Ano 7 • Nº 24 janeiro / abril 2008 ENCONTRO SOBRE ECOLOGIA CONVOCA ESPÍRITAS A PRESERVAREM O PLANETA O ambientalista, jornalista e orador espírita André Trigueiro, que apresentou o Encontro “Ecologia e Espiritismo” no CEMA lembra o papel de todos os espíritas na construção do mundo sustentável. Em entrevista ao O Aprendiz, André destaca os ensinamentos da Doutrina Espírita relativos à lei de conservação dos recursos naturais, que são finitos e estão se esgotando. Pg. 3 EVANGELIZADORES AGORA SÃO EDUCADORES ESPÍRITAS Começou em março o primeiro curso de Capacitação de Educadores Espíritas, destinado aos antigos evangelizadores (agora chamados de educadores) que pertencem ao quadro de doutrinadores de crianças e jovens. Pg 2 GRUPO DE TEATRO GETEB MUDA PARA GEAMA O grupo de teatro dos jovens do CEMA mudou de nome e ampliou as atividades. Pg 6 E MAIS: Cursos profissionalizantes no Lara II – Pg 2 A IMPORTÂNCIA DO PASSE NA CASA ESPÍRITA Cláudia Mazzoni fala dos benefícios do passe como tratamento fluidoterápico. Pg 7 Grupo de Educação Espírita reúne pais e filhos – Pgs 4 e 5 Jovens do CEMA na Comeerj – Pg 6 Células tronco e a bioética – Pg 8 centro espírita maria angélica o aprendiz ACONTECE NO CEMA LARA II OFERECE CURSOS PROFISSIONALIZANTES DE ARTESANATO T rabalhar em casa pode ser a única saída para as mulheres que não tem com quem deixar os filhos pequenos. Pensando nesta solução como fonte de renda, o LARA II abriu cursos de artes manuais para permitir que as pessoas assistidas da Comunidade César Maia descubram seus talentos e habilidades. Os cursos acontecem de segunda a sexta-feira, sempre das 14:00h às 16:30h e oferecem aulas de corte e costura, ponto cruz, confecção de bolsas, bonecas, fuxico, panos de prato, jogos de banho, costumização, crochê, caixas para presente, bijouterias e confecção de roupas íntimas O grupo está recrutando mais trabalhadores, principalmente para aulas de modelagem e crochê. Quem estiver interessado deve entrar em contato com Cleide pelos telefones 2421-2024 (tarde e noite) e 9965-9995 (dia e noite). Curso de Capacitação de Educadores Espíritas Equipe de instrutores: (da esq. para a dir.) Gisele, Cristiano, Vera Lemos, Denise Rigueiral, Ivonete e Denise Longo. A Evangelização do CEMA mudou de nome: agora é Educação Espírita. O motivo desta mudança foi ampliar a interação entre os educadores (antigos evangelizadores) e os educandos (antigos evangelizandos) dentro e fora da sala de aula, levandoos a ter uma percepção mais profunda da Doutrina Espírita para também melhor se perceberem. O curso de Capacitação de Educadores Espíritas tem duração de 1 ano, permitindo aos voluntários lidar com os desafios atuais da educação à luz do Espiritismo, uma vez que o propósito da educação espírita não é ensinar o que é certo e o que errado. É ter menos intelecto e mais sentimento, aceitação e estima. A primeira turma está capacitando os atuais educadores, com planos de abrir cursos para futuros voluntários, uma vez que este será um pré-requisito para quem desejar se engajar neste trabalho. As aulas acontecem terça-feira às 20:00h e aos sábados às 15:20h. CURSO DE INFORMÁTICA NO LARA 1 AUMENTA AS CHANCES PARA O PRIMEIRO EMPREGO O Retalhos de pano se transformam em bolsas, colchas e tapetes. curso de informática, que já formou várias turmas de jovens na sede e no Lara 1, foi reaberto no dia 15 de março, oferecendo oportunidades para todas as pessoas assistidas pela CEMA que desejarem estudar, independente da idade. O Lara I conta hoje com 6 computadores, mas a previsão é aumentar este número para 8, fazer uma atualização nos antigos e ter acesso à internet. Maiores informações com Adriana pelos telefones 9996-8784 e 86975378 ou por e-mail:[email protected] Expediente O jornal O APRENDIZ é uma publicação trimestral do CEMA - Centro Espírita Maria Angélica Rua Odilon Duarte Braga, nº 240 - Recreio dos Bandeirantes – Rio de Janeiro – CEP 22.790-220 - CNPJ - 35.799.030/0001-94 Telefone: (21) 2437-5947 – Este jornal foi impresso gratuitamente. Distribuição interna – 2.000 exemplares Ilustrações: Fabíola Zonno – Edição: Regina Laginestra – Editoração: Fatima Agra – Jornalista responsável: Gustavo Poli - DRT/RJ: 9019198 o aprendiz centro espírita maria angélica O PAPEL DO ESPÍRITA NA CONSTRUÇÃO DO MUNDO SUSTENTÁVEL ENTREVISTA COM ANDRÉ TRIGUEIRO O APRENDIZ – O Livro dos Espíritos traz algum alerta sobre a questão ambiental ou isto é um problema das últimas décadas? André – A Doutrina Espírita traz informações relevantes para a compreensão da crise ambiental sem precedentes, que experimentamos nos dias atuais. Em particular, o Capítulo V do Livro dos Espíritos, onde os Espíritos de luz nos advertem sobre o risco de exaurirmos os recursos naturais do Planeta. Na questão 705, por exemplo, é dito que “a Terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se”. Esta é uma crítica explícita ao consumismo, aos valores da sociedade de consumo, que promovem o uso perdulário dos recursos, o desperdício monumental, e a retirada insustentável de matéria-prima e energia do meio ambiente. As leis morais do Evangelho, quando remetem ao desapego dos bens materiais ou à utilidade providencial da riqueza, alcançam a sustentabilidade, o uso inteligente dos recursos disponíveis. No livro “Após a Tempestade”, psicografado por Divaldo Franco, Joanna de Ângelis nos ensina, no capítulo “Poluição e Psicosfera”, que a poluição visível tem origem no campo sutil, na mente em desequilíbrio. No livro “Atualidade do Pensamento Espírita”, psicografado pelo mesmo médium, o Espírito Vianna de Carvalho reserva um capítulo inteiro à ecologia. Diz ele que “devemos nos preocupar com os danos que nosso egoísmo vem ocasionando à mãe Terra, pelo despautério e desrespeito às leis da ecologia estabelecidas por Deus e refletidas no equilíbrio da natureza.(...) A vida é o que dela fazemos. Da maneira como agirmos em relação à Terra, esta nos responderá de maneira adequada”. O APRENDIZ – Vemos que a situação atual do Planeta é uma conseqüência do descuido dos homens, segundo as leis naturais de causas e conseqüências. Ainda dá tempo de reverter este quadro, para evitarmos danos maiores no futuro? André – Nunca se diagnosticou com tanta precisão os danos causados ao Planeta pelo nosso estilo de vida, hábitos, comportamentos e padrões de consumo. Somos, portanto, responsáveis (em maior ou menor escala) pelo aquecimento global, a escassez de recursos hídricos, a destruição da biodiversidade, a produção monumental de lixo, a desertificação do solo, o crescimento desordenado das cidades, entre outros problemas. Trata-se de um modelo de desenvolvimento suicida, que precisa ser repensado urgentemente. Podemos e devemos fazer a diferença em favor da vida, e isso implica necessariamente em sermos sustentáveis. A boa notícia é que possuímos conhecimento e tecnologia suficientes para promovermos essa imensa reengenharia em escala global. Em cada encarnação nos deparamos com estágios diferentes de evolução da humanidade, com demandas específicas para cada tempo. Hoje, não há nada mais importante e urgente do que propiciarmos as devidas condições de sobrevivência para os que virão num futuro próximo, inclusive nós mesmos, que regressaremos à Terra. O APRENDIZ – O que a Casa Espírita pode fazer para dar o exemplo de cidadania e respeito ao meio ambiente? André – De várias maneiras. É importante abrir espaço na pauta das palestras públicas para falarmos de sustentabilidade, o papel do espírita na construção de um mundo sustentável. Além disso, qualquer obra ou reforma no centro poderia levar em conta as premissas do “greenbuilding”, ou seja, o uso de materiais inteligentes que consomem menos matéria-prima e energia, abrindo espaço para a ventilação e a luz naturais, uso de água de chuva, coletores solares, etc. Reciclar o lixo, economizar água e energia e estimular o plantio de árvores da forma correta e no lugar certo são algumas iniciativas simples e fáceis de replicar. O APRENDIZ – A educação sobre ecologia já faz parte das escolas. Este é um sinal de que tudo pode mudar? André – A mudança está em curso. Mas não basta mudar. É preciso que isso aconteça rápido, pois o processo de destruição dos recursos naturais ocorre numa escala bastante preocupante. ANdré Trigueiro é jornalista, professor de gestão ambiental, comentarista de rádio, produtor do programa Cidades e Soluções do canal de TV Globo News, escritor e orador espírita. centro espírita maria angélica o aprendiz GRUPO DE EDUCAÇAO ESPÍRITA REÚNE PAIS “A vida é um projeto educacional, onde a lei divina dá aos espíritos a oportunidade do renascimento junto a seres que têm condições de ajudá-los a realizar seus aprimoramentos.” Rita Foelker T odas as manhãs de sábado, das 09:45 às 11:00h, a sede do CEMA no Recreio se transforma numa escola de educação espírita para pais e filhos. Enquanto os pais ficam no salão, as crianças e jovens sobem para as salas, onde as turmas são distribuídas de acordo com a idade. O curso de pais (e também de avós e responsáveis) recebe atualmente cerca de 170 pessoas, que vêm trocar idéias e reflexões sobre temas importantes quanto ao relacionamento familiar, trazidas pelos educadores espíritas sob a ótica da Doutrina Espírita. A partir de uma interação participativa, os educadores espíritas abordam assuntos como separação, divórcio, limites, superproteção, relação entre irmãos, violência urbana, mediunidade infanto-juvenil, mídia na educação, obsessão na criança, gravidez na ado- lescência, drogas, educação sexual, consumismo e outros. O estudo sobre o papel e a responsabilidade da família espírita no processo educacional é também uma oportunidade de se fazer uma revisão dos conhecimentos doutrinários, filosóficos e científicos, visando o desenvolvimento de novos comportamentos pessoais e no lar. O contato e a troca de experiências entre pais e dinamizadores tem sido de grande importância para o Grupo de Educação Espírita, pois possibilita a extensão do trabalho feito em sala com as crianças e jovens, incluindo os pais no processo educacional espírita. Os pais que desejarem participar deste curso podem fazer a inscrição no próprio local, aos sábados. Maiores informações com Cristiano Zakhour ou Gisele Lessa. As crianças se dividem pelas salas de aula e os pais trocam experiências e participam de dinâmicas no salão. o aprendiz centro espírita maria angélica E FILHOS NO CEMA PARA CURSO AOS SÁBADOS F DIA Segunda TURMAS DE EDUCAÇÃO ESPÍRITA LOCAL CEMA – sede do Recreio Quinta Lara 1 Quinta CEMA – sede do Recreio Sexta Manhã Lara 2 HORÁRIO 19h30min as 21h00min (13 a 18 anos) 19h30min às 21h00min (19 a 26 anos) 09h00min às 10h40min (3 a 12 anos) 17h45min às 19h15min (3 a 18 anos) 09h15min às 11h00min (3 a 18 anos) Sexta Tarde 15h00min às 16h35min (3 a 12 anos) Sábado 09h30min às 11h15min (3 a 18 anos) Sábado 15h20min as 16h30min (19 a 26 anos) 17h00min às 18h20min (13 a 18 anos) Lara 2 CEMA – sede do Recreio CEMA – sede do Recreio Domingo Lara 1 Domingo Lara 2 08h30min às 10h30min (3 a 12 anos) 08h30min às 10h30min (13 a 18 anos) ortalecer a religiosidade desde cedo, através do estudo do Evangelho de Jesus é o objetivo da Educação Espírita Infanto-Juvenil do CEMA, que conta com 130 voluntários para atender um grupo de mais de 800 crianças e jovens. Sendo o amor (o meio) a ferramenta mais segura para se alcançar a educação (o fim), a Educação Espírita tem como objetivo maior a prática do amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, que resume toda a mensagem trazida pelo Cristo. O programa de aulas é baseado nos livros da Codificação feita por Allan Kardec, dentro de temas atuais tratados de acordo com o nível de desenvolvimento cognitivo de cada faixa etária. Todos os conteúdos são trabalhados de forma a estimular educando e educador a revelarem o conhecimento já existente em cada um, aplicando-se uma metodologia inspirada em Pestalozzi, que foi o educador de Allan Kardec. A Educação Espírita Infanto-Juvenil funciona no período de março a dezembro, com um intervalo de férias nos meses de janeiro e fevereiro. Os pais interessados em matricular suas crianças devem procurar a coordenação no dia e horário escolhidos no mês de março de cada ano. Para os jovens, basta comparecer no dia e horário desejados. centro espírita maria angélica o aprendiz Jovens do CEMA invadem a COMEERJ 2008 O maior encontro espírita do Estado do Rio Christiane Jordão E ste ano foi o recorde de participantes do CEMA na XXIX COMEERJ - Confraternização das Mocidades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro, realizada entre os dias 2 e 6 de fevereiro. A COMEERJ reúne mais de 4500 jovens e trabalhadores espíritas em 18 pólos distribuídos em todo estado do Rio de Janeiro, durante o carnaval. No encontro, o Grupo Espírita de Arte Maria Angélica – GEAMA – apresentou a peça ‘O Bom e o Samaritano’, baseada na parábola ‘O Bom Samaritano’. Um grupo de 36 jovens, de 10 a 28 anos e 12 Educadores, todos da Juventude do CEMA, passou os cinco dias de carnaval em comunhão com o Cristo, estudando, cantando, orando e participando de inúmeras dinâmicas. GRUPO DE TEATRO GETEB MUDA O NOME PARA GEAMA Q uando iniciaram as atividades de teatro, em abril de 2004, os jovens do CEMA batizaram o grupo de GETEB - Grupo Espírita de Teatro Eurípedes Barsanulfo, em homenagem àquele grande educador espírita. Mas volta e meia o GETEB era confundido como sendo pertencente ao Centro Espírita do mesmo nome, uma casa amiga e co-irmã situada em Jacarepaguá. Sentindo a necessidade de uma identificação maior com o CEMA e para evitar que fosse visto como algo separado da Casa, tanto interna como externamente, em 2008 o GETEB passou a se chamar GEAMA – Grupo Espírita de Arte Maria Angélica. o aprendiz centro espírita maria angélica Além de mudar de nome, o GEAMA também expandiu suas atividades, abraçando novos projetos artísticos, como fotografia, dança, literatura, vídeo, pintura e música. O PASSE CLÁUDIA MAZZONI “Em todas as reuniões do grupo, junto ao qual funciona Alexandre com funções de orientador, vários são os serviços que se desdobra sob a responsabilidade dos companheiros desencarnados.(...)Um desses serviços era o de passes magnéticos, ministrados aos freqüentadores da casa.” Missionários da luz – Cap. 19 – André Luiz O serviço de passes é um dos mais comuns nas casas espíritas e, também, dos mais procurados. Mas, o que vem a ser o passe? Na literatura espírita há várias e esclarecedoras definições. Comecemos por Kardec. O codificador usa expressões como mediunidade curadora, dom de curar, imposição das mãos, magnetismo, influência fluídica, mas o significado é o mesmo do que hoje se denomina passe. Kardec explica, mesmo, em A Gênese (cap. XIV – Os fluidos), os três tipos de passe, que ele denomina de ação magnética: do médium, sem influência de Espírito desencarnado; dos Espíritos, diretamente, sem a presença de um médium; e misto, que é o comum das casas espíritas, com o médium assistido pelos Espíritos protetores. Jacob Melo, em seu livro O Passe, diz que o significado de passe pode variar. Usa-se para se referir ao movimento, ao gesto, ou, atualmente, com o significado de fluidoterapia. Diz também que Albert de Rochas (1837-1914), estudioso do magnetismo, já se utilizava do termo “passe”. Cita, ainda, um estudo de Gabriel Delanne sobre o tema, em que ele relata que “os egípcios (...) empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes e a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias”. Isso mostra a antigüidade da técnica e que, ainda, eram utilizadas, a técnica e o termo, ao tempo de Kardec, pois Delanne foi seu contemporâneo e seguidor. André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, diz: “O passe, como gênero de auxílio, invariavelmente aplicável sem qualquer contra-indicação, é sempre valioso no tratamento devido aos enfermos de toda classe”. E Emmanuel explica, em O Consolador: “O passe é uma transfusão de energias psíquicas”. Muitas das Casas Espíritas atuais ministram passes após as reuniões públicas. São os chamados passes de harmonização, podendo ser visto como o “genérico” dos passes. Mas há aqueles que acham que não é necessário dar o passe em um por um, utilizando as mãos, pois bastaria o pensamento, reservando-se os passes individuais para os casos de tratamento espiritual. De fato, é bem possível que um dia vá bastar o pensamento dirigido pela vontade educada, controlada, algo difícil no atual estágio de evolução dos médiuns em geral. E o próprio Jesus, senhor absoluto de sua vontade, impunha as mãos. Ele certamente não o necessitava, mas talvez o fizesse para mostrar que isso ajudaria a dirigir o pensamento dos portadores de vontades pouco educadas. André Luiz fala, também, de técnicos desencarnados especializados em passes, em Missionários da Luz, e pergunta ao Instrutor Alexandre se os encarnados podem colaborar nesse serviço de auxílio magnético. Alexandre responde que todos poderiam colaborar, se se esforçassem pelo próprio aperfeiçoamento. “Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção”, diz o Instrutor. E ele continua: “Quando nos referimos às qualidades necessárias aos servidores desse campo de auxílio, a ninguém desejamos desencorajar, mas orientar as aspirações do trabalhador para que a sua tarefa cresça em valores positivos e eternos”. No mesmo livro fala ainda de “vinte entidades de nobre hierarquia (desencarnados) que movimentavam o ar ambiente, com gestos rítmicos, executando operações magnéticas de santificação do recinto”. Eles não impunham as mãos, somente, como fazia Jesus: eles movimentavam as mãos em gestos rítmicos, porque talvez a força de pensamento deles, mesmo descritos como de nobre hierarquia, não bastasse. Ministrar passes, sempre obedecendo à disciplina da Casa Espírita a que se serve, proporciona oportunidade ímpar de trabalhar servindo, doando, aprendendo a praticar a caridade diretamente, em toda a sua extensão. Faz parte da evolução de todo médium, em qualquer estágio de desenvolvimento, aprender a ajudar a quem necessita, e, com toda a certeza, o passe é uma das maiores fontes de gratificação, fortalecimento e compromisso no bem, contribuindo ostensivamente para o crescimento espiritual de quem o pratica. centro espírita maria angélica o aprendiz AS CÉLULAS TRONCOS E A BIOÉTICA Luis Mário Duarte A questão de células-tronco esbarra com um problema bioético, que é a definição da hora da morte. Antigamente era a parada cardiorespiratória, hoje é a morte troncocerebral. De onde vem as células-tronco? Do embrião. Todo embrião é vivo? Tem um espírito ali? A bioética contempla as questões espirituais, tanto dos católicos, como dos protestantes, dos espíritas, porque cada um tem uma percepção diferente quanto ao momento em que o espírito se liga ao embrião. A Doutrina Espírita é fundada na ciência, por isso o Espiritismo está sempre aberto a inovações. Os reprodutores humanos são templos de engenharia genética espiritual, que é um ramo missionário da medicina. Mesmo que não saibam, estes médicos são instrumentos da espiritualidade superior para trazer ao mundo algumas almas. Os médicos nunca trabalham sozinhos, mesmo que sejam ateus, porque existem interesses transcendentais por trás disso. A espiritualidade, diante do nível tecnológico, sabe quais embriões são mais viáveis. Nem todos os embriões terão laços espirituais. Aquele que está ligado a um embrião congelado tem este carma. Se o médico resolver reduzir ou congelar algum embrião que foi ligado ao perispírito, os espírito desligam, senão os médicos seriam transformados em aborteiros. Se este embrião congelado não tem laço perispiritual, qual seria o entendimento de se utilizar as células deste corpo que tem vitalidade, mas não tem um espírito ligado para fins científicos? Não há nenhum problema, pois não se está tirando de um ser a oportunidade dele ter a sua experiência no mundo físico. As pessoas acham que todo processo de fecundação é igual a um laço perispiritual. Os espíritos dizem que não, tanto que um corpo pode ter vida orgânica e não ter um espírito ali. Muitas vezes a pessoa já desencarnou e a máquina orgânica ainda está em atividade. Se isto é válido para a morte biológica de um adulto, é também válido para um embrião que não tem um laço. Se as o aprendiz centro espírita maria angélica células disponíveis não vão gerar nenhum prejuízo espiritual para ninguém, acho uma vantagem muito grande para a ciência. É uma discussão em aberto ainda dentro do Espiritismo. Qualquer médico bem intencionado é amparado pela espiritualidade, independente de sua crença. Como ele está ali a serviço do Altíssimo para a procriação, não para destruir, mas para gerar, a espiritualidade o protege o tempo inteiro. Acredito que, por causa das pressões éticas, os pesquisadores vão desenvolver tecnologia para conseguir células sem sacrificar o embrião. É que no momento este é o material disponível. Como é uma operação assistida, quanto mais avançado é o espírito, mais assistida é a reencarnação, o detalhamento do código genoma do reencarnante, dos cuidados perinatais. É impressionante o zelo que eles tem, pois estão formando a maquinaria e a indumentária que o espírito vai envergar por décadas. Se o Espírito tem recursos elevados, está muito bem guardado. Se é comprometido e existe a possibilidade de reencarnar, mesmo numa situação difícil, numa mãe que não consegue a maternidade por meios naturais, temos que admitir que esta reencarnação está sendo assistida, porque, por meios naturais, impulsivos, ou emocionais, intuitivos, isto não ocorreria, só dentro de um consultório médico. A ciência permite isto. Existe um esforço conjugado, não só do casal que se ama e quer um filho, não é só a natureza em cena, é a ciência interferindo. Muitas inteligências encarnadas e desencarnadas estão ligadas a este processo. Se a gente postular que todos estes processos reencarnatórios assistidos – fertilização in vitro, implantação – têm o amparo da espiritualidade para o êxito, devemos deduzir que eles estão no controle da situação, em impedir um dano para um reencarnante que não merece uma situação qualquer, e para o médico que tem a melhor boa vontade e intenção de servir à humanidade. A espiritualidade sempre age com amor e sabedoria.