Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Sumário
Introdução
4
Mensagem do presidente
6
1 A sustentabilidade
do alumínio
9
1.2 Soluções para a vida moderna
12
13
2 A sustentabilidade da
indústria brasileira do alumínio
19
1.1 Características do metal
2.1 Os compromissos da ABAL com a
sustentabilidade
2.2 Reabilitação das áreas mineradas e de
disposição de resíduos
22
2.7 Certificações e prêmios
23
25
26
28
30
33
3 Alumínio para
futuras gerações
37
2.3 Mudanças climáticas
2.4 Autogeração de energia
2.5 Reciclagem
2.6 Iniciativas de responsabilidade social
3.1 Objetivos voluntários da indústria global
38
3.2 Indicadores de sustentabilidade
do setor do alumínio
41
Referências
bibliográficas
45
Visão noturn
a da
fábrica da Alb
ras Alumínio
Brasileiro
S.A., em Bel
ém
do Pará
Introdução
A indústria brasileira do alumínio
vem crescendo com a utilização
sustentável do grande potencial
mineral do País. As empresas
do setor, ao mesmo tempo que
produzem um metal cada vez
mais utilizado na vida moderna,
atuam de forma responsável
nas dimensões econômica, so­
cial e ambiental, minimizando
impactos negativos e multipli­
cando os benefícios gerados
pela sua atividade.
até 2010. Para acompanhar a
performance do setor em direção a esses objetivos, as
companhias engajadas na ini­
ciativa devem monitorar 22 in­
dicadores de sustentabilidade,
e as associações têm o papel
de comunicar os resultados
anualmente.
Este relatório tem o objetivo
de apresentar as iniciativas de
sustentabilidade realizadas no
Brasil pelo segmento do alumí­
nio primário (metal obtido a
partir da bauxita), cujo proces­
so de produção inclui mineração, refinaria e redução (transformação de alumina em alumínio metálico). A publicação
está alinhada ao programa
Alumínio para Futuras Gerações, criado em 2003 pelo Ins­
tituto Internacional do Alumínio
(IAI, do inglês International Alu­
minium Institute), que reúne
empresas de todo o mundo.
Por meio da Comissão de Se­
gurança, Saúde, Meio Ambien­
te e Desenvolvimento Susten­
tável, a Associação Brasileira
do Alumínio (ABAL) alia-se à
iniciativa global do IAI, promo­
vendo a adesão das indústrias
nacionais ao programa. Criada
em 1970, a entidade defende
os interesses do setor e apóia
as empresas na proteção do
meio ambiente, nos cuidados
com a qualidade de vida dos
funcionários e no relaciona­
mento com as comunidades
onde atuam. Ela também tem
a função de alinhar as ações
da indústria do alumínio com
as demandas da sociedade,
contribuindo para o desenvol­
vimento do País.
O programa estabelece oito
objetivos voluntários globais,
seis deles a serem cumpridos
O quadro atual de 61 associa­
das da ABAL é composto pelas
companhias da cadeia produ­
tiva de alumínio primário exis­
tentes no Brasil – Albras Alumí­
nio Brasileiro S.A., Alcan Alu­
mina Ltda., Alcoa Alumínio
S.A., Consórcio de Alumínio
do Maranhão (Alumar), Alumi­
na do Norte do Brasil S.A. (Alu­
norte), BHP Billiton Metais
S.A.¹, Companhia Brasileira de
Alumínio (CBA), Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD)²,
Novelis do Brasil Ltda. e Vale­
sul Alumínio S.A. –, dezenas
de empresas transformadoras
(a partir do alumínio primário,
criam os produtos semimanu­
faturados e manufaturados,
como chapas, lâminas, folhas,
extrudados etc.), que represen­
tam 80% do consumo domés­
tico, e pelas principais recicla­
doras.
Espera-se que as companhias
parceiras do setor de alumínio,
clientes, funcionários, comuni­
dades, Governo, sociedade e
demais partes interessadas
(stakeholders) encontrem nas
páginas a seguir dados e informações que lhes permitam
traçar um painel completo da
atuação das indústrias de
alumínio rumo à sustentabilidade.
¹Acionista da Valesul Alumínio S.A. (RJ) e do consórcio Alumar (MA).
²Acionista da Valesul Alumínio S.A. (RJ) e controladora da Alunorte e da Albras (PA).
Mensagem
do presidente
As indústrias brasileiras de
alumínio consideram o desen­
volvimento sustentável funda­
mental para a competitividade
e o sucesso do negócio. De­
monstram isso, na prática, por
meio dos investimentos na
ampliação da capacidade ins­
talada das fábricas, compro­
missadas com a preservação
ambiental, gerando benefícios
sociais aos seus colaborado­
res, às comunidades onde
atuam e à sociedade como um
todo. O volume de investimen­
tos das cinco maiores empre­
sas do setor em programas
relacionados à sustentabilida­
de ultrapassou US$ 50 milhões nos dois últimos anos.
Temos a convicção de estar
no rumo certo. A cada ano que
passa, criam-se novas soluções para o dia-a-dia da vida
moderna baseadas no alumí­
nio. A demanda pelo produto
cresce e a indústria brasileira
aumenta a produção, gerando
renda e postos de trabalho.
Parte da receita é revertida
para o desenvolvimento de
tecnologias que solucionam
as questões ambientais e so­
ciais pertinentes ao setor.
Acreditamos que só teremos
condições de crescer para
atender à demanda de nossos
clientes se atuarmos de ma­
neira sustentável.
No início da cadeia de valor
do produto, as ações de recuperação de áreas mineradas
constituem exemplo mundial
de ecoeficiência, com progra­
mas citados no relatório Third
Bauxite Mine Rehabilitation
Survey, do IAI. Não apenas
cumprimos rigorosamente to­
das as exigências legais, mas
nos antecipamos a elas: de-
senvolvemos, entre outras ati­
vidades, o plantio de espécies
nativas a serem usadas para
recompor a vegetação original
das áreas e restaurar sua bio­
diversidade.
As empresas realizam mais
de uma centena de projetos
para o desenvolvimento das
comunidades onde atuam.
Neste relatório, destacamos
alguns deles, que envolvem
desde os cuidados médicos
necessários para o bem-estar
da população até a educação
para temas como ética, cida­
dania, saneamento básico e
preservação ambiental.
Nossa indústria já comemora
uma importante conquista: pe­
lo quarto ano consecutivo, o
Brasil é líder mundial na reci­
clagem de latas de alumínio
para bebidas – o metal pode
ser infinitamente reciclado,
sem perda de qualidade e com
economia de 95% da energia
elétrica empregada para obter
alumínio primário. O processo
movimenta a economia, gera
empregos e promove a educação dos cidadãos para a
preservação ambiental.
Mas ainda há muitos desafios
reservados ao setor, como
contribuir ainda mais para o
desenvolvimento de soluções
para a indústria de transportes
e em opções para o aumento
da oferta de energia e da eficiência energética, criar apli-
cações para os resíduos de
bauxita e ampliar o alcance
das ações para o engajamento
das comunidades. Desafios
que nos incentivam a estabe­
lecer metas ambiciosas para
nossos desempenhos econômico, social e ambiental.
entre outros, a redução da
emissão de poluentes e a
minimização do consumo de
energia –, estamos dando um
importante passo para a sus­
tentabilidade não apenas de
nosso negócio, mas da própria
sociedade.
A indústria brasileira do alumí­
nio primário soma esforços
com companhias de todo o
mundo no programa Alumínio
para Futuras Gerações, do IAI.
Ao contribuir para a plena
realização dos oito objetivos
voluntários globais propostos
pelo programa – que incluem,
Sebastião Henrique Ubaldo Ribeiro
Presidente da ABAL
A sustentabilidade
do alumínio
1
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
O alumínio é
um metal durável, que possui
infinito potencial
de reciclagem,
usado na produção de ampla
variedade de produtos – emba­
lagens para alimentos e medi­
camentos, materiais para construção civil, peças para veículos
(de bicicletas a naves espa­
ciais), entre outros. Constitui o
metal não-ferroso mais abun­
dante na crosta terrestre, o que
contribui para sua utilização em
larga escala. O principal minério
do alumínio é a bauxita.
O Brasil tem a terceira maior reserva de bauxita do mundo
No Brasil, as principais jazidas
de bauxita encontram-se em
Minas Gerais e no Pará. O País
possui a terceira maior reserva
desse minério no mundo. O
metal obtido a partir do proces­
so de transformação da bauxita
em alumina chama-se alumínio
primário. O alumínio secun­
dário, por sua vez, resulta do
processamento de sucatas –
originadas de processo indus­
trial ou de produtos com vida
útil esgotada, como as latas e
peças de motores –, além das
escórias geradas no próprio
processo produtivo e na produção do alumínio primário. O
alumínio secundário mantém
as características básicas do
alumínio primário.
Fluxo de produção
Mineração
Bauxita
Lingote
10
Transporte
Esteira
Moagem
Digestão
Forno de Espera
Filtragem
Eletrólise
Precipitação
Calcinação
Alumina
Energia Fluoreto/Criolita
A sustentabilidade
do alumínio
1
Da mineração até o uso no diaa-dia, o metal passa por diver­
sas etapas. Depois de extraída
do solo (mineração), a bauxita
é lavada, secada e encaminha­
da à refinaria, que produz a
alumina. Em seguida, faz-se a
redução da alumina em alumínio primário. Este é obtido
na forma de lingotes, placas e
tarugos, e segue para as indústrias de transformação, que pro­
duzem vergalhões, fundidos,
laminados e extrudados, ma­
téria-prima para indústrias de
bens duráveis e de consumo.
O segmento de embalagens,
com destaque para o setor de
bebidas, é o que mais utiliza o
metal no País.
Consumo de alumínio
no Brasil por segmento
em 2004
10,4%
4,2%
28,8%
9,2%
9,3%
12,8%
25,3%
Vazamento de alumínio
Os atributos de sustentabilidade
do alumínio devem-se a pro­
priedades físico-químicas como
leveza, alta condutibilidade tér­
mica e elétrica, resistência à
corrosão e uma das suas qua­
lidades mais importantes: a re­
ciclabilidade. Diversas soluções
importantes para a vida moder­
na nas áreas de transportes,
saúde, preservação de alimen­
tos e distribuição de eletricidade
hoje não seriam possíveis sem
o metal.
A indústria brasileira de alumínio no mundo
em 2003 (em mil toneladas)
Legenda
Brasil
Embalagens
Transportes
Construção civil
Bens de consumo
Eletricidade
Máquinas e equipamentos
Outros
Fonte: ABAL
Mundo
Bauxita
20.985
(2º produtor mundial)
156.166
Alumina
5.134
(4º produtor mundial)
54.872
Alumínio
primário
1.457
(6º produtor mundial)
30.022
Fontes: ABAL e World Bureau of Metal Statistics
11
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Pindamonhangaba,
capital nacional da
reciclagem do
alumínio
Uma reluzente escultura de 4,5
metros, feita com chapas de
alumínio, marca a entrada de
Pindamonhangaba, no interior
paulista. A obra é composta por
duas setas em círculo que re­
presentam a reciclagem do
alumínio, além da expressão
"Al" (símbolo químico do metal),
destacada num cubo ao centro.
Hans Goldammer, de 77 anos,
catarinense radicado em São
Paulo, é o autor da escultura.
A obra é uma homenagem da
ABAL ao maior pólo de recicla­
gem de alumínio no Brasil. Em
outubro de 2003, a Associação
reconheceu o município como
a "Capital Nacional da Recicla­
gem do Alumínio". Na cidade
estão localizadas as três princi­
pais empresas do segmento:
Novelis, Imco (subsidiária da
Aleris) e Tomra Latasa. Juntas,
as recicladoras sediadas em
Pindamonhangaba têm capaci­
dade para processar 177 mil
toneladas de sucata de alumínio
por ano, equivalentes a cerca
de 70% de toda a sucata recu­
perada no Brasil.
1.1
Características do metal
Nas páginas seguintes, destacam-se algumas propriedades do alumínio que proporcionam sua
utilização nas mais diversas aplicações.
Reciclabilidade
CO . A relação resistência/peso
²
proporcionada pelo uso do me­
tal praticamente viabilizou a
indústria aeronáutica.
Pode ser reciclado infinitas ve­
zes. Há redução do impacto
ambiental, economia de ener­
gia e investimento significativa­
mente inferior, em relação à
produção do alumínio primário.
Leveza
Pesa 2,7 g/cm³, ou seja, cerca
de um terço do peso do aço.
Na fabricação de veículos, o
uso do alumínio permite a
12
Atoxicidade
redução do peso total e o
conseqüente aumento da ca­
pacidade de carga, bem como
a redução do consumo de
combustível e da emissão de
Não possui características
tóxicas, o que permite o uso
em utensílios domésticos, em
embalagens e em equipamen­
tos que entram em contato
com alimentos sem nenhum
efeito nocivo ao organismo hu­
mano.
A sustentabilidade
do alumínio
Condutibilidade
sas formas e receber os mais
diferentes acabamentos, ade­
quados a inúmeras aplicações.
Térmica: é um dos metais que
melhor conduzem o calor, o
que torna seu uso atrativo e
econômico para a fabricação
de embalagens para bebidas
e alimentos que devem ser
mantidos sob refrigeração ou
que podem ser aquecidos.
Elétrica: possui condutibilidade elétrica de 62% em
relação ao cobre. É um atributo
fundamental para a aplicação
do alumínio na transmissão de
energia elétrica através de fios
e cabos.
Impermeabilidade e
opacidade
Não permite a passagem de
umidade, oxigênio, odor e luz.
1
Resistência à
corrosão
Ideal para o uso em embala­
gens para as indústrias alimen­
tícia e farmacêutica, pois evita
a deterioração dos produtos.
Facilita a conservação e a
manutenção de produtos como
portas, janelas, forros, telhas
e revestimentos usados na
construção civil, bem como dos
equipamentos e partes/estruturas de veículos.
Maleabilidade
Fácil de ser trabalhado, pode
tomar formas adequadas a
variados projetos e aplicações.
Versatilidade
Pode assumir as mais diver­
1.2
Soluções para a vida moderna
O alumínio oferece soluções eficazes para os desafios da rotina diária em diversos contextos. A
seguir, destacam-se algumas áreas em que é aplicado: mobilidade, saúde e bem-estar, nutrição e
preservação de alimentos e construção e conforto.
Consumo mundial de
alumínio por segmento
em 2004
25%
26%
Legenda
Transportes
Embalagens
Construção civil
9%
Eletricidade
20%
Outros
20%
Fonte: IAI
13
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Você sabia...
... que o sulfato de alumínio é
utilizado no tratamento de água
e o pó de alumínio é um dos
componentes de tinta metálica?
O alumínio está presente em
diversos objetos do seu dia-adia. Eis alguns exemplos:
lata para bebidas
trava de chuteira
pistão para veículos
roda para automóvel
estrutura de motocicleta
panela
bijuteria
janela, porta e portão
telha
evaporador para geladeira e
freezer
bicicleta
multilaminados (embalagens
de dentifrícios)
radiador
carcaça de celular
Mobilidade
A indústria automotiva mundial
aposta no alumínio para pro­
duzir veículos cada vez mais
potentes e seguros, além de
minimizar impactos ao meio
ambiente. A principal vantagem
do metal para o setor de trans­
portes é seu peso específico,
que amplia a capacidade de
carga e reduz o custo do trans­
porte.
Atualmente, automóveis, caminhões, ônibus, trens, navios
e aviões utilizam o alumínio –
mais de um quarto de todo o
metal produzido no mundo é
empregado na indústria de
transportes.
Em 2004, o volume total usado
pelo setor no Brasil somou
187,5 mil toneladas. Ainda as­
sim, é preciso que se realizem
parcerias entre o setor automo­
tivo brasileiro, a indústria do
alumínio e o meio acadêmico
para o desenvolvimento de apli-
14
cações do metal. De acordo
com estatísticas não oficiais, o
País apresenta média de 45 kg
de alumínio por veículo, muito
inferior à dos Estados Unidos,
com 128 kg, e à da Europa,
com cerca de 100 kg. Uma das
razões para o uso intensivo de
alumínio nos Estados Unidos é
a legislação ambiental vigente,
que determina consumo espe­
cífico de no mínimo 12 km por
litro de combustível para a
média da frota de veículos. Para
atender a essa exigência, a
indústria automobilística procu­
ra utilizar mais intensamente
materiais mais leves, principal­
mente o alumínio, em substituição aos produtos ferrosos.
A emissão de gases por veícu­
los contribui significativamente
para o efeito estufa nos tempos
modernos. De acordo com a
Associação Européia de Alumí­
nio (EAA, do inglês European
Aluminium Association), os
aproximadamente 4,5 milhões
de toneladas de alumínio usa­
fio e cabo de alumínio para
linha de transmissão de energia elétrica
ar-condicionado
tanque de alumínio para
transporte de combustível e
de produtos químicos
estrutura e peça de avião
embalagem para alimentos
e medicamentos
revestimento em fachada ex­
terna
carroceria para caminhões e
ônibus
dos por ano na produção mun­
dial de carros – considerando
a estimativa de vida útil dos
automóveis – reduzem em 90
milhões de toneladas a emissão
de CO equivalente.
²
Segundo o IAI, o incremento
do uso do produto nos transpor­
tes poderá, em 20 anos, contri­
buir para refrear o processo de
mudanças climáticas. A entida­
de afirma que, se a taxa de
crescimento da produção de
alumínio para o mercado de
automóveis e caminhões leves
(4,2% ao ano entre 1991 e
2002) se mantiver na próxima
década, o volume do metal pro­
duzido para o setor de transpor­
tes poderá mais que dobrar até
2020, tomando como base o
número de 2002. Se os veículos
tornarem-se mais leves, estimase que a redução das emissões
veiculares mais que compen­
sará as projeções de emissões
de gases da indústria mundial
de alumínio.
Centro oferece
informações
sobre o alumínio
nos transportes
Em 26 de abril de 2004, no III
Workshop Alumínio na Indústria
Automotiva, a ABAL lançou o
Centro de Informações Automo­
tivo e de Transportes, com a
missão de prover esses setores
de informações e dados sobre
o alumínio e suas aplicações.
O Centro conta com um banco
de dados atualizado e disponi­
Saúde e bem-estar
O alumínio está presente em
alguns remédios, especialmente os prescritos para o tra­
tamento de úlceras gástricas.
Baseado em estudos científicos, a Food and Drug
Administration (FDA), órgão ofi­
cial de saúde dos Estados Unidos que avalia e regulamenta
menos que os correspondentes
em aço), duráveis e de fácil
biliza gratuitamente artigos, pes­
quisas, notícias e trabalhos na­
cionais e internacionais. Espe­
cialistas técnicos e consultores
da ABAL esclarecem as dúvidas
de pesquisadores, estudantes,
profissionais da indústria e do
mercado. O projeto também visa
a facilitar o contato com empre­
sas, especialistas, associações
e instituições ligadas ao assunto.
A ABAL espera, com esse Cen­
tro, estreitar as relações entre
a indústria do alumínio, a
indústria automotiva, a de trans­
portes e a sociedade, oferecen­
o uso de alimentos e medica­
mentos para o consumo da
população, classificou o alumí­
nio na categoria "Produtos
Reconhecidamente Seguros"
(GRAS, do inglês Generally
Recognized as Safe). Dessa
forma, legitimou a sua utilização
não apenas nos remédios, mas
também em utensílios domésti­
cos, embalagens de alimentos
1
manutenção, o Brasil
vem optando por vagões
graneleiros em alumínio.
Hoje, o material predo­
mina na construção ae­
ronáutica, constituindo
aproximadamente 80%
do peso dos aviões. Nas
embarcações, o uso de
alumínio cresce por
causa da melhoria das
técnicas de soldagem,
aumentando inclusive a resistência à corrosão.
do informação, pesquisa e de­
bate. O novo boletim Aluauto,
editado pelo Centro, cumpre
parte desse papel ao trazer ar­
tigos e propor debates sobre o
assunto.
e produtos de cuidado pessoal,
tais como desodorantes e
Panex Produtos Domésticos Ltda.
Esses dados mostram
que há espaço para a
expansão do uso do
metal no Brasil. Os pro­
váveis aumento e modernização da frota nacional
de veículos automotores
e a privatização das ferrovias – que implica a
produção de novos
vagões – permitem pre­
ver a expansão do con­
sumo do metal nos
transportes. Por serem muito
mais leves (seis toneladas a
Randon S.A. Implementos e Participações
A sustentabilidade
do alumínio
15
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
soluções anti-sépticas, entre
outros. Embalagens de alumínio também auxiliam a conser­
var os medicamentos.
O corpo humano possui nos
pulmões, no trato digestivo e
na pele barreiras naturais à
absorção do metal. A barreira
hematoencefálica, por sua vez,
dificulta a migração de subs-
Os mitos sobre o
alumínio
Não se sabe ao certo a origem
da crença de que o alumínio
seria prejudicial à saúde huma­
na e a maneira como foi disse­
minada: estudos equivocados,
divulgação indevida na mídia
etc. Para dirimir eventuais
dúvidas sobre o produto, a
ABAL realiza palestras, se­
minários e cursos e se coloca
à disposição da sociedade para
esclarecer questionamentos so­
bre a influência do metal na
saúde. A seguir, destacam-se
esclarecimentos sobre dois dos
mitos mais difundidos.
O alumínio não causa o Mal
de Alzheimer: não há evidências clínicas ou experimentais
de que o alumínio afete o siste­
ma nervoso humano sob condições normais de exposição.
Alguns fatos já comprovados
Nutrição e
preservação de
alimentos
16
tâncias externas (os chamados
xenobióticos), inclusive o alumí­
nio, da corrente sangüínea para
o cérebro. Essa proteção
biológica natural é muito impor­
tante, pois o alumínio está naturalmente presente no solo, nos
alimentos de origem vegetal e
animal e na água.
O alumínio é utilizado até mes­
desmentem esse possível vín­
culo com Alzheimer:
mo na prevenção de doenças,
contribuindo decisivamente no
aumento da provisão de água
potável: o sulfato de alumínio
é usado como floculante nas
estações de tratamento de
água, onde age aglutinando
pequenas partículas indese­
jáveis, além de organismos e
bactérias prejudiciais à saúde,
o que facilita a sua eliminação.
Cozinhar em panela de alumí­
nio não transfere quantidade
importante do metal para o
alimento: um estudo realizado
pelo Centro de Tecnologia de
Embalagem (CETEA) do Insti­
tuto de Tecnologia de Alimentos
(ITAL) concluiu que o cozimento
em panela de alumínio contribui
com cerca de 2% do limite máxi­
mo de ingestão do metal reco­
mendado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) –
1 mg diário de alumínio por quilo
de massa corporal. A pesquisa
levantou dados sobre o poten­
cial de transferência de alumínio
proveniente de panelas durante
o preparo de um cardápio tipi­
camente brasileiro: arroz, feijão,
bife, batata e molho de tomate,
entre outros, pois a ingestão
varia em decorrência da dieta
da população e de outros fa­
tores, como as condições de
cozimento e o tipo da panela.
Resultado: a dissolução de
alumínio identificada durante o
cozimento é inferior até ao teor
do metal presente naturalmente
em alguns alimentos.
As embalagens de alumínio
constituem importantes aliadas
na preservação dos alimentos,
pois impedem a passagem de
umidade, oxigênio e luz, evi­
tando a deterioração dos pro­
dutos. Elas são usadas para
acondicionar alimentos, bebi­
1. a elevação da concentração do alumínio no cérebro
estaria associada a um pro­
cesso natural de envelheci­
mento ou a uma conseqüência da própria doença;
2. os estudos apontam cada
vez mais a importância de
fatores genéticos como de­
terminantes para a doença;
3. existe uma barreira efetiva
no trato gastrointestinal que
dificulta ou impede a absorção do alumínio ingerido, o
que indica que a quase tota­
lidade do metal ingerido é
eliminada pelas fezes e a
pequena absorção (cerca de
0,01%) é posteriormente eli­
minada pela urina.
A sustentabilidade
do alumínio
bebidas tem
levado a um sig­
nificativo incre­
mento da capacidade instalada
da produção de
laminados no
País, que atende
a um consumo de
mais de 9 bilhões
de latas por ano.
das, produtos de higiene e be­
leza, e medicamentos, entre
outros.
Construção e
conforto
Por não possuir gosto nem aro­
ma, não interferem no sabor
dos alimentos. A alta condutividade térmica constitui outra
vantagem: podem ser aqueci­
das ou resfriadas rapidamente.
De acordo com a EAA, uma
fina camada de 1,5 g de folha
de alumínio – contida, por
exemplo, em uma caixa de leite
longa vida, cujo peso total é de
28 g – é suficiente para conser­
var o produto sem refrigeração
por vários meses. Em países
com dificuldade de distribuição
de alimentos por conta de gran­
des distâncias, falta de verbas
ou atingidos por tragédias, essa
característica da embalagem
ajuda a salvar vidas.
As aplicações do alumínio na
arquitetura moderna abrangem
largo espectro: portas, portões,
janelas, boxes, fachadas, per­
sianas, telhas, revestimentos,
estruturas, mobiliário, sistema
de iluminação, soluções de iso­
lamento térmico e acústico, en­
tre outras. Em 2004, o
setor de construção
civil brasileiro consu­
miu 94,7 mil toneladas
de alumínio em suas
diversas formas. Em
2003, o número che­
gou a 1,7 milhão de
toneladas na Europa e
1,6 milhão de tonela­
das no Canadá e nos
Estados Unidos.
As embalagens que contêm o
metal são utilizadas por diver­
sos segmentos industriais, em
uso exclusivo ou combinadas
com outros materiais, como fil­
mes, resinas e adesivos. O Bra­
sil vem consumindo folhas e
chapas de alumínio em escala
crescente. O aumento da de­
manda por embalagens para
Grandes edifícios re­
vestidos com chapas
de alumínio e vidros
espelhados já co­
meçam a constituir
paisagem comum nas
metrópoles nacionais.
Em outra tendência, o
uso de esquadrias de
alumínio padronizadas
1
vem crescendo entre os consu­
midores de baixa renda, espe­
cialmente por causa da prontaentrega: a janela chega com­
pleta na obra, inclusive com o
vidro. Pela praticidade, os cha­
mados "produtos-pacote" co­
meçam a se popularizar tam­
bém na faixa populacional de
melhor renda.
As características do metal mais
importantes para o segmento
são a alta resistência a condições ambientais desfavo­
ráveis – como a maresia, em
cidades litorâneas – e a durabi­
lidade. O alumínio não envelhe­
ce como os materiais orgânicos
– a madeira, por exemplo – e
não necessita de proteção con­
tra raios ultravioletas.
17
A sustentabilidade
da indústria brasileira
do alumínio
2
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
As companhias brasileiras do setor de alumínio
se desenvolvem de acordo com os três aspectos da sustentabilidade – social, econômico e ambiental –, criando riquezas e gerando empregos. Os investimentos das maiores empresas do segmento
em programas relacionados ao desenvolvimento sustentável somaram mais de US$ 50 milhões
nos últimos dois anos.
Unidade de Redução do consórcio Alumar, em São Luís do Maranhão
O setor investe na expansão
da produção e busca ampliar
os mercados interno e externo.
Em 2004, contribuiu positiva­
mente para a conjuntura nacio­
nal, com investimentos da or­
dem de US$ 600 milhões. O
faturamento total da indústria
brasileira de alumínio foi de
US$ 7,8 bilhões nesse mesmo
período, com participação de
3,3% no Produto Interno Bruto
(PIB) industrial. O número de
empregos diretos passou de
50.334, em 2003, para 53.389,
em 2004. As receitas prove­
nientes das exportações do
setor cresceram 26,5%, so­
mando US$ 2,7 bilhões (valor
FOB) e representando 2,8%
do total exportado pelo País.
Importações e exportações de alumínio em 2004
Importações
Exportações
Legenda
Legenda
24,2%
33,7%
17,0%
4,8%
5,2%
6,1% 9,0%
Alemanha
EUA
Argentina
Chile
Venezuela
África do Sul
Outros
17,0%
28,6%
1,6%
4,0%
10,8%
15,8%
22,2%
EUA
Japão
Holanda
Bélgica
Suíça
Argentina
Outros
Fonte: ABAL
A produção de 1.457 milhão
de toneladas de alumínio pri­
mário em 2004 representou
aumento de 5,5% em relação
20
ao ano anterior, quando totali­
zou 1.381 milhão de toneladas.
Com esse resultado, o Brasil
mantém o 6º lugar no ranking
da produção mundial do metal,
precedido por China, Rússia,
Canadá, Estados Unidos e
Austrália.
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
2
Perfil da indústria brasileira do alumínio
Composição
2003
2004
50.334
53.389
Faturamento (US$ bilhões)
6,3
7,8
Participação no PIB (%)
1,2
1,3
Participação no PIB industrial (%)
3,2
3,3
Investimentos (US$ bilhões)
0,7
0,6
Impostos pagos (US$ bilhões)
0,8
1,2
1.381
1.457
Consumo doméstico de transformados de alumínio (mil t)
666
741
Consumo per capita (kg/hab/ano)
3,8
4,1
Exportação (mil t)
991
1.039
Importação (mil t)
91
98
Participação das exportações de alumínio nas
exportações brasileiras (%)
2,9
2,8
Empregos diretos
Produção de alumínio primário (mil t)
Fonte: ABAL
Ciclo sustentável do alumínio
biente
am
o
i
e
Ge
raç
Relações com
ezas
riqu
de
Reabilitação
de jazidas
as
Reciclagem
lvimento de p
nvo
es
se
so
De
Pesquisa e
desenvolvimento
Redução
ão
om
Mineração
Refinaria
Fabricação
Resíduo de bauxita
Floresta
Minimização dos riscos ambientais
Reabilitação dos depósitos de resíduos
Reaproveitamento de resíduos
Produtos de alumínio
21
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
2.1
Os compromissos da ABAL
com a sustentabilidade
A ABAL mantém comissões es­
pecíficas para trabalhar em
áreas estratégicas para o setor.
Descrevem-se a seguir as ati­
vidades das comissões que li­
deram a atuação da entidade
em busca do desenvolvimento
sustentável.
A Comissão de Segurança,
Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável está
empenhada em incentivar as
empresas do setor a adotar as
melhores práticas de SSMA.
Para tanto, acompanha as
alterações na legislação e apóia
ações que visem à melhoria de
performance e à redução de
riscos nas empresas associa­
das. Além disso, participa como
representante da indústria bra­
sileira de alumínio perante as-
sociações de classe, órgãos
governamentais e não-governamentais. É a principal interlo­
cutora da indústria do alumínio
no programa Alumínio para Fu­
turas Gerações. Organiza se­
minários sobre importantes te­
mas, tais como "Alumínio na
dieta humana", "Alternativas
tecnológicas para tratamento
de resíduos" e "Segurança no
trânsito", entre outros. Promove
e acompanha pesquisas rele­
vantes: "Recuperação de alumí­
nio em forno a plasma", "Estudo
de dissolução de alumínio em
panelas", "Emissões de PFCs
da indústria de alumínio pri­
mário", "Indicadores de susten­
tabilidade" e "Pesquisa de aci­
dentes do trabalho da indústria
brasileira do alumínio" – o ob­
jetivo desta última é usar as
Seminário ministrado pela ABAL em São Paulo
22
estatísticas como uma ferra­
menta na prevenção e controle
dos acidentes. O setor do
alumínio trata a segurança do
trabalho como prioridade e in­
veste em programas de
prevenção. Em 2004, registrouse taxa média de freqüência de
acidentes com afastamento
(número de acidentes por um
milhão de horas trabalhadas)
de 1,23, considerando apenas
os segmentos de Mineração,
Refinaria e Primários/Integrados. A última taxa média mun­
dial publicada, de 2003, foi mais
alta, totalizando 3,00 acidentes
com afastamento por um milhão
de horas trabalhadas.
A Comissão de Reciclagem
incentiva as empresas do setor
na criação de projetos e progra­
mas de reciclagem que promo­
vam a educação ambiental em
todas as camadas da população, elabora pesquisas quan­
titativas e qualitativas do mer­
cado consumidor de sucata,
promove eventos ligados à ati­
vidade, além de incentivar o
desenvolvimento de novas tec­
nologias para reciclagem. Cabe
destaque ao cálculo e à divulgação anual do índice de reci­
clagem de latas de alumínio
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
para bebidas, que, por seu su­
cesso e pioneirismo, vem incen­
tivando outros setores da indústria a adotar a mesma prática
com outros materiais.
A Comissão de Energia Elé­
trica está empenhada na garan­
tia de suprimento competitivo
de energia elétrica para a
indústria, contribuindo direta­
mente na revisão do modelo do
setor elétrico nacional e atuan­
do permanentemente na regulamentação dele.
A Comissão Técnica, como
responsável pela elaboração
de normas dos produtos de
alumínio no âmbito da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), por meio do
CB-35, incentiva o desenvolvi­
mento e a normatização do se­
tor, coordena atividades de
certificação de produtos de
alumínio, elabora publicações
especializadas e realiza cursos,
palestras e seminários técnicos
para toda a comunidade, até
mesmo in company.
A ABAL mantém parcerias com
instituições nacionais e interna­
cionais. A meta é criar oportuni­
dades para desenvolver as em­
presas do setor de alumínio e,
ao mesmo tempo, preservar o
meio ambiente. Destacam-se
os projetos realizados com o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
(IPT), que promove estudos
científicos nas mais diversas
áreas de engenharia.
Um dos projetos em parceria
com o IPT trouxe inovação para
o setor. No processo de recicla­
gem do alumínio, empregamse os chamados sais fundentes,
que geram vapores corrosivos
e representam risco ambiental
e operacional. A tecnologia des­
envolvida pelo IPT dispensa o
uso desses sais. A novidade é
a utilização de um forno aque­
cido por plasma – gás produzido em altas temperaturas,
conhecido como o quarto esta­
do da matéria – que permite
melhor controle na atmosfera
do forno de recuperação, o que
reduz o volume de gases gera­
2
dos durante o processo de re­
ciclagem. Além da redução da
emissão de gases e de não
comprometer o rendimento da
reciclagem, o novo método per­
mite empregar na produção do
alumínio secundário apenas
3% da energia despendida na
obtenção de alumínio primário.
Por sua vez, a Fundação para
Pesquisa Ambiental (Fupam),
entidade ligada à Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Uni­
versidade de São Paulo (FAUUSP), promove, em conjunto
com a ABAL, cursos dirigidos
a estudantes e profissionais das
áreas de engenharia e arquite­
tura a fim de reciclar os conhe­
cimentos sobre o metal, apre­
sentar novas tecnologias e
oferecer subsídios sobre a co­
rreta utilização do produto na
construção civil. Os cursos tiveram início em junho de 2004,
inseridos em uma estratégia da
ABAL para promover o alumí­
nio, principalmente entre profis­
sionais que potencialmente ven­
ham a utilizá-lo.
2.2
Reabilitação das áreas mineradas e de disposição de resíduos
O IAI desenvolveu em 2003 a terceira edição de sua pesquisa sobre a reabilitação de minas de
bauxita no mundo. Coletaram-se informações sobre 23 minas, em 12 países, que representam
23
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Reflorestamento de área de disposição de resíduos da Mineração Rio do Norte
70% (99 milhões de toneladas)
da produção global. Estima-se
que a área explorada pelas em­
presas, considerando toda a
sua vida útil, totalizará 1.472
km² – para efeito de comparação, a Região Metropolitana
de São Paulo possui
8.000 km².
litadas – a maior parte com
vegetação nativa. Assim, a
indústria de mineração promove
o uso temporário da terra, de­
volvendo-a recuperada ao meio
ambiente. As atuais reservas
mundiais de alta qualidade de
senciais para que o solo seja
recuperado após a lavra, são
aprimoradas continuamente. A
camada orgânica de solo reti­
rada durante a mineração é
utilizada na posterior reabilitação do local, respeitando os
contornos da topografia original.
Para recompor a vegetação, as
companhias desenvolvem pro­
gramas próprios de plantio, com
viveiros de produção de mudas,
em grande parte com espécies
nativas da região. O objetivo é
restaurar o máximo possível da
biodiversidade local. É impor­
tante ressaltar que a indústria
do alumínio brasileira não
exerce atividade em áreas
indígenas.
Os cuidados também
são extremos com as
áreas destinadas ao
Esse número torna-se
depósito de resíduos e
irrisório se comparado
com o reaproveita­
ao uso da terra para
mento deles. Para ga­
outros propósitos. Em
rantir a conservação
2004, por exemplo,
dos mananciais, os la­
conforme dados do
gos de resíduos gaInstituto Brasileiro de
nham revestimento in­
Geografia e Estatística
terno com argila e PVC,
(IBGE), a área para
o que impede que
cultivo de soja no Brasil
resíduos sólidos pro­
alcançava 215.000 km².
venientes de refinarias
O Instituto Nacional de
de alumina alcancem
Pesquisas Espaciais
águas superficiais e
(INPE) estima que, a
subterrâneas. Além
cada ano, têm sido
desmatados 23.000 Em 2004, o horto da MRN produziu 594 mil mudas para serem disso, os lençóis freá­
ticos e a drenagem
km² de florestas na usadas no reflorestamento das áreas mineradas
superficial são cons­
Amazônia para diver­
tantemente monitorados. A la­
bauxita possuem capacidade
sos fins, tais como pecuária,
vagem de minério não usa pro­
para suprir a indústria de alumí­
agricultura e extração de ma­
dutos químicos, e seu rejeito
nio por mais 300 anos. A vida
deira.
pode ser decantado em barra­
útil média de uma mina é de 64
gem ou nas próprias cavas de
anos.
Hoje, cerca de 60% das áreas
onde o minério foi extraído, li­
mineradas no Brasil para
berando água limpa.
As técnicas de mineração, es­
extração de bauxita são reabi­
24
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
Sucesso no res­
gate da flora de
áreas mineradas
A Mineração Rio do Norte in­
veste num projeto de reflores­
tamento da área minerada na
região do Rio Trombetas, no
Pará, com um modelo que pro­
picia mais semelhança com a
mata original. A escolha das
espécies a serem replantadas
visa atrair grande número de
espécies da fauna local, o que
posteriormente ajuda na disseminação das sementes, enri­
quecendo a biodiversidade.
No reflorestamento são monito­
rados regularmente solo, pás­
saros, insetos, répteis, anfíbios
e mamíferos, além do cresci­
mento e da mortalidade da
vegetação. Em 2004, a MRN
reflorestou com espécies nati­
vas 310 e preparou outros 336
hectares para plantio em 2005.
Para tanto, foram produzidas
594 mil mudas e adquiridas
outras 142 mil.
2
Um programa de resgate foi
elaborado especificamente para
as epífitas. Mais delicadas, es­
sas plantas – que vivem acima
do solo, usando outras como
hospedeiras para ter acesso à
luz do sol – não estavam se desenvolvendo, apesar das condições favoráveis. O programa
contempla quatro etapas:
coleta, transporte e propagação: enviam-se as epífitas
a um horto, onde alocam-se
em palmeiras hospedeiras;
identificação das espécies,
com suporte do Instituto Na­
cional de Pesquisas da Amazônia;
inclusão das epífitas cole­
tadas nas áreas da MRN re­
vegetadas: essa fase acon­
tece após o pleno enraizamento das plantas nas pal­
meiras e durante a estação
chuvosa;
monitoramento: a cada
semestre são avaliadas as
taxas de sobrevivência, cres­
cimento e disseminação das
espécies.
As orquídeas resgatadas das áreas a serem
lavradas ficam temporariamente em um
orquidário. Depois elas são devolvidas para
áreas já reflorestadas, que são identificadas
para um posterior monitoramento
2.3
Mudanças climáticas
Diversas atividades humanas
contribuem para o aumento da
concentração na atmosfera de
gases do efeito estufa, como
o gás carbônico (CO ) e o me­
²
tano (CH4). Eles retêm a ener­
gia solar na atmosfera, causan­
do elevação da temperatura
média global, o que, por sua
vez, provoca alterações climá­
ticas, como o aumento na freqüência e na intensidade de
secas e enchentes.
Essas alterações podem gerar
25
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
altos custos sociais e, por conta
disso, realiza-se um grande
esforço internacional para re­
duzir as emissões. O Protocolo
de Quioto, que entrou em vigor
em 2005, após 8 anos de
negociação, é o primeiro acor­
do no âmbito internacional que
estabelece limites de emissões
para diversos países e fixa pra­
zos para atingi-los.
A maioria desses gases é
gerada naturalmente, mas há
também os artificiais, como os
perfluorocarbonos (PFCs), pro­
duzidos apenas pelas
indústrias. Os PFCs são de
6.500 a 9.200 vezes mais po­
tentes que o CO para a
²
criação do efeito estufa.
A indústria de alumínio é emis­
sora de dois tipos de PFCs –
tetrafluorometano (CF4) e hexa­
fluoroetano (C F6). O IAI consi­
²
dera fundamental para o des­
envolvimento sustentável do
setor a redução dessas
emissões. Ao fazê-lo, a
indústria contribui para o com­
bate ao efeito estufa e para o
aumento da sua própria
eficiência de produção.
O Instituto estabeleceu três diretrizes a serem seguidas a fim de alcançar esse objetivo:
Emissão média de gases PFCs no Brasil
(kg CF4 / t alumínio primário produzido)
0,30
0,25
0,23
0,23
0,23
0,21
0,22
0,20
0,18
0,19
0,17
0,10
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
diminuir as emissões de PFCs
na produção de alumínio pri­
mário, por meio do investimento
em tecnologias modernas;
maximizar a reciclagem do
alumínio, processo que emite
quantidade muito inferior de
gases de efeito estufa, se
comparado à produção de
alumínio primário;
incentivar o uso do alumínio
no setor de transportes, para
diminuir o peso dos veículos e,
conseqüentemente, a emissão
veicular de gases.
Fonte: Produtores Primários
2.4
Autogeração de energia
A energia elétrica é o principal
insumo usado na produção de
alumínio primário e a indústria
é responsável por cerca de
6,4% do total de energia elétrica
consumida no País, incluindo
a proveniente de autogeração.
26
Em 2004, foram consumidos
22.077 GWh de energia elétrica
na produção de alumínio pri­
mário no Brasil, configurando
um consumo médio específico
de 15,1 MWh por tonelada de
alumínio primário produzido,
semelhante à média mundial.
O esforço do setor para a redução do consumo de energia é
permanente.
A matriz energética brasileira é
predominantemente hidroelé-
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
trica, representando grande
potencial renovável de geração
de energia. Os impactos ambientais decorrentes da construção de uma usina hidroelétrica
– tais como a necessidade de
reassentamento da população,
fauna e flora da região, por
causa principalmente da construção de barragens – podem
ser compensados ou minimizados com o desenvolvimento da região, principalmente
com o aproveitamento dos
recursos hídricos para navegação, irrigação e abastecimento
de água.
A indústria de alumínio tem
investido na autogeração de
energia elétrica para manter
suas fábricas competitivas.
Investimentos da ordem de
US$ 1,8 bilhão estão sendo
destinados à participação na
construção de 14 usinas em
todo o País. Quando todas
estiverem prontas, haverá 5.110
MW de capacidade instalada
adicional – 3.010 MW apenas
para a indústria –, e a autogeração na produção de alumínio primário alcançará mais de
50% do total consumido.
2
Usina hidrelétrica de Piraju (SP), da CBA
Com a autogeração de energia
elétrica, a indústria do alumínio
contribui para toda a sociedade,
pois libera a mesma quantidade
de energia para ser consumida
em outros setores. Além disso,
a instalação desses empreen-
dimentos atrai oportunidades
de desenvolvimento, alternativas econômicas e ações mais
efetivas do poder público, por
meio de investimentos em programas sociais e de geração
de renda.
Usinas – capacidade instalada
(em MW):
Machadinho (RS/SC) – 1.140
Fumaça, Caldeirões, Furquim e
Candonga (MG) – 170
Pirajú (SP) – 80
Barra Grande (RS/SC) – 708
Serra do Facão (GO) – 210
Salto Pilão (RS/SC) – 181
Pai Querê (RS) – 292
Santa Isabel (PA/TO) – 1.087
Caçu/Barra dos Coqueiros (GO) – 155
Estreito (TO/MA) – 1.087
Total: 5.110 MW
De acordo com dados do IAI, em todo o mundo, dos 27% de produtores
que geram energia própria, 55% utilizam recursos hídricos; 30%
carvão e 15% gás.
27
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
2.5
Reciclagem
A capacidade infinita de
reciclagem é uma van­
tagem marcante para o
setor de alumínio nos
aspectos ambiental,
econômico e social. O reaproveitamento é reali­
zado tanto a partir de
sobras do processo de
produção, como de su­
cata gerada por produtos
descartados.
Os ganhos começam na
matéria-prima. Para produzir uma tonelada de
alumínio são necessárias
cinco toneladas de bauxita. Em 2004, a recicla­
gem de 270 mil toneladas
de alumínio gerou eco­
nomia de 1,3 milhão de
toneladas de bauxita.
anualmente, R$ 450
milhões na economia
nacional.
A reciclagem de latas
também gera emprego e
renda para mais de 160
mil pessoas no Brasil, em
atividades que vão desde
a coleta das latas usadas
até a transformação final
da sucata em novos produtos.
Em termos gerais, em
2003, a média mundial
que traduz a relação entre
sucata recuperada e
consumo doméstico de
produtos transformados
de alumínio chegou a
32%. O Brasil demons­
trou melhor desempenho
nesse indicador, alcançando 37%.
A reciclagem representa
proteção ambiental e
economia de recursos
Outro destaque é a sig­
naturais, com menor
nificativa economia de
emissão de poluentes na
energia elétrica. A reci­
natureza. Quando o O Brasil é líder mundial na reciclagem de latas de alumínio
clagem
de 270 mil toneladas
alumínio reciclado substitui o
anos consecutivos. Em 2004,
de alumínio no Brasil, em 2004,
alumínio primário no processo
estabeleceu-se um novo recor­
produtivo, reduz-se a formação
de, com 95,7% das latas retor­
implicou economia de cerca de
de resíduos sólidos.
nando à cadeia de produção.
3.900 GWh/ano, ou seja, 1%
Essa porcentagem corresponde
de toda a energia elétrica gera­
Em um exemplo de ecoefia 121,3 mil toneladas, ou cerca
da no País, suficiente para aten­
ciência, o Brasil é líder mundial
de 9 bilhões de unidades. Hoje,
der à demanda anual de todo
de reciclagem de latas de alusomente a etapa de coleta (a
o setor industrial da cidade de
mínio para bebidas por quatro
compra das latas usadas) injeta,
São Paulo.
28
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
Latas por
equipamentos
Os benefícios dos projetos de
reciclagem vão além da
conscientização ambiental da
população. Escolas e instituições participantes dos proje­
tos podem trocar latinhas de
alumínio pelos mais variados
equipamentos. Duas companhias do setor de alumínio lide­
ram essa iniciativa.
O Programa de Reciclagem da
Tomra Latasa tem cerca de 16
mil escolas e instituições cadas­
tradas, em 23 Estados brasilei­
ros, que já tiveram a oportuni­
dade de trocar latas de alumínio
por equipamentos. Desde 1991,
data do início do projeto, elas
já obtiveram mais de 130 mil
Longa vida para a
reciclagem
As embalagens longa vida de
leite, sucos e outras bebidas
contêm uma fina folha de alumí­
nio entre o plástico e o papel.
Alumínio: evita a entrada de ar e luz,
perda de aroma e contaminações
itens, desde cadernos e cestas
básicas até máquinas copiado­
ras e microcomputadores. Além
disso, 100 palestras sobre reci­
clagem são oferecidas a cada
ano, a fim de desencadear uma
mudança nos hábitos dos con­
sumidores. O objetivo principal
é ampliar os programas de co­
leta seletiva do lixo.
Essa iniciativa conta com uma
central telefônica que esclarece
dúvidas sobre o preço praticado
pelo mercado e os postos de
compra dos produtos reci­
cláveis, entre outras.
O projeto Reciclagem nas Es­
colas, da Novelis, teve início
em 1995 e atende a aproxima­
damente 360 escolas e instituições filantrópicas do Vale do
Paraíba, em São Paulo. As
Após muita pesquisa, foi desenvolvida uma tecnologia inédita
no mundo que utiliza plasma
térmico para separar o plástico
do alumínio após a separação
do papel, feita em máquinas
específicas para esse fim. As­
sim, torna-se possível devolver
o alumínio e os demais mate­
riais à cadeia de produção.
Uma parceria entre a Tetra Pak
(produtora de embalagens lon­
ga vida), a Klabin (indústria de
papel), a Alcoa (produtora de
alumínio) e a TSL Engenharia
Ambiental (empresa especiali­
zada no tratamento de resíduos) possibilitou a formação
2
crianças não só aprendem as
vantagens da reutilização do
alumínio, mas também colabo­
ram efetivamente para a melhoria dos recursos materiais
da escola. Entre 1995 e 2005,
cerca de 8 mil itens foram tro­
cados pelas latas de alumínio,
tais como bebedouros, ventila­
dores, computadores, materiais
esportivos (uniforme, bolas, re­
des), TV e aparelho de DVD,
entre outros.
As palestras sobre educação
ambiental contam com o apoio
de um vídeo infanto-juvenil que
enfatiza os benefícios ecológicos da reciclagem do alumí­
nio, como a grande economia
de energia elétrica e de minério,
além da redução do volume de
lixo enviado para os aterros
sanitários.
desse novo elo na cadeia pro­
dutiva, com a construção de
uma unidade de reciclagem por
plasma, com investimento de
R$ 12 milhões, em Sorocaba,
São Paulo. A fábrica tem capa­
cidade para processar 8.000
toneladas de plástico e alumínio
por ano, equivalentes à recicla­
gem de 32.000 toneladas de
embalagens longa vida.
Estima-se que haverá aumento
de 30% no valor das embala­
gens coletadas, gerando maior
remuneração às cooperativas
de catadores, empresas e pre­
feituras que trabalham com a
coleta seletiva do lixo.
29
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
2.6
Iniciativas de
responsabilidade social
O setor do alumínio primário
procura contribuir para o desenvolvimento sustentável das
comunidades onde atua. Desde
iniciativas em prol da recicla­
gem, até a realização de cursos
de informática, são muitas as
ações desenvolvidas. Destacamos alguns dos projetos mais
relevantes:
Reciclando a
própria vida
A semente inicial foi plantada
na Vila dos Cabanos, em Bar­
carena, sede da Albras no Pará.
Em 1990, a companhia,com
recursos próprios, inaugurou
uma unidade de reciclagem e
compostagem de lixo urbano.
O composto orgânico recolhido
vira adubo natural para uso
agrícola. Outros materiais –
plástico, papel, latinhas e garra­
fas – destinam-se à reciclagem.
As pessoas que antes depen­
diam da cata de alimentos e
materiais no antigo lixão da ci­
dade passaram a ter uma
opção de renda. Os "catadores"
também podem participar de
outras iniciativas, como cursos
de alfabetização de adultos e
de informática.
30
Responsabilidade
social e ambiental
nas escolas
O sucesso dessa primeira ação
motivou a Albras a buscar finan­
ciamento do BNDES e implan­
tar unidades semelhantes em
Moju, Abaetetuba, IgarapéMirim e Cametá, todas no Pará.
O projeto gera mais de 180 pos­
tos de trabalho e melhora as
condições de saneamento de
200 mil pessoas.
Em 2004, foram inauguradas
em Barcarena três pequenas
fábricas para reciclagem e re­
aproveitamento de materiais:
uma de brinquedos educativos,
a partir de madeira de emba­
lagens de equipamentos e pro­
dutos recebidos pela Albras;
outra de calçados, aproveitando
correias transportadoras usa­
das e descartadas; e a última
de vassouras e sacolas, a partir
da reutilização de garrafas plás­
ticas (PET) de refrigerantes. As
fábricas criaram mais de 50
postos de trabalho.
A Novelis aposta em programas
educativos nas escolas para
conscientizar gerações acerca
da responsabilidade social e
ambiental. O projeto "A socie­
dade do amanhã" foi implanta­
do em 1998 nas escolas de
Pindamonhangaba (SP) e em
2000 em Candeias (BA). Aproximadamente 17 mil estudantes
de primeira a quarta séries do
ensino fundamental em escolas
municipais, estaduais e particu­
lares recebem noções sobre
meio ambiente e reciclagem,
além de conceitos de ética e
cidadania.
A Novelis acredita que os pro­
fessores são agentes muito im­
portantes na transformação da
sociedade. Por isso, o trabalho
tem início com a capacitação
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
deles para serem agentes mul­
tiplicadores desse conhecimen­
to. Ao todo, 750 professores
participam do projeto na Bahia
e em São Paulo.
Cuidados de saúde
a quilombolas
Apoiar o cuidado da saúde das
comunidades remanescentes
de quilombos localizadas às
margens do rio Trombetas, no
oeste do Estado do Pará. Esse
é o principal objetivo do progra­
ma desenvolvido pela Mineração Rio do Norte (MRN), em
parceria com a Fundação Es­
perança, de Santarém. A assistência à saúde beneficia cerca
de 1.600 pessoas das comuni­
dades Moura, Jamari, Tapa­
gem, Sagrado Coração, MãeCué, Palhau, Juquiri e Juquiri­
zinho – todas situadas na região
do Alto Rio Trombetas, afluente
da margem esquerda do rio
Amazonas.
Desde 1997, mensalmente, um
barco equipado com recursos
médicos e uma equipe compos­
ta por médico e enfermeiros
atende às comunidades. A
assistência inclui consultas
médicas e realização de exa­
mes laboratoriais; visitas domi­
ciliares para os casos de maior
gravidade; conscientização das
comunidades, alunos e profes­
sores da escola local por meio
de palestras sobre higiene, pro­
filaxia de enfermidades como
Aids e Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs), sanea­
mento básico, desnutrição e
exames pré-natal, entre outras;
e formação de agentes de saúde para ajudar na condução
das ações de saúde preventiva.
Até 2004, foram beneficiadas
mais de 3 mil pessoas.
Incentivo ao
trabalho voluntário
Uma iniciativa da Alcoa que
merece destaque é o Programa
Bravo!: o colaborador que com­
pleta 50 horas de dedicação ao
trabalho voluntário no decorrer
de um ano recebe US$ 250
para doar à instituição atendida.
O programa abrange os funcio­
nários da Alcoa em todo o mun­
do, e não há limite para o número de prêmios distribuídos –
todos os empregados que com­
pletam o total de horas de vo­
luntariado recebem o valor para
repassar às instituições. Caso
uma delas seja escolhida por
mais de uma pessoa, ela rece­
berá o valor correspondente ao
número de colaboradores que
cumprirem a meta do programa.
No Brasil, 2.954 funcionários
aderiram à causa em 2004, to­
talizando 49% dos colaborado­
res. Beneficiaram-se 450
instituições. Em 2003, 2.115
funcionários participaram, e cer­
ca de 250 instituições foram
beneficiadas.
2
Com o sucesso do programa,
a Alcoa decidiu criar em 2004
o "Bravo! Brasil", para estimular
a participação também dos es­
tagiários. Cada estagiário que
completa 40 horas de volunta­
riado na mesma instituição du­
rante suas horas de lazer rece­
be do Instituto Alcoa uma doação de R$ 275,00 para repassar
à entidade. A meta foi cumprida
por 117 colaboradores, 35% do
total, beneficiando 35 diferentes
instituições.
Orquestra em
comunidade
carente e
preservação do
meio ambiente
O maestro Silvio Baccarelli viu
pela televisão um incêndio na
comunidade de Heliópolis, na
capital paulista. Comovido com
as imagens, decidiu ajudar de
alguma forma os jovens mora­
dores. Com o auxílio de uma
escola local, Baccarelli reuniu
36 adolescentes de 14 a 19
anos e, quatro meses depois
da tragédia, começou a ensinar
música clássica para a turma.
O projeto ganhou patrocínio e
cresceu. Surgiu até mesmo um
curso para a formação de um
coral.
Em 2001, a Companhia Brasi­
leira de Alumínio (CBA) decidiu
patrocinar a ação. Atualmente,
a CBA financia a viabilização
da orquestra, composta por 30
adolescentes, e o ensino cole­
tivo de instrumentos, com
31
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
participação de 52 jovens. Os
grupos executam peças de
grandes compositores, como
Bach, Vivaldi, Haendel e VillaLobos, além de canções popu­
lares brasileiras e infantis. Mais
que o ensino de música, os jovens têm acesso a uma carreira
e ao exercício da cidadania.
A CBA também procura disse­
minar o conceito de desenvol­
vimento sustentável com o pro­
jeto "Preservando o meio ambiente". Desde outubro de
2001, a companhia promove
ações educacionais para as
crianças de escolas de ensino
fundamental do município de
Alumínio, localizado no Estado
de São Paulo. Os estudantes
têm a oportunidade de visitar a
fábrica da CBA, onde assistem
a uma peça de teatro sobre o
tema e a uma apresentação
sobre os projetos ambientais
da empresa. Também se realiza
uma excursão por áreas de
preservação permanente e pelo
viveiro de mudas para reflores­
tamento.
32
Alumar incentiva
educação em área
rural
Com o investimento da Alumar,
de R$ 1,2 milhão, construíramse dez salas de aula, laboratórios, biblioteca, auditório,
pátios interno e externo, além
de toda a estrutura administra­
tiva – secretaria, diretoria,
coordenação. Ao governo esta­
dual cabem a operação, a
manutenção e o gerenciamento
administrativo, de recursos hu­
manos e do sistema pedagógico.
A construção da primeira escola
de ensino médio da área rural
de São Luís, no Maranhão, foi
viabilizada com o investimento
da Alumar e do Governo do
Estado do Maranhão. O Centro
de Ensino Médio Professor
Mário Martins Meireles tem ca­
pacidade para atender 1,2 mil
alunos, funcionando em três
turnos. A instituição localiza-se
no vilarejo de Mangue Seco –
Pedrinhas e beneficia também
as comunidades vizinhas Co­
queiro, Estiva, Itapera, Maracanã, Quebra Pote, Rio Gran­
de, Vila Maranhão e Vila Nova
República.
Sustentabilidade em
comunidades rurais
A Alunorte (Alumina do Norte
do Brasil), em uma de suas
inúmeras iniciativas de respon­
sabilidade social, procurou melhorar a qualidade de vida de
700 famílias de seis comunida­
des em Barcarena (PA), desen­
volvendo um projeto de caráter
auto-sustentável. Os moradores
que aderiram ao programa
"Barcarena do futuro" foram
capacitados para exercer ativi­
dades como avicultura, artesa­
nato e agricultura. As atividades
geram renda e oportunidades
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
de desenvolvimento profissional:
desde 2000, implantaram-se
quatro aviários e um viveiro de
mudas, adquiriram-se um trator
e um caminhão e construiu-se
um prédio para a produção ar­
tesanal.
Com o apoio do governo local
e da prefeitura, também foram
entregues mais de 360 títulos
de terra aos produtores e ofe­
recidas melhorias para o escoa­
mento da safra produzida.
A companhia investiu cerca de
R$ 2 milhões no projeto, que
recebeu destaque na edição de
2001 do Guia de Boa Respon­
sabilidade Corporativa da Re­
vista Exame. A Alunorte tem
entre seus acionistas as com­
panhias nacionais CVRD e
CBA e outras estrangeiras.
Voluntariado na
Valesul
VALESULVOLUNTÁRIA: esse
é o nome do programa de res­
ponsabilidade social da Valesul,
que recentemente entregou à
prefeitura do Rio de Janeiro a
creche Mãos Pequenas, locali­
zada em Santa Cruz. A construção tem 436 m² e conta com
berçários, salas de recreação,
cozinha, lactário e banheiros,
todos especialmente desenha­
dos para atender a crianças de
0 a 4 anos. A creche-modelo
custou aproximadamente
2
R$ 350 mil e ajudou a suprir a
carência verifcada nas comuni­
dades ao redor da fábrica.
Além dessa obra, o VALESUL­
VOLUNTÁRIA realiza cinco re­
levantes projetos: Amigos do
Verde (conscientização ambien­
tal), Agentes da Saúde (preservação da saúde), Arte na
Rua (arte e cultura), Comunida­
de Empreendedora (educação
profissional e geração de renda)
e Mãos à Obra (infraestrutura
urbana).
A Valesul é composta pela
participação acionária da Com­
panhia Vale do Rio Doce e pela
BHP Billiton.
2.7
Certificações e prêmios
A atuação responsável do setor do alumínio primário brasileiro é reconhecida pela sociedade na
forma de diversos prêmios. A obtenção de certificações nas áreas de responsabilidade social
corporativa, saúde e segurança no trabalho, e meio ambiente atesta a preocupação das empresas
em crescer assegurando benefícios a todos os envolvidos em suas atividades, desde os acionistas
e funcionários, até os governos e a sociedade, incluídos os fornecedores, clientes e outros parceiros
estratégicos.
33
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Principais certificações da cadeia de produção do alumínio primário
Companhia
SA 8000
ISO 14001
OHSAS 18001
(Responsabilidade Social)
(Gestão Ambiental)
(Segurança e Higiene)
Sim
Sim
Sim
Albras
Alcan
Sim
Alcoa
Sim
Sim
Sim
Alumar
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
CBA
Sim (mineração)
Sim
MRN
Sim
Sim
Novelis
Sim
Sim
Valesul
Sim
Sim
Alunorte
Principais reconhecimentos da indústria brasileira
do alumínio primário
Albras
Guia Exame de Boa Cidada­
nia Corporativa (2002, 2003 e
2004).
Guia Exame As Melhores
Empresas Para Você Trabalhar
(1999, 2001, 2002, 2003 e
2004).
Prêmio ECO 2003 (Câmara
Americana de Comércio de São
Paulo), na categoria "Participação Comunitária", com o
programa "Nosso Lixo Tem
Futuro".
Prêmio Valor Econômico "As
Melhores Empresas em Gestão
de Pessoas" (2003 e 2004).
Prêmio Finep de Inovação
Tecnológica, concedido pela
Finep, agência do Ministério
34
das Minas e Energia. A Albras
conquistou o segundo lugar da
Região Norte na categoria
"Produto".
Melhor Empresa em Siderur­
gia e Metalurgia, no anuário
Maiores e Melhores, da revista
Exame (2004).
Alcoa
Guia Exame As Melhores
Empresas Para Você Trabalhar
(2001, 2002, 2003 e 2004).
Prêmio Padrão de Qualidade
B2B, na categoria Metalurgia,
concedido pela revista B2B Ma­
gazine (2003).
“100 Empresas mais Inova­
doras" – revista Information
Week, categoria: Indústria e
Metalurgia (2003).
"As 100 Empresas mais In­
terligadas do Brasil", Info Exa­
me (2003).
Guia Exame de Boa Cidada­
nia Corporativa (2001, 2002,
2003 e 2004).
Alumar
Prêmio concedido pela
Finep: Ecoeficiência no Arma­
zenamento de Resíduos de
Bauxita da Alumar (2002).
"Contribuinte Cidadão", re­
conhecimento da Prefeitura Mu­
nicipal de São Luís (2003).
Melhor companhia com mais
de 1.000 empregados na cate­
goria Saúde e Gestão de Se­
gurança no Trabalho, concedido
pela Associação Brasileira para
A sustentabilidade
da indústria
brasileira do
alumínio
Prevenção de Acidentes (ABPA)
(2003).
2º Prêmio Benchmarking
Ambiental Brasileiro (2004).
3º colocada da pesquisa
“Melhor Empresa na Gestão de
Pessoas”, segundo a revista
Valor Carreira (2004).
Troféu Empresa Cidadã, con­
cedido pelo 13º Fórum Nacional
de Cidadania Empresarial, em
Brasília (2005).
Alunorte
Guia Exame de Boa Cidada­
nia Corporativa (2002).
Prêmios ABS 9C2 – categoria
03 (1999, 2000, 2001, 2002,
2003 e 2004).
Prêmio Fiepa/Idepar de Se­
gurança e Saúde no Trabalho
(2002).
Prêmio Finep de Inovação
Tecnológica (2º lugar em 2002),
(3º lugar em 2003).
Prêmio CNI Ecologia, Cate­
goria Gerenciamento de Resíduos Sólidos (1999).
Prêmio Associação Brasileira
de Prevenção de Acidentes
(ABPA) – Vencedora na cate­
goria B, grupo "fabricação de
outros produtos inorgânicos",
por apresentar taxa de freqüência de acidentes com
afastamento igual a zero du­
rante o ano de 98.
MRN
III Prêmio LIF (Liberdade,
Igualdade e Fraternidade), con­
cedido pela Câmara de Comér­
cio França-Brasil, na categoria
Apoio à Comunidade na Área
de Saúde, por projeto com qui­
lombolas (2004).
Classificada entre as melho­
res empresas brasileiras na
Gestão de Pessoas, de acordo
com a revista Valor Carreira,
encartada no jornal Valor Econômico (2004).
Vencedora do Prêmio Aberje
de Jornalismo 2004, região
Centro-Oeste Leste (Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial), na categoria Re­
lacionamento com a Imprensa,
com o case I Encontro com a
Imprensa do Oeste do Pará.
Destaque no Prêmio de
Saúde, Segurança, Meio Am­
biente e Relações Comunitárias
da BHP Billiton, em três cate­
gorias: meio ambiente, saúde
e educação (2004).
Prêmio ABS de Segurança
e Saúde no Trabalho 2004 e
Top de Gestão de Segurança
e Saúde no Trabalho.
Projeto Destaque da edição
2004 do Guia Exame da Boa
Cidadania Corporativa, na Ca­
tegoria Saúde, com o projeto
Quilombo.
Top de Gestão de Segurança
e Saúde no Trabalho, na cate­
goria Bronze, e ABS de Segu­
rança e Saúde no Trabalho,
pela obtenção do melhor resul­
tado na atividade econômica
de extração de bauxita no ano
de 2003, ambos concedidos
2
pela Agência Brasil de Segurança (ABS).
Novelis
Reconhecimento do IAI pelo
desempenho em Segurança
no Trabalho das fábricas de
Aratu (2000) e Ouro Preto
(2002).
Prêmio Nacional de Saúde
e Segurança da ABS para as
fábricas de Aratu (2001, 2002
e 2003), Pindamonhangaba
(2003 e 2004) e Ouro Preto
(2003 e 2004).
Vencedora do III Prêmio da
Federação das Indústrias do
Estado da Bahia, na categoria
Ecologia, com o projeto "A So­
ciedade do Amanhã" (2002).
Prêmio Produção Mais Lim­
pa do V Prêmio Fieb Desem­
penho Ambiental, com o proje­
to de co-processamento de
Alucoque em Indústria Cerâmica Vermelha e Cimento para
a fábrica de Aratu (2004).
Valesul
Prêmio Estadual CNI de
Qualidade e Produtividade: 1º
lugar em 2001 e 2003, 2º lugar
em 2002.
Prêmio Estadual Sesi Qua­
lidade no Trabalho: 4º lugar
em 2002, 2º lugar em 2003.
"As 100 melhores empresas
na Gestão de Pessoas", con­
cedido pelo Valor Econômico
(2004).
35
Alumínio para
futuras gerações
3
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
O IAI, entidade
sediada na
Inglaterra,
biciosos a serem alcançados
pelo conjunto das empresas de
alumínio em todo o mundo e
reúne empresas do setor
em todo o mundo res­
ponsáveis por mais de 70%
da produção global de
alumínio primário. Em
2003, o Instituto lançou o
programa Alumínio para
Futuras Gerações, no in­
tuito de apresentar à so­
ciedade, de maneira transparente, os desafios e as
ações do setor em relação
aos aspectos econômico,
social e ambiental de suas
atividades.
O programa estabelece
objetivos voluntários am­
visa a reduzir seus impactos
ambientais, manter o cresci­
mento da produção do metal e
garantir aos funcionários
boas condições de trabalho. Entre os assuntos
abordados nos objetivos
voluntários, constam a
eficiência no uso de ma­
térias-primas, a redução
das emissões de poluentes
(inclusive gases de efeito
estufa), a reciclagem do
alumínio, os cuidados com
a saúde e a segurança de
funcionários e comunida­
des, além da ampliação
dos padrões e práticas de
Governança Corporativa.
O desempenho das indústrias é monitorado e medido
anualmente, com base em
22 indicadores de perfor­
mance.
3.1
Objetivos voluntários da
indústria global
A indústria do alumínio, por
meio do programa, se propõe
a cumprir oito objetivos volun­
tários, seis deles com prazo até
2010. Confira a descrição das
oito metas, os resultados aufe­
ridos mundialmente até 2003 e
a contribuição brasileira.
Objetivo: As emissões de
perfluorocarbonos por tonelada
38
de alumínio primário produzida
serão 80% menores que em
1990. Resultado global: Emissões específicas de PFC (por
tonelada de alumínio produzido)
foram reduzidas em 73% no
período 1990-2003. Isso repre­
senta redução equivalente a 3
toneladas de CO por tonelada
²
de alumínio. Brasil: De 1994 –
quando começaram as medi-
ções no Brasil – até 2002, a taxa de perfluorocarbonos teve
queda de 28%, passando de
0,25 kg de CF4 por tonelada de
alumínio primário para 0,18 kg.
A média mundial é de 0,31 kg,
conforme o IAI.
Objetivo: As emissões de
fluoretos por tonelada de alumínio primário produzida serão
Alumínio
para futuras
gerações
rio era de 15,9 MWh por tonelada de alumínio produzida. Em
2004, foi de 15,1 MWh por
tonelada, constituindo redução
de 5%.
lho em plantas industriais
associadas ao IAI (minas,
refinarias e reduções) reduziuse em 50% no período 20002003, atingindo no último ano
do período 3,00 acidentes com
afastamento por 1 milhão de
horas trabalhadas. A taxa de
acidentes com afastamento foi
reduzida em 40% durante o
mesmo período. Diante desse
resultado, o objetivo voluntário
será reavaliado. Brasil: Considerando minas, refinarias e
primário/integrado, a taxa média
de freqüência de acidentes com
afastamento (relação do
número de acidentes com
afastamento por 1 milhão de
horas trabalhadas) foi de 1,69
em 2000 e passou para 1,23
em 2004, registrando redução
de 27,2% no período.
Objetivo: Redução de 50%
nas taxas de freqüência dos
acidentes de trabalho com
afastamento, comparadas a
2000. Essa meta será revista
em 2006. Resultado global: O
número de acidentes de traba-
Objetivo: Dentre as indústrias associadas ao IAI, 95%
terão implementado Sistemas
de Gestão Ambiental (certificação ISO 14001 ou equivalen­
te). Resultado global: Siste­
mas de Gestão de Segurança
Foto aérea da fábrica da Valesul Alumínio, no Rio de Janeiro
pelo menos 33% menores que
em 1990. Esse objetivo será
revisado após três anos.
Resultado global: Emissões
específicas de fluoreto à
atmosfera foram reduzidas em
38% no período 1990-2003.
Diante desse resultado, o
objetivo voluntário será reavaliado. O último dado divulgado
pelo IAI indica que o fator médio
das emissões de fluoreto é da
ordem de 1,07 kg por tonelada
de alumínio primário produzido
(dados de 2000). Brasil:
Apurado em 2003, o fator médio
das plantas nacionais é da
ordem de 1,00 kg por tonelada
de alumínio primário produzido.
Objetivo: Diminuição de
10% do uso de energia por
tonelada de alumínio primário,
na comparação com 1990.
Resultado global: O uso médio
de energia elétrica para
eletrólise foi reduzido em 6%
desde 1990. Brasil: Em 1990,
o consumo de energia elétrica
da indústria de alumínio primá-
03
Na Alcoa, assim como em todas as empresas do setor, os trabalhadores utilizam os
equipamentos de segurança necessários a suas atividades
39
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
e Saúde Ocupacional e Meio
Ambiente operam na maior par­
te das plantas industriais das
empresas associadas ao IAI –
78% das reduções, 83% das
refinarias de alumina e 91% das
minas de bauxita têm sistemas
formais e documentados. Certificações ISO 14001 ou equiva­
lentes foram obtidas em porcen­
tagem semelhante de plantas
industriais. Brasil: Todas as
produtoras de alumínio primário
possuem certificação ISO
14001.
Objetivo: Implementação de
um Programa de Avaliação de
Exposição ao Risco e de
Supervisão Médica para funcio­
nários em 95% das empresas
associadas ao IAI. Resultado
global: Programas operam em
85% das plantas industriais das
empresas associadas ao IAI
(minas, refinarias e reduções).
Uma definição detalhada dos
critérios necessários para se
enquadrar neste objetivo volun­
tário foi desenvolvida e distribuí­
da entre as empresas associa­
das. Esse documento protocolar
servirá como base para a
criação e a implementação de
programas nas plantas indus­
triais que ainda não os pos­
suem. Brasil: Todas as produ­
toras de alumínio primário
possuem programas de avaliação de exposição ao risco e
de supervisão médica para fun­
cionários. Trata-se de exigência
legal no País.
Objetivo: A produção de
alumínio usado pelo setor de
transportes será monitorada
40
anualmente pelo setor. Dessa
forma, será possível avaliar sua
contribuição para a produção
de veículos mais leves e,
conseqüentemente, para a
redução das emissões de gases de efeito estufa no transporte rodoviário, ferroviário e
marítimo. Resultado global: O
volume de alumínio produzido
para o setor de transportes
aumentou 5,5% entre 2002 e
2003. A tendência mundial
aponta que o alumínio será responsável por 200 kg de cada
carro em 2015. Brasil: O País
apresenta média de 45 kg do
produto por veículo, número
muito inferior ao dos Estados
Unidos, com 128 kg, e ao da
Europa, com cerca de 100 kg.
Objetivo: A indústria irá
monitorar seu desempenho na
reciclagem de seus produtos e
Sucata de estamparia de alumínio
usará os dados obtidos para
estabelecer um objetivo voluntário. O setor desenvolverá
um programa de ação global
para apoiar o objetivo voluntário
e, assim, incentivará um aumento significativo da reciclagem de alumínio pós-consumo.
Resultado global: Empresas
associadas ao IAI, que representam 25% da produção
de alumínio reciclado mundialmente, aumentaram a
produção deste em 4% no
período 2000-2003. Na Europa,
a produção de alumínio a partir
de material reciclado tem
crescido em média 4% ao ano,
nos últimos 22 anos. Brasil:
Nos últimos 15 anos, o Brasil
aumentou 4,5 vezes o volume
reciclado de alumínio, passando
de 65 mil toneladas em 1990
para 270 mil toneladas em
2004.
Alumínio
para futuras
gerações
03
3.2
Indicadores de sustentabilidade
do setor do alumínio
Se, por um lado, as metas
voluntárias constituem resul­
tados globais, o "Alumínio
para futuras gerações" esta­
belece também 22 indicado­
res de sustentabilidade, que
podem ser auferidos por cada
empresa, individualmente ou
em conjunto. O objetivo é
ajudar na avaliação do pro­
gresso da indústria rumo à
sustentabilidade.
A criação de mecanismos
para não apenas coletar os
indicadores, mas também
melhorar o desempenho re­
lacionado ao desenvolvimento
sustentável do setor de alumínio primário, é um grande
desafio da indústria mundial
para os próximos anos. As
companhias que atuam no
Brasil já o abraçaram, e os
métodos de controle e aferição dos indicadores estão em
desenvolvimento.
A lista completa com os 22
indicadores monitorados pelo
"Alumínio para futuras gerações" é reproduzida nas pá­
ginas a seguir.
Vazamento de alumínio
41
Relatório de
Sustentabilidade da
Indústria do Alumínio
Desempenho ambiental
Emissões de PFC (global e média por tonelada de alumínio produzido)
Alumínio produzido para o setor de transporte
Total anual de alumínio reciclado (pré e pós-consumo) e total de metal resultante
Consumo de água doce (metro cúbico por tonelada de alumínio produzido)
Percentual global de fábricas com certificação ambiental ISO 14001 e/ou EMAS, assim
como percentual de plantas industriais com Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança de
Trabalho implementados
Superfície média de terreno usada para mineração e percentual de áreas exploradas
reabilitadas anualmente
Emissões globais de dióxido de enxofre (SO ), benzo(a)pireno (BaP) e particulados, e
²
emissões médias por tonelada de alumínio produzido
Emissões de fluoretos (global e média por tonelada de alumínio produzido)
A matriz energética global da indústria, indicando consumo para produção de alumínio,
incluindo fontes renováveis
Toneladas de resíduo do refino da bauxita por tonelada de alumina produzida; toneladas
de revestimento gasto de cubas depositadas por tonelada de alumínio produzido; percentual
de resíduo de refino de bauxita e SPL (Spent Pot Lining) processado ou reutilizado; toneladas
de sais de escória depositados obtidos da borra encaminhada para processamento por
empresas associadas, por tonelada de alumínio produzido
Emissões de gases de efeito estufa (CO equivalente) e emissões médias por tonelada de
²
alumina e alumínio produzidos
42
Alumínio
para futuras
gerações
03
Desempenho econômico
Estatísticas de produção global de alumínio primário e alumina
Uso do alumínio (consumo per capita)
Contribuição ao PIB (em termos de valor adicionado)
Mão-de-obra direta (incluindo indicação do efeito multiplicador dos empregos indiretos)
Nível de investimentos (novas aquisições, manutenção, proteção ambiental e pesquisa e
desenvolvimento)
Proporção salarial (salário na indústria do alumínio, comparado à média salarial no país)
Desempenho social
Percentual global de fábricas com mecanismos formais de comunicação com a comunidade
Percentual de plantas industriais com programas de treinamento e educação de funcionários,
e programas de emprego para a juventude (performance de treinamento/horas/pessoas/ano)
Iniciativas comunitárias para melhorar saúde, educação, meio ambiente e a comunidade
local
Percentual global de plantas industriais com Programa de Avaliação de Exposição ao
Risco e de Supervisão Médica para seus funcionários
Taxa global de acidentes de trabalho (número de acidentes por milhão de horas trabalhadas)
e Taxa de Freqüência de Acidentes com Afastamento (acidentes com afastamento por milhão
de horas trabalhadas)
43
Referências
bibliográficas
Alumínio e Saúde. Comissão de Segurança e Saúde da ABAL. 2ª edição,
maio de 2000
Alumínio para Futuras Gerações – A indústria brasileira do alumínio e
o desenvolvimento sustentável. Associação Brasileira do Alumínio (ABAL),
novembro de 2000
Alumínio para Futuras Gerações – O Alumínio nos Transportes. Associação
Brasileira do Alumínio (ABAL), 2004
Aluminium for Future Generations. International Aluminium Institute (IAI),
2003. http://www.world-aluminium.org
Aluminium for Future Generations (Sustainability Update 2004). (IAI),
2004. http://www.world-aluminium.org
Aluminium for Future Generations – Progressing through dialogue. The
route to full sustainability. European Aluminium Association (EAA), 2003.
www.aluminium.org
Anuários Estatísticos 2003 e 2004. Associação Brasileira do Alumínio
(ABAL), 2005
Third Bauxite Mine Rehabilitation Survey. International Aluminium Institute
(IAI). Sustainable Development Series, junho de 2004
Patrocinadores
O Relatório de Sustentabilidade da Indústria Brasileira
do Alumínio pôde ser elaborado graças ao apoio das
empresas Albras, Alcoa, Alunorte, BHP Billiton, CBA,
MRN, Novelis e Valesul, às quais a ABAL agradece.
Relatório de
Sustentabilidade
da Indústria do
Alumínio
Edição e coordenação
Comissão de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável da ABAL (Associação Brasileira do Alumínio)
Coordenação editorial, apuração e redação
Report Relatórios Sociais
Direção de arte, projeto
gráfico e edição de arte
Think4 Comunicação
Revisão
Assertiva Comunicação
Fotos
Banco de imagens da ABAL e imagens fornecidas pelas empresas
associadas à ABAL
Fotolito, impressão e gráfica
Pancrom Indústria Gráfica
Tiragem
5.000 exemplares
Papel
Reciclato
ABAL
Rua Humberto I, nº 220, 4º andar
CEP 04018-030 – São Paulo – SP - Brasil
Tel.: (55-11) 5084-1544 – Fax: (55-11) 5549-3159
Versão eletrônica
www.abal.org.br
Todo o conteúdo desta publicação é de propriedade exclusiva da
ABAL. É proibida a reprodução sem autorização da ABAL.
Rua Humberto I, nº 220, 4º andar
CEP 04018-030 – São Paulo – SP - Brasil
Tel.: (55-11) 5084-1544 – Fax: (55-11) 5549-3159
www.abal.org.br • e-mail: [email protected]
Download

Relatório de Sustentabilidade da Indústria do Alumínio