Começa a cena com um homem de cabelos grisalhos, terno, em uma sala de escritório vendo a foto de dois jovens juntos, foto que pareçam de namorados, a cena vai da foto até os olhos do homem se fechando e abre com a seguinte cena. Apenas o garoto da foto, jovem, começando sua vida, trabalhando em uma oficina de carro e motos ou conserto de eletrodomésticos, algo que o suje de graxa, que precisa trabalhar para viver, mas realmente jovem, uns 18,19 anos. Ela a garota da foto, estudante de uma escola particular, colegial, 16,17 anos, passando todo dia com suas amigas na volta do colégio para a sua casa. E um dia ele repara nela, e sorrindo, com a camisa e o rosto cheio de graxa, diz sorrindo: ● Bom dia. As amigas olham para o lado, e ele sorri mas olha fixo para a menina que sorrindo tímida responde: ● Bom dia. Vão embora, o rapaz volta para dentro e falando sozinho. ● Bom dia? Deveria ter dito algo mais…mas o que? No dia seguinte. ● Bom dia. ● Bom dia. Vão embora e o rapaz bravo joga o pano sujo de graxa no chão e vai para sua sala, e na rua as amigas andando falam. ● Que coisa chata. ● Rapaz mal educado. ● Isso se não for perigoso. A menina. ● Perigoso como? Ele apenas é um rapaz trabalhando em sua oficina, nada de demais. ● Fica dando bom dia e… viu como ele te olha. ● Sei lá, não achei nada de demais…ele até que é bonitinho. ● Que mal gosto que você tem. E elas continuam andando rindo. No dia seguinte. ● Bom dia. Uma das amigas fala. ● Olha só, isso é chato e um pouco doentio. ● Desculpe­me, não queria incomodar, na verdade nem falar contigo mas… ● Que grosseirão. ● Esperava o que deste tipo– diz uma outra amiga, mas a menina sorri. ● Desculpe, não quis soar grosseiro, é só que… ● Você é… ● Talvez… me desculpe. ● Tudo bem, vamos embora. Então sem dizer nada a menina abaixa a cabeça, sorri e diz ● Bom dia.– o rapaz sorri, respira fundo e diz. ● Não sou muito bom nisso, acho que deu para reparar, mas eu gostaria de te levar para dar um passeio. ● Eu? ● Sim… não cinema e nem nada assim, sei lá, eu gosto muito de andar pelo parque aqui perto, ver as estrelas surgindo logo após o pôr­do­sol. ● Que brega.– diz uma das amigas. ● Mas então, que você acha? ● Eu não te conheço. ● Por isso o parque, podemos andar e conversar somente, que tal? ● Não sei…melhor não. ­e uma das amigas. ● Agora que já levou o fora, que tal trabalhar e parar de mexer com a gente. ● Não estou mexendo com vocês…– ele faz um sinal ao ver a revolta das meninas– desculpem, o que quero dizer é que estou chamando ela para dar uma volta comigo, só isso, você quer? Juro que depois de sua resposta não te incomodo mais. ● Não sei…desculpe… ● Você vai sentir minha falta quando eu sumir.– as amigas riem debochadas, mas a menina sorri e diz. ● 5 horas de frente à lanchonete na esquina do parque, hoje… ● Hoje? ● Não quer mais?– diz a menina sorrindo maliciosamente e sorrindo o rapaz diz: ● 5 horas então. 5 horas, o rapaz com um jeans e uma camiseta social branca com a manga dobrada e a menina com jeans e uma camiseta vermelha, ela o vê e diz. ● Quase não te reconheci? ● Arrumado? ● Limpo.– ele fica tímido e ela ri– deixa de ser bobo…posso fazer uma pergunta? ● Sim. ● Você não acha estranho um adulto sair com uma adolescente? ● Você acha? ● Um pouquinho… ● Então por que veio? ● Sei lá… você é diferente… ● Talvez seja porque tenho só 19 anos.– a menina sem graça diz. ● Desculpe, é que imaginei que… ● Tá bom, me chamou de acabado… ● Não…é que…– ele sorri e a menina fica cabisbaixa. ● Relaxa…eu entendo… eu já trabalhando em uma oficina… é que meu pai morreu quando eu estava no terceiro colegial, e minha mãe morreu quando nasci e… ● Mil perdões, não precisa falar disso… ● Posso falar, a não ser que não queira. ● Não precisa, mas que estou curiosa estou.– ambos riem. ● Então, não tenho irmãos, e sempre ajudei meu pai a arrumar as coisas, daí acabei ficando. Mas gosto de lá, tem clientela fixa e já boa até, dá para viver, não super confortavelmente mas bem. Ele começa a andar, ela fica confusa e diz. ● Vamos, quero te levar em um lugar aqui do parque que gosto muito.– a menina olha confusa e um pouco assustada– Só quero ir até as flores, a parte que fica as flores lá, acho bonito.– ela sorri e vai até o lado dele– desconfiada… ● Desculpe, é que… ● Relaxa…me fale sobre você. ● Sou uma menina de 16 anos, dois irmãos e pais casados, e não preciso trabalhar não… A cena vai acontecendo com eles andando, sorrindo, brincando,e às vezes sérios, e no meio do caminho o dedinho dele pega o indicador dela, e depois as mãos se juntam enquanto andam. Então se sentam nas flores, e ela fala. ● Por que você resolveu falar comigo? ● Não sei…por que você resolveu me responder? ● Por educação… ● Sei, você responde todos que te dão bom dia…– ambos riem. ● É que achei você…– e bem baixinho diz– bonitinho. ● Que?– diz ele sorrindo. ● Bonitinho…– diz ela sem graça. ● Bom saber… ● Mas por que? ● Algo me dizia para fazer isso… e você resolveu me dar a chance só porque sou bonitinho? ● Não. ● Então… ● Algo me dizia que valia a pena. Então ele ajeita o cabelo dela, ela fecha os olhos, e se beijam, e saindo do beijo ele sorri e ainda de olhos fechados diz ● Valeu a pena? – e ela ainda de olhos fechados responde. ● Sim. Então fazer uma montagem com cenas deles andando de mão dadas, ele esperando ela sair da escola, ela visitando a oficina dele, eles passeando no parque, no cinema, abraçados vendo televisão, briga de travesseiro, deitados na cama; pode fazer o rapaz começar a ter uma barba, e ambos com aliança no dedo depois de algumas cenas da montagem. E então eles no cinema veem uma máquina de fotos instantâneas, e ela diz. ­Acho tão brega casais que tiram fotos com várias poses nessas máquinas. ●
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Ah é?– diz ele sorrindo. Sim… parece coisa de filme ruim, meloso. Mas você ama esses filmes. ­ela ri e ele sorri. Sim, mas isso não quer dizer que… ­então o rapaz tira uma nota do bolso e diz. Vamos logo tirar essas fotos.– puxa ela pela mão e ela rindo diz. Achei que não perceberia. Na máquina tira uma foto dele fazendo careta e ela rindo, outra dele fazendo cócegas nela, outra dos dois se olhando, uma deles beijando e outra dos dois sorrindo para câmera. Eles saem e ela pega, ele tenta ver e ela não deixa. ● Você não queria. ● Você que disse que não queria, que era coisa de filme meloso. ● Mas você demorou muito… ● Deixa eu ver. – a menina mostra, ele tenta pegar e ela diz. ● Você vê com os olhos…tira as mãos. ­eles riem, e ele fala. ● Me dá metade. ● Nunca. Uma. ● Tá bem…mas eu escolho… ● Não…fica com esta… – e dá a ele a que ele faz careta e ela olha rindo para ele. ● Mas nesta mal te vejo. ­ela olha para ele, faz cara de pensativa, dá a dos dois sorrindo para a câmera. ● Aproveite que estou boazinha. ● Mas como você consegue tudo que quer, deixa eu escolher uma… ­ela então o beija– por isso você consegue. Ambos riem e a cena muda para ele trocando a camisa, lavando o rosto e indo até a escola buscar a menina. Chegando lá ele vê ela falando com um rapaz ao lado de uma bicicleta, apoiado na bicicleta, as mãos dela estão no peito do rapaz, os dois riem, ela então para olha fixamente ao rapaz e se beijam, a câmera volta ao rapaz que deixa cair o buquê no chão, olhos marejados. Acaba o beijo, o rapaz vai embora de bicicleta, ela olha o rapaz indo embora e de repente se dá conta que na esquina seu namorado vê tudo. Ele então tira a aliança, deixa cair, ela tenta falar algo, pensa e faz menção de ir até ele mas algo a trava, ele então fala. ● Você vai sentir minha falta quando eu sumir. E sai andando, a menina pega o buquê e a aliança. De repente na tela de um computador, um email escrito, "Esta é a última proposta…aceita?" Mostra o rapaz, ele respira fundo e responde. "Sim." Ouve um barulho, sai de sua sala e vê a menina. ● Você está aqui… ● Sim…trabalhando… ● Eu…bem, eu…– ela parece ansiosa, olha para ele. ● Você… ● Eu não sei o que dizer… ● Vamos, diga algo…– ela olha para o chão, ele joga algo que está em cima de uma mesa e grita– estou aqui! Fale comigo! Não estou no chão, estou aqui! ● Desculpe.– ele olha para a mão dela e vê as fotos e repara que ela está sem aliança. ● Desde quando? ● Isso faz diferença? ● Você ontem comigo no shopping…você…em nenhum momento… em nenhum momento parecia que estávamos morrendo. ● E não estávamos, mas comecei a falar com ele e… você não precisa ouvir isso. ● Não…eu preciso e eu quero. ● Ele foi tomando meu amor sem eu perceber e… ● Amor? ● Meu Deus, eu… ● Você me disse ontem eu te amo. ● Sim… ● Você me disse hoje de manhã eu te amo. ● Sim, e você falou que tinha trabalho e não poderia me buscar. ● Me desculpe, a culpa é minha então. ● Não… ● Deve ser, porque também não vi que estávamos morrendo. ● Não tem culpados, chega, por favor. ● Você ainda tem a coragem de me pedir algo? ● Se você me ama me deixe partir e ser feliz. ­ela então se arrepende, ele prende a respiração e ela também– não foi isso que eu quis dizer. ● Mas foi isso que disse. Quando falou eu te amo para mim de manhã, você quis dizer isso? ● Mas amo. ● Ama? Mas não ama a ele? Para quem você está mentindo? então ela deixa na mesa as fotos, ele sorri irritado– nem nossas fotos você vai guardar. ● Não queria que acabasse assim. ● Mas queria que acabasse. Valeu a pena?– ela vai saindo, para e olha para trás e ele diz– você vai sentir minha falta quando eu sumir. ● Talvez. Então ela sai, ele começa a rasgar as fotos, vai até a sala dele, pega a foto deles sorrindo, faz menção de rasgar mas não consegue, a câmera vai até a foto, depois volta para o homem de cabelos grisalhos, ele abre os olhos tristes, fecha e quando abre os olhos são de uma mulher mais velha olhando uma foto, ela bem vestida, em uma camarim ou uma sala chique, daí a câmera vai até a foto. E então dois finais possíveis. A foto é deles se beijando, ela e o homem grisalho quando jovens. Ou o final que prefiro, triste mas acho mais legal. A foto dela com o rapaz da bicicleta. 
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Começa a cena com um homem de cabelos grisalhos, terno, em