PROGRAMAÇAO DE ENSINO E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA:
CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
BEFFA, Marcia Josefina – UNESPAR/ FECEA - PR
[email protected]
Eixo Temático: Comunicação e Tecnologia
Agência Financiadora: Fundação Araucária - PR
Resumo
A Programação de Ensino e a Educação à Distância (EaD) caracterizam-se como
metodologias de ensino capazes de favorecer o processo ensino-aprendizagem. Acredita-se
que o uso conjunto das duas metodologias possa contribuir no atingimento dos objetivos
educacionais. Para a Análise do Comportamento, programar ensino significa arranjar
contingências de reforço e esse arranjo demanda um planejamento das condições que
facilitem a aquisição dos comportamentos e a ocorrência da aprendizagem. A Programação de
Ensino envolve a definição de objetivos de ensino, descritos como comportamentos e a partir
de conceitos do comportamento operante e contingências de reforço possibilite desenvolver e
manter os comportamentos especificados. Os procedimentos de ensino na Programação de
Ensino são baseados em princípios de instrução individualizada, avanço do aluno no próprio
ritmo, progressão gradual das etapas de ensino, participação ativa e possibilidade de
avaliações frequentes. A Educação à Distancia (EaD) é o processo ensino-aprendizagem
mediado por tecnologias da informação caracterizada por flexibilização da interação, uma
distância física aluno-professor e independência no tempo e no espaço, focalizando a e
permitindo a individualização da aprendizagem. Frente ao exposto, o presente estudo tem
como objetivo caracterizar as duas metodologias de ensino e relatar a experiência em utilizálas em conjunto. Um programa de ensino com objetivo de levar alunos a elaborar o problema
de pesquisa foi construído e efetivado pela utilização da plataforma Moodle. Resultados deste
programa estão em fase de análise e dados preliminares indicam avaliação positiva do
desempenho dos alunos. Assim, considera-se que o ferramental disponibilizado pela
metodologia de EaD e plataformas web é capaz de viabilizar a construção de Programas de
Ensino garantindo melhores resultados em processos de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Programação de Ensino. Ensino à Distância. Análise do Comportamento.
Introdução
Ensinar e aprender, apesar de intrinsecamente relacionados, parece não ser aspecto
considerado quando o assunto se refere a metodologias e procedimentos de ensino. Para a
Análise do Comportamento o processo ensino-aprendizagem é concebido como um sistema
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de interação entre professores e alunos e o grande problema reside em identificar os
componentes comportamentais e caracterizar as relações entre eles. Uma tecnologia é
necessária para trabalhar com “comportamentos dos alunos por meio dos comportamentos dos
professores, [...] mas não suficientemente considerados nos exames e nas atividades
relacionados à Educação”. (KUBO; BOTOMÉ, 2001, p. 5).
Para Greer (2002) as atividades de pedagogia são críticas para a eficácia do ensino,
que abrangem intervenções usadas pelo professor para levar o estudante à aprendizagem,
intervenções que ocasionam aprendizagem. A aprendizagem deve, portanto, ter ocorrido
como uma função (causa) de, ou uma correlação de operações instrucionais executadas por
um professor, e que na interação entre professor-aluno possa ser identificada uma unidade de
análise, o comportamento do aluno, um conteúdo a ser aprendido e as instruções e o
comportamento do professor.
Zanotto (2000) considera a responsabilidade do processo ensino-aprendizagem recai
sobre o professor como um planejador do ensino através do arranjo de contingências e a
aprendizagem concebida como processo de alteração de comportamento em função deste
arranjo, no qual mudanças observáveis são identificadas no repertório comportamental do
aluno.
Na busca de metodologias capazes de favorecer o processo ensino-aprendizagem, a
Programação de Ensino baseada na proposta skinneriana de ensino pode se caracterizar como
tecnologia de ensino eficaz indicando os meios de procedimentos de ação para
desenvolvimento de comportamentos necessários para que os alunos possam atuar de modo
eficiente frente a realidade. No mesmo sentido, o advento da informática, ao impulsionar
novos paradigmas de educação contribuiu para o surgimento de novas tecnologias
educacionais para efetivá-las. Um exemplo de ambiente virtual de aprendizagem caracterizase pela Educação à Distância (EaD).
Frente ao exposto, este trabalho tem como objetivo apresentar características e
contribuições de duas metodologias de ensino voltadas para efetivar o processo ensinoaprendizagem quando utilizadas em conjunto, o Ensino à Distância e a Programação de
Ensino, na elaboração de um programa de ensino com objetivo de levar alunos da pósgraduação a elaborar o problema de pesquisa do projeto de pesquisa e futura monografia.
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Desenvolvimento
A tecnologia da informação pode ser considerada uma das maiores rupturas na história
do homem e dos processos comunicacionais.
Os aspectos ligados ao tempo e espaço
alteraram-se e modificaram a perspectiva do homem e das relações deste com a realidade,
podendo estar em qualquer lugar, a qualquer tempo. (PAIVA, 2001, p. 1).
A EaD, como exemplo de metodologia de ensino, implica, como outros ambientes
virtuais de aprendizagem, na distância física entre os alunos e professor, bem como da
instituição escolar, que pode utilizar dispositivos impressos, mecânicos e eletrônicos. A
comunicação flexibiliza a interação humana, pois o “aprendizado se dá sem que, no mesmo
instante, os personagens envolvidos estejam participando da atividade” combinada com uma
independência no tempo e no espaço. (MÁTTAR NETO, 2008, p. 137-8).
Para Knox (2001) em uma "aula virtual" existem dois elementos essenciais: um web
site (ambiente) e algumas ferramentas de discussão, onde a maior parte do ensino
aprendizagem ocorrem". Assim, o ambiente de aprendizagem construído nesses moldes é
capaz de modificar o papel tanto de alunos quanto de professores, como também o
envolvimento de outros elementos e pessoas nesse processo.
A EaD como tecnologia da educação apresenta características diferenciadas do
ambiente escolar como o conhecemos. A flexibilidade do programa de ensino e a liberdade
para determinar o tempo e espaço de ensino-aprendizagem possibilita determinar o próprio
ritmo, estímulo a auto-aprendizagem, bem como disponibilização de conteúdos em pequenas
unidades ou módulos adéqua o conteúdo às necessidades e estilo do aprendiz, favorecendo a
individualização do ensino. (CHAVES, 1999, p. 7-10).
Para Aretio (apud TODOROV, MOREIRA E MARTONE, 2009, p. 293), existem
alguns elementos fundamentais para a caracterização da EAD:
(1) separação aluno-professor - professor e aluno encontram-se separados no espaço
e, na maioria das vezes, no tempo; (2) organização de apoio-tutoria – a tutoria
propicia acompanhamento do curso e das dificuldades encontradas pelo aluno; (3)
aprendizagem independente e flexível – a tecnologia permite o trabalho
independente do aluno e a individualização da aprendizagem; (4) comunicação
bidirecional – feedback entre educador e aluno; (5) enfoque tecnológico – educação
otimizada pela utilização da tecnologia e de um planejamento sistemático; e (6)
comunicação massiva – a transmissão/recepção de mensagens é facilitada pelas
novas tecnologias de informação e pelos modernos meios de comunicação,
possibilitando o aproveitamento dessas mensagens por um grande número de
pessoas dispersas pessoalmente.
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Dentre as opções na área do ensino a distância no que tange à tecnologia da
informação, têm-se o Moodle (Modular Object-Oriented Distance Learning), um sistema para
gerenciamento de cursos (SGC), um programa para computador destinado a auxiliar
educadores a criar cursos online de qualidade. O Moodle constitui-se em um sistema de
administração de atividades educacionais e permite de maneira simplificada, a um estudante
ou a um professor integrar-se num curso on line. A plataforma Moodle apresenta vantagens
por ser simples, leve, eficiente e compatível com navegadores de baixa tecnologia e fácil de
instalação. Necessita apenas um banco de dados e pode compartilhá-lo com outras aplicações.
A plataforma oferece um controle de acesso dos usuários, para informações que requeiram
segurança, compartilhamento de materiais de estudo, discussão ao vivo a partir de fóruns e
salas de bate papo, diários, aplicações de testes e pesquisa de opinião, revisão e coleta de
tarefas e registro de notas bem como a divulgação dos resultados imediatamente. (PULINO
FILHO, 2005).
Referente à utilização da tecnologia da informação, é importante dominar os aspectos
referentes à própria tecnologia da informática (utilizar, operar, programar) como também
aspectos referentes ao planejamento no uso de mídias em projetos educacionais. Esse
planejamento envolve desde aspectos operacionais, passando pela seleção de atividades,
programa de disciplinas e conteúdos e respectivo tratamento de conteúdos, o
comprometimento com os participantes e com os objetivos previstos, e também aspectos
interativos entre os participantes. Inclui a discussão a necessidade de formação de
profissionais em educação de maneira a garantir o desenvolvimento de projetos de ensino
mediados pelos diferentes suportes midiáticos, detendo a qualidade da proposta e
possibilitando o alcance de seus objetivos educacionais. (KENSKI, 2005-6).
Pode-se observar que esse sistema de gerenciamento de cursos não dispensa o
professor, pelo contrário, o professor assume um papel na organização de todo o conteúdo
bem como das estratégias a fim de atingir os objetivos especificados para cada aula, módulo e
curso. Possibilita ao aluno atuar de modo ativo, integrando-se ao conteúdo, lendo,
respondendo, participando das atividades e podendo se conectar com o professor e com os
colegas estando disponível continuamente a orientação do professor, respondendo às dúvidas,
sugerindo atividades num processo de consultoria.
As plataformas de EaD, como exemplo de tecnologia da informação, caracterizam-se
como possibilidades de viabilização de tecnologias de ensino e implementação de mudança de
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paradigmas no processo ensino-aprendizagem. No entanto, não é apenas a introdução do
computador, do acesso a internet e seu manejo através de sistemas de gerenciamento de
cursos, utilizando-se todos os recursos disponíveis, produzirão mudanças significativas na
educação. Faz-se necessário a invenção de formas de usar a tecnologia que traga melhora na
aprendizagem dos alunos. A aprendizagem não ocorre por causa da tecnologia, mas porque se
adota novas tecnologias e práticas que incluem, principalmente a abordagem centrada no
aluno.
Skinner (1972, p. 91) por meio das máquinas de ensinar ou Instrução Programada (IP),
um sistema de automatização capaz de produzir uma aprendizagem coletiva com base nos
princípios do comportamento operante, faz sua inserção no campo da educação e o ensino
constituiu-se área de aplicação da Análise Experimental do Comportamento, possibilitando o
desenvolvimento de uma tecnologia do ensino da qual se pode, com efeito, “deduzir
programas e esquemas e métodos de instrução” (p. 7).
A Instrução Programada coloca o estudante em contato com o programador que
preparou o material, adequado às condições de preparo do aluno, tendo o efeito de um
professor particular, mesmo com um número indefinido de estudantes. Há um intercâmbio
constante entre o programa e o aluno, mantendo-o alerta, e como um bom tutor, a máquina
permite ao aluno atinar com a resposta certa, através da construção ordenada do programa e
avanço apenas quando um dado ponto seja completamente compreendido, reforçamento da
resposta correta, utilizando feedback imediato, a fim de modelar e manter o comportamento,
ou o interesse do aluno. (SKINNER, 1972, p. 36-37) .
Assim, a instrução programada e as máquinas de ensinar efetiva a relação
comportamento-reforçamento-aprendizagem e a possibilidade do ensino ser planejado passoa-passo, da aprendizagem ocorrer sem erros ou com um mínimo deles, o reforçamento ocorrer
imediatamente após cada comportamento e a não retenção em uma fase de ensino, até que
todos os companheiros tenham vencido tal fase. (TEIXEIRA, 2003, p. 5).
A partir das experiências de Skinner, Keller em 1968 propôs o Sistema de Ensino
Personalizado (PSI), inserindo fundamentos comuns ao da instrução programada, tais como a
possibilidade do ritmo individualizado ao aluno, o domínio completo antes de avançar no
programa, estratégias tais como palestras como fonte de informação para recuperação de
conteúdos avaliados como insatisfatórios, ênfase à palavra escrita na comunicação entre
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professor-aluno e uso de monitores, permitindo repetição de testes, avaliação imediata e
ênfase no aspecto sócio educacional. (KELLER, 1972).
Martin e Pear (2009, p. 21) indicam as características baseadas no Plano Keller e que
devem reger a construção de cursos PSI:
a) Identifica os comportamentos-alvo ou as necessidades de aprendizagem de um
curso [...];
b) Exige que os alunos estudem apenas um volume pequeno de material antes de
demonstrar domínio do conteúdo [...];
c) Tem testes freqüentes [...], nos quais os alunos demonstram seu conhecimento
[...];
d) Tem critérios de proficiência, de maneira que os alunos têm que demonstrar
proficiência num determinado nível antes de passar para o nível seguinte;
e) Não é punitivo, no sentido de que os alunos não são penalizados por deixar de
mostrar proficiência num teste, mas simplesmente estudam e tentam novamente;
f) Utiliza professores assistentes (chamados monitores) para avaliar os testes
imediatamente e comentar com os alunos seu desempenho nos testes;
g) Tem características de “siga-seu-próprio-ritmo”, por meio do qual os alunos
podem avançar, de acordo com o material do curso, num ritmo que seja
adequado à capacidade e ao tempo disponível de cada um;
h) Usa aulas expositivas basicamente para motivação e demonstração e não como
meio principal de apresentação de novas informações.
Skinner e Keller rompem com o paradigma do ensino tradicional buscando modificar a
relação ensino-aprendizagem, professor-aluno e o desenvolvimento de uma tecnologia para
efetivar esse processo. No entanto, autores tais como Matos (1998), Nale (1998) chamam a
atenção de que essas práticas se preocuparam mais com a metodologia de ensino do que com
a programação de ensino em si, desvinculando-se da ciência que lhes deu origem.
Carolina Bori na década de 70 desenvolve o Curso Programado Individualizado (CPI),
uma nova denominação na tentativa de vincular o comportamento de programação de ensino
aos princípios da Análise Experimental do Comportamento (TEIXEIRA, 2008). Destaca-se a
essa pesquisadora a importância da proposição de objetivos de ensino a partir de
comportamentos relevantes como primeira e fundamental tarefa ao se programar um curso,
aspecto ausente nos trabalhos nas décadas de 60 e 70 sobre ensino personalizado (NALE,
1998, p. 3) bem como a importância da identificação das contingências de interesse para o
ensino e a partir disso programá-las (MATOS, 1998).
Em busca de uma interação entre uma análise de contingências e um modelo
metodológico específico, surge a partir da tecnologia da informação, estratégias de ensino a
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distância e possibilidade de aproximação entre PSI e EaD. Segundo Todorov, Moreira e
Martone (2009), uma similaridade entre duas metodologias que rompem com o modelo
tradicional de educação, coloca em foco o comportamento do aluno como centro do trabalho
de ensino e modifica o papel do professor. Essa aproximação, concluem Martin e Pear (2009,
p. 21), “possibilita aos professores aplicação dos princípios de modificação de
comportamento para melhorar o ensino em sala de aula”. Uma verdadeira tecnologia de
ensino.
Cabe ressaltar a importância dos trabalhos de Teixeira (2001, 2003, 2006, 2007) na
tentativa de buscar a interação entre tecnologia de ensino e modelo metodológico. Segundo a
autora “a maior ou menor efetividade de ensinar ou do aprender indica apenas a maior ou
menor adequação do arranjo de contingências de reforçamento constitutivo da situação
ensino/aprendizagem” (TEIXEIRA, 2000, p. 85).
Programação de Ensino e o Ensino à Distância: elaboração de um programa de ensino a
partir de uma plataforma web
A utilização em conjunto de duas metodologias de ensino pode ser observada na
construção de um programa de ensino a partir de uma plataforma web. Inicialmente foram
identificadas e hierarquizadas as classes e subclasses de comportamentos que compõem a
elaboração do problema de pesquisa. A partir da descrição dos comportamentos-objetivo o
curso foi estruturado conforme os critérios dos conceitos da Análise do Comportamento e
viabilizado por meio de um Sistema de Gerenciamento de Cursos (SGC) - Plataforma
Moodle.
Para cada comportamento decomposto foi elaborada pelo menos uma atividade que
consistia em leitura de textos, artigos, preenchimento de questionários com questões de
completar (lacunas), questões fechadas e questões dissertativas curtas e longas. O programa
de ensino foi dividido em pequenas unidades (passos) e definido o critério de qualificação
para que o participante avançasse para passos subseqüentes e conhecimento imediato dos
resultados das avaliações realizadas frequentemente. Ao aluno favoreceu-se a execução de
atividades e participação do programa de modo ativo, definindo o próprio ritmo bem como a
possibilidade de feedback do seu desempenho.
A descrição e hierarquização dos comportamentos-objetivo, do mais simples ao mais
complexo oportunizou ao professor organizar condições favorecedoras para o ensino-
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aprendizagem do elaborar problema de pesquisa. Esse processo é denominado pela Análise do
Comportamento como programação de contingências de ensino, no qual o professor seleciona
situações-estímulo (atividades) e comportamentos com o objetivo de colocar os últimos sob o
controle dos primeiros, e as consequências (reforçadores) para tais comportamentos,
sequenciando essas contingências atingindo a instalação de uma forma comportamental mais
complexa a cada passo. O professor constrói uma ligação entre formas mais simples e mais
complexas de padrões comportamentais, desenvolvendo cadeias comportamentais, e a
construção de repertórios comportamentais através dos princípios de modelação de
comportamentos e controle de estímulos (antecedentes e consequentes). (TEIXEIRA, 2005, p.
12-13).
A organização de um conjunto de materiais e condições de ensino com uma ordem
crescente de dificuldade, considerando o repertório comportamental dos alunos, levando-os a
responder com base num processo de modelagem comportamental através de contingências
de reforçamento positivo, parece ser condição essencial na consecução dos objetivos
comportamentais especificado no programa de ensino.
Esse processo foi efetivado pela utilização da plataforma Moodle, capaz de oferecer o
ferramental necessário para enviar e compartilhar materiais de estudo, fornecer meios de
comunicação entre professor e aluno fora da sala de aula, apresentar testes online com
correções instantâneas, permitindo ao aluno ter uma rápida auto-avaliação e informação sobre
o desempenho no curso, coletar e revisar tarefas divulgando os resultados, além de registrar as
notas referentes ao desempenho dos alunos nas atividades desenvolvidas. (PULINO FILHO,
2005, p. 2-3).
Resultados deste programa estão em fase de análise e indicam avaliação positiva no
desempenho dos alunos quanto a elaborar problema de pesquisa, bem como o projeto de
pesquisa para compor a monografia.
Considerações Finais
O Ensino à Distância através de plataformas web se caracteriza como um ferramental
capaz de facilitar e efetivar propostas de ensino programado. Porém, a mera introdução do
computador não é suficiente para efetivar uma tecnologia de ensino, é o uso planejado que
determinará a qualidade e efetividade da aprendizagem.
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Esse sistema de gerenciamento de cursos não dispensa o professor, pelo contrário, o
professor assume um papel na organização do o que, para que, para quem e como ensinar,
bem como das estratégias a fim de atingir os objetivos especificados para cada aula, módulo e
curso, possibilitando o aluno a atuar de um modo ativo e autônomo, preparado para atuar
frente a realidade presente e futura. O professor e sua preparação devem assumir uma nova
postura neste contexto como planejador de ensino.
A metodologia de ensino da Programação de Ensino baseada nos pressupostos de
Análise do Comportamento originou princípios que podem ser utilizados em conjunto com
metodologias derivadas da tecnologia da informação como descrito neste estudo. No entanto,
ainda há pouco reconhecimento em termos de pesquisa, meios acadêmicos e na prática diária
da educação, da importância da análise de contingências, bem como utilização dos
procedimentos traduzidos desta orientação teórica na metodologia de Ensino à Distância.
Justificativa pode ser elencada como a adoção do Construcionismo Social como fundamento
pedagógico de plataformas web, tal como o Moodle, o qual concebe a aprendizagem das
pessoas resultante do engajamento num processo social de construção de conhecimento
partilhado com os outros. Isso resulta em orientações na elaboração dos cursos principalmente
quanto aos modos de interação social que se estabelecerão no ambiente de aprendizagem e a
utilização das ferramentas para a efetivação da aprendizagem compartilhada. Excetuando-se
considerações sobre a validade e importância de uma ou outra orientação teórica, fica o
questionamento de quais princípios e conceitos destas teorias podem ser traduzidos em
procedimentos de ensino eficazes. Pesquisas precisam ser realizadas para que possamos
produzir conhecimento científico e transformados em comportamentos voltados para melhoria
da qualidade educacional.
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