MISTURAS ASFÁLTICAS PARA PAVIMENTOS DE
RODOVIAS NO ESTADO DA PARAÍBA
Carla Cavalcante
Ricardo Almeida de Melo
MISTURAS ASFÁLTICAS PARA PAVIMENTOS DE RODOVIAS NO ESTADO DA
PARAÍBA
Carla Cavalcante Araújo
Ricardo Almeida de Melo
Universidade Federal da Paraíba
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
RESUMO
Essa pesquisa teve o objetivo de analisar a viabilidade do uso de agregado calcário como substituto do agregado
granítico em misturas asfálticas para revestimento de pavimentos. Dessa maneira, após a coleta dos materiais,
realizou-se os ensaios de granulometria, absorção e densidade de agregado graúdo, massa específica do agregado
miúdo, abrasão “Los Angeles”, durabilidade e método Marshall. E a partir deles, verificou-se que o material
calcário apresenta propriedades físicas inferiores ao material granítico. Porém, a adição do pó de pedra calcário na
mistura asfáltica aumentou a sua estabilidade, sem a necessidade de aumento do teor ótimo de asfalto, o que pode
viabilizar a utilização dessa substituição.
1. OBJETIVO DO TRABALHO
Estudar a viabilidade da utilização de agregados convencionais em misturas asfálticas, a partir
da substituição parcial de agregados provenientes de rochas graníticas por agregados oriundos
de rochas calcárias, visando o aprimoramento na composição do revestimento asfáltico no
Estado da Paraíba com o uso de diferentes materiais.
2. MÉTODO DE TRABALHO
A primeira parte da pesquisa foi a revisão da literatura para obtenção de conhecimentos que
justifiquem o objeto de estudo e auxiliem na análise de resultados. Após, foi realizada a coleta,
seleção e separação do material, composto por agregados graníticos, calcários e pelo cimento
asfáltico CAP 50/70 disponibilizados por pedreiras do Estado da Paraíba.
Os ensaios de caracterização física realizados foram: análise granulométrica (DNER
ME:083/1998), absorção e densidade de agregado graúdo (DNER ME:081/1998), massa
específica do agregado miúdo (DNER ME:194/1998), abrasão “Los Angeles” (DNER
ME:035/1998) e durabilidade (DNER ME:089/1994).
Para a caracterização mecânica das misturas asfálticas, o ensaio executado foi o método
Marshall (DNER ME:043/1995). Para essa etapa, foram produzidas as misturas entre o material
granítico (agregado graúdo) e o calcário (pó de pedra) e entre materiais graníticos com
granulometrias diferentes.
Ao final dos ensaios planejados, realizou-se a análise dos resultados obtidos por meio de
comparações com valores encontrados na literatura e verificações com as normas do DNIT.
3. RESULTADOS OBTIDOS
A tabela 1 expõe os resultados obtidos na caracterização física dos agregados:
Tabela 1: Resultados da caracterização física dos agregados
Ensaio/Material
Abrasão Los Angeles (%)
Absorção (%)
Massa esp. aparente (g/cm³)
Massa esp. (g/cm³)
Agregado granítico
Nº 19
40
0,7
2,75
-
Nº 12
1,1
2,73
-
Pó de pedra
2,73
1
Agregado calcário
Nº 19
62
7,4
2,2
-
Nº 12
9,1
2,19
-
Pó de pedra
2,49
De acordo com os resultados, verifica-se que o agregado granítico atende todas às
especificações vigentes exigidas, conforme Bernucci et al. (2008). Em contraposição ao
agregado calcário, o qual apresenta um valor de absorção maior que 2%, caracterizando-se
como um agregado de grande absorção. Em relação à abrasão “Los Angeles”, verificou-se que
o agregado calcário apresentou valor que ultrapassa o limite exigido, que fica entre 40 e 55%,
indicando que o material não resiste adequadamente ao desgaste por atrito. Em referência a
durabilidade, o agregado calcário não apresentou um resultado satisfatório, já que o valor obtido
foi de 76%, sendo que o valor máximo estabelecido é de 12%.
A tabela 2 contém os resultados da caracterização mecânica das misturas asfálticas:
Tabela 2: Resultados da caracterização mecânica das misturas asfálticas
Misturas asfálticas
Granito (graúdo) +
granito (miúdo)
Granito (graúdo) +
calcário (pó de pedra)
Teor
Estabilidade
ótimo
(N)
(%)
Massa esp.
(g/cm³)
Volume
de vazios
(%)
Vazios do
agregado
(%)
Relação de
Fluência
betume/vazios
(mm)
(%)
4,8
940
2,44
3,4
14,82
77
0,35
4,8
1375
2,36
3,5
14,70
78,5
0,57
Por meio dos resultados da tabela 2, a adição do pó de pedra de origem calcária aumentou,
significativamente, a estabilidade da mistura, sem necessidade de maior teor ótimo de asfalto.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em função dos resultados da caracterização física dos agregados, verificou-se que o material
calcário apresentou resultados insatisfatórios em relação ao material granítico. Em
contrapartida, no ensaio de caracterização mecânica verificaram-se melhorias na resistência da
mistura asfáltica com a adição do pó de pedra calcário. Desse modo, pode-se constatar a
viabilidade da substituição do agregado granítico pelo agregado calcário nas misturas asfálticas.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico, pela disponibilização da bolsa de estudo, à
PETROBRAS, pelo auxílio financeiro, e, aos técnicos e alunos do Laboratório de Geotecnia e Pavimentação
(LAPAV), pela contribuição com a realização dos ensaios.
REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS
Bernucci, L. B. et al. (2008) Pavimentação Asfáltica – Formação Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro:
Petrobras – Asfaltos/Abeda.
DNER (1998) DNER-ME 083: Agregados - Análise granulométrica. Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem, Rio de Janeiro.
DNER (1994) DNER-ME 089: Agregados – Avaliação da durabilidade pelo emprego de soluções de sulfato de
sódio ou de magnésio. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Rio de Janeiro.
DNER (1998) DNER-ME 035: Agregados - Determinação da abrasão “Los Angeles”. Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem, Rio de Janeiro.
DNER (1998) DNER-ME 081: Agregados - Determinação da absorção e da densidade de agregado graúdo.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Rio de Janeiro.
DNER (1998) – DNER-ME 194: Agregados – Determinação da massa específica de agregados miúdos por meio
do frasco Chapman.. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Rio de Janeiro.
DNER (1995) – DNER-ME 043: Misturas betuminosas a quente – ensaio Marshall. Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem, Rio de Janeiro.
Carla Cavalcante Araújo ([email protected]), Aluna de graduação
Ricardo Almeida de Melo ([email protected]), Professor orientador
Universidade Federal da Paraíba, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
Cidade Universitária, s/n - João Pessoa, PB, Brasil
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