Impresso
Especial
1000013823-DR/CE
FIEC
CORREIOS
Uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará
Ano II n No 20 n janeiro de 2009
Menos conversa
e mais ação
Para superar os efeitos da crise financeira
mundial é preciso adotar medidas concretas
que neutralizem as dificuldades inerentes a
esse fenômeno. Ou seja: trabalhar mais do
que conversar. Nessa linha, a FIEC firmou
convênios com a Caixa e o Banco do Brasil,
disponibilizando linhas de crédito diferenciadas
às indústrias a ela ligadas. Outra medida é o
início do Programa de Desenvolvimento da
Competitividade (Prodecom).
Mais saúde, educação, lazer
e responsabilidade social
Essa agenda não é de governo. É o QUE O SESI FAZ em prol
do trabalhador da indústria e da sociedade cearense
Uma publicação do Sistema Federação
das Indústrias do Estado do Ceará
JANEIRO 2009 | No 20
................................................................................................
Estágio
8
Nova realidade
Mesmo diante da redução
inicial na oferta de vagas, a
nova regulamentação começa
a ser assimilada.
Calçados
10
Desafiando a crise
Ceará assume o segundo
lugar no ranking das
exportações do segmento
no país.
Automotivo
14
Capa
Crédito para a indústria
18
A FIEC se antecipou às possíveis dificuldades de crédito
advindas com a crise mundial e fechou convênio com a
Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para
o oferecimento de condições especiais às empresas
do Ceará filiadas aos sindicatos da entidade.
Mão-de-obrA
Referência em capacitação
profissional, o SENAI da Barra
do Ceará passa a sediar centro
de treinamento da Toyota.
12
Serrarias
Rede Madeiras
Carga tributária
22
efeito cascata
Apesar da estabilidade,
os governos continuam
aumentando alíquotas e
criando impostos.
Qualificação
26
Há 60 anos, o SESI/CE presta serviços sociais no intuito de atender às
necessidades das empresas e dos industriários, contribuindo para a melhoria
das relações de trabalho, da qualidade de vida do trabalhador e da produtividade
industrial. São iniciativas que extrapolam os limites da indústria, beneficiam a
comunidade cearense e permitem ao setor produtivo cumprir seu papel social.
Vagas gratuitas
Em 2009, o SENAI/CE
vai oferecer 8.856 vagas
gratuitas em seus
cursos regulares.
Central de Negócios comemora
primeiros resultados de trabalho
conjunto do setor de serrarias.
28
Desertificação
Meio ambiente
Efeito humano agrava quadro
do Ceará em relação à
susceptibilidade à desertificação.
................................................................................................
SEÇÕES
5 MENSAGEM DA PRESIDência
Hora de arregaçar as mangas
6 Notas&Fatos
www.sfiec.org.br/sesi
FIEC/AIRM
FIEC reúne jornalistas
17 Inovações&descobertas
Robôs viram máquinas
de prototipagem rápida
MensagemdaPresidência
Federação das Indústrias do Estado do Ceará — fiec
DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Roberto
de Carvalho Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e Wânia Cysne Medeiros Dummar Diretor administrativo Affonso Taboza Pereira
Diretor financeiro Álvaro de Castro Correia Neto Diretor administrativo adjunto José Moreira Sobrinho Diretor financeiro adjunto José Carlos
Braide Nogueira da Gama. Diretores Verônica Maria Rocha Perdigão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro, Cândido Couto
Filho, Flávio Barreto Parente, Francisco José Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da
Ponte Filho, José Sérgio França Azevedo, Júlio Sarmento de Meneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio Norões Tavares, Marcos
Veríssimo de Oliveira, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz CONSELHO FISCAL Efetivos Frederico Hosanan
Pinto de Castro, José Apolônio de Castro Figueira e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Hélio Perdigão Vasconcelos,
Fernando Antonio de Assis Esteves e José Fernando Castelo Branco Ponte Delegados na CNI Efetivos Roberto Proença de Macêdo
e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de Carvalho Fujita
Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Rubens Fontenele Albuquerque
Serviço Social da Indústria — sesi
CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Alexandre Pereira Silva,
Carlos Roberto Carvalho Fujita, José Moreira Sobrinho e Marcos Silva Montenegro Suplentes Flávio Barreto Parente, Geraldo Basto Osterno
Júnior, Vanildo Lima Marcelo e Verônica Maria Rocha Perdigão Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco
Assis Papito de Oliveira Suplente André Peixoto Figueiredo Lima Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson
Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes do Sindicato das Indústrias de Frios e Pesca no Estado do
Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria
Efetivo Aristides Ricardo Abreu Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — senai
CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Affonso Taboza Pereira,
Álvaro de Castro Correia Neto, Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo e Ricardo Pereira Sales Suplentes José Carlos Braide Nogueira da Gama,
Francisco José Lima Matos e Hercílio Helton e Silva Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima
Suplente Samuel Brasileiro Filho Representante do Ministério do Trabalho Efetivo André Peixoto Figueiredo Lima Suplente Francisco Assis
Papito de Oliveira Delegado da Categoria Econômica da Pesca Efetivo Maria José Gonçalves Marinho Suplente Eduardo Camarço Filho
Representante dos Trabalhadores da Indústria Efetivo Francisco Antônio Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima
Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE Francisco das Chagas Magalhães
Instituto Euvaldo Lodi — IEL
Diretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales
Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) — DRT/CE Nº 53 Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), David Negreiros
Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]) e Luiz Henrique Campos ([email protected]) Fotografia Sebastião Alves ([email protected])
e José Sobrinho Diagramação e coordenação gráfica Ítalo Araújo Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901.
Telefones (085) 3421.5435 e 3421.5436 Fax (085) 3421.5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações
com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares
Diagramação - Editora Assaré Ltda/Vladimir Pezzole — Impressão Marcograf
Publicidade (85) 3421-5434 e 9187.5063 — [email protected] e [email protected]
Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec
Editoração - Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM)
Revista da FIEC. – Ano 2, n 20 (jan. 2009) – Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 v. ; 20,5 cm.
Mensal.
ISSN 1983-344X
1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias do
Estado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.
CDU: 67(051)
| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
Roberto Proença de Macêdo
Hora de arregaçar
as mangas
C
hegou a hora de dar um novo tratamento ao
tema da crise econômica mundial. Já passou o
momento da perplexidade e das especulações.
É preciso trabalhar mais do que conversar.
Para nós, empresários brasileiros, o que importa agora é a adoção de medidas para responder
com a maior rapidez possível às dificuldades naturalmente decorrentes desse tipo de fenômeno.
Temos que fazer uma clara separação entre o que é realmente a crise, o que se trata apenas de
pressão psicológica gerada por ela e
o que é resultante dos ciclos normais
da vida empresarial. Evidentemente
que as turbulências originadas com
a restrição ao crédito nos Estados
Unidos e na Europa são reais; que a
sensação de pânico produzida em vários setores pela quebra de confiança
nos mecanismos de funcionamento do sistema financeiro tem muito
de exagero emocional; e que certas
ocorrências, como a sazonalidade
do mercado e, por conseqüência, no
emprego, fazem parte da dinâmica
de alguns setores.
É certo que as ações a serem empreendidas para minimizar os efeitos
da recessão externa sobre nós requerem a mobilização de múltiplos
agentes, bem como requer que sejamos proativos, cuidando de fazer, antes de tudo, o que nos
compete, o que é da nossa razão de ser empresarial.
Consciente da natureza dos problemas com os quais
estamos lidando e do nosso papel como empresários,
destaco alguns pontos do meu aprendizado no cotidiano das nossas empresas, e como líder empresarial, que
considero relevantes para o enfrentamento de situações
como as que estamos vivendo no momento:
Agir com serenidade, procurando analisar de forma muito criteriosa os reais efeitos da crise sobre cada setor, cada negócio e cada empresa. Não agir só porque ouviu dizer.
Ser proativo, tendo a coragem de fazer o que está ao
alcance de cada um e de aproveitar as oportunidades geradas pela própria crise.
Reforçar as ações coletivas, buscando a união dentro dos segmentos que atua e das cadeias produtivas, por
meio dos seus sindicatos.
Manter os talentos humanos da
empresa, valendo-se da relação de total
confiança entre o empresário e o funcionário, para buscar soluções conjuntas de
superação das dificuldades.
Fortalecer as relações com o governo, postulando investimentos públicos,
otimização tributária e definição de uma
agenda comum para o crescimento.
Controlar o caixa, administrando
as dificuldades de obtenção de linhas
de crédito e de eventuais atrasos nos recebíveis com acompanhamento diário e
de forma preventiva.
Ao fazermos a nossa parte, adquiriremos mais autoridade e força para
cobrarmos dos governantes a adoção
das medidas que lhes cabem, tais
como o aumento dos investimentos
públicos, a redução da taxa básica de
juros, a desoneração da carga tributária e a efetivação das reformas trabalhista e fiscal.
Assim, com cada qual fazendo o que lhe diz respeito,
criaremos as condições para possibilitar uma conjunção
maior de forças necessária para a realização de vigorosas
ações econômicas e sociais, capazes de superar os obstáculos e assegurar a diminuição das desigualdades e o aumento
da prosperidade que vêm sendo sedimentados nos últimos
anos.Vamos arregaçar as mangas!
Temos que fazer
uma clara
separação entre o que é
realmente a crise, o que
se trata apenas de
pressão psicológica
gerada por ela e o que é
resultante dos ciclos
normais da vida
empresarial.
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
O
q u e
Notas&Fatos
a c on t e c e
no
S is t ema
F I E C ,
na
P o l í t c a
Comércio exterior
Confraternização
CIN/CE apoia
evolução das
exportações
FIEC reúne jornalistas
No ano passado, o
Ceará superou a meta
de 1,2 bilhão em suas
exportações, registrando
um crescimento de 11,2%
em relação a 2007.
Durante todo o ano, o
Centro Internacional de
Negócios (CIN) da FIEC
cumpriu o seu papel
de estímulo à cultura
exportadora no estado.
Entre outras ações, a
entidade articulou a
participação de empresas
cearenses em dez missões
internacionais, realizou
364 atendimentos no
balcão do exportador
– local onde o empresário
encontra informação
estratégica e orientação
para atuar no mercado
internacional – e emitiu
5.132 certificados de
origem, documento que
deve ser providenciado
pelo exportador e que
torna os produtos mais
competitivos e com
maiores oportunidades
de inserção em mercados
com os quais o Brasil
mantém acordos.
>> Cartas à redação
contendo comentários ou
sugestões de reportagens
podem ser enviadas para a
Assessoria de Imprensa e
Relações com a Mídia (AIRM)
Avenida Barão de Studart,
1980, térreo, telefone:
(85) 3421-5434.
E-mail: [email protected]
e
na
E c onomia
2008
Ano de grandes
resultados para
o SESI/CE
“
O momento atual é de extrema cautela. Mas o
momento também é de muito trabalho, para
que sejam mantidas as esperanças de um futuro
melhor ao nosso estado e ao nosso país.” A frase é parte
do discurso do presidente da FIEC, Roberto Proença
de Macêdo, durante almoço de confraternização com
jornalistas cearenses realizado em 14 de janeiro na Casa
da Indústria. Além de apresentar as perspectivas do setor
industrial para este ano – que começa sob o impacto
da crise internacional –, o presidente da FIEC fez uma
retrospectiva do ano de 2008 para a indústria cearense
(que registrou crescimento de 5,44% em seu PIB até o
terceiro trimestre), das exportações do estado (que superou
em 2008 a meta de 1,2 bilhão de dólares) e fez um balanço
das atividades do Sistema FIEC.
Formação Cidadã
FIRESO dá continuidade às ações
Em 2008, o Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) deu
continuidade às ações do Programa Formação Cidadã. A iniciativa
consiste numa rede de 21 instituições de ensino superior que
se unem na produção e disseminação de conhecimento sobre a
temática da responsabilidade social. Devido aos bons resultados
alcançados, o programa será disseminado em cinco federações
de indústrias do país, numa parceria com o Conselho Temático de
Responsabilidade Social da CNI.
| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
No ano em que completou
60 anos, o SESI/CE
consolidou sua atuação
nas áreas da educação,
saúde, lazer, cultura e
responsabilidade social.
Em 2008, teve início
o Programa Indústria
Saudável, que atendeu
40.000 trabalhadores.
O programa busca
melhorar a produtividade
e competitividade das
indústrias da promoção
de um estilo de vida
saudável, adoção de
ambientes saudáveis
de trabalho e
disponibilidade de
assistência em saúde
ao trabalhador. Mais
números: na educação
continuada, foram
efetuadas cerca de 47.000
matrículas; na área da
responsabilidade social, o
Prêmio SESI Qualidade no
Trabalho atingiu o número
recorde de 196 empresas
participantes. Já os Jogos
do SESI reuniram quase
3.000 industriários.
Notas&Fatos
Ginástica na empresa
SENAI/CE
benefÍcios para
INDÚSTRIAS e
trabalhadores
Quase 60.000 alunos
matriculados em 2008
.................................................
O Programa SESI Ginástica
na Empresa beneficiou mais
de 20.000 industriários
de 81 empresas do Ceará
em 2008. A iniciativa
visa melhorar a saúde
ocupacional e geral
dos trabalhadores,
sensibilizando-os para a
prática regular de atividades
físicas, a valorização das
boas relações no trabalho
e a prevenção de doenças.
Ministradas por um
professor de educação física,
as aulas não provocam
sudorese ou cansaço físico,
pois os exercícios são de
baixa intensidade, com
ênfase em alongamentos,
relaxamento, exercícios
posturais, exercícios
dinâmicos e lúdicos. A
ginástica é realizada na
própria empresa, no início,
meio ou fim do expediente.
Informações: 3421-5848.
SENAI/CE contabilizou
quase 60.000
matrículas em educação
profissional no período de
janeiro a novembro do ano
passado. No mesmo período,
foram realizados serviços
técnicos e tecnológicos em
492 empresas, totalizando
mais de 25.000 horas
técnicas realizadas. Os
atendimentos foram
O
n Com matéria-prima
AGENDA
......................................................
n O IEL/CE está com inscrições
abertas até 17 de fevereiro
para o curso de pós-graduação
em Administração de Recursos
Humanos. Informações:
3421-6508 e 3421-6509.
n Contrariando as
estatísticas, os gigantes
do algodão vão manter
e outros vão até mesmo
aumentar a área plantada
com a pluma no Brasil
em 2009 e 2010. Nesta
safra, a 2008/09, a
área plantada com
o algodão deve cair
20,7%, na média do
país, para 854,5 mil
hectares. Grandes grupos,
como SLC Agrícola, e
produtores “gigantes” de
Mato Grosso e Bahia vão
apostar suas fichas
na cultura.
desenvolvidos nas 24 áreas
de atuação do
SENAI/CE, tais como
alimentos e bebidas,
automação, automotiva,
couro e calçados, construção
civil, eletroeletrônica,
energia, gás natural,
gestão/administração,
gráfica e editorial,
informática, têxtil e
vestuário, dentre outras.
Encontro internacional
n Em 26 e 27 de março,
o CIN/CE realizará o curso
Contratos Internacionais.
O objetivo é propiciar uma
visão geral e crítica sobre a
problemática da contratação
internacional, sob a ótica dos
que importam e exportam e da
análise econômica do Direito,
no que tange à formação
dos contratos internacionais.
Informações: 3421-5419.
CURTAS
Oportunidades de
negócios para MPEs
E
m 26 e 27 de março, o
Centro de Negócios
do Sebrae em
Fortaleza será palco do 13º
Encontro Internacional
de Negócios do Nordeste,
oportunidade para pequenos
e microempresários
interessados em colocar
seus produtos no exterior.
Seguindo o exemplo de anos
anteriores, devem confirmar
presença empresas da África
do Sul, Alemanha, Angola,
Argentina, Cabo Verde,
Ilhas Canárias, Chile, Costa
Rica, Espanha, Estados
Unidos, França, Holanda,
Itália, Jordânia, México,
Moçambique, Paraguai,
Polônia, Portugal, Rússia e
Senegal, dentre outros. O
evento tem o apoio da FIEC.
As inscrições estão abertas no
site www.ce.sebrae.com.br
– [email protected].
mais cara, queda na
demanda e dívidas em
dólar, a indústria gráfica
brasileira enfrentará um
ano difícil, afirma Alfred
Plöger, presidente da
Associação Brasileira
da Indústria Gráfica
(Abigraf). Para ele, os
gráficos precisam se
conscientizar de que
terão de reduzir custos,
administrar estoques e
de que um aumento de
preços neste contexto de
crise é inviável.
n Nos últimos seis
anos, o Ceará foi o
estado do Nordeste que
mais recebeu recursos
da Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco
(Chesf). Entre 2003 e
2008, a Chesf investiu no
estado R$ 500 milhões
em empreendimentos que
fazem a transmissão de
energia, correspondendo
a 25% de tudo que a
companhia investiu
no Nordeste.
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
Estágio
Sem medo do novo
Com o apoio do IEL/CE, a inovação
fica ao alcance de sua empresa
Mesmo ocasionando uma redução inicial na oferta de vagas para estágio,
nova regulamentação começa a ser assimilada por empresas e órgãos
públicos. No Ceará, o IEL está à disposição para esclarecer dúvidas
Perspectivas
S
P
assados pouco mais de 120 dias desde
a aprovação da Lei nº 11.788/2008,
a chamada Lei do Estágio, já é possível constatar alguns impactos da
nova regulamentação na oferta de
vagas para estudantes cearenses. Segundo a
gerente da Área de Estágio e Novos Talentos
do IEL/CE, Aurineli Freire Castelo Branco,
houve uma queda de aproximadamente 20%
na contratação de estagiários no Ceará.
“Foi uma redução esperada para esse primeiro momento. Os órgãos públicos e muitas empresas pararam de abrir novas vagas por não
terem previsto os gastos com o recesso remunerado em seus orçamentos. No entanto, neste começo de ano, a Caixa Econômica Federal
(CEF) e o Banco do Brasil (BB), por exemplo, já
voltaram a contratar estagiários”, revela.
De acordo com Aurineli, as empresas estão
se adaptando à nova lei e aquelas que reconhecem o talento e a importância dos estudantes não deixarão de contratar estagiários
por conta de alguns gastos extras. Segundo a
gerente da Área de Estágio do IEL/CE, um dos
pecados da nova regulamentação foi não ter
dado tempo suficiente para que as empresas
| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
se adaptassem às mudanças. Além disso, “há
alguns pontos mal escritos que geram dúvidas
na hora da interpretação”.
Um dos aspectos polêmicos é sobre o pagamento do recesso remunerado. A lei diz que
se o estudante estagia durante seis meses tem
direito a receber o recesso remunerado proporcional. No entanto, o artigo anterior afirma
que o benefício deve ser pago após um ano de
estágio. “É como se um artigo contradissesse
o outro. Essa questão carece de um melhor
esclarecimento. Nós orientamos as empresas
a pagarem o proporcional para evitar problemas”, afirma Aurineli.
Com o intuito de esclarecer as dúvidas das
empresas sobre a nova lei do estágio, o IEL/CE
dará continuidade em 2009 ao trabalho iniciado após a aprovação da regulamentação. Ao
longo deste ano, serão realizadas reuniões bimestrais do Fórum Cearense de Estágio – espaço que reúne instituições de ensino e empresas
– para discutir a lei. O primeiro encontro está
previsto para meados de fevereiro. Além disso,
a entidade possui uma linha direta para dirimir questões relacionadas à lei. O número de
contato é (85) 3261-6766.
O IEL/CE atua na perspectiva de que o uso de novas tecnologias
pela indústria é condição indispensável ao crescimento de uma
economia globalizada. No desenvolvimento dessa missão, a
entidade se faz presente em todo o estado, por intermédio das áreas
de Estágio e Novos Talentos, Capacitação Empresarial, Intermediação
Tecnológica e Prospecção e Tendências.
IEL, a marca do desenvolvimento empresarial
FIEC/AIRM
FIEC/AIRM
Em 2009, a oferta de vagas de estágios deverá ser menor do que no ano passado
obre as perspectivas
para 2009, Aurineli
acredita que a oferta
de vagas para estágio no ano
não deve ser igual a 2008,
quando o IEL/CE alocou 2.800
estagiários no mercado. A
previsão é feita não por causa
da Lei do Estágio, mas tendo
em vista a crise econômica
mundial. “Muitas empresas
estão receosas por causa da
crise, o que pode acarretar
redução da oferta de vagas
para estágio”, diz.
Uma das novidades da
Área de Estágio e Novos
Talentos para este ano é o
início do Projeto Bolsa de
Iniciação Tecnológica IEL-BNB.
A iniciativa é resultado de
parceria entre o IEL/CE e o
Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) e tem o objetivo de
estimular a interação entre
centros de ensino e micro e
pequenas empresas (MPEs) da
indústria, comércio ou serviços,
por meio do incentivo à
transferência de conhecimento.
A partir das necessidades
identificadas nas 30
MPEs participantes do
programa, alunos de
graduação orientados por
um professor buscarão
soluções que possibilitem o
desenvolvimento tecnológico
e ampliem a produtividade e
competitividade das empresas.
Cada estudante participante
receberá, durante seis meses,
bolsa de R$ 350 mensais.
www.iel.org.br
Av. Barão de Studart, 1980 - telefone: 3421-6500 - Cep 60.120.901
CACIO MURILO/AGÊNCIA SEBRAE
Calçados
Desafiando a crise
Enquanto Rio Grande do Sul e São Paulo amargaram queda nas
exportações de calçados em 2008, o Ceará assumiu o segundo lugar
no ranking dos maiores estados brasileiros exportadores do produto
N
a contramão da crise mundial, a indústria calçadista
cearense teve muito a comemorar em 2008. As exportações de calçados alcançaram
no período de janeiro a novembro do
ano passado o faturamento de US$
316,13 milhões. O montante evidencia um crescimento de 13,7% frente às
vendas externas do setor no mesmo pe-
10 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
ríodo de 2007 (US$ 277,98 milhões),
garantindo ao Ceará o segundo lugar
no ranking entre os estados brasileiros
exportadores do produto.
Com tal performance, o estado
desbancou São Paulo, um dos maiores polos produtores de calçados do
país, ficando atrás somente do Rio
Grande do Sul, que se mantém como
o de maior faturamento nas exporta-
ções brasileiras de calçados. Enquanto
São Paulo somou US$ 199,88 milhões
nas exportações dos 11 primeiros
meses de 2008, o Rio Grande do Sul
totalizou US$ 1,1 bilhão no mesmo
período. No comparativo entre 2008
e 2007, os dois estados apresentaram
queda nos valores exportados de 4,9%
e 5,8%, respectivamente.
Em pares de calçados o Ceará é o
primeiro do ranking. De janeiro a novembro de 2008, o estado exportou
61,06 milhões, superando o Rio Grande do Sul, que vendeu para fora do
país, no mesmo período, 47,68 milhões
de pares. Em participação no total das
vendas externas nacionais do setor, o
Ceará atingiu o índice de 33,86% contra os 31,56% do vice-líder.
“O motivo de sermos os primeiros
em número de pares exportados e vicelíderes em faturamento com as exportações do mesmo produto é que os calçados da região Sul custam bem mais.
Esse é um dos pontos que nos conferem mais competitividade em tempos
de crise”, observa o superintendente
do Centro Internacional de Negócios
(CIN/CE), Eduardo Bezerra Neto.
Em relação a outros segmentos exportadores cearenses, o setor calçadista também lidera. Na pauta de exportação do estado, ele ganha com folga.
Em segundo lugar vem o setor coureiro: as exportações chegaram a US$
176,12 milhões. No lastro do crescimento das exportações de calçados, as
vendas de couros ao mercado internacional dispararam em 2008, atingindo
36,7% de incremento no comparativo
com o acumulado do ano anterior.
Mas o que motiva tão expressivo
incremento do segmento calçadista
do Ceará no mercado internacional,
mesmo diante do cenário de crise
econômica mundial? Para o presidente do Sindicato de Calçados do Crato
(Sindicalc), Gladimir Gardini, o ponto
chave é a qualidade. “O que coloca o
Ceará nesse patamar é a qualidade do
nosso calçado. Por isso, estamos ganhando visibilidade no exterior e expandindo nossas exportações”, afirma
Gardini, que está confiante em relação
a 2009. “Nossa perspectiva é manter a
posição que conquistamos lá fora ou
até aprimorarmos”, torce.
Aprimoramento que Gardini também deseja para a mão-de-obra do
setor. “Planejamos trazer para o Crato
cursos de aperfeiçoamento para a indústria calçadista local e ainda atrair
empresas para virem se instalar em
nossa região”, projeta. A indústria calçadista do Crato, município localizado
na região do Cariri, reúne 15 empresas,
sendo que 12 são filiadas ao sindicato.
Do total, apenas cinco exportam. “Uma
delas é de grande porte (Grendene) e
quatro são de médio porte. As outras
são pequenos estabelecimentos e tra-
NÚMEROS
316,13
milhões DE dólares é o faturamento
das exportações de calçados cEarenses
De NOV/DEZ 2008
61,06
milhões de pares de calçados
o Ceará exportou em 2008
6,09
DÓLARES é o preço médio do calçado
cearense, contra US$ 21,51 dos calçados
gaúchos e US$ 17,19 dos paulistas.
balham apenas para o mercado interno”, explica o líder sindical.
Para o empresário Marco Aurélio
Norões Tavares, diretor da Bopil,
empresa de calçados que integra o
Sindicato das Indústrias de Calçados
e Vestuário de Juazeiro do Norte e
Região (Sindindústria), outro motivo que mantém o setor calçadista
distante da crise é o fato de fabricar
produtos de maior necessidade e de
custo acessível. “Nossas mercadorias
não precisam de financiamento de
longo prazo e são artigos que se desgastam com o tempo e precisam ser
renovados. E temos, além de qualidade, preço competitivo.”
Em 2009, Tavares prefere não fazer
projeções. “Tudo que exportamos até
agora corresponde a negócios concluídos há mais de três meses. Quando
formos fechar as vendas para os próximos meses é que iremos saber se o
setor será afetado”, destaca o empresário, que integra o Conselho Diretor da
Associação Brasileira da Indústria de
Calçados (Abicalçados), representando
o polo calçadista caririense.
Eduardo Bezerra acredita que o setor de calçados cearense vai conseguir
superar a crise, em função de sua maior
competitividade em relação à concorrência. Segundo ele, o calçado é básico,
tem qualidade, traz comodidade, tem
um bom visual e o preço é acessível.
“Nosso calçado possui duas características fundamentais. Primeiro, é de
uso geral, podendo ser utilizado para
trabalhar 365 dias por ano, devido à
sua qualidade e durabilidade. Depois,
ele não é caro como o calçado alemão
ou mesmo aqueles pares produzidos no
Sul do país”, resume.
Dados da Abicalçados indicam que,
nos últimos meses, o preço médio
do calçado cearense girou em torno de US$ 6,09, contra US$ 21,51
dos calçados gaúchos e US$ 17,19
dos paulistas. Já os chineses, que
conseguem vender mais barato,
produzem calçados considerados
“descartáveis”. Em tempos de crise,
todos reconhecem, é preciso avaliar
o custo-benefício do produto. Quem
tem melhor preço e bom padrão de
qualidade vence na acirrada competição do mercado globalizado.
Amazonas, Maranhão e Piauí. “Só 20%
do que fabrico mensalmente, em torno de
5.000 a 6.000 pares por mês, atende o
Ceará. Para fora do país, o que eu costumo
vender são algumas peças para sacoleiras
ara os pequenos empresários,
de Cabo Verde e Portugal, mas de outubro
que sobrevivem principalmente do
para cá vi que as vendas estão caindo.
mercado interno, a situação é menos
queda foi de 30%; depois,
favorável. Elói Lima, proprietário da Indústria Primeiro, a
.,
em novembro, o faturamento caiu mais
e Comércio de Calçados de Fortaleza Ltda
a, 20%. E não é só comigo. Tem muita gente
que adota o nome fantasia Kild Couro Mod
reclamando não ter atingido a meta do ano.
comercializa 80% de sua produção para
a
Acredito que a situação volte a melhorar só
outros estados como Paraíba, Pernambuco,
a.
estim
”,
partir da segunda quinzena de abril
Alagoas, Sergipe, Roraima, Pará, Bahia,
Pequenos mais
sensíveis à crise
P
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
11
Rede Madeiras
Mais competitividade
para as serrarias
A central de negócios comemorou em dezembro de 2008 o
primeiro de três grandes carregamentos de madeira para as 12
empresas do grupo, barateando o produto
C
omposta por 12 empresas do setor de serrarias
da região metropolitana
de Fortaleza, a recémcriada central de negócios Rede Madeiras comemorou em
dezembro de 2008 o primeiro de três
grandes carregamentos de madeira
para os 12 estabelecimentos do grupo. A celebração tem dois motivos:
primeiro, pelo barateamento do produto, com custo 30% menor; segundo, porque a ação, na verdade, é a
concretização de uma proposta de
associativismo no segmento iniciada
em julho de 2007.
Fruto de trabalho desenvolvido
pelo IEL/CE, por meio do Programa de Apoio à Competitividade
das Micro e Pequenas Empresas
(Procompi), as serrarias do Ceará
vêm passando, desde meados de
2007, por um processo de melhorias. Na época, foi elaborado um
plano de ação conjunto envolvendo empresários, o IEL e o consultor Ítalo ­Robson ­Mourão Dias.
Como consequência do trabalho
compartilhado, foram montadas ofi-
cinas específicas na área do associativismo e elaborado um programa de
consultoria. “O resultado foi o surgimento da central de negócios Rede
Madeiras”, diz Tereza Cristina Pereira do ­ Nascimento, coordenadora do
Procompi – setorial serrarias. Objetivo: promover o desenvolvimento
das empresas associadas, em seus
aspectos tecnológicos, gerenciais, de
recursos humanos e financeiros.
O passo inicial foi a criação de uma
identidade visual da rede. Depois,
houve a montagem de um estatuto e
o estabelecimento de requisitos para
participação. O principal deles é a filiação ao Sindicato das Indústrias de
Serrarias, Carpintarias e Tanoarias de
Fortaleza (Sindserrarias).
Além de realizar compras em conjunto, a Rede Madeiras pretende elaborar estratégias de venda e até planos
de marketing coletivos. Outros pontos
desejados, ressalta Maria Olívia Barros Nogueira, presidente da rede, são
a qualificação do grupo e a atuação de
forma coletiva na prospecção de mercado. Segundo ela, quando da criação do grupo, o setor estava, de certa
forma, pouco articulado. Mas bastaram apenas 18 meses de convivência
no Procompi para que o potencial do
segmento fosse despertado. “Com a
aproximação, estabeleceram-se laços de confiança, primordiais para se
formar um grupo”, destaca. “Agora
podemos dizer que caminhamos fortes em busca de uma maior competitividade”, frisa Olívia.
Presidente do
Sindserrarias,
Augustinho
Alcântara
Despertar potenciais
A
participação de empresários do
setor de serrarias no Procompi
não fez despertar apenas o
senso mercadológico. Segundo Maria
Olívia, além desse aspecto, também foi
estimulado o sentimento em prol de um
segmento forte. Como reflexo, alguns
desses empresários hoje compõem a
atual diretoria do Sindserrarias, renovada
no meio do ano. Com o caminhar
das ações, os próprios participantes
se sentiram estimulados a lutar pelo
fortalecimento do setor.
Para Olívia, a rede é consequência
direta dos cursos do Procompi,
que ensejaram aos participantes a
possibilidade de fortalecimento a partir
de uma atuação em conjunto. A rede
agora se mostra mais segura e está
discutindo futuras ações. Além disso, tem
sido importante a troca de experiências
entre os empresários, abordando vários
aspectos, desde o perfil de fornecedores a
parcerias em vendas.
De acordo com o presidente do
Sindserrarias, Augustinho Alcântara, a
central de negócios é importante para
o setor. Mas ele afirma que a ação é
um serviço independente do sindicato,
mesmo tendo sido criada com seu apoio.
Augustinho faz questão de ressaltar esse
aspecto por considerar necessária a
iniciativa dos empresários de ir além dos
muros do Sindserrarias. “Ações dessa
natureza fortalecem o segmento porque
animam o setor”, considera.
Hoje, o Sindserrarias tem 45 empresas
filiadas. Mas a intenção do sindicato é
ampliar essa participação, procurando filiar
empreendimentos do interior do estado.
Além disso, será estruturado um setor
jurídico e oferecido plano de saúde aos
filiados. O sindicato vai atuar fortemente no
aprimoramento do segmento, por meio da
qualificação, além de procurar promover a
melhoria tecnológica.
ANUNCIE NA
Circulação dirigida
Editada pelo Sistema FIEC, a publicação mostra sua empresa para um público
seleto e formador de opinião. Esteja presente nas próximas edições.
12 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
Informe-se: Sistema FIEC — Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) • Avenida Barão de Studart, 1980 • Aldeota
Fortaleza – Ceará – Brasil • Telefones: (85) 3421-5434, 3421-5436 e 9187-5063 • Publicidade: [email protected] e [email protected]
SENAI/Toyota
100% de
aproveitamento
A
Centro treina mão-deobra para três regiões
A instalação do equipamento no SENAI/CE gerou investimentos
da ordem de R$ 300.000, sendo R$ 260.000 referentes aos
veículos e motores colocados à disposição pela Toyota
R
eferência na capacitação de
mão-de-obra no setor de mecânica automotiva no Nordeste, o Centro de Formação
Profissional Waldyr Diogo
de Siqueira, do SENAI/CE, localizado
na Barra do Ceará, passou a sediar em
dezembro de 2008 o primeiro centro de
treinamento regional da Toyota fora
de São Paulo, onde a montadora funciona. A instalação do equipamento
gerou investimentos da ordem de R$
300.000, sendo R$ 260.000 referentes
aos veículos e motores colocados à disposição pela Toyota.
14 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
O novo núcleo cearense de treinamento automotivo beneficiará, de
início, cerca de 200 técnicos de aproximadamente 18 concessionárias da
marca nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste. A Toyota possui 122
concessionárias em todo o país, reunindo cerca de 1.800 técnicos e 400
consultores de serviços. Dispõe ainda
de duas plantas industriais no Brasil
que reúnem 1.500 colaboradores.
Com a marca Toyota entre seus parceiros, a área de treinamento automotivo do SENAI na Barra do Ceará se
consolida mais ainda como núcleo de
preparação de força do trabalho para o
setor. Instalado em espaço com 6.000
metros quadrados de área, o local conta com cerca de 30 veículos, entre carros e caminhões, destinados exclusivamente para uso didático. Atualmente,
empresas como Ford, General Motors,
Fiat, Renault, Daimler Chrysller, ­Bosch,
Volkswagen e MWM International mantêm parcerias com o SENAI/CE para
treinamento de funcionários.
As parcerias incluem a cessão
pelas montadoras de equipamentos, ferramentas e veículos, além
do repasse de informações atuali-
zadas sobre as últimas novidades
dessas empresas. O SENAI oferece
sua estrutura física e professores. A
entidade mantém também parceria
com outros representantes do setor,
como a Associação da Indústria e
Comércio de Veículos, Peças e Serviços do Estado do Ceará (Assopeças)
e o Sindicato do Comércio de Peças
e Serviços para Veículos Automotores, Ciclomotores e Refrigeração do
Estado Ceará (Sincopeças).
O diretor regional do SENAI, Francisco das Chagas Magalhães, lembra
que nesse cenário de crise é preciso
se proteger contra o pessimismo por
meio do trabalho. Para isso, ressalta, faz-se necessária uma melhor
qualificação da mão-de-obra. Nesse
sentido, o SENAI da Barra do Ceará é referência na formação de trabalhadores para o setor automotivo,
mantendo em média 6.500 matrículas por ano, com praticamente 100%
de inserção no mercado de trabalho.
Magalhães diz ainda que a prova da
consolidação da unidade como referência na formação de mão-de-obra
para o setor é essa parceria com a
montadora japonesa. “Se não tivéssemos bons técnicos, não atuaríamos
em conjunto com uma marca como a
Toyota”, completa.
ntes mesmo do lançamento oficial
do Centro de Treinamento da
Toyota no SENAI, ocorrido
em 5 de dezembro, começaram as aulas
da primeira turma do curso de Técnico
Automotivo Toyota, com a participação
de profissionais de concessionárias
dos estados do Ceará, Amazonas,
Maranhão, Pará, Paraíba e Rio Grande
do Norte. Naquele mês, duas outras
turmas foram concluídas, contando com
treinandos do Ceará, Distrito Federal,
Tocantins e Piauí. Os treinamentos
serão retomados em março. Serão duas
turmas por mês até o final do ano.
Funcionário de uma concessionária
de São Luiz, no Maranhão, Antônio
Manoel, 18, participou da primeira turma
e diz que o aproveitamento pode ser
considerado 100%. Ele, que trabalha
há seis meses na concessionária
maranhense da Toyota, ressalta que
o bom aproveitamento se deve à
estrutura das instalações, mas também à
qualidade dos instrutores do curso.
Manoel já tinha feito curso técnico
em mecânica, mas destaca que os
cinco dias que passou no SENAI/CE
foram fundamentais para consolidar
o aprendizado sobre os produtos da
Toyota. “O treinamento permite que a
gente possa tirar todas as dúvidas que
possamos ter no dia-a-dia.”
A qualidade do treinamento
ressaltada por Manoel pode ser
medida pelo nível da parceria firmada
entre o Departamento Nacional do
SENAI, Departamento Regional
do Ceará e a Toyota do Brasil Ltda.,
em abril deste ano. Para os
treinamentos foram doados, em regime
de comodato, três carros: uma Hilux
CD SRW AT 2006, uma Fielder XEI
2007 e um Corolla SEG 2009, além
de mais de cem ferramentas manuais
e instrumentos vindos da sede da
empresa, no Japão. A Toyota coloca
também à disposição do SENAI/CE
tecnologia atualizada de sua marca,
visando dar condições à entidade
de disseminá-la na rede Norte e
Nordeste e na comunidade em geral,
por meio de cursos de qualificação
profissional e aprendizagem
industrial. O curso é ministrado pelo
instrutor do SENAI Lidenildo Nogueira
Castro, que participou de vários
treinamentos da empresa em São
Paulo, sendo homologado pela Toyota.
Como prova da importância
que a Toyota dedicou à unidade de
treinamento do SENAI/CE, participaram
da solenidade oficial de instalação o
gerente geral de pós-venda Mercosul
da Toyota, Evandro Luiz Maggio, e
o gerente técnico da Toyota para a
América Latina, Toshiyuki Ono. Segundo
Maggio, a empresa tinha inicialmente
a opção de instalar o primeiro centro
de treinamento regional da empresa
no Distrito Federal. Mas o Ceará, pela
qualidade dos serviços do SENAI, acabou
ganhando a unidade. Ele reconhece a
importância do projeto, destacando que
a concorrência exige sempre um melhor
serviço. “É isso que vamos oferecer com
a formação desses profissionais no
SENAI”, afirma Maggio.
Os treinamentos
serão retomados
em março
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
15
Magalhães destaca que promover ações de educação profissional faz parte da missão do SENAI
desde sua criação há 65 anos. Para
ele, a parceria com a Toyota fortalecerá essa missão, por se tratar
de uma empresa onde a excelência
dos serviços representa uma busca
constante. “Desse trabalho resultará sem dúvida o oferecimento de
um melhor profissional para atender os clientes da Toyota”, comemora.
De acordo o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave/CE),
Júlio Ventura, a instalação do centro
de treinamento Toyota no estado
pode ser entendida de duas formas.
A primeira diz respeito ao nível de
profissionalização do trabalhador que
passará a atuar nas concessárias da região. Outro aspecto é que a instalação
sinaliza que a montadora acredita no
Brasil. “Eles são muito pragmáticos e
não iriam fazer um investimento sem
estar bem conscientes do que querem”,
argumenta Júlio Ventura.
50 anos de Brasil
A
Toyota iniciou suas operações no
Brasil em 23 de janeiro de 1958,
com a instalação de um escritório no
Centro de São Paulo. Em dezembro daquele
ano, também em São Paulo, inaugurou sua
primeira linha de montagem, começando
assim suas atividades como fabricante de
veículos no país. Cinco meses mais tarde, a
Toyota lançou o primeiro veículo land cruiser,
que recebeu o nome de Bandeirante.
Em 1961, a montadora adquiriu um
terreno em São Bernardo do Campo
(SP), onde instalou a primeira unidade
industrial Toyota fora do Japão. No ano
seguinte, passou a fabricar o Bandeirante
nacional, que durante 40 anos se
posicionou como referência no mercado
de utilitários. Em outubro de 1999, a
montadora celebrou a produção de
100.000 unidades de utilitários no Brasil.
Com a compra de um novo terreno
de 1,5 milhão de metros quadrados na
cidade de Indaiatuba, no interior de São
Paulo, e com investimentos de US$ 150
milhões, a Toyota do Brasil iniciou, em
1996, a construção de sua principal
fábrica no Brasil, destinada à produção
do Corolla. Outro passo importante para
crescer no Brasil foi a inauguração do
Centro de Distribuição Guaíba, na Grande
Porto Alegre, em março de 2005.
Hoje, a Toyota do Brasil conta com
mais de 2.900 colaboradores distribuídos
entre as unidades de São Paulo (SP),
Indaiatuba (SP), São Bernardo do Campo
(SP) e Guaíba (RS). A linha de produtos
é composta pelo Corolla e Fielder,
produzidos em Indaiatuba; pelas Hilux e
SW4, fabricadas na unidade industrial da
Argentina, em Zárate; e pelos modelos
importados do Japão: os utilitários
esportivos land cruiser Prado e RAV4, o
sedã Camry, além dos luxuosos sedãs da
marca Lexus, o ES350 e LS460l.
A instalação do centro de treinamento Toyota no Ceará
pode ser entendida de duas formas. A primeira diz
respeito ao nível de profissionalização da mão-de-obra que passará
a atuar nas concessárias da região. O outro aspecto é que essa
instalação sinaliza que a montadora acredita no Brasil.
Júlio Ventura, presidente da Fenabrave/CE
VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS disponíveis
Veículos: Fielder XEi com motor
flex 1.8 16V, Hilux SRV com motor
Diesel 3.0L e o Novo Corolla SE-G
com motor flex 1.8 16V.
Os veículos são equipados com
Hilux SRV
» Motor Toyota
3.0 16V DOHC
Diesel com turbo
TGV (tecnologia
de geometria
variável) e intercooler
» Sistema de injeção direta e eletrônica
tipo Common Rail
» Rádio CD com MP3
» AIR BAG duplo frontal
» Freios ABS
16 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
Novo Corolla SE-G
» Comando de válvula
variável inteligente
(VVT-i)
» Transmissão
automática com
controle inteligente
» Freios ABS e EBD
» Air bag duplo lateral e frontal para
conduto e passageiro dianteiro
» Sensor automático de chuva
» Fárois de xenon com regulagem de altura
e lavador
» Sensor de estacionamento (traseiro e
frontal lateral)
» Piloto automático
» Retrovisor interno com antiofuscante
eletrocrômico
» Rádio CD charger para seis discos com
MP3 e comandos no volante
» Coluna de direção com regulagem de
altura e profundidade
» Bancos de couro com
regulagem elétrica no banco
do motorista
» Direção eletroassistida (EPS)
Fielder XEi
» Comando de
válvula variável
inteligente (VVT-i)
» Freios ABS e EBD
» Coluna de direção com
regulagem da altura
» Air bag duplo frontal
Inovaçoes
&Descobertas
Fosfogesso para a
construção civil
Na USP de São Carlos,
no interior paulista, testes
realizados com o fosfogesso,
um subproduto da indústria
de fertilizantes, comprovam
que o produto pode ser
utilizado na construção civil,
até mesmo em substituição
ao cimento convencional. Os
pesquisadores desenvolveram
um método que utiliza esse
material para produzir blocos
para construção civil com
uma resistência que atinge
até 90 megapascal (MPa)
– unidade de resistência à
compressão. Segundo os
cientistas, concretos de alto
desempenho têm em média
uma resistência de 50 MPa. O
método utilizado pela equipe
é conhecido como UCOS
(Umedecimento, Compactação
e Secagem), que é o
processamento do fosfogesso
para obtenção de elementos
cerâmicos de alta resistência.
O modelo de trabalho também
pode ser aplicado em gesso
comum, garante o professor
encarregado pelos testes,
Milton Ferreira de Souza, da
USP. Segundo ele, com a
tecnologia será possível, em
dois anos, desenvolver uma
planta piloto capaz de oferecer
ao mercado da construção civil
produtos como placas e blocos
estruturais de fosfogesso
pré-acabados para construção.
“Em habitações populares
os produtos serão de grande
utilidade, permitindo maior
rapidez e menos trabalho de
acabamento”, afirma.
Robôs industriais viram máquinas de prototipagem rápida
Produzir peças grandes, como pás para
rotores que geram energia eólica, ou hélices de
navios, é um processo trabalhoso, demorado
e caro. Tudo porque o ofício exige a confecção
de um molde gigantesco, num processo que
precisa de muita técnica e tempo. As máquinas
de prototipagem rápida seriam ideais para
essa tarefa, mas elas não conseguem
fabricar peças de dimensões tão grandes.
Agora, engenheiros do Instituto Fraunhofer,
na Alemanha, acreditam ter encontrado uma
solução para otimizar, automatizar e acelerar
o processo de fabricação de grandes moldes.
Eles inventaram uma forma de converter
grandes robôs industriais em equipamentos
de prototipagem rápida capazes de lidar
com as dimensões necessárias para a
fabricação dessas grandes peças. Segundo
o engenheiro Torsten Felsch, os moldes
são usinados diretamente de um bloco,
eliminando a necessidade de construção de um modelo
para a fabricação do molde. Os pesquisadores agora
estão otimizando as rotas que o robô deve seguir ao
trabalhar cada peça para diminuir ainda mais o tempo
de usinagem, além de aprimorar os algoritmos usados
para calcular essas rotas. “Dependendo do processo, isso
pode reduzir os custos à metade ou até a um terço. Várias
ferramentas podem ser combinadas de forma flexível
umas às outras”, explica o pesquisador.
Indústria de alimentos
Pesquisadores da Universidade Metropolitana de
Manchester, na Inglaterra, afirmam ter descoberto uma
forma de acabar com um dos maiores problemas da
indústria de alimentos – a contaminação. O segredo
seria a utilização de titânio nas superfícies de trabalho,
como mesas e áreas de corte. Atualmente, o material
mais utilizado nos equipamentos da indústria de
alimentação é o aço inoxidável. Contudo, a prática
mostra que esse material não é imune à abrasão e
ao desgaste induzidos pelo contato constante com
ferramentas como facas, serras e materiais de limpeza,
o que causa contaminação por bactérias. Segundo
os estudiosos, a bactéria Listeria, por exemplo, fica
retida em fissuras de apenas 0,5 micrômetro de
espessura, mesmo depois da higienização padrão
da indústria. Já os Staphylococcus fixam-se em
ranhuras medindo um micrômetro de largura. O
problema pode ser solucionado, de acordo com os
cientistas ingleses, com a adoção de titânio nessas
áreas de trabalho, na forma de um revestimento
colocado sobre o aço das mesas. Além de ser mais
resistente à abrasão, diminuindo drasticamente a
criação das ranhuras por abrasão, as bactérias têm
mais dificuldade de se fixar ao titânio.
Cerâmica mais dura do mundo é
criada imitando a madrepérola
Controlando o congelamento de partículas de
óxido de alumínio (alumina) suspensas em água
salgada, e adicionando um polímero conhecido
como PMMA (polimetilmetacrilato), pesquisadores
do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos
Estados Unidos, fabricaram uma cerâmica 300
vezes mais dura do que as atuais de mercado. A
inspiração da equipe do Dr. Robert Ritchie veio da
madrepérola, também conhecida como nácar. A
madrepérola é uma substância calcária de origem
animal, dura e brilhante. Os cientistas utilizaram o
biomimetismo, imitação de estruturas encontradas
na natureza, para criar a cerâmica mais dura do
mundo.A solução encontrada pelos pesquisadores
foi utilizar cristais de gelo como moldes para a
cristalização do material dissolvido na água. Eles
já haviam usado a técnica com partículas de
carbonato de cálcio em suspensão, produzindo
estruturas parecidas com ossos, só que quatro vezes
mais fortes do que os melhores ossos artificiais. No
próximo passo da pesquisa, os cientistas planejam
elevar o teor de alumina – hoje de 85%
– e selecionar um polímero ainda melhor.
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
17
Capa
Crédito para
a indústria
Para garantir competitividade ao setor em tempos de crise, a FIEC
se antecipou às outras federações do país, firmando convênios com
instituições financeiras para assegurar crédito diferenciado às empresas
do estado filiadas aos seus 38 sindicatos
S
em crédito não dá para competir e sem competitividade
as empresas fenecem, os empregos escasseiam e a atividade econômica se retrai, atrasando o desenvolvimento de qualquer
estado ou país. Para garantir recursos às
empresas, cumprindo o papel de indutora da indústria cearense, a FIEC, por
meio do Instituto de Desenvolvimento
Industrial do Ceará (INDI), está firmando parcerias com instituições financeiras para garantir empréstimos com taxas de juros diferenciadas.
Em dezembro de 2008, a Federação
assinou convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil
(BB), que redundaram na disponibilidade de R$ 1 bilhão em recursos para
financiamento às indústrias filiadas,
POR ângela cavalcante
com taxas inferiores até 25% às praticadas no mercado. O esforço foi empreendido com o apoio do presidente
da FIEC, Roberto Proença de Macêdo,
que visitou pessoalmente as instituições para propor parcerias, no intuito
de auxiliar as empresas a vencerem os
efeitos da crise econômica mundial e a
ampliarem a competitividade. A primeira a anunciar linhas mais atrativas de
financiamento foi o Banco do Brasil. No
dia 8 de dezembro do ano passado, o
banco oficializou convênio, com duração de três meses, no valor de R$ 300
milhões, dos quais R$ 200 milhões são
destinados à capital de giro e R$ 100
milhões do Cartão BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social),
que podem ser utilizados na compra de
máquinas e equipamentos. De acordo
com o superintendente de varejo do
Ceará do BB, Adilson do Nascimento
Anísio, o valor do crédito não é finito.
O contrato também pode ser renovado
em função da demanda. “A expectativa
é que esse montante seja todo utilizado. Entretanto, se for necessário mais,
temos como buscar novos recursos”,
antecipa. Segundo ele, o banco manterá as taxas diferenciadas até março de
2009. “Manter taxas abaixo do valor
de mercado numa época de crise não é
fácil. Esse convênio é uma demonstração clara do apoio do Banco do Brasil à
indústria cearense e mostra que a insti-
tuição está exercendo a sua vocação de
participar do desenvolvimento do país,
sem nenhuma postura restritiva diante
da atual conjuntura”, destaca.
Conforme o gerente do segmento de pessoa jurídica do BB, Elias Zeglin, o crédito diferenciado se destina
à antecipação de vendas (recebíveis) e
à capital de giro mediante a linha BB
Giroflex. O convênio prevê a concessão
de crédito com juros que variam entre
1,36% e 3,88% ao mês. “A taxa média
cobrada no mercado para desconto
de títulos está em torno de 3,36%. No
Banco do Brasil, a taxa praticada é de
2,17%, mas com o convênio firmado
na FIEC a taxa média ficará em torno
de 1,75%, podendo chegar a 1,57%
ao mês, dependendo do risco”, estima.
Em relação a descontos de cheques, as
taxas de juros irão variar de 1,36% a
1,67%, mensalmente, e, para duplicatas, de 1,44% a 1,77%.
Para incentivar o uso do Cartão BNDES, na compra de máquinas, equipamentos e insumos, as condições são
ainda mais atraentes. “O valor pode ser
pago em até 36 parcelas, com prazo
de carência (para começar a pagar) de
três meses e taxa fixa de 1,27% ao mês
(índice de dezembro/2008)”, observa
Zeglin, acrescentando que as indústrias
também podem se beneficiar sendo fornecedoras do Cartão BNDES. “As empresas que se cadastrarem para vender
o cartão no Ceará terão até três meses
de isenção no pacote de tarifas”, avisa.
O banco
manterá as
taxas diferenciadas
até março de
2009.
Adilson do Nascimento Anísio,
superintendente de varejo do Ceará do BB
O acesso das empresas aos benefícios proporcionados pelo convênio
FIEC/INDI com o Banco do Brasil é
possível mediante a apresentação,
num dos 176 pontos de atendimento
da instituição no Ceará, de carta de
recomendação do sindicato industrial
ao qual é filiado, constando estar em
dia com as obrigações sindicais. A
condição também vale para as linhas
de crédito disponíveis no convênio firmado com a Caixa. “Só têm acesso às
taxas diferenciadas empresas associa-
NÚMEROS
1 bilhão
de reais é o TOTAL DO convênio assinado entre a
FIEC, CAIXA E BANCO DO BRASIL para assegurar crédito
diferenciado às indústrias filiadas AOS 38 SINDICATOS.
300
milhões
de reais é O VALOR ASSEGURADO
PELO Banco do brasil.
18 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
700
milhões
de reais estão disponíveis na CaIXA.
das aos sindicatos ligados à FIEC. Vamos aproveitar para fortalecer nosso
sistema, usando o que mais é necessário hoje no mercado: o oxigênio financeiro. A hora é essa!”, alerta Roberto
Proença de Macêdo. Ele lembra que a
contratação de crédito não é fácil no
Brasil. “Aqui, com o excesso de segurança dos bancos, se as empresas não
tiverem recursos próprios dificilmente conseguirão sobreviver. Devemos
aproveitar essa mudança de comportamento”, aconselha.
Roberto Macêdo, diante das dificuldades e da morosidade na obtenção
de crédito para capital de giro e com o
governo federal estimulando os bancos
oficiais a abrirem recursos para oxigenar as empresas, não teve dúvidas:
“Procurei a Caixa e o Banco do Brasil
e fui prontamente atendido”. O resultado, segundo ele, é o amplo leque de
opções. “As linhas são variadas. Recurso existe, o volume é bom e ainda poderá ter mais”, anuncia.
Na CEF, R$ 700 milhões em recursos estão disponíveis nas 54 agências
bancárias da instituição desde 16 de
dezembro. Entre os diferenciais dos
empréstimos no convênio, válido por
um ano, estão a redução em até 25%
das taxas de operações de crédito praticadas no banco, além da oferta de
tarifas até 40% abaixo do valor praticado habitualmente pela Caixa. Os
empresários beneficiados contarão
ainda com taxas de 0,83% ao mês mais
TR (Taxa Referencial), antecipação de
receitas e financiamentos comerciais e
imobiliários. Além disso, serão oferecidos serviços como folha de pagamento
e cobrança bancária, isenção de tarifas e cartão de crédito com a primeira
anuidade gratuita.
Segundo o gerente regional de negócios pessoa jurídica da Caixa, Antônio
Carlos Franci, o convênio possibilita o
levantamento de recursos para cobrir do
capital de giro à construção do prédio
da empresa. As indústrias participantes
da iniciativa terão, além da redução nos
valores dos pagamentos, uma maior
agilidade nas análises do crédito e tarifas de serviços que poderão chegar a ter
custo zero, dependendo do volume de
negócios a ser contratado.
Na modalidade Crédito Especial
Empresa, a taxa de juros que, no balcão, corresponde a 2,47% ao mês mais
TR, no convênio será a partir de 1,13%
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
19
Garantindo
competitividade
D
entro da mesma política de
incentivo com vistas a alavancar o
setor industrial do estado, a FIEC
lançará em 2 de fevereiro o Programa
de Desenvolvimento da Competitividade
(Prodecom). Coordenado pelo INDI, é
mais uma iniciativa pioneira da FIEC,
proporcionando condições às empresas
de terem minimizados os efeitos da crise
financeira e de garantirem a competitividade
do negócio. “Será um programa
complementar aos convênios firmados
com os bancos”, explica ­Pedro Jorge
Ramos Viana, responsável pela Unidade de
20 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
que ela não traga maiores prejuízos à
nossa economia. Esperamos estar dando um passo à frente para um 2009
melhor do que o projetado pelo mercado no final de 2008”, arremata.
Um reforço adicional que ajudará as
empresas a se capitalizarem para enfrentar a crise foi a iniciativa do governo federal, que oficializou, no dia 16 de
dezembro passado, a Medida Provisória
(MP) 451, alterando a legislação tributária. Pelo artigo 6º da MP, as empresas
estão dispensadas durante seis meses, a
contar da data da publicação, de apresentar certidão negativa de débitos nas
operações de financiamento realizadas
com instituições financeiras públicas,
como Banco do Brasil, Caixa, BNDES,
Banco da Amazônia e Banco do Nordeste. Com a mudança, que contempla
os dois bancos que firmaram convênios
com a FIEC, fica suspensa, temporariamente, a exigência de regularidade fiscal no Cadastro Informativo de Créditos
não Quitados do Setor Público Federal
(Cadin) para concessão de empréstimos
a pessoas físicas e jurídicas nos bancos
federais. A MP, porém, não beneficia
empresas com débito no INSS.
Os convênios não são a única iniciativa da FIEC para alavancar o desenvolvimento da indústria e da economia cearense. “Não vamos parar
por aqui. A Federação continuará buscando apoio para criar condições de
aumentar a competitividade dos seus
associados. Ainda pretendemos procurar o BNB”, antecipa Roberto Macêdo.
Informações sobre os convênios pelos
telefones 3421-5450 e 3421-5491.
Economia e Estatística (UEE) do INDI.
O Prodecom reunirá profissionais
capazes de identificar demandas, formular
diagnósticos e apresentar soluções nas
áreas de estratégia, fusões e aquisições,
governança, gestão, mercado, logística,
tecnologia e inovação, suprimento,
planejamento, economia e finanças,
qualidade e produtividade e questões fiscais
e tributárias. Sua estrutura será composta
pelo diretor corporativo do INDI, Jurandir
Picanço, o coordenador da UEE e mais o
assessor contratado pela FIEC, Raimundo
Padilha, além de um representante dos
consultores credenciados pelo instituto. “O
Prodecom tem por finalidade oferecer às
empresas industriais do Ceará instrumentos
de aprimoramento gerencial e financeiro
Prontos para agir
Os novos projetos estruturantes
confirmados para o Ceará,
especialmente a siderúrgica, a
refinaria e novas termelétricas,
mudarão o perfil industrial do
estado nos próximos anos. As
entidades que fazem o Sistema FIEC
– SESI, SENAI, IEL, INDI e FIRESO
– estão preparadas para atender
as demandas por mão-de-obra
qualificada e serviços tecnológicos
que esse panorama de novos
investimentos exigirá das indústrias
locais. Estamos prontos para entrar
nesse novo ciclo de crescimento,
fruto de uma atuação integrada
do setor produtivo cearense e dos
governos estadual e federal.
O
convênio
firmado com a
FIEC demonstra
que a instituição
está disposta a
apoiar a indústria
a superar a
crise.
Gotardo Gomes Gurgel Júnior,
superintendente regional da CEF
para permitir a competitividade nos
mercados nacional e internacional”, resume
Jurandir Picanço.
Dados do Guia Industrial do Ceará
indicam que o segmento industrial
cearense é formado por mais de 11.000
empresas, sendo constituído principalmente
de microempresas, que correspondem
a 80% do total. Acima de 71% dessas
empresas pertencem ao ramo da indústria
de transformação. Todas elas integram o
público-alvo visado pelo Prodecom.
Novos projetos, novas indústrias e uma antiga certeza:
o Ceará pode contar com o Sistema FIEC para crescer.
S er v i ç o
Informações sobre o PRODECOM
pelos telefones 3421-5450
e ­3421-5491.
FIEC/AIRM
mais TR ou 1,30% pré-fixada, com prazo de pagamento de até 24 meses. Na
Conta Garantida Caixa, limite de crédito rotativo destinado a suprir necessidades momentâneas de fluxo de caixa,
o juro praticado cai de 1,20% ao mês
para 0,60% ao mês somado ao CDI
(Certificado de Depósito Interbancário). Nesse caso, o prazo para quitar o
empréstimo é de 12 meses.
Os juros também caem de 1,55% ao
mês para 1,33% mais TR no Giro Caixa
Instantâneo Múltiplo. Já no desconto de
cheques e duplicatas, o convênio da FIEC
com a Caixa permite a redução da faixa
cobrada no balcão (de 2,08% a 3,99%
ao mês) para o patamar entre 1,38% a
2,05% ao mês. No Finame, linha de crédito destinada à aquisição de máquinas
e equipamentos nacionais novos, a taxa
mais TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6,5% no balcão, passa para 3,8%
mais TJLP. Esta última taxa é a mesma
aplicada ao BNDES Automático, que
financia projetos de investimentos
destinados à expansão, relocalização
e modernização de infra-estrutura,
aquisição de máquinas e equipamentos e capital de giro associado.
Para o superintendente regional da
CEF, Gotardo Gomes Gurgel Júnior,
o convênio firmado com a FIEC demonstra que a instituição está disposta
a apoiar a indústria a superar a crise
econômica mundial. “A Caixa, mesmo
com o desencadeamento da crise, não
mexeu em suas taxas, tarifas e prazos.
Queremos mostrar à sociedade que
essa é a forma encontrada para contribuir com o combate à crise a fim de
Carga tributária
Em disparada
A alta carga tributária prejudica a capacidade de consumo dos
cidadãos, reduz o potencial de investimento das empresas, diminui
sua competitividade nos mercados interno e externo e gera um
efeito cascata na economia de todo o país
N
os últimos anos, mais especificamente no período que compreende do Plano Real (1994) até 2008,
a carga tributária do Brasil saltou
do patamar de cerca 25% da renda
nacional e passou a beirar a marca de 38%,
22 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
equiparando-se à tributação praticada por
governos de países como França, Itália, Bélgica, Áustria e Finlândia. A diferença é que, em
troca dos altos tributos pagos, os europeus
têm acesso à educação, saúde e outros benefícios garantidos pelo estado. Já os brasileiros
continuam sujeitos à ineficiência
dos serviços públicos, que não
acompanharam o ritmo da escalada tributária brasileira.
Mas se não houve melhoria dos
serviços dispensados pelo estado
brasileiro à população, a inflação
foi finalmente domada, o país experimenta tempos de paz e a sua
democracia está restabelecida, por
que, em menos de uma década, a
carga tributária cresceu tanto? Por
que os tributos indiretos penalizam
mais os pobres do que os ricos?
Quais os prejuízos que a alta carga
tributária traz aos produtos brasileiros? O que dificulta a concretização da reforma tributária no país
para pôr fim a tantas distorções?
De acordo com o economista Henrique Marinho, professor
da Universidade de Fortaleza
(­Unifor), em primeiro lugar, é
preciso entender a lógica política
dos governos. “As diferenças orçamentárias naturalmente surgem
em qualquer governo. Para obter
recursos necessários às novas demandas, é muito mais cômodo aos
governantes aumentar alíquotas
ou criar novos impostos do que reduzir gastos públicos, por meio de
técnicas de gestão mais eficientes.
Além disso, aqui no Brasil o uso
de medidas provisórias permite
ao governo alterar tributos com
mais facilidade”, explica.
O problema é que a elevação
dos tributos não reflete apenas o
aumento da arrecadação para os
governos. A alta carga tributária
dificulta a capacidade de consumo
dos cidadãos e reduz o potencial
de investimentos das empresas,
diminuindo, portanto, sua competitividade nos mercados interno
e externo, gerando um efeito cascata na economia de todo o país.
“O excesso de tributação retira o
poder de compra dos salários, ao
mesmo tempo em que aumenta o
preço final das mercadorias e serviços. Isto retrai o consumo, afasta
investimentos produtivos e dificulta a geração de empregos formais”,
resume Gilberto Luiz Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBPT).
Segundo o IBPT, em 2006 a
arrecadação tributária brasileira,
considerando as esferas federal,
Com a
estabilidade
econômica, os governos
passaram a aumentar as
alíquotas e a criar novos
impostos para garantir o
aumento de suas
receitas. É por isso que
a reforma tributária é tão
complicada.
Henrique Marinho,
economista
Saiba que...
A caneta é o item
da lista de material
escolar com mais impostos
embutidos no preço final:
47,49% de seu valor
são tributos. Em seguida, vêm a
(44,65%)
régua
,a
agenda e a borracha (empatados
43,19%
com
). Os dados
são do Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário.
estadual e municipal, atingiu o
montante de R$ 815,07 bilhões,
superando os R$ 732,87 bilhões
arrecadados em 2005. Cada brasileiro pagou em média R$ 4.434,68
em tributos no ano de 2006, valor maior em R$ 447,23 ao que
desembolsou no ano anterior. O
instituto revela ainda que a cagar tributária cresceu 0,72 ponto
percentual no primeiro governo
de Fernando Henrique Cardoso;
6,51 pontos percentuais em seu
segundo mandato e 2,96 pontos
percentuais na primeira gestão do
presidente Lula.
“Antes do real, o processo inflacionário era alto e a arrecadação aumentava naturalmente ano
após ano, sem que os governantes
precisassem mexer na alíquota.
Era o chamado imposto inflacionário, que chegou ao fim na década de 1990. Com a estabilidade
econômica, os governos passaram
a aumentar as alíquotas e a criar
novos impostos para garantir o
aumento de suas receitas. É por
isso que a reforma tributária é tão
complicada”, analisa o economista Henrique Marinho, para quem
a maior polêmica causada pelas
propostas de reforma é a redistribuição do bolo entre União, estados e municípios. “Ninguém quer
perder receita”, diz.
O presidente da Comissão de
Estudos Tributários da Ordem
dos Advogados do Brasil no Ceará ­
(OAB/CE), advogado tributarista
Erinaldo Dantas Filho, afirma ser
contra a reforma tributária. “O problema do tributo é a base de cálculo.
Basta reduzir a alíquota. Não precisa alterar a Constituição. A reforma
que o governo quer é para aumentar
o bolo da arrecadação. E o contribuinte é quem mais uma vez vai pagar a conta. O que precisa haver no
Brasil é uma política tributária de
longo prazo, que vá reduzindo ano
a ano a alíquota até chegar num imposto justo”, defende.
O economista Henrique Marinho lembra que o maior problema
da tributação brasileira são os impostos indiretos. “A incidência de
impostos como PIS, Cofins e ICMS
nos produtos, por exemplo, não levam em conta a renda de quem está
comprando. Por isso, o pobre acaba
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
23
pagando bem mais em termos relativos, porque neles não se aplica o princípio da progressividade,
a exemplo do Imposto de Renda,
onde paga mais quem ganha mais”,
diz Henrique Marinho.
O resultado da soma dos tributos federais, estaduais e municipais arrecadados no primeiro
semestre de 2008 atingiu 37,27%
do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo cálculos do IBPT, o levantamento aponta um aumento
de 1,24 ponto percentual da carga tributária brasileira em relação ao mesmo período de 2007.
“Mesmo sem a cobrança da CPMF,
houve um aumento expressivo de
carga tributária em relação ao
PIB no primeiro semestre do ano
passado”, afirma Gilberto Amaral. Para ele, o principal motivo
da arrecadação histórica foi o aumento do Imposto sobre Operação Financeira (IOF), que subiu
de R$ 3,66 bilhões para R$ 9,67
bilhões em 2008.
Segundo revela o estudo, foram arrecadados, nos primeiros
seis meses de 2008, R$ 515,36
bilhões, enquanto o total de arrecadação no mesmo período de
2007 foi de R$ 444,66 bilhões.
Sendo assim, houve um aumento nominal de arrecadação de R$
70,70 bilhões em relação ao mesmo semestre de 2007 (15,90%).
“Neste cenário de alta tributação,
cada brasileiro pagou, em média,
R$ 2.717,93 de tributos no semestre, visto que a carga tributária per capita no período cresceu 12,46% (nominal) e 4,70%
(real)”, calcula Gilberto Amaral.
Outro estudo realizado pelo
IBPT mostra que a classe média
trabalha 75% do ano para pagar
tributos e adquirir serviços privados em substituição aos serviços
públicos ineficientes. Segundo
o documento, em 2008 a classe
média trabalhou até 5 de junho
somente para pagar tributos (157
dias); e de 6 de junho a 30 de
setembro (117 dias) trabalhou
para adquirir serviços privados
de educação, saúde, previdência, segurança e pedágio. A segurança privada foi item que mais
apresentou crescimento.
24 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
OS TRIBUTOS NO BRASIL
Lista de tributos (impostos, contribuições, taxas,
contribuiçõe s de melhoria) existentes no Brasil
1. Adicional de Frete para Renovação
da Marinha Mercante (AFRMM)
- Lei 10.893/2004
2. Contribuição à Direção de Portos
e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
3. Contribuição ao Fundo Nacional
de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (FNDCT) - Lei 10.168/2000
4. Contribuição ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE),
também chamado “Salário Educação”
- Decreto 6.003/2006
5. Contribuição ao Funrural
6. Contribuição ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
- Lei 2.613/1955
- Lei 10.168/2000
21. Contribuição para a Assistência Social e
Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP
- Decreto 6.297/2007
22. Contribuição para Custeio do Serviço
de Iluminação Pública - Emenda
Constitucional 39/2002
23. Contribuição para o Desenvolvimento
da Indústria Cinematográfica Nacional
- CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória
2228-1/2001 e Lei 10.454/2002
24. Contribuição Sindical Laboral (não se
confunde com a Contribuição Confederativa
Laboral, vide comentários sobre a
Contribuição Sindical Patronal)
9. Contribuição ao Serviço Nacional
de Aprendizado Comercial (SENAC)
- Decreto-Lei 8.621/1946
25. Contribuição Sindical Patronal (não se
confunde com a Contribuição Confederativa
Patronal, já que a Contribuição Sindical
Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da
CLT, e a Confederativa foi instituída pelo
art. 8, inciso IV, da Constituição Federal
e é obrigatória em função da assembléia
do Sindicato que a instituir para seus
associados, independentemente da
contribuição prevista na CLT)
10. Contribuição ao Serviço Nacional de
Aprendizado dos Transportes (SENAT)
- Lei 8.706/1993
26. Contribuição Social Adicional para Reposição
das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei
Complementar 110/2001
7. Contribuição ao Seguro Acidente
de Trabalho (SAT)
8. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a
Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990
11. Contribuição ao Serviço Nacional de
Aprendizado Industrial (SENAI)
- Lei 4.048/1942
12. Contribuição ao Serviço Nacional de
Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
13. Contribuição ao Serviço Social da Indústria
(SESI) - Lei 9.403/1946
14. Contribuição ao Serviço Social do Comércio
(SESC) - Lei 9.853/1946
15. Contribuição ao Serviço Social do
Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP
1.715-2/1998
27. Contribuição Social para o Financiamento
da Seguridade Social (COFINS)
28. Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL)
29. Contribuições aos Órgãos de Fiscalização
Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI,
CORE, etc.)
30. Contribuições de Melhoria: asfalto,
calçamento, esgoto, rede de água, rede
de esgoto, etc.
31. Fundo Aeroviário (FAER)
- Decreto Lei 1.305/1974
16. Contribuição ao Serviço Social dos
Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
32. Fundo de Combate à Pobreza - art. 82
da EC 31/2000
17. Contribuição Confederativa Laboral
(dos empregados)
33. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações
(FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas
disposições da Lei 9.472/1997
18. Contribuição Confederativa Patronal
(das empresas)
19. Contribuição de Intervenção do
Domínio Econômico - CIDE Combustíveis
- Lei 10.336/2001
20. Contribuição de Intervenção do Domínio
Econômico - CIDE Remessas Exterior
34. Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS)
35. Fundo de Universalização dos Serviços
de Telecomunicações (FUST) - art. 6
da Lei 9.998/2000
36. Fundo Especial de Desenvolvimento
e Aperfeiçoamento das Atividades de
Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei
1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002
37. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico
das Telecomunicações (Funttel) - Lei
10.052/2000
38. Imposto s/Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS)
39. Imposto sobre a Exportação (IE)
62. Taxa de Emissão de Documentos (níveis
municipais, estaduais e federais)
63. Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC
- Lei 11.292/2006
64. Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de
Águas - ANA - art. 13 e 14 da MP 437/2008
65. Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989
40. Imposto sobre a Importação (II)
66. Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou
Concursos - art. 50 da MP 2.158-35/2001
41. Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA)
67. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária
Lei 9.782/1999, art. 23
42. Imposto sobre a Propriedade Predial
e Territorial Urbana (IPTU)
68. Taxa de Fiscalização dos Produtos
Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC
- Lei 10.834/2003
43. Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural (ITR)
44. Imposto sobre a Renda e Proventos
de Qualquer Natureza (IR - pessoa física
e jurídica)
45. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)
46. Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS)
47. Imposto sobre Transmissão Bens
Inter-Vivos (ITBI)
48. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação (ITCMD)
49. INSS Autônomos e Empresários
50. INSS Empregados
51. INSS Patronal
52. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
53. Programa de Integração
Social (PIS) e Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP)
54. Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro
55. Taxa de Avaliação in loco das Instituições
de Educação e Cursos de Graduação - Lei
10.870/2004
56. Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização
de produtos animais e vegetais ou de
consumo nas atividades agropecuárias
- Decreto-Lei 1.899/1981
57. Taxa de Coleta de Lixo
58. Taxa de Combate a Incêndios
69. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência
Complementar - TAFIC - art. 12
da MP 233/2004
70. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo
71. Taxa de Licenciamento, Controle e
Fiscalização de Materiais Nucleares e
Radioativos e suas instalações
- Lei 9.765/1998
72. Taxa de Licenciamento para Funcionamento
e Alvará Municipal
73. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria
Ministerial 503/1999
74. Taxa de Serviços Administrativos - TSA - Zona
Franca de Manaus - Lei 9.960/2000
75. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei
9.933/1999
76. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
77. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia
Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13,
da Lei 9.427/1996
78. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art.
24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42 do
Decreto 2.615/1998
Essa nova realidade mostra
que a classe média está trabalhando dois dias a mais em 2008,
em relação a 2007, para pagar
impostos (um dia para tributos e
um dia para serviços privados).
“O cidadão de classe média brasileira só começou a trabalhar para
comer, vestir-se, morar, adquirir
bens, gozar férias e fazer alguma
poupança no dia 1º de outubro”,
ressalta Gilberto Amaral.
Outra dificuldade imposta
pela política tributária brasileira,
segundo o economista Henrique
Marinho, é o número excessivo
de impostos e o alto custo da
burocracia que eles geram. São
mais de 80 tributos, entre impostos, contribuições e taxas.
O problema do
tributo é a base
de cálculo. Basta reduzir
a alíquota. Não precisa
alterar a Constituição. A
reforma que o governo
quer é para aumentar o
bolo da arrecadação.
E o contribuinte é
quem mais uma vez
vai pagar a conta.
Erinaldo Dantas Filho, presidente da
Comissão de Estudos Tributários da OAB/CE
79. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes
Terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos II e
III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001
80. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei
9.961/2000, art. 18
81. Taxa de Utilização do Siscomex – art. 13 da
IN 680/2006.
59. Taxa de Conservação e Limpeza Pública
82. Taxa de Utilização do Mercante – Decreto
5.324/2004
60. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental
- TCFA - Lei 10.165/2000
83. Taxas do Registro do Comércio (Juntas
Comerciais)
61. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos
Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16
84. Taxa Processual Conselho Administrativo de
Defesa Econômica - Cade - Lei 9.718/19
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
25
Ensino profissionalizante
53% em 2010; 56% em 2011; 59%
em 2012; 62% em 2013 e 66,6% em
2014. No Ceará, isso implicará já em
2009 oferecimento de 9.000 vagas
gratuitas em cursos nas modalidades
de aprendizagem industrial, qualificação, aperfeiçoamento e técnico.
Especificamente na aprendizagem
industrial, modalidade destinada a
jovens de 14 a 24 anos, haverá um
incremento de 33% na oferta de vagas em relação a 2008 e o processo
de seleção passa a ser unificado em
todas as unidades do SENAI.
O diretor regional do SENAI/CE,
Francisco das Chagas Magalhães, diz
que foi criado um catálogo nacional
de cursos técnicos que unificará as
propostas de cursos no país, visando
adequar esses treinamentos às neces-
sidades da nova realidade do mercado.
No caso do SENAI/CE, essa adaptação
ocorreu sem maiores dificuldades, já
que os cursos ofertados estavam sintonizados com as diretrizes demandadas
pelo mercado, atendendo a um dos
itens do acordo com o MEC, que é a
oferta de formação profissional dentro
de itinerários formativos.
Com relação ao plano de ação do
SENAI para 2009, Magalhães ressalta
que as iniciativas foram planejadas a
partir das necessidades das indústrias
e em sintonia com as novas regulamentações e as demandas do mercado. Para tanto, o SENAI/CE tem
como metas realizar cerca de 1.000
serviços técnicos e tecnológicos, nas
suas diversas modalidades, como:
pesquisa e inovação, serviços labora-
Projetos para 2009
Em desenvolvimento – 4º- Edital de
Projetos Estratégicos do SENAI
Departamento Nacional
Modernização e ampliação dos
laboratórios de telecomunicações
>> O projeto tem por objetivo a modernização e
ampliação dos laboratórios de telecomunicações
para atualização tecnológica do curso de
aprendizagem industrial Operador de Redes de
Telecomunicações, bem como o lançamento de um
curso de habilitação técnica em telecomunicações e
a melhoria dos já ofertados pelo SENAI/CE, além de
possibilitar o fornecimento ao mercado de serviços
técnicos e tecnológicos na modalidade de serviços
técnicos especializados.
SENAI/CE oferta 9.000
vagas gratuitas em 2009
As vagas serão oferecidas durante todo o ano. Na modalidade
de aprendizagem industrial, destinada a jovens que estão ainda
definindo uma carreira profissional, a meta é atingir 2.680 vagas
O
ano de 2009 marca o início
da implantação do que foi
estabelecido pelo protocolo de compromisso firmado entre o Ministério da
Educação (MEC), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério da
Fazenda (MF), Confederação Nacional
26 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
da Indústria (CNI), SENAI e SESI. Pelo
documento, a CNI e o SENAI se comprometem a destinar, anualmente, dois
terços da receita líquida da contribuição compulsória geral do SENAI para
vagas gratuitas em cursos e programas
de formação inicial e continuada e de
formação técnica de nível médio.
A alocação de recursos para
as vagas gratuitas deverá evoluir,
­anualmente, a partir do patamar
atualmente praticado até chegar
em 2014 com o comprometimento
de 66,6% da receita líquida da contribuição geral, na seguinte projeção média nacional: 50% em 2009;
Implantação do laboratório
de comunicação sem fio indoor e
outdoor utilizando WIFI e WiMAX
>> Visa oferecer ao mercado o treinamento
de comunicação sem fio, objetivando capacitar
profissionais para as novas tendências das
tecnologias de transferência de dados sem fio.
Curso de aprendizagem industrial
Auxiliar Têxtil Polivalente
>> Implantar a modalidade de aprendizagem
industrial na área têxtil em atendimento à
demanda do parque têxtil cearense.
Curso de aprendizagem industrial
Mecânica de Refrigeração Industrial
como implementar melhorias organizacionais
voltadas a dotar as empresas do setor.
Em implantação no primeiro
semestre de 2009 – 5º- Edital de
Projetos Estratégicos do SENAI
Departamento Nacional
Projetos estaduais
Curso de aprendizagem Técnico de
Manutenção em Máquina de Costura
Industrial articulado com a EBEP
>> Desenvolver o curso de aprendizagem
industrial Técnico de Manutenção em Máquina
de Costura Industrial articulado com a educação
básica, utilizando a metodologia de formação por
competência.
Implantação de cursos de qualificação
na área de subestações classe 15 kV
>> Cursos no segmento de energia elétrica
e eletroeletrônica, com a finalidade de suprir
necessidades do mercado, proporcionando
qualificação em automação de subestações
classe 15 kV, instalação e montagem de
subestação classe 15 kV, manutenção de
subestações classe 15 kV, normas técnicas,
sistemas de aterramento e sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas e sistemas de
correção de fator de potência.
>> Implantar o curso de aprendizagem industrial
Mecânico de Refrigeração Industrial, preparando
profissionais de nível básico para atender a
indústria cearense.
Implantação do curso de aprendizagem
industrial Confeccionador de Calçados
Implantação do Programa Setorial
da Qualidade nas indústrias de
cerâmica vermelha
Implantação do laboratório de
calibração na área de medidas
elétricas
>> Preparar as empresas cearenses para a
adesão ao Programa Setorial da Qualidade
– PSQ de Telhas e Blocos cerâmicos da Anicer,
em conformidade com as normas em vigor, bem
>> Visa atender à demanda da indústria
calçadista cearense.
>> Fortalecer a rede SENAI de laboratórios de
metrologia por meio da implantação
do laboratório de calibração na área de
medidas elétricas.
toriais, serviços de inspeção, serviços
operacionais, assessoria e consultoria e
informação tecnológica, visando atender 620 empresas industriais. Em educação profissional, nas diversas modalidades de atuação, a meta é capacitar
33.000 pessoas.
Magalhães destaca ainda que o SENAI
aprovou diversos projetos com recursos
de várias fontes de financiamento, com
ênfase nos editais de projetos estratégicos definidos pelo Departamento Nacional do SENAI. Esses projetos estão
direcionados para melhoria, ampliação, modernização e implantação da
infraestrutura física, tecnológica e humana das unidades operacionais, para
atender às demandas das indústrias em
educação profissional e serviços técnicos
e tecnológicos.
Projetos Multiestaduais
coordenados pelo SENAI/CE
Laboratório para treinamento
em redes avançadas de dados
(CE, BA, MA, PE, RN e SC)
>> O projeto pretende qualificar profissionais
da área de tecnologia da informação e
telecomunicações para realizar atividades
de operação e manutenção de redes avançadas
de dados, como redes IP, frame relay, redes
multi-serviços etc.
Novos cursos de educação
profissional em automobilística
(CE, AM, BA, ES, MA, MT, PE e RN)
>> Implantar nos estados participantes uma
estrutura tecnológica que possibilitará a formação,
baseado na metodologia de formação por
competência, de mão-de-obra no segmento
automobilístico, qualificando profissionais nas áreas
de mecânica de motores, gerenciamento eletrônico,
eletricidade e eletrônica veicular, dentre outros.
Implantação de sistemas integrados
de gestão informatizados para
laboratórios (CE, AL e PR)
>> Fortalecer a rede SENAI de laboratórios
de metrologia por meio da implantação de
sistema de gestão informatizado, buscando
aumentar o número de atendimentos global da
rede mediante o aumento da capacidade de
intermediação de serviços entre estados.
Implantação de curso de
aprendizagem em metalurgia com
foco em siderurgia (CE e BA)
>> Curso de aprendizagem técnica visando atender
às demandas industriais.
Modernização do curso de aprendizagem
Mecânica de Manutenção de Máquinas
Industriais (CE, MA, MS e PB)
>> Modernizar o curso de aprendizagem
Mecânica de Manutenção de Máquinas Industriais,
adequando-o às novas demandas do mercado.
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
27
Nordeste
Desertificação avança
Aquecimento global causado pela ação do homem agrava desertificação
no Nordeste brasileiro. O Ceará, segundo pesquisa apresentada em 2008
durante evento no BNB, é o estado mais vulnerável às mudanças climáticas
O
ministro do Meio Ambiente
(MMA), Carlos Minc, que
esteve no final de 2008 em
Fortaleza participando da
1ª Conferência Regional
Sobre Mudanças Climáticas, promovida
na sede do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), levou para Brasília, esperase, um forte motivo para continuar a
luta em favor da natureza e da vida: a
Carta de Fortaleza, uma série de recomendações elaboradas por dezenas
de especialistas brasileiros e internacionais sobre os caminhos para combater a desertificação, especialmente
no Nordeste brasileiro, onde os pesquisadores preveem um aumento médio
na temperatura de 4º C até 2070.
O estudo, baseado na pesquisa Mudanças Climáticas, Migrações e Saúde:
Cenários para Nordeste Brasileiro 20002050 e apresentado na conferência climática, mostra um alarmante quadro
de destruição provocado pelo aumento
28 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
POR GEVAN OLIVEIRA
da temperatura da Terra, especialmente na região do semiárido. A carta afirma que, se não forem tomadas medidas
de contingência, as secas e enchentes
serão mais frequentes e intensas no
futuro, atingindo diretamente milhões
de pessoas. O prognóstico inclui, ainda,
o aumento do nível do mar e o consequente avanço sobre cidades costeiras,
mangues e lugares de importância turística. O documento também prevê
que o aumento do nível de aridez
pode transformar algumas regiões
subúmidas em semiáridas e áreas semiáridas em áridas, ou seja, em desertos, impossibilitando a existência
do homem, animais e plantas.
A previsão é que as mudanças climáticas tenham impactos mais intensos
sobre a população pobre, da qual serão
exigidos grandes esforços de adaptação. O cenário proposto pelos estudiosos para as próximas décadas inclui redução das áreas aptas à agricultura de
subsistência (especialmente na região
do semiárido nordestino), intensificação do processo de êxodo rural, dificuldades no abastecimento de água limpa
para consumo humano e o consequente
aumento de casos de doença.
Para os pesquisadores, é preciso adotar urgentemente uma visão de futuro,
iniciando desde já um planejamento de
curto, médio e longo prazos. As atitudes, estruturas, hábitos e tecnologias
atuais dos atores e da sociedade não
mudarão rapidamente. Portanto, não há
tempo a perder para explorar as estratégias necessárias e colocá-las em prática.
O custo de não agir imediatamente será
muito alto, segundo os estudiosos.
Ao receber o documento, Carlos Minc
disse reconhecer a importância da Amazônia para o país, “porém o combate à
desertificação, a preservação da caatinga
e dos recursos hídricos e o Nordeste são
prioridades para o Ministério do Meio
Ambiente nos próximos anos”. A decla-
ração veio acompanhada da aprovação da
emenda que garante R$ 80 milhões para
combater a desertificação e da posse dos
integrantes da Comissão Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos
das Secas. Também foi anunciada a criação
do Departamento Nacional de Combate à
Desertificação, que fará parte da Secretaria
de Extrativismo e Desenvolvimento Rural
Sustentável do ministério, e do Fundo de
Mudanças Climáticas, cujos recursos serão
de R$ 300 milhões por ano, cabendo ao Nordeste entre 60% e 70% desse total.
Ceará, o mais atingido
A
s medidas anunciadas por Carlos Minc,
mais do que apenas um conjunto de boas
ações, refletem a necessidade urgente de
se efetivarem mudanças devido aos impactos
das alterações climáticas previstas para o país,
o Nordeste e o Ceará. A pesquisa apresentada
no evento do BNB, que levou em consideração
o quarto relatório do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC), aponta que o
Ceará é o estado mais vulnerável ao aquecimento
global. Contra ele pesa o prognóstico de que
será aqui onde ocorrerá a maior redução das
terras agricultáveis em função da desertificação
(-79,6%), seguido pelo Piauí (-70,1%), Paraíba
(-70,1%) e Pernambuco (-64,9%).
De acordo com o estudo, a mudança no
clima trará danos em cadeia, como a queda
do Produto Interno Bruto (PIB) – maior em
Pernambuco (-18,6%), seguido por Paraíba
(-17,7%) e Ceará (-16,4%), implicando perda
da renda per capita, que, por sua vez, causará
diminuição da capacidade adaptativa da
população. Seguindo essa rota, o estudo prevê
estagnação econômica e redução dos níveis de
emprego, que levarão a uma queda acentuada
do consumo das famílias do Nordeste em
comparação com as demais regiões do Brasil. As
estimativas para 2050 mostram que apenas 93
municípios nordestinos apresentarão consumo
familiar maior do que a média nacional.
Os municípios que poderão sofrer os
maiores impactos da alteração climática
apresentam as menores expectativas de vida
do país. O processo ocorre nessas localidades
por causa das altas taxas de mortalidade
infantil devido à grande incidência de
doenças infecto-contagiosas. As restrições na
oferta de água nos grandes centros urbanos
do Nordeste, particularmente nas regiões
metropolitanas, deverão ser um dos mais
graves problemas da população da região, no
período, de acordo com a pesquisa.
Por esses e outros fatores, os pesquisadores,
mediante a Carta de Fortaleza, fazem um apelo
“aos dirigentes políticos, às lideranças da
sociedade civil e do setor privado e à mídia que
tomem conhecimento e deem maior atenção
aos cenários emergentes e dos impactos graves
das mudanças climáticas que ameaçam as
condições de vida na Região Nordeste”. Na
opinião do mestre em Demografia e professor da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Alisson Barbieri, coordenador do estudo, “todos
os poderes devem agir para garantir a adaptação,
sobretudo, das populações mais pobres”.
Dentre as diretrizes de contingência sugeridas
no documento estão a necessidade de difundir o
conhecimento acerca das mudanças climáticas,
a implementação de políticas públicas para
adaptação dos mais pobres à situação e o avanço
em pesquisas e no monitoramento do clima, do
meio ambiente e dos recursos naturais do Nordeste.
O combate à
desertificação,
a preservação da
caatinga e dos
recursos hídricos
e o Nordeste são
prioridades para o
Ministério do Meio
Ambiente nos
próximos anos.
Carlos Minc, ministro do
Meio Ambiente
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
29
Desertificação
N
os últimos cem anos, a temperatura
mundial já subiu cerca de 1º C.
Pode parecer pouco, mas já foi o
suficiente para trazer ao Brasil tempestades,
ciclones, secas e enchentes jamais vistas,
que provocam destruição de Norte a Sul do
país. Estudos indicam que o desmatamento
na região amazônica é responsável por cerca
de 2% do aumento do clima no planeta e
representa em torno de 75% da contribuição
para a alteração do tempo no Brasil. No
final das contas, isso significa que a maior
floresta tropical da Terra já perdeu 600.000
quilômetros quadrados (15% de sua área)
para lavouras, pastos e cidades.
No país, as consequências do
aquecimento estão, entre outros problemas,
na elevação do nível do mar, na estiagem no
Sul e no Norte e na desertificação crescente
do semiárido – o principal problema, que
assusta e ameaça a vida no Nordeste
brasileiro –, definida pela Organização das
Nações Unidas (ONU) como o último estágio
da degradação do solo, comprometendo, a
cada minuto, 12 hectares de terra.
O primeiro a usar o termo desertificação
foi o francês André Aubréville, em 1949, para
caracterizar a degradação na África Tropical
e Subtropical. Com o passar dos tempos, o
conceito foi evoluindo para explicar questões
ambientais que têm ocorrido no mundo
contemporâneo, decorrente, principalmente,
do atual modelo de produção, que privilegiou
o crescimento econômico em detrimento do
uso racional dos recursos naturais. No mundo
todo, cerca de 40% do território não coberto
pelas águas está sujeito à desertificação. Aí
vivem cerca de dois bilhões de pessoas, um
terço da população da Terra.
30 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
Hoje, no Brasil, a desertificação
se manifesta de maneiras diferentes,
abrangendo níveis de degradação dos
solos, da vegetação, dos recursos hídricos
e demais recursos da terra. No Nordeste,
uma área maior do que o estado do Ceará
já foi atingida pela desertificação de forma
grave ou muito grave. São mais de 200.000
quilômetros quadrados, segundo o Ministério
do Meio Ambiente, de terras degradadas
e, em muitos locais, imprestáveis para a
agricultura. Ceará e Pernambuco são os mais
Quem primeiro usou
o termo desertificação
foi o francês André
Aubréville, em 1949,
para caracterizar a
degradação na África
Tropical e Subtropical.
castigados, embora, proporcionalmente, a
Paraíba seja o estado com maior
extensão de área comprometida: mais de
70% do seu território já sofrem com
os efeitos da desertificação.
No Ceará, que possui 90% de seu
território no semiárido, portanto fortemente
propenso à desertificação, a Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) realizou, em 1994,
um estudo visando detectar quais áreas
apresentavam sinais evidentes de degradação
ambiental. O trabalho indicou, naquela
época, a ocorrência de três locais que
se apresentavam comprometidos quanto
à preservação dos recursos naturais:
Inhamuns/Sertões do Crateús, Irauçuba e
regiões circunvizinhas e o Médio Jaguaribe.
De acordo com o estudo, que utilizou a
análise de imagens de satélite e observações
de campo, considerando-se todo o Ceará,
estimou-se que em torno de 15.130
quilômetros, equivalentes a 10,2% de sua
superfície total, estavam em avançado
processo de desertificação. Após 14 anos
do trabalho, algumas ações pontuais
foram desenvolvidas para tentar barrar
esse processo. Contudo, os resultados se
mostraram insignificantes, uma vez que o
processo só cresceu, como aponta estudo
do MMA divulgado no Programa de Ação
Nacional de Combate à Desertificação
e Mitigação dos Efeitos da Seca (PanBrasil), em 2004, que mostrou que 146
municípios cearenses já estavam dentro da
área sujeita à desertificação.
Em 2007, outra pesquisa revelou que
a área desertificada no Ceará aumentara
para 17% do território, sendo 50%
localizada na região de Irauçuba, com
1.451 quilômetros quadrados. De lá para
cá, os principais agentes diretos foram o uso
inadequado de terras para o cultivo, pecuária
extensiva, desmatamento em áreas com
vegetação nativa e margens de rio, práticas
inapropriadas de irrigação e a mineração.
Ainda segundo o ministério, o problema
atinge em torno de 1.500 dos cerca de 1.800
municípios que compõem os nove estados do
Nordeste, além de algumas cidades do norte
de Minas Gerais e do noroeste do Espírito
Santo. De acordo com o órgão, a área total
sujeita a algum processo de desertificação
aumentou de 900.000 quilômetros
quadrados em 2003 para 1,08 milhão até o
final de 2007, o que equivale a cerca de 13%
do território nacional. Para o governo federal,
as perdas econômicas com a desertificação
aproximam-se dos 800 milhões de
dólares e o custo de recuperação das
áreas mais afetadas alcança US$ 2
bilhões para um período de 20 anos.
Segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), a previsão para
as próximas décadas requer ações urgentes.
O órgão afirma que se o país não conseguir
paralisar e reverter a desertificação, poderá,
num prazo de 60 anos, ter todo o semiárido
transformado em regiões áridas, ou seja,
desertos. Já as regiões subúmidas secas se
transformariam em semiáridas.
Caatinga ameaçada
– branca), é o único bioma exclusivamente
brasileiro. Isso significa que grande
parte do seu patrimônio biológico não
pode ser encontrada em nenhum outro
lugar do planeta. Em muitos lugares, sua
fisionomia é de deserto, com índices
pluviométricos muito baixos, em torno de
500 a 700 milímetros anuais. Em certas
regiões do Ceará, por exemplo, embora a
média para anos ricos em chuvas seja de
mil milímetros, pode chegar a apenas 200
milímetros nos anos secos.
Geograficamente, a caatinga ocupa
cerca de 11% do território nacional,
abrangendo os estados da Bahia, Sergipe,
Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte, Ceará, Piauí e Minas Gerais.
Na cobertura vegetal das áreas da região
Nordeste, a caatinga representa cerca de
800.000 quilômetros quadrados, o que
corresponde a 70% da região, e faz parte
da vida de 20 milhões de brasileiros.
De modo geral, a caatinga tem sido
descrita na literatura como pobre e de
pouca importância biológica. Porém,
levantamentos recentes mostram que esse
ecossistema possui um considerável número
de espécies endêmicas, ou seja, que
ocorrem somente na região, e que devem
ser consideradas como um patrimônio
biológico de valor incalculável.
Quanto à flora, foram registradas mais
de mil espécies, estimando-se que haja
um total de 2.000 a 3.000 plantas. Com
relação à fauna, há baixas densidades,
e poucas espécies endêmicas se
comparadas a outros biomas. Mesmo
assim, números recentes indicam a
existência de 17 espécies de anfíbios,
44 de répteis, 510 de aves, 143 de
mamíferos e 240 de peixes. Descrições
de novas espécies vêm sendo registradas,
a cada ano, indicando um conhecimento
botânico e zoológico bastante precário
deste ecossistema, que é considerado
o menos conhecido e estudado dos
ecossistemas brasileiros.
Além da importância biológica,
a caatinga apresenta um potencial
econômico ainda pouco valorizado. Em
termos forrageiros, possui espécies como
o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a
catingueira rasteira, a canafístula, o mororó
e o juazeiro, que poderiam ser utilizadas
como opção alimentar para caprinos,
ovinos, bovinos e muares. Entre as de
potencialidade frutífera, destacam-se o
umbu, o araticum, o jatobá, o murici e
o licuri e, entre as espécies medicinais,
encontram-se a aroeira, a braúna, o quatropatacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro,
o angico, o sabiá e o jericó.
Q
uando imaginamos a caatinga, a
imagem que vem à nossa mente
é a de um ambiente árido, com
árvores quase sem folhas, esbranquiçadas
e secas. Na verdade, essa vegetação é
assim por uma questão de sobrevivência.
É a forma que a natureza encontrou para
preservação do bioma, composto de
plantas xerófilas, adaptadas ao clima com
poucas chuvas e baixa umidade. No local,
são comuns árvores baixas e arbustos,
com ou sem espinhos. Nos cactos, espécie
mundialmente conhecida por aproveitar os
períodos chuvosos para armazenar água, os
espinhos são folhas que se modificaram ao
longo da evolução, fazendo com que a perda
de água pela transpiração seja menor.
Também para superar a escassez do
líquido, algumas plantas perdem suas
folhas na estação seca, dando a impressão
de que toda a vegetação está morta.
Mas não está. Elas permanecem vivas,
utilizando suas raízes para obter água
armazenada no solo. Outras espécies
desenvolvem raízes na superfície, o que
lhes permite, no período das chuvas,
absorver o máximo possível de água.
A caatinga, cujo nome vem do tupi e
significa mata branca (caa – mata e tinga
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
31
Extinção
Preservação
sse importante patrimônio
nordestino existente na caatinga,
no entanto, encontra-se ameaçado.
A exploração da flora feita de forma
extrativista pela população local, desde
a ocupação do semiárido, tem levado
a uma rápida degradação ambiental.
Segundo estimativas divulgadas em 2008
pela Universidade Estadual de Feira de
Santana, 59% da caatinga foi alterada
pelo homem e somente 2% de sua área
está protegida em unidades e parques
de conservação (um deles é o Parque
Botânico do Ceará, mantido pela FIEC).
Números piores somente relacionados
com a quase extinta Mata Atlântica, cuja
destruição alcança 93%.
Como consequência da degradação,
algumas espécies vegetais figuram na lista
das ameaçadas de extinção do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Outras, como a aroeira e o umbuzeiro,
estão protegidas pela legislação florestal
e não podem ser usadas como fonte de
energia. Quanto à fauna, os felinos (onças
ma das ações que o
órgão ambientalista
Greenpeace sugere como
forma de preservar a caatinga e,
consequentemente, contribuir para
a não-desertificação, é a proteção
da vegetação em unidades de
conservação. Em nosso estado, uma
das principais áreas de preservação
ambiental é o Parque Botânico
do Ceará, administrado pela FIEC.
Localizado em Caucaia, às margens
da CE-090, a 15 quilômetros de
Fortaleza, o parque tem 190 hectares
e serve de habitat para diversas
espécies nativas da flora e da fauna
nordestinas. Hoje, é considerado
um dos mais importantes espaços
de preservação e conscientização
ambiental do Ceará, mantendo
um campo de produção de mudas
florestais nativas do Ceará,
incentivando o turismo e
difundindo a cultura ecológica
entre estudantes e professores.
Passam pelo local anualmente
mais de 20.000 pessoas. A maioria
alunos de escolas públicas e
privadas, que, além de assistir
a vídeos e a palestras sobre
preservação ambiental, fazem um
passeio pelos 3,6 mil metros de
trilhas que atravessam árvores
U
E
Ararinha azul, espécie ameaçada de extinção
e gatos selvagens), os herbívoros de porte
médio (veado catingueiro e capivara), as
aves (ararinha azul e pombas de arribação)
e abelhas nativas figuram entre os animais
mais atingidos pela caça predatória e pela
destruição do seu habitat natural.
Curiosidades sobre a caatinga
» Estudos recentes mostram que
cerca de 327 espécies animais são
endêmicas (exclusivas) da caatinga.
São típicas da área 13 espécies de
mamíferos, 23 de lagartos, 20 de
peixes e 15 de aves. Entre as plantas
há 323 espécies endêmicas.
mais ameaçada do país, a araraazul-de-lear (Anodorhynchus leari).
Habitam os arredores de Canudos
(BA), e há menos de 150 exemplares,
um décimo da população ideal no
caso de aves que demoram a se
reproduzir.
» A caatinga compreende mais de 10%
da área total do território brasileiro,
com aproximadamente 800.000
quilômetros quadrados.
» A flora da caatinga inclui muitas
espécies de cactos. O mandacaru
(Cereus jamacaru), um cacto que
floresce de noite, alcança o tamanho de
uma árvore pequena (até oito metros).
Outro cacto grande, o xique-xique
(Pilosocereus gounellei), tem grandes
e finas espinhas brancas que lhe dão
um brilho prateado. Pode chegar a
quatro metros. O terceiro grande cacto
comum na região é o facheiro (Cereus
squamosus), que é muito inflamável e
utilizado como tocha.
» Uma área de caatinga mais conservada
pode abrigar cerca de 200 espécies
de formigas, enquanto nas mais
degradadas há de 30 a 40.
» Mais de 50% da paisagem de caatinga
já foram deteriorados pela ação do
homem. De 15% a 20% do bioma está
em alto grau de degradação (com risco
de desertificação).
» Uma formação de relevo característica
na depressão nordestina é o inselberg,
bloco rochoso sobrevivente ao
desgaste natural.
» Vive na caatinga a ave com maior
risco de extinção no Brasil, a ararinhaazul (Anodorhynchus spix), da qual
só se encontrou um único macho na
natureza. Também vive ali a segunda
32 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
e de carnaubal –, o parque botânico é
muito procurado pelas universidades,
que encontram ali um campo vasto,
e protegido, para pesquisas em áreas
que vão da Botânica à Química. O
estudo químico-biológico das espécies
vegetais do parque é uma delas. Fruto de
convênio com a Universidade Estadual
do Ceará (Uece), a pesquisa revelou
que o extrato de oito plantas estudadas
apresentou atividades antimicrobianas,
sendo considerado fonte para futuros
medicamentos. O estudo fitoquímico
concluiu que 13 das 15 espécies
observadas têm a presença de flavonoides,
considerados compostos importantes no
tratamento de problemas circulatórios.
Em parceria com a Universidade
Federal do Ceará (UFC), está sendo
desenvolvido o mapeamento do sistema
vegetal. O estudo visa proteger a fauna
e a flora, servir como amostra dos
ecossistemas cearenses e fomentar a
cultura ecológica. Outro projeto que merece
destaque, também em parceria com a UFC,
é a criação de um banco de sementes
de árvores nativas da caatinga, algumas
em extinção, como é o caso do jucá, da
jurema-branca e preta, do marmeleiropreto e do sabiá, dentre outras.
65.000 unidades foram plantadas, em 23 minutos e 30 segundos, por 4,5 mil voluntários em dois pontos da cidade
Guinnes Book
O
» Na estação seca, a temperatura do
solo pode chegar a 60ºC.
» A perda das folhas da vegetação da
caatinga é estratégica. Sem folhas,
as plantas reduzem a superfície de
evaporação quando falta água.
» No idioma tupi, caatinga quer dizer
mata branca, referência à vegetação
sem folhas que predomina durante a
época de seca.
nativas da caatinga. Os alunos também
conhecem as áreas nas quais são
desenvolvidos projetos de conservação
controlada, como o orquidário, onde é
possível acompanhar o desenvolvimento
de espécies raras; o horto de plantas
medicinais com mais de 30 espécies;
o meliponário (criatório de abelhas
indígenas sem ferrão) e a reserva de
mudas de espécies nativas da caatinga.
A caminhada termina às margens de um
lago artificial, com quiosques próprios
para piquenique.
Composto principalmente por mata
de tabuleiro – há ainda áreas de mangue
Mudas de orquídeas cultivadas
no Parque Botânico do Ceará
município de Fortaleza é
o recordista mundial em
megaplantação de mudas. No
dia 21 de dezembro de 2008, 65.000
unidades foram plantadas, em 23 minutos
e 30 segundos, por 4,5 mil voluntários
em dois pontos da cidade (50.000 no
Condomínio Espiritual Esperança, da
Fazenda Uirapuru, e 15.000 no Campus
do Itaperi, da Uece). O anterior recorde
pertencia ao município de Itu, em São
Paulo, que plantou 4,5 mil mudas em uma
hora, em novembro do ano passado.
O megaplantio, que tem o
crescimento das mudas acompanhado
por agrônomos, será contabilizado
com provas documentais e presenciais
para constar no Guinnes Book, o livro
dos recordes mundiais. O trabalho foi
auditado por três especialistas: Sbetai
Calderoni, presidente do Instituto Brasil
Ambiente e consultor da Organização das
Nações Unidas (ONU); o pesquisador
Albert Gradvohl e o representante da Rank
Brasil, Luciano Cadari. Eles percorreram
os vários pontos dos terrenos, verificando
a concretização do desafio.
Segundo os ambientalistas, quando
se tornarem adultas, as 65.000 árvores
devem neutralizar três toneladas de
carbono por ano. A ideia é que as duas
áreas se tornem grandes pulmões
verdes da cidade e atraíam também
grande número de pássaros e outros
animais silvestres.
A iniciativa, que fez parte da
campanha Natal de Luz, da Câmara
de Dirigentes Lojistas (CDL), que todos
os anos distribui mudas à população,
contou com grande mobilização da
sociedade, órgãos públicos e da
iniciativa privada. Da FIEC, por exemplo,
dezenas de funcionários, diretores e o
presidente da instituição, empresário
Roberto Proença de Macêdo,
participaram do ato ambientalista que
entrará para a história.
No meio das árvores plantadas
estavam pés de caju, acerola e pitanga,
e nativas, como oiticicas e juazeiros.
Para que as plantas vinguem, um
sistema de irrigação, adubação,
capinagem e controle de pragas foi
montado e deve durar até a chegada da
estação chuvosa.
Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC
|
33
footwear
Frases&Idéias
T I R A D A S
I N S P I R A D A S ,
F R A S E S
C O N C E I TU A I S
E
O UT R A S
Perspectiva
Brasil é o único em
35 países a escapar de
forte desaceleração.
Sintonizado com o
desenvolvimento
Relatório da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em
12 de janeiro em Paris, afirmando que as perspectivas
econômicas para o Brasil continuam mais positivas
do que para os países ricos e outras grandes
economias emergentes, como China, Índia e Rússia
Comércio
“A estimativa é que o setor não seja afetado
com a projeção de demissões. A crise deve
atingir quem depende de crédito.”
Septimus Andrade, secretária do Planejamento do
Tudo o que for possível cortar em custeio, nós
vamos fazer. Mas tudo o que for possível a gente
colocar para gerar empregos, na construção civil, na
habitação, nas rodovias, nas ferrovias, nós vamos
fazer. E tenho certeza que esse é o compromisso
de todos os governadores e prefeitos.
estado do Ceará
Garantia
“O governo vai monitorar os setores
que vão sofrer mais diretamente
com a crise com o emprego, para
dar compensações. Os recursos
estão garantidos, o estado fez uma
boa poupança em 2008, portanto,
estamos preparados. ”
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo o discurso otimista sobre a economia brasileira em
Silvana Parente, secretária do Planejamento do
2009, mas alertando os governos dos três níveis (municipal, estadual e federal) para continuar investindo,
principalmente no primeiro trimestre, como forma de evitar que a crise se alastre no Brasil
estado do Ceará
Juros
Impacto
É preciso ficar claro que a crise é grave, mas
atingirá o Brasil com menos força.
Henrique Meirelles,
“O mundo todo está reduzindo as taxas de
juros. Portanto, é natural e necessário que o
Brasil reduza as taxas de juros.”
Guido Mantega, ministro da Fazenda
presidente do Banco Central
TRavando
Turismo
Juros representam
certas travas na indústria,
mas a tributação é uma
trava muito pior.
Nós vamos melhorar as
parcerias e crescer os eventos para
não ter um ano negativo. A crise existe,
o que não podemos ter é queda.
Affonso Taboza, Diretor administrativo da fiec
Régis Medeiros, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH/CE)
34 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009
Mantido e administrado pela
indústria, o SENAI atua em
sintonia com as demandas de
formação profissional do setor
produtivo brasileiro. No Ceará,
são 65 anos promovendo
a educação profissional, a
inovação e a transferência de
tecnologias industriais em 24
áreas de atuação. O produto
dessas ações é mais educação
e emprego para o trabalhador,
competitividade à indústria e
desenvolvimento para o estado.
Construção civil
As obras públicas vão cobrir um
eventual espaço de arrefecimento
privado, que deve ser
afetado pela falta de
crédito.
SENAI, capacitando para a nova indústria
Roberto Sérgio Ferreira,
Presidente do Sindicato da
Indústria da Construção Civil do
Ceará (Sinduscon)
www.senai-ce.org.br
FIEC/AIRM
Investimentos
CRÉDITO E COMPETITIVIDADE
Binômio para a indústria cearense
continuar crescendo
A FIEC, visando melhores condições às empresas industriais cearenses frente
às mudanças do ambiente econômico global, por meio do seu Instituto de
Desenvolvimento Industrial (INDI), está implementando ações que contribuam
para o crescimento da indústria cearense.
CRÉDITO - Os Convênios firmados com o Banco do Brasil e a CAIXA
disponibilizaram um total de R$ 1 bilhão para financiamentos, com taxas
inferiores em até 25% às praticadas no mercado.
COMPETITIVIDADE - Apresenta o Programa de Desenvolvimento da
Competitividade (PRODECOM), pois a competitividade é o principal fator de
sustentabilidade da empresa.
O PRODECOM promove soluções nas mais diversas áreas da gestão
empresarial: processos administrativos, gestão e reestruturação financeira,
inovação tecnológica, inserção no mercado de capitais, engenharia financeira etc.
O PRODECOM disponibiliza um banco de especialistas para realização de
atividades sob supervisão do INDI/FIEC.
Informações:
3421-5450 ou 3421-5491
FIEC/AIRM
É a FIEC cumprindo o seu papel de indutora do
desenvolvimento da indústria do Ceará
Download

Menos conversa e Mais ação