EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Caroline Gomes
Denise Barbosa
Laiane Almeida
Manuela Indiara dos Santos
Pedrita Maria Freire
*Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Comunicação
Curso: Comunicação Social – Produção Cultural
Disciplina: Comunicação e Tecnologia
Professor: André Lemos
Salvador
2012.2
RESUMO:
A educação e a tecnologia levam em conta um traço característico da sociedade desde suas
revoluções e ascensões, favorecendo a formação de diferenças, sua aceitação ou sua exclusão
e atualmente vem trazendo discussões paralelas a cerca do tema. Diante das características,
podemos observar que vários fatores socioeconômicos e históricos contribuem para sua
aceitação e exclusão.
O processo de inclusão digital, não foi uma fácil tarefa, em meio às características
mencionadas, este processo sofreu inicialmente um preconceito, visto que o mesmo poderia
inibir o ensino, mas foi aceito logo após em razão dos desenvolvimentos tecnológicos,
econômicos e sociais que o proporcionou. Tempos depois, com a inserção do ensino a
distancia, o mesmo foi precipitadamente julgado pela sociedade como um método a substituir
o ensino regular, por ser mais dinâmico, interativo, e de certa forma cômodo. Porém, estudos
comprovaram que o ensino a distância vem agregar conhecimentos e contribuir para uma
formação mais interativa do indivíduo, através dos seus instrumentos, tendo em vista suas
pesquisas e referências sobre o assunto, no Brasil já podemos contar com uma legislação (a
legislação vigente, em seu artigo 1º, do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005), que
acalenta esta modalidade e a caracteriza como um processo de ensino e aprendizagem.
* PALAVRAS-CHAVES: Educação, Tecnologia, Comunicação, Informação, Inclusão, EAD.
ABSTRACT:
Education and technology take into account a characteristic of society since their
revolutions and rises, favoring the formation of differences, acceptance or exclusion and
currently is bringing parallel discussions about the topic. Due to the features, we can see that
various historical and socioeconomic factors contribute to its acceptance and exclusion.
The process of digital inclusion, was not an easy task amid the features mentioned, this
process initially suffered a prejudice, since that could inhibit learning, but soon after was
accepted because of technological developments, the economic and social provided. Later,
with the inclusion of distance learning, it was hastily dismissed by society as a method to
replace the regular education because it is more dynamic, interactive, and somewhat
comfortable. However, studies have shown that distance learning will add knowledge and
contribute to a more interactive training of the individual, through their instruments in view
its research and references on the subject, in Brazil we can count on legislation (the legislation
in its Article 1 of Decree No. 5622 of 19 December 2005), who cherishes this manner and
characterized as a process of teaching and learning.
* KEYWORDS: Education, Technology, Communication, Information, Inclusion, EAD.
1. INTRODUÇÃO
A educação, através dos seus processos de aprendizagem e de ensino, envolve uma troca
constante de informações, características e instrumentos acerca do desenvolvimento da
sociedade. No intuito de apresentar algumas considerações sobre educação e tecnologia foi
produzido este artigo, com a tentativa de realizar uma pequena narrativa sobre o assunto,
desde a revolução da informação, passando pela inclusão digital, a consolidação dos novos
instrumentos do ambiente de ensino e por fim a expansão do ensino a distancia. Apresenta
também a dimensão da história como um elo importante para nos aproximar das técnicas,
ressaltando as relações da educação com a tecnologia e seus novos paradigmas.
É indiscutível valor da educação em uma sociedade, com a modernização das técnicas a
possibilidade de inserção do ensino na tecnologia e nos seus suportes, respectivamente, vem
se consolidando e adquirindo um grande espaço na medida em que as instituições passam a
conhecer suas características e peculiaridades. Mas, mesmo em meio a todos os avanços este
novo método de ensino da atual sociedade, perpassa por discussões como a de credibilidade,
comodidade, acessibilidade e tradição.
Outra questão a ser considerada, é que neste novo sistema do mundo tecnológico é se o
professor deixou definitivamente de ser o detentor de todo o saber, para se afirmar como um
orientador, um intermediário entre o aluno e os conhecimentos que a Internet pode fornecer,
deste modo, educar no mundo de hoje é uma tarefa não só das escolas e universidades, mas
também da rede mundial de computadores. As novas tecnologias da informação e da
comunicação têm vindo a provocar uma enorme mudança na educação, originando novos
modos de difusão do conhecimento, de aprendizagem, e, particularmente, novas relações entre
professores e alunos.
Segundo alguns estudiosos, os primeiros indícios de educação à distância surgiram no
final do século XVIII, através das primeiras ofertas de tutoria por correspondência. A partir de
então, pouco a pouco, percebe-se uma silenciosa proliferação dessa modalidade de
educação/ensino, que tomou considerável impulso por todo o mundo.
."O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele."
(Immanuel Kant)
2. REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO E SEU AVANÇO TECNOLÓGICO
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), metade do século XX, o mundo passou
por diversas transformações tecnológicas. A partir da Terceira Revolução Industrial, também
chamada de Revolução Tecno-cientifica, onde iniciou nos meados dos anos 70 e se torna mais
densa no começo século XXI, possibilitou a modificação no âmbito do conhecimento
cientifico e da produção industrial.
As duas primeiras etapas da revolução industrial foram de grande importância para o
que estava por acontecer, juntas fazem parte de um marco na era da tecnologia por
englobarem uma sequencias de acontecimentos. As transformações ocorrem de forma
periódica e ela ainda está em andamento, com a Primeira Revolução Industrial (1760 a 1860),
ocorre à substituição da mão pela ferramenta, nesta fase o homem está alienado do mundo e
aprisionado pela cultura (expulsou o homem da natureza), a Segunda Revolução Industrial
(1860 a 1900), a ferramenta é substituída pela máquina, que são mais rápidas, o homem terá
sua existência totalmente modificada. As fábricas são como um manicômio (expulsou o
homem de sua cultura). Com base nesses dados, que vão agregar a Terceira e, por assim dizer,
a Revolução mais importante, a Tecnológica, dar-se em meados dos anos 70 até os dias de
hoje, onde acontece a substituição da máquina pelos aparelhos eletrônicos.
“Se considerarmos então a história da humanidade
como uma história da fabricação, e tudo mais como meros comentários
adicionais, torna-se possível distinguir, grosso modo, os seguintes períodos:
o das mãos, o das ferramentas, o das máquinas e o dos aparelhos eletrônicos
(apparate).”
(FLUSSER, Vilém ; 2007)
Destarte, principia-se a Era da Tecnologia, uma nova fase onde foco não é somente a
produção como nas Revoluções anteriores, mas o conhecimento como uma peça chave e seus
os principais gastos são destinados a estudos e pesquisas. A produção de tecnologia é o setor
mais próspero na esfera global.
Com os devidos investimentos, a tecnologia aprimorasse, estabelece novas conexões,
entre os seguimentos mais inusitados da ciência. A informática fábrica computadores e
softwares; a microeletrônica, chips, transistores e abundantes produtos eletrônicos. As
telecomunicações, utilizando os satélites, proporcionam transmissões de rádio e televisão em
tempo real. A telefonia fixa e móvel, conjugada à Internet, transmuta a comunicação em um
processo instantâneo. A indústria aeroespacial fabrica satélites e leva homens e robôs a novas
fronteiras no espaço. Medicamentos, plantas e animais são transformados pela biotecnologia.
Com a educação não é diferente, a revolução originada pela internet possibilita que a
informação produzida possa ser disponibilizada em qualquer lugar esteja e que esta seja
rapidamente disponível em todo o mundo, originando uma mudança nas práticas de
comunicação e educação, em vários aspectos tais como na leitura, na forma de escrever, na
pesquisa e até nos instrumento complementar na sala de aula.
Com essa dimensão global cada vez mais enraizada, a tecnologia é algo de extrema
necessidade na vida social. Em consequência dessa condição surge uma exigência de um
domínio cada vez maior de conhecimentos e habilidades. Os avanços tecnológicos em suas
inúmeras áreas de abordagem nos colocam a mercê dessas novas tecnologias, num clico de
global da mais-valia (lucro). A Globalização não é apenas um fator econômico, nem de longe
é um termo desconhecido para a sociedade, Giddnes (1997: pg. 4) ela se relaciona com os
avanços tecnológicos e principalmente com o surgimento de meios de comunicação que
transportam dados e informação para todo o planeta.
“O que importa é que a fábrica do futuro deverá ser
o lugar em que o Homo faber se converterá em Homo sapiens sapiens,
porque reconhecerá que fabricar significa o mesmo que aprender, Isto é,
adquirir informações, produzi-las e divulgá-las.”
(FLUSSER, Vilém ; 2007).
3. INCLUSÃO DIGITAL NAS ESCOLAS
Falar de inclusão digital virou algo bastante comum nos últimos tempos. No Brasil, ela
é relacionada a democratizar o acesso às tecnologias, facilitando o acesso a computadores.
Porém, o termo implica bem mais do que isso.
A expressão surgiu do termo “digital divide”, que em inglês significa algo parecido
com “divisória digital”, significa as melhorias de uma determinada comunidade através da
ajuda das tecnologias. Essa melhoria se torna mais difícil com os diversos problemas
existentes na nossa sociedade, como a educação pública precária, burocracia e elevados
impostos. O papel da inclusão digital é antes de tudo, ensinar as pessoas a usarem o
computador, não só a internet e o Word, como todos os programas que possam dar um retorno
financeiro a elas depois, ou seja, a inclusão digital significa dar estrutura para se ganhar
dinheiro usando as novas tecnologias.
“Somente colocar um computador na mão das
pessoas ou vendê–lo a um preço
menor não é, definitivamente, inclusão digital. É
preciso ensiná–las a utilizá–lo em
benefício próprio e coletivo.”
(Reportagem de Paulo Rebêlo, pág.02, 2005).
Com o uso demasiado do termo, hoje já surgiram novas expressões como
democratização da informação, universalização da tecnologia e outras variantes parecidas que
tem o mesmo significado.
Manuel Castells, pensador ícone em estudos sociais a partir das novas tecnologias, acredita
que a sociedade está vivendo uma revolução informacional, considerando um dos grandes
saltos da história. Para ele, uma inclusão digital de verdade é mesclada por uma economia,
cultura e informação. As mudanças tantos sociais como econômicas, ocorrem em ritmo muito
acelerado, principalmente no que se refere aos avanços tecnológicos, dentre eles o avanço da
internet, da comunicação de dados, das novas Tecnologias de Informação (TI), mudando o
estilo e as características do mundo como conhecemos, mostrando novas significações.
O que se imaginam é que em países pobres e subdesenvolvidos não deveria nem se
pensar em inclusão digital quando existem problemas maiores a serem resolvidos, como a
fome e o desemprego, porém os países pobres são os que costumam se beneficiar melhor com
ações de inclusão, como essa.
André Lemos, professor da Faculdade de comunicação da UFBA, fala sobre os
projetos de inclusão digital na cidade de Salvador, que para ele é pensado apenas na dimensão
tecnológica, não colocando em valor os capitais intelectual, social e cultural:
“Os projetos de inclusão digital deveriam ser
pensados não só por analistas de sistemas, administradores e cientistas
sociais, mas também por arquitetos e urbanistas, no planejamento urbano e
na gestão dos espaços das cidades. Os projetos de inclusão digital devem
contribuir para a instauração de uma nova dinâmica na cidade, para uma
maior interseção dos espaços eletrônicos e físicos nas cibercidades
contemporâneas.” (Lemos, 2004, 2005).
“Nas atuais metrópoles deve-se buscar lutar contra
a exclusão social, regenerar o espaço público e promover a apropriação
social das novas tecnologias” (Lemos, 2001:16).
Podemos tomar várias ações que unindo o acesso as tecnologias e uma pitada de boa
vontade deram certo em países pobres. Em Honduras, por exemplo, uma ONG instalou
estações de trabalho em comunidades rurais, em que os computadores funcionavam por
energia solar, já que não havia energia elétrica naquela área. Também não havia telefones ou
conexões à internet, então começaram a usar conexão via satélite, cujo valor ainda é bem alto.
O que aconteceu é que por ser auto–sustentável, a própria comunidade poderia arquear os
custos de manutenção. Ensinando as pessoas a usar as ferramentas e a tirar proveito delas, os
agricultores e artesões começaram a vender seus trabalhos pela internet e os jovens da
comunidade ainda conseguem usar salas de bate–papo para dar aula de espanhol a europeus.
Para que exemplo melhor do que a Índia, país–ícone quando se fala de tecnologia,
porém representa uma nação com terríveis índices de pobreza e desigualdade. Atualmente, é
um país que exporta software e exímios especialistas em tecnologia, procurados por países
ricos e contratados a peso de ouro. É incrível como os números sociais da Índia são piores do
que no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo governo, apenas 0,5% da Índia está
conectada à web. Com uma população beirando um bilhão de pessoas, parece muita gente,
mas em termos relativos está longe de chegar aos 11% que existe no Brasil, segundo o Ibope/
Netratings.
3.1 Inclusões: Dentro e Fora da escola
Na sociedade brasileira, em que mais de 95% da população em idade escolar, esta hoje
na escola, é de esperar que a Inclusão Digital se faça predominantemente dentro da escola e
através dela. Isso faz com o que todo projeto de inclusão digital extra-escolares se torne
desnecessário. Ao concentrar o trabalho de Inclusão Digital nas escolas, evita que a
escolaridade básica seja considerada digitalmente excluída.
Assim, todo programa de Inclusão Digital através da escola deve explorar as formas em que a
tecnologia pode ajudar os alunos a aprender melhor. Aprender no sentido de se tornar capaz
de fazer aquilo que, antes, não se era capaz de fazer e ainda dá foco aos aprenderes realmente
importantes para a vida.
Já a Inclusão Digital fora da escola é importante para aqueles que continuam excluídos
da tecnologia digital apesar de já terem passado da idade escolar. Neste caso, o processo de
inclusão precisará ser feito nos chamados tele-centros comunitários ou em alguma instituição
equivalente, que pode até mesmo ser os laboratórios de informática de escolas em seus
períodos de ociosidade (fim de semana ou à noite).
O professor e doutor em Ciências da comunicação Nelson Pretto, fala sobre os novos
desafios do aprender dentro de espaços educativos reinventados pela internet, para ele é
necessário modificar a metodologia de ensino para inserir computadores em sala de aula, pois
a educação não é a mesma.
“É um conjunto de desafios que demanda
formação de professores e outras educações, ou seja, uma participação dos
alunos com a comunidade.” (Pretto, 2013 ; Jornal da Facom )
Ele fala também, das novas formas de comunicação sem fio que estão modificando o
uso dos espaços e as maneiras como as pessoas se comunicam, que a partir do momento que
introduz essas tecnologias, uma vez que o individuo passa a ficar em comunicação com o
mundo, começa a ter redes sociais e a se constituir no ecossistema pedagógico. E finaliza
dizendo que, o ambiente escolar vai estar plenamente inserido nesse universo de comunicação
e informação que compõe a chamada “cultura digital”.
4. EAD: O QUE É E COMO SURGIU
EAD: Educação à distância. Define-se como o ensino/aprendizagem onde professores
e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados ou
interligados por tecnologias, como a Internet. Podendo ser utilizados também o correio, o
rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.
A expressão "ensino à distância" dá ênfase ao papel do professor, como alguém que
ensina a distância. Porém, o termo mais indicado para se falar atualmente é falar a palavra
"educação" no lugar de “ensino” que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja
perfeitamente adequada.
A educação à distância pode ser feita, nos mesmos níveis que o ensino regular, no
ensino fundamental, médio, superior e também na pós-graduação, porém, ela é mais adequada
para a educação de adultos pelo fato de já terem experiência consolidada de aprendizagem
individual e de pesquisa. Existem modelos exclusivos de instituições de educação a distância,
que só oferecem programas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou a
Universidade Nacional a Distância da Espanha. No entanto, a maior parte também o faz no
ensino presencial. Esse é o modelo atual predominante no Brasil.
As tecnologias interativas vêm evidenciando, na educação à distância, o que deveria
ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que
estão envolvidos nesse processo.
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação, o conceito de
presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando
determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro
professor, havendo desta forma um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada
professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de construção do
conhecimento, muitas vezes a distância.
Muda- se também o conceito de aula. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e
um tempo determinado. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis.
“Em uma sala de aula convencional, imagens e
sons são usados durante esta troca: os estudantes vêem e ouvem o professor,
o professor vê e ouve os seus alunos e os estudantes vêem e ouvem uns aos
outros. A comunicação ocorre diretamente entre professor e estudantes ou
combinada com várias mídias, tais como um projetor de transparências,
áudio e vídeo, projetor ligado ao monitor do computador e assim por diante.”
(CARNEIRO, MARASCHIN e TAROUCO,
2001, p. 511-515).
O fato é que, o professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as
possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder
mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e
pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Hoje
em dia, temos uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos presentes em muitos
tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados,
entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem
sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um
incentivador e mediador dos alunos na instigante aventura do conhecimento.
5. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
É evidente a importância do ensino à distância no país, pois o mesmo vem sendo
utilizado e bem aceito em todo o mundo. No Brasil, vem sendo utilizado para as atualizações,
capacitações, nivelamento e formação do profissional do século XXI, na necessidade de busca
pelo conhecimento. A relevância desta modalidade de ensino torna-se maior à medida que
novas camadas da população buscam educar-se ou atualizar-se profissionalmente devido as
rápidas mudanças e transformações em todos os campos do saber e da vida humana de
maneira cada vez mais, competitiva, imposta pelo mercado.
Segundo Tâmara Benakouche (Professora Titular da Universidade Federal de Santa
Catarina), os principais motivos da atual expansão da Educação à Distância, não só no país,
mas em todo mundo, são basicamente três: o aumento da demanda por formação ou
qualificação; a multiplicação de meios técnicos capazes de garantir materialmente a
efetivação desse tipo de educação e a emergência de uma cultura que já não vê como
novidade o estabelecimento de situações de interação envolvendo pessoas situadas em
contextos locais distintos.
“Responder à questão sobre os efeitos de uma
determinada tecnologia sobre a sociedade exige que se tenha
uma boa teoria de como a sociedade funciona.”
(MacKenzie e Wajcman, 1985, p. 6).
O Ensino à Distância no Brasil sofreu no início um preconceito de que poderia ser
uma ameaça ao ensino regular e foi subjulgado como uma iniciativa de remediar a falta de
acesso a este ensino tradicional.
Inicialmente, o foco nos primeiros anos do EAD era a capacitação dos professores em
serviço, depois as licenciaturas, em geral. Agora os cursos que mais crescem são os de
especialização e extensão, que encontram um aluno mais maduro, motivado e preparado. Hoje
em dia, a legislação vigente, em seu artigo 1º, do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de
2005 conceitua Educação à Distância como: “... modalidade educacional, na qual a mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino-aprendizagem ocorre com a utilização de meios
e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempo diversas.”. Este decreto representa um grande
avanço no entendimento, que se refere ao ensino EAD.
Conforme dados do Anuário Brasileiro de Estatística de Educação Aberta e a
Distância: Mais de 2,5 milhões de brasileiros estudaram em cursos com metodologias a
distância no ano de 2007, segundo levantamento realizado em sua edição 2008.
5.1 Um breve histórico
Em 1904, escolas internacionais que eram instituições privadas ofereciam cursos
pagos, por correspondência. Essa modalidade não se difere dos dias de hoje, ela mantém a
"idéia" de ensino à distância, porém a nova tecnologia imposta pela sociedade, fez com que
essa interação acontecesse de maneira mais prática e até mesmo mais dinâmica.
Em 1934, Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio de
Janeiro no projeto para a então Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal dirigida
por Anísio Teixeira, onde integrava o rádio com o cinema educativo (Humberto Mauro), a
biblioteca e o museu escolar numa pioneira proposta de educação à distância.
Já
em 1939 surgiu em São Paulo, o Instituto Monitor, na época ainda com o nome Instituto
Rádio Técnico Monitor. Dois anos mais tarde surge à primeira Universidade do Ar, que durou
até 1944, entretanto, em 1947 surge à Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC,
SESC e emissoras associadas. Durante a década de 1960, com o Movimento de Educação de
Base (MEB), a igreja católica e Governo Federal utilizavam um sistema radio-educativo:
educação, conscientização, politização e educação sindicalista.
Em 1970, os Ministérios das Comunicações e da Educação e Cultura regulamentaram o
uso gratuito do rádio para programas educativos, que ocupavam cinco horas semanais,
posteriormente surge o Projeto Minerva, um convênio entre Fundação Padre Landell de
Moura e a Fundação Padre Anchieta para produção de textos e programas. Dois anos mais
tarde, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, tendo à frente o
conselheiro Newton Sucupira. O relatório final, produzido após a viagem marcou uma
posição contraditória às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um grande
obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil. Posteriormente
varias iniciativas foram realizadas para esta implantação, porém frustradas. Em 1972, é criado
o Programa Nacional de Telecomunincações (Prontel), ligado diretamente à Secretaria Geral
do Ministério da Educação e Cultura, com a finalidade de coordenar experiências e formular
uma política nacional para o setor. O Prontel apresentou também, o Plano Nacional de
Tecnologias Educacionais, que se constituiu num instrumento de coordenação, integração e
desenvolvimento de tecnologias educacionais, relacionadas com os meios ou sistemas de
comunicação, como: rádio, televisão, cinema, computador, ensino por correspondência e
outros meios utilizados para todos os tipos, graus e áreas de ensino.
Na década de 80, a Universidade de Brasília criou um centro para desenvolver cursos de
extensão sob a modalidade à distância, o que representou um grande avanço estava à frente
dessa iniciativa o então pró-reitor de extensão Valnei Garrafa, Maria Rosa de Magalhães e o
reitor Cristovão Buarque. Na época, eram usados o correio, encontros presenciais e material
impresso. Nesta perspectiva, a Fundação Roberto Marinho, implantou em 1980, um ensino a
distância, chamado tele curso 2000, mesmo sem a existência, ativa, na época da internet,
vários profissionais concluíram seu ensino fundamental e ensino médio à distância. Ao final
da década de oitenta, o Ministério da Educação passou a desencadear novas iniciativas, onde
constituiu uma nova portaria (A Portaria n.° 511, de 27 de setembro de 1988), a um grupo de
trabalho que se iniciou em 1989, apresentando ao ministério uma Proposta de Política
Nacional de Educação à Distância, que tinha como principal objetivo fomentar estudos,
pesquisas e programas na área.
Na década de 1990, a Universidade Federal da Bahia iniciou timidamente algumas
experiências de ensino à distância em várias de suas unidades de ensino. Poucas resistiram até
a presente data, embora tenham sido consideradas bem sucedidas. Sendo assim, a Faculdade
de Educação da UFBA, incluiu em sua grade curricular uma disciplina, ainda que optativa,
sobre educação à distância. Esta foi uma iniciativa de Fernando Floriano e Katia Siqueira de
Freitas (Professores da Universidade). A terceira geração do EAD teve início com a internet e
com o surgimento dos ambientes interativos, como chats, fóruns e e-mails, entre outros
instrumentos. Em dez anos, entre 2001 e 2011, o Brasil passou de pouco mais de 5 mil
estudantes matriculados em cursos a distância para um contingente superior a 930 mil alunos
que estão se graduando ou pós-graduando nesta modalidade de ensino. Os números
demonstram que a Educação à Distância chegou para ficar e que se consolida como
alternativa para muitos brasileiros que não contam com universidades em seus municípios ou
em localidades próximas assim como para muita gente que não tem tempo disponível para
frequentar aulas presenciais.
6. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA BAHIA
Com base em pesquisas ficou evidente o quanto ensino a distância facilita o acesso da
população à educação e ajuda no preparo cultural, profissional e acadêmico. Baseando-se nas
tendências para junção de educação e tecnologia, cada dia mais as Universidades vêm se
adaptando ao novo modelo de alunado existente.
Buscando essa adaptação, a uma nova maneira de ensino, os cursos a distância
ganharam força e devido a suas experiências positivas. Atualmente as Universidades
passaram a investir e acreditar nessa modalidade de ensino desafiadora e que exige além de
comprometimento a autogestão do aluno para cumprimento de suas atividades. Para falarmos
do crescimento da modalidade de ensino à distância, resolvemos citar como exemplo a
Universidade do Estado da Bahia que além de oferecer cursos tradicionais pelo método
presencial, foi além e hoje conta com uma estrutura sólida também no quesito EAD, onde a
mesma visa capacitar pessoas que não contam com muito tempo disponível para estudar, mas
que precisam se profissionalizar no concorrido mercado de trabalho.
Atualmente são oferecidos os seguintes cursos: Graduação – Licenciaturas,
Especialização, Graduação – Bacharelado e Aperfeiçoamento, que contam com o
acompanhamento via web da coordenação de graduação a distância (GEAD).
A Universidade Federal da Bahia também oferece curso EAD, promovido pelo Centro
de processamento de Dados (CPD), o curso é conhecido como Moodle. O curso tem carga
horária de 60 horas, e conta com dois encontros presenciais. São oferecidas 200 vagas sendo
90% para a comunidade UFBA (docentes, técnicos, pesquisadores e colaboradores) e 10%
para parceiros externos. O Curso Moodle tem por objetivo a formação para a utilização do
ambiente virtual de aprendizagem em atividades na modalidade a distância e/ou como apoio
à educação presencial, além de promover discussões teóricas sobre temas relacionados à EAD
e ao uso de tecnologias na educação. Além da Universidade Federal da Bahia ( UFBA), outras
instituições públicas e privadas, tais como: Unijorge, FTC, Unifacs, IFBA, Uneb, Senai,
Senac, entre outras, utilizam a modalidade do ensino à distancia em sua metodologia.
7. NOVOS INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS DE ENSINO
A educação à distância (EAD) pode e tem sido realizada por diversos meios, seja
rádio, correio, telefone, televisão, dentre outros. No entanto, o sucesso dos cursos não
depende unicamente da tecnologia empregada, assim como, muitas experiências atuais não
obtêm o êxito esperado devido a diversos fatores alheios ao meio tecnológico utilizado.
Entretanto, não se pode negar que o surgimento de novas tecnologias de informação e
comunicação (NTIC), originadas na década de 60 e consolidadas nos anos 90, têm colaborado
sensivelmente para o crescimento do ensino à distância.
Para melhor entender as tecnologias de EAD e compreender suas características, serão
apresentadas a seguir algumas tecnologias utilizadas atualmente. Serão primariamente
enfocados os mecanismos de comunicação e informação disponíveis na Internet.
7.1. Internet
A Internet tem se mostrado como um meio natural para a difusão da EAD em todo o
mundo. O motivo principal é a diversidade de ferramentas de interação que possui. Ademais,
seu baixo custo e a popularização alcançada desde a década de noventa, fez com que aos
poucos fosse se tornando parte indispensável na vida das pessoas. É claro que há muito que
evoluir não somente no aspecto tecnológico, mas, sobretudo no que diz respeito à sua
democratização, permitindo o acesso de camadas da população de baixa renda.
7.2 HTML
A HTML se apresenta como um dos principais mecanismos de apoio a EAD na
Internet, visto que sua utilização permite a disponibilização do material didático necessário
para o desenvolvimento das aulas, criando apostilas on-line que podem ser utilizadas pelos
alunos.
Entretanto, suas possibilidades vão muito além da simples apresentação de
documentos, que em conjunto com outras linguagens como Java, VBscript, PHP, JavaScript,
dentre outras, permite o acesso a diversas outras ferramentas que surgiram originalmente
independentes e hoje se encontram integradas a uma página HTML.
7.3. Email
Na EAD, o e-mail exerce um papel fundamental, pois é responsável pela interface
entre alunos-professores, alunos-alunos e professores-professores, ou seja, de um modo geral,
engloba todos que estão envolvidos com o curso ou com a administração do ambiente virtual,
fazendo questionamentos, comentários ou sugestões. Entretanto, sua utilização deve ser
exercida com cuidado, pois pode se tornar em um instrumento de desmotivação do aluno caso
não sejam observados certos aspectos como: tempo de resposta; sobrecarga do professor;
sistematização de questões; e sistematização de respostas.
7.4. Fórum
Os fóruns representam discussões assíncronas
realizadas por meio de um quadro de mensagens, que dispõe de diversos
assuntos e temas sobre os quais o usuário pode emitir sua opinião, sendo
possível ainda, contra argumentar opiniões emitidas por outros usuários
formando uma cadeia dinâmica de debates. Um fórum pode ser classificado
por assuntos e as mensagens relacionadas em ordem cronológica, mantendo
uma organização hierárquica das mensagens, podendo identificar a
sequência da discussão e a que assunto está relacionado (Fischer, 2000).
Ao estabelecer uma gama variada de temas que podem ser acessadas a qualquer
momento, os fóruns se tornam uma ferramenta importante para o desenvolvimento da EAD.
Além de emitir opinião, o aluno pode utilizá-los para o esclarecimento de dúvidas, mediante a
leitura do que já tenha sido abordados pelos demais membros do grupo.
Este mecanismo é apenas um exemplo de como podem ser criadas alternativas para a
melhoria da motivação e participação do aluno. Novas formas e modelos podem ser criados
ou adaptados para a solução deste problema. É claro que não depende apenas de ferramentas
tecnológicas. A metodologia utilizada pelo professor será fundamental para que se alcance
sucesso na utilização do fórum na EAD.
7.5 Chat
O Chat, mais conhecido no Brasil como bate-papo, é outra ferramenta que pode ser
aplicada a EAD, tendo como objetivo principal o estabelecimento de discussões síncronas por
via textual. Os participantes do Chat, identificados por pseudônimos, podem enviar e ler
mensagens, estabelecendo uma discussão em grupo e, ainda, trocar mensagens de forma
reservada e particular.
Esta possibilidade de “conversar on-line” pode ser utilizada com diversos objetivos na
EAD: esclarecimento de dúvidas, discussões ou debates, dentre outros. No entanto, existe
grande possibilidade de apresentar desmotivação e/ou desvio do objetivo pretendido. Como o
mecanismo é aberto, ou seja, não existe controle de software sobre o que será discutido, ou
mesmo na ordem da discussão, muitos alunos podem perder o estímulo em participar da
discussão ou desviar o papo para um assunto adverso à finalidade do encontro. Muitos alunos
podem, ainda sentir-se inibidos a emitir opiniões, seja por receio de expor suas ideias ao
grupo e ser repreendido, simplesmente pela falta de experiência com o ambiente utilizado, ou
por não conseguir acompanhar o ritmo ágil e de certa forma desordenado de uma seção de
Chat.
Assim, o professor exerce um papel fundamental para o bom aproveitamento deste
instrumento. Ele deve estar atento para identificar os alunos que não estão participando e
instigá-los a se expressar, com o cuidado de não parecer uma obrigatoriedade, o que poderia
provocar maior retração por parte do aluno. É preciso ainda, que o professor esteja atento a
desvios na discussão, emitindo considerações que levem o grupo a retomar o objetivo
pretendido.
Outro aspecto importante é a possibilidade de armazenar toda a discussão realizada e
disponibilizar o conteúdo para que um aluno que não participou do evento possa se inteirar do
que foi discutido, ou para que algum membro do grupo possa examinar com mais cuidado a
discussão realizada. É importante ainda para que o professor analise o andamento e qualidade
da discussão e o comportamento dos alunos, podendo, assim, traçar novas metodologias a
serem utilizadas nestes encontros, além de observar o nível de conhecimento exposto pelos
alunos, identificando fatores positivos e negativos que podem ou devem ser explorados
durante a realização do curso.
Uma opção muito comum é a utilização dos Chats no próprio navegador de Internet,
desenvolvidos em linguagens como o JAVA, PHP, ASP e outras, possibilitando assim uma
interface de maior familiaridade aos usuários. Dessa forma, é possível a integração de
sistemas de Chat no próprio ambiente virtual no qual o curso será desenvolvido, restringindo
a utilização a participantes do curso ou convidados.
7.6. Lista de Discussão
As listas de discussão são particularmente interessantes para a realização de cursos à
distância, pois possibilitam o envio de correspondências eletrônicas a um único endereço,
sendo repassadas a um grupo de endereços previamente cadastrados em um Servidor de
Listas. Assim, reduz-se sensivelmente o esforço no envio de mensagens para o grupo e
possibilita que qualquer membro do grupo possa enviar dúvidas ou comentários que deseja
compartilhar com todos os integrantes.
As listas de discussão podem ser livres ou moderadas, ou seja, as mensagens enviadas
podem estar sujeitas à aprovação de uma pessoa, chamada de moderador, que irá decidir se o
conteúdo da mensagem deve ou não ser repassado para o grupo. Dessa forma, evita-se que
circule na lista informações que não dizem respeito a seu objetivo, pois sem controle a lista
seja sobrecarregada com mensagens diversas, fazendo com que os usuários tenham suas
caixas de mensagens lotadas com grande número de correspondências, causando-lhe
transtorno no recebimento e tempo leitura de tais mensagens. Entretanto, a moderação reserva
um trabalho extra ao professor, que pode preferir uma alternativa mais simples, deixando a
lista sem restrições, apenas estabelecendo normas de conduta na utilização da lista.
7.7. Realidade Virtual
Esta interface possibilita que, por meio de movimentos naturais e tridimensionais do
corpo, o usuário manipule e visualize objetos e dados em tempo real com a utilização de
dispositivos como capacete de visualização e controle, luva, dentre outros.
Na Internet, vem sendo implementada basicamente pela Virtual Reality Modeling
Language (VRML), ou Linguagem para Modelagem em Realidade Virtual, que permite que
um desenvolvedor distribua ambientes virtuais na WEB, possibilitando a manipulação de
objetos tridimensionais. Sua principal restrição para a Internet é ainda a largura de banda,
além do custo de acessórios e equipamentos, caso pretenda reproduzir sensações não visuais.
Logo, a utilização da realidade virtual na EAD ainda é mais uma promessa que uma
realidade. Porém, não se pode negar as perspectivas que esta tecnologia irá introduzir no
ensino a distância, como também seu potencial para aplicação no ensino presencial.
7.8. Vídeo Conferência
Na Internet, a videoconferência traz ao modelo de EAD alguns avanços relacionados à
tão criticada impessoalidade existente nas demais ferramentas. Ela permite estabelecer um
contato visual entre os alunos e professores, deixando este de ser um mero referencial
simbólico que faz contato por cartas eletrônicas para desenvolver a personificação dos
indivíduos envolvidos na interação.
É claro, existem limitações tecnológicas e estruturais para um bom funcionamento da
videoconferência. Se não forem tomados os cuidados necessários, pode se tornar em um
instrumento de desmotivação do aluno, visto que tentará falar com o professor e apenas verá
uma imagem intercalada por uma sequência de outras imagens que apenas sugerem a
ocorrência de algum movimento e sons que de tão interrompidos se torna impossível produzir
um significado compreensível.
Diante do exposto, é possível perceber que as tecnologias para a EAD são diversas,
algumas são simples e estão disponíveis para utilização pelo professor de acordo com suas
necessidades de ensino. Outras são incipientes e/ ou extremamente complexas, necessitando
de muitos estudos e desenvolvimento para se constituírem como uma alternativa real diante
dos recursos tecnológicos de informação e comunicação disponíveis.
Contudo, o desenvolvimento da educação à distância não é carente apenas de
tecnologias ou fórmulas miraculosas. É preciso que os profissionais de educação tenham
maior contato com estas tecnologias e conheçam suas possibilidades e perspectivas, podendo
assim perceber como integrá-las no seu cotidiano de ensino.
8. ENSINO À DISTÂNCIA: PRÓS E CONTRAS
A Educação à Distância, é um termo muito utilizado atualmente e esta popularização
deve-se mais ao fato da maior acessibilidade proporcionada pelas conexões em rede (tanto na
Intranet quanto na Internet), do que pela novidade do tema. O EAD foi inicialmente definido
muito mais pelas diferenças em relação à educação presencial do que pelas características que
a determinam ou pelos elementos que a constituem.
Segundo Aretío (2001), os principais fatores que propiciaram o surgimento e o
posterior desenvolvimento da EAD são: a necessidade de adaptação às constantes
modificações no mundo em todos os setores; a crescente demanda por educação/ensino;
grande percentual da população sem condições de atendimento pelo sistema formal; os
elevados custos da educação formal; a necessidade de flexibilizar a rigidez do sistema
convencional; notável avanço das ciências da educação e as transformações tecnológicas que
colocaram à disposição da educação um verdadeiro arsenal de instrumentos/aparelhos,
possibilitando a diminuição das distâncias, através de condições para comunicação mais
rápida e segura.
“O ensino a distância vem evidenciando o que
deveria ser o essencial de qualquer processo educativo: a interação e a
interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo. Com a
introdução do EAD a na medida em que avançam as tecnologias de
comunicação virtual alguns conceitos mudam.” (LANDIM, 1997).
Como todas essas características, o modelo EAD apresenta vantagens e desvantagens.
Pode-se apontar a comodidade, a mobilidade, o fácil acesso a mídia como vantagens
interessantes trazidas por esse novo modelo. Por outro lado a ausência, total ou parcial de
contato direto com o educador, pode dificultar o aprendizado de algumas pessoas e tornar
inviável o ensino de algumas disciplinas. É importante lembrar que o EAD é uma modalidade
versátil, mas não é aplicável para todas as áreas de conhecimentos.
Diversos autores (ARETIO, 2001; NUNES, 1991; PETERS, 2000) apresentam uma
série de aspectos que caracterizam a educação à distância:
• separação espacial (geográfica) e temporal (possibilidades de encontros não
simultâneos) entre professor e aluno, que impede o contato face a face,
condição essencial do ensino presencial;
• utilização de meios técnicos de comunicação, como materiais impressos,
áudio, vídeo, troca de mensagens (por telefone, fax, correio, correio eletrônico,
videoconferência, etc.) eliminam ou reduzem significativamente os obstáculos
geográficos, econômicos, familiares e outros que possam dificultar o acesso do
aluno à educação;
• aprendizagem independente e flexível: os sistemas de EAD não se prendem à
acumulação de conhecimentos, mas sim à capacidade do estudante em
aprender a fazer de forma flexível, forjando sua autonomia em relação ao
espaço, tempo, estilo, ritmo e método de aprendizagem, ao permitir a tomada
de consciência de suas próprias capacidades e possibilidades para sua autoformação;
• previsão de um novo modelo de comunicação, onde os estudantes
beneficiam-se de um diálogo e da possibilidade de sair da posição de mero
ouvinte receptor para assumir o papel de questionador e debatedor;
• influência da organização educacional (planejamento e sistematização),
necessária para apoio ao estudante;
• comunicação massiva graças aos modernos meios de comunicação e as novas
tecnologias da informação, eliminando as fronteiras espaço-temporais e
permitindo o aproveitamento das mensagens educativas por grande número de
estudantes dispersos geograficamente;
• procedimentos industriais: o nível de industrialização (aplicação de
procedimentos para a racionalização do processo, a divisão do trabalho e a
produção em massa) tem uma relação direta com o número de estudantes a
serem atendidos, já que a EAD exige sempre um maior grau de planejamento
que o ensino presencial.
• participação em coletivos de aprendizagem: os participantes não trabalham
mais sozinhos, mas apoiam-se uns aos outros, construindo verdadeiras
comunidades de aprendizagem.
Em relação à presencialidade, podemos ter professores externos compartilhando
determinadas aulas, um professor de fora “entrando” com sua imagem e voz na aula de outro
professor. Haverá assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor
colabore com seus pensamentos específicos.
Ocorrerá também que algumas instituições
oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro,
multiplicando o número de alunos com poucos professores). Assim, cabe às entidades
regulamentadoras do ensino a fiscalização de como o EAD é empregado no Brasil.
O processo de mudança na educação à distância não é uniforme, tampouco fácil. A
mudança ocorre aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Existe uma
grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns
estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar os padrões adquiridos
das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a
esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da
maior relevância possibilitar a todos o acesso as tecnologias, à informação significativa e à
mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.
Portanto o EAD, apesar de contrariar o pensamento dos conservadores, tem um grande
potencial na disseminação do conhecimento. Isso pelo fato de que, com a evolução
tecnológica, o processo de ensino tende a desvirtuar do paradigma do ensino clássico de hoje.
A educação se torna mais democrática à medida que rompemos barreiras, tanto demográfica,
quanto temporal, cultural e social.
9. CONCLUSÃO
Em suma, podemos constatar que nas diversas áreas de atuação, ressaltando para a
educação, ensinar a distância é democratizar o saber, é permitir que todos tenham acesso à
educação e informação fazendo com que a sociedade desenvolva um maior nível de
escolaridade, mesmo em meio a todos os obstáculos encontrados ao longo do tempo.
Destarte, a evolução tecnológica propiciou uma alteração significativa nos recursos de
comunicação disponíveis enquanto a reformulação e revisão das teorias de aprendizagem
tradicionais trouxeram uma nova visão de educação. Estes dois fatores afetaram diretamente o
sistema de educação à distância, que passou a se valorizar na interação do processo
educacional.
A introdução deste aparato tecnológico no dia a dia do professor é hoje uma realidade,
a passagem do papel do professor de veículo transportador de informação para o de condutor
desse mesmo veículo reforça-lhe a importância, se reconhecermos a Internet como uma
espécie de “território livre”, onde tudo pode ser publicado. Atualmente, falar em educação e
tecnologia, não é mais a mesma coisa do que há 50 anos, hoje em dia a possibilidade de
informação que chega a qualquer tipo de individuo agrega um determinado valor na sua
formação e vida social. No século XXI, o EAD tornou-se uma massificação entre todos os
campos de ensino.
“entramos na era do estudo interativo de verdade, onde já
não bastam cinqüenta minutos de queixos sustentados pelos cúbitos e rádios, que
apoiados sobre a carteira, aguardam a campainha do fim de uma aula enfadonha,
para determinar se o aluno é ou não participativo. Agora é imperativo a
participação de todos, sem limites de tempo ou de espaço. ... A educação a
distância vem deixando de ser apenas uma alternativa para compensar a longitude
física entre educador e treinando. Não é, simplesmente, essa distância que está com
os dias contados, mas, principalmente, o velho distanciamento entre o professor
autocrático e o pendular vai-e-vem consentido das cabeças passivas dos treinandos.
Agora interagir é um imperativo, seja qual for a distância entre o professor e o
aluno. Talvez, o correto fosse, mesmo, denominá-la de educação sem distância”
(PARDAL, 2002).
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