Jason Jones luta mão a mão com Eduardo
Verástegui
Um dos produtores de «Bella»
revela o drama que o converteu num activo militante próvida
Jason Jones acompanhou Eduardo Verástegui nas suas mais recentes produções cinematográficas.
Actualizado 14 de Dezembro de 2013
C.L. / ReL
Foi, junto a Eduardo Verástegui, um dos produtores de dois êxitos do cinema
pró-vida como Bella e Crescendo, e também de A verdade sobre Soraya M., interpretada por Jim Caviezel e que desnuda a situação de inferioridade das mulheres ali onde se instaura a sharia. Jason Jones fez do seu, o cinema, um instrumento ao serviço do direito à vida em qualquer das suas formas, recentemente revelou em Intercollegiate Review porque e como nasceu esta vocação que é
também uma missão.
"Estou grávida"
"Foi dois dias antes de cumprir 17 anos, um sábado pela manhã, no dia seguinte
de jogar uma partida de futebol, assim estava cansado e dolorido. O cheiro do
pequeno-almoço subia pelas escadas, e também o fazia alguém que abriu a porta
enquanto eu estava ainda meio dormido. Era a minha namorada. Sorri, por suposto, mas adivinhei na sua cara que não era isso o que requeria o momento.
Passava-se algo sério. Ao cabo de uns longos segundos, olhou-me e disseme: ´Estou grávida´. Isso acabou de despertar-me".
Jason começa assim o relato do primeiro momento que deu uma volta total à sua
vida. E continua: "Sentámo-nos, dois adolescentes como éramos, na cama. O
meu quarto era ainda o de um rapaz, com posters de futebol, sapatilhas desportivas e luvas de beisebol atirados pelo chão. Mas aí me encontrava eu, sentado
junto à minha namorada em estado. De repente compreendi que tinha perdido o direito a ser só um rapaz. A minha namorada ia para um colégio católico feminino e pensava já na universidade, enquanto eu sonhava com uma equipa
de futebol universitário e numa carreira na liga profissional. Ambos tínhamos
um plano para as nossas vidas e num momento se havia feito em pedaços".
Jason e a sua rapariga estiveram pensando como cuidariam da nova vida que tinham engendrado: "Parecia algo completamente natural e, incompreensivelmente, inclusive estimulante. A nossa vida adulta ia começar muito antes do
previsto, mas assim o assumimos. Decidimos que eu deixaria os estudos para
ingressar na Armada (um amigo meu acabava de fazer o mesmo), e que ela
manteria o segredo com roupa ampla e suplementos vitamínicos até que eu voltasse da instrução, depois do qual viveríamos juntos e eu cuidaria dos três".
"A tua namorada está ao telefone, e está
chorando"
E foi o que fez. Foi ao gabinete de recrutamento, assinou os papéis uma vez conseguida a autorização da sua mãe e do director do instituto, algo que, disse, ambos fizeram com gosto, ela porque tinha outros quatro filhos e ele porque era o
pior dos 565 alunos do centro.
Jason não ia à igreja naquele tempo. Explica que o tentou uma vez, mas era
superior às suas forças. Inclusive pediu aos seus sargentos que o pusessem a
limpar o que fosse enquanto os demais iam ao templo. Inclusive a sua moral
permitia-lhe o seguinte: descobriu que os sargentos tinham um frigorífico onde
guardavam gelado, assim que enquanto os demais estavam na missa, ele
roubava alguns gelados, e quando os demais recrutas voltavam do templo trocava-os por serviços como limpar-lhe as botas ou fazer-lhe a cama.
Assim passaram as semanas de instrução até que deixou de ser um recruta e, já
como soldado, estava a ponto de voltar a casa: "Tampouco esquecerei esse dia.
Era domingo e eu estava nas minhas coisas enquanto os demais estavam na
igreja. Então um amigo veio correndo: ´Jones, a tua namorada está ao telefone e está chorando´, disse-lhe".
Jason foi correndo à cabina e pegou no aparelho: "Estava chorando como nunca
tinha ouvido chorar a uma mulher. Nunca. O único que pode dizer para explicarlhe é que era a sua alma que chorava. E não deixava de dizer: ´Sinto muito,
sinto muito, sinto muito. Não fui eu...´. Logo falou o seu pai: ´Jason, sei do
vosso segredo, e o vosso segredo foi-se. Abortou´".
"Chame a Policia, ele matou o meu filho!"
Jason tinha abandonado o seu posto para ir ao telefone, e logo a seguir a essas
palavras apareceu por detrás um sargento que lhe tirou o microfone e o pousou.
Ele reagiu golpeando-o, até que os separou outro sargento, enquanto o jovem
chorava: "Ele matou o meu filho! Ele matou o meu filho!". Levaram-no ao gabinete do capitão, a quem pediu que chamasse a Policia. O oficial pareceu entender
o que se passava pelo coração do soldado, e quando soube o que tinha acontecido custou-lhe dizer-lhe: "Para quê vou chamar a Policia? O aborto é legal".
"Quereis crer que eu não o sabia?", explica Jason: "Mas ainda que fosse um soldado de segunda que ganhava trezentos dólares ao mês, sabia uma coisa, que
a vida humana começa com a concepção, e que o meu filho era um ser
humano". O seu capitão, crê, devia ser cristão e pró-vida, porque o compreendeu, explico-lhe a sentença Roe vs Wade que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973 e deu-lhe moedas para que telefonasse tranquilo desde outro telefone à sua namorada.
A promessa...
"Tinha um nó no estômago e o coração partido, porque essa criança me tinha
empurrado a seguir em frente cada dia da esgotadora instrução. Mas o
que realmente me golpeava, o que me parecia absolutamente incompreensível, é
que o que tinha acontecido há minha filha (porque era uma menina, a quem já
tinham dado nome) fosse perfeitamente legal. Era algo de loucos", recorda. E
como a rapariga não deixava de chorar e ele não sabia muito bem que dizer, fezlhe uma promessa: "Prometo-te que ainda que a ninguém lhe importe o aborto, e
ainda que me ocupe o resto da minha vida, pela nossa filha Jessica acabarei com o aborto".
E cumpriu-o, ainda que hoje reconhece que a pretensão de fazê-lo só era própria
dos 17 anos. O seu primeiro destino foi no Hawai, e quando se instalou começou
a ir casa por casa, a de porta em porta, a tentar convencer aqueles que a
abrissem do horror que supõe que o aborto seja legal: "Muitos olhavam-me como a um louco, mas alguns me serviam uma taça de café com gelo e conversávamos. Alguns estampavam-me a porta no nariz, mas a maioria coincidia comigo
em que o aborto era um crime horrível que tinha que ser impedido".
...e o plano
Tornou-se tão famoso na pequena comunidade, que um grupo pró-vida foi ao
quartel para contactar com ele. Um dos seus comandantes interpelou-o, e quando Jason lhe explicou a sua causa, pediu-lhe que um objectivo tão ambicioso requeria um plano, e que o fizesse. O jovem soldado redigiu-o e apresentou-o. O
militar leu-o e disse-lhe: "É um bom plano. Leva-o a cabo. Leva-o a cabo o resto da tua vida e pode ser que alcances o teu objectivo".
"Quando abandonei a Armada, comecei a pô-lo em prática, e estive trabalhando
nesse plano desde então", revela Jason: "Tudo o que faço em todos os âmbitos
da minha vida está guiado pelo objectivo fundamental que defini aos 17 anos ao
perder a minha filha Jessica: promover a dignidade incomparável da pessoa".
A universidade, pior que Hollywood perante
o aborto
Foi para a universidade, vinculou-se num grupo de estudantes provida, também
a jovens republicanos, e sendo "todavia ateu", deparou-se com o sólido poder da
cultura da morte no campus, que viam os pró-vida "como gente que quer impedir
aos demais a diversão": "Comparado com a universidade, ser agora próvida em Hollywood é fácil!", adverte.
Jason convida os jovens a não calar, porque "por cada pessoa que se une a
um grupo pró-vida, há pelo menos cem, o inclusive mil, que em silêncio
está de acordo". De facto, recorda, desde 2012 as sondagens da Gallup dão
maioria aos pró-vida sobre os pró-aborto, pela primeira vez desde 1995, e com
um claro 50-41, nove pontos de diferença.
Jason, agora católico, conta como encontrou inspiração para a sua luta contra o aborto na de João Paulo II contra o comunismo, e augura que o 1989
da abolição está próximo a chegar: "O despertar custará trabalho e levará tempo, mas já não há quem o detenha", apesar de que o mandato abortista de
Barack Obama ameaça fechar qualquer instituição, religiosa ou civil, que não se
junte à cultura da morte.
"Mas", conclui, "se dedicamos a nossa vida a isso todos juntos, conseguiremos
que a nossa cultura seja uma cultura da vida, e a veremos protegida desde
o ventre da mãe, primeiro, e seus braços, despois, até à ancianidade".
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Um dos produtores de «Bella» revela o drama que o conver