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QUINTA-FEIRA, 8 DE MARÇO DE 2007
O ESTADO DE S. PAULO
CADERNO
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CADERNO 22 D5
Cinema Mostra:
DIVULGAÇÃO
NAS AREIAS DE COPACABANA – Policial com jeito de Missão Impossível, Dhoom 2 é uma superprodução de US$ 30 milhões, estrelada por Aishwarya Rai, a maior musa do cinema indiano da atualidade
Bollywood ao alcance de todos
São Paulo recebe pela primeira vez 4 campeões de bilheteria da Índia, entre eles o longa Dhoom 2, rodado em Bombaim e no Rio
Franthiesco Ballerini
O Brasil recebe, nesta semana,
uma mostra inédita com os
grandes sucessos do maior produtor de cinema do mundo.
Não, não estamos falando de
Hollywood, mas de Bollywood,
a indústria cinematográfica da
Índia, campeã de produção –
quase mil longas por ano.
A 1ª Mostra de Filmes de
Bollywood vai exibir quatro
campeões de bilheteria daquele
país, um deles é uma superprodução de US$ 30 milhões – valor considerado altíssimo para
os padrões indianos – chamado
Dhoom 2, uma espécie de Missão
Impossívelhindu e oprimeirofilmeindianorodadonoBrasil.Estrelado por Aishwarya Rai – a
maior musa da Índia atualmente e tão idolatrada no país quando Indira Gandhi –, Dhoom 2 é
um filme policial que se passa
em Bombaim e no Rio de Janei-
ro. Campeão de bilheteria do
ano passado na Índia, apresenta todos os elementos típicos de
umaproduçãodeBollywood:astros belíssimos, muita troca de
figurino, música e dança a cada
15 minutos, ter pelo menos três
horasdeduração–eumintervalo no meio para comprar guloseimas – e, claro, nada de cenas
de sexo ou violência brutal.
A aventura policial chega ao
BrasilgraçasàiniciativadoprodutorindianoRamPrasadDevineni, que firmou uma parceria
com a Academia Internacional
de Cinema, em São Paulo, para
criar a mostra. “Bollywood é
uma indústria enorme, mas tenho notado quepoucos na América Latina sabem quem somos
nós. E Bollywood sempre foi
nosso melhor embaixador no
mundo”, diz ele, que promete
transformar a mostra em um
evento anual – com 15 filmes em
cartaz – e tem planos de expor-
tá-la para outros países, como
Argentina e Chile. “Estávamos
há anos tentando descobrir como entrar no mercado latinoamericano, até termos a idéia
de ser por meio de um festival.
Agora, estamos conversando
com canais de TV e distribuidores de DVD para comercializar
os filmes aqui”, diz Devineni,
que mora em Nova York mas
comanda, de longe, a produtora
indiana que fez filmes como O
Terrorista, também na mostra.
“Como tínhamos pouco dinheiro para fazer cenas de terrorismo, decidimos mostrar o efeito
psicológico do terror na cabeça
do protagonista. Graças à originalidade, ganhamos o Festival
do Cairo e exibimos o primeiro
filmeindianonoFestivaldeSundance”, conta Devineni, que
vendeu os direitos para John
Malkovich distribuir nos EUA.
Os quatro filmes serão exibidosemdigital, ummeiodebara-
tear a legendagem em português de apenas uma cópia.
Com cerca de 40 línguas e 115
dialetos, a Índia vende 3 bilhões de ingressos por ano e
costuma produzir filmes em
apenas 12 grandes línguas –
quando o filme é um grande
sucesso, é dublado para as
outras. O cinema americano
também é forte por lá – Titanic ficou dois anos em cartaz,
mas com as cenas de beijo e
sexo cortadas, porque nem a
censura nem o povo conservador aprovam tais cenas. ●
Serviço
● 1.ª Mostra de Filmes de
Bollywood. Hoje, 21 h, The
Terrorist. Amanhã, 20h30,
Fanaa. Sáb., 20 h, Dilwale
Dulhania le Jayenge. Dom.,
20 h, Dhoom 2. Sala Cinemateca. Largo Sen. Raul Cardoso, 207, 5084-2177 (ramal
210) ou 5081-2954. Grátis
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arquivo1 - franthiesco ballerini