DA EXORTAÇAO APOSTOLICA
DO PAPA FRANCISCO
“EVANGELII GAUDIUM”
10. A proposta é viver a um nível superior, mas
não com menor intensidade: «Na doação, a vida
se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no
isolamento. De facto, os que mais desfrutam da
vida são os que deixam a segurança da margem e
se apaixonam pela missão de comunicar a vida
aos demais». Quando a Igreja faz apelo ao
compromisso evangelizador, não faz mais do que
indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da
realização pessoal: «Aqui descobrimos outra
profunda lei da realidade: “A vida se alcança e
amadurece à medida que é entregue para dar
vida aos outros”. Isto é, definitivamente, a
missão». Consequentemente, um evangelizador
não deveria ter constantemente uma cara de
funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de
espírito, «a suave e reconfortante alegria de
evangelizar, mesmo quando for preciso semear
com lágrimas! (...) E que o mundo do nosso
tempo, que procura ora na angústia ora com
esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios,
não de evangelizadores tristes e descoroçoados,
impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros
do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram
quem recebeu primeiro em si a alegria de
Cristo».
11. Um anúncio renovado proporciona aos
crentes, mesmo tíbios ou não praticantes, uma
nova alegria na fé e uma fecundidade
evangelizadora. Na realidade, o seu centro e a
sua essência são sempre o mesmo: o Deus que
manifestou o seu amor imenso em Cristo morto e
ressuscitado. Ele torna os seus fiéis sempre
novos; ainda que sejam idosos, «renovam as suas
forças. Têm asas como a águia, correm sem se
cansar, marcham sem desfalecer» (Is 40, 31).
Cristo é a «Boa Nova de valor eterno»
(Ap 14, 6), sendo «o mesmo ontem, hoje e pelos
séculos» (Heb 13, 8), mas a sua riqueza e a sua
beleza são inesgotáveis. Ele é sempre jovem, e
fonte de constante novidade. A Igreja não cessa
de se maravilhar com a «profundidade de
riqueza, de sabedoria e de ciência de Deus». São
João da Cruz dizia: «Esta espessura de sabedoria
e ciência de Deus é tão profunda e imensa, que,
por mais que a alma saiba dela, sempre pode
penetrá-la mais profundamente». Ou ainda,
como afirmava Santo Ireneu: «Na sua vinda,
[Cristo] trouxe consigo toda a novidade». Com a
sua novidade, Ele pode sempre renovar a nossa
vida e a nossa comunidade, e a proposta cristã,
ainda que atravesse____________
períodos obscuros e
fraquezas eclesiais, nunca envelhece. Jesus Cristo
pode romper também os esquemas enfadonhos
em que pretendemos aprisioná-Lo, e
surpreende-nos com a sua constante
criatividade divina. Sempre que procuramos
voltar à fonte e recuperar o frescor original do
Evangelho, despontam novas estradas,
métodos criativos, outras formas de expressão,
sinais mais eloquentes, palavras cheias de
renovado significado para o mundo atual. Na
realidade, toda a ação evangelizadora
autêntica é sempre «nova».
A palavra
do Bem-aventurado ZEFIRINO AGOSTINI
COM A ALEGRIA DO EVANGELHO
Família Leiga Ursulina
Irmãs Ursulinas
CAMINHAMOS
RUMO A PASCOA!
Março 2014
PALAVRA DE DEUS
Do livro do profeta Isaías – 53, 1-12
1 Quem creu em nossa mensagem?
E a quem foi revelado o braço do Senhor?
2 Ele cresceu diante dele
como um broto tenro
e como uma raiz saída de uma terra seca.
Ele não tinha qualquer beleza
ou majestade que nos atraísse,
nada havia em sua aparência
para que o desejássemos.
3 Foi desprezado e rejeitado pelos homens,
um homem de dores
e experimentado no sofrimento.
Como alguém de quem
os homens escondem o rosto,
foi desprezado,
e nós não o tínhamos em estima.
4 Certamente ele tomou sobre si
as nossas enfermidades
e sobre si levou as nossas doenças;
contudo nós o consideramos
castigado por Deus,
por Deus atingido e afligido.
5 Mas ele foi traspassado
por causa das nossas transgressões,
foi esmagado por causa
de nossas iniquidades;
o castigo que nos trouxe paz
estava sobre ele, e pelas suas feridas
fomos curados.
6 Todos nós, como ovelhas,
nos desviamos,
cada um de nós se voltou
para o seu próprio caminho;
e o Senhor fez cair sobre ele
a iniquidade de todos nós. [...]
DOS ESCRITOS DO BV. AGOSTINI
“Jesus percebendo que se aproxima a
hora da sua Paixão, celebrou com os seus amados
discípulos a última Páscoa, doando-se a eles como
alimento e a bebida, deixando os seus num tenro
fervor, dirigiu-se à morte por nós. Antes de entrar
no grande combate no Horto das Oliveiras,
frequentado por Ele no Getsêmani e, no mais
profundo silêncio da noite se prosta e reza. Apenas
começou a rezar, Ele, o Eterno Filho de Deus, é
assaltado por uma profunda tristeza (Cfr. Mt 26,37).
Porque tanto sofrimento?
Envolvido de profunda tristeza, Jesus se
afasta dos apóstolos que tanto amava para rezar,
dobra os joelhos e com o rosto por terra suplica ao
Pai de afastá-Lo daquele cálice amargo (Cfr. Mt.
25,42).
Enquanto assim reza, se recorda dos seus
discípulos e vai reencontrá-los. Encontra os seus
amigos imersos no sono, e sabendo que este não
era o tempo de dormir disse-lhes: ‘Não podeis
vigiar uma hora comigo? O vosso espírito é pronto,
mas a carne é fraca. Rezai!’ (Cfr. Mt. 26, 40-41).
Oh! Minha alma, faz tesouro desta dicina
sentença do teu Jesus. Tu dormes, ó minha alma,
tu deixas a vigilância e a oração, por isso, fraca e
débil, não consegues resitira tentação. Reza, ó
minha alma, e vencerás.
Coroado de espinhos, dilacerados pela
flagelação, Jesus carrega sobre os seus ombros, de
Jerisalém ao Calvário, a cruz sobre a qual deve ser
crucificado. As suas chagas, ainda mais ‘rasgadas’
pela trave que carrega, irrigam com o seu sangue o
caminho que Ele percorre; sangue do Deus vivo,
sangue de valor infinito que se mistura com o
barro da estrado e é pisado pelos pés de todos.
Sem que alguém tenha piedade!
Sim, quanto sente esta piedade, uma
mulher, a tenra Mãe do próprio Cristo, Maria
Santíssima, e de fato, ela que quase morta pela
dor, mas todavia com um amor mais forte que a
própria morte, se encaminha sobre os rastros
ensanguentados do Filho para estar ao seu lado.
Contemplemos Maria, caríssimos, para
perceber quanto grande é a sua dor na dor do
seu Filho, e qual deve ser a nossa dor na dor de
Jesus e Maria.
Com um rápido olhar Maria olha Jesus e
ela é vista por Ele. Se encontros os olhos do Filho
com oso olhos da Mãe: ‘Também a Mãe foi
crucificada’.
Caríssimos, para entender um pouco este
mistério, imaginamo-nos de encontrar-se juntos
com Maria e o seu Filho Jesus sobre o Gólgota.
Ó Deus, que lugar é este? Este é o lugar
onde encontramos o gesto mais repugnante da
criatura ingrata, e a caridade mais admirável do
amadíssimo Criador. Gesto de amor supremo,
aquele de dar a vida. [...]
Caríssimos, vós desejais compreender
este fato? Traspassem o vosso coração; abris o
vosso coração e nele entrará a Verdade e a Vida.
Então vereis bem claro o sol da justiça
não entrará nos corações fechados.
Ó Maria, ajudai-nos a realizar isso.
Queremos nos unir ao vosso coração
ferido; e em qualquer lugar onde estivermos
queremos estar sempre unidos ao Vosso Filho
crucificado.
Ó Maria, sois a Mãe de Jesus e nossa
mãe, vos agradecemos sem cessar!
ZEFIRINO AGOSTINI, A oração do Rosário,
uso manuscrito, pp. 89-95.
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A palavra do Bem-aventurado ZEFIRINO AGOSTINI Março 2014