PIBID Biologia 3
Coordenadora: Professora Márcia Mendonça
CACHORRO, GATO OU PASSARINHO? SERES VIVOS: POR QUE E COMO
CLASSIFICAR?
Autor: Amanda Protski
Vamos imaginar um mundo sem nenhum sistema de classificação. Agora se
imagine tentando dizer a um amigo que você viu um pássaro muito bonito, mas sem
usar a palavra “pássaro”. Você teria que descrever todas as características do animal
para que, com sorte, seu interlocutor conseguisse o identificar. Ficou cansado só de
imaginar? Por isso, classificamos os seres vivos, para auxiliar sua identificação em
diferentes níveis e facilitar seu estudo.
Considerado o pai da taxonomia moderna, ciência da classificação, Carlos
Lineu implementou em 1753 um sistema de nomenclatura binomial e classificação
biológica que é utilizado até hoje. Lineu propôs uma classificação em que os seres
vivos são enquadrados em diferentes categorias hierarquicamente, sendo elas Reino,
Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. Para ilustrar, vamos voltar ao
exemplo do pássaro muito bonito. Imagine um sistema de pastas e subpastas no seu
computador, sendo uma pastas com outras dentro uma da outra e que guardam no
final uma foto do seu animal.
Foto: Amanda Protski
Perceba que estas pastas estão organizadas de maneira hierárquica, de
maneira que a pasta “Filo: Chordata” só existe dentro da pasta “Reino: Animalia”. A
pasta “Classe: Aves” está dentro da pasta “Filo: Chordata” e consequetemente dentro
da pasta “Reino: Animalia”. A pasta “Ordem: Passeriformes” está necessariamente
inserida dentro da pasta “Classe: Aves”, “Filo: Chordata” e “Reino: Animalia” e assim
por diante. A espécie Turdus Rufiventris (Sabiá-Laranjeira), portanto, é um animal, da
classe aves, da ordem dos passeriformes, da família turdidae e do gênero Turdus. A
inclusão desse organismo em cada uma dessas categorias foi feita de acordo com a
descrição morfológica feita por Vieillot, em 1818. A inclusão de outros seres no mesmo
reino, filo, ordem, classe, ordem, família e gênero ocorre a partir da comparação da
morfologia, sendo animais muito parecidos agrupados.
Foto: Amanda Protski
Para elucidar a classificação de espécies diferentes, observe a
classificação do Turdus rufiventris (Sabiá-Laranjeira) e compare com a classificação
do Turdus flavipes (Sabiá-una). Ambas estão inseridas no mesmo gênero, portanto
partilham característica até este nível de classificação, mas não são a mesma espécie.
Morfologicamente são animais diferentes, porém, neste caso, só isto não basta para
classificá-las como espécies diferentes. Mesmo sendo semelhantes, não são
geneticamente compatíveis a ponto de cruzarem e gerarem descendentes férteis,
estando reprodutivamente isolados. Portanto, espécie, unidade básica da
classificação, é definida como um conjunto de organismos semelhantes
morfologicamente e geneticamente entre si, sendo capazes de cruzar e gerar
descendentes férteis.
Você pode ter estranhado a língua utilizada nas classificações acima. Entre
parênteses está indicado os nomes populares Sabiá-Laranjeira e Sabiá-Una, que
parecem bem mais simples, não é mesmo? O problema é que estes nomes estão em
português e podem sofrer variação dentro do próprio país e consequentemente
mudando de nome em outros países, dificultando a identificação exata do mesmo
animal. A fim de evitar problemas de comunicação entre países com diferentes
línguas, a nomenclatura científica é feita em latim. O latim foi escolhido por ser uma
língua internacional e morta, ou seja, reconhecida mundialmente e que nunca sofrerá
modificações. Isso significa que ao citar o Turdus rufiventris em qualquer lugar do
Brasil, quanto fora dele, todos estarão falando do mesmo ser vivo. Além da língua
utilizada, existem algumas regras básicas para criar e citar nomes científicos:
1) O nome científico sempre deve ser destacado do resto do texto em que está
inserido. Na forma eletrônica pode-se usar negrito, itálico ou sublinhado. Já
na forma escrita, sublinha-se o nome científico.
2) O nome científico é sempre formado por no mínimo 2 palavras (sistema
binominal), sendo a primeira sempre o gênero, a segunda o epíteto
específico e a expressão formada pelas duas palavras designa a espécie.
3) O gênero é sempre escrito com a primeira letra em maiúsculo e o epíteto
específico todo em minúsculo.
Exemplo: Canis familiares (Cão doméstico)
Gênero: Canis
Epíteto específico: familiares
Espécie: Canis familiares
Ufa! Parece complicado, mas continua melhor do que descrever
detalhadamente cada ser vivo a cada citação, não é mesmo? Trata-se apenas de uma
questão de prática. Falando nisso, que tal pesquisar a classificação completa do Cão
doméstico? Divirta-se.
Download

POR QUE E COMO CLASSIFIC