DA I N D Ú S T R I A
ORGAO
DAS
oficial
do
INDUSTRIAS
GRÁFICAS
N O E S T A D O DE S À O
NÚM ERO 6
GRÁFI CA
sindicato
PAULO
'
S Ã O P A U LO , 1 D E F E V E R E IR O D E 1950
ANO I
lAKfioMacâo- de Ohaieüat fyityicoMuitas são. as reclamações da Indústria Gráíica a propósito do critério
adotado pela Carteira de Importação e Exportação do Banco do Brasil com
relação à concessão de licença-prévia e pedidos para a importação de mate­
riais gráficos.
Desde a publicação do decreto regulando o assunto, tem nosso Sindi­
cato procurado contornar as dificuldades surgidas, mantendo-se em contac­
to com aquela secção do Banco do Brasil em São Paulo, sem contudo lograr
maiores êxitos nesses contactos.
Agora, vem nosso Sindicato de enviar ao Rio o diretor dêste BOLE­
TIM com a incumbência de se entender com o Sindicato das Indústrias Grá •
ficas sediado naquela capital a respeito das dificuldades, ou melhor, das ne­
cessidades da mesma indústria na capital federal, e que são as mesmas que
as nossas. Desses entendimentos resultou um acordo entre as duas entida­
des máximas da Indústria Gráfica das duas capitais, que vão dirigir uma re­
presentação à Carteira de Importação e Exportação do Banco do Brasil expli­
cando os resultados maléficos a êste setor industrial com a atitude daquele
órgão coordenador das nossas importações.
Na realidade, a Indústria Gráfica atravessa maus momentos com a fal­
ta de máquinas, materiais e peças, cuja importação não lhe é permitida, ou
lhe é permitida em bases que são o mesmo que proibi-la. A importação de má­
quinas e materiais para a indústria gráfica, merece dos poderes competen­
tes um estudo à parte, por se tratar de assunto complexo. Leis e portarias
que servem para outras indústrias, não servem para a nossa, eis que nossas
necessidades reais somente poderão ser constatadas por técnicos no assunto,
e não apenas técnicos em questões de importação em geral.
*
Por essa razão, e também por muitas outras indiscutíveis, esperamos
sanando assim uma angustiosa situação para a indústria que produz impressos,
que a CEXIM leve em consideração a representação que lhe será enviada,
P A G IN A 2
TABELAMENTO DO LIVRO DIDÁTI­
CO — As editoras paulistas têm-se mani­
festado contrárias ao tabelamento do livro
didático, tabelamento êsse pretendido pela
C. C. P. Falando aos jornais, diversos edi­
tores apresentaram seus pontos de vista,
em que julgam impraticável o tabelamento,
principalmente pela complexidade do as­
sunto, pois a interferência no preço do li­
vro determinaria consequentemente outros
tabelamentos.
A MAIOR BIBLIOTECA DO CONTI­
NENTE — No dia de São Paulo, 25 do pas­
sado, procedeu-se ao lançamento da pedra
fundamental da Biblioteca infantil Muni­
cipal, “ a maior biblioteca infantil do con­
tinente” , segundo os jornais. Essa Biblioteca,
que servirá de modêlo-padrão às demais
que venham a ser construidas no Brasil,
será erguida no quarteirão situado entre as
ruas Cesário Mota, Major Sertório, General
Jardim e Vila Nova. E segundo se anuncia,
parte
da biblioteca
funcionará
ainda
êste ano.
A propósito, publicamos o movimento
das bibliotecas infantis da Prefeitura des­
ta capital durante o ano passado: total de
leituras no recinto das bibliotecas, 194.410;
livros circulantes, 47.293; total geral de lei­
turas, 241.703. Frequência, 87.099; frequên­
cia da Secção Braille, 912; total de fre­
quências, 88.011.
A SITUAÇÃO DA IMPRENSA NO MUN­
DO — Com 1.781 jornais diários, tendo uma
tiragem global de 52.300.000 exemplares, os
Estados Unidos detêm o primeiro lugar na
difusão de periódicos em todo o mundo. A
União Soviética coloca-se em segundo lugar,
com uma circulação de 31 milhões de exem­
plares, seguida da Inglaterra, com 29.720.000.
O “Anuário Estatistico” , publicado pela
Secretaria de Estatistica das Nações Unidas,
que fornece esses dados, declara que, na cir­
culação, “ per capita” , a Ingraterra figura
em primeiro lugar, com a media de 600 jor­
nais para mil pessoas. Segue-se o Luxembur­
go, com 455 jornais por mil habitantes, a
Áustria com 425, a Suécia com 405 e os Es­
B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A
tados Unidos com 357. Dentre as' nações
onde a circulação de jornais é meaior, o
Anuário cita a China, com 10 exemplares
para mil habitantes, e o índia, com 5. Para
a França, não comprendida a Algeria, o
Anuário indica, em janeiro de 1949, um to­
tal de 163 jornais, com tiragem global de
11.540.000 exemplares, ou seja, 280 exem­
plares para mil habitantes. Os demais paí­
ses são assim relacionados pelo Anuário
em relação ao ano de 1948: Canadá, 95 jor­
nais, 3.226.000 exemplares, 250 exemplares
por mil pdssoas; Itália, 105, 5.109.000; 109
por mil; Bélgica, 47, 2.850.000, 338 por mil;
Suiça, 117, 1.637.000, 335 por mil; Espanha,
75, 1.620,000, 60 por mil; Polônia, 36.........
2.500.000, 105 por mil; Hungria, 48, 998.000,
109 por mil; Iuguslávia, 17, 1.628, 80 por mil.
Os dados referentes à Iugoslávia e à Hun­
gria referem-se apdnas a um mês.
O BRASIL EM PRIMEIRO LUGAR — Na
Primeira Exposição Mundial de Arte Foto­
gráfica, encerrada no dia 20 do passado, na
capital federal, o Brasil venceu os demais
trinta e três países concorrentes, levantan­
do o maior número de pontos. O Brasil,
que já havia vencido na Exposição Inter­
nacional da Áustria, confirma assim seu
invulgar desenvolvimento artístico.
BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA
ÓRGÃO
o f ic ia l
do
s in d ic a t o
das
IN D Ú STRIA S G R Á FICA S N0 EST. S. PAULO
S. FERRAZ
D IR ETO R
PAULO BREDA FILHO
A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O
A IL T O N L U IZ DE PAU LA
COLABORADORES
REDAÇÃO
E
A D M IN IS T R A Ç Ã O :
5.0 A N D A R , S A L A
PRAÇA
DA SÉ,
508 - F O N E 2-4694 - S Ã O
399
PAU LO
Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do S E N A I
B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA
G R Á F IC A
M ovimento da
Junta Comercial
Extraímos do “Diário Oficial” do
Estado, na primeira quinzena dêste
mês, o seguinte movimento da Junta
Comercial com relação a firmas grá­
ficas e correlatas, em suas sessões de
20-12-49, 23-12-49 e 27-12-49, ratifi­
cadas pelas de 23-12-49, 27-12-49 e
30-12-49, respectivamente:
CONTRATOS
N.° 117.822 — Carbone e Carboni Ltda.
— Capital — Rua Elisa Witacker, 235 — fa­
brico de caixas de papelão e afins. — CrS.. .
30.000,00 partes iguais — Antonio Carbone
e Armando Carboni, brasileiros. — Indeter­
minado a partir de 1-4-49. — ass. 14-12-49.
N.° 117.857 — Limonti e Cia. — Franca —
Rua Saldanha Marinho, 696 — indústria de
cartonagem e correlatos — 20.000,00 em par­
tes iguais — Luiz Limonti e Luiz Gonzaga
Junqueira, brasileiros ■
— indeterminado a
partir da data da assinatura do presente con­
trato — assinado 4-12-49.
N.° 117.988 — A. Rosner e Cia. Ltda. —
Capital — Rua das Palmeiras, 49 — artigos
para escritórios em geral. — CrS 20.000,00
em partes iguais — Alfred Rosner e Lothar
Bernhard Kroner, alemães. — indetermina­
do — ass. 19-12-49.
N.o 117.990 — Carbex, Indústrias Quími­
cas Ltda. — Capital — R. Rosa e Silva, 156
— fabricação, acondicionamento e venda de
papel-carbono, fitas para máquinas e outros
artigos químicos conexos, etc., por conta
própria ou de terceiros. — Cr$ 2.000.000,00
dividido em 2.000 quotas de 1.000 cada uma
sendo 500 quotas de Kartro S. A. Importado­
ra e Distribuidora, 500 de Asite Ltda., 500
de Charles Trostli, austriaco, 200 de Hanns
Victor Trostli, austriaco; 200 de Kurt Georges Trostli, sem nacionalidade, natural de
Viena e 100.000,00 de Helene Marie Erdos,
sem nacionalidade, natural de Viena. -—inde­
terminado. — ass. 16-11-49.
N.° 118.037 — Estaleiros de Construções
Náuticas Jomar Ltda. — alt. para Fábrica
P Á G I N A 'I
NÃO É MAIS DO QUE UMA
PROVA
A expressão acima geralmente precede a
apresentação de tantas atrocidades que merecem
o nome de "provas", e porisso cremos não serão
demais duas palavras aos colegas impressores
que se admiram de ver uma ou outra vez
escapar-lhes um bom cliente.
Com demasiada frequência, as provas são
simplesmente legíveis... e nada mais. Os
motivos por que tantos bons impressores apre­
sentam provas de duvidosa claridade e de tão
notória falta de limpeza, são vários.
E o
primeiro é a famigerada "pressa"; porém, não
sc deve esquecer também a limpeza da prensa
de prova e rôlo entintador, a qual não se
costuma fazer desde sabe Deus quanto tempo. . .
A s provas, na realidade, merecem ser objeto
de grande cuidado e atenção, e sua apresen­
tação deve assemelhar-se o mais possível à do
trabalho acabado. Dêste modo se demonstrará
o esmêro do impressor, assegurando um pro­
veitoso efeito junto ao cliente.
Não poucas vezes se enviam ao cliente
provas com letras machucadas, fios desgustodos, palavras mal deletreadas, letras de di­
ferentes famílias e outros erros fáceis de cor­
rigir-se.
E não obstante elas assim vão às mãos dos
fregueses, enquanto o vendedor ou o empregado
é obrigado a acusar a tipografia com a clás­
sica frase: "É somente uma provai". O que
pode acontecer, então, é que o efeito que
isso produz no cliente é a causa de seu pos­
terior afastamento.
(Condensado de "Artes
Gráficas", Uruguai, ed. 2).
Nacional de Máquinas e Materiais Gráficos
“ Jomar’’ Ltda. — Capital — cont. 47.267, alt.
92.24 — E’ admitido Jorge Alfredo Rebske,
que também assina Jorge Rebske, brasileiro
— O capital de 150.000,00 fica elevado para
500.000. 00, sendo 350.000,00, do novo sócio,
147.000. 00 de Alberto Rebske e 3.000,00 de
Maria de Lourdes Moreira — indeterminado
— ass. em 30-11-49.
N.° 135.901 — Amadeu Pó — Capital —
R. Clélia, 2.192 — impressos litográficos —
Cr$. 50.000,00 — brasileiro — inicio
em 1-10-49.
B O L E T I M L íA I N D U S T R I A G R Á F I C A
CONS UL TA S
AO S I N D I C A T O
Nosso Sindicato recebeu, duran­
te a primeira quinzena dêste mês,
92 consultas por telefone, 11 ver­
bais e 8 por cartas, estas tôdas do
interior, num total de 111 consultas.
Muitas são as consultas de or­
dem técnica que ultimamente te­
mos recebido, as quais são atendidas
pelo nosso Departamento de Pesqui­
sas em Artes Gráficas. Folgamosregistar êsse aumento de consultas de
ordem técnica, pois isso vem demons­
trar interêsse no melhor conhecimen­
to das coisas sôbre artes gráficas.
NOVOS APRENDIZES GRÁFI­
COS FORMADOS PELO SENAI
RECEBERÃO SUAS CARTAS DE
OFÍCIO
Em Dezembro findo, 7 aprendizes de ofi­
cio da Escola de Artes Gráficas do SENAI,
que completavam o 6.° têrmo de aprendizagém, foram submetidos às provas de Cál­
culo Técnico, Tecnologia, Desenho Gráfico e
de Oficina, na presença de representantes
do nosso Sindicato e do Sindicato dos Tra­
balhadores na Indústria Gráfica. O resul­
tado, após a avaliação das provas, acusou 6
candidatos habilitados e um inabilitado.
Em data oportuna, junto aos demais aprendizos formados por outras Escólas
SENAI, será efetuada a outorga das Cartas
de Ofício aos seguintes aprendizes gráficos:
Linotipista: Oswaldo Telles (Impressora S.
Paulo); Impressores: Antonio Teixeira Bran­
de (Irmãos Gonçalves), Natalino de Sevo
(Casa Alpha Ltda.) e Osiris Pinheiro
(Gráf. Aligani & Filhos); e Encadernadores:
Diogo Vilar Peres (Comp. Paulista de Pa­
péis e Artes Gráficas) e Henrique Fer­
nandes (Cia. Melhoramentos de S. Paulo).
(ZfrmÁmicacLo-ti<dxS- SwxUcota
EXPOSIÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Como é de conhecimento de to­
dos, inaugurou-se no dia 25 passado,
dia de São Paulo, a Exposição Extra­
ordinária da Indústria na Galeria
“Prestes Maia” , em que nosso Sindica­
to toma parte.
Do que foi a imponente inaugu­
ração, que contou com a presença do
sr. Governador do Estado e altas au­
toridades civis e militares e foi par­
te das festividades com que se come­
morou a passagem do 396.° aniver­
sário da fundação de São Paulo, os
jornais largamente noticiaram com
riqueza de detalhes, razão por que
nos abstemos de comentar.
Como já dissemos em nossa edição
anterior, a carência de espaço e exiguidade do tempo para a preparação
de nossa mostra, não nos permitiram
contar com o colaboração de todas as
firmas que prontificaram a colaborar
conosco nessa iniciativa louvável do
Departamento da Produção Industri­
al, da Secretaria do Trabalho, Indútria
e Comércio, com o fito de trazer ao co­
nhecimento do público o que se faz em
nosso meio industrial.
Aliás, seja dito de passagem que
a Exposição está logrando os maio­
res êxitos, pois as mostras nela con­
tidas são bem o reflexo da pujança
e do adiantamento da indústria pau­
lista, sem favor algum considerada
a pioneira de nosso continente.
Em nossa mostra, em que pre­
tendemos abranger todos os seto­
res da Indústria Gráfica, pode-se ter
uma visão clara do que se produz
em nossa terra na indústria-arte ini­
ciada por Gutenberg. As firmas expositoras souberam aproveitar-se de
motivos que não somente atraem a
atenção dos leigos em assuntos grá­
ficos e lhes facilita a compreensão,
bem como interessam aos profissio­
nais. Por isso mesmo tem desperta­
do desusado interêsse a frequência
assídua de inúmeros visitantes.
DA
INDÚSTRIA
PAULISTA
São as seguintes as firmas expositoras na mostra de nosso Sin­
dicato : Companhia Litográfica Ipi­
ranga, Graphicars— F. Lanzara S. A.,
Companhia Melhoramentos de São
Paulo, Indústrias Reunidas Irmãos
o. Spina S. A., Indústria Gráfica Siquei­
ra S. A., Sociedade Técnica Bremensis
Ltda., Funtimod -—•Fundição de Tipos
Modernos Ltda., Impressora São Pau­
lo, Clicheria Idex Ltda. e Indústrias
Brasileiras de Lapis Fritz Johansen S. A.
SALÁRIO MÍNIMO
O sr. Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio já fez a nomeação das
comissões que irão estudar, em cada
Estado, as condições de vida e o ní­
vel econômico popular, para efeito do
t reajustamento das tabelas de salário
mínimo.
,
IGUALDADE DE SALÁRIO
PARA AS MULHERES
A Organização Internacional do
Trabalho, órgão sediado em Genebra
(Suiça), adotou a resolução que es­
tabelece a defesa de igual salário pa♦ ra a mulher, no mesmo trabalho exe­
cutado pelo homem. Isto nós já encon­
tramos na C. L. T. em seu artigo 461
e parágrafos, e na Constituição de
1946, artigo 157, que proíbe, em seu
item II, a diferença de salário para
um mesmo trabalho, por motivo do
sexo, idade, nacionalidade ou estado
civil.
B O L E T IM
DA
IN D Ú S T R IA
G R A F IC A
ESCOLAS DE ARTES GRÁFICAS
DO RIO
O diretor dêste BOLETIM, quando
enviado pelo nosso Sindicato à capi­
tal da República, teve oportunida­
de de visitar a Escola de Artes Grá­
ficas do SENAI e a Escola de Apren­
dizagem de Artes Gráficas da Im­
prensa Nacional.
Na Escola 1-2 do SENAI foi o
nosso enviado cordialmente recebido
pelo diretor, dr. Dyvaldo Ferreira
d’01iveira, sr. Paulo de Almeida, instrutor-chefe, e demais instrutores,
tendo percorrido demoradamente não
somente aquela Escola como as demais
que funcionam no imponente prédio
da rua Costa Lobo n.° 62.
Na Escola de Aprendizagem de Ar­
tes Gráficas da Imprensa Nacional, o
visitante se demorou em interessan­
tes palestras com o prof. Francisco
Paula Achilles, diretor geral do De­
partamento de Imprensa Nacional, sr.
José Alves Correia, diretor da Escola,
e diversos professores, que gentilmen­
te forneceram todos os detalhes pedi­
dos sôbre êsse exemplar estabeleci­
mento.
Do que lhe foi dado observar nes­
sas proveitosas visitas a essas ótimas
escolas de artes gráfica*— o que é
digno do conhecimento de todos os
nossos agradecimentos pela fidalga
um resumo em nossas próximas edi­
ções.
Por estas colunas apresentamos os
agradecimentos pela fidalga acolhi­
da com que foi recebido o enviado de
nosso Sindicato.
Vende-se um cavalete "Moderno",
caixas de 65 x 44 cm, novo.
Telefonar para 2-4694.
P A G IN A 6
Em nossa notícia sôbre a Exposição da
Galeria "Prestes M aia", dissemos que a
mostra que nosso Sindicato nela mantém
tem despertado desusado interesse por par­
te dos visitantes.
A propósito dêsse interesse, cabe aqui
um reparo. Não é de hoje que temos nota­
do que o público em geral se interessa pe­
lo conhecimento da arte dos tipos móveis.
Ela tem mesmo o dom de despertar interêsse, principalmente nos leigos. Infelizmente, é um interesse que não tem tido aco­
lhida no seio da Indútria Gráfica, que, sen­
do embora o veículo da propagação de idéias
a respeito de tudo o que se faz no mundo,
estranhamente silencia quando se trata de
mostrar sua pujança, seu valor, suas realiza­
ções — e, acima de tudo, sua IN D IS P E N S Á ­
V EL C O L A B O R A Ç Ã O para todo e qualquer
empreendimento de outras indústrias, do
comércio, de tudo enfim, que se inicie ou se
planeje. Eis porque, a nosso ver, suas reinvindicações quase sempre são relegadas ao es­
quecimento, e ainda não conquistou o lu­
gar que lhe é devido — pois não há negar
B O L E T IM
DA
IN D Ú S T R IA G R A F IC A
que continua situada em lastimável plano
de inferioridade. Talvez por se tratar de
uma indústria-arte. . .
Em todos os paises a indústria gráfica
goza de uma situação ímpar. Êsse lugar
lhe é devido pela sua própria razão de ser.
Geralmente não gosta muito de sair de seu
semianonimato, como todo bom cidadão
conciente do dever de dar tudo de si, sem
que nada receba em troca, pelo bem e pro­
gresso de seu torrão natal. Mas, hoje em
dia, os que não falam de si tornam-se es­
quecidos, nada conseguem e muitas vezes
não sobrevivem. A Indústria Gráfica íem
seus problemas, graves problemas, que pre­
cisam ser conhecidos de todos. E mos­
trando o que ela faz, o que vale, é certo
que muito mais fácil lhe será pleitear o
o que lhe falta para que possa fazer mais
ainda.
Nós do Sindicato sempre estaremos dispos­
tos a fazer algo, por insignificante que se­
ja, em prol das artes gráficas em nossa
terra. Só esperamos a colaboração dos se­
nhores industriais gráficos. — S. F.
EM VISITA AO NORTE
DO PAÍS
REPORTAGEM SOBRE A EX
POSIÇÃO INDUSTRIAL
Viajou, com uma caravana de
funcionários do SENAI, em visita aos
estados nordestinos, o sr. Luiz Bernardino, instrutor-chefe da Escola de
Artes Gráficas do SENAI em S. Pau­
lo. Nessa viagem de estudos, o sr. Bernardino, por sugestão nossa, visitou
os Sindicatos das Indústrias Gráficas
dos Estados da Bahia, Pernambuco e
Ceará, tendo estabelecido contacto
com os industriais ali estabelecidos.
Percorreu cerca de 14 oficinas gráfi­
cas e visitou Escolas de Aprendiza­
gem dos Departamentos do SENAI
daqueles Estados.
O Departamento da Produção
Industrial, da Secretaria do Traba­
lho, Indústria e Comércio, instituiu
um concurso da melhor reportagem
sôbre a Exposição Extraordinária da
Indústria, instalada na Galeria “Pres­
tes Maia”
Poderão tomar parte nesse con­
curso todos os profissionais da im­
prensa da capital e do interior, sob
as bases divulgadas pela imprensa.
Ao vencedor será concedido um
prêmio, em dinheiro, no valor de cin­
co mil cruzeiros, prêmio êssè que te­
rá o nome de Benedito Chaves, em
homenagem à memória desse profis­
sional da imprensa paulistana recen­
temente falecido.
B O L E T IM
DA
IN D Ú S T R IA
G R Á F IC A
______________ < -
“ BRASIL
GRÁFICO”
Segundo nos comunicam, está sen­
do ultimada a feitura do segundo
número da revista “Brasil Gráfico” ,
correspondente a fevereiro corrente,
e que circulará dentro da primeira
quinzena em início.
Como de costume, nosso Sindi­
cato distribuirá essa publicação es­
pecializada em assuntos gráficos, cu­
jo lançamento foi muito bem recebi­
do e apreciado pelo seu excelente
feitio tipográfico e critério redacional, a todos os seus associados.
LIMPEZA DE NUMERADORES
AUTOMÁTICOS
Se os numeradores estão sujos com
tinta endurecida, ou se for necessário
desmontá-los porque alguma de suas
peças esteja quebrada, é bom fervê-los
durante uma meia hora para que se
limpem bem. Nêste processo todas as
peças do numerador devem conservarse juntas num recipiente de metal. Pre­
para-se uma solução de quatro litros
de água, uma .colherada de soda cáus­
tica e cinco graus de cianúria de potás­
sio. Èste é um agente limpador muito
efetivo. O outro é “oakite,” mas não se
deve usar nas rodas feitas de substân­
cias outras que metálicas. Quando se
retira o numerador da solução, todas
rs suas peças devem ser secadas muito
bem. Logo esfregam-se as mesmas
com um trapo embebido de uma mis­
tura de uma parte de querosene e duas
ou três partes de benzina para evitar
que fiquem aderidos resíduos de bor­
racha ou depósitos da solução limpadora nas rodas. Usa-se ar comprimido
para acabar de secá-las. Antes de reu­
nir de novo as peças, estas devem ser
lubriíicadas cuidadosamente com óleo
bem grosso, exceção feita aos al­
garismos. Logo reunem-se os numera-
P Á G IN A
7
ESTUDOS ECONÔMICOS
A Confederação Nacional da In­
dústria, do Rio, que já publica o interessanté e bem orientado “Boletim
de Informações” , vai lançar agora a
revista “Estudos Econômicos” , orga­
nizada sob a responsabilidade do De­
partamento Econômico daquela en­
tidade'.
Entre as matérias do primeiro
número de “Estudos Econômicos” ,
que está sendo impresso, figuram as
seguintes: Situação Cambial (posi­
ção brasileira face às desvalorizações
monetárias), Repressão aos Abusos
do Poder Econômico (exame do pro­
jeto de Lei no Congresso), Produção
Industrial Brasileira e Relatório da
Comissão Mista Brasileiro-Americano
de Estudos Econômicos (Missão Abbink).
“Estudos Econômicos” aparecerá
inicialmente de três em três meses,
e nela serão publicados normalmen­
te estudos sôbre vários ramos de in­
dústria: regiões do país, questões na­
cionais de atualidade, problemas do
comércio internacional, planos de de­
senvolvimento econômico pelo mun­
do, revista bibliográfica, etc.
dores, assegurando-se de que a molapente permaneça firmemente para­
fusada para que haja própria tensão
e que as rodas funcionem devidamen­
te. Se o numerador não for usado por
algum tempo, deve ser embrulhado
em papel oleado. Antes de ser usado,
enxuga-se a face dos algarimos com
um trapo limpo para tirar-lhes qual­
quer resíduo de óleo que possa ter
aderido. Aplica-se tinta com o dedo
sôbre cada algarismo para poder obter^
impressões boas e limpas desde o co-'
mêço da tiragem. ( “Boletim Linotípico” )
P A G IN A 8
B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A
PALESTRA SÕBRE ARTES GRÁFICAS
A convite do Departamento Regional do SEN AI em S. Paulo, o
sr. Francisco Cruz Maldonado, presidente do Sindicato das Indústrias
Gráficas no Estado de S. Paulo, pronunciará uma conferência, ilus­
trada com projeções, sob o tema “Progresso das Artes Gráficas nos
Estados Unidos”. Nessa ocasião o sr. Maldonado relatará em seus
aspectos mais interessantes a viagem que realizou no ano findo em
vários países latino e norte-americanos, detalhando as visitas feitas
às mais importantes indústrias gráficas e correlatas dos Estados
Unidos.
A palestra terá lugar no 4.° andar da Escola “Roberto Simonsen”
do SENAI, à rua Monsenhor Andrade, 298, na próxima sexta-feira,
9 do corrente.
Vultos das Artes Gráficas
FIRMINO
DIDOT
Sempre que possível, nosso BOLE­
TIM publicará uma resumida biogra­
fia sôbre pessoas relacionadas a des­
cobertas ou aperfeiçoamentos na arte
dos tipos móveis. Iniciamos hoje com
alguns dados a respeito de. Firmino
Didot.
Todos os que trabalham em artes
gráficas em nosso país sabem que a
medida tipográfica aqui adotada é a
Didot, que tem êsse nome por ter sido
criada por Firmino Didot. Eis al­
guns dados biográficos do autor do
sistema de medidas tipográficas por
nós usado:
Filho de Francisco Ambrósio Didot,
Firmino distinguiu-se pelo amor às
letras e pelo impulso que deu à arte
tipográfica, arte essa também cul­
tivada por seu pai.
Seus trabalhos sobressaiam pela ni­
tidez do desenho e pela delicadeza das
formas. Deve-se a Didot a criação de
vários tipos de letras onde a combi­
nação do corpo e do perfil formam
um conjunto perfeito e harmonioso
sem estabelecer confusão.
Em 1795, Didot imaginou fixar os
tipos móveis e empregou pela primei­
ra vez êsse processo na impressão da
“Tábua de Logarítimos” de Gallet.
Graças a êsse processo logrou desco­
brir a .estereotipia (nome dado por
êle).
Publicou, em seguida, em edições
esteriotipadas, as obras dos clássicos
franceses e latinos, cujo trabalho foi
muito apreciado. Infelizmente essas cé­
lebres edições já não são mais encon­
tradas.
Sua tipografia foi a escola de onde
sairam artistas que deixaram nome
na tipografia francesa. Entre seus
discípulos cumpre salientar Paul Renoard, Paul Dupont, Pinard, Jules
Clayre, Brun, August Bernard e Henri Fournier.
Firmino Didot nasceu em 1764 e
faleceu em 1834.
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