosa em ambas as faces. Pedúnculo 1-1,5 cm compr.;
brácteas ca. 6-10 mm compr., caducas, verticiladas na porção distal do pedúnculo, linearlanceoladas, margem serrulada. Flores 2-3 cm diâm.; pareadas; hipanto curto-campanulado,
ca. 0,5 cm compr., sépalas 1-1,5 x 0,5-0,7 cm, carnosas, brancas, oblongas, corniculadas,
corno ca. 2 mm compr.; pétalas 1-1,5 x 0,3-0,5 cm, membranáceas, brancas, oblongas, ápice
agudo; filamentos da corona em cinco séries, ca. 1,5 mm compr., os das duas séries mais
externas liguliformes, os da série interna capilares; opérculo membranoso, filamentoso no
ápice; límen fechando-se na base do androginóforo; ovário globoso, tomentoso. Baga ca. 1,2 x
1 cm, escura, globosa, lisa. Sementes ca. 4 x 3 cm, globosas, obovadas, foveoladas.
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Espécie endêmica do Nordeste, encontrada nos estados da Bahia e Pernambuco. Na
Bahia foi encontrada em área de mata atlântica (Mapa 6). Floresce e frutifica de setembro a
abril.
Material examinado: BRASIL, Bahia, “In fruticetis”. P.Salzmann s.n., s.d. (K; foto HUEFS); “In
fruticetis”, P. Salzmann s.n., s.d. (isótipo: K!; foto HUEFS!); “Cruz de Casme”, Glocker s.n., s.d. (K
K000018426). (H8) Itaju do Colônia, 12 Km da estrada em direção a Feirinha, ao lado W das margem esquerda
do rio Corró, T.S.Santos 440, 23.Out.1969 (ALCB, CEPEC, RB). (D5) Salvador, Parque Zoobotânico Getúlio
Vargas, G.A.Faria & L.M.Pacheco 54, 26.Out.1997 (HRB); Região Metropolitana de Salvador, Campus
Universitário de Ondina, área antropizada, M.L.Guedes 8939, 24.Out.2001 (ALCB).
Material adicional: BRASIL, Pernambuco: Tapera, Beira do caminho, D.B.Pickel 3099, 27.Set.1932
(IPA 4442); D.B.Pickel 3099, 10.Nov.1934 (IPA 6856).
Passiflora bahiensis é muito próxima de P. malacophylla, diferenciando-se desta pelo
número de flores na axila foliar (duas flores em P. bahiensis e uma em P. malacophylla), e
pelo tamanho de suas flores (4-6 cm diâm. em P. malacophylla e 2-3 cm diâm. em P.
bahiensis).
Infelizmente o material examinado foi insuficiente para uma análise mais detalhada,
pois apresenta apenas botões e frutos.
12. Passiflora malacophylla Mast. in Mart., Fl. Bras. 13(1): 604, tab. 117, fig. 2. 1872. Tipo:
Brasil, Minas Gerais: Lagoa Santa, Warming 1178 (C). (Figura 3 E-F; Mapa 6).
Trepadeira herbácea; indumento velutino, ferrugíneo; caule circular, estriado;
gavinhas presentes. Estípulas 0,7-1,2 cm compr., persistentes, linear-setáceas, margem lisa.
Pecíolo 0,8-1,5 cm compr.; glândulas 2, pedunculadas, situadas na porção distal do pecíolo;
lâmina 5-11(-13) x 2,8-4(-6) cm, membranácea a subcoriácea, inteira, 3-nervada, oval-oblonga
a elíptico-lanceolada, ápice agudo, acuminado, base truncada-cordata, margem irregularmente
denteada. Pedúnculo 1,5-3,5 cm compr.; brácteas 1-2,5 x 0,2-0,6 cm, persistentes, involucrais,
cobrindo totalmente o botão floral, verticiladas na porção distal do pedúnculo, foliáceas, ovais,
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uninervadas, ápice arredondado, margem levemente serreada a lisa, 2 glândulas na base.
Flores 4-6 cm diâm., eretas; hipanto 4-6 mm compr., curto-campanulado; sépalas 2-3,2 x 0,81 cm, carnosas, brancas, oblongas, com arista terminando em um corno ca. 5 mm compr.;
pétalas 2,5-3 x 0,6-0,8 cm, membranáceas, brancas; filamentos da corona em várias séries, os
da série externa ca. 5 mm compr., liguliformes, os da série interna ca. 2 mm compr.,
filiformes; opérculo 4-5 mm compr., membranoso; límen anular; anel nectarífero situado entre
o opérculo e a base do androginóforo; androginóforo ca. 8 mm compr.; filetes glabros; anteras
amarelas; ovário ovóide-globoso, circular em seção transversal, tomentoso, com tricomas
brancos; estiletes glabros; estigmas reniformes, verdes. Baga ca. 2,5-4 x 1,5-2,5 cm, globosa,
verde. Sementes ca. 3 x 2 mm, obovadas, achatadas, alveoladas, marrom-claras.
Espécie endêmica do Brasil, encontrada principalmente no Brasil Central, Santa
Catarina, Bahia e Minas Gerais (Killip, 1938). Na Bahia, é encontrada na região de mata
estacional e mata atlântica (Mapa 6), no centro sul do Estado.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Margem da Rodovia Rio-Bahia, divisa BA-MG, E.P.Heringer
10205, 20.Jan.1965 (UB); E.P.Heringer 10229, 18.Jan.1965 (UB). (G7) Planalto, Br 4, BA Km 1037, A.Pereira
10615, 13.Jan.1968 (HUEFS, RFA).
Passiflora malacophylla é uma espécie muito próxima de P. bahiensis. Diferencia-se
desta pois as brácteas e as flores de P. malacophylla são muito mais largas: flores com 4-6 cm
diâm., em P. malacophylla, 2-3 cm diâm em P. bahiensis. Além disso, P. malacophylla tem
flores solitárias e não aos pares como em P. bahiensis.
13. Passiflora setacea DC., Prodr. 3: 329. 1828. Tipo: Brasil, Rio de Janeiro, Bowie &
Cunningham 12 (holótipo: BM!). (Figura 3 G-I; Mapa 6).
Trepadeira; indumento tomentoso; caule cilíndrico, finamente estriado; gavinhas
presentes. Estípulas 0,7-1,5 cm compr., caducas, inteiras, setáceas, margem lisa. Pecíolo 1,52,2 cm compr., tomentoso, glândulas 2, pateliformes, sésseis, situadas na porção basal do
pecíolo, às vezes com uma glândula na porção mediana a distal do pecíolo; lâmina 6-8 cm
compr., membranácea, 2-3-lobada (raramente inteira nas folhas jovens), 3-nervada, reticulada,
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face adaxial rugosa, abaxial tomentosa, ápice acuminado, base cordada, margem serrulada,
revoluta; lobo central ca. 2 cm larg.; lobos laterais 4-5 x 1,5 cm, Pedúnculo 6-12 cm compr.,
robusto, pubescente; brácteas 1-2 x 1 cm, persistentes, verticiladas na porção distal do
pedúnculo, foliáceas, oval-elípticas, margem serrulada. Flores 5-10 cm diâm., solitárias;
hipanto 1-1,5 cm compr., pubescente, verde com manchas vináceas, mais escuro que o
restante, cilíndrico-campanulado, com base dilatada; sépalas 3,5-4 x 5-7 cm, carnosas,
internamente brancas, externamentes verdes, pintalgadas com manchas vináceas, oblongolanceoladas, aladas e aristadas (aristas muito desenvolvidas), corniculadas, corno 0,5-1 cm
compr.; pétalas 2-2,5 cm x 5-6 mm, membranáceas, brancas, linear-oblongas; filamentos da
corona em duas séries, os da série externa 2-2,5 cm compr., filiformes, brancos com bandas
azuis ápice verde, os da série interna muito reduzidos, ca. 1 mm compr.; opérculo
membranoso, tubular, fimbriado, fechando-se na base do límen; límen anular, cupuliforme,
branco; anel nectarífero presente; androginóforo 2,5-3,5 cm compr., base branca e ápice
verde-acinzentado; filetes glabros, verdes com manchas vináceas; anteras amarrronzadas;
ovário elipsóide, glabro, nascido sobre um ginóforo de 0,5 cm compr.; estiletes glabros, verdes
com manchas vináceas; estigmas verde-escuros. Baga ca. 4 x 3 cm, elipsóide, estriada, verde,
glabra. Sementes ca. 5 x 3 mm, obovadas, finamente reticuladas.
Nome vernacular: Maracujá e maracujá-do-mato.
Esta espécie foi, pela primeira vez, citada para a Bahia por Harley & Mayo (1980),
ocorrendo nas regiões de caatinga e campo rupestre na Chapada Diamantina e centro-sul do
Estado (Mapa 6), ocorrendo em altitudes entre 400 a 1.200 m.s.n.m. Floresce e frutifica
durante o ano inteiro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (G6) Anagé, Serra dos Pombos, BA-262, caatinga,
G.Hatschbach 63229, 21.Ago.1995 (CEPEC, MBM). (E6) Andaraí, á margem da rodovia de Andaraí,
A.L.Costa s.n., 03.Nov.1973 (ALCB 2876); 45 km N de Andaraí ao longo da BA-142, L.P.de Queiroz et al.
1793, 09.Out.1987 (HUEFS, MBM, UPCB, VIC); M.L.Guedes 1373, 09.Out.1987 (ALCB); Rodovia que liga
Itaberaba a Lençóis a 40 Km ENE de Lençóis, caatinga perturbada ao longo da estrada, 600 m.s.n.m., V.C.Souza
et al. 5204, 13.Fev.1994 (K, SPF); 18 Km NW de Nova Redenção, 400 m.s.n.m., M.M.Arbo et al. 5780,
25.Nov.1995 (CTES, K, MBM, SPF); Estrada Lençóis - Andaraí, BA 142, 484 m.s.n.m., E.R.de Souza et al. 49,
24.Out.2000 (HUEFS); a 14 Km do entroncamento da BR 242, rumo a Andaraí, mata, A.C.Allem et al. 2957,
14.Nov.1984 (CEN). (D5) Aramary, P.C.Porto 1395, 21.Dez.1992 (RB). (G7) Barra do Choça, Entre Barra do
79
Choça e José Gonçalves, M.J.G.Barros 2, 08.Ago.1983 (CEPEC, HRB, HUEFS). (E6) Bonito, Estrada BonitoUtinga, ca. 5 Km da cidade, beira de estrada, D.S.Carneiro et al. 63, 11.Nov.1998 (HUEFS). (G7) Caatiba,
Fazenda Bom Jardim, A.L.Costa s.n., 10.Fev.1975 (ALCB 2873). (G5) Caetité, Ramal a 29 km na estrada
Caetité/Brumado, ca. 3 km ramal adentro, caatinga, A.M.de Carvalho 3773, 19.Fev.1992 (ALCB, CEPEC,
HUEFS); 27 Km na estrada Caetité/Bom Jesus da Lapa, caatinga, A.M.de Carvalho 6289, 08.Ago.1996
(CEPEC); 7 Km a E Caetité, estrada para Brumado, BR-030, caatinga arbórea, M.M.Arbo 7649, 22.Jan.1997
(CEPEC, CTES); São Francisco, caminho para Lagoa Real, caatinga, 560 m.s.n.m., B.Stannard et al. in PCD
5227, 08.Fev.1997 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, SPF); estrada par Brejinho das Ametistas, C.Correia et al.
36, 29.Abr.2001 (ALCB, HUEFS); estrada BR-030 – Brejinho das Ametistas, transição caatinga-cerrado, 715
m.s.n.m., F.França et al. 3765, 14.Abr.2002 (HUEFS). (D6) Cafarnaúm, ca. 1 Km N of Água de Rega, road to
Cafarnaúm, 1.000 m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 31233, 28.Fev.1971 (NY, UB). (F6) Contendas do Sincorá, estrada
para Maracás, ca. 28 Km a partir de Contendas do Sincorá, ramal à direita, ca. 2 Km, caatinga arbustiva,
A.M.Amorim et al. 2766, 09.Abr.1999 (CEPEC, SP). (H7) Encruzilhada, Rod. Encruzilhada-Ribeirão do Largo,
13,3 Km N, 895 m.s.n.m., A.M.de Carvalho et al. 6971, 17.Ago.2001 (CEPEC). (E7) Iaçu, 8 Km na margem da
estrada Iaçu/Itaberaba, caatinga/capoeira, G.P.Lewis 844, 17.Dez.1981 (CEPEC, K). (F6) Ibicoara, Estrada para
Mucugê, beira de estrada, 1.154 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 895, 16.Fev.2002 (HUEFS). (F7) Itiruçu, 18 Km O
de Itiruçu rumo a Maracás, capoeira, 800 m.s.n.m., A.C.Allem et al. 2946, 12.Nov.1984 (CEN). (D7) Jacobina,
subida do Hotel Serra do Ouro, campo rupestre, L.P.Queiroz 1172, 17.Nov.1986 (HUEFS); em vegetação de
carrasco, L.P.Felix 7532, 07.Jan.1996 (IPA); Serra do Ouro em direção Sul do Hotel Serra do Ouro, T.S.Nunes et
al. 354, 06.Jun.2001 (HUEFS); Monte Taboa, ca. 2 Km da cidade, campo rupestre, próximo a cachoeira, 574
m.s.n.m., F.R.Nonato et al. 881, 03.Ago.2001 (HUEFS). (F7) Jequié, Km 40 da estrada Jequié-Contendas do
Sincorá, caatinga, A.M.de Carvalho et al. 2002, 12.Out.1983 (CEPEC, HRB, MBM); estrada Pé da Serra-Jequié,
caatinga, M.Sobral et al. 5922, Jan.1988 (CEPEC, ICN, MBM). (E6) Lençóis, G.C.P.Pinto s.n., Abr.1971
(ALCB 2877); BR 242, 112 km W de Itaberaba, 500 m.s.n.m., caatinga, L.P.de Queiroz et al. 1321,
20.Nov.1986 (HUEFS); 7 Km N de Lençóis, ao lado da BA-850, Floresta estacional, L.P.de Queiroz et al. 1959,
11.Out.1987 (HUEFS); M.L.Guedes et al. 1505, 12.Out.1987 (ALCB 21057); ca. 107 km W de Itaberaba, à
margem da Br 242, L.P.de Queiroz et al. 2005, 31.Out.1987 (HRB, HUEFS, MBM, RB); Chapada Diamantina,
beira de estrada de acesso ao Morro do Pai Inácio, A.A.Conceição et al. 111, 23.Ago.1996 (SPF); Estrada
Lençóis - Andaraí, BR 242, 484 m.s.n.m., E.R. de Souza et al. 47, 24.Out.2000 (HUEFS). (F7) Maracás, 900
m.s.n.m., M.M.Arbo et al. 7692, s.d. (CEPEC, CTES); Km 18 da Rod. Maracás/Pouso Alegre, Margem do Rio de
Contas, campo rupestre, R.S.Pinheiro 1443, 08.Jul.1971 (CEPEC); Km 2 da rod. Maracás/Contendas do Sincorá,
BA 026, L.A.Mattos Silva 210a, 14.Fev.1979 (CEPEC); Km 12 da Rod. Maracás/Contendas do Sincorá,
caatinga. S.Nunes 215, 26.Jan.1980 (CEPEC); Km 7 da estrada Maracás-Contendas do Sincorá, A.M. Carvalho et
al. 1559, 09.Fev.1983 (ALCB, CEPEC, HUEFS, RB); Entre Km 6-7 da Rod. Maracás/Contendas do Sincorá,
caatinga, A.Chautems 156, 25.Nov.1986 (CEPEC); Km 8-9 da Rod. Maracás/Contendas do Sincorá, caatinga, A.
Chautems 167, 25.Nov.1986 (CEPEC); Fazenda Cana Brava, 900-1000 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 28243,
31.Ago.1996 (HUEFS); Pé de Serra, começo da descida da Serra, sentido Maracás-Pé de Serra. Beira de estrada,
80
T.S.Nunes et al. 153, 21.Set.1999 (HUEFS); Ca. de 6 km na estrada para Contendas do Sincorá, M.M.da Silva
271, 26.Fev.2000 (HUEFS). (D7) Miguel Calmon, Mina Barita da QGN, A.M.Miranda et al. 294, 13.Jul.1991
(HST); A.M.Miranda et al. 306, 13.Jul.1991 (HST, IPA). (D6) Morro do Chapéu, Cachoeira do Ferro Doido,
20 Km a SE da cidade, 900 m.s.n.m., campo rupestre, L.P.de Queiroz et al. 1307, 19.Nov.1986 (HUEFS). (F6)
Mucugê, estrada Andaraí-Mucugê, a ca. 5 Km de Andaraí, J.R.Pirani et al 18865, 08.Set.1981 (HUEFS);
estrada Andaraí-Mucugê, ca. 4-5 km de Andaraí, J.R.Pirani et al. CFCR 2070, 08.Set.1981 (HUEFS, K, SPF);
caminho para Mucugê, I.Machado et al. 303, 07.Mar.2002 (HUEFS, UFRPE). (D7) Mundo Novo, 15Km a oeste
cidade, BA-052, caatinga, G.Hatschbach 44268, 15.Out.1981 (CEPEC, MBM). (G7) Planalto, Br 4, Bahia Km
1037 aproximadamente, A.Pereira 10599, 16.Jan.1968 (HUEFS, RFA).
81
P. bahiensis
P. malacophylla
P. nitida
P. odontophylla
P. setacea
Mapa 6. Distribuição de P. bahiensis, P. malacophylla, P. nitida, P. odontophylla e P.
setacea no Estado da Bahia.
82
D
B
C
A
I
E
F
G
H
Figura 15. Passiflora nitida: A. ramo, B. glândula peciolar. P. bahiensis: C. Ramo, D.
glândula peciolar. P. malacophylla: E. ramo, F. flor inteira. P. setacea: G. ramo, H.
3
flor (corte longitudinal), I. fruto (corte longitudinal). (A-B: S.A.Mori 9398; C-D:
T.S.Santos 440; E-F: E.P.Heringer 10205; G-I: E.R.Souza 49).
83
(E6) Palmeiras, Morro do Pai Inácio, M.L.Guedes et al. in PCD 1420, 27.Dez.1994 (ALCB, CEPEC, HRB,
HUEFS, K, SPF). (D7) Piritiba, Mata de cipó, 625 m, E.Melo et al. 2912, 24.Set.1999 (HUEFS, SPF, UESC).
(H6) Quaraçu, estrada velha Velha/Guaraçu, contato estepe/Floresta estacional, C.B.de A.Boehrer 05,
05.Ago.1984 (HRB). (E8) Santa Terezinha, Serra da Jibóia, 620 m.s.n.m., F.França et al. 2496, 20.Fev.1998
(CEPEC, HUEFS, MBM). (E6) Seabra, ca. 26 Km N of Seabra road to Água de Rega, near Rio Riachão, 1.000
m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 30817, 23.Fev.1971 (NY, UB); 900 m.s.n.m., J.R.Pirani et al. 1988, 13.Fev.1984 (K,
SPF); BR 242 sentido Ibotirama-Seabra, 34 Km antes de Seabra, E.B.Miranda Silva et al. 237, 25.Set.1999
(HUEFS). (E6) Utinga, estrada Wagner-Utinga, R.Mello-Silva et al. CFCR 7453, 22.Dez.1984 (SPF, K);
M.P.Sena 21, 30.Jun.1997 (HUEFS, MBM); Estrada para Cabeceira do Rio, 572 m.s.n.m., R.P.de Oliveira et al.
191, 10.Set.1999 (HUEFS, SPF); ca. 8 Km, na estrada Utinga/Bonito, 713 m.s.n.m., R.P.de Oliveira et al. 211,
10.Set.1999 (HUEFS). (G7) Vitória da Conquista, ca. 14 Km na rodovia da Conquista/Brumado, A.M.de
Carvalho 2599, 26.Dez.1989 (CEPEC, HUEFS); Km 5 a 10 Rod. Rio Bahia ao N, caatinga. T.S.dos Santos 2239,
15.Fev.1972 (CEPEC); E.F.Gusmão s.n., 22.Fev.1975 (ALCB 19422); 25Km ao S cidade, BR-116, mata
higrófila. G.Hatschbach 45138, 19.Jul.1982 (CEPEC, MBM). (E6) Wagner, Estrada que liga Wagner à BR-242,
caatinga, N.K.R.Souza et al. 4, 11.Set.1999 (HUEFS, SPF).
Material adicional: BRASIL, Pernambuco: Itanajé, G.C.P.Pinto et al. 04/71, s.d. (ALCB);
M.L.Guedes 28/31, 28.Fev.1983 (ALCB); M.L.Guedes et al. 2831, 28.Fev.1993 (ALCB); M.L.Guedes et al.
2908, 01.Mar.1993 (ALCB, SP).
Passiflora setacea pode ser confundida com P. recurva, diferenciando-se desta por ser
totalmente pubescente, enquanto P. recurva é totalmente glabra.
Killip (1938) cita como característica desta espécie a presença de glândulas nas
sépalas. No entanto, isto não foi observado em nenhum dos materiais examinados. As sépalas
apresentam, apenas, pequenas pontuações na face abaxial.
14. Passiflora cincinnata Mast., Gard. Chron. 37: 966. 1868. Tipo: Brasil, Ceará, Crato,
Gardner 1630, Nov.1838 (holótipo: K!; isótipos: BM!, US). (Mapa 7).
Trepadeira lenhosa; caule cilíndrico, estriado, velutino; gavinhas presentes. Estípulas
9-10 x 1 mm, persistentes, inteiras, linear-subuladas, margem serrilhada. Pecíolo 1,5-5 cm
compr.; glândulas 2, pateliformes, sésseis, situadas na porção basal do pecíolo; lâmina 4,57,5(-11) x 1,5-4(-15) cm, membranácea, (3-)5-lobada a (3-)5-partida, 3-lobada nas folhas
jovens, nervação reticulada; lobos oblongos, ápice mucronulado, margem crenada a serrilhada,
face abaxial levemente pubescente a glabra. Pedúnculo 2-8 cm compr., levemente
84
pubescente; brácteas 2,4 x 1,5-2,5 cm, persistentes, verticiladas situadas na porção distal do
pedúnculo, foliáceas, oval-lanceolada, com glândulas na base. Flores 8-12 cm diâm.,
solitárias; hipanto ca. 7 mm compr., curto-campanulado, glabro; sépalas 2,8-3,2 x 1-2 cm,
carnosas, face externa verde, face interna roxa ou violácea, oblongo-lanceoladas, carenadas,
aristadas no ápice da carena, corno 2-3 mm compr.; pétalas 2,5-3 x 8-10 cm, membranáceas,
violáceas, linear-lanceoladas; filamentos da corona em várias séries, violáceos, com faixas
rosadas e alvacentas próximas ao meio, os das duas séries mais externas ca. 3,5 cm compr.,
maiores do que as sépalas, com ápice frisado, os das duas séries mais internas mais curtos, ca.
0,5 cm compr., séries intermediárias com filamentos curtos, azul-claro; opérculo membranoso
com ápice filamentoso, branco; anel nectarífero presente, amarelado; límen cupuliforme,
envolvendo a base do androginóforo; androginóforo 2-3,5 cm compr., verde-claro com
manchas vináceas; filetes verdes, com manchas vináceas; anteras amarelas, com face dorsal
verde com manchas vináceas; ovário globoso, verde-claro, glabro; estiletes verdes com
manchas vináceas; estigmas verde-escuro. Baga ca. 5 x 3-4 cm, globosa, verde-escura, glabra.
Sementes ca. 5-6 x 4 mm, ovadas, reticuladas, foveoladas.
Nome vulgar: Flor-da-paixão, maracujá, maracujá-brabo, maracujá-cultivado,
maracujá-de-boi, maracujá-do-mato e maracujá-muchila.
Espécie com distribuição ampla na América do Sul, do leste do Brasil até o oeste da
Bolívia (Killip, 1938). No Brasil ocorre desde o Pará até São Paulo. É freqüente em locais
perturbados. Floresce durante quase todo o ano. Na Bahia é encontrada praticamente em todo
o Estado, em diferentes ecossistemas, como campo rupestre, caatinga, mata estacional e
cerrado (Mapa 7), em altitudes de 120 a 1.600 m.s.n.m.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Margem da rodovia Rio-Bahia, divisa Bahia-Minas
Gerais, E.P.Heringer 10206, 20.Jan.1965 (UB); Rodovia BR 4, 12 Km N da divisa Minas-Bahia, mata de cipó,
R.P.Belém 1164, 24.Jun.1965 (CEPEC, UB). (F6) Abaíra, on road to Abaíra ca. 8 Km to N of the Rio de
Contas, 1.000 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 15237, 18.Jan.1872 (CEPEC, K); subida da Forquilha da Serra, 1.4001.600 m.s.n.m., D.J.N.Hind et al. H 50286, 23.Dez.1991 (CEPEC, HUEFS, K, SPF); distrito de Catolés,
W.Ganev s.n., nov.1992 (HUEFS 13716); estrada Engenho de Baixo-Marques, W.Ganev s.n., 2.Dez.1992
(HUEFS 13720, SPF); Vassouras, caminho para Tapera, 1.000 m.s.n.m., W.Ganev 3092, 22.Abr.1994 (HRB,
HUEFS, K, SPF); Estrada saindo de Catolés de Baixo, sentido Ribeirão de Baixo, 1a. ponte, A.S.Conceição et al.
85
494, 29.Nov.1999 (HUEFS). (F5) Água Quente, Pico das Almas, vertente norte, vale acima da Fazenda Silveira,
1.500 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 27375, 25.Dez.1988 (CEPEC, SPF). (E6) Andaraí, Trecho Br 242,
A.J.Ribeiro 103, 23.Nov.1985 (ALCB, HUEFS); Rodovia que liga Itaberaba-Lençóis, a 40 Km ENE de Lençóis,
caatinga, 600 m.s.n.m., V.C.Souza et al. 5209, 13.Fev.1994 (HUEFS, MBM, SPF); a 14 Km do entroncamento
da Br 242, rumo a Andaraí, mata, A.C.Allem et al. 2959, 14.Nov.1984 (CEN, UPCB); Km 14 Rod.
Andaraí/Lençóis, margem da BA-142, pastaria em mata de cipo, L.A.Mattos Silva 2835, 22.Mai.1989 (CEPEC);
Estrada Lençóis - Andaraí, BA 142, 484 m.s.n.m., E.R.de Souza et al. 48, 24.Out.2000 (HUEFS). (E2)
Barreiras, Rio Piau, ca. 225 Km SW of Barreiras on road to Posse, Goiás, 850 m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 14641,
12.Abr.1966 (NY, UB); ca. 10 Km W of Bahia, 500 m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 31312, 02.Mar.1971 (NY, UB);
Rio Limpo, C.A.Miranda 220, 04.Abr.1978 (HRB, RB); BR 242, Km 989 Brasília-Fortaleza, beira de estrada,
cerrado, L.Coradin et al. 1181, 29.Set.1978 (CEN); Br 116, Km 1324, Brasília-Fortaleza, beira de estrada,
cerrado, L.Coradin et al. 1209, 30.Set.1978 (CEN, UPCB); BR 242 entre Posse e Barreiras, Km 191, cerrado,
820 m.s.n.m., L.Coradin et al. 5717, 15.Jun.1983 (CEN); 68 Km W de Barreiras, cerrado, L.P.de Queiroz 2098,
2.Nov.1987 (HUEFS); ca. 7 Km da Fazenda Inhaúma, T.Ribeiro et al. 32, 1.Fev.2000 (ALCB, CEPEC, HUEFS).
(D6) Barro Alto, Comunidade de Lagoa Funda, fazenda Lagoa Branca, T.S.Nunes et al. 302, 11.Abr.2001
(HUEFS). (E7) Boa Vista do Tupim, Assentamento Barra Verde, floresta estacional semidecídua, M.L.Guedes
s.n., 28.Abr.2001 (ALCB 54129). (F4) Bom Jesus da Lapa, Juá, caatinga, G.Hatschbach 55133, 14.Fev.1991
(CEPEC, MBM); ca. 22 km S do entroncamento para Bom Jesus da Lapa na estrada para Malhada, caatinga,
L.P.de Queiroz et al. 5887, 11.Fev.2000 (ALCB, HUEFS). (E6) Bonito, Assentamento Piratini, margem da
represa, D.M.Loureiro et al. 155, 20.Mai.2001 (ALCB). (E5) Boquira, Serra Geral, Serra do Brejo Grande,
campo rupestre, G.Hatschbach et al. 67623, 11.Mar.1998 (MBM). (D5) Brotas de Macaúbas, em direção a
Ipupiara, a 3 Km, M.L.S.Guedes et al. 7936, 25.Jan.2001 (ALCB, CEPEC, HUEFS). (D5) Cachoeira, Vale dos
Rios, 40-120 m.s.n.m., Grupo Pedra do Cavalo 483, Jul.1980 (ALCB, CEPEC, HUEFS). (G5) Caetité, Próximo
a torre da TV, M.L.Guedes et al. 2712, 28.Nov.1992 (ALCB); M.L.Guedes et al. 2718, 28.Nov.1992 (ALCB); 7
Km a E Caetité, estrada a Brumado, BR-030, caatinga arbórea, M.M.Arbo 7651, 22.Jan.1997 (CEPEC, CTES);
estrada para Brejinho das Ametistas, C.Correia et al. 38, 29.Abr.2001 (HUEFS); Estrada Br 030-Brejinho das
Ametistas, transição caatinga-cerrado, 715 m.s.n.m, F.França et al. 3770, 14.Abr.2002 (HUEFS). (B4) Campo
Alegre de Lourdes, Morro da Carlota, ca. 7,6 km NW de Campo Alegre de Lourdes, 594 m.s.n.m., caatinga,
L.P.de Queiroz et al. 6220, 21.Mai.2000 (HUEFS). (H6) Cândido Sales, 27 Km NE of Cândido Sales along
highway BR 116, G.Davidse et al. 11624, 30.Mar.1976 (SP); Rod. Br 116, divisa Alegre Cândido Sales, Km
102, beira de estrada, G.J.Shepherd et al. 4453, 09.Jan.1977 (MBM, R, UEC). (C8) Cansanção, 14Km SW
Cansanção, Rodovia para Queimadas, caatinga, solo seco, R.M.Harley 16486, 22.Fev.1974 (CEPEC, K, RB).
(D7) Capim Grosso, G.C.P.Pinto s.n., Abr.1971 (ALCB 2879). (F3) Correntina, ca. 20 Km N of Correntina,
on the road to Inhaumas, disturbed cerrado and waste graund, 600 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 21912,
28.Abr.1980 (CEPEC, K, UPCB). (B6) Delfino, campo rupestre, 1.124 m.s.n.m., A.Oliveira et al. 137,
03.Abr.2002 (HUEFS). (G3) Espigão Mestre, ca. 3 Km S of Cocos, 535 m.s.n.m., W.R.Anderson et al. 36926,
14.Mar.1972 (NY, UB). (E8) Feira de Santana, Campus da UEFS, J.A.L. Pinto 8, 16.Out.1980 (HUEFS);
86
L.R.Noblick 2083, 11.Out.1982 (HUEFS); Campus da UEFS, L.R.Noblick 2653, 18.Mai.1983 (CEPEC, HRB,
HUEFS, UPCB); L.P.de Queiroz 2150, 1.Jun.1988 (CEPEC, HUEFS, MBM); Bairro do Tomba, próximo ao
posto rodoviário, T.S.N.Sena 2, 11.Ago.1992 (HUEFS, MBM); Campus da UEFS, ao lado da Biblioteca,
T.S.N.Sena 5, 5.Jul.1993 (HUEFS, MBM); Campus da UEFS, no fundo do 5o. módulo, T.S.N.Sena 10,
30.Mar.1994 (HUEFS, MBM); Campus da UEFS, abaixo do bosque do Pau-Brasil, beira da nova estrada, 257
m.s.n.m., T.S.N.Sena 43, 6.Mai.1998 (HUEFS, MBM). (G8) Floresta Azul, Fazenda Futurosa, M.L.Guedes
2516, 21.Dez.1991 (ALCB). (D2) Formosa do Rio Preto, 10 km na estrada para localidade de Mato Grosso a
partir da rodoviária, entrada para localidade Arroz, E.B.Miranda Silva 361, 30.Fev.2000 (ALCB, HUEFS);
Estrada para Mato Grosso, 683 m.s.n.m., T.R.S.Silva 35, 2.Abr.2000 (ALCB, HUEFS). (B9) Glória, Brejo do
Burgo, F.P.Bandeira 73, 01.Dez.1992 (ALCB 24094). (E7) Iaçu, Morro da garrafa, 280 m.s.n.m., E.Melo et al.
2044, 22.Fev.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM, SPF). (F6) Ibicoara, Estarada para Mucugê, beira de estrada,
1.154 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 890, 16.Fev.2002 (HUEFS). (D6) Ibititá, estrada que liga Irecê a Ibititá, 870
m.s.n.m., caatinga, J.E.M.Brazão et al. 330, 29.Mai.1984 (HRB, MBM, UB). (E8) Ipirá, Fazenda Santana.
E.Melo 1087, 4.Abr.1994 (HUEFS). (D5) Irará, á margem da estrada Irará-Alagoinhas, Km 5, W.Santana s.n.,
30.Mar.1975 (ALCB 2857). (D6) Irecê, Aguada Nova, B.C.Bastos 69, 12.Out.1980 (HRB). (E7) Itaête,
Assentamento Baixão, limite da fazenda margeando capoeira, D.L.Santana et al. 248, 15.Abr.2001 (ALCB). (I8)
Itagimirim, entre Itagimirim e Eunapólis, capoeira, L.E.M.Filho et al. 2926, 25.Nov.1970 (CEPEC, R). (H8)
Itapebi, 8,5 Km de Itapebi para Belmonte, T.S.Nunes et al. 776, 08.Jan.2002 (HUEFS); 31 Km de Itapebi para
Belmonte, T.S.Nunes et al. 786, 08.Jan.2002 (HUEFS). (E8) Itatim, Morro do Agenor, mata, 1.460 m.s.n.m.,
F.França et al. 1483, 26.Nov.1995 (HUEFS); Morro das Tocas, mata, orla externa da mata, 310-430 m.s.n.m.,
E.Melo et al. 1386, 16.Dez.1995 (HUEFS); Morro do Agenor, Inselberg, E.Melo et al. 1562, 31.Mar.1996
(HUEFS); V.de M.Monteiro 27, 27.Out.1996 (HUEFS); Morro do Agenor, Inselbergs, interior da mata, 310-430
m.s.n.m, C.Correia et al. 14, 14.Abr.2000 (HUEFS). (F7) Itiruçu, Saída de Itiruçu/Maracás, campo rupestre,
J.A.de Jesus 396, 21.Mai.1969 (CEPEC); Km 25 da estrada Maracás/Itiruçu, Fazenda São Roque, mata de cipó,
A.M.de Carvalho et al. 1582, 09.Fev.1983 (CEPEC). (F6) Ituaçu, Sítio Água Preta, E.P.Gouvêa 34/88,
31.Mar.1988 (ALCB 21133); E.P.Gouvêa 34/88, 24.Nov.1988 (ALCB 21672); E.P.Gouvêa s.n., 30.Nov.1989
(ALCB 21904); Cachoeira, M.C.Ferreira 475, 01.Mar.1992 (HRB, HUEFS). (D7) Jacobina, 30 Km desta, na
direção de Morro do Chapéu, beira da estrada, R.P.Lyra-Lemos et al. 1821, 14.Abr.1991 (IAC, SPF); Estrada
Jacobina-Itaitú, ca. de 22 km a partir da sede do município, caatinga, A.M.Amorim et al. 975, 21.Fev.1993
(ALCB, CEPEC, HUEFS, MBM); Serra do Tombador, 910 m.s.n.m., A.M.Giulietti et al. in PCD 2696,
31.Mar.1996 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K, SPF); 12 Km ao NW cidade, Margem da estrada para
Umburanas, BR-324, campo rupestre, solo pedregoso, M.M.Arbo 7349, 17.Jan.1997 (CEPEC, CTES); Serra do
Cruzeiro, T.Ribeiro et al. 178, 07.Abr.2001 (HRB, HUEFS). (F8) Jaguaquara, 14 Km N do entroncamento da
Br 116 com a Ba 250, capoeira, L.P.de Queiroz 2201, 25.Mar.1989 (CEPEC, HUEFS); Zona de mata, R.P.Belém
et al. 217, 22.Jan.1965 (RB, UB). (F7) Jequié, J.Vidal IV/1019, Mai.1954 (R); A.P.Duarte et al. 9317,
23.Set.1965 (RB); Serra do Sincorá, about 70 Km from Jequié on the BA-026, about 14 Km E of Pé de Serra,
400 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 20701, 21.Mar.1980 (CEPEC, K); Ramal que leva a torre de transmissão ca. 3,4
87
Km a partir do acesso que liga a cidade a BR 116, caatinga arbustiva, A.Amorim et al. 2743, 08.Abr.1999
(CEPEC, SP). (D6) Jussara, Baixão dos Honorato, caatinga, H.P.Bautista et al. 921, 03.Abr.1984 (HRB, RB).
(E6) Lençóis, entre Lençóis e Itaberaba, E.Pereira 2065, 15.Set.1956 (RB); estrada chegando em Lençóis,
entroncamento para Remanso, G.Martinelli et al. 5309, 28.Out.1978 (RB); Br 242, 112 Km W de Itaberaba,
caatinga, 500 m.s.n.m., L.P.de Queiroz 1323, 20.Nov.1986 (HUEFS); 107 Km W de Itaberaba, à margem da Br
242, caatinga, L.P.de Queiroz 2007, 31.Out.1987 (HRB, HUEFS, RB); Campo rupestre, M.Sobral 7564,
Abr.1994 (HUEFS, MBM); Serra da Chapadinha, cercado próximo a Fazenda do "Velho" antes da cancela,
M.C.Ferreira et al. in PCD 1891, 27.Abr.1995 (ALCB, CEPEC, HUEFS, K, SPF); Barro Branco, beira de rio,
E.Melo et al. in PCD 1318, 07.Out.1995 (ALCB, HUEFS); ao longo da rodovia para a cidade, Km 9, 480
m.s.n.m., mata ciliar, M.Alves et al. 1062, 18.Out.1997 (UFPE, IPA); Assentamento Araruana, próximo a
margem do Rio Bonito de Cima, M.L.Guedes s.n., 04.Jun.2001 (ALCB 54188). (G5) Lícinio de Almeida, Rod.
BA-S/C Caculé/Lícinio de Almeida, 38,3 Km, 850 m.s.n.m, J.G.Jardim et al. 3254, 30.Mar.2002 (CEPEC). (G7)
Manoel Vitorino, Rodovia para Jequié, BR-116, caatinga, A.Gentry 49971, 09.Fev.1985 (CEPEC, MO). (F7)
Maracás, Fazenda Nova Esperança, 3 km leste da Fazenda do Caboclo (na bifurcação), R.P.Oliveira et al. 387,
27.Fev.2000 (HUEFS); 6 Km SW cidade, caatinga, afloramento rochoso, M.Sobral 5904, Jan.1988 (CEPC,
ICN). (D7) Miguel Calmon, entre a Fazenda Pé de Serra e o riacho do Caldeirão, T.Ribeiro et al 126,
05.Abr.2001 (HRB, HUEFS). (E8) Milagres, Morro Nossa Senhora dos Milagres, just west of Milagres, open,
disturbed scrub on granite hill, 500-600 m.s.n.m., R.M.Harley 19463, 6.Mar.1977 (CEPEC, IPA, K, RB); morro
Pé de Serra, 580 m.s.n.m., F.França et al. 2158, 15.Mar.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM, SPF). (D6) Morro do
Chapéu, 16 Km SW de Morro do Chapéu, caminho para Utinga, 1.030 m.s.n.m., M.M.Arbo et al. 5367, s.d.
(CTES, K, SPF); Faz. Santa Maria, 991 m, E.Woodgyer et al. in PCD 2459, s.d. (ALCB, K); Serra do Tombador,
ca. 2 Km E of Morro do Chapéu, road to Mundo Novo, 1.000 m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 30726, 21.Fev.1971
(NY, UB); 23 Km SE of the town of Morro do Chapéu on the road to Mundo Novo, 900 m.s.n.m., R.M.Harley et
al. 19364, 03.Mar.1977 (CEPEC, IPA, K, RB); ca. 20 km E do entroncamento para Cafarnaum, com a BA-052,
estrada do feijão, cerrado, L.P.de Queiroz et al. 4012, 18.Jun.1994 (HUEFS); 7 Km ao SW Várzea Nova, estrada
p/ Morro do Chapéu, BA-426, caatinga, M M.Arbo 7431, 17.Jan.1997 (CEPEC, CTES); Rio Ferro Doido, mata,
760 m.s.n.m., E.Melo et al. 3091, 15.Nov.1999 (HUEFS). (F6) Mucugê, 10 Km along road S of Mucugê, 2.800
pés, L.R.M.King et al. 8752, 01.Fev.1981 (UB, US); 2 Km ao N Mucugê, estrada para Andaraí, campo rupestre,
M.M.Arbo 7568, 20.Jan.1997 (CEPEC, CTES); Caminho para Abaíra, 970 m.s.n.m., campos gerais, S.Atkins et
al. in PCD 5594, 13.Fev.1997 (ALCB); 12 Km S da cidade, Chapada Diamantina, na BA-142, 1.000 m.s.n.m.,
M.L.Guedes et al. 6275, 31.Jan.1999 (ALCB); estrada para o capão do correio, campo rupestre, 1.062 m.s.n.m.,
T.S.Nunes et al. 864, 15.Fev.2002 (HUEFS). (K8) Mucuri, BA/ES, vale do Rio Mucuri ao lado da BR-101.
Plantação de cacau. R.P.Belém 3866, 13.Jul.1968 (CEPEC). (D7) Mundo Novo, Rodovia BA 052, 15 Km O da
Bahia, G.Hatschbach et al. 44270, 15.Out.1981 (CEPEC, MBM). (D9) Nova Soure, entre Paraná e Nova Soure,
A.L.Costa s.n., 20.Jan.1964 (ALCB 2858). (E6) Palmeiras, Serra dos Lençóis, a E de Pai Inácio, BR-242,
campo rupestre, P.A.Loizeau 527, 27.Nov.1986 (CEPEC); Morro do Pai Inácio, M.L.Guedes et al. in PCD 1987,
28.Jun.1995 (ALCB, HUEFS); margem da estrada para a Torre de repetição, 900 m.s.n.m., campo rupestre,
88
M.L.Guedes et al. in PCD 3, 04.Jul.1994 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K, SPF); Pai Inácio, 1.080 m.s.n.m.,
A.M.Carvalho et al. in PCD 1017, 26.Out.1994 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K, SPF); 1.150 m.s.n.m.,
campo rupestre, E.Melo et al. in PCD 1138, 21.Nov.1994 (ALCB, CEPEC, HUEFS, K); Base do morro,
A.E.Ramos et al. 1125, 17.Jan.1996 (CEN); Morro do Pai Inácio, A.A.Conceição et al. 260, 17.Jan.1997 (SPF).
(F5) Paramirim, Fazenda Curral Velho, caatinga, T.R.S.Silva et al. 77, 18.Abr.2001 (HUEFS). (G7) Planalto,
Br 4, BA Km 1037, A.Pereira 10600, 16.Jan.1968 (HUEFS, RFA). (F6) Rio de Contas, Pico das Almas,
vertente leste, estrada Fazenda Brumadinho - Fazenda Silveira, 1.250-1400 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 27709,
23.Dez.1988 (CEPEC, MBM, SPF); Fazendola, 1.110 m.s.n.m., cerrado, H.P.Bautista et al. 4375, 16.Nov.1996
(ALCB, CEPEC); subida para a Ponte do Coronel, mata ciliar, T.S.N.Sena et al. 40, 28.Mar.1998 (CEPEC,
HUEFS, SPF). (D5) Salvador, Largo, L.R.Noblick 1892, 01.Jun.1980 (ALCB). (I8) Santa Cruz Cabrália, mata
costeira, R.P.Belém et al. 3292, 8.Mar.1967 (CEPEC, UB). (E8) Santa Terezinha, 4 Km NW de Pedra Branca,
caatinga, 400 m.s.n.m., L.P.de Queiroz et al. 1533, 27.Mai.1987 (HUEFS, MBM); T. Lima et al. s.n.,
15.Mai.1999 (HUEFS 45320). (F4) Santana, ca. 34 km N de Santa Maria da Vitória na estrada para Santana,
caatinga, L.P.de Queiroz et al. 5988, 14.Fev.2000 (ALCB, HUEFS). (E8) Santo Estevão, entre Santo Estevão e
Paraguaçu, A.L.Costa s.n., 29.Set.1973 (ALCB 2856). (E6) Seabra, a 12 Km de Seabra na direção de
Campestre, H.P.Bautista 1411, 15.Nov.1983 (HRB); G.C.P.Pinto et al. 405/83, 15.Nov.1983 (HRB); 3 Km a
Oeste de Seabra, na BR-242, H.P.Bautista et al. 845, 17.Mar.1984 (HRB, MG, RB). (C7) Senhor do Bonfim,
12 Km ao N cidade, BA-130 para Juazeiro, Serra da Jacobina, a W da Estiva, mata de galeria, R.M.Harley
16606, 01.Mar.1974 (CEPEC, K); estrada entre Senhor do Bonfim e Campo Formoso, caatinga, T.S.Nunes et al.
569, 18.Jun.2001 (HUEFS). (B6) Sento Sé, 16 Km NW Lagoinha (5.5 Km SW Delfino) Rodovia para Minas do
Mimoso, cerrado, solo pedregoso, R.M.Harley 16993, 08.Mar.1974 (CEPEC, K, RB); Serra da Melância,
caatinga, A.M.Miranda et al. 83, 05.Jan.1990 (HRB). (E8) Serra Preta, Fazenda Lagedo Alto, caatinga,
R.C.M.S.Araújo 1, Jul.2000 (HUEFS). (C9) Tucano, ca. 7 Km na estrada Tucano para Araci, caatinga, A.M.de
Carvalho et al. 3833, 28.Fev.1992 (CEPEC); Km 7 a 10 na estrada Tucano/Ribeira do Pombal, cerrado/caatinga,
A.M.de Carvalho 3925, 21.Mar.1992 (CEPEC). (H8) Una, Margem do Rio Una, P.C.Porto 1373, 30.Dez.1922
(RB). (G5) Urandi, rod. Urandi-Lícinio de Almeida (BA-026) a 8,9 Km da sede de Urandi, H.P.Bautista 2337,
30.Set.1997 (HRB). (E6) Utinga, estrada Wagner-Utinga, J.R.Pirani et al. CFCR 7454, s.d. (K, SPF). (G7)
Vitória da Conquista, estrada Rio-Bahia (de Vitória da Conquista para Teófilo Otoni), L.Emygdio et al. 2508,
19.Dez.1966 (R); Km 2 da BA-265, trecho Conquista/Barra do Choça, margem da rodovia, mata de cipó,
vegetação secundária em área devastada, S.A.Mori 9421, 04.Mar.1978 (CEPEC); agência VW lado S da cidade,
1.000 m.s.n.m., M.G.L.Wanderley et al. 1653, 12.Nov.1988 (HUEFS, SP).
Material adicional: BRASIL, Gardner 1025, Nov.1837 (IPA, K). Alagoas, Gardner 1315,
Abr.1838 (isótipo: K!; foto do isótipo; IPA). Ceará: Crato, Gardner 1630, Nov.1838 (holótipo: K! fotos do
holótipo de K: HUEFS, IPA). Mato Grosso: Terrenos, cerrado, G.Hatschbach 23708, 17.Fev.1970 (MBM).
Mato Grosso do Sul: Anastácio, Rodovia BR 119, 11 Km S de Anastácio, G.Hatschbach et al. 58915,
89
11.Fev.1993 (MBM). Bela Vista, Córrego Capú, G.Hatschbach 49196, 17.Mar.1985 (MBM). Minas Gerais:
Claro dos Poções, Rodovia BR 365, próximo ao trevo Boa Sorte, G.Hatschbach 61837, 13.Mar.1995 (MBM).
Itaobim, Rodovia BR 116, 20 Km S de Itaobim, G.Hatschbach et al. 47342, 18.Jan.1984 (MBM). Prata,
arredores, G.Hatschbach et al. 38571, 2.Abr.1976 (MBM). Pernambuco: Araripina, 15,4 Km NW of
Araripina, G.Eiten 10852, 06.Mar.1970 (K). Brejo de Madre de Deus, subida para Faz. Bituri, A.M.Miranda et
al. 1099, 13.Nov.1993 (ALCB, HST, HUEFS, SP); propriedade do Bituri, capoeira, M.A.Maia Filho 05,
16.Out.1980 (IPA, MBM). Caruaru, Serra dos Cavalos, Floresta de altitude, M.C.Ferreira 1232, 24.Dez.1997
(HRB). Inajá, Reserva Ecológica Serra Negra, A.M.Miranda et al. s.n., 23.mar.1994 (ALCB 26130). Piauí: São
Raimundo Nonato, Vitorino, Faz. Laboratório Vitório, ca. 12 Km E da Fundação Ruralista (sede) 220 Km ENE
de Petrolina, G.P.Lewis 1129, 19.Jan.1982 (CEPEC, K); Serra Branca, E.Ule 7165, 1907 (IPA foto, K).
Muito apreciada por seu fruto de sabor agridoce, muitas vezes cultivada em pequena
escala para produção de suco, visando o abastecimento de mercados locais, como pode ser
observado em feiras livres de algumas cidades do interior.
Passiflora cincinnata pode ser confundida com P. coerulea pelas folhas, pentalobadas
em ambas as espécies. Pode ser diferenciada pelo tamanho e coloração dos filamentos da
corona, maiores do que as pétalas e de coloração arroxeada em P. cincinnata, e menores do
que as pétalas e de coloração azulada em P. coerulea. P. cincinnata apresenta um par de
glândulas na base da bráctea, caráter não encontrado em P. coreulea. P. coerulea não é, até o
momento conhecida para a Bahia.
15. Passiflora trintae Sacco, Sellowia 20: 22, figs. 1,2. 1968. Tipo: Brasil, Minas Gerais,
Pedra Azul: Z.A.Trinta 822 & E.Fromm 1898, 20.Abr.1964 (R!). (Figura 4A; Mapa 7).
P. caatingae L.K.Escobar, Ann. Miss. Bot. Gard. 76: 880. 1989. Tipo: Brazil: Bahia, 27
km NE of Cândido Sales along highway BR-116, G.Davidse et al. 11635A (Holótipo: MO).
Trepadeira, totalmente glabra; caule lenhoso, com seção circular e com estrias em
toda sua extensão, formando pequenas protuberâncias; gavinhas lenhosas presentes. Estípula
1-2 x 5 mm, persistente, inteira, linear-lanceolada, base simétrica, margem lisa. Pecíolo 2-3,5
cm compr.; glândulas 2-4, sésseis, situadas na porção mediana a distal do pecíolo; lâmina 3,57 x 2-2,5 cm, coriácea, oboval, 3-lobada, raramente 4-lobada, 3-nervada, ápice acuminado,
90
base simétrica cordada, margem serrulada, lobos medianos e laterais do mesmo tamanho,
lobos laterais 3,5-6,5 x 1-3 cm, glândulas 2-4 nos sinus. Pedúnculo 5-7 cm compr., articulado
no ponto de inserção das brácteas; brácteas 1,5-2 x 0,5-1 cm, persistentes, inteiras,
verticiladas, situadas no ápice do pedúnculo, nervação reticulada, oval-oblongas, ápice agudo,
mucronado, margem denticulada. Flores 6-8 cm diâm., solitárias; hipanto 1-2 cm compr.,
cilíndrico-campanulado, expandido na base, cupuliforme; sépalas 2,5-4 x 0,5-0,8 cm,
carnosas, vermelhas, sem glândulas, oblongas, ápice agudo, com arista terminando em um
corno de ca. 3 mm compr.; pétalas 2,5-3 x 0,5-0,8 cm, membranáceas, vermelhas, oblongas;
filamentos da corona em três séries, os da série externa 5-8 cm compr., com base dilatada,
róseo-avermelhados, com base roxa, os da série interna ca. 3 cm compr., filiformes; opérculo
membranoso; límen membranoso envolvendo a base do androginóforo, com ápice
filamentoso; anel nectarífero presente; androginóforo ca. 3,5 cm compr.; filetes verdes com
manchas rosadas; anteras verdes; ovário elíptico, fusiforme, verde, glabro; estiletes vermelhos,
glabros; estigmas capitados, verdes. Baga ca. 5-8 x 4-6 cm, globosa, verde. Sementes ca. 7 x
4 cm, oblongas, finamente foveoladas.
Encontrada em matas estacionais e cerradas de Minas Gerais e da Bahia. Neste Estado
foi encontrada em áreas de mata estacional e mata atlântica, ocasionalmente em áreas de
caatinga, entre o centro-sul/centro-norte da Bahia e o extremo oeste deste Estado (Mapa 7),
em altitudes variando de 600 a 1.000 m.s.n.m. Floresce e frutifica de outubro a abril.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Rodovia BR 4, 20 Km N da divisa Minas-Bahia, mata de cipó,
R.P.Belém et al. 361, 29.Jan.1965 (K, UB). (G7) Barra do Choça, 7 Km W of Barra do Choça, on the road to
Vitória da Conquista. High mata de cipó, forest, with mixed decíduous and evergreen trees and dense and
impenetrable undestorey of often spiny shrubs and small trees, and bamboos. R.M.Harley et al. 20197,
30.Mar.1977 (CEPEC, K); estrada que liga São Sebastião a Barra do Choça, 7 Km ao SE de São Sebastião,
pastaria e mata de cipó remanescente, S.A.Mori et al. 11267, 21.Nov.1978 (CEPEC). (H6) Cândido Sales, 27
Km NE of Cândido Sales, along highway BR 116, G.Davidse et al. 11625, 30.Mar.1976 (SP); Rod. BR 116, 3
Km S de Cândido Sales, caatinga, G.Hatschbach 47350, 19.Jan.1983 (CEPEC, MBM); Veredinha, arredores,
G.Hatschbach 48182, 14.Set.1984 (MBM); Rod. Br 116, G.Hatschbach et al. 50040, 20.Nov.1985 (MBM). (E3)
Coribe, cerca de 10 Km L de Coribe, estrada Coribe/Descoberto, cerrado, 670 m.s.n.m., F.França et al. 3837,
17.Abr.2002 (HUEFS). (E3) Cristopólis, Rodovia BR 242, caatinga, G.Hatschbach et al. 44131, 10.Out.1981
(CEPEC, MBM). (E8) Milagres, entre Milagres e Jaguaguara, E.P.Heringer 10282, 20.Jan.1965 (UB). (G7)
Planalto, Br 4, Bahia Km 1037, A.Pereira 10601, 16.Jan.1968 (HUEFS, RFA); 2 Km ao Sul da Sede do
91
município na Br 116, mata estacional, E.Melo et al. 1181, 14.Abr.1995 (HUEFS, MBM). (G7) Vitória da
Conquista, Km 10 a 15 da rod. Conquista–Anagé, caatinga, T.S.Santos 2495, 22.Nov.1972 (CEPEC); ca. 14 Km
na rodovia Vitória da Conquista – Brumado, caatinga, A.M.de Carvalho et al. 2604, 26.Dez.1989 (CEPEC); Km
2 da rod, BA-265, trecho Vitória da Conquista-Barra do Choça, margem da rodovia, região de mata de cipó,
vegetação secundária em área devastada, 900 m.s.n.m., S.A.Mori et al. 9416, 4.Mar.1978 (CEPEC); 6 km antes
da cidade na estrada de Madeira, 500-1000 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 27713, 23.Dez.1988 (CEPEC, SPF).
Material adicional: BRASIL, Minas Gerais: Grão Mogol, Cerrado na estrada para Rio Ventania, 750
m, J.R.Pirani et al. CFCR 12691, 13.Dez.1989 (HUEFS, MBM, SPF); Vale do ribeirão das mortes, acima da
cidade, 910 m, carrascal, R.Mello-Silva et al. CFCR 10116, 04.Set.1986 (SPF). Jequitinhonha, Entre
Jequitinhonha e Pedra Azul, Km 05, G.J.Shepherd et al. 4448, 09.Mar.1977 (MBM, UEC). Pedra Azul, ca. 15
Km (em linha reta) da cidade Km 47 da Br 116, 790 m.s.n.m, afloramento rochoso pouco íngreme, V.C.Souza et
al. 5190, 11.Fev.1994 (HUEFS, SP).
Passiflora trintae pode ser confundida com P. setacea ou P. recurva. Diferencia-se de
P. recurva por apresentar margem da lâmina serreada (x lisa), e de P. setacea por esta
apresentar caule e folhas pubescentes enquanto P. trintae é totalmente glabra.
Escobar (1989), descreveu como P. caatingae uma nova espécie proveniente dos
estados de Minas Gerais e Bahia, incluindo-a no subgênero Tacsonioides. A autora apresentou
nesta publicação, um xerox do holótipo, depositado no Herbário do Missouri (MO). Esta
espécie no Estado da Bahia seria encontrada na região da Serra Geral, principalmente no
muncípio de Cândido Sales. O material encontrado nesta localidade durante o
desenvolvimento deste estudo corresponde a P. trintae, descrita por Sacco (1968). O material
depositado no herbário SP, citado na descrição de Escobar como P. caatingae, corresponde a
P. trintae, e as caracterísitcas constantes na descrição e ilustração apresentadas por esta autora
não deixam dúvida de que se tratam da mesma espécie, que são aqui sinonimizadas.
92
93
P. cincinnata
P. trintae
Mapa 7. Distribuição de P. cincinnata e P. trintae no Estado da Bahia.
94
95
16. Passiflora edulis Sims., Bot. Mag. 45: tab. 1989. 1818. Tipo não preservado (descrita de
plantas cultivadas na Europa, cujas sementes foram enviadas do Brasil). (Figura 4B-D; Mapa
8).
Trepadeira, totalmente glabra ou esparsamente vilosa; caule cilíndrico, estriado;
gavinhas presentes. Estípulas ca. 1 x 0,1 cm, caducas, inteiras, lineares, ápice agudo, base
simétrica, margem lisa. Pecíolo 1-3 cm compr.; glândulas 2, sésseis, orbiculares, situadas no
ápice do pecíolo; lâmina 6-10(-13) x 8-13 cm, 3-lobada, inteira quando jovem, membranácea a
subcoriácea, 3-nervada, nervuras nascendo no ápice do pecíolo, face adaxial e face abaxial
glabras, base simétrica, cordada ou cuneada, com glândulas sésseis na margem e nos sinus
foliares; lobos oblongo-elípticos, ápice agudo ou acuminado, margem serreada, lobo mediano
7-10(-13) x 2,5-4 cm, oblongo-elíptico a oval-lanceolado, lobos laterais (4,5-)6-8 x 2,5-3 cm.
Pedúnculo 2-5 cm compr., articulado no ponto de inserção das brácteas; brácteas 2-2,5 x 11,5 cm, persistentes, verticiladas na porção distal do pedúnculo, ovais a oblongas, laciniadas,
nervura central proeminente, ápice agudo e mucronado, margem serreada com glândulas
sésseis. Flores 6-8 cm diâm., solitárias; hipanto ca. 1 cm compr., campanulado, com nervuras
proeminentes; sépalas 1,5-3 x 0,8-1 cm, carnosas, verdes na face externa, brancas na face
interna, oblongas, corniculadas, corno 0,5-1,5 cm, ápice agudo, margem lisa com duas
glândulas sésseis na porção distal; pétalas 2-3,5 x 5-7 cm, membranáceas, brancas, oblongas,
ápice agudo, margem lisa; filamentos da corona em cinco séries, os das duas séries externas
maiores do que as pétalas, filiformes, os das três séries internas curtas, ca. 1 mm compr.,
denticulados, bandeamento arroxeado até a metade inferior, branco na metade superior;
filamentos filiformes, com pequenos processos dentiformes no interior do hipanto; opérculo
membranoso com filamentos curtos na margem; anel nectarífero presente; límen cupuliforme,
inteiro; androginóforo com tróclea na altura do límen, ca. 4 mm compr.; filetes verdes; anteras
amarelas; ovário ovóide-elíptico, velutino, verde-claro; estiletes pilosos, alvo-vináceos,
estigmas capitados, verde-escuros. Baga ca. 4-8 x 2-6 cm diâm., globosa, verde-amarelada ou
verde-escura quando imatura, amarela quando madura. Sementes ca. 5-6 mm x 3-4 mm, ovais,
reticuladas ou foveoladas.
Nome vulgar: Gema-de-ovo-grande, maracujá, maracujá-de-boi, maracujá-mirim,
maracujá-peroba, maracujá-preto, maracujá-redondo, maracujá-roxo ou peroba-roxa.
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Espécie nativa do Brasil, encontrada naturalmente ou em plantações comerciais em
todo o Brasil, chegando até o Paraguai e Nordeste da Argentina. É cultivada extensivamente
em muitos países tropicais. Floresce e frutifica durante praticamente todo o ano. Encontrada
na Bahia em condição espontânea em áreas de mata atlântica e mata estacional (Mapa 8), em
altitudes de 50 a 700 m.s.n.m.
Material examinado (plantas provavelmente não cultivadas) BRASIL, Bahia: Amado, 08.Jan.1973
(RB). (G7) Barra do Choça, Km 15 da Rod. Barra do Choça/Caatiba, capoeira, R.S.Pinheiro 2214, 29.Jul.1973
(CEPEC). (H9) Belmonte, ca. 26 Km SW of Belmonte along road to Itapedi, and 4 Km along side road towards
the sea, R.M.Harley 17428, 25.Mar.1974 (CEPEC, K, RB); Km 51 da Rod. Itapebi/Belmonte, 5Km a W
Barrolândia, área da EGREB, mata higrófila, F.S. Santos 860, 30.Mar.1988 (CEPEC). (G7) Boa Nova, 27 Km
West of Dario Meira on road to Boa Nova (17,1 Km east of Boa Nova), 300 m.s.n.m., W.W.Thomas et al. 12225,
14.Out.2000 (CEPEC, NY). (E6) Bonito, Estrada Bonito-Utinga, ca. 5km da cidade, D.S.Carneiro-Torres 63,
11.Nov.1998 (HUEFS). (H9) Canavieiras, Ramal a direita depois da ponte, na estrada Una/Canavieiras, ca. 1
Km da Ba-001 na rodovia para o cubículo, T.S.Nunes et al. 755, 07.Jan.2002 (HUEFS). (D10) Conde, Fazenda
do Bu, mata do Fundão I, J.Costa et al. 5, 12.Dez.1995 (HRB, HUEFS). (F8) Cravolândia, Três Braços, E.Melo
& F.França 469, 15.Jan.1991 (CEN). (E8) Cruz das Almas, G.C.P.Pinto et al. 46/89, 13.Nov.1989 (HRB,
MBM, RB). (D10) Entre Rios, Porto de Sauípe, Restinga arbustiva, M.L.Guedes et al. 3833, 20.Abr.1996
(ALCB). (I8) Eunapólis, M.L.Guedes 4104, 14.Jan.1997 (ALCB). (E8) Feira de Santana, T.S.N.Sena 3,
22.Mai.1993 (HUEFS, MBM). (G8) Floresta Azul, Torre da Coelba, entrada a ca. 12 Km da sede municipal na
rod. Para Itapetinga, ca. 8 Km da entrada, 700 m.s.n.m., J.G.Jardim et al. 3050, 25.Jul.2000 (CEPEC). (G8)
Ilhéus, Rodovia Ilhéus/Itabuna (BR 415), Fazenda Omonita, 40 m.s.n.m., N.R.S.Santos et al. 82, 08.Fev.1998
(HUEFS, UESC); Área do CEPEC, Km 22 da rodovia Ilhéus/Itabuna (BR 415), região de mata higrófila sul
baiana, 50 m.s.n.m., J.L.Hage 1569, 16.Dez.1981 (CEPEC, HUEFS); Olivença, restinga, L.E.M.Filho 3041,
01.Dez.1970 (CEPEC). (G8) Itacaré, 6 Km SW cidade, ao S Rod. Itacaré/Ubaitaba, mata costeira, R.M.Harley
18373, 29.Jan.1977 (CEPEC, K). (G8) Itajuípe, Plantação de cacau, R.P.Belém et al. 2926, 24.Nov.1966 (UB).
(G8) Maraú, mata costeira, R.P.Belém 3060, 12.Jan.1967 (CEPEC, MG, UB). (I8) Porto Seguro, Reserva
Brasil Holanda S/A, entrada Km 22 Rodovia para Eunapólis, 9,5 Km na entrada, mata perturbada, A.M.de
Carvalho 4477, 06.Abr.1994 (CEPEC); Parque Nacional de Monte Pascoal, Área limite entre o PARNA e a
Reserva Indígena, Barra Velha da tribo Pataxó, mata higrófila sul baiana, A.M.Amorim et al. 2548, 13.Set.1998
(CEPEC, SP). Salobrinho, Rua São Paulo, s.n., L.C.do B.Costa 0082, 10.Jun.1998 (UESC). (D5) Salvador,
Lagoa do Abaeté. B.F.Viana 94, 5.Nov.1996 (ALCB, CEPEC, HUEFS); Restinga, R.P.Belém et al. 260,
24.Jan.1965 (CEPEC); Área de Pituaçu (UCSal), floresta atlântica, M.L.Guedes et al. 2552, 17.Fev.1992 (ALCB,
HRB); Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, floresta Ombrófila, G.A.Faria et al. 68, 26.Out.1997 (HRB); Paripe,
97
Área antropizada, E.Saar 36, 01.Out.1996 (ALCB); Itapuã, dunas, M.L.Guedes s.n., 18.Set.1994 (ALCB 26676,
CEPEC); Dunas do Abaeté, M.L.Guedes s.n., 07.Mai.1995 (ALCB 027984); D.J.N.Hind & M.L.Guedes 63,
20.Fev.1992 (ALCB); L.P.de Queiroz 520, 02.Abr.1983 (ALCB); próximo a Abaeté, M.L.Guedes 913,
2.Dez.1984 (ALCB); próximo ao aeroporto, M.L.Guedes 601, 02.Abr.1983 (ALCB); M.L.Guedes 543,
12.Set.1982 (ALCB); Lagoa do Abaeté-Itapoan, L.R.Noblick 1319, 12.Mai.1979 (ALCB); Alunos da 2a. Série
s.n., 15.Out.1980 (ALCB 2855); Arredores do Parque Metropolitano do Abaeté, A.O.França 01, 31.Out.1995
(ALCB); Mata dos Oitis, Grupo da Oceplan s.n., 14.Ago.1976 (ALCB 20213); Alunos de Extensão CESU s.n.,
29.Set.1983 (ALCB 19622); Stella Mares, condomínio Retromar, C.B.Nascimento et J.Costa 47, 22.Fev.1998
(HRB, HUEFS); Inhambupe, contato savana/estepe, G.C.P.Pinto 11/83, 14.Fev.1983 (HRB). (I8) Santa Cruz
Cabrália, Torre da EMBRATEL, final do ramal com entroncamento Km 26 BR-367 para Porto Seguro, mata
devastada, S.A. Mori 10870, 20.Out.1978 (CEPEC); área da Estação Ecológica do Pau-Brasil, mata higrófila,
F.S.Santos 102, 12.Jan.1984 (CEPEC). (D5) São Sebastião do Passé, Lamarão do Passé, Ponto 4, atrás da
Caraíba, restinga, substrato areno-argiloso, A.F.S.Nascimento 140, 18.Out.1998 (ALCB, CEPEC). (F8)
Teolândia, Três Braços, E.Melo & F.França 455, 15.Jan.1991 (CEN). (H8) Una, 8 a 10 Km ao N Una, BA-001,
orla da restinga, G.Hatschbach 57028, 12.Abr.1992 (CEPEC, MBM). (G8) Uruçuca, Parque Estadual Serra do
Candiru, ca. 11,5 Km de Serra Grande em direção a Uruçuca, com 1 Km do ramal à esquerda, mata higrófila sul
baiana, S.C.de Sant'Ana et al. 848, 18.Mai.2000 (CEPEC); Distrito Serra Grande, Km 30 da rod. Ilhéus/Itacaré,
M.B.Jogaib et al. 39, 02.Mar.2000 (CEPEC). (D5) Vera Cruz, Cacha Pregos, M.L.Guedes et al. 2521,
09.Jan.1991 (ALCB).
Material Adicional: Brasil, Alagoas: near of the Rio São Francisco, Gardner 1313, 03.Mar.1938 (K,
IPA foto). Paraná: Campina Grande do Sul, Rodovia para o Parque das Lauráceas, J.Cordeiro et al. 867,
29.Out.1992 (HRB, MBM). Pernambuco: Belo Jardim, Muquen, V.C.Lima & C.Ferreira 12, 20.Jan.1998
(IPA). Carpina, R.Bedi 242, 1986 (IPA 51676). Iguarassú, Mata da Usina de São José, A.Silva s.n.,
21.Nov.1999 (IPA). Olinda, no sítio onde fica instalado a horta de plantas medicinais de Olinda, V.C.Lima 486,
06.Ago.1990 (IPA). Tapera, D.B.Pickel 1250, Jan.1927 (IPA). Rio de Janeiro: Parati, APA Cairuçu,
Laranjeiras, caminho para praia do Sono, 200 m.s.n.m., S.P.Oliveira 16, 04.Dez.1995 (CEPEC). São Paulo: São
Sebastião, Ilha Bela, estrada para o lado oriental da ilha, ca. 2 Km E da ilha Bela, L.P.de Queiroz et al. 2769,
10.Nov.1990 (CEPEC, HUEFS).
Passiflora edulis é freqüentemente confundida com P. coerulea, diferenciando-se
desta principalmente pelo tamanho dos filamentos da corona da série externa, curtos em P.
coerulea e do mesmo tamanho ou maiores do que as pétalas em P. edulis. P. coerulea não
ocorre na Bahia. Pode também ser confundida com P. malacophylla, diferenciando-se desta
pelo indumento (totalmente glabra em P. edulis e pubescente em P. malacophylla) e pelas
glândulas do pecíolo (pedunculadas em P. malacophylla e sesséis em P. edulis).
Esta é a espécie mais cultivada devido ao seu grande valor comercial. Por este motivo
98
muitas variedades foram descritas. Isto pode estar associado à variabilidade produzida pelo
cultivo e hibridizações, pois os caracteres usados para diagnosticá-las são instáveis, ocorrendo
uma grande variabilidade em função de onde é encontrada a planta. Portanto, neste trabalho
não são reconhecidas variedades para esta espécie.
17. Passiflora recurva Mast. in Mart., Fl. Bras. 13(1): 608, pl. 124. 1872. Tipo: Brasil,
“Pernambuco, Rio Preto”, Gardner 2877, Set.1839 (Holótipo: K!; foto do holótipo: HUEFS!
IPA!). (Mapa 8).
Trepadeira pubescente; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes. Estípulas ca. 3
mm compr., caducas, inteiras, lineares, ápice agudo, margem lisa. Pecíolo 1-2 cm compr.;
glândulas 2, orbiculares, sésseis na porção basal do pecíolo; lâmina 4-4,5 cm compr., 3-lobada
membranácea a cartácea, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa, ápice arredondado ou
truncado, base subcordada, margem crenada, com glândulas nos sinus entre os lobos; lobo
central maior do que os laterais, 5-6 x 1,5-2,5 cm, lobos laterais 4-5 x 1-1,5 cm. Pedúnculo 49 cm compr., recurvado; brácteas 1-2 cm compr., persistentes, verticiladas a ca. 1 cm da flor,
oblongo-lanceoladas a setáceas, ápice agudo, margem lisa. Flores 4-6 cm diâm., solitárias;
hipanto 0,5-1 cm compr., glabro, campanulado, com base dilatada formando um pequeno
bojo; sépalas 1,5-2,5 x 0,5 cm, carnosas, verdes com nervuras vináceas na face externa, branca
na interna, oblongas, carenadas e aristadas, arista formando uma quilha com 5 mm larg.,
corniculadas, corno ca. 5 mm compr.; pétalas 1-2 x 0,4 cm, membranáceas, brancas, linearoblongas; filamentos da corona verde-esbranquiçados, filiformes, em várias séries, os da série
externa ca. 1 cm compr., os da série interna 2-3 mm compr.; opérculo membranoso,
filamentoso no ápice, límen anular, branco; anel nectarífero presente; androginóforo 2-2,5 cm
compr.; filetes verde-amarelados; anteras amarelas; ovário ovóide, glabro, verde; estiletes
vináceos; estigmas verdes. Baga ca. 3 x 2 cm diâm., ovada, glabra, 6-costada, verdeamareladas. Sementes ca. 6 x 3 mm, oblongas, finamente alveoladas.
A espécie foi referida por Killip (1938) apenas para o Estado de Pernambuco, baseado
na citação do tipo. No entanto, a região de “Rio Preto”, onde Gardner a coletou em 1839,
corresponde hoje à região de Formosa de Rio Preto no Estado da Bahia. Cervi (1997) citou a
99
espécie para os estados da Bahia e Pernambuco. Na Bahia é encontrada principalmente na
região da Chapada Diamantina, em áreas de campo rupestre, caatinga e mata estacional (Mapa
8), em altitude de 700 a 1.020 m.s.n.m. Floresce e frutifica de agosto a dezembro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Abaíra, estrada Catolés-Abaíra, próximo ao Garimpo do
Engenho, 1.020 m.s.n.m., carrasco, W.Ganev 1396, 29.Out.1992 (HUEFS, K, SPF); carrasco à beira do Rio do
Ribeirão, W.Ganev s.n., Ago.1992 (HUEFS 13679); capão da mata do criminoso, solo arenoso, 1.000 m.s.n.m.,
W. Ganev 2403, 03.Nov.1993 (HUEFS, K); distrito de Catolés, Engenho dos Vieiras, ca. 2,5 Km de Catolés,
carrasco, 1.200 m.s.n.m., W. Ganev 1001, 03.Set.1992 (HUEFS, K, SPF); caminho Catolés-Guarda Mor,
próximo a Quebra-Panela, 1.200 m.s.n.m., W. Ganev s.n., 12.Out.1992 (HUEFS 13702); carrasco, 1.080
m.s.n.m., L.P.de Queiroz et al. 3834, 31.Out.1996 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K, SPF); Estrada CatolésAbaíra, 2 Km de Catolés, Lambedor, 1.080 m.s.n.m., campos gerais, B.Stannard et al. H 51928, 14.Mar.1993
(HUEFS, K, SPF); saída de Abaíra, próximo a 1a. ponte com córrego, indo para Ribeirão de Baixo, 1.059
m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 141, 20.Set.1999 (HUEFS); distrito de Catolés: ca. 5 Km da saída de Catolés para
Abaíra, ca. 1 Km de Ouro Verde, campo rupestre, 1.059 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 142, 20.Set.1999 (HUEFS).
(E6) Andaraí, ao longo da BA 142, L.P.de Queiroz 1828, 09.Out.1987 (HUEFS); Km 10 da estrada
Andaraí/Itaeté, cerrado, S.C. de Sant'Ana 254, 21.Nov.1992 (CEPEC); a 7 Km S de Andaraí, M.L.Guedes 1410,
09.Out.1987 (ALCB). (D4) Barra, ca. 58 Km W de Ibotirama na Br 242, caatinga, L.P.de Queiroz et al. 4068,
11.Out.1994 (CEPEC, HUEFS, MBM). Brejinho das Ametistas, Bacia do Médio rio de Contas, Km 21, estrada
Jurema-Brejinho das Ametistas, 780 m.s.n.m., D.A.Lima 76-6077, 17.Out.1976 (IPA). (G6) Brumado, Rod. Br030, G.Hatschbach et al. 50448, 17.Jun.1986 (MBM). (G5) Caetité, São Francisco, caminho para lagoa Real,
caatinga, B.Stannard 5234, 08.Fev.97 (ALCB, CEPEC, SPF). (E3) Cristopólis, Rod. Br 242, G.Hatschbach et
al. 44120, 10.Out.1981 (CEPEC, MBM). (D2) Formosa do Rio Preto, Gardner 2877, Set.1839 (Foto do
holótipo: IPA, HUEFS; holótipo: K!). (D5) Gentio do Ouro, Beira da estrada, 34 km antes de Tabebuia,
E.B.Miranda-Silva et al. 238, 25.Set.1999 (HUEFS); Estrada Gentio do Ouro a Brotas de Macaúbas, caatinga
arbórea densa, 714 m.s.n.m, E.R.de Souza et al. 312, 17.Mai.2002 (HUEFS). (F6) Ibicoara, Estrada para
Mucugê, beira de estrada, 1.154 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 893, 16.Fev.2002 (HUEFS). (E7) Itaête,
Assentamento Baixão, área de lote, D.L.Santana et al. 229, 13.Abr.2001 (ALCB). (F7) Jequié, Km 3, margem
direita do Rio de Contas, estrada para torre de TV, caatinga, M.V.L.Pereira 165, 07.Set.1987 (CEPEC). (E6)
Lençóis, caminho para o Serrano, L.R.Noblick 3021, 07.Mar.1984 (HUEFS); Chapada Diamantina, beira da
estrada de acesso ao Morro do Pai Inácio, A.A.Grillo et al. 36, 18.Ago.1996 (SPF); mata entre Lençóis e a BR
242, M.L.Guedes et al. 1505, 12.Out.1987 (ALCB); Assentamento Rio Bonito, M.L.Guedes 313, 03.Jun.2001
(ALCB); Pai Inácio, I.Machado et al. 302, 05.Mar.2002 (HUEFS, UFRPE); Rio Lençóis, R.B.Santos et al. 6,
7.Jan.1999 (HUEFS). (F6) Livramento do Brumado, 5 Km da cidade na estrada par Rio de Contas, 600
m.s.n.m., caatinga e capoeira, R.M.Harley et al. 25608, 25.Out.1988 (CEPEC, K, SPF). (D6) Morro do Chapéu,
estrada para Morrão, ca. 5 KM da entrada, D.S.Carneiro et al. 29, 11.Nov.1998 (CEPEC, HUEFS, MBM, SPF);
100
entre 25 e 26 km de Morro do Chapéu, estrada vicinal próximo à estrada do feijão, próximo ao Ventura, caatinga,
765-800 m.s.n.m., E.Melo et al. 3178, 18.Nov.1999 (HUEFS); Serra do Tombador, ca. 5 Km S of town of Morro
do Chapéu, near base of Morro do Chapéu, 1.100 m.s.n.m., H.S.Irwin et al. 32558, 19.Fev.1971 (NY, UB);
Morrão, 1.285 m.s.n.m., C.Correia et al. 104, 04.Abr.2002 (HUEFS). (F6) Mucugê, a 13 Km de Mucugê,
G.P.Lewis et al. 7000, 16.Fev.1984 (K, SPF); 12 Km S da cidade, na BA-142, 1.000 m.s.n.m., M.L.Guedes et al.
6284, 31.Jan.1999 (ALCB); caminho para Guiné, Br 242 no Km 54, 1.000 m.s.n.m., M.L.Guedes 6205,
5.Dez.1998 (ALCB); Próximo à área do Parque Chapada Diamantina, campo rupestre, solo arenoso com
afloramentos rochosos, M.L.Guedes et al. 5107, 29.Jun.1997 (ALCB, MBM); Campo rupestre, G.C.P.Pinto
160/80, 25.Mar.1980 (HRB); Vereda Grande, cerrado, G.Hatschbach et al. 48042, 18.Jun.1984 (MBM). (E6)
Palmeiras, próximo à localidade de Caeté-Açú, Cachoeira da Fumaça (Glass), 1.200 m.s.n.m., L.P.de Queiroz et
al. 1917, 11.Out.1987 (HUEFS, MBM); Distrito Campo São João, leito do rio sem nome "Rio da Rua"
completamente seco, 756 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 199, 23.Out.2000 (HUEFS); Morro do Pai Inácio, base do
morro, A.E.Ramos et al. 1129, 17.Jan.1996 (CEN). (F6) Piatã, Cabrália, ca. 7 km em direção à Piatã, 1.158
m.s.n.m., R.M.Harley et al. 28259, 5.Set.1996 (HUEFS, MBM); estrada Inúbia-Piatã, a 8 km de Inúbia, cerrado,
1.320 m.s.n.m., D.J.N.Hind et al. in PCD 4213, 11.Nov.1996 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K, SPF); entrada
a direita, após a entrada para Catolés, cerrado, 1.090 m.s.n.m., D.J.N.Hind et al. PCD 4145, 08.Nov.1996
(ALCB). (F6) Rio de Contas, estrada Real, logo após a Pousada Repouso, L.P.de Queiroz et al. 4942,
26.Jan.1998 (HUEFS, SP, SPF); Estrada para Jussiape, beira de estrada, 900 m.s.n.m., T.S.N.Sena et al. 29,
27.Mar.1998 (CEPEC, HUEFS, SP, SPF); arredores da cidade, cerrado aberto, 840 m.s.n.m., M.Alves et al. 1180,
20.Out.1997 (HRB, IPA, UFP); Serra Marselina (Serra da antena de TV), 1.020 m.s.n.m., campo rupestre,
R.M.Harley 4488, 18.Nov.1996 (ALCB); Fazenda Fiuza, 1.130m, B.Stannard et al. 5070, 04.Fev.1997 (ALCB);
ca. 7 Km a cidade, em direção ao Vilarejo de Bananal. Área de campo rupestre com cerrado, 1.220-1.850
m.s.n.m., N.Roque et al. CFCR 14881, 05.Mar.1994 (SPF); 8 Km da cidade, na estrada para Arapiranga (Furna)
1.600 m.s.n.m., capoeira, R.M.Harley et al. 25825, 01.Nov.1988 (CEPEC, SPF, UEC); estrada para o povoado
de Mato Grosso, cerrado, G.Hatschbach 47382, 20.Jan.1984 (CEPEC, MBM). (E6) Seabra, a 12 Km de seabra
na direção de Campestre, 930 m.s.n.m., G.C.P.Pinto 410 A/83, 15.Nov.1983 (HRB, MBM); Rod. BR 242, 10
Km O de Seabra, G.Hatschbach 44196, 12.Out.1981 (MBM). Tanque Novo, Caldeiras, transição de caatinga e
cerrado, G.Hatschbach 66011, 20.Jan.1997 (CEPEC, MBM).
Passiflora recurva pode ser confundida com P. setacea ou P. trintae. Diferencia-se de
P. setacea por ser totalmente glabra, enquanto esta é totalmente pubescente. De P. trintae
diferencia-se por esta apresentar margem da lâmina foliar serreada, enquanto em P. recurva a
margem é lisa.
18. Passiflora watsoniana Mast., Gard. Chron. n. ser. 26: 648, fig. 127. 1886. Tipo: Coletor
101
não especificado (exsicata feita a partir de planta cultivada no Jardim Botânico de Kew a
partir de sementes coletadas no Brasil), (holótipo: K! foto do holótipo: HUEFS!). (Figura 4EF; Mapa 8).
Trepadeira totalmente glabra; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes.
Estípulas 1,5-2 x 0,5-1 cm, foliáceas, reniformes, semi-ovais, base assimétrica, ápice
arredondado, margem serreada. Pecíolo 1-3 cm compr.; glândulas 2-4, pedunculadas, situadas
do meio para o ápice; lâmina 3-lobada, membranácea, adaxial verde-escura, face abaxial
vinácea, variegada, 3-5-nervada, oboval, ápice obtuso, emarginado, base subpeltada, cordadotruncada, margem revoluta, crenada, com quatro glândulas nos sinus; lobo central 3-5 x 1-3
cm; lobos laterais 3-4 x 1-2 cm. Pedúnculo 4-6 cm compr.; brácteas ca. 3 mm compr.,
caducas, alternas no pedúnculo, inteiras, lineares, margem lisa. Flores ca. 5 cm diâm.,
solitárias; hipanto ca. 1 cm compr., campanulado, verde; sépalas 1,8-2,2 x 0,5 cm, carnosas,
externamente verdes, internamente róseas, oblongas, glândulas ausentes, corniculada, corno
ca. 2 mm compr.; pétalas 1,5-2 x 0,5 cm, membranáceas, rosa, oblongas, ápice agudo;
filamentos da corona roxo-esbranquiçados, em várias séries, filiformes, os das duas séries
externas ca. 2 cm compr., os das séries internas ca. 0,8 cm compr.; opérculo ca. 6,5 mm
compr., ápice filamentoso; anel nectarífero anular, carnoso; límen cupuliforme, adnado ao
androginóforo; androginóforo 1,5-2 cm compr.; filetes glabros, verdes; anteras amarelas;
ovário ovóide, circular, verde; estiletes glabros; estigmas capitados, verde-escuros. Baga ca.
4-5 x 3,5 cm, globosa, verde. Sementes ca. 5 x 3 mm, ovadas, alveolado-foveoladas.
Distribuída principalmente, no Brasil Central. Na Bahia, foi encontrada na mata
atlântica e matas estacionais, campo rupestre e próximo a restingas (Mapa 8), em altitude de
50 a 820 m.s.n.m. Floresce de novembro a abril, frutifica de dezembro a junho.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (D10) Conde, Fazenda do Bu, final da trilha 1 da mata da
Maré, L.N.Silva et al. 58, 31.Mai.1995 (HRB, HUEFS). (G8) Itacaré, A.M.Amorim 2659, 11.Nov.1998
(CEPEC). (D7) Miguel Calmon, Serra das sete passagens, Parque Estadual das Sete Passagens, próximo a sede
do Parque Vale das Pedras, mata alta de grotão, 820 m.s.n.m., H.P.Bautista et al. 3022, 05.Abr.2001 (HRB,
HUEFS). (D5) Salvador, Mata do Resgate, M.L.Guedes et al. 5261, 20.Set.1997 (ALCB, HRB); Pituba, Estrada
102
de Brotas, A.L.Costa 89, 31.Mai.1950 (ALCB). (E8) Santa Terezinha, Serra da Jibóia. Beira de estrada,
F.França 1098, 18.Mar.1995 (HUEFS); Serra da Jibóia, Morro da Pioneira, campo rupestre, C.Azevedo et al. 71,
25.Abr.1998 (HRB); Serra da Pioneira, Campo rupestre, L.P.de Queiroz 1098, 14.Nov.1986 (HUEFS); Serra da
Jibóia (=Serra da Pioneira), Campo rupestre sobre afloramentos graníticos, L.P.de Queiroz 2977, 22.Dez.1992
(CEPEC, HUEFS); Campo rupestre, L.P.de Queiroz 3142, 7.Mai.1993 (CEPEC, HUEFS); Mata Higrófila,
L.P.de Queiroz 3163, 7.Mai.1993 (CEPEC, HUEFS); Topo da Serra da Jibóia, em torno da torre de televisão,
Mata Higrófila, L.P.de Queiroz 3240, 18.Jun.1993 (HUEFS); L.P.de Queiroz et al. 6462, 02.Mar.2001
(HUEFS).
Material adicional: BRASIL, Alagoas: D.A.Lima et al. 80-9712, 28.Out.1980 (IPA). Pernambuco:
Brejo de Madre de Deus, D.A.Lima 81-8997, 18.Fev.1981 (IPA). Londres: s.l., culivado no Royal Botanic
Gardens - Kew. s.c. Ago.1886. (holótipo de P. watsoniana: K!. foto do holótipo: CEPEC!, HUEFS!, IPA!).
Passiflora watsoniana pode ser confundida com P. amethystina. Diferencia-se desta
pelo tamanho do pedúnculo, até 5 cm em P. watsoniana e maior que 5 cm em P. amethystina.
Outro caráter importante é a coloração das flores, rosada em P. watsoniana, violácea em P.
amethystina.
103
A
104
19. Passiflora miersii Mast., in Mart., Fl. Bras. 13(1): 599, tab. 117, fig. 1. 1872. Tipo: Brasil,
Rio de Janeiro, Serra dos Órgãos: J. Miers s.n., s.d. (holótipo: K!; foto do holótipo: HUEFS).
(Mapa 9).
Trepadeira totalmente glabra; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes.
Estípulas 1,8-2,5 x 1-1,5 cm, persistentes, inteiras, com pontuações translúcidas castanhas por
toda sua extensão, reniformes, ápice mucronado, margem crenada, levemente revoluta.
Pecíolo 1,5-2,5 cm compr.; glândulas 2, pedunculadas, ca. 2 mm compr., situadas na porção
mediana a distal do pecíolo; lâmina 5,8-7 x 3-3,5 cm, membranácea, inteira, 3-nervada,
lanceolada ou oval-lanceolada, ápice agudo, base truncada, subpeltada, margem lisa.
Pedúnculo 4-9 cm compr.; brácteas 3 x 1 mm, linear-setáceas, caducas, alternas. Flores ca. 5
cm diâm., solitárias; hipanto ca. 5 mm compr., campanulado com base dilatada; sépalas 1,52,5 x 0,5-0,7 cm, carnosas, externamente verdes, internamente brancas, oblongas, obtusas no
ápice, corniculadas; pétalas 1,5-2 x 0,5 cm, membranáceas, brancas, lanceoladas; filamentos
da corona em quatro séries, os das duas séries externas ca. 1 cm compr., variegados de púrpura
105
e branco, os das três séries internas ca. 3 mm compr., violeta-escuro; opérculo ca. 7 mm
compr., filamentoso, ereto; anel nectarífero presente; límen ca. 7 mm compr., anular,
cupuliforme; androginóforo ca. 1,5 cm compr.; filetes glabros; anteras amarelas; ovário
ovóide, glabro, glauco; estiletes glabros; estigmas capitados. Baga ca. 1,5-2,2 x 1-1,8 cm,
globosa. Sementes não vistas.
Distribuida na região leste do Brasil, da Bahia até São Paulo (Killip, 1938). No Estado
da Bahia foi encontrado apenas um material coletado por Castellanos, que infelizmente não
contêm a localidade, nem a época em que foi coletado. Através de análise de outras coletas
feitas pelo mesmo pesquisador com numeração próxima ao número citado para P. miersii,
acreditamos que esta coleta tenha sido feita na região sul da Bahia em área de mata atlântica.
Material examinado: BRASIL, Bahia: A.Castellanos 2652, s.d. (CEPEC, UB).
Material adicional: Rio de Janeiro, Montanha dos Órgãos, Miers s.n., Jan.1828 (Síntipo: K!; Foto do
síntipo: HUEFS!). São Paulo, Campinas, Reserva da Fazenda Santa Genebra, Floresta do Planalto, 640 m,
L.P.de Queiroz 2214, 05.Nov.1989 (HUEFS). Itirapina, Reserva do Instituto Florestal, cerrado, L.P.de Queiroz
2263, 23.Fev.1989 (HUEFS).
Passiflora miersii é facilmente reconhecida pelo tamanho de suas folhas (5,8-7 x 3-3,5
cm), pelo tamanho das estípulas (1,8-2,5 x 1-1,5 cm) e pela presença de pontuações
translúcidas castanhas por toda sua extensão. O tipo de nervação foliar peninervada, pode
confundí-la com P. galbana. Porém P. galbana apresenta flores de 6-8 cm de diâm., enquanto
P. miersii apresenta flores de apenas 3 cm de diâm.
20. Passiflora edmundoi Sacco, Sellowia 18: 44, figs. 3-5. 1966. Tipo: Brasil, Bahia: 4 Km de
Maracás em direção a caatinga de Tamburi (1.000m.s.m.). E.Pereira 9693 & G.Pabst. 8582,
24.Jan.1965 (holótipo: HB!, isótipo: RB!). (Figura 5 A-B; Mapa 9).
Trepadeira herbácea, totalmente glabra; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes.
Estípulas 2,5-4 x 1,5-2 cm, membranáceas, persistentes, inteiras, foliáceas, reniformes, ápice
acuminado, margem lisa a levemente crenulada. Pecíolo 2,5-4 cm compr., glândulas 4,
106
filiformes, pedunculadas, distribuídas ao longo do seu comprimento, chegando a 5 mm
compr.; lâmina 5-8 x 5-8 cm, membranácea, 3-lobada, 3-5 nervada, base subpeltada, ápice
mucronado, margem inteira a levemente serreada, com 2-4 glândulas nos sinus entre os lobos,
lobos iguais entre si, oblongos com ápice emarginado a agudo e mucronado. Pedúnculo 6-15
cm compr.; brácteas 0,5-1 x 0,5-1 cm, persistentes, membranáceas, vermelho-vináceas,
pecioladas, obovadas ou espatuladas, alternas ao longo da metade distal do pedúnculo. Flores
ca. 8 cm diâm., solitárias; hipanto 1-1,5 cm compr., verde-vináceo, cilíndrico-campanulado,
base dilatada; sépalas e pétalas reflexas na ântese, sépalas 3-4 x 0,5-1 cm, carnosas, verdes na
face externa, vermelho-coccíneas na interna, linear-oblongas, carenadas, aristadas e
corniculadas, corno 4 mm compr.; pétalas 3-4 x 0,5-1 cm, membranáceas, vermelho-coccíneas
em ambas as faces, linear-oblongas, ápice obtuso; filamentos da corona em duas séries, os da
série externa ca. 3 mm compr., filamentosa ou, às vezes, membranosa, azul-violácea, os da
série interna ca. 4 mm compr., membranosa formando um tubo em volta do androginóforo;
opérculo ca. 5 mm compr., filamentoso, plicado, situado a ca. 1/3 da base do hipanto; límen
anular, com bordo fimbriado-denticulado; anel nectarífero presente; androginóforo 3-5 cm
compr., verde-claro com base branca; filetes verdes; anteras amarelas; ovário elíptico,
fusiforme, verde-escuro; estiletes verde-amarronzados. Baga 7-7,5 x 1,5-2 cm, elíptica,
fusiforme, 6-costada, prolongada em rostro no ápice. Sementes ca. 6 mm compr., alveoladas.
P. edmundoi é encontrada nos estados da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Piauí (Cervi, 1997). Na Bahia, ocorre encontrada principalmente em áreas de campo rupestre e
caatinga e, ocasionalmente, em matas estacionais (Mapa 9), em altitudes entre 300 a 1.200
m.s.n.m. Floresce e frutifica praticamente o ano todo, tendo como ponto alto de floração e
frutificação entre os meses de novembro a maio.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Abaíra, estrada Catolés-Abaíra, próximo ao Garimpo do
Engenho, 1.020 m.s.n.m., W.Ganev 1397, 29.Out.1992 (HUEFS, K, SPF); ca. 5 km SW de Abaíra, ao longo da
estrada Piatã-Abaíra, mata de cipó, L.P. Queiroz 2608, 14.Fev.1992 (ALCB, CEPEC, HUEFS, MBM); Água
Limpa, carrasco de campo rupestre, 1.200 m.s.n.m., W.Ganev 2579, 26.Nov.1993 (HUEFS, SPF, K); próximo à
Ponte de Ouro Verde, 830 m.s.n.m., W.Ganev s.n., 28.Out.1992 (HUEFS 13709); Distrito de Catolés, cerrado,
beira de estrada, 1.000-1.100 m.s.n.m., R.M.Harley et al. H 50176, 20.Dez.1991 (HUEFS, K, SPF). Distrito de
Catolés: Água Limpa, próximo ao Córrego, 1.180 m.s.n.m., campo rupestre, T.S.Nunes et al. 70, 19.Nov.1999
(HUEFS); Catolés, Água Limpa, A.S.Conceição et al. 438 (HUEFS); Catolés: Encosta da Serra da Tromba,
107
E.B.Miranda 452, 14.Mai.2000 (HUEFS); Catolés-Água Limpa, A.S.Conceição 301, 04.Mai.1999 (HRB,
HUEFS); Catolés de Cima, Morro do Cuscuzeiro, Serra do Barbado, 1.180 m.s.n.m., R.Esteves et al. 1523,
07.Jul.1999 (R); Estrada de engenho entre Catolés e Abaíra, orla do carrasco, 1.100 m.s.n.m., J.R.Pirani et al. H
51362, 31.Jan.1992 (HUEFS, K, SPF); on road to Abaíra, ca. 8 Km to N of the town of Rio de Contas, 1.000
m.s.n.m., R.M.Harley 15212, 18.Jan.1974 (CEPEC, K). (E6) Andaraí, a 14 Km do entroncamento da BR 242,
rumo a Andaraí, A.C.Allem et al. 2958, 14.Nov.1984 (CEN); 18 Km NW de Nova Redenção, 400 m.s.n.m.,
M.M.Arbo et al. 5781, 25.Nov.1992 (CTES, SPF); 8 Km S of Andaraí on road to Mucugê by bridge over small
river, just N of turning to Itaeté, 400 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 18612, 13.Fev.1977 (CEPEC, K, RB); 500
m.s.n.m., R.M.Harley 20553, 24.Jan.1980 (CEPEC, K). (F6) Barra da Estiva, side road ca. 2 Km from Estiva,
about 12 Km N of Senhor do Bonfim on the BA 130 to Juazeiro, 620 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 16518,
27.Fev.1974 (CEPEC, IPA, K). (D5) Barra do Mendes, a 4 Km de Barra do Mendes, caminho para Olhos
d'Água, E.Saar 80, 26.Jan.2000 (ALCB, CEPEC, HUEFS). (F4) Bom Jesus da Lapa, J.S.Silva 509,
14.Mai.1978 (IAC, HUEFS, SP). (F8) Brejões, Região da serra do Sincorá, R.de Lemos Froes 20244,
06.Fev.943 (K). (D5) Brotas de Macaúbas, estrada para Buriti, caatinga, G.Hatschbach et al. 67686,
12.Mar.1998 (CEPEC, MBM). (G6) Brumado, Serra das Éguas, floresta estacional, A.M.Miranda et al. 199,
10.Fev.1990 (HRB, IPA, UFRPE). (G5) Caetité, M.L.Guedes et al. 2803, 16.Jan.1993 (ALCB); M.L.Guedes et
al. 7678, Nov.1998 (ALCB); Caetité/Bom Jesus da Lapa, ca. 10 km de Caetité, 900 m.s.n.m., E.Melo et al. 3219,
6.Dez.1999 (HUEFS); 20 Km E de Caetité, caminho a Brumado, M.M.Arbo 5657, 20.Nov.1992 (CTES, K, SPF).
Tucano, caatinga, G.Hatschbach et al. 61932, 15.Mar.1995 (MBM); BA-122, trecho Caetité/Maniaçú, caatinga,
S.A.Mori 13484, 20.Mar.1980 (CEPEC); 23 Km a E cidade, estrada para Brumado, caatinga, M.M.Arbo 7636,
21.Jan.1997 (CEPEC, CTES). Campari, próximo a Campari, J.S.Assis 113, 04.Abr.1978 (HRB, RB). Campo
Bonito, G.Pinto s.n, s.d. (RB); Brejinho das Ametistas, Serra Geral de Caetité , 8,5 Km N of Brejinhos das
Ametistas, on the Caetité road, R.M.Harley et al 21265, 12.Abr.1980 (K); distrito de Brejinho das Ametistas, ca.
3 Km a SW da sede do distrito, caatinga e formações rupestres, A.M.de Carvalho et al. 3732, 18.Fev.1992
(CEPEC, HUEFS); Estrada Br-030-Brejinho das Ametistas, transição cerrado, 715 m.s.n.m., F.França et al.
3766, 14.Abr.2002 (HUEFS). (C7) Campo Formoso, Morro do Cruzeiro, 655-795 m, F.França et al. 2937,
15.Mai.1999 (CEPEC, HUEFS, MBM, SPF); Beira da estrada, campo rupestre, 670 m.s.n.m., E.B.Miranda-Silva
et al. 192, 14.Ago.1999 (HUEFS). (F3) Correntina, próximo ao Rio Corrente, mata seca, A.M.Miranda et al.
3835, 22.Jan.2001 (HST). (D2) Formosa do Rio Preto, Vegetação arbustiva na beira da estrada, após a segunda
ponte sobre o Rio Preto, dentro da cidade, vindo em direção ao Posto de gasolina, E.B.Miranda et al. 316,
30.Mar.2000 (HUEFS). (D5) Gentio do Ouro, Estrada Gentio do Ouro a Brotas de Macaúbas, caatinga arbórea,
densa, 1.139 m.s.n.m., E.R.de Souza et al. 290, 17.Mai.2002 (HUEFS). (G5) Guanambi, 36 Km Oeste de
Guanambi, BR-030, rota de Caetité, capoeira, 900 m.s.n.m., A.C.Allem et al. 2903, 09.Nov.1984 (CEN). (E7)
Iaçu, Morro da garrafa, Inselberg, E.Melo et al. 2100, 23.Fev.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM); Fazenda Suibra,
18 Km a leste da cidade, seguindo a ferrovia, caatinga, L.R.Noblick et al. 3557, 12.Mar.1985 (CEPEC, HUEFS);
Fazenda Lapa, caatinga areno-argilosa, H.P.Bautista 731, 26.Fev.1983 (HRB). (E7) Itaberaba, BR 242, a 25
Km de Itaberaba, A.P.de Araújo 259, 5.Set.1980 (HRB, RB); coleta em trecho incerto da BR 242, capoeira,
108
C.Proença et al. 1790, 25.Ago.1997 (UB). (G8) Itacaré, M.L.S.Guedes s.n., 27.Nov.1992 (ALCB 23791,
HUEFS). (F6) Ituaçu, Cachoeira, M.C.Ferreira 472, 1.Mar.1992 (HRB, HUEFS); Sítio “Água Preta”,
E.P.Gouvêa 39/88, 28.Ago.1988 (ALCB); Morro da Mangabeira, E.P.Gouvêa s.n., 18.Abr.1987 (ALCB 20849).
(D7) Jacobina, caatinga, 500-900 m.s.n.m., R.Souza 05, 30.Jul.1994 (HUEFS); Encosta da Serra, abaixo da
cidade, A.L.Costa s.n., 10.Set.1960 (ALCB 2867); Serra de Jacobina, W de Estiva, ca.12 Km N of Senhor do
Bonfim on the Ba 130, 850 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 16609, 01.Mar.1974 (CEPEC, K, RB); D.A.Lima 788518, 19.Mai.1978 (IPA). (F7) Jequié, Ramal que leva a torre de transmissão ca. 3,4 Km a partir do acesso que
liga a cidade a BR 116, caatinga aberta, A.Amorim et al. 2719, 04.Abr.1999 (CEPEC, SP). (E6) Lençóis,
G.C.P.Pinto s.n., Abr.1971 (ALCB 2866); Assentamento Rio Bonito, M.L.Guedes 294, 03.Jun.2001 (ALCB);
Rio Lajedinho, caatinga, G.Hatschbach et al. 56911, 9.Abr.1992 (K, MBM); Morro do Pai Inácio,
A.A.Conceição et al. 261, 17.Jan.1997 (SPF). (G5) Licínio de Almeida, Rod. Para Urandi, ca. 3,8 Km da cidade,
cerrado, 860 m.s.n.m., J.G.Jardim et al. 3320, 31.Mar.2002 (CEPEC). (F7) Maracás, Fazenda Lava-pés, ca. 6
Km da cidade, mata, R.P.de Oliveira et al. 423, 29.Fev.2000 (HUEFS); Fazenda Tanquinho, L.P.de Queiroz et
al. 80, 19.Jan.1981 (ALCB); estrada para Contendas do Sincorá, 6 Km SW de Maracás, afloramentos graníticos
campos rupestres e caatinga, 900 m.s.n.m., G.Martinelli et al. 6659, 15.Mar.1980 (CEPEC, RB); 32 Km da
estrada Maracás/Contendas do Sincorá, caatinga arbórea, S. Nunes 210, 26.Jan.1980 (CEPEC); 4 Km de
Maracás, 100 metros rumo a caatinga, E.Pereira et al. 9693, 24.Jan.1965 (R! isótipo, RB). (E8) Milagres, Morro
Pé de Serra, Inselberg, 372 m.s.n.m., F.França et al. 2121, 15.Mar.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM); Morro Pé de
Serra, 530 m.s.n.m., F.França et al. 2153, 15.Mar.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM SPF); Morro de Nossa Senhora
dos Milagres, just west of Milagres, 500-600 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 19458, 6.Mar.1977 (CEPEC, IPA K,
RB). (C7) Mirangaba, carrasco, W.N.da Fonseca 415, 23.Abr.1981 (HRB, MG, RB). Montes Claros, Ba-73
Km da cidade de Montes Claros, margem da estrada BR 262 para Aracatu, caatinga, 700 m.s.n.m., R.M.Harley et
al. CFCR 6738, 12.Dez.1984 (SPF, K, UPCB). (D6) Morro do Chapéu, Entre 25 e 26 Km de Morro do Chapéu.
Estrada Vicinal próximo à estrada o feijão, próximo ao Ventura, 765-800 m.s.n.m., caatinga, E.Melo et al. 3180,
18.Nov.1999 (HUEFS); caatinga, A.M.Miranda et al. 331, 30.Mar.1991 (HST). (E6) Palmeiras, M.L.Guedes et
al. in PCD 2, 04.Jul.1994 (ALCB, CEPEC, HUEFS, K, SPF); Pai Inácio, campo rupestre, solo arenoso com
afloramento rochoso, A. M.de Carvalho in PCD 2159, 04.Jan.1996 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, SPF);
H.P.Bautista et al. 1294, 16.Nov.1983 (HRB); Chapada Diamantina, estrada Palmeiras-Vale do Capão, próximo
ao rio Preto, 900 m.s.n.m., M.L.Guedes et al. 6294, 2.Fev.1999 (ALCB). (F5) Paramirim, Barragem do
Zabumbão, ao redor da barragem de Zabumbão, 670 m.s.n.m., caatinga arenosa, S.Atkins et al. in PCD 5170,
06.Fev.1997 (ALCB, CEPEC). (F6) Piatã, Salão, divisa Piatã-Abaíra, 1.100 ms.n.m., campo rupestre, W.Ganev
1733, 27.Dez.1992 (HUEFS, K); H.P.Bautista in PCD 4175, 09.Nov.96 (ALCB, CEPEC, HRB, K); estrada
Piatã-Abaíra, entrada a direita, após a entrada para Catolés, cerrado, H.P.Bautista et al. in PCD 4172,
09.Nov.1996 (ALCB, CEPEC, HUEFS, K, SPF). (D3) Riachão das Neves, 500 m.s.n.m., L.Passos et al. 354,
s.d. (ALCB, CEPEC). (F5) Riacho de Santana, ca. 35,9 Km E de Bom Jesus da Lapa na estrada para Caetité,
caatinga, L.P.de Queiroz et al. 5921, 12.Fev.2000 (ALCB, HUEFS, UESC). (F6) Rio de Contas, estrada Real,
logo após a Pousada Repouso, L.P.de Queiroz et al. 4944, 26.Jan.1998 (HUEFS); estrada para Jussiape, 900
109
m.s.n.m., T.S.N.Sena et al. 25, 27.Mar.1998 (HUEFS); T.S.N.Sena et al. 28 (HUEFS, SPF); Estrada Rio de
Contas-Arapiranga, campo rupestre, K.R.B.Leite et al. 6, 10.Fev.1999 (HUEFS); Caminho para o Pico das
Almas, ca. 5 km de Rio de Contas, campo rupestre, 1.148 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 227, 29.Nov.2000 (HUEFS);
ca. 6 Km S of Rio de Contas, on estrada de terra to Livramento do Brumado, G.P.Lewis et al. 1961, 02.Abr.1991
(CEPEC, K); 1.250-1.400 m, R.M.Harley et al. 27166, s.d. (CEPEC, K, MBM, SPF); 3 Km N of the town of Rio
de Contas on the road to Mato Grosso, by road side in disturbed evergreen woodland, 980 m.s.n.m., R.M.Harley
et al. 15150, 17.Jan.1974 (CEPEC, K, RB); Tamanduá, capoeira, G.Hatschbach et al. 46536, 17.Mai.1983
(MBM); Descida para Marcolino Moura, margem da estrada, caatinga, D.J.N.Hind 27, 18.Dez.91 (CEPEC);
Margem da estrada, A.M.Giulietti et al. 2026, 10.Mar.2002 (HUEFS). (C7) Senhor do Bonfim, D.A.Lima 747705, 03.Mar.1974 (IPA). (B6) Sento Sé, 28 Km NW Lagoinha (5.5 Km SW Delfino), Rodovia para Minas do
Mimoso, caatinga, R.M.Harley 16896, 07.Mar.1974 (CEPEC, K, RB). (D4) Umburanas, Serra do Curral Feio
(localmente referida como Serra da Empreitada), entrando para W a cerca de 20 km S de Delfino na estrada para
Umburanas, carrasco, L.P.de Queiroz et al. 5297, 10.Abr.1999 (HUEFS). (G7) Vitória da Conquista, 810
m.s.n.m., caatinga, L.C.de Oliveira Filho et al. 143, 02.Abr.1984 (CEPEC, HRB, IPA, RB).
Material adicional: BRASIL, Espirito Santo: Itapemirim, ES 040, ca. 6 Km E do trevo, com a BR
101, estrada para Marataizes, floresta pluvial tropical da Usina Paineiros, J.R.Pirani et al. 3515, 09.Out.1994
(HUEFS, SPF). Minas Gerais: Muriaé, Fazenda Barra Alegre, mata atlântica, R.Simão-Bianchini et al. 216,
23.Out.1989 (HUEFS, SPF). Francisco Sá, F.C.F.da Silva 140, 14.Nov.1981 (CEPEC).
Passiflora edmundoi é frequentemente confundida com P. kermesina Link. (Vitta,
1995; Cervi, 1997; Sena & Queiroz, 1998; Sena & Queiroz, 2001), espécie descrita para o Rio
de Janeiro, e encontrada até o Espiríto Santo. Devido a uma má interpretação de seus
caracteres diagnósticos, a maior parte do material coletado na Bahia foi identificada como P.
kermesina. No entanto, numa análise mais detalhada, percebemos que todo o material
estudado para o Estado pertence a P. edmundoi, cuja localidade tipo é o município de
Maracás. Segundo Sacco (1966a), estas espécies são diferenciadas pelos filamentos da corona;
em P. edmundoi a corona ocorre em duas séries, sendo a série interna membranosa e em P.
kermesina em três a quatro séries, todas filamentosas. O tamanho do pedúnculo também pode
ser usado como um forte caráter diagnóstico, até 15 cm em P. edmundoi e de 7-20 cm em P.
kermesina.
21. Passiflora mucronata Lam., Encycl. 3: 33. 1789. Tipo: Brasil, Rio de Janeiro: Commerson
s.n., Jul.1767 (holótipo: P). (Figura 5 C-E; Mapa 9).
110
Trepadeira herbácea, totalmente glabra; caule cilíndrico, flexuoso, com estrias;
gavinhas presentes. Estípulas 1,2-2 x 1-2 cm, membranáceas, persistentes, foliáceas, elípticas
a oval-lanceoladas, ligeiramente subreniformes, ápice agudo, mucronado, base assimétrica,
margem lisa. Pecíolo 1-2,5 cm compr.; glândulas 2, sésseis, situadas na porção mediana a
distal do pecíolo; lâmina 5,5-8 x 5-8,5 cm, inteira, cartácea, 5-8 nervadas, reticulada,
largamente oval a suborbicular, ápice arredondado, emarginado, base cordada, subpeltada.
Pedúnculo 7-13 cm compr., articulado a ca. 1 cm do ápice; brácteas 1,5-2,5 x 1-1,5 cm,
membranáceas, foliáceas, persistentes, verticiladas, verde-claras, oblongo-lanceoladas a
setáceas. Flores 6-8 cm diâm., solitárias, brancas; hipanto 5-7 mm compr., cilíndricocampanulado, verde; sépalas 2,5-4 x 5-9 cm, carnosas, verdes externamente, brancas
internamente, oblongas, carenada, ápice corniculado, corno ca. 3 mm; pétalas 2,5-3,5 x 5-8
cm, membranáceas, brancas, linear-oblongas; filamentos da corona em duas séries, os da série
externa ca. 1 cm compr. filiformes, os da série interna 2-4 mm compr., filiforme-clavados;
opérculo ca. 3 mm compr., filamentoso; límen cupuliforme, frouxamente adnado na base do
androginóforo; anel nectarífero no fundo do hipanto; androginóforo ca. 2,5 cm compr.; filetes
verdes; anteras amarelas; ovário ovóide, glabro, verde-escuro, estiletes glabros; estigmas
verde-escuros. Baga 4-5 x 2,5 cm diâm., globosa a ovóide ou elíptico-fusiforme, 6-costada.
Sementes ca. 5 x 3 mm, ovadas, oblongo-obcordadas, achatadas, foveoladas.
Nome Vulgar: Maracujá-de-cobra.
Distribuída na região leste do Brasil, da Bahia até o Rio de Janeiro. Na Bahia é
encontrada principalmente na faixa litorânea, de Salvador até o extremo sul do Estado, em
área de restinga (Mapa 9), ao nível do mar. Floresce e frutifica praticamente durante todo o
ano.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (H9) Belmonte, ca. 4 Km SW of Belmonte, on road to Itapebi,
restinga, R.M.Harley 17307, 23.Mar.1974 (CEPEC, K, RB). (F8) Cairú, Ilha do Tinharé, Morro do São Paulo,
G.C.P.Pinto 21/82, 10.Abr.1982 (HRB, MBM); Morro do São Paulo, mata de restinga, M.L.Guedes et al. 4760,
25.Out.1996 (ALCB). (D5) Camaçari, Dunas de Jauá, M.L.Guedes s.n., 15.Ago.1992 (ALCB 023813). (H9)
Canavieiras, Ilha da Atalaia, Barra do Rio Pardo, coletada na beira da praia, G.E.Valente et al. 606, 15.Jan.2001
(HUEFS, VIC); Ilha da Atalaia, ca. 2 Km da rótula na praia principal, restinga, 24 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 767,
07.Jan.2002 (HUEFS). (J8) Caravelas, 2Km ao NE cidade, estrada para Ponta de Areia, manguezal, A.M.de
Carvalho et al. 2441, 05.Set.1989 (CEPEC, MBM, SP). (G8) Ilhéus, Pontal, Morro de Pernambuco, encosta
111
voltada para o mar, restinga, A.M.de Carvalho 2731, 15.Jan.1990 (CEPEC, IPA, MBM). (G8) Itacaré, near the
mouth of the Rio de Contas, coastal evergreen Forest, with disturbed margins, R.M.Harley et al. 17542,
31.Mai.1974 (CEPEC, IPA, K, RB); mata costeira, R.P.Belém et al. 2992, s.d. (CEPEC, UB); Beira mar, zona
calcárea, R.P.Belém et al. 2172, 11.Mai.1966 (CEPEC, UB); ao S da cidade, beira mar, mata, T.S.dos Santos
702, 15.Abr.1970 (CEPEC). (G8) Maraú, ao S de Maraú, mata costeira, R.M.Harley 22117, 15.Mai.1980
(CEPEC, K). (K8) Mucuri, arredores da cidade, restinga arbustiva, G.Hatschbach 50728, 08.Nov.1986
(CEPEC, MBM). (J8) Nova Viçosa, Restinga arbustiva a 1 Km da cidade, C.Farney 1311, 05.Jan.1987 (RB);
Rio Pau Alto, C.Farney 2656, 05.Jan.1991 (CEPEC, K, RB). (I8) Porto Seguro, Fonte dos Portomartires do
BRASIL, Porto Seguro, 10 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 17242, 21.Mar.1974 (CEPEC, K, RB); W.W.Thomas et
al. 11654, 18.Jul.1997 (CEPEC); H.C.de Lima 1195, 25.Jan.1980 (RB); A.P.Duarte 6130, 4.Set.1961 (RB);
A.Perruci 18, 26.Jan.1980 (IPA). (J8) Prado, Mata do grotão, substrato areno-argiloso, M.L.Guedes 5496,
29.Nov.1997 (ALCB, MBM, UESC); Cumuraxatiba, praia Dois Irmãos, J.A.Lombardi 2445, 07.Jan.1999
(BHCB, MBM). (F6) Rio de Contas, 18 Km WNW da Rodovia Vila do Rio de Contas/Pico das Almas, cerrado,
R.M.Harley 19799, 21.Mar.1977 (CEPEC, IPA, K, RB). (H8) Una, Povoado de Comandatuba, 17 Km ao Sul de
Uma (ramal com entrada no Km 13 das Rod. Una/Canavieiras), Restinga arbórea, L.A.Mattos-Silva et al. 1375,
23.Jul.1981 (CEPEC, HUEFS, MBM); Rodovia Una/Olivença, campo tipo restinga, R.S.Pinheiro 1669,
28.Out.1971 (CEPEC). (D5) Vera Cruz, Cacha Pregos, M.L.Guedes 1054, 07.Jul.1986 (ALCB).
Material adicional: BRASIL, Espirito Santo: Guarapari, Rodovia do Sol, estrada que liga a BR 101
à praia do Sol e Praia Setiba, ES-060, a 2 Km da BR 101, J.R.Pirani et al. 2405, 23.Fev.1988 (HUEFS, SPF);
M.L.Guedes 1329, 07.ago.1987 (ALCB). Vila Velha, restinga, A.M.de Carvalho et al. 3150, 25.Mai.1990
(CEPEC, HUEFS); restinga próximo a Barra do Jucú, C.Farney et al. 310, 24.Abr.1983 (CEPEC, RB). Rio de
Janeiro: Maricá, restinga, R.Marquete et al. 115, 14.Abr.1988 (HRB, HUEFS). Sergipe: (D4) Barra dos
Coqueiros, Restinga, M.F.Landim 1151, 07.Abr.1997 (HST, HUEFS).
Passiflora mucronata é freqüentemente confundida com P. galbana, diferenciando-se
desta basicamente pelo número de nervuras primárias foliares, 3-5 em P. mucronata e apenas
uma em P. galbana, pelo formato da folha, cordado-reniforme em P. mucronata e oblongolanceolada em P. galbana.
22. Passiflora galbana Mast., Gard. Chron. ser. 3, 20: 555, fig. 97. 1896. Lectótipo
(Designado por Nunes et al., 2001) Gard. Chron. ser. 3, 20: 555, fig. 97. 1896. (Figura 5 F-G;
Mapa 9).
Trepadeira herbácea, inteiramente glabra; caule cilíndrico, com estrias formando
ângulos, ramos às vezes congestos ou chegando a 10 cm de distância entre um nó e outro;
112
gavinhas presentes. Estípulas 1-3 x 0,5-0,7 cm, membranáceas, persistentes, foliáceas, ovallanceoladas, ligeiramente reniformes, ápice agudo e mucronulado, base oblíqua, nervura
excêntrica. Pecíolo 2-3 cm compr.; glândulas 2, estipitadas, situadas da porção mediana à
distal do pecíolo; lâmina 7-15 x 3-5 cm, membranácea a coriácea, face adaxial nítida, lustrosa,
inteira, oblongo-lanceolada, ápice obtuso, mucronulado, base arredondada a cordada,
peninérvia, nervação reticulada. Pedúnculo 4-10 cm compr., articulado a ca. 1 cm do ápice;
brácteas 1,5-2 x 0,5-0,7 cm, membranáceas, persistentes, alternas, verde-claras, foliáceas,
oblongo-lanceoladas a oval-lanceoladas. Flores 6-8 cm diâm., solitárias; hipanto 0,7-1 cm
compr., cilíndrico-campanulado, verde-vináceo; sépalas 3-4 x 0,7-0,9 cm, carnosas, brancas,
oblongas, carenadas, carena terminando em um corno de 5-6 mm compr.; pétalas 3-4 x 0,7-0,9
cm, membranáceas, brancas, oblongas; filamentos da corona em duas séries, ca. 2 mm compr.,
filiformes, brancos; opérculo no meio do hipanto, filamentoso; límen cupuliforme; anel
nectarífero presente; androginóforo 3-5 cm compr.; filetes verdes; anteras amarelas; ovário
elipsóide, glabro, verde-escuro; estiletes verdes, com manchas vináceas; estigmas verdeescuros. Baga 6-7 x 2 cm, obovóide-elipsóide, 6-costada. Sementes 4-5 x 3-3,5 mm,
obovadas, alveoladas ou reticuladas.
Nome vulgar: Maracujá.
Segundo Killip (1938), esta é uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo na região
leste do Brasil, da Bahia até o Rio de Janeiro. Na Bahia, é encontrada em área de carrasco,
mata estacional, campo rupestre, mata atlântica, restinga e cerrado (Mapa 9), em altitudes de
100 a 1.700 m.s.n.m. Floresce e frutifica de fevereiro a outubro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Rod. BR-4, 60 Km N da divisa com o estado de Minas Gerais,
R.P.Belém 1205, 24.Jun.1965 (CEPEC). (F6) Abaíra, distrito de Catolés, estrada Catolés-Catolés de Cima,
próximo ao Rio Água Limpa, 1.200 m.s.n.m., carrasco, W.Ganev 1004 03.Set.1992 (HUEFS, K, SPF); caminho
Guarda Mor-Frios, 1.650 m.s.n.m., W. Ganev s.n., 22.Out.1992 (HUEFS 13703); Água Limpa, 1.200 m.s.n.m.,
carrasco de campo rupestre, W.Ganev 2567, 26.Nov.1993 (HUEFS, K, SPF); Mata do Barbado, próximo à
Forquilha da Serra, 1.650-1.700 m.s.n.m., W.Ganev 2943, 03.Fev.1994 (HUEFS, K, SPF); Mata do Criminoso,
1.000 m.s.n.m., W.Ganev 2391, 03.Nov.1993 (HUEFS, K); Estrada Catolés-Abaíra, Beira do Rio do Machado,
com Rio Tomboro, 1.100 ms.n.m., carrasco de campo rupestre, W.Ganev 576, 25.Jun.1992 (HUEFS, K, SPF);
Salão, 3-7 km de Catolés na estrada para Inúbia, 1.100-1.200 m.s.n.m., R.M.Harley et al. H 50546, 28.Dez.1991
(HUEFS, K, SPF); 7 Km na estrada para Ouro Verde, 980 m.s.n.m., capoeira, R.M.Harley et al. 27857,
113
28.Dez.1988 (CEPEC, HUEFS, SPF); Distrito de Catolés: Água Limpa, próximo ao córrego, 1.180 m.s.n.m.,
campo rupestre, T.S.Nunes et al. 71, 19.Set.1999 (HUEFS); Distrito de Catolés: Campo do Bicota. T.S.Nunes et
al. 122, 20.Set.1999 (HUEFS). Afonsópolis, Margem do Rio Mucuri, plantação de cacau, R.P.Belém 1437,
07.Ago.1965 (CEPEC, UB). (J8) Alcobaça, restinga, G.P.Lewis 814, 08.Dez.1981 (CEPEC, K). (D9) Aporã,
Ca. 12 km SE de Crisópolis na estrada para Acajutiba, cerrado, L.P.de Queiroz et al. 4655, 26.Ago.1996
(CEPEC, HUEFS, MBM). (F6) Barra da Estiva, 13 Km ao leste da cidade na estrada para Triunfo do Sincorá,
720 m.s.n.m., capoeira, R.M.Harley et al. 26494, 17.Nov.1988 (CEPEC, SPF). (H9) Belmonte, 48 Km a E BR101 Rodovia para Belmonte, área da Estação Experimental Gregório Bondar, mata de tabuleiro, W.W.Thomas
9870, 12.Mai.1993 (CEPEC, NY); Estação Ecológica Gregório Bondar, ca. 1,8 Km da sede, mata de restinga,
120 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 800, 08.Jan.2002 (HUEFS); 64 Km de Itapebi, mata de restinga, 88 m.s.n.m,
T.S.Nunes et al. 809, 08.Jan.2002 (HUEFS). (D5) Cachoeira, Vale dos Rios Paraguaçu e Jacuípe, estação da
mata, Grupo Pedra do Cavalo 329, 05.Jun.1980 (ALCB). (D5) Camaçarí, barra do Jacuípe, A.I.Ribeiro s.n.,
12.Jan.1991 (ALCB 24887, HST). (H9) Camacan, Rodovia Camacan-Canavieiras, 30 Km W de Canavieiras,
restinga, R.P.Belém et al. 810, 12.Abr.1965 (UB); Guarajuba, loteamento Centro do Mar, restinga, solo arenoso,
H.P.Bautista 550, 25.Out.1982 (HRB). (C7) Campo Formoso, Beira da estrada, 670 m.s.n.m., campo rupestre,
E.B.Miranda Silva et al. 193, 14.Ago.1999 (HUEFS). (H9) Canavieiras, Km 6 da Rod. Canavieiras/Cubículo
(margem do Rio Pardo), a 1 Km da entrada do ramal, T.S.dos Santos et al. 3240, 12.Jul.1978 (CEPEC, HRB,
HUEFS); restinga, J.A.de Jesus 546, 21.Fev.1970 (CEPEC, IPA); T.S.Nunes et al. 751, 07.Jan.2002 (HUEFS).
(E8) Cruz das Almas, Mata estacional, semi-decídua, solo areno-argiloso, H.P.Bautista et al. 1434,
13.Nov.1989 (ALCB, HRB); H.P.Bautista et al. 1466, 13.Nov.1989 (HRB, RB); Mata do Instituto do Fumo,
M.L.Guedes 848, 11.Set.1983 (ALCB). (J8) Cumuruxatiba, 16 Km S of Cumuruxatiba, on the road to Prado,
restinga, R.M.Harley et al. 18094, 18.Jan.1977 (CEPEC, K, RB). (D10) Entre Rios, Porto do Sauípe, Restinga,
M.L.Guedes et al. 3832, 20.Abr.1996 (ALCB, UESC); Povoado de Sauípe, a margem do Mangue do Rio Sauípe,
M.C.Ferreira et al. 683, 20.Fev.1992 (HRB, RB). (E8) Feira de Santana, Estrada do feijão, 16 Km da cidade,
Morro do capim, Morro rochoso com mata entre as fendas, F.França 1064, 17.Set.1994 (HUEFS); L.R.Noblick
2676, 25.Mai.1983 (HUEFS); L.P.de Queiroz et al. 2149, 6.Mai.1988 (HUEFS); Distrito de São José, Chácara
Codorna & CIA, F.R.Rocha et al. 620, 01.Dez.2001 (HUEFS). (F6) Ibicoara, Distrito de Cascável, estrada de
chão em direção a Água Fria, beira de estrada, 1.041 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 869, 16.Fev.2002 (HUEFS). (G8)
Ibicui, Rodovia Almadina /Ibitupan, pastaria, R. S. Pinheiro 1920, 12.Ago.1972 (CEPEC). (G8) Ilhéus, Área do
CEPEC (Centro de Pesquisas do Cacau), Km 22 da Rodovia Ilhéus/Itabuna (BR 415), Região de Mata Higrófila
Sul Baiana, 50 m.s.n.m., T.S.dos Santos 996, 18.Ago.1970 (CEPEC, HUEFS); J.L.Hage et al. 1241,
26.Ago.1981 (CEPEC, HUEFS); J.L.Hage et al. 1092, 14.Jul.1981 (CEPEC, HUEFS). (G8) Itabuna, Rodovia
Itabuna-Camacan, 12 Km L de Itabuna, Plantação de cacau, R.P.Belém et al. 718, 08.Abr.1965 (UB). (H8)
Itapebi, 4,6 Km de Itapebi para Belmonte, mata de restinga, 139 m.s.n.m, T.S.Nunes et al. 769, 08.Jan.2002
(HUEFS); 7,9 Km de Itapebi para Belmonte, próximo a Plantação de Eucalipto, mata de restinga, 237 m.s.n.m.,
T.S.Nunes et al. 772, 08.Jan.2002 (HUEFS). (F6) Ituaçu, Sítio Água Preta, E.P.Gouvêa s.n., 31.Mai.1990
(ALCB). (D7) Jacobina, 22 Km a partir da estrada Jacobina/Itaitú, caatinga, A.M.Amorim 977, 21.Fev.1993
114
(CEPEC); Serra do Tombador, campo rupestre, arenito, R.M.Harley et al. in PCD 3298, 02.Jul.1996 (ALCB,
CEPEC, HRB, HUEFS, SPF); Monte Taboa, ca. 2 Km da cidade, campo rupestre, próximo à cachoeira, 574
m.s.n.m., F.R.Nonato et al. 896, 03.Ago.2001 (HUEFS); Serra do Cruzeiro, 1.040 m.s.n.m., N.G.Jesus et al.
1324, 07.Abr.2001 (HRB, HUEFS). (H8) Jussari, Rodovia Palmira/Jussari, Km 2 a 5, coletas próximas a cerca,
lado direito da rodovia, 180 m.s.n.m., L.A.M.Silva et al. 2387, 3.Mai.1988 (CEPEC, HUEFS, MBM, UESC).
(F7) Maracás, 2 Km L de Maracás, depois do Cruzeiro da cidade, Faz. Juliana, mata de cipó antropizada, 1.016
m.s.n.m., E.R.de Souza et al. 152, 23.Abr.2002 (HUEFS); E.R.de Souza et al. 155, 23.Abr.2002 (HUEFS). (G8)
Maraú, Rodovia Maraú/Ubaitaba, ca. 3,5 Km da saída da cidade, restinga arbórea e campos de restinga,
J.G.Jardim et al. 2224, 14.Ago.1999 (CEPEC); near Maraú, 20 Km N from road junction from Maraú to Ponta
do Mutá, mixed restinga, vegetation on sand, 50 m.s.n.m., mixed restinga, vegetation on sand, R.M.Harley et al.
18547, 03.Fev.1977 (CEPEC, K, RB); perto de Maraú, mata costeira, R.M.Harley 22128, 16.Mai.1980 (CEPEC,
K). (D6) Morro do Chapéu, E.Woodgyer et al. in PCD 2463, 16.Mar.1996 (ALCB); Cachoeira Domingos
Lopes, ca. 14 Km da estrada do feijão, 655 m.s.n.m., F.França et al. 2729, 30.Abr.1999 (HUEFS, MBM);
Estrada para o Morrão, 1.085-1.110 m.s.n.m., carrasco, F.França et al. 3447, 9.Jul.2000 (HUEFS); Estrada para
Morrão, 1.144 m, caatinga, F.R.Nonato et al. 976, 05.Ago.2001 (HUEFS). (D7) Miguel Calmon, entre a
Fazenda Pé de Serra e o riacho do Caldeirão, 820 m.s.n.m., N.G.Jesus et al. 1286, 05.Abr.2001 (HRB, HUEFS,
HUNEBA). (E8) Milagres, Morro Pé de Serra, F.França et al. 2160, 15.Mar.1997 (CEPEC, HUEFS, MBM,
SPF); Morro Nossa Senhora dos Milagres, W de Milagres, vegetação disturbada, 500-600 m.s.n.m., R.M.Harley
19441, 06.Mar.1977 (CEPEC, IPA, K, RB). (F6) Mucugê, estrada Mucugê-Guiné, a 28 Km de Mucugê,
A.Furlan et al. in CFCR 2038 (K, SPF); estrada para o capão do correio, 1.264 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 854,
15.Fev.2002 (HUEFS). (K8) Mucuri, 7 Km a NW cidade, restinga com algumas manchas de campos, S.A.Mori
10510, 14.Set.1978 (CEPEC). (D7) Mundo Novo, Rod. BA 052, 15 Km, G.Hatschbach 44272, 15.Out.1981
(MBM); Fazenda Aliança, depois da entrada principal, ca. 3 Km da entrada no lado direito da estrada, área de
mata, próximo a pastagem, 576 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 942, 14.Mai.2002 (HUEFS). (J8) Nova Viçosa, Km 5
Rodovia Nova Viçosa para Posto da Mata. Restinga. R.S.Pinheiro 2104, 24.Abr.1973 (CEPEC). (C7)
Pindobaçú, Serra da Paciência, mata estacional, 1.000 m.s.n.m., N.G.Jesus et al. 1368, 10.Abr.2001 (HRB,
HUEFS, HUNEBA). (I8) Porto Seguro, Km 7 da estrada Porto Seguro-Santa Cruz Cabrália, Taperapuã,
Restinga, campos e arbórea, A.M.de Carvalho 1221, 20.Abr.1982 (ALCB, HRB, CEPEC); Reserva Biológica do
Pau BRASIL, 17 Km W, 20 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 18106, 20.Jan.1977 (CEPEC, IPA, K, RB); 6-7 Km na
estrada Trancoso/Arraial D'Ajuda, campos de restinga com restinga arbórea, S.C.de Sant'Ana 91, 12.Dez.1991
(CEPEC); Trancoso, mata ombrófila densa, M.L.Guedes 5336, 04.Out.1997 (ALCB). (H8) Potiraguá, 14 Km da
BR 101, 315 m.s.n.m., mata, B.M.da Silva et al. 34, 12.Out.1999 (HUEFS, UESC). (J8) Prado, Arredores da
sede do município até a praia da amendoeira, a 8 km da sede. Restinga, E.Melo et al. 1286, 12.Jun.1995
(HUEFS, MBM). (F6) Rio de Contas, encosta da Serra dos Frios, Água Limpa, 1.350 m.s.n.m., campo rupestre,
W.Ganev 2120, 25.Ago.1993 (HUEFS, K, SPF); Caminho para o Pico das Almas, ca. 5 Km de Rio de Contas,
1.148 m.s.n.m., campo rupestre, T.S.Nunes et al. 229, 29.Nov.2000 (HUEFS); arredores da cidade,
G.Hatschbach 46482, 16.Mai.1983 (MBM). (D5) Salvador, Dunas de Itapuã, atrás do hotel Stella Maris, N do
115
condomínio Alamedas da Praia, Dunas, L.P.de Queiroz et al. 3217, 8.Jun.1993 (HUEFS, MBM); Bahia de Todos
os Santos, Ilha do Frade, H.P.Bautista 1431, 21.Set.1989 (HRB, HUEFS, IPA, MBM); Boca do Rio,
P.C.Torrend s.n., s.d. (ALCB 02875); Itapuã, E.Santos et al. 2000, 31.Jul.1964 (R); L.R.Noblick 1356,
12.Mai.1979 (ALCB); Dunas de Itapuã, entre o aeroporto e Stella Mares, A.L.Costa s.n., 23.Mar.1975 (ALCB
2874, IPA); Dunas altas da Pituba (vertente oeste), A.L.Costa 881, Mai.1961 (ALCB); Dunas próximo ao
aeroporto, M.L.Guedes, 590, 02.Mar.1983 (ALCB, IPA); Dunas perto do aeroporto, L.Silva 18, 18.Dez.1986
(ALCB); L.P.de Queiroz 518, 02.Abr.1983 (ALCB). (I8) Santa Cruz Cabrália, 5-10 Km S, G.& M.
Hatschbach et al. 53491, 18.Set.1989 (MBM); 8 Km de Santa Cruz Cabrália para Porto Seguro, entrada a direita
no sentido Santa Cruz Cabrália/Porto Seguro, mata de restinga, 15 m.s.n.m., T.S.Nunes et al 811, 09.Jan.2002
(HUEFS); Estrada Arraial D´Ajuda para Trancoso, BR 367, 37 Km do entroncamento para Porto Seguro, entrada
a esquerda no sentido Trancoso, ca. 3 Km do asfalto, restinga arbórea, 55 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 822,
09.Jan.2002 (HUEFS); Em Arraial D´Ajuda, descida para uma nascente na saída da cidade, 71 m.s.n.m.,
T.S.Nunes et al. 830, 09.Jan.2002 (HUEFS); 8 Km na estrada velha Cabrália/Porto Seguro, restinga, A.M.de
Carvalho 3139, 01.Mai.1990 (CEPEC). (E8) Santa Terezinha, 6 Km NE de Santa Teresinha na estrada entre
Santa Teresinha e Monte Cruzeiro, L.P.de Queiroz et al. 1538, 27.Mai.1987 (HUEFS). (D5) São Sebastião do
Passé, C.Bastos s.n., 22.Ago.1994 (ALCB 25941). (J8) Teixeira de Freitas, BR 101 a Itamaraju, mata, T.S.dos
Santos 1631, 13.Mai.1971 (CEPEC). (C4) Umburanas, Serra do Curral Feio (localmente referida como Serra da
Empreitada) Cachoeirinha, à beira do rio Tabuleiro, ca. 10 km NW de Delfino na estrada que sai pelo depósito de
lixo, mata ciliar, L.P.de Queiroz et al. 5391, 11.Abr.1999 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, MBM, SP, SPF,
UESC). (H8) Una, 46Km na BA-001. Restinga arbórea. A.M.de Carvalho 4423 16.Mar.1994 (CEPEC). (E6)
Utinga, entrada a ca. 9 Km NW de Utinga na BA 046 (Utinga-Morro do Chapéu), do lado direito da estrada no
sentido Morro do Chapéu, mata estacional, L.P.de Queiroz 4216, 17.Out.1994 (CEPEC, HUEFS, MBM). (G7)
Vitória da Conquista, Arredores da cidade, E.Melo et al. 1206, 16.Abr.1995 (HUEFS, MBM).
Material adicional: BRASIL, Espirito Santo: Linhares, Reserva Floresta da Companhia Vale do Rio
Doce, 10-20 m, estrada do Flamengo, Floresta atlântica, L.P.de Queiroz et al. 2455, 23.Abr.1990 (HUEFS,
MBM). Morro Danta, Rod. Br 5, 5 Km S de Morro Danta, beira de estrada, R.P.Belém 1463, 09.Ago.1965
(CEPEC, UB). Minas Gerais: Cristália, mata, I.Cordeiro et al. in CFCR 8937, 06.Jan.1986 (SPF). Paraíba:
Margem estrada entre Marataca e Barra do Camaratuba, D.A.Lima 63-4182, 20.Out.1963 (IPA). Pernambuco:
provavelmente cultivada no Kew, 1900 (HUEFS, K Lectótipo). Buíque, I.Machado et al. 300, 01.Mar.2002
(HUEFS, UFRPE). Caruaru, Serra dos Cavalos, A.M.Miranda et al. 425, 13.Mai.1992 (HST, HUEFS).
Floresta, Reserva Ecológica de Serra Negra, A.M.Miranda et al. 1493, 23.Mar.1994 (ALCB, HST, HUEFS);
Provavelmente cultivada no Kew, 1900, (Lectótipo: K!, foto do lectótipo: HUEFS). Garanhuns, D.A.Lima 799556, 18.Out.1979 (IPA); D.A.Lima 79-9557, 18.Out.1979 (IPA); Gravatá, a Fazenda Nova, D.A.Lima 76-8186,
02.Mar.1976 (IPA). Sergipe: Estância, Rod. Br 101 no trecho Estância;Aracaju, entrada no Km 10 à direita, 28
Km da BR 1001, Praia do Abais, restinga, solo arenoso com dunas, J.G.Jardim et al. 323, 08.Out.1993
116
(CEPEC). Serra da Itabaiana, D.Moura 781, 25.Nov.1995 (HST, HUEFS). (D8) Santa Luzia do Itanhy, Mata
do Crasto, M.F.Landim 205, 14.Mar.1995 (HST, HUEFS).
Passiflora galbana pode ser confundida com P. mucronata ou P. subrotunda (não
encontrada para o Estado da Bahia), mas pode ser diferenciada pelas folhas e estípulas que são
membranáceas em P. subrotunda e coriáceas em P. galbana, e pela coloração das flores azuis
em P. subrotunda e branca em P. galbana.
Diferencia-se de P. mucronata pelo número de nervuras primárias na lâmina foliar (3-5
em P. mucronata e uma em P. galbana), pelas glândulas do pecíolo (duas a três e estipitadas
em P. galbana e duas e sésseis em P. mucronata).
117
P. edmundoi
P. galbana
P. mucronata
Mapa 9. Distribuição de P. edmundoi, P. galbana e P. mucronata no Estado da Bahia.
118
23. Passiflora mucugeana sp. nov. ined. (Figura 6; Mapa 10).
Trepadeira escandente, glabra; caule cilíndrico, liso; gavinhas presentes. Estípulas 11,5 x 0,8-1 cm, persistentes, foliáceas, subreniformes, ápice agudo e mucronado, base
assimétrica, margem lisa. Pecíolo 1,2-2 cm compr.; glândulas 2, estipitadas, situadas da
porção mediana à distal do pecíolo; lâmina 5,5-7 x 2,5-3 cm, inteira a 3-lobada, base hastada,
subpeltada, margem lisa, levemente revoluta, 2 a 4 glândulas nos sinus entre os lobos, ou na
margem quando lâminas inteiras; nervuras primárias 3, avermelhadas; lobo mediano, ou
lâmina inteira, lanceolado, ápice agudo a acuminado; lobos laterais, quando presentes,
menores que o central, 2,5 x 2,5-3 cm. Pedúnculo 3-4 cm compr.; brácteas 10 x 5-8 mm,
persistentes, verticiladas, uninervadas, nervação reticulada, oval-lanceoladas, ápice agudo,
mucronado, margem lisa. Flores 3-7 cm diâm.; hipanto ca. 1 cm compr., curto-campanulado,
verde-claro; sépalas 2-2,5 x 5-8 cm, carnosas, aristadas, arista nascendo do meio para o ápice
da sépala, corniculadas no ápice, verdes externamente com nervuras vináceas e internamente
liláses; pétalas 1,5-2 x 5-8 cm, membranáceas, oblongo-lanceoladas, lilás; filamentos da
corona em cinco séries, filiformes, lilás-escuros, os da série externa ca. 2 cm compr., os da
série interna ca. 3 mm compr., com estrias brancas; opérculo membranoso; límen anular,
cupuliforme; anel nectarífero presente; androginóforo ca. 1 cm compr., amarronzado; filetes e
anteras marrons; ovário globoso, glabro, marrom; estiletes vináceos, livres desde a base;
estigmas amarelos, capitados. Frutos e sementes não vistos.
P. mucugeana é provavelmente endêmica da Bahia, sendo conhecida apenas de uma
pequena área próxima à cidade de Mucugê, em floresta de altitude, a ca. 1.200 m.s.n.m.
Floresce e frutifica provavelmente nos meses janeiro a março.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Ibicoara, nos arredores de Cascavel, 1.130 m.s.n.m.,
R.M.Harley et al. 53589, 21.Mar.1999 (HUEFS); Distrito de Cascável, estrada de chão em direção a Água Fria,
mata, 1.072 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 873, 16.Fev.2002 (HUEFS). (F6) Mucugê, Capão do Correia, 2.200
m.s.n.m., 13o15’8”S 41o22’39W”, L.P.de Queiroz et al. 5634, 24.Jan.2000 (HUEFS); Estrada para o capão do
119
Correia, campo rupestre, 1.264 m.s.n.m, T.S.Nunes et al. 847, 15.Fev.2002 (HUEFS).
P. mucugeana provavelmente pertence à série Lobatae, sendo muito próxima a P.
imbeana Sacco. Enquanto P. mucugensis é conhecida apenas da Bahia (Chapada Diamantina)
(Mapa 10), P. imbeana é encontrada apenas no Estado do Rio de Janeiro, em área de mata
(Sacco, 1966).
P. mucugeana é facilmente reconhecida, entre as espécies encontradas no Estado da
Bahia, por apresentar folhas hastadas com 2-4 glândulas nos sinus foliares. Dentre as espécies
estudadas pode ser confundida com P. galbana quando em estado vegetativo. Porém, P.
galbana apresenta folhas inteiras nunca lobadas e sem glândulas nos sinus foliares, ao passo
que P. mucugeana, apresenta folhas 3-lobadas, hastadas e com glândulas nos sinus.
120
A
Figura 17. Passiflora mucugeana sp. nov. ined. A. ramo. (A: R.M.Harley 53589).
121
122
24. Passiflora amethystina Mikan, Del. Fl. et Faun. Bras. Fasc. 4: 1825. Lectótipo: Figura 2
do trabalho de J.C.Mikan, Delect. Fl. Et Faunae Bras. Fasc. 4. 1825. (Figura 5 H-I; Mapa 10).
Trepadeira escandente, herbácea, glabra; caule cilíndrico, estriado; gavinhas
delgadas. Estípulas 1,5-2,5 x 0,7-1 cm, caducas, inteiras, peninérvias, oval-lanceoladas,
reniformes, ápice agudo, mucronado, margem lisa. Pecíolo 2-6 cm compr.; glândulas 4-6,
estipitadas, situadas da porção mediana à distal do pecíolo; lâmina 7-8 x 3,5 cm,
membranácea, 3-lobada, obovada, 3-5-nervada, ápice agudo, base truncada, subpeltada,
margem lisa, glândulas ausentes na margem, com 2-4 glândulas nos sinus; lobo central (2,5)6-8 x 2-4 cm, lobos laterais (2-)5-7 x 1-3 cm. Pedúnculo (2-)6-9(-15) cm compr., delgado;
brácteas 1-2,5 x 0,5-1,5 cm, caducas, verticiladas, elíptico-oblongas. Flores 6-10 cm diâm.,
solitárias; hipanto ca. 5 mm compr., campanulado, verde; sépalas 2,5-3 x 0,5 cm, carnosas,
lilás-claras, oblongo-lanceoladas, corniculadas, ápice agudo, margem lisa, sem glândulas;
pétalas 2,5 x 0,5 cm, membranáceas, púrpura-azuladas, oblongas, ápice agudo; filamentos da
corona em quatro a cinco séries, os das duas séries externas violeta-claros a violeta-escuros,
ca. 1,5 cm compr., liguliformes, os das séries internas violeta-escuros, ca. 7 mm compr.,
filiformes; opérculo 8-9 mm compr., membranoso, branco, ápice filamentoso; anel nectarífero
anular; límen ca. 3 mm compr., cupuliforme; androginóforo ca. 1,5 cm compr.; filetes verdes;
anteras amarelas; ovário elíptico ou ovóide, viloso; estiletes glabros; estigmas capitados,
verde-escuros. Baga 5-8 x 2-2,5 cm, elíptica, verde. Sementes ca. 5 mm compr., elípticas,
foveoladas.
Nome vulgar: Maracujá-de-cobra.
Espécie encontrada no Brasil e cultivada na Argentina e Europa (Killip, 1938). No
Brasil é encontrada nos estados do Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Paraná,
Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Na Bahia foi encontrada na faixa litorânea
central do Estado, em área de mata atlântica e restinga, em altitude entre 50 a 600 m.s.n.m.
(Mapa 10). Floresce e frutifica de junho a setembro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (H8) Belmonte, Estação Ecológica Gregório Bondar, ca. 1,8
Km da sede, mata de restinga, 120 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 798, 08.Jan.2002 (HUEFS). (G8) Buerarema,
margem Rodovia Buerarema/São José, mata, C.M.Magalhães 57, 10.Jul.1964 (CEPEC). (F8) Cairú,
123
M.L.Guedes s.n., 15.Ago.1993 (ALCB 26048). (H8) Camacan, Ramal para torre da Embratel, com entrada no
lado esquerdo da BR 101, trecho para São João da Panelinha/Itabuna, 400-600 m.s.n.m., L.A.Mattos Silva et al.
936, 08.Jul.1980 (CEPEC, HRB, K, RB); 3-30 Km a E da Rod. Camacã/Canavieiras, Plantação de Cacau,
R.P.Belém 1384, 28.Jul.1965 (CEPEC, UB). (E8) Cruz das Almas, Mata do Instituto do Fumo, M.L.Guedes
845, 11.Set.1983 (ALCB). (G8) Ilhéus, Área do CEPEC, mata Higrófila, 50 m.s.n.m., J.L.Hage et al. 1029,
1.Jul.1981 (CEPEC, HUEFS); J.L.Hage et al. 1250, 1.Set.1981 (CEPEC, HUEFS); A.M.de Carvalho et al. 116,
19.Jul.1979 (CEPEC); 22 Km da Rod. Ilhéus/Itabuna (Br 415), mata higrófila sul baiana, 50 m.s.n.m., E.B.dos
Santos et al. 67, 06.Set.1983 (CEPEC); J.L.Hage et al. 1141, 29.Jul.1981 (CEPEC); J.A.de Jesus 662,
20.Mai.1970 (CEPEC); Quadra H do CEPEC, plantação de cacau, J.L.Hage 2126, 14.Ago.1986 (CEPEC);
Retiro Ilha-Alagado, H.P.Velloso 963, 08.Jun.1944 (R). (G8) Itabuna, Rodovia Itabuna-Uruçuca, Plantação de
cacau, R.P.Belém et al. 1310, 06.Jul.1965 (CEPEC, UB); Rodovia banco Central X Itajuípe, plantação de cacau,
R.S.Pinheiro 1305, 8.Jun.1971 (CEPEC); Rodovia Itabuna-Uruçuca, plantação de cacau, R.P.Belém et al. 1262,
01.Jul.1965 (K, UB); a 25 Km para Buerarema, N.T.Silva 58342, 10.Jul.1964 (UB). (G8) Itacaré, estrada que
liga a torre da Embratel com a estrada BR 101/Itacaré, a 5,8 Km da entrada, ca. 25 Km SE de Ubatuba, mata
higrófila, S.A.Mori et al. 12030, 15.Jun.1979 (CEPEC). Itamonte, Km 7 em direção ao Brejo da Lapa, O.Yano et
al. 22537, 30.Abr.1994 (SP). (J7) Itanhém, Fazenda Pedra Grande, 16,2 Km W of Itanhém on road to Batinga,
then 0,6 Km N to Fazenda, 260-300 m.s.n.m., W.W.Thomas et al. 12342, 18.Mar.2001 (CEPEC). (G8) Maraú,
Fazenda Raquel, S.G.da Vinha et al. 53, 6.Ago.1967 (CEPEC, UB). (H8) Pau Brasil, Faz. Milagrosa do
Almada. A.M.Giulietti 10, 12.Ago.1995 (HUEFS); Distrito de Mundo Novo: Fazenda Milagrosa da Almada,
ramal com entrada no Km 10 da Rod. Pau Brasil/Itaju do Colônia, lado direito, C.S.Florêncio 10, 12.Ago.1995
(CEPEC, UESC). (I8) Porto Seguro, Fazenda Pedro Deiró, A.P.Duarte 6016, 27.Ago.1961 (RB). (I8) Santa
Cruz Cabrália, 2 Km da entrada para a RPPN, Estação Vera Cruz, restinga arbórea densa, 100 m.s.n.m.,
T.S.Nunes et al. 814, 09.Jan.2002 (HUEFS). (H8) Una, Ramal para a repetidora da EMBRATEL, Serra Boa 4
Km de extensão com a entrada no Km 575 da rod. BR 101 a direita, 53 km ao S de Buerarema, mata higrófila,
J.L.Hage et al. 320, 28.Set.1979 (CEPEC, HUEFS); A.M.de Carvalho et al. 6225, 06.Jun.1996 (CEPEC). (G8)
Uruçuca, Plantação de cacau, T.S.Santos 854, 21.Jun.1970 (CEPEC, HRB); Uruçuca x Taboquinhas (rod.)
plantação de cacau, R.S.Pinheiro 1475, 22.Jul.1971 (CEPEC). (F8) Wenceslau Guimarães, Estação Ecológica
Estadual Nova Esperança, sede a 7 Km a W do povoado de Nova Esperança, área com aprox. 2.700 ha, mata
higrófila sul baiana, 600 m.s.n.m., L.A.Mattos Silva et al. 4415, 26.Jul.2001 (HUEFS, UESC).
Material adicional: BRASIL, Distrito Federal: Reserva Ecológica do IBGE, E.P.Heringer 18671,
15.Nov.1982 (IBGE, SP). Espírito Santo: Conceição do Castelo, Providência, G.Hatschbach et al. 51340,
20.Ago.1987 (MBM). Góias: Rodovia BR-020, 156 Km N de Alvorada do Norte, G.Hatschbach 42016,
10.Mar.1979 (MBM); ad Porto Real Imperial, Burchell 8537, 1865 (Isótipo de P. cornuta Mast. HUEFS, K).
Goiânia, Jardim Botânico Reserva Florestal, J.R.Pirani et al. 2061, 07.Fev.1988 (SPF, NY). Tocantins, Aurora
do Tocantins, rodovia Campos Belos a Taguatinga, próximo a Lavadeira, G.Hatschbach et al. 60385,
11.Fev.1994 (MBM). Minas Gerais: Serra do Itabirito, ca. 50 Km SE of Belo Horizonte, 1500m, H.S.Irwin et
al. 19729, 10.Fev.1968 (NY, SP); Bom Jesus da Cachoeira, arredores, G.Hatschbach 46295, 12.Mai.1983
124
(MBM). Brumadinho, Serra da Calçada, Ribeiro das Pedras, 1.400m, capoeira, L.A.Masters 641, 04.Abr.1994
(SPF); L.A.Masters 485, 23.Jan.1991 (SPF). Muriaé, Rodovia BR 116, 10-15 Km ao Sul do Muriaé,
G.Hatschbach et al. 55420, 13.Jun.1991 (MBM). Paraná: Guaraniaçu, Serra das União, G.Hatschbach et al
19173, 26.Abr.1968 (MBM, HUEFS). Rio de Janeiro: Graham s.n., s.d. (Isótipo de P. onychina Hindl, HUEFS,
K). São Paulo: Matas sombrias de Umuarana, Gruta em frente a fonte da juventude, M.Kuhlmann s/n.,
21.Jan.1935 (SP, SPF). Barra do Turvo, BR 116, Rio Barreiro, O.S.Ribas et al. 1986, 27.Out.1997 (MBM).
Cabreúva, estrada Cabreúva-Pirapora do Bom Jesus, R.Simão-Bianchini 125, 16.Abr.1989 (MBM, SPF).
Campos do Jordão, Reflorestamento de Araucária, M.J.Robim 741, 20.Mar.1992 (MBM, SPSF). Jundiaí, ca.
10 Km SW de Jundiaí. Serra do Japi, H.F.Leitão-Filho et al. 3157, 08.Out.1976 (MBM, UEC); Estação
experimental do IAC, L.C.Bernacci 2205, 21.Abr.1994 (IAC, MBM). Piracicaba, Mata da Pedreira, ESALQ,
E.L.M.Catharino 53, 08.Abr.1984 (ESA, IAC, SP); Mayrink a Santos, F.Zoega 28790, 05.Fev.1932 (IAC, SP).
Pernambuco: Rio Formoso, orla das mata, L.P.Félix et al. 6888, 21.Fev.1995 (HST, HUEFS). São José do
Barreiro, Estrada SP 221, que liga a cidade ao alto da Serra da Bocaína, até ca. 1800 m de altitude, zona de mata
nebular, R.J.F.Garcia et al. 1981, 17.Abr.2000 (PMSP, SPF). São José dos Campos, São Francisco Xavier,
R.S.Bianchini 313, 03.Jun.1992 (SPF).
Passiflora amethystina pode ser confundida com P. watsoniana da qual se diferencia
pelo tamanho do pedúnculo, até 5 cm compr. em P. watsoniana e maior do que 5 cm compr.
em P. amethystina. Outro caráter importante é a coloração das flores, rosadas em P.
watsoniana e violáceas em P. amethystina.
125
P. amethystina
P. mucugeana sp. nov.
Mapa 10. Distribuição de P. amethystina e Passiflora mucugeana no Estado da Bahia.
126
B
D
E
H
C
A
G
F
I
Figura 18. Passiflora edmundoi: A. ramo, B. flor. P. mucronata: C. ramo, D. flor inteira, E.
flor (corte longitudinal). P. galbana: F. ramo, G. flor. P. amethystina: H. estípula, I. ramo.
(A-B: T.S.N.Sena 25; D-E: L.A.Mattos-Silva 483; F-G: T.S.Nunes 229; H-I: G.Hatschbach
19173).
127
128
A
B
C
D
Figura 19. Subgênero Dysosmia: A. Flor; B. Hábito prostrado; C. Flor; D. Baga globosa;
E. Baga envolto em brácteas pinatissectas (A-E. P. foetida).
E
129
I.4. Passiflora subgênero Dysosmia (DC.) Killip, Publ. Field. Mus. Bot. ser. 19(1): 30. 1938.
Trepadeiras herbáceas; indumento de tricomas glandulares estipitados; estipulas e
brácteas pinatissectas a bipinatissectas, profundamente fendidas em segmentos filiformes,
glandular-estipitadas, a parte não dividida meramente uma banda estreita da lâmina; pecíolos
sem glândulas verdadeiras apesar de às vezes possuirem tricomas glandular-estipitado; flores
com hipanto campanulado; filamentos da corona em 4-5 séries; opérculo ereto, denticulado;
estiletes unidos na base, projetando-se do centro do ápice do ovário; sementes reticuladas.
25. Passiflora foetida L., Sp. Pl. ed. 2: 959. 1753. Tipo: “Dominica, Martiniana, Curaçao.”
(Mapa 11).
Trepadeira herbácea; indumento hirsuto, com tricomas amarelos ou dourados, e com
tricomas glandulares estipitados, viscosos, densos, nos ramos, folhas, estípulas e brácteas;
caule cilíndrico, estriado; gavinhas vilosas, presentes. Estípulas ca. 0,5 x 1,5 cm, linearreniformes, persistentes, pinatissectas, margem laciniada. Pecíolo 1-(2,5-)4,5 cm compr.;
lâmina 5-6 x 4-5 cm, membranácea, 3-lobada, hirsuta em ambas as faces, ápice agudoacuminado, base cordada, margem serreada, glandular-ciliada. Pedúnculo (1,5-)2,5-3(-5) cm;
brácteas 2-3,5 x 1-2 cm, persistentes, pinatissectas, com tricomas simples e tricomas
glândulares por toda a margem, verticiladas no ápice do pedúnculo. Flores 4-6 cm diâm.,
solitárias ou pareadas na axilar foliar; hipanto ca. 3 mm compr., curto-campanulado, verde;
sépalas 1-1,5 x 0,6 cm, carnosas, verdes na face externa, brancas na face interna, oblongas,
ápice agudo, corniculadas, corno viloso, ca. 4 mm compr.; pétalas 1-1,5 x 0,4-0,8 cm,
membranáceas, oblongas, branco-esverdeadas, ápice arredondado; filamentos da corona em
cinco séries, branco-vináceos, filiformes, os das séries externas 0,5-1 cm compr., os das séries
internas ca. 2 mm compr.; opérculo membranoso, ápice denteado; anel nectarífero presente;
límen membranoso, cupuliforme; androginóforo ca. 1 cm compr.; filetes verdes; anteras
amarelas; ovário globoso, seção circular, densamente viloso; estiletes pubescentes; estigmas
capitados; Baga ca. 1,5-2,2 x 1,8-2 cm, globosa, verde. Sementes ca. 4-6 x 3 mm, oblongas,
lisas, achatadas, alveoladas.
130
Nome vulgar: Camapu, maracujá-de-cobra maracujá-de-estalo, maracujá-de-estralo,
maracujá-de-papoco,
maracujá-de-papouco,
maracujá-de-pipoco,
maracujá-de-praia,
maracujá-do-campo, maracujá-do-mato, maracujá-i, maracujá-poca, maracujazinho-do-mato
ou poca-poca.
Passiflora foetida encontra-se distribuída no Texas, México, América Central,
Antilhas e América do Sul. No Brasil tem ampla distribuição, encontrada em praticamente
todos os estados. Na Bahia ocorre praticamente em todo o Estado e em todos os tipos
vegetacionas, comportando-se como uma planta invasora em áreas degradadas (Mapa 11).
Encontra-se em altitude de 50 a 1300 m.s.n.m. Floresce e frutifica durante todo o ano.
Material examinado: BRASIL, Bahia: In justicelis, P.Salzmann s.n., s.d. (K). Martii 437 (K,
HUEFS); A.L.Costa s.n., Mai.1956 (ALCB 2861); BA 052 Km 39, Y.Britto s.n., s.d. (ALCB 19137); caatinga de
Moura, Schreiner 90179, 1890 (R); L. Netto s.n., s.d. (R 90212). (D5) Aramary, P.C.Porto 1394, 21.Dez.1922
(RB). (F4) Bom Jesus da Lapa, Rio das Rãs, G.Hatschbach et al. 55194, 15.Fev.1991 (MBM). (D5)
Cachoeira, Estação das Embasa, G.P.do Cavalo 161, Jun.1980 (ALCB); Estação da EMBASA, vale dos Rios
Paraguaçu e Jacuípe, mata, Grupo Pedra do Cavalo 336, Jul.1980 (ALCB, CEPEC, HRB); Porto Castro Alves.
Vale dos Rios Paraguaçu e Jacuípe, mata, Grupo Pedra do Cavalo 256, Jun.1980 (ALCB, CEPEC, HUEFS);
Barragem de Bananeiras, G.P.do Cavalo 212, Jun.1980 (ALCB, CEPEC, HUEFS); Represa de Bananeira, lugar
sombreado, L.R.Noblick 1933, 31.Jul.1980 (CEPEC, HUEFS, RB). (C8) Camaleão, Lagoa da Eugênia southern
and near Camaleão waste ground with scattered shrubs and marshy lake margin, 300 m, R.M.Harley et al. 16271,
21.Fev.1974 (IPA, K, RB). (B8) Canudos, Reserva Biológica de Canudos, Raso da Catarina, A.A.Ribeiro-Filho
et al. 139, 2.Mar.2001 (HUEFS). (D7) Capim Grosso, A.L.Costa s.n., 08.Fev.1970 (ALCB 2865). (B7) Casa
Nova, Porto Casa Nova, Rio São Francisco, P.T.Mendes 49320, 04.Ago.19329 (SP). (E8) Castro Alves,
C.A.L.de Carvalho 56, 30.Jul.1994 (HUEFS); C.A.L.de Carvalho 56, 30.Jul.1994 (HUEFS). R.M.Harley et al.
28479, 10.Jan.1997 (HUEFS, SP, SPF). (D8) Conceição do Coité, caatinga, L.P.de Queiroz et al. 1108,
16.Nov.1986 (HUEFS). (D10) Conde, Poças, dunas, G. & M. Hatschbach et al. 63144, 18.Ago.1995 (CEPEC,
MBM); Barra do Tariri, restinga, R.C.M.S.Araújo et al. 8, 26.Mar.2001 (HUEFS); Praia de Siribinha,
E.C.Medeiros Neto 33, 28.Abr.1996 (ALCB, HUEFS). (F3) Correntina, Rio Corrente, G.Hatschbach et al.
66065, 21.Jan.1997 (MBM). (B8) Curaçá, Fazenda Santa Rita, S.B.da Silva et al. 298, 12.Ago.1983 (K, HRB).
(E8) Cruz das Almas, G.C.P.Pinto 215, Mai.1950 (ALCB). (E9) Dias D’Ávila, Acesso BR 093, M.L.Guedes et
al. s.n., 05.Ago.1994 (ALCB 26853). (D10) Entre Rios, Porto de Sauípe, restinga arbustiva, M.L.Guedes et al.
3820, 20.Abr.1996 (ALCB); Restinga de Massarandupió, dunas, M.R.Fonseca et al. 07, 11.Jan.23001 (ALCB,
HUNEBA). (E8) Feira de Santana, Serra de São José, pastagem, L.R.Noblick 3119, 30.Mar.1984 (ALCB,
CEPEC, HUEFS); T.S.Nunes et al. 4, 5.Jul.1993 (HUEFS); Campus da UEFS, L.R.Noblick 2705, 01.Jun.1983
(HUEFS); Campus da UEFS, 1º Módulo ao lado do Auditório II, em direção ao 2º módulo, T.S.N.Sena 01,
131
21.Jul.1992 (HUEFS, MBM); Campus da UEFS, 1º Módulo, em frente ao canteiro de Leguminosas, T.S.Nunes
08, 29.Out.1993 (CEPEC, HUEFS, MBM). (D5) Filadélfia, 450 m, Br 407, 4-9 Km N de Filadélfia, caminho a
Senhor do Bonfim, Borde del Camino, M.M.Arbo et al. 5455, 01.Dez.1992 (CTES, K, SPF); 5 Km na estrada
para Pindobaçu, caatinga, A.M.Giulietti et al. 1880, 28.Fev.2000 (HUEFS). (D2) Formosa do Rio Preto, Pinto,
ca. 7 km S da divisa entre Bahia e Piauí, F.França et al. 3296, 29.Mar.2000 (ALCB, HUEFS). (F8) Gandu,
margem da estrada Itamari, T.S.dos Santos 1751, 09.Jul.1971 (CEPEC). (D5) Gentio do Ouro, Lagoa Itaparica,
10 km São Inácio-Xique Xique, road at the turnning 13,1 Km N of São Inácio, 300-400 m.s.n.m., R.M.Harley et
al. 19088, 26.Fev.1977 (CEPEC, K, RB). (B9) Glória, caminho da serrota, caatinga, F.P.Bandeira 244,
3.Jul.1995 (HUEFS, MBM); Brejo do Burgo. F.P.Bandeira 81, 1.Dez.1992 (ALCB, HUEFS); Raso da Catarina,
M.L.Guedes 865, 07.Dez.1983 (ALCB); ca. 4 Km de Olhos d'Água de Souza. L.P.de Queiroz et al. 6527,
26.Abr.1997 (HUEFS). (E7) Iaçu, margem Rio Paraguaçu, G.Hatschbach 45099, 17.Jul.1982 (CEPEC); Rod.
BA-046, G.Hatschbach 45087, 17.Jul.1982 (MBM); Morro da Garrafa, F.França et al. 2313, 21.Abr.1997
(HUEFS); Rodovia BA-046, G.Hatschbach et al. 45099, 17.Jul.1982 (MBM). (D8) Ichu, 5 Km ao S de Ichu,
caminho a Tanquinho, 300 m.s.n.m., caatinga, M.M.Arbo et al. 7265, 15.Jan.1997 (CEPEC, CTES). (E8) Ipirá,
ca. 120 Km de Feira de Santana, beira de estrada, T.S.Nunes et al 265, 10.Abr.2001 (HUEFS). (D6) Irecê,
Gameleira, E.L.P.G.de Oliveira 203, 8.Out.1980 (BAH, HRB); Margem da estrada de Baixa Verde,
M.S.G.Ferreira 124, 07.Out.1980 (HRB). (E7) Itaberaba, Fazenda Serra da Monte-Pasto, tanque,
E.L.P.G.Oliveira 426, 09.Mar.1982 (HRB); Pasto Buffel, Fazenda Serra da Monta, Pastagem, B.C.Bastos 345,
11.Nov.1982 (BAH, HRB, HUEFS). (D5) Itanagra, E.F.Gusmão 70, 30.Mar.1975 (ALCB). (E8) Itatim, Morro
do Leão, Inselberg, F.França et al. 1919, 26.Out.1996 (HUEFS); V.M.de Monteiro 21, 27.Out.1996 (HUEFS).
(C8) Itiuba, 10 Km de Itiuba, 735 m.s.n.m., J.G.Nascimento et al. 36, 28.Jan.2001 (HUEFS); Rômulo Campos,
Lago do Jacurici, área do DENOCS, 355 m.s.n.m., J.G.Nascimento et al. 65, 19.Jan.2002 (HUEFS); Lagoa da
Eugenia, ao S próximo a Camaleão, caatinga, R.M.Harley 16271, 21.Fev.1974 (CEPEC, IPA). (E7) Itumirim,
P.C.Porto 1284, 19.Dez.1922 (RB). (D10) Jandaíra, Mangue Seco, dunas instáveis, M.C.Ferreira 155,
02.Abr.1988 (HRB); Mangue seco, C.B.Nascimento & J.Costa 69, 22.Mar.1998 (HRB, HUEFS). (C9)
Jeremoabo, Raso da Catarina, caatinga, L.M.C.Gonçalves 57, 15.Mai.1981 (CEPEC, HRB). (B7) Juazeiro, 7
Km ao S cidade, BR-407, próxima a Pousada de Juazeiro, caatinga, W.W.Thomas 9564, 23.Jan.1993 (CEPEC,
NY); caatinga, A.L.Costa s.n., 26.Fev.1962 (ALCB 2860); Serrote Branco, M.L.S.Guedes 7306, 26.Mar.2000
(ALCB). Traíras, Rio São Francisco, viagem pelo Rio São Francisco, A.Lutz 226, 12.Jun.19232 (R). (E6)
Lençóis, estrada Lençóis-Br 242, Km 01, 500 m.s.n.m., L.Coradin et al. 4378, 21.Ago.1981 (CEN); Estrada
saindo de Lençóis, beira do córrego de esgoto corrente, M.J.S.Lemos 88, 22.Out.2000 (HUEFS); Povoado de
Remanso, M.P.Sena s.n., 14.Dez.1997 (HUEFS 39329). (F7) Maracás, L.P.de Queiroz 61, 20.Jan.1981
(ALCB). (D5) Mata de São João, L.Maliarenko 07, 04.Jun.1996 (ALCB); Litoral Norte, restinga de praia do
forte, M.L.Guedes et al. 8187, 03.Fev.2001 (ALCB); Porto do Sauípe, restinga, A.J.Ribeiro et al. 442, 1995
(ALCB). (E8) Milagres, Fazenda Bom Jesus, A.L.Costa s.n., 07.Dez.1969 (ALCB 2864). (F6) Mucugê, Estrada
para o Capão do Correia, 1.264 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 854a, 15.Fev.2002 (HUEFS). (D7) Mundo Novo, 15
Km a W cidade, BA-052, orla da mata, G.Hatschbach 44267, 15.Out.1981 (CEPEC, MBM). (D9) Olindina,
132
Fazenda Olhos D’água, caatinga, O.B.Borges 14, 13.Jul.1993 (HRB). (E6) Palmeiras, Br 242, G.Hatschbach et
al. 56930, 09.Abr.1992 (MBM). (B9) Paulo Afonso, Raso da Catarina, caatinga arbustiva, M.C.Ferreira 510,
12.Abr.1993 (HRB); Estação Ecológica Raso da Catarina (casa 2), L.P.Gonzaga 65, 16.Ago.1985 (RB);
L.P.Gonzaga 66, 16.Ago.1985 (RB). (F6) Piatã, 5 Km de Piatã na estrada para Abaíra, 1.200-1.300 m.s.n.m.,
R.M.Harley et al. H 51197, 07.Jan.1992 (SPF). (D8) Queimadas, 3 min NE of Queimadas, 400 m.s.n.m.,
caatinga, G.L.Webster 25708, 17.Nov.1986 (K, UB). (D8) Riachão do Jacuípe, ca. 30 Km na estrada de Riacho
do Jacuípe para Capim Grosso, caatinga, A.M.Carvalho et al. 2771, 14.Mar.1990 (CEPEC, HUEFS). (D5)
Salvador, Dunas de Itapuã, perto do aeroporto, mata úmida, L.R.Noblick 1524, 25.Ago.1979 (ALCB, IPA);
Boca do Rio, W.Sant’Ana s.n., 16.Abr.1973 (ALCB 2536); Jardim Ipiranga, A.L.Costa s.n., 1956 (ALCB 1862);
Dunas da Boca do Rio, Equipe Ecollógica s.n., 13.Set.1976 (ALCB 16024); Praia de Itapuã, E.Santos 1899,
25.Jul.1964 (K, MBM, R); Boca do Rio, W.Sant’Ana s.n., 16.Abr.1973 (ALCB 25361); Jardim Ipiranga,
A.L.Costa s.n., 1956 (ALCB 1862). (B9) Santa Brígida, L.P.de Queiroz 346, 25.Jun.1982 (ALCB, HUEFS);
Quarenta Santa Brígida, J.de S.Silva 647, 23.Mai.1978 (HUEFS, SP); Estação Ecológica do Raso da Catarina,
próximo à sede. M.L.Guedes 865, 7.Dez.1983 (ALCB, HUEFS). (I8) Santa Cruz Cabrália, 4-6 Km a E da
Estação Ecológica do Pau-Brasil, 17 Km a W Porto Seguro, estrada velha para Cabrália, mata em fase destruição,
S.A.Mori 10815, 18.Out.1978 (CEPEC). Reserva Biológica do Pau Brasil, mata, T.S.dos Santos 3022,
28.Mai.1975 (CEPEC, HUEFS). (D8) Santa Luz, estrada Santa Luz-Queimadas, aprox. 8 km depois de Santa
Luz, próximo a pedreira, caatinga, K.R.B.Leite et al. 114, 16.Nov.2000 (HUEFS). (E8) Santa Terezinha, 11 Km
ao SW da ponte sobre o Rio Paraguaçu, BR-116, caatinga degradada, L.P.de Queiroz 3183, 02.Jun.1993
(CEPEC, HUEFS, K, MBM); Serra da Jibóia, cerca de 4 km W de Pedra Branca, J.G.Carvalho-Sobrinho 5,
27.Jul.2000 (HUEFS); Vila da Pedra Branca, serra da Jibóia, estrada para a torre de TV, 800-850 m.s.n.m., mata
higrófila submontana, M.Alves et al. 1985, 11.Jun.2000 (CEPEC). N.R.S.Cruz et al. 41, 19.Out.2000 (HUEFS).
(E8) Santo Estevão, 53 Km SW de Feira de Santana, BR-116, vegetação perturbada a beira de um brejo. L.P.de
Queiroz 1526, 27.Mai.1987 (CEPEC, HUEFS). (D6) São Gabriel, Ca. 11 Km para Gameleira, caatinga, 786
m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 615, 26.Nov.2001 (HUEFS) (D5) São Sebastião do Passé, Área da Estação
Experimental Sosthenes Miranda, Km 26 BR-324, plantação de cacau, solo argiloso, J.L.Hage 1714 (CEPEC).
(C7) Senhor do Bonfim, Estrada entre Senhor do Bonfim e Campo Formoso, caatinga, T.S.Nunes 575,
18.Jun.2001 (HUEFS); Estrada Senhor do Bonfim a Capim Grosso, ca. 130 Km de Juazeiro, beira de estrada,
T.S.Nunes et al. 605, 15.Ago.2001 (HUEFS). (E8) Serra Preta, Fazenda Lagedo Alto, caatinga, R.C.M.S.Araújo
3, 1.Jul.2000 (HUEFS). (B7) Sobradinho, Estrada Casa Nova-Sobradinho, barragem de Sobradinho. Coleções
perto do Restaurante Lagoa Azul. A.Freire-Fierro et al. 1984, 17.Out.1990 (SPF, HUEFS). (F8) Tancredo
Neves, Corte de Pedra, F.França 549, 24.Jul.1991 (MBM, UB). (E8) Tanquinho, 5 Km ao S Ichu, estrada para
Tanquinho, caatinga, M.M.Arbo 7265, 15.Jan.1997 (CEPEC, CTES). (C9) Tucano, Sítio Nossa Senhora
Auxiliadora, H.Maia 10, 23.Dez.1992 (ALCB). (F8) Valença, Guaibim. Restinga arbórea, G.Hatschbach et al.
63356, 17.Ago.1995 (CEPEC, MBM); G.Hatschbach et al. 68498, 13.Out.1998 (MBM). (D5) Vera Cruz, Ilha
de Itaparica, Praia da Corona, ramal que liga a BA-001 à praia de Corona. Restinga, L.P.de Queiroz et al. 4745,
9.Fev.1997 (HUEFS, MBM). (G7) Vitória da Conquista, Rod. Rio-Bahia, próximo a Vitória das Conquista,
133
E.P.Heringer 10224, 18.Jan.1965 (UB). (F8) Wenceslau Guimarães, Três Braços, Nova Esperança, E.Melo &
F.França 505, 16.Jan.1991 (CEN).
Material adicional: BRASIL, Alagoas: Barra de São Miguel, AL 101, a 1 Km do entroncamento com AL215, N.N.R.Staviski 447, 28.Jun.1982 (K). Penedo, Gardner 1314, Fev.1838 (HUEFS, IPA foto, K). Ceará: Ito,
89 Km N of Ito, Br 116, A.Gentry 50095, 14.Fev.1985 (K). Espírito Santo: Linhares, Vale do rio doce, T.S.dos
Santos
1480,
27.Mar.1971
(CEPEC).
Goiás:
Niquelândia,
estrada
de
terra
vicinal a
GO-237
(Niquelândia/Colinas), entrada a 600 m da ponte sobre a Barragem a 40 km desta, 410 m, B.M.T.Walter et al.
1289, 14.Abr.1992 (CEN, HUEFS); Araguatins, capoeirão, E.Mileski 355, 17.Nov.19832 (HRB, HUEFS).
Mato Grosso: Corumbá, Near Corumbá, J.A.Moore 915, 1891 (HUEFS, K! holótipo de P. foetida L. var.
strigosa S.Moore). Mato Grosso do Sul: Miranda, Rodovia BR-262, rio Miranda, G.Hatschbach et al. 52474,
21.Out.1988 (MBM). Pernambuco: Gardner 1021, Dez.1837 (K); Gardner 1024, Dez.1837 (IPA, K). Piauí:
Baixa do Barreiro (6a. cidade) – PARNA de sete cidades, 220m, cerrado, M.E.Alencar et al. 835, 14.Jan.2000
(TEPB). Teresina, 36 Km northwest of Picos on BR 316 to Teresina, caatinga, W.W.Thomas et al. 9609a,
24.Jan.1993 (CEPEC, NY). Triunfo, Lagoa Nova, 1100 m, A.M.Miranda et al. 2139, 10.Mar.1995 (HST). Serra
Negra, D.A.Lima 51-900, 15.Fev.1951 (IPA). Cabo de Santo Agostinho, Rochedos, D.A.Lima 52-1043,
22.Mai.1952 (IPA). Rio Grande do Norte: Nisea, Floresta a margem do riacho do Cruzeiro, S. Tavares 53-223,
08.Set.1953 (IPA).
Durante este estudo foi feita uma tentativa no sentido de reconhecer as variedades
sugeridas por alguns autores (Triana & Planchon, 1873; Killip, 1938). No entanto, os
caracteres diagnósticos sugeridos por estes autores mostraram, na Bahia, instáveis, com
variação contínua ou dissociada de padrões geográficos. Sendo assim, as variedades não estão
sendo reconhecidas neste trabalho, havendo necessidade de um estudo completo da variação
neste táxon, a fim de estabelecer limites taxonômicos mais naturais.
P. foetida pode ser confundida com P. villosa, diferenciando-se desta por apresentar
brácteas pinatifidas ou pinatissectas, estípulas pinatissectas ou laciniadas e flores aos pares na
axila foliar, enquanto P. villosa apresenta brácteas inteiras, estípulas lineares e flores
solitárias.
134
P. foetida
Mapa 11. Distribuição de P. foetida no Estado da Bahia.
135
136
B
A
C
D
E
Figura 20. Subgênero Dysosmioides: A. Ramo em botão com brácteas e estípula; B.
Estípula; C. Botão; D. Fruto; E. Flor (em corte longitudinal) (A-E. P. villosa).
137
I.5. Passiflora subgênero Dysosmioides Killip, Publ. Field. Mus. Bot. ser. 19(1): 30. 1938.
Trepadeiras herbáceas; pecíolos sem glândulas apesar de às vezes apresentar tricomas
glandulares estipitados; estípulas ovais ou semi-ovais, denticuladas a lacerado-dentadas;
brácteas lacerado-dentadas ou laciniadas; hipanto campanulado; filamentos da corona em três
séries; opérculo filamentoso; estiletes livres na base, projetando-se a partir do centro do ápice
do ovário.
26. Passiflora villosa Vell., Fl. flumin. icones 9, Tab. 87. 1831. Tipo: Velloso, Fl. flumin.
Icones 9: Tab. 87. 1831. (Figura 8A-B; Mapa 12).
Trepadeira; indumento hirsuto em toda a planta, tricomas dourados; caule cilíndrico,
estriado, vináceo-escuro; gavinhas presentes. Estípulas 5-7 x 3 mm, persistentes, pubescentes,
vináceas, inteiras, foliáceas, laciniadas, oval-lanceoladas, ápice agudo, com tricomas
glandulares. Pecíolo 0,5-3 cm compr., sem glândulas; lâmina 6-9(-13) x 5-8 cm,
membranácea, 3-lobada (inteira quando jovem), 3-nervada, reticulada, oval-lanceolada;
tricomas vilosos dourados em ambas as faces; ápice agudo, mucronado, base cordada, margem
serreada; lobo central oval-lanceolado, 4-13 x 5-6 cm, lobos laterais raramente maiores do que
1 cm. Pedúnculo 1-1,5 cm compr.; brácteas 1,5-2 cm compr., caducas, inteiras, pubescentes,
verticiladas no meio do pedúnculo, nervação reticulada, lineares, lacerado-denteadas,
corniculadas, com margem fortemente serrulada, mucronadas, sem glândulas. Flores 2-3 cm
diâm., solitárias; hipanto ca. 1-1,5 x 0,5-1 cm compr., verde, campanulado; sépalas 1-1,5 x
0,5-1 cm, verdes na face externa, brancas na face interna, carnosas, oblongas, ápice agudo,
sem glândulas; pétalas 1,5 x 0,8 cm, brancas, membranáceas, oblongas, ápice agudo;
filamentos da corona em três séries, com faixas brancas e vináceas, os da série externa
liguliformes, ca. 1 cm compr., os das séries internas filiformes, ca. 2 mm compr.; opérculo
membranoso, ereto, fimbriado na margem; límen cupuliforme; anel nectarífero presente;
estiletes glabros; estigmas capitados; ovário globoso, glabro, verde. Baga 4-5 x 3-4 cm,
verde-amarelada, glabra, globosa. Sementes ca. 5 x 3 mm, oblongas, apiculadas, reticuladas.
Espécie distribuída no leste do Brasil, da Bahia até Santa Catarina. No Estado da Bahia
138
ocorre em campo rupestre (Chapada Diamantina), mata atlântica e área de restinga (litoral)
(Mapa 12), em altitudes de 1.000 a 1.700 m.s.n.m. Floresce e frutifica de novembro a
fevereiro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Abaíra, Tijuquinho, próximo à encosta da Serra do Rei,
1.700 m.s.n.m., W.Ganev s.n., 16.Nov.1992 (HUEFS 13714, K); Tijuquinho, 1.650-1.800 m.s.n.m., R.M.Harley
et al. H 51208, 08.Jan.1992 (K, SPF). Catolés de Cima, na trilha da Serra do Barbado, 1.560 m.s.n.m.,
R.M.Harley et al. 53428, 9.Jan.1999 (HUEFS). (F6) Ibicoara, Povoado de Água Fria, mata degradada, 1.156
m.s.n.m., T.S.Nunes 889, 16.Fev.2002 (HUEFS). (D7) Jacobina, Serra do Ouro, ca. 5 Km do Hotel Serra do
Ouro, próximo à Córrego, T.S.Nunes et al. 339, 6.Jun.2001 (HUEFS). (D5) Salvador, Itapuã, Dunas perto do
aeroporto, L.R.Noblick 1486, 18.Ago.1979 (ALCB).
Material adicional: BRASIL, São Paulo: Sant'Ana, L.Roth 50.346, 09.Mar.1943 (SP); A.C.Brade
6454, 03.Mar.1912 (SP); Chácara dos Morrinhos, na mata, D.B.Pickel 5512, 20.Nov.1941 (IPA).
P. villosa pode ser confundida com P. foetida, diferenciando-se desta por apresentar
brácteas inteiras não pinatifidas ou pinatissectas, estípulas lineares e flores solitárias.
I.6. Passiflora subgênero Astrophea (DC.) Mast., Trans. Linn. Soc. 27: 629. 1871.
Trepadeiras lenhosas; gavinhas às vezes reduzidas a espinhos ou ausentes; glândula
peciolar, se presente, em forma de cicatriz; folhas inteiras; filamentos da corona curtos, em
duas séries; opérculo ereto, sub-inteiro ou, geralmente, profundamente fendido; ovário
angulado, 3(-8) ângulos, truncado, os estiletes projetando-se dos ângulos do seu ápice.
27. Passiflora mansoi (Mart.) Mast., Trans. Linn. Soc. London 27: 629. 1871. Tipo: Brasil,
Mato Grosso, Cuiabá, Manso s.n., s.d. (Hólotipo: NY; isótipo: BR!). (Mapa 12).
Trepadeira lenhosa, glabra; caule cilíndrico, superfície verrucosa; gavinhas lenhosas.
Estípulas 1-2 cm compr., inteiras, linear-subuladas, ápice agudo, base simétrica, margem lisa.
Pecíolo 1,5-3 cm compr.; glândulas 2, sésseis localizadas próximo ao ápice do pecíolo; lâmina
(5-)7-12 x 5-7,5 cm, coriácea, inteira, face adaxial glabra ou com tricomas esparsos, face
abaxial velutina, peninérvia com 6-7 pares de nervuras secundárias, elíptica a oval, ápice
acuminado, agudo a arredondado, base arredondada, margem crenada, levemente revoluta.
139
Pedúnculo 1-1,5 cm compr.; brácteas 1,5 mm compr., verticiladas no ponto de articulação do
140
A
C
B
Subgênero
D
Figura 21. Subgênero Astrophea: A. Ramo; B. Fruto; C. Flor (em corte longitudinal); D.
Flor (A. P. mansoi; B-D. P. rhamnifolia).
141
pedúnculo, linear-subuladas. Flores solitárias, 2-2,5 cm diâm.; hipanto 10-12 x 6-8 mm,
cilíndrico-campanulado, alargado na base; sépalas 10-15 x 8-9 mm, brancas, oval-oblongas,
obtusas; pétalas 10-15 x 5-8 mm, brancas, estreitamente oblongas, obtusas; filamentos da
corona em duas séries, os da série externa 1-1,3 cm compr., dolabriformes no quarto inferior,
subulados no ápice, os da série interna filiformes, 3-3,5 mm compr.; opérculo ca. 3 mm
compr., localizado abaixo do meio do tubo, filamentoso na base, os filamentos subulados;
límen e anel nectarífero presentes; androginóforo 2-2,5 cm compr.; filetes esverdeados;
anteras verde-amareladas; ovário ovóide, densamente piloso; estiletes verde-claros; estigmas
verde-escuros. Baga 3-4 x 2,2-3 cm, globosa, pilosa. Sementes não vistas.
Nome vulgar: Maracujá, maracujá-de-cobra e maracujá-do-mato.
Espécie encontrada no Brasil, nos estados de Piauí, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso
e Paraná. No Estado da Bahia foi encontrada unicamente para a região sul do Estado, em áreas
de mata atlântica e restinga, (Mapa 12), em baixas altitudes, encontrada praticamente ao nível
do mar. Floresce e frutifica de janeiro a agosto.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (H9) Belmonte, Mata costeira, R.P.Belém et al. 2476,
06.Jul.1966 (CEPEC, UB); Km 47 da Rodovia Itapebi/Belmonte, 7 Km a E Barrolândia. Área da Estação
Experimental Gregório Bondar, mata parcialmente destruída, solo argilo-silicoso, L.A.Matos Silva 1806,
12.Jan.1985 (CEPEC); ca. 26 Km SW of Belmonte, along road to Itapebi, and 4 Km along side road towards the
sea, R.M.Harley 17425, 25.Mar.1974 (K). (I8) Porto Seguro, Reserva da Brasil Holanda de Industrias S/A.
Entrada no Km 22 da Rod. Eunapólis-Porto Seguro, mata higrófila, J.G.Jardim et al. 393, 07.Abr.1994
(CEPEC). (I8) Santa Cruz Cabrália, Antiga rodovia que liga a Estação Ecológica Pau-Brasil a Santa Cruz, 7
Km ao NE da estação, ca. 12 Km ao NW de Porto Seguro, S.A.Mori et al. 12713, 14.Ago.1979 (CEPEC); 2 Km
da entrada para a RPPN, Estação Vera Cruz, restinga arbórea densa, 100 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 813,
09.Jan.2002 (HUEFS). (H8) Una, Estação Experimental Lemos Maia, CEPLAC, Seringal a Oeste da sede nova
da estação, A.Rylands 6/1980, 17.Jun.1980 (CEPEC).
Material adicional: BRASIL, Góias: Alto Paraíso, Chapada dos Veadeiros, 3-5 Km NE of Alto
Paraíso on road to Nova Roma, W.R.Anderson 12479, 28.Fev.1982 (MBM). Mato Grosso: Martii 276 (HUEFS,
Síntipo K!); Beira da estrada Xavantina-São Félix, A.Lima 478-68, 12.Out.1968 (IPA). Chapada dos
Guimarães, G.Hatschbach et al. 36122, 13.Fev. 1975 (MBM). Pernambuco: Recife, Mata dos Dois Irmãos,
córrego do Sabiá, A.Lima 67-4994, 25.Mar.1967 (IPA). Piauí: Uruçuí, R.P.Orlandi 610, 29.Mar.1984 (CEPEC,
HRB, HUEFS, IPA).
142
Passiflora mansoi pode ser confundida com P. haematostigma, diferenciando-se desta
pela forma e dimensões da lâmina foliar (elíptica com 7-12 cm compr. em P. mansoi e ovaloblonga com 8-10 cm compr. em P. haematostigma) e pelo número de pares de nervuras
secundárias (6-7 em P. mansoi e mais de 8 em P. haematostigma).
P. mansoi
P. villosa
Mapa 12. Distribuição de P. villosa e P. mansoi no Estado da Bahia.
143
28. Passiflora haematostigma Mart. ex Mast. in Mart., Fl. Bras. 13, pt. 1: 574, pl. 108 f. 1.
1872. Tipo: Brasil, Minas Gerais, Martius Mss no. 1136. (Holótipo: M) (Figura 8 C-D; Mapa
13).
Trepadeira lenhosa, pubescente; caule cilíndrico, liso; gavinhas lenhosas, ramos com
estípulas axilares. Estípulas ca. 3 mm compr.; persistentes, linear-setácea. Pecíolo 1-2,5 cm
compr.; glândulas 2, sésseis localizadas no ápice do pecíolo; lâmina 8-10 x 6-6,5 cm, coriácea,
glabra, peninérvia, 4-6 pares de nervuras secundárias, oval-oblonga a elíptica, ápice agudo,
acuminado, base truncada, margem lisa, revoluta. Pedúnculo 1-3,5 cm compr., articulado
próximo ao meio; brácteas ca. 3 x 1 mm, setáceas, caducas, alternas no pedúnculo. Flores 4-6
cm diâm., eretas, solitárias ou pareadas na axila foliar; hipanto ca. 1 x 0,6 cm, verde,
cilíndrico-campanulado; sépalas 1,5-2 x 0,7-1 cm, carnosas, verdes na face externa e brancas
na interna, linear-oblongas; pétalas 1,5-2 x 0,4-0,7 cm, membranáceas, brancas, linear;
filamentos da corona em duas séries, os da série externa com filamentos dilatados,
subdolabriforme no ápice, ca. 1,5 cm compr., os da série interna com filamentos curtos, ca. 3
mm compr., verdes, linear-clavados, verrucosos no ápice; opérculo 1,5-2 mm compr.,
filamentoso, situado no meio do hipanto; límen e anel nectarífero ausentes; filetes
esverdeados; anteras amarelas; ovário oblongo, 6-8-ângulos, sulcado, densamente ferrugíneotomentoso; estiletes verdes com manchas amareladas; estigmas verde-amarelados, capitados.
Baga ca. 4 x 3 cm, globoso-elíptica, 6-8 costada. Sementes ca. 6 x 3 mm, elíptico-obovadas,
reticuladas, foveoladas.
Nome vulgar: Maracujá-de-veado.
Referida para o Maranhão e de Minas Gerais até a região Sul do Brasil. Esta é a
primeira citação da espécie para o Estado da Bahia, onde foi encontrada em área de mata
atlântica. Floresce e frutifica de Novembro a Janeiro. (Mapa 13).
Material examinado: BRASIL, Bahia: (H8) Una, A.M.de Carvalho et al. 4527, Abr.1994 (CEPEC);
A.M.Amorim et al. 1566, 28.Nov.1993 (CEPEC); S.C.Sant'Ana 885, s.d. (CEPEC).
144
Material adicional: BRASIL, Espírito Santo: Conceição da Barra, J.Almeida 219, 9.Nov.1968
(CEPEC, HUEFS); Estrada Conceição da Barra-Itaúnas, G.Hatschbach et al. 68359, 10.Out.1998 (CEPEC,
MBM). Goiás: Estância, Br 158, 30 Km de Jataí, 830 m.s.n.m., A.C.Marcato et al. 228, 28.Jan.2000 (HUEFS,
MBM). Tocantinópolis, E.Mileski 386, 22.Nov.1983 (HRB, IPA). Maranhão: Balsas, Projeto Geral de Balsas,
Lote 16 (local recém-queimado), borda de cerrado, na beira de estrada, laterita, R.C.Oliveira et al. 450,
12.Nov.1996 (HEPH, HUEFS). Timon, Arredores da cidade, a 3 Km W do rio Parnaíba, chapada, A.M.de
Carvalho et al. 504, 28.Jan.1981 (CEPEC). Mato Grosso: Rio Verde, 7 Quedas, G.Hatschbach et al. 33091,
12.Nov.1973 (MBM). Minas Gerais: Santana do Riacho, Km 122 ao longo da rodovia Belo HorizonteConceição do Mato Dentro, mata ciliar do córrego 3 pontinhos, J.R.Pirani et al. CFCR 7687, 03.Nov.1981 (F,
MBM, SPF, UEC, UPCB). Paraná: Campina Grande do Sul, Rodovia para o Parque das Lauráceas,
J.Cordeiro et al. 858, 29.Out.1992 (HUEFS, MBM); Cerro Azul, Vila Branca, G.Hatschbach 25573,
20.Nov.1970 (HUEFS, MBM). Rio de Janeiro: Nova Friburgo, Glaziou 13454, 04.Out.1881 (RB! tipo).
Esta espécie pode ser confundida com P. mansoi, diferenciando-se desta pela forma e
tamanho da lâmina foliar (elíptica, 7-12 cm em P. mansoi e oval-oblonga, 8-10 cm compr., em
P. haematostigma), e pelo número de pares de nervuras secundárias (6-7 em P. mansoi e mais
de 8 em P. haematostigma).
29. Passiflora rhamnifolia Mast. in Mart., Fl. Bras. 13(1): 575. 1872. Síntipos: BRASIL,
Minas Gerais, Cubatão, s.d., Sello 2125 (B †), 2148 (B †). (Figura 8 E-G; Mapa 13).
Trepadeira lenhosa, glabra, esparsamente pubescente apenas sobre as nervuras
foliares; ramos com espinhos axilares; caule cilíndrico; com gavinhas lenhosas. Estípulas ca.
2 mm compr., caducas, setáceas, ápice agudo, margem lisa; Pecíolo 0,8-2 cm compr.,
glândulas duas, inconspícuas, no ápice do pecíolo; lâmina 6,5-10,5 x 2,8-4,5 cm, inteira,
coriácea, peninérvia, 5-6 pares de nervuras secundárias; oval-oblonga a oval-elíptica, lúcida,
ápice agudo a acuminado, base obtusa, margem lisa. Pedúnculo 1,5-3,5 cm compr., solitário,
articulado próximo à base; brácteas ca. 1 mm compr., caducas, alternas ao longo do
pedúnculo. Flores 4-6 cm diâm., eretas; hipanto ca. 6 mm compr., cilíndrico-campanulado,
glabro; sépalas 2-2,5 x 0,8-1 cm, oblongo-lanceoladas, verdes na face externa, alvoesverdeadas na interna; pétalas 1,5-2 x 0,8 cm, membranáceas, brancas; filamentos da corona
amarelos com manchas vináceas, em duas séries, os da série externa ca. 1 cm compr., com
filamentos dilatados e afilados no ápice, os da série interna 3-5 mm compr., filiformes,
145
verrucosos no ápice; opérculo situado no meio do hipanto, ereto, filamentoso; límen presente;
anel nectarífero presente; androginóforo 2-3 cm compr., vermelho-vináceo, dilatado na altura
do opérculo; filetes esverdeados; anteras amarelas; ovário quadrangular, ovóide, fortemente
sulcado, densamente ferrugíneo-tomentoso; estiletes verdes com manchas amareladas;
estigmas verde-amarelados. Baga (imatura) ca. 2,5-4 x 1,5-2,5 cm, elíptica, 6-costada.
Sementes ca. 5 mm compr., achatadas, alveoladas.
Segundo Killip (1938), a espécie é distribuída principalmente no Sudeste do Brasil, em
Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Bahia ocorre apenas na região da Chapada Diamantina, em
campos rupestres e matas estacionais (Mapa 13), em altitudes de 900 a 1.450 m.s.n.m.
Floresce de janeiro a junho, frutifica em dezembro.
Material examinado: BRASIL, Bahia: (F6) Abaíra, Catolés de Cima-Bem Querer, 1.350 m.s.n.m., campo
rupestre, W.Ganev 1790, 05.Jan.1993 (HUEFS, K, SPF). (F6) Barra da Estiva, ca. 6 Km N of Barra da Estiva
on Ibicoara road, 1.100 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 15581, 29.Jan.1974 (IPA, K, SPF). (F6) Ibicoara, Fazenda
Ribeirão da Serra, margem do Rio Sincorá, ca. de 2 Km a NE da sede, 900 m.s.n.m., L.A.Passos et al. 311,
7.Ago.1999 (ALCB); Distrito de Cascavel, estrada de chão em direção a Água Fria, mata, 1.097 m.s.n.m.,
T.S.Nunes 881, 16.Fev.2002 (HUEFS). (F6) Mucugê, 10 Km N da cidade na rodovia para Andaraí, campo
rupestre, J.G.Jardim et al. 2535, 27.Jan.2000 (CEPEC); Estrada para o Capão do Correia, 1.264 m.s.n.m.,
T.S.Nunes et al. 852, 15.Fev.2002 (HUEFS). (E6) Palmeiras, Pai Inácio, 900 m.s.n.m., M.L.Guedes et al. in
PCD 1979, 28.Jun.1995 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS); 1.100 m.s.n.m., campo rupestre, M.L.Guedes et al. in
PCD 1391, 27.Dez.1994 (ALCB, CEPEC, HUEFS, K, SPF); encosta do morro do Pai Inácio, mata ciliar, 1.040
m.s.n.m., M.L.Guedes et al. in PCD 1507, 30.Dez.1994 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS, K); Pai Inácio, descida
da torre de repetição, 1.000 m.s.n.m., campo rupestre, M.L.Guedes et al. in PCD 1916, 27.Jun.1995 (ALCB,
HUEFS); trilha capão-Fumaça, A.A.Conceição et al. CFCR 343, 01.Fev.1997 (SPF). (F6) Piatã, encosta Morro
de Santana, fundo da igreja, 1.270 m.s.n.m., campo rupestre, W.Ganev 435, 08.Jun.1992 (HUEFS, K, SPF); Sopé
da Serra de Santana, a E da cidade de Piatã, no caminho para Capela, 1.180 m.s.n.m., cerrado, L.P.de Queiroz et
al. 4714, 2.Nov.1996 (CEPEC, HUEFS, MBM). (F6) Rio de Contas, ca. 2 Km na estrada Mato Grosso-Rio de
Contas, 1.450 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 28656, 27.Abr.1997 (HUEFS, K); perto do Pico das Almas, em local
chamado Queiroz, 1.400 m.s.n.m., R.M.Harley et al. 24609, 21.Fev.1987 (K, MBM, SPF); Pico das Almas,
campo rupestre, M.L.Guedes et al. 5021, 24.Mar.1996 (ALCB). (E6) Seabra, 900 m.s.n.m., mata de cipó,
J.R.Pirani et al. 1979, 13.Fev.1987 (HUEFS, SPF, K).
Vitta (1995) tratou o material do Pico das Almas como P. pentagona Mast. Segundo
Killip (1938), P. pentagona apresenta flores pêndulas e ovário 5-angulado, ao passo que P.
146
rhamnifolia apresenta flores eretas ou ascendentes e hipanto circular ou sub-circular. Estas
características diferenciais mostram-se instáveis nas populações da Chapada Diamantina.
Toda a morfologia nos leva a reconhecer estas populações como P. rhamnifolia. Os dois
síntipos, depositados originalmente no Herbário do Jardim Botânico de Berlin (B) foram
destruídos. É provável que haja uma duplicata de um dos espécimes no herbário US.
B
A
C
147
II. Tetrastylis Barb. Rodr., Rev. Engenharia 4:260. 1882. Tipo: Tetrastylis montana Barb.
Rodr. (= Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip).
Trepadeira lenhosa com gavinhas axilares. Estípulas presentes. Folhas alternas,
pecioladas, glândulas 2, na porção basal do pecíolo. Flores em racemos axilares, solitárias ou
aos pares na axila das folhas; hipanto curto, pateliforme; sépalas e pétalas 5, inseridas na
margem do hipanto; filamentos da corona liguliformes; opérculo membranoso; androginóforo
alongado, curvado; filetes unidos ao longo do androginóforo, somente com as extremidades
livres; estames 5; anteras oblongas, sagitadas na base; ovário oblongo, estipitado, obtusamente
4-angulado; óvulos em 4 séries sobre 4 placentas parietais; estiletes 4. Baga elíptico-globosa,
glabra.
O gênero Tetrastylis foi estabelecido por Barbosa Rodrigues (1882), com uma
descrição bem detalhada e acompanhada de uma excelente ilustração. Diferencia-se do gênero
Passiflora por apresentar quatro estiletes, androginóforo curvado para cima, filetes unidos ao
longo do androginóforo, somente com as extremidades livres e quatro placentas. O gênero foi
descrito com apenas duas espécies, T. lobata Killip, encontrada na Costa Rica, em altitude de
1.600 m.s.n.m. (Killip, 1938) e T. ovalis (Vell.) Killip, encontrada no Brasil, nos estados de
Bahia ao Rio de Janeiro.
MacDougal (1994), considera o gênero Tetrastylis como pertencente ao gênero
Passiflora. Estudos moleculares tem sido feito para mostrar a relação filogenética entre os
gêneros ou agrupá-los em um único. Até o momento não temos conhecimento da publicação
de nenhum destes estudos. Portanto, neste trabalho estamos considerando os dois como
gêneros distintos.
30. Tetrastylis ovalis (Vell.) Killip, Journ. Wash. Acad. Sci. 16: 367. 1926. Tipo: Brasil, Rio
de Janeiro, Glaziou 7859 (holótipo: P, isótipo: B). (Figura 8 H-I; Mapa 13).
148
Trepadeira lenhosa, totalmente glabra; caule cilíndrico, estriado; gavinhas presentes.
Estípulas ca. 3 mm compr., caducas, inteiras, linear-setáceas, ápice agudo, margem lisa.
Pecíolo 1-1,5 cm compr.; glândulas 2, sésseis localizadas na base do pecíolo; lâmina 7-10(-16)
x 3-6 cm, coriácea, inteira, nervação reticulada, elíptica ou elíptica-oblonga, ápice acuminado,
base simétrica, cuneada, margem lisa, sem glândulas. Inflorescência em racemo com ca. 7floro, subséssil, pedúnculo ca. 5 mm, raque 7-10 cm compr.; pedicelo 1,5-3 cm compr.;
brácteas ca. 1 x 0,5 cm, inteiras, verticiladas, situadas no ápice do pedúnculo, lineares, ápice
agudo, margem lisa; bractéolas muito reduzidas, ca. 1mm compr., situadas na articulação do
pedúnculo com o pedicelo. Flores 6-8 cm diâm.; hipanto ca. 5 mm compr., cupuliforme, muito
reduzido; sépalas 2-3 x 0,5-1 cm, carnosas, verdes externamente, brancas internamente,
oblongas, margem lisa; pétalas 2-3 x 0,3-0,6 cm, brancas, membranáceas, oblongas, ápice
agudo; filamentos da corona em duas séries, os da série externa ca. 1 cm compr., liguliformes,
os da série interna ca. 5 mm compr., brancas ou verde-amareladas; opérculo ca. 3 mm compr.,
plicado, com ápice filamentoso; anel nectarífero oculto abaixo do límem; límen formando um
disco na base do androginóforo; androginóforo 2-3,5 cm compr., sulcado; filetes brancos;
anteras amarelas; ovário 5-7 x 4-5 mm, piloso, verde-escuro, oblongo-elíptico; estiletes 4, com
base pilosa, brancos; estigmas capitados. Baga 6-10 x 3,5-8 cm, ovóide, verde-amarelada
quando madura. Sementes 8 x 4-5 mm, elípticas, oblongas, reticuladas.
Nome vulgar: Maracujá-de-cacho e maracujá-de-cobra.
Distribuída principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Na
Bahia foi encontrada em mata atlântica, matas estacionais e restingas, distribuindo-se ao longo
da região litorânea (Mapa 13), em altitude de 80 a 500 m.s.n.m. Floresce e frutifica de outubro
a julho.
Material examinado: BRASIL, Bahia: Blanchet 1708, (Síntipo BM!). (J8) Alcobaça, 23 Km S BA001, entre Alcobaça/Caravelas, restinga mixta, R.M.Harley 18026, 17.Jan.1977 (CEPEC, K, RB). (H8)
Belmonte, Estação Ecológica Gregório Bondar, ca. 1,8 Km da sede, restinga, 120 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 799,
08.Jan.2002 (HUEFS); 64 Km de Itapebi, restinga, 88 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 810, 08.Jan.2002 (HUEFS).
(D5) Camaçari, Área controle da Caraíba Metais, mata, L.R.Noblick et al. 2390, 9.Dez.1982 (HUEFS); Reserva
Ecológica de Cotegipe, remanescente da mata atlântica, M.L.Guedes et al. 3803, 07.Fev.2996 (ALCB). (D10)
Esplanada, Fazenda do Bu, mata do Fundão II, H.P.Bautista 1765, 23.Abr.1996 (HRB, HUEFS); 30 Km pela
149
estrada de Conde, Linha verde (BA 099), mata atlântica, F.França 1150, 25.Mar.1995 (HUEFS). (D10) Entre
Rios, Estrada para Imbé, 23 km a oeste da Linha Verde, E.B.Miranda et al. 400, 16.Abr.2000 (HUEFS); Litoral
Norte, Fazenda Buri, Trilha 11, M.L.Guedes et al. 7752, 27.Nov.2000 (ALCB). (I8) Guaratinga, Km 10 da
Rodovia Guaratinga/São Paulinho, mata, R.S.Pinheiro 2047, 29.Mar.1973 (CEPEC). (I8) Ibirataia, Faz. Boa
União, plantação de cacau, R.S.Pinheiro 1827, 07.Abr.1972 (CEPEC). (G8) Ilhéus, Quadra H do CEPEC, mata
higrófila, T.S.dos Santos 3662, s.d. (CEPEC); Litoral Sul, Rod. Una, próximo a Olivença, A.Argolo 7,
17.Jan.1999 (ALCB); 11 Km from bridge at edge of Ilhéus on road to Serra Grande, restinga, J.Kallunki et al.
486, 09.Fev.1994 (NY, SPF); Mata do Cururupe, estrada para o Maruim, mata, solo arenoso, T.S.dos Santos
1022, 19.Ago.1970 (CEPEC); 19 Km ao N cidade, 16.6 Km ao S de Serra Grande, ao N da Tulha, mata costeira,
W.W.Thomas 9222, 08.Mai.1992 (CEPEC, NY). (G8) Itabuna, 65 Km Itabuna, Foz Rio de Contas, Margem
oposta ao N Itacaré, mata de restinga R.M.Harley et al. 18398, 30.Jan.1977 (CEPEC, K, RB). (G8) Itacaré,
Ramal da torre da Embratel, com entrada no Km 15 da Rodovia Ubaitaba/Itacaré (BR 654), A.M.de Carvalho et
al. 2092, 21.Jul.1984 (ALCB, CEPEC, MBM); ao S cidade, beira mar, mata, T.S. dos Santos 709, 15.Abr.1970
(CEPEC); 11,6 Km ao S junção com BA-654, loteamento da Marambaia, Rodovia para Serra Grande, mata
disturbada, W.W.Thomas 9770, 02.Mai.1993 (CEPEC, NY). (D10) Jandaíra, Rod. Linha Verde, 10-20 Km S de
Abadia, mata, G.& M. Hatschbach 63172, 19.Ago.1995 (MBM). (D9) Lamarão do Passé, M.L.Guedes 3276,
21.Jun.1994 (ALCB). (G8) Maraú, Estrada para a Península de Campinho, restinga, D.S.Carneiro-Torres et al.
189, 30.Dez.1999 (HUEFS); 4 Km ao S Maraú, mata litorânea, R.P.Belém 3540, 09.Mai.1968 (CEPEC); Estrada
Ponta do Mutá/(Porto de Campinhos) a Maraú, 28 Km, campo, S.A.Mori 11442, 06.Fev.1979 (CEPEC); 5 Km
SE Maraú, perto da junção com a Rodovia para Campinho, restinga mixta, R.M.Harley 22078, 15.Mai.1980
(CEPEC, K). (K8) Mucuri, Rodovia de Mucuri para Itabatã, na altura do Km 12, fazenda Havana, P.Fiaschi et
al. 251, 14.Mai.2000 (SPF). (J8) Nova Viçosa, Rodovia de Mucuri para Itabatã, Km 13, estrada vicinal para
Fazendas, ca. 2 Km da rodovia floresta alta perturbada, na encosta de morro suave, J.R.Pirani et al. 4702,
14.Mai.2000 (HUEFS, SPF). (I8) Porto Seguro, ca. 22 km do entroncamento da BR 367, BA 001, estrada para o
Arraial da Ajuda. Entrada da Faz. Santa Rita, mata atlântica, R.P.Oliveira et al. 592, 29.Mai.2000 (HUEFS);
Arraial d'Ajuda, A.P.Duarte 6680, 11.Jun.1962 (RB); Km 5 da Br 5, A.P.Duarte 6788, 18.Jun.1962 (RB); Km 5
Rod. Trancoso/Arraial d'Ajuda, restinga arbórea, perturbada. R.Callejas 1695, 05.Nov.1983 (CEPEC, NY); Km
10 da estrada p/ Eunapólis, Faz. Aida Hartman, mata higrófila, primária. G.Martinelli 9634, 13.Out.1983
(CEPEC); 6-7 Km na estrada Arraial D'Ajuda/Trancoso, mata de restinga, S.C.de Sant'Ana 57, 12.Dez.1991
(CEPEC); Reserva da Brasil Holanda S/A, entroncamento Km 22 Rod. para Eunapólis, 9.5 Km na entrada, mata
higrófila, perturbada, A.M.de Carvalho 4466, 06.Abr.1994 (CEPEC); Parque Nacional do Monte Pascoal, ao
longo da entrada para visitas, Rodovia a E do parque, mata higrófila, W.W.Thomas 11984, 05.Fev.99 (CEPEC,
NY). (J8) Prado, Praia de Cumuruxatiba, mata ciliar, E.Melo 1262, 11.Jun.1995 (HUEFS, MBM); Rod.
Prado/Cumuruxatiba, 2 Km após o entroncamento, capoeira, solo silico-argiloso, L.A.M.Silva 571, 05.Jul.1979
(CEPEC); 10,5 Km a NE da Rod. Prado/Cumuruxatiba, mata atlântica e adjacentes da restinga, W.W.Thomas
10025, 20.Out.1993 (CEPEC, NY); Reserva Florestal da Brasil Holanda S/A, entroncamento Km 18 a E
Itamaraju, 8 Km deste, mata de tabuleiro, W.W.Thomas 10103, 22.Out.1993 (CEPEC, NY). (I8) Santa Cruz
150
Cabrália, área da Reserva Biológica do Pau-Brasil, mata higrófila, A.Euponino 110, 05.Jan.1972 (CEPEC); 2-4
Km a W da estrada velha de Cabrália, campo, S.A.Mori 10378, 28.Jul.1978 (CEPEC); Área da Estação Ecológica
do Pau-Brasil, 16 Km W Porto Seguro, mata higrófila, P.J.M.Maas 7008, 25.Nov.1987 (CEPEC, U). (F8)
Taperoá, Km 13 da Rodovia (F8) Taperoá/Valença, ramal para Serapei, 3 Km da entrada do ramal, margem da
mata, J.L.Hage 426, 10.Dez.1980 (CEPEC). (H8) Una, Km 35 Rod. Olivença/Una, próximo a Reserva Biológica
do Mico-leão, 8 Km ao S da entrada, mata perturbada, solo argilo-silicoso, J.L.Hage 805, 02.Jun.1981 (CEPEC);
Entroncamento KM 46 BA-001 Ilhéus/Una, área da REBIO, mata higrófila, S.C.de Sant'Ana et al. 265,
10.Mar.1993 (CEPEC, MBM); Picada do Príncipe, área da REBIO, mata higrófila, A.M.Amorim 1282,
26.Mai.1993 (CEPEC); Entroncamento KM 46, BA-001 Ilhéus/Una, Picada da Bandeira, área da REBIO, mata
higrófila, A.M.Amorim 1644, 10.Mai.1994 (CEPEC); Estação Experimental Lemos Maia, mata de restinga,
perturbada, A.M.de Carvalho et al. 6020, 05.Abr.1995 (CEPEC, MBM); Próximo à reserva Biológica de Una,
beira de estrada, restinga arbórea, 434 m.s.n.m., T.S.Nunes et al. 745, 07.Jan.2002 (HUEFS). (D5) Vera Cruz,
Jaguaribe, Fazenda Oldesa – Óleo de Dendê S.A., mata em estado avançando de regeneração, M.L.Guedes et al.
s.n., 6.Abr.1999 (ALCB); Barra Grande, M.L.Guedes et al. 3703, 02.Abr.1995 (ALCB, SPF); Picadão, área da
Aracruz Celulose, M.L.Guedes s.n. 23.Ago.1993 (ALCB, SPF).
Material adicional: BRASIL, Alagoas: D.A.Lima et al. 80-9719, 28.Out.1980 (IPA). Muruci, Poço
D´Anta, ca. 16-19 Km NNW of Murici by road, mata de murici, 550-600 m.s.n.m., W.W.Thomas et al., 12444,
14.Mai.2001 (CEPEC, NY). Pará: Ilha de Marajó, Soure, L.P.de Queiroz 800, 15.Jan.1984 (HUEFS).
Pernambuco: Paulista, Reserva Ecológica de Caetés, A.Dú Bocage et al. 62, 24.Nov.1997 (IPA). Recife, Chá
da mata Dois Irmãos sobre pequena árvore, D.A.Lima 52-996, 12.Mar.1952 (IPA). Rio Formoso, Praia dos
Carneiros, O.C.Lira 68-175, 04.Jan.1968 (IPA). Rio de Janeiro, Cultivada no Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, A.P.Duarte s.n., 18.Jul.1952 (IPA, RB). Sergipe: Mata do Crastro, M.F.Landim 872, 7.Fev.1996
(HST, HUEFS); Santa Luzia do Itanhi, ca. 2,5 Km do Distrito de Crasto, na estrada para Santa Luzia do Itanhi,
mata atlântica, A.M.Amorim et al. 1496, 27.Nov.1993 (CEPEC); Rod. Santa Luzia do Itanhi/Crasto, Km 6,
aproximadamente 2,5 Km antes do Distrito de Crasto, mata, J.G.Jardim et al. 481, 14.Jun.1994 (CEPEC).
Tetrastylis ovalis é facilmente reconhecida por apresentar os caracteres diagnósticos
do gênero. Em estado vegetativo pode ser confundida com P. rhamnifolia e P. haematostigma,
diferenciando-se destas por não apresentar espinhos axilares.
151
152
P. haematostigma
P. rhamnifolia
Tetrastylis ovalis
Mapa 13. Distribuição de P. haematostigma, P. rhamnifolia e Tetrastylis ovalis no
Estado da Bahia.
153
D
B
I
A
C
F
G
E
H
Figura 23. Passiflora villosa: A. ramo, B. flor (corte longitudinal). P. haematostigma: C.
ramo, D. flor (corte longitudinal). P. rhamnifolia: E. ramo, F. glândula peciolar, G. flor
(corte longitudinal). Tetrastylis ovalis: H. ramo, I. flor (corte longitudinal). (A-B: W.Ganev
s.n.; C-D: (J.Cordeiro 858; E-G: M.L.Guedes 1391; H-I: F.França 1150).
154
CONCLUSÕES
Para o Estado da Bahia foram registrados dois gêneros com 30 espécies de
Passifloraceae. Destas, 29 pertencem ao gênero Passiflora e apenas uma ao gênero Tetrastylis.
No Estado, os gêneros podem ser distinguidos pela presença em Tetrastylis, de quatro
estiletes, filetes unidos ao longo do androginóforo, somente com as extremidades livres e
quatro placentas. O gênero Passiflora apresenta três estiletes, androginóforo reto, filetes livres
do androginóforo até a extermidade e três placentas.
O gênero Tetrastylis apresenta, para o Estado da Bahia, apenas uma espécie Tetrastylis
ovalis, encontrada em regiões de mata atlântica, matas estacionais ou áreas de restinga.
O gênero Passiflora, apresenta, na Bahia, 29 espécies em seis dos 21 subgêneros
publicados por Killip (1938) e Escobar (1988). O gênero apresenta distribuição ampla no
Estado, sendo encontrado em praticamente todos os biomas.
Um novo sinônimo está sendo proposto: P. caatingae L.K.Escobar em P. trintae
Sacco.
Uma espécie nova, P. mucugeana, está sendo proposta, encontrada nos municípios de
Ibicoara e Mucugê, em áreas de mata, espécie relacionada à Passiflora imbeana Sacco.
Dentre as espécies estudadas, três são consideradas endêmicas para o Estado: P.
saxicola, municípios de Ilhéus e Mundo Novo, P. bahiensis municípios de Cruz das Almas e
Itaju do Colônia e P. mucugeana, municípios de Ibicoara e Mucugê.
155
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160
Lista de Exsicatas
(Números entre parênteses correspondem à numeração da espécie no texto)
Alencar, M.E. 835 (25)
(30), 2337 (14), 3022 (18), PCD 4172
Allem, A.C. 2903 (20), 2946 (13), 2957 (13),
(20), 4175 (20), 4375 (14)
Bedi, R. 212 (16), 242 (16)
2958 (20), 2959 (14)
Belém, R.P. 217 (14), 260 (16), 361 (15), 718
Almeida, J. 219 (28), 2354 (8)
Alunos da 2ª série s.n. ALCB 2855 (16)
(22), 810 (22), 1082 (4), 1114 (6), 1164
Alunos de Extensão s.n. ALCB 19622 (16)
(14), 1205 (22), 1262 (24), 1310 (24),
Alves, L.J.122 (18), 285 (16)
1384 (24), 1427 (8), 1437 (22), 1463
Alves, M. 1062 (14), 1180 (17), 1985 (25)
(22), 1467 (8), 2170 (4), 2172 (21), 2476
Amorim, A.M. 933 (4), 975 (14), 977 (22),
(27), 2627 (9), 2926 (16), 2992 (21),
1282
(30),
1496
(30),
1566
(28),
1644(30), 1649 (8), 2548 (16), 2659
(18), 2719 (20), 2743 (14), 2766 (13)
3060 (16), 3292 (14), 3540 (30), 3863
(8), 3866 (14)
Benson, N.W. s.n. MBM 134825 (14)
Anderson, W.R. 12479 (26), 36926 (14)
Bernacci, L.C. 2205 (24)
Araújo, A.P. de 259 (20)
Blanchett 3303 (17), 1708 (30)
Araújo, R.C.M.S. 1 (14), 3 (25), 8 (25)
Bocage, A.D. 62 (30)
Arbo, M.M. 5367 (14), 5455 (25), 5657 (20),
Bohrer, C.B.de A. 05 (13)
5780 (13), 5781 (20), 7265 (25), 7349
Borges, O.B. 14 (25)
(14), 7431 (14), 7568 (14), 7636 (20),
Brade, A.C.6454 (26)
7649 (13), 7651 (14), 7692 (13)
Braungratz, J.F. 132 (22)
Argolo, A.7 (30)
Brazão, J.E.M. 330 (14)
Assis, J.S.113 (20)
Brito 91, H.S. (8)
Atkins, S. PCD 5170 (20), PCD 5594 (14)
Brito, Y. s.n. ALCB 19137 (25).
Azevedo, C.A. 71 (18)
Burchell, 8537 (24)
Bandeira, F.P. 73 (14), 81 (25), 107 (7), 244
Callejas, R. 1695 (30)
(25)
Barros, M.J.G. 2 (13)
Barroso, G. s.n. ALCB 20397 (7)
Bastos, B.C.69 (14), 345 (25)
Carneiro, D.S. 63 (13)
Carneiro-Torres, D.S. 29 (17), 63 (16), 189
(30)
Carvalho, A.M. de 116 (24), 393 (8), 504
Bastos, C. s.n. ALCB 25941 (22)
(28), PCD 1017 (14), 1221 (22), 1246
Bautista, H.P. 449 (7), 550 (22), 731 (20),
(4), 1281 (8), 1559 (13), 1582 (14), 2002
845 (14), 921 (14), 1294 (20), 1411 (14),
(13), 2092 (30), 2159 (20), 2171 (4),
1431 (22), 1434 (22), 1466 (22), 1765
2441 (21), 2524 (8), 2599 (13), 2604
(15), 2731 (21), 2771 (25), 3139 (22),
161
3150 (21), 3732 (20), 3773 (13), 3833
Emygdio, L. 2508 (14)
(14), 3925 (14), 4423 (22), 4466 (30),
Equipe Ecollógica s.n. ALCB 16024 (25)
4477 (16), 4527 (28), 6020 (30), 6225
Esteves, R. 1523 (20)
(24), 6289 (13), 6921 (6), 6971 (13)
Euponino, A. 110 (30), 518 (8)
Carvalho, C.A.L. de 56 (25)
Faria, G.A. 54 (12), 68 (16)
Carvalho, G. 7 (8)
Farias, G. 54 (12)
Carvalho, J.A. s.n. HUEFS 8932 (7)
Farney, C. 310 (21), 1311 (21), 2656 (21)
Carvalho-Sobrinho, J.G. 5 (25), 40 (3), 42 (3),
Félix, L.P. 6888 (24), 7155 (1), 7532 (13),
112 (18)
7539 (7)
Castellanos, A.26522 (19), 26561 (8)
Fernando, C. 1056 (8)
Catharino, E.L.M. 53 (24)
Ferreira, M.C. 155 (25), 317 (7), 472 (20),
Cervi, A.C.6900 (5)
475 (14), 510 (25), 522 (7), 683 (22),
Chautems, A.156 (13), 167 (13)
1232 (14), 1243 (8), PCD 1891 (14)
Conceição, A.111 (13), 260 (14), 261(17),
CFCR 343 (29)
Ferreira, M.S.G. 124 (25)
Fiaschi, P. 251 (30)
Conceição, A.S.301 (20), 438 (20), 494 (14)
Filho, L.E.M. 3041 (16), 2926 (14)
Coradin, L. 1181 (14), 1209 (14), 4378 (25),
Florêncio, C.S. 10 (24)
5717 (14), 6239 (7)
Fonseca, M. 1115 (8)
Cordeiro, I. CFCR 8937 (22)
Fonseca, M.R. 07 (25)
Cordeiro, J. 858 (28), 867 (16), 1185 (4)
Fonseca, W.N.da 414 (7), 415 (20)
Correia, C. 14 (14), 36 (13), 38 (14), 104 (17)
Fotos, 3459 (7), 3757 (4)
Costa, A.L. s.n., ALCB 1862 (25), ALCB 2856
França, A.O. 01 (16)
(14), ALCB 2858 (14), ALCB 2860 (25),
França, F. 549 (25), 1064 (22), 1098 (18),
ALCB 2861 (25), ALCB 2864 (25), ALCB
1150 (30), 1483 (14), 1919 (25), 2121
2865 (25) , ALCB 2867 (20), ALCB 2869
(20), 2153 (20), 2158 (14), 2160 (22),
(7), ALCB 2873 (13), ALCB 2874 (22),
2313 (25), 2496 (13), 2729 (22), 2937
ALCB 2876 (13), ALCB 2880 (2), 89
(20), 3144 (7), 3296 (25), 3447 (22),
(18), 881 (22)
3765 (13), 3766 (20), 3770 (14), 3837
Costa, J. 2 (8), 5 (16)
(15), 3770 (14), 3766 (20), 3765 (13),
Costa, L.C.do B. 82 (16)
3837 (15)
Cruz, N.R.S. 34 (3), 41 (25)
Freire-Fierro, A. 1931 (4), 1984 (25)
Davidse, G. 11624 (14), 11625 (15)
Funch, L.S. 132 (14)
Duarte, A.P. s.n. (IPA) (30), 5952 (8), 6016
Furlan, A. CFCR 2038 (22)
(24), 6023 (9), 6130 (21), 6680 (30),
Gallo, M.B.C. 17 (6)
6788 (30), 8007 (8), 9317 (14), 14105
Ganev, W. s.n. HUEFS 13679 (17), HUEFS
(7)
Eiten, G. 10852 (14), 10892 (1)
13702 (17), HUEFS 13703 (22), HUEFS
13709 (20), HUEFS 13714 (26), HUEFS
162
13716 (14), HUEFS 13720 (14), HUEFS
27924 (8), ALCB 27984 (16), ALCB
13728 (1), HUEFS 13730 (8), 435 (29),
28068 (8), ALCB 41335 (30), 28/31 (13),
576 (22), 1001 (17), 1004 (22), 1396
63 (16), 241 (7), 294 (20), 313 (17), 426
(17), 1397 (20), 1733 (20), 1790 (29),
(7), 543 (16), 590 (22), 601 (16), 845
2120 (22), 2391 (22), 2403 (17), 2567
(24), 848 (22), 865 (25), 913 (16), 1054
(22), 2579 (20), 2943 (22), 3092 (14)
(21), 1329 (21), 1373 (13), 1391 (29),
Garcia, R.J.F. 1981 (24)
1410 (17), PCD 1420 (13), 1505 (17),
Gardner 49 (6), 50 (1), 428 (3), 1021 (25),
1505 ALCB 21057 (13) , PCD 1507 (29),
1024 (25), 1025 (14), 1313 (16), 1314
PCD 1916 (29), PCD 1979 (29), PCD
(25), 1315 (14), 1630 (14), 1632 (22),
1987 (14), PCD 2127 (4), 2516 (14),
2877 (17)
2521 (16), 2552 (16), 2712 (14), 2718
Gentry, A. 49935 (8), 49971 (14), 50095 (25)
(14), 2803 (20), 2831 (13), 2908 (13),
Gibbs, P.E. 3246 (10)
2982 (8), 3276 (30), 3488 (8), 3509 (4),
Giulietti, A.M. 10 (24), 1710 (7), 1880 (25),
3703 (30), 3803 (30), 3804 (8), 3820
2053 (17), 2046 (13), 2026 (20), PCD
(25), 3832 (22), 3833 (16), 4104 (16),
2696 (14)
4760 (21), 4786 (4), 5021 (29), 5107
Glaziou 13454 (28)
(17), 5261 (18), 5325 (8), 5336 (22),
Glaziou, A. 20333 (9)
5496 (21), 6205 (17), 6275 (14), 6284
Glocker, s.n. (11)
(17), 6294 (20), 6966 (4), 7223 (7), 7306
Gonçalves, L.M.C. 57 (25), 253 (7)
(25), 7678 (20), 7752 (30), 7936 (14),
Gonzaga, L.A.P. s.n. RB 289713 (7)
8187 (25), 8939 (12), 8970 (14), 9207
Gonzaga, L.P. 65 (25), 66 (25)
(4)
Gouvêa, E.P. s.n. (22), ALCB 20849 (20),
Gusmão, E.F. s.n. ALCB 19422 (13), 70 (25)
ALCB 21133 (14), ALCB 21672 (14),
Hage, J.L. 426 (30), 320 (24), 645 (6), 805
ALCB 21904 (14), ALCB 23086 (17),
(30), 1029 (24), 1091 (4), 1092 (22),
34/88 (14), 39/88 (17)
1141 (24), 1241 (22), 1250 (24), 1569
Grillo, A.A. 36 (17)
Grupo Oceplan s.n. ALCB 20213 (16)
(16), 1714 (25), 2142 (6), 2126 (24)
Harley, R.M. PCD 3298 (22), 4488 (17),
Grupo Pedra do Cavalo 161 (25), 212 (25),
CFCR 6738 (20), 15150 (20), 15212
256 (25), 329 (22), 336 (25), 483 (14),
(20), 15237 (14), 15581 (29), 16271
Lima, H.C.de 1195 (21)
(25), 16486 (14), 16518 (20), 16606
Guedes, M.L. s.n. PCD 2 (20), PCD 3 (14),
(14), 16609 (20), 16896 (20), 16976 (8),
ALCB 21529 (29), ALCB 23737 (20),
16979 (8), 16993 (14), 17242 (21),
ALCB 23791 (20), ALCB 23813 (21),
17307 (21), 17425 (27), 17428 (16),
ALCB 26048 (24), 26567 (30), ALCB
17540 (4), 17542 (21), 17976 (8), 17979
26676 (16), ALCB 26853 (25), ALCB
(8), 18026 (30), 18094 (22), 18106 (22),
27349 (20), ALCB 27517 (8), ALCB
18373 (16), 18398 (30), 18547 (22),
163
18612 (20), 19088 (25), 19364 (14),
19441 (22), 19458 (20), 19463 (14),
Hind, D.J.N. 27 (20), 63 (16), PCD 4145 (17),
PCD 4213 (17), H 50286 (14)
19799 (21), 20197 (15), 20553 (20),
Hoehne, F.C. 370 (5)
20701 (14), 21265 (20), 21912 (14),
Irwin, H.S. 14641 (14), 19729 (24), 30726
22078 (30), 22117 (21), 22128 (22),
(14), 30817 (13), 31233 (13), 31312
22201 (4), 24609 (29), 25608 (17),
(14), 32558 (17)
25825 (17), 26494 (22), 27166 (20),
Jardim, J.G. 323 (22), 393 (27), 411 (8), 481
27375 (14), 27709 (14), 27713 (15),
(30), 2224 (22), 2535 (29) , 3050 (16),
27857 (22), 28243 (13), 28259 (17),
3254 (14), 3320 (20), 3984 (6)
28479 (25), 28656 (29), H 50176 (20), H
Jesus, J.A. de 396 (14), 546 (22), 662 (24),
50546 (22), H 51197 (25), H 51208 (26),
Jesus, N.G. 1286 (22), 1324 (22), 1368 (22)
53428 (26), 53589 HOLÓTIPO (23)
Jogaib, M.G. 39 (16)
Hassler, E. 1202 (6), 7913 (6)
Kallunki, J. 486 (30)
Hatschbach, G. 19173 (24), 23708 (14),
King, L.R.M. 8752 (14)
25573 (28), 31190 (6), 31348 (3), 33091
Kuhlmann, M. s.n. (24)
(28), 33165 (30), 36122 (26), 36528 (6),
Kummrow, R. 2674 (4)
38571 (14), 42016 (24), 44120 (17),
Landim, M.F. 205 (22), 872 (30), 991 (4),
44131 (15), 44196 (17), 44267 (25),
1151 (21)
44268 (13), 44270 (14), 44272 (22),
Leitão-Filho, H.F. 3157 (24)
45099 (25), 45087 (25), 45099 (25),
Leite, K.R.B. 6 (20), 24 (7), 114 (25), 208
45138 (13), 46295 (24), 46482 (22),
(13), 210 (22)
46536 (20), 46757 (8), 47342 (14),
Lemos Froes, R. de 20244 (20)
47350 (15), 47382 (17), 47634 (6),
Lemos, M.J.S. 88 (25)
48042 (17), 48182 (15), 49196 (14),
Lewis, G.P. 814 (22), 844 (13), 1129 (14),
49912 (3), 50040 (15), 50448 (17),
50728 (22), 51340 (24), 52474 (25),
53491 (22), 55133 (14), 55194 (25),
1961 (20), 7000 (17)
Lima, A.M.67-4994 (27), 748-68 (27), 493-68
(5)
55420 (24), 56911 (20), 56930 (25),
Lima, D.A. 50-674 (7), 50-716 (7), 51-900
57028 (16), 58915 (14), 60385 (24),
(25), 52-9961 (30), 52-1043 (25), 55-
60652 (1), 61837 (14), 61932 (20),
2046 (4), 55-2303 (6), 63-4182 (22), 68-
62341 (6), 62993 (4), 62999 (4), 63144
5209 (4), 68-5271 (6), 74-7705 (20), 76-
(25), 63172 (30), 63229 (13), 63356
6077 (17), 76-8186 (22), 78-8518 (20),
(25), 66011 (17), 66065 (25), 67623
79-8780 (7), 79-9556 (22), 79-9557 (22),
(14), 67686 (20), 68359 (28), 68498 (25)
80-8856 (4), 80-9719 (30), s.n. IPA
Heringer, E.P. 10205 (12), 10206 (14), 10224
30608 (4)
(25), 10228 (4), 10229 (12), 10282 (15),
Lima, T. s.n. HUEFS 45320 (14)
14195 (30), 18671 (24)
Lima, V.C. 12 (16), 109 (1), 486 (16)
164
Lira, O.C. 68279 (1)
425 (22), 1099 (14), 1218 (7), 1493 (22),
Lisboa, G. 1 (4)
1618 (1), 1756 (7), 2129 (1), 2139 (25),
Lister, J.R.A. 606 (10)
3835 (20)
Loizeau, P.A. 527 (14)
Miranda, A.S. 02 (8)
Lombardi, J.A. 2445 (21)
Miranda, C.A. 220 (14)
Loureiro, D.M. 155 (14), 204 (14), 390 (25)
Miranda, E.B. 192 (20), 193 (22), 237 (13),
Lutz, A.226 (25)
238 (17), 316 (20), 361 (14), 400 (30),
Lyra-Lemos, R.P. 1819 (7), 1821 (14), 20244
452 (20)
(17)
Medeiros Neto, E.C. 33 (25)
Maas, P.J.M. 7008 (30)
Monteiro, V.de M. 21 (25), 27 (14)
Machado, I. 300 (22), 302 (17), 303 (13)
Moore, J.A. 915 (25)
Magalhães, C.M. 54 (8), 57 (24)
Mori, S.A. 9398 (10), 9416 (15), 9421 (14),
Maia Filho, M.A. 05 (14)
9610 (8), 9736 (4), 9741 (8), 9792 (4),
Maia, H. 10 (25)
10369 (8), 10378 (30), 10510 (22),
Maliarenko, L. 7 (25)
10584 (8), 10815, 10870 (16), 11267
Marcato, A.C. 228 (28)
(15), 11442 (30), 12030 (24), 12713
Marquete, R. 115 (21)
(26), 13484 (20), 13727 (4)
Martii 276 (27), 437 (25)
Moura, D. 781 (22)
Martinelli, G. 5309 (14), 6659 (20), 9634 (30)
Nascimento, A.F.S. 140 (16)
Masters, L.A. 485 (22), 641 (22)
Nascimento, C.B. 47 (16)
Mattos Silva, L.A. 210a (13), 483 (5), 571
Nascimento, J.G. 36 (25), 65 (25)
(30), 926 (8), 936 (24), 1375 (21), 1806
Neto, L. s.n. R 90212 (25)
(28), 2103 (8), 2387 (22), 2835 (14),
Noblick, L.R. 1319 (16), 1356 (22), 1486 (26),
4415 (24)
1524 (25), 1892 (14), 1933 (25), 2083
Mello-Silva, R. 7453 (13), CFCR 10116 (15)
(14), 2252 (8), 2390 (30), 2653 (14),
Melo, E. 455 (16), 469 (16), 505 (25), 1048
2676 (22), 2705 (25), 2968 (7), 3021
(1), 1087 (14), PCD 1138 (14), 1181
(17), 3119 (25), 3557 (20)
(15), 1206 (22), 1262 (30), 1286 (22),
Nonato, F.R. 881 (13), 896 (22), 976 (22)
PCD 1318 (14), 1386 (14), 1562 (14),
Nunes, S. 210 (20), 215 (13)
2044 (14), 2100 (20), 2781 (1), 2912
Nunes, T.S. 70 (20), 71 (22), 122 (22), 141
(13), 3091 (14), 3159 (7), 3178 (17),
(17), 142 (17), 153 (13), 199 (17), 221
3180 (20), 3219 (20), 3492 (15)
(4), 227 (20), 229 (22), 265 (25), 302
Mendes, P.T. 49320 (25)
(14), 339 (26), 340 (1), 354 (13), 569
Miers s.n. (19)
(14), 575 (25), 605 (25), 615 (25), 745
Mileski, E. 355 (25)
(30), 746 (8), 749 (8), 750 (4), 751 (22),
Miranda, A.M. s.n. ALCB 26130 (14), 83 (14),
755 (16), 767 (21), 768 (8), 769 (22),
199 (20), 294 (13), 306 (13), 331 (20),
772 (22), 773 (4), 776 (14), 784 (6), 786
165
(14), 797 (4), 798 (24), 799 (30), 800
IPA 21908 (7), 04/971 (14), 04/71 (13),
(22), 809 (22), 810 (30), 811 (22), 813
11/83 (16), 21/82 (21), 46/89 (16),
(27), 814 (24), 815 (4), 822 (22), 830
160/80 (17), 215 (25), 405/83 (14), 410
(22), 831 (8), 832 (4), 847 (23), 852 (29),
A/83 (17)
853 (1), 854 (22), 854a (25), 864 (14),
Pinto, J.A.L. 8 (14)
869 (22), 873 (23), 881 (29), 889 (26),
Pirani, J.R. 1979 (29), 1988 (13), 2061 (24),
890 (14), 893 (17), 895 (13), 942 (22),
CFCR 2070 (13), 2405 (21), 2471 (20),
950 (7)
2998 (4), 3479 (20), 3515 (20), 4702
Oliveira Filho, L.C.de 143 (20)
(30), CFCR 7454 (14), CFCR 7687 (28),
Oliveira, A. , 137 (14)
CFCR 12691 (15), H 51362 (20), 18865
Oliveira, E.L.P.G.de 203 (25), 426 (25)
(13)
Oliveira, P.P. 76 (21)
Oliveira, R.C. 450 (28)
Oliveira, R.P.de 191 (13), 211 (13), 387 (14),
423 (20), 534 (4), 592 (30)
Porto, P.C. 1284 (25), 1373 (14), 1394 (25),
1395 (13)
Proença, C.1790 (20)
Queiroz, L.P.de 80 (20), 346 (25), 358 (7),
Oliveira, S.P. 16 (16)
459 (7), 518 (22), 520 (16), 800 (30),
Orlandi, R.P. 610 (27)
1093 (8), 1098 (18), 1108 (25), 1172
Pacheco, L.M. 100 (8)
(13), 1231 (7), 1307 (13), 1321 (13),
Paixão, J.L. 25 (6)
1323 (14), 1526 (25), 1533 (14), 1538
Passos, L.A. 310 (3), 311 (29), 354 (20)
(22), 1793 (13), 1828 (17), 1917 (17),
Pereira, A. 10599 (13), 10600 (14), 10601
1959 (13), 2005 (13), 2007 (14), 2098
(15), 10615 (12)
(14), 2149 (22), 2150 (14), 2201 (14),
Pereira, E. 2065 (14), 9693 (20)
2214 (19), 2263 (19), 2455 (22), 2608
Pereira, M.V.L.. 165 (17)
(20), 2769 (16), 2977 (18), 3142 (18),
Perruci, A. 18 (21)
3163 (18), 3183 (25), 3217 (22), 3240
Pessoa, S.de V.A. 542 (9)
(18), 3723 (7), 3735 (7), 3820 (22), 3834
Pickel, D.B. 79-9561 (1), 1237 (1), 1250 (16),
(17), 4012 (14), 4068 (17), 4216 (22),
2544 (4), 3099 IPA 4442 (11), 3099 IPA
4655 (22), 4714 (29), 4745 (25), 4832
6856 (11), 4653H (1), 5512 (26), 5684
(4), 4942 (17), 4944 (20), 5297 (20),
(6)
5391 (22), 5631 (1), 5634 isótipo (23),
Pinheiro, R.S. 1305 (24), 1373 (4), 1443 (13),
5887 (14), 5921 (20), 5988 (14), 6125
1475 (24), 1669 (21), 1769 (8), 1827
(3), 6220 (14), 6527 (25), 6462 (18),
(30), 19207 (22), 2104 (22), 2214 (16),
7031 (7), 7253 (7)
2047 (30)
Pinto, G.C.P. s.n. RB (20), s.n. (2), s.n. ALCB
Ramos, A.E.1125 (14), 1129 (17)
Rather, J.A. 2710 (7)
2866 (20), ALCB 2868 (7), ALCB 2877
Ribas, O.S. 231 (2), 1986 (24)
(13), ALCB 2879 (14), ALCB 2881 (4),
Ribeiro, A.I. s.n. ALCB 24887 (22)
166
Ribeiro, A.J. 103 (14), 442 (25)
Silva, B.M.da 34 (22)
Ribeiro, T. 32 (14), 126 (14), 178 (14)
Silva, F.C.F.da 140 (20)
Ribeiro-Filho, A.A.139 (25)
Silva, J.de S. 647 (25)
Robim, M.J. 741 (24)
Silva, J.M. 51 (6)
Rocha, F.R. 620 (22)
Silva, J.S. 509 (20)
Roque, N. CFCR 14881 (17)
Silva, L. 18 (22), 19 (22)
Roth, L. 50346 (26)
Silva, L.M.58 (18)
Rylands, A. 6/1980 (27)
Silva, M.M.da 271 (13)
Saar, E. 36 (16), 80 (20)
Silva, N.T. 58342 (24)
Salzmann, P. s.n. K (25), HUEFS 45434 (11),
Silva, S.B. da 298 (25)
HUEFS 45435 (11)
Santana, D.L.. 229 (17), 248 (14)
Sant'Ana, S.C.de 57 (30), 91 (22), 254 (17),
265 (30), 848 (16), 885 (28)
Santana, W. s.n. ALCB 2857 (14), s.n. ALCB
25361 (25)
Silva, T.R.S. 35 (14), 77 (14)
Simão-Bianchini, R. 125 (24), 216 (20), 313
(24)
Sobral, M. 5782 (8), 5904 (14), 5922 (13),
7564 (14)
Souza, E.R. de 47 (13), 48 (14), 49 (13), 152
Santos, E. 1899 (25), 2000 (22)
(22), 155 (22), 170 (1), 209 (13), 223
Santos, E.B.dos 67 (24)
(20), 290 (20), 312 (17)
Santos, F.S. 102 (16), 282 (4), 860 (16)
Souza, N.K.R. 4 (13)
Santos, M.M. 118 (8)
Souza, P. de s.n. ALCB 15849 (1)
Santos, N.R.S. 82 (16)
Souza, R. 05 (20)
Santos, R.B. 6 (17)
Souza, V.C. 5190 (15), 5204 (13), 5209 (14)
Santos, T.S. dos 440 (11), 506 (8), 566 (4),
Stannard, B.5070 (17), PCD 5227 (13), 5234
702 (21), 707 (4), 709 (30), 854 (24),
(17), H 51928 (17)
996 (22), 1022 (30), 1631 (22), 1751
Staviski, N.N.R. 447 (25)
(25), 2239 (13), 2495 (15), 2942 (4),
Tavares, S. 53-223 (25)
3022 (25), 3222 (4), 3240 (22), 3662
Thomas, W.W. 9222 (30), 9564 (25), 9609A
(30)
(25), 9770 (30), 9870 (22), 10025 (30),
Schreiner 90179 (25)
10103 (30), 11654 (21), 11984 (30),
Sena, M.P. s.n. HUEFS 26839 (1), HUEFS
12225 (16), 12342 (24), 12444 (30)
26840 (1), HUEFS 39329 (25), 21 (13),
Torrend, P.C. s.n. ALCB 02875 (22)
22 (1)
Ule, E. 7165 (14), 7465 (20)
Sena, T.S.N. 01 (25), 02 (14), 03 (16), 04
Valente, G.E. 606 (21)
(25), 05 (14), 08 (25), 10 (14), 28 (20),
Velloso, H.P. 963 (24), 971 (3), 986 (8)
29 (17), 38 (8), 40 (14), 43 (14)
Viana, B.F.94 (16)
Shepherd, G.J. 4448 (15), 4453 (14)
Vidal, J. IV/1019 (14)
Silva A., s.n. IPA (16)
Vinha, S.G. da 53 (24)
167
Voeks, R. 362 (8)
Walther, B.M.T.1289 (25)
Wanderley, M.G.L. 1653 (14)
Webster, G.L. 25065 (8), 25708 (25), 25748
(7), 27748 (7)
Woodgyer, E. PCD 2459 (14), PCD 2463 (22)
Yano, O. 22537 (24)
Zoega, F. 28790 (24)
168
Índice de Nome Cientifico
(Ordem alfabética. Espécies tratadas no texto com respectivas páginas em negrito)
Passiflora L. ............................................................................................................ 51
P. alata Curtis ......................................................................... 1, 3, 31, 35, 69, 72, 76
P. amethystina Mikan ............................................................. 1, 3, 29, 102, 121, 123
P. bahiensis Klotzsch ...................................................................... 1, 3, 78, 80, 150
P. caatingae L.K.Escobar ................................................................... 2, 3, 91, 93, 150
P. capsularis L. ........................................................................................ 1, 3, 37, 64
P. cincinnata Mast. ............................................................................. 1, 3, 35, 85, 91
P. caerulea L. .....................................................................................................91, 97
P. edmundoi Sacco .................................................... 1, 3, 29, 31, 34, 106, 109, 110
P. edulis Sims. .................................................................................... 1, 3, 37, 95, 97
P. foetida L. ................................................................. 1, 3, 29, 31, 39, 127, 128, 131
P. galbana Mast. ....................................... 1, 3, 29, 31, 106, 110, 111, 112, 116, 119
P. haematostigma Mart. ....................................... 1, 3, 136, 137, 139, 140, 146, 149
P. imbeana Sacco .................................................................................. 118, 119, 149
P. kermesina Link & Otto ................................................................................ 109, 110
P. luetzelburgii Harms ........................................................................ 1, 3, 29, 31, 66
P. malacophylla Mast. .............................................................................. 1, 3, 79, 97
P. mansoi (Mart.) Mast. ........................................................ 1, 3, 135, 136, 137, 140
P. miersii Mast. ............................................................................................. 1, 3, 105
P. misera Kunth .......................................................... 1, 3, 25, 31, 55, 56, 57, 58, 60
P. mucronata Lam. ................................................................. 1, 3, 31, 110, 111, 116
P. mucugeana sp. nov. ined. ........................................................... 1, 2, 3, 118, 119
P. nitida Kunth .................................................................................... 1, 3, 31, 77, 78
P. odontophylla Harms ex Glaziou ................................................... 1, 3, 31, 72, 76
P. organensis Gardner ........................................................... 1, 3, 55, 56, 57, 60, 77
P. pentagona Mast. ................................................................................................ 142
P. pohlii Mast. ........................................................................................... 1, 3, 60, 61
Nunes, T.S. 2002. Passifloraceae da Bahia.
168
P. recurva Mast. .................................................................... 1, 3, 31, 85, 93, 98, 100
P. rhamnifolia Mart. .......................................................... 1, 3, 25, 37, 141, 142, 147
P. saxicola Gontsch. .................................................................. 1, 3, 55, 56, 57, 150
P. setacea DC. ....................................................................... 1, 3, 31, 80, 85, 93, 100
P. suberosa L. ......................................................................... 1, 3, 25, 31, 34, 53, 54
P. subrotunda Mast. ............................................................................................... 116
P. trintae Sacco .............................................................. 1, 2, 3, 31, 91, 93, 100, 149
P. villosa Vell. ....................................................................................... 1, 3, 131, 134
P. watsoniana Mast. ............................................................... 1, 3, 29, 101, 102, 123
Tetrastylis Barb. Rodr. ................................................................................ 1, 3, 144
T. ovalis (Vell.) Killip ............................................. 1, 3, 6, 23, 25, 29, 144, 147, 150
T. lobata Killip....................................................................................................... 144
T. montana Barb. Rodr. .......................................................................................... 144
Nunes, T.S. 2002. Passifloraceae da Bahia.
32
Índice de Nomes Vulgares
(ordem alfabética)
Nome vulgar
Camapu
Espécie
P. foetida
Página
127
Flor-da-paixão
P. cincinnata
86
Gema-de-ovo-grande
P. edulis
95
Maracujá
P. alata
69
P. cincinnata
86
P. edulis
95
P. galbana
112
P. mansoi
136
P. setacea
81
Maracujá-açu
P. alata
69
Maracujá-brabo
P. cincinnata
86
Maracujá-bravo
P. misera
58
Maracujá-cultivado
P. edulis
95
Maracujá-da-serra
P. misera
58
Maracujá-de-boi
P. cincinnata
86
P. edulis
95
P. luetzelburgii
67
Maracujá-de-cacho
Tetrastylis ovalis
145
Maracujá-de-cobra
P. amethystina
121
P. foetida
127
P. mansoi
136
P. mucronata
110
Tetrastylis ovalis
145
Maracujá-de-cortiça
P. suberosa
53
Maracujá-de-estalo
P. foetida
127
Maracujá-de-estralo
P. foetida
127
Maracujá-de-papoco
P. foetida
128
Maracujá-de-papouco
P. foetida
128
Maracujá-de-pipoco
P. foetida
128
Maracujá-de-praia
P. foetida
128
Nunes, T.S. 2002. Passifloraceae da Bahia.
33
Maracujá-de-raposa
P. luetzelburgii
67
Maracujá-de-veado
P. haematostigma
139
Maracujá-do-campo
P. foetida
128
Maracujá-doce
P. alata
69
Maracujá-do-mato
P. cincinnata
86
P. foetida
128
P. mansoi
136
P. setacea
81
Maracujá-i
P. foetida
128
Maracujá-mi
P. organensis
Maracujá-mirim
P. edulis
95
P. misera
58
P. suberosa
53
Maracujá-muchila
P. cincinnata
86
Maracujá-peroba
P. edulis
95
Maracujá-poca
P. foetida
128
P. luetzelburgii
67
Maracujá-preto
P. edulis
95
Maracujá-redondo
P. edulis
95
Maracujá-roxo
P. edulis
95
Maracujazinho
P. misera
58
P. organensis
57
57
P. suberosa
53
Maracujazinho-da-serra
P. organensis
57
Maracujazinho-do-mato
P. foetida
128
Peroba-roxa
P. edulis
95
Poca-poca
P. foetida
128
Tripa-de-galinha
P. misera
58
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a família passifloraceae no estado da bahia, brasil