16 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
Pontuação em concurso e
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dinheiro no bolso
PÓS-GRADUAÇÃO
Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CONQUISTE O SEU ESPAÇO
CURSOS DE PÓS E ESPECIALIZAÇÃO PODEM FAZER MUITA DIFERENÇA NA RETA FINAL DOS
PROCESSOS SELETIVOS E AJUDAR A GARANTIR A TÃO SONHADA VAGA NO SERVIÇO PÚBLICO
Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press
exercício para os concursos. Os
alunos ficam doidos.”
Melhor remuneração
Os títulos também significam
adicionais no salário. Ainda no
início de sua carreira profissional, Andresa Chagas, 26 anos,
formada em direito, teve 7,5% a
mais no salário como servidora
do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios por conta da
pós-graduação em direito público, que fez por meio de videoconferência, em uma escola de
ensino a distância que abrange
grandes cidades do país. Agora, a
jovem está cursando “Ordem Jurídica e Ministério Público”, na
Escola do MPDFT.
O Plano de Cargos e Salários
dos servidores do MPDFT prevê
adicionais de qualificação para
funcionários, de acordo com o
nível de estudos – 12,5% para títulos de doutor, 10% para mestre, 7,5% para os portadores de
certificado de especialização, 5%
para os que concluíram a graduação, 2,5% para ensino médio,
correiobraziliense.com.br
Versão online:
www.correiobraziliense.com.br/euestudante
Pesquisas comprovam que quem faz pós-graduação tem mais oportunidades no mercado de trabalho e mais
chances de ser promovido. O Correio preparou este caderno especial com várias dicas. Como escolher o curso certo?
Como se beneficiar das bolsas? Estudar no exterior é o mais indicado? Optar por um mestrado, um MBA ou
uma especialização? Tire suas dúvidas e saiba como dar aquele empurrãozinho na sua carreira e no seu salário.
PG 1-16
A ADVOGADA
ANDRESA
CHAGAS:TÍTULOS
SIGNIFICAM
ADICIONAIS
NO SALÁRIO
Caio Gomez/Esp. CB/D.A Press
PG 1-16
E
e 1% para os servidores que tiverem participado de um conjunto
de treinamentos que totalize 120
horas, num total de 3% de acréscimo ao salário. Nesse caso, a gratificação é válida por quatro anos, o
que estimula a participação em
novos cursos. Em nenhum dos casos os benefícios são cumulativos.
A valorização dos títulos foi
uma proposta do sindicato da categoria e uma conquista dos funcionários, por meio de lei. O
MPDFT mantém recursos anuais
para incentivar os estudos. Custeia cursos de até R$ 8 mil aos funcionários. Devem ser de ciências
que tenham relação com o trabalho no Ministério Público. Geralmente são relacionados ao direito
e à administração pública, mas há
outras áreas como biologia e engenharia, devido à necessidade de
perícias incluídas em processos.
O interesse de Andresa pelos
estudos vai além do percentual
que os cursos possam oferecer
em seu salário. “A escola do MP é
muito conceituada, e quero me
atualizar. O curso é muito bom,
bem puxado e muito procurado
por quem está se preparando para concursos da magistratura ou
do Ministério Público. Mas também tem gente que faz para se
atualizar mesmo, porque o direito está sempre mudando. Ocorrem muitas alterações nas leis”,
comenta Andresa.
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studantes que fazem cursos de pós-graduação nem
sempre os escolhem somente com o objetivo de
se qualificar para uma atividade
específica. Muitas vezes, levam
em consideração outros fatores –
pois, além das aulas sempre significarem acúmulo de conhecimento, também representam
pontuação na classificação de
concursos públicos. E percentual
a mais no contracheque.
“A pontuação não é regra. Mas
eu mesmo já ganhei cerca de 30
posições em uma classificação
por conta de títulos”, conta Gladson Miranda, professor em Brasília de um cursinho especializado
em concursos públicos.
Ele lembra que estava concorrendo ao ingresso em “Serviço
Notoriais e de Registros” para um
cartório no Rio Grande do Sul, em
2004, e acabou saltando na disputa por causa dos documentos.
Apresentou diploma de graduação em direito, certificado de especialização, prova de que lecionava na área, um livro de sua autoria e publicações assinadas em
jornais, certidão de aprovação em
outro concurso público específico para cartório e para a área jurídica. Mas o professor adverte que
a validade da titulação depende
do concurso. E isso está explícito
no edital de cada um deles.
Gladson afirma que os cursos
de pós-graduação lato sensu são
fortes preparatórios para esse tipo de concorrência. O professor
relata que o próprio cursinho em
que dá aulas criou um MBA com
a finalidade de melhor preparar
os estudantes. “As provas são um
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 15
2 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
Monique Renne/CB/D.A Press
PESQUISA APONTA: QUANTO MAIS SE ESTUDA,
MAIS SE GANHA. MAS OS REFLEXOS DE UM
INVESTIMENTO EM PÓS VÃO ALÉM DO SALÁRIO
Não compre gatopor lebre
grande competitividade
do mercado e o risco do
desemprego que a crise
gerou em todo o mundo
têm selecionado cada vez mais
os profissionais que vão conquistar uma vaga nele. Mas investir na carreira garante muito
mais do que a permanência no
cargo, de acordo com a pesquisa Você no Mercado de Trabalho, da Fundação Getulio Vargas. O coordenador do trabalho,
Marcelo Neri, explica que há
uma relação direta entre os anos
de estudo e o salário. “Quando
uma pessoa sai de zero ano de
estudo até a pós-graduação, o
salário sobe, em média, 15% a
Além de melhorar o rendimento mensal, a especialização tornou-se essencial para
disputar uma vaga. “Há 10 anos
era bom ter um curso de pósgraduação para ter uma colocação importante. Hoje, é essencial. As boas empresas sequer olham para currículos
que não apresentem algum
MBA ou pós graduação”, afirma Silvio Badenes, superintendente de uma instituição de
ensino em Brasília.
Mas a formação acadêmica bem aproveitada e valorizada ainda depende muito
daquela experiência tão exigida por quem quer uma va-
ga, como explica a coach (trein a d o ra ) e x e c u t i va Ve r u s k a
Olivieri. “A pós é importante,
mas só pelo título não adiant a . Pe rc e b e m o s q u e h á u m
maior aproveitamento quando a pessoa já está no mercado de trabalho ou uma experiência profissional anterior
para aplicar, na prática, o conhecimento adquirido.”
Renata Monnerat, de 33
anos, conciliou a experiência
profissional com um MBA em
gestão estratégica em marketing em busca de um aperfeiçoamento na carreira. Após
quatro anos trabalhando na
área, ela sentiu necessidade de
validar o que já fazia diariamente. Formada em publicidade e propaganda, sentia falta
de conhecimento de marketing
no currículo. Mesmo sem a formação na área, foi convidada
para trabalhar no departamento de marketing de shoppings
da cidade, onde está há 11 anos,
dez deles como gerente. A volta
aos estudos lhe rendeu mais
embasamento para aplicar estratégias mais diferenciadas e
ousadas no dia a dia, além de
uma boa rede de relacionamento. “Meu trabalho melhorou depois comecei a adotar
processos mais embasados
teoricamente.”
A hora de decidir
não a organização onde ele vai
atuar”, afirma Werner Kugelmeier, diretor proprietário de
uma empresa especializada em
treinamento empresarial. Ele recomenda que, para fazer esse
planejamento, a pessoa deve antes responder a si mesmo algumas perguntas. “São coisas básicas, o que gosta de fazer, o que
quer ser e onde quer estar daqui
a cinco ou dez anos”, diz ele.
Outra grande dúvida é decidir
qual será o melhor momento para voltar aos estudos. Segundo
Silvio Badenes, há uma pós-graduação adequada para cada estágio na carreira de um profissional. “Para um recém-formado,
recomendo um curso online ou
semipresencial em administração de empresas.”
A
cada ano adicional. E a chance
de ocupação sobe 3,3% por ano
também”, analisa.
Esses dados, reforça Neri, são
importantes para orientar o jovem sobre o retorno que a educação dá e mostrar quanto aumenta o salário e a ocupação
quando a pessoa estuda mais. Só
nos 12 primeiros meses de estudo após a graduação, há um aumento financeiro de quase 50%.
“Um salário inicial de R$ 2.194
salta para R$ 3.297. Com três
anos a mais de estudo, o salário
chega a R$ 4.454. Isso mostra que
a hierarquia de níveis educacionais se reflete na hierarquia salarial”, exemplifica o pesquisador.
A especialização, quando
bem escolhida, pode ser o caminho para a ascensão no mundo
dos negócios. Mas antes é preciso saber aonde se quer chegar e
isso é definido com o planejamento da carreira. “O profissional é o gestor da sua carreira e
EXPEDIENTE: Diretor de Redação: Josemar Gimenez; Editora-chefe: Ana Dubeux;
Editor-executivo: Carlos Marcelo; Editor de Suplementos: Renato Ferraz; Editor de Arte: João Bosco;
Editor de Fotografia: Luís Tajes; Edição:Ana Clara Brant; Textos: Mônica Harada e Cristina Ávila
(especial para o Correio); Diagramação:Amarildo de Castro; Revisão: Sandro Xavier e Eduardo Pinho
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O mundo
é de quem
se educa
É essencial saber se a instituição onde você está querendo estudar é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). No caso dos cursos stricto sensu, o portal da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), www.capes.gov.br, traz o nome da
instituição, número de cursos reconhecidos e dados sobre os cursos. Em relação aos MBA, deve-se conferir se
a empresa que o oferece é reconhecida pelo MEC.
Qualquer instituição de educação superior precisa
obter credenciamento e autorização do Ministério da
Educação para funcionar. Os processos são conclusos
com a publicação no Diário Oficial da União.
O estudante pode saber se a instituição tem funcionamento regular no site do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais. Também pode solicitar à escola o catálogo das condições de oferta dos
cursos, exigido pela Portaria Ministerial 971/97, divulgado anualmente. O documento traz todas as informações sobre a autorização e o reconhecimento
do curso, suas avaliações e dados sobre taxas de matrícula e mensalidades.
Se o curso foi autorizado há pouco tempo, o estudante deve observar prazos legais para o reconhecimento.
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PG 2-15
Pós-graduação
14 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
Pós-graduação IESB.
De mala e livros, além-mar
Quando se tem mais conhecimento,
as oportunidades estão em todo lugar.
FAZER UMA PÓS OU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NO EXTERIOR TRAZ GRANDES DESAFIOS,
COMO AS BARREIRAS CULTURAIS E DO IDIOMA. MAS, NO FINAL, O ESFORÇO SEMPRE COMPENSA
A
Capes-Cofecub, firmado pela
Universidade Federal da Bahia, a
UFRGS, o Institut d'Études Politiques de Paris (SciPo) e a Université de Paris I – Sorbonne.
INCENTIVO
DO GOVERNO
Capes
Esse programa faz parte de um
acordo de cooperação que neste
ano completará 30 anos, entre o
Brasil e a França. Foi firmado
por meio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) – fundação do Ministério da Educação,
criada em 1951, para cumprir
especial missão na formação de
mestres e doutores.
Os estudantes ralam. Passam
por diversas fases de seleção. No
caso do Cofecub, é analisada a relevância da pesquisa proposta
pelo aluno e o seu professor deve
ser participante. Teresa explica
como funciona: “Fui indicada
por meu orientador, Carlos Arturi, da UFRGS, que faz parte de um
projeto Cofecub”.
A responsável pelo Cofecub na
Capes, em Brasília, Jussara Prado,
diz que o Brasil está em ótima fa-
TERESA ACABA DE CONQUISTAR UMA BOLSA DE DOUTORADO NA FRANÇA
se. “Os estudantes brasileiros são
muito bem-vistos pelos franceses. Nossos alunos são considerados inteligentes, criativos e dedicados”, enfatiza. Segundo ela, o
país já passou do período em que
mandava alunos somente para
aprenderem no exterior. “Hoje
também temos conhecimento
para mostrar”, ressalta.
E Teresa diz mais: “Uma exigência fundamental é o conhecimento do idioma. O estudante
começa a sentir essa necessidade
antes mesmo de apresentar a sua
candidatura à Capes, pois o con-
O Brasil concede bolsas
de estudos no exterior para
diferentes níveis de
aprendizado em
pós-graduação. Para
incrementar essa iniciativa,
mantém acordos bilaterais
não apenas com a França,
mas também com Alemanha,
Argentina, Chile, China,
Cuba, Espanha, Estados
Unidos, Holanda, Itália,
Portugal, Timor-Leste,
Uruguai. Confira no quadro
abaixo o crescimento do
número de bolsas concedidas
nos últimos anos.
tato com os professores das universidades estrangeiras começa
muito antes. É preciso começar a
se organizar logo, pois é exigido
que o candidato já tenha cumprido um número determinado de
créditos. A pesquisa também já
deve estar adiantada”, relata.
Evolução de bolsistas Capes no exterior - 2001 a 2008
Doutorado
sanduíche
Especialização
Graduação
sanduíche
2001
713
37
434
2002
840
41
2003
969
2004
Mestrado
Mestrado
sanduíche
Pósdoutorado
Doutorado
pleno
Total
22
4
407
932
2,549
287
16
7
454
894
2,539
36
285
2
6
455
967
2,720
1,019
5
473
1
9
535
940
2,982
2005
1,299
46
693
1
6
641
947
3,633
2006
1,530
46
736
1
6
762
932
4,013
2007
1,501
57
792
2
5
830
915
4,102
2008
1,562
107
930
1
0
927
724
4,251
Fonte: Capes/MEC
Promoção e Gestão de Eventos
Direito Material e Processual do Trabalho
Assessoria em Comunicação Pública
Banco de Dados
MBA em Telecomunicações
MBA em Estratégias de Mercado e
Comportamento do Consumidor
Jogos Digitais
Engenharia de Software
Cursos em Parceria com o INBRAPE
Instituto Brasileiro de Estudo e
Pesquisas Socioeconômicos
Gestão Empresarial
Gestão Financeira, Contábil e Auditoria
Gestão Pública
Gestão de Vendas
Comércio Internacional
Logística Empresarial
Direito Notarial e Registral
Assistência na Urgência e Emergência
Auditoria em Sistemas e Serviços de Saúde
Gestão do SUAS – Sistema Único de Assistência Social
Enfermagem do Trabalho
Gestão Ambiental
Gestão de Políticas Sociais
Políticas de Proteção à Infância e à Adolescência
Saúde Pública e Saúde da Família
Trabalho Social com Famílias
Cursos em Parceria com o
Istituto Europeo di Design
Fashion Design
Graphic Editorial
Design Gráfico
Design de Interiores
Cursos de Extensão:
Coerção: As Opressões Diárias na Família, no Trabalho
e na Sociedade como Fonte de Psicopatologia
Intervenção Comportamental para Crianças com
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDS)
A Promoção do Desenvolvimento e da Saúde da
Criança: Contribuições do Ambiente Familiar
Educação Financeira
Cursos de Especialização:
Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia Jurídica
Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia e Políticas
Públicas
Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Gestão de
Pessoas nas Corporações
PG 3-14
Ano
Cursos
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PG 3-14
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Arquivo Pessoal
primeira sensação é o
frio na barriga — que demora a passar. Vislumbrar a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, para um doutorando que acabou de chegar a
Paris, não é a mesma coisa do
que encará-los com aquele desejo de aventura, próprio dos
turistas. A cabeça do estudante
que recebe uma bolsa de pósgraduação no exterior se enche
de temores. “Será que vou me
encaixar na rotina? E na metodologia de ensino? Será que vou
conseguir a fluência no idioma?
Será que consigo administrar a
bolsa? Será que....”
Esses medos ainda assustam
um pouco a cuiabana Teresa
Marques, 26 anos, que acabou
de colocar os pés pantaneiros na
capital francesa. Mas, com certeza, ela enfrentou batalhas
maiores para pousar suas malas
por lá. Uma das últimas escalas
que fez antes de atravessar o
oceano foi em Brasília. Veio pesquisar sobre os intercâmbios
cooperativos entre o Itamaraty,
instituições não estatais e o governo francês na promoção de
temáticas que emergiram depois da globalização, como movimentos antiguerra e políticas
internacionais que visam a solidariedade entre países, inclusive
em relação ao meio ambiente e
aos direitos humanos.
Conquistar uma bolsa no exterior, para Teresa e para muitos
outros estudantes, pode ser uma
maratona. A jovem, que fará um
ano de doutorado sanduíche (estágio em universidade parceira),
é mestre em história pela Universidade Federal do Mato Grosso
(UFMT) e doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A oportunidade de estar na
França surgiu porque professores
acompanhavam seu trabalho em
um grupo de pesquisa e a indicaram para participar do projeto
www.iesb.br · 61 3340.3747
Instituto de Ensino Superior de Brasília
4 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Faça a escolha
certa
PG 4-13
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Gustavo Moreno/CB/D.A Press
NÃO BASTA OPTAR POR UM BOM CURSO E ALCANÇAR NOTAS
BRILHANTES NAS PROVAS. É PRECISO SABER SE A DECISÃO VAI
REALMENTE QUALIFICAR O ALUNO PARA A SUA CARREIRA PROFISSIONAL
E
de TI (Tecnologia da Informação), disciplina ainda pouco explorada no mercado educacional e de grande importância para os egressos do bacharelado
em sistemas de informação, administração e outras áreas de
gestão. Também dá aulas sobre
engenharia de software para estudantes de computação e afins
que desejem aprofundar conhecimentos na implementação de projetos.
Várias alternativas
Diante de um leque de opções, a
engenheira civil Renata Valadares Gontijo, 30 anos, fez o cálculo
certo na hora de decidir. Ela precisava aprimorar conhecimentos para desempenhar o cargo de
diretora de Finanças na construtora da família, que tem 30 anos
de atuação em Brasília. Depois
da graduação, fez Gestão de Empreendimentos Imobiliários e
vai terminar, em setembro, o
MBA Finanças. Frequenta seis
horas-aulas semanais, em um
total de 18 meses.
“Hoje, eu tenho ferramentas
teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos
adquiridos pelo meu pai no mercado. Por exemplo, na hora em
que um cliente chegava para fazer um pagamento à vista, para
eu oferecer um desconto eu me
baseava mais em sentimentos.
Agora, tenho mais segurança, e
posso calcular o que os valores
significam. As ferramentas que
adquiri no curso me provam por
a + b se o desconto que quero dar
é viável”, relata Renata Gontijo.
Ela explica que para as suas
necessidades o MBA foi mais
significativo do que seria um
mestrado ou doutorado. “Os
professores estão dentro do mercado e oferecem informações
atualizadas, há chance de assistir a palestras. Além disso, um
dos pontos que achei mais interessante é que as turmas são organizadas com excelente nível,
oferecendo ainda um intercâmbio muito produtivo.”
Entretanto, a rapidez não é a
única demanda do mercado. Os
cursos que exigem uma vida de
dedicação a estudos e pesquisas
também têm seu valor na iniciativa privada. “Hoje temos grandes empresas investindo em
doutores”, afirma Adelaide Figueiredo, pró-reitora de PósGraduação e Pesquisa de uma
universidade em Brasília. Ela
discorda quando alguém diz
que os profissionais que fazem
mestrado e doutorado estão
destinados quase exclusivamente para a academia.
“Eu mesma fiz graduação em
economia, com mestrado e doutorado em engenharia de transporte. Toda a minha experiência
profissional, antes de estar aqui na
universidade, foi em transporte
❛❛
Hoje, eu tenho ferramentas
teóricas para fazer o que antes
fazia com base em conhecimentos
adquiridos pelo meu pai no mercado
Renata Gontijo, engenheira civil
urbano. Trabalhei no setor público e privado. Fiz quatro ou cinco
cursos de especialização, e nenhum me deu o que ganhei com
o mestrado e doutorado.”
Ela defende o aprofundamento do saber, durante vários anos
de aprendizado. "É um salto profissional. Mestres e doutores adquirem maior capacidade de
análise, visão mais estratégica,
mais crítica. Na pesquisa adquirem capacidade de análise sob
diferentes focos”. Ela ressalta
que hoje as grandes empresas
querem inovação. “E inovação se
faz com pesquisa”.
E completa: “O doutorado
tem mercado”. Adelaide cita áreas
como biotecnologia e até mesmo
filosofia, que têm doutores contratados para trabalhar com
questões éticas. Mas alerta que o
aluno interessado em ingressar
nesse tipo de curso deve ter bem
claro o que deseja. Antes de tudo,
deve planejar a própria carreira.
Não são raras as frustrações depois da defesa da tese e de muitos
anos de dedicação aos estudos.
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stamos na era da informação. Momento em que
as pessoas não apenas valorizam a comunicação
fácil, especialmente na rede
mundial de computadores, mas
também em que há uma grande
preocupação com a atualização
do conhecimento. Os profissionais cada vez menos se satisfazem com o terceiro grau, e estão
sempre em busca de novos cursos de preparação para o mercado. As ofertas são muitas. E na
hora de investir anos de atenção
em cima dos livros, aparece aquela dúvida: para onde ir?
Tudo é uma questão de se ter
consciência sobre a real necessidade de estudos. Não basta escolher um bom curso e alcançar
notas brilhantes nas provas. É
preciso saber se a escolha qualificará o aluno para a sua carreira
profissional, se as informações
que ele tem em sala de aula serão
o passaporte que precisa para ingressar no mercado que idealiza.
Existem cursos de longa e
curta duração. “Os cursos de
MBA estão dominando o mercado, pelo alinhamento com as
necessidades dos negócios. Hoje, boa parte das empresas precisa de profissionais capacitados em um curto período de
tempo”, afirma Edna Canedo,
professora e coordenadora de
cursos de MBA em Brasília.
Edna dá aulas de Governança
❛❛
PG 4-13
Pós-graduação
12 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 5
Pós-graduação
Pós-graduação
Depois da teoria, a hora da prática
ARTIGO
Arquivo Pessoal
POR JORGE ALMEIDA GUIMARÃES
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A excelência na formação
de pessoal qualificado
Arquivo Pessoal
❛❛
A Capes subsidia o Ministério da
Educação na formulação de políticas
nacionais para as áreas de educação
básica, educação a distância e pósgraduação, corporificando na sua
missão o conceito de educação
sistêmica, que cobre desde a
educação infantil ao pós-doutorado
❛❛
PG 5-12
N
contexto, é uma das prioridades da política
nacional de educação expressa no Plano
de Desenvolvimento da Educação (PDE),
assim como no Plano de Ação em Ciência,
Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Pacti 2007-2010, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
A agência concede bolsas por meio de
programas de caráter permanente que
promovem a pós-graduação. Para os cursos de pós-graduação no Brasil, a Capes
concede cotas de bolsas, sendo esses responsáveis pela seleção dos estudantes de
mestrado e doutorado. Já as bolsas no exterior podem ser individuais, concedidas
por meio de seleção realizada pela própria
Capes, ou embutidas em projetos de cooperação internacional. Os dois processos
obedecem a calendário pré-definido e
contemplam as mais respeitadas instituições de ensino superior do mundo.
No ano de 2008, mais de quatro mil
bolsas no exterior foram concedidas pela
JORGE ALMEIDA GUIMARÃES
É PRESIDENTE DA CAPES
Distrito Federal, ele
acredita que tem
um papel a cumprir
para contribuir com
o desenvolvimento
do Brasil.
“E esse caminho
eu considero que
vou realizar com o
doutorado”, diz Rafael. Em sua opinião, os cursos acadêmicos de longa
duração são importantes para o amadurecimento pessoal, profissional e
RAFAEL: DOUTORADO E CONTRIBUIÇÃO
para a formação das
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
pessoas como cidadãs. E não se resuna educação. Depois de estudar, mem a estudos e pesquisas endar aulas de inglês e ser voluntá- tre quatro paredes.
rio em uma escola do Varjão, no
No período de mestrado, em
que iniciou a pós-graduação
nos Estados Unidos, Rafael Parente recebeu uma bolsa integral de estudos e U$ 200 semanais para trabalhar na escola de
ensino médio vinculada à universidade em que estuda. “Eu
aprendia a teoria e vivenciava a
prática. Levava para a sala de
aula problemas que enfrentava
com os adolescentes, como indisciplina, conflitos de gangues,
conflitos familiares. Discutiamos na pós-graduação soluções
conjuntas, com base em debates, artigos, livros.”
Rafael Parente não acredita
que, a partir da defesa de tese,
sua única opção para contribuir
com o país será a academia. Uma
de suas alternativas futuras é a
criação de uma empresa de consultoria na área de educação.
As pós-graduações lato
sensu são programas de
especialização que incluem
os MBA, assim chamados em
alusão à expressão
norte-americana Master
of Business Administration.
Têm no mínimo 360 horas de
duração e ao final, o aluno
recebe certificado, e não
diploma. As stricto sensu
compreendem mestrado e
doutorado, com cursos que
variam de dois a cinco anos,
com direito a diploma. Tanto
lato como stricto sensu são
abertas a candidatos que
tenham concluído o terceiro
grau. E são previstas na
Lei 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da
educação nacional.
PG 5-12
formação qualificada de professores para
a educação básica.
As atividades da Capes são alicerçadas
na efetiva participação da comunidade
acadêmica nacional. As ações são baseadas
em decisões tomadas no âmbito de colegiados e comissões de avaliação, coordenados por pesquisadores, docentes e especialistas de diversas áreas do conhecimento,
indicados pelos programas de pós-graduação e associações e sociedades científicas e
entidades representativas de suas comunidades técnico-científicas e educacionais.
Na pós-graduação constata-se que,
apesar dos extraordinários avanços alcançados ao longo dos últimos 40 anos, aumentar o número de mestres e doutores,
de modo a atender as demandas do país, é
uma meta ainda longe de ser atingida,
quando se compara nossa situação atual
com a de países concorrentes como a
Coreia do Sul, Espanha, Rússia, Índia,
China e Taiwan. A atuação da Capes, nesse
Capes, nas modalidades de doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e
graduação sanduíche. A meta é expor nossos estudantes a ambientes de pesquisa internacional, promovendo a cooperação e a
abertura de novas linhas de pesquisa, além
de capacitar recursos humanos em áreas
não consolidadas no Brasil.
Outra vertente de atuação mais recente
são as ações induzidas pela Capes no
apoio à formação de pesquisadores em
áreas específicas como oceanografia,
bioenergia e nanobiotecnologia. Exemplo
ilustrativo é o edital em oceanografia, resultante da parceria Capes e Marinha, que
será lançado na próxima semana e representa um grande desafio ao Brasil na capacitação de recursos humanos, que buscam
pela pesquisa, gerar conhecimentos necessários à plena exploração do Mar Territorial Brasileiro, as 200 milhas marítimas.
No âmbito da qualificação para a educação básica, um dos maiores desafios que
o país enfrenta, o modelo de atuação da
Capes, sobretudo no fomento, consagrado
ao longo de quase seis décadas, deverá ser
novamente posto em prática, explorando,
de forma estratégica, as parcerias com as
instituições de educação superior (IES) do
governo Federal (universidades e IFETS),
outras IES públicas estaduais e municipais
e a comunidade científica, buscando superar gargalos para atingir, o quanto antes,
resultados altamente positivos. A excelência na formação de professores para educação básica seguirá os mesmos passos e
já se constitui em meta primordial da Capes/MEC, num planejamento de curto,
médio e longo prazo.
As decisões acertadas nem
sempre seguem o que parece ser
o curso natural da vida. Rafael
Parente, 31 anos, se graduou em
economia, influenciado pela
carreira do pai. Depois de formado, resolveu mudar o rumo
do barco. Fez mestrado em Gestão em Educação; agora cursa o
doutorado, em Nova York, em
Educação Internacional e Desenvolvimento.
Rafael é brasiliense e mora no
Rio de Janeiro. Depois de dois
anos de teoria, foi contratado
por um instituto de responsabilidade social vinculado a uma
empresa privada na capital carioca, onde desenvolve a pesquisa que vai apresentar à academia nos Estados Unidos. A sua
proposta é analisar resultados
de parceiras público-privadas
CMYK
este ano, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), fundação do
Ministério da Educação que cumpre um papel estratégico na qualidade do
ensino superior e na formação de mestres
e doutores, completa 58 anos. Ao longo
dessa trajetória, a Capes recebeu investimentos substanciais do governo brasileiro
o que possibilitou ao país alcançar avanços significativos na capacitação de recursos humanos, assumir posição de destaque na produção científica internacional e
liderança em muitos segmentos na produção tecnológica. Fruto da atuação conjunta com outras agências nacionais de fomento à pesquisa construiu-se um invejável parque técnico-científico, patrimônio
sem similares em países em desenvolvimento e até entre alguns desenvolvidos.
Com quase seis décadas de experiência, a Capes passou, desde o final de
2007, a investir também na formação de
professores para a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e
médio), ampliando desta forma o alcance da atuação da agência na formação de
pessoal qualificado.
Com essa nova competência, a Capes
subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as
áreas de educação básica, educação a distância e pós-graduação, corporificando na
sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil
ao pós-doutorado. São cinco as grandes linhas de atuação: avaliação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado),
formação de recursos humanos de alto nível no país e exterior, cooperação internacional, acesso e divulgação da produção
científica pelo Portal dos Periódicos e a
LATO OU
STRICTO SENSU?
Em tempos de crise, as empresas tendem a retrair-se. Nessas horas, o profissional que estiver bem preparado terá mais oportunidade para destacar-se e
provar sua importância. Ao fazer a pós-graduação no UniCEUB, você garante o diferencial de que precisa para ser valorizado. Não fique de fora. São mais
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CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 11
6 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
O
Parece brincadeira,
mas não é
CURSOS CONSIDERADOS EXÓTICOS, COMO O CASO
DO MBA EM JOGOS DIGITAIS,TÊM ATRAÍDO MUITA GENTE E
PROMETEM INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NO TRABALHO E NA VIDA
Monique Renne/CB/D.A Press
Área promissora
Os alunos dele são também heterogêneos. Gilson Lopes de Assunção, 28 anos, mora em Juscimeira, no Mato Grosso. E encontrou o MBA em jogos digitais na
internet. Veio, então, a Brasília
para fazer o curso. Ele é formado
em administração e trabalha
com uma pequena produção familiar de gado de leite e corte.
FRANCISCO OSÓRIO DÁ AULAS DE MBA EM GAMES: “JÁ ESTAVA ENJOADO DE ENGENHARIA E GOSTO DE JOGOS”
“Eu quero fazer algo para usar a
criatividade, algo novo, para fugir da regra do mundo chato.
Acho interessante essa área, bem
ampla, com desenho e inteligência artificial. Ainda não tenho
perspectiva concreta de trabalho, mas até o final deste ano estarei bem em arte 3D e vou procurar emprego”, relata.
E a área realmente é promissora. Com talento e alguma sorte, dá para fazer bons negócios.
Rafael Marques, 30 anos, diz
que está ocupando “120%” de
seu tempo para atender aos
clientes da empresa que abriu
em 2006. Fez o curso com o professor Francisco Osório em
2008, mas já tinha bagagem no
assunto. Ele é um exemplo de
que – o Brasil pode não vender
US$ 500 milhões de dólares em
apenas uma semana do lançamento de um jogo, como faturou a norte-americana TakeTwo Interactive Software no ano
passado – mas tem bastante potencial a ser explorado.
Em três anos, Rafael Marques
já conseguiu emplacar muitos
bons negócios. Já comprou a sede própria da empresa no Sudoeste, em Brasília, e com uma
equipe que inclui mais cinco profissionais não tem queixas sobre
os pedidos que recebe. “Temos
quatro grandes clientes fixos. Entre eles, uma das maiores lojas de
brinquedos de Brasília. Agora em
fevereiro, fomos até surpreendidos. Por conta da crise, recebemos muitos pedidos de trabalho,
de comerciantes que se anteciparam, fazendo publicidade para
garantir vendas”, conta ele.
Rafael conta que fazia propaganda e marketing, mas não
atuava no mercado. Montou a
sociedade com um amigo – “a
parceria é fundamental para o
sucesso; nos damos muito
bem”, comenta ele – e atinou
para o negócio no momento
em que viu chegar uma proposta desse tipo de trabalho a um
gabinete na Câmara Federal. A
proposta veio de uma empresa
de fora do DF. Achou-a interessante, e foi à luta. Nestes três
anos, já fez pelo menos 12 jogos
digitais (em um deles chegou a
trabalhar durante sete meses) e
atendeu pedidos para cerca de
15 clientes que desejavam montar cursos de educação a distância utilizando ferramentas
usadas em jogos.
Solução mais econômica e prática
A Educação a Distância tem se destacado por ser uma boa solução para
capacitar e treinar várias pessoas ao
mesmo tempo, e uma alternativa mais
econômica para as grandes empresas.
Algumas instituições que já fizeram o
uso da modalidade para capacitar seus
funcionários responderam ao anuário
sobre o que pensam de quem se especializa em um EaD. O resultado é que
73,2% das empresas afirmaram que dariam o mesmo tratamento a pessoas
formadas pelo sistema presencial e a
distância. Somente 4,9% consideraram
o ensino a distância um diferencial negativo no currículo, enquanto 7,3%
acharam positivo.
Segundo Fábio Sanchez, coordenador do anuário, os resultados apontam
que, no geral, o mercado corporativo
tem recebido muito bem esses profissionais. “O Brasil é um país com uma demanda reprimida muito grande, e a EaD
é uma alternativa bastante viável para
preencher essa procura de cidades do
interior que têm pouca oferta”, ressalta.
Mas muitos ainda resistem ao ensino
mediado pelas novas tecnologias, mesmo sabendo que não há diferença entre
o diploma ou certificado do ensino presencial. Para o presidente da Associação
Brasileira de Educação a Distância
(ABED), Fredric Litto, esse preconceito
sobre a EaD no Brasil é fruto do desconhecimento e de uma história ainda recente no país, se considerarmos a experiência em outros países. “A graduação a
distância começou a 150 anos em Londres com os cursos por correspondência. Países como o Paquistão já têm cerca de 1,8 milhões de estudantes. A Índia,
1,5 milhões e a China, 1,3 milhões, o que
prova o sucesso da EaD pelo mundo.
Com esses números, quem somos nós
para questionar se o sistema funciona
ou não?”, provoca Litto.
UNIVERSIDADE ABERTA
● O ensino público a distância já é
realidade no Brasil desde 2005, com a
Universidade Aberta do Brasil.
● Os últimos dados de março de 2009
revelam que a UAB já tem 74 instituições e
105 mil alunos inscritos, número que deve
chegar a mais de 200 mil até o fim do ano,
segundo o diretor da educação a distância
da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e
coordenador da Universidade Aberta do
Brasil, Celso Costa.
● A UAB é um programa permanente do
Ministério da Educação que fica na Capes
e congrega todas as ações brasileiras no
setor público em toda a categoria superior,
graduação e pós. “É uma grande rede de
formação articulada e financiada pelo
governo federal para que aconteça a
inclusão da população que está fora dos
grandes eixos que oferecem educação
superior”, explica Celso Costa.
● Mas ainda falta muito para que o
ensino público superior a distância se
torne acessível o suficiente para atender
a toda população. Há vagas para o
público em geral, mas, atualmente, a
Universidade Aberta tem como
prioridade a formação de professores da
rede pública.
● A UnB foi uma das primeiras parceiras
da UAB e tem polos na Ceilândia e em
Santa Maria. Mas também há no
entorno, como Formosa, Alexânia e
Águas Lindas do Goiás. Ao todo, já são
550 polos distribuídos por todos os
estados da federação. Eles são
importantes porque, para increver-se
em algum curso, o interessado deve
acessar o site www.capes.gov.br,
entrando em Universidade Aberta, que
mostrará todas as instituições, cursos e
locais dos polos. A pessoa deverá se
vincular a algum deles. Cada instituição
define o seu processo de seleção.
Suas escolhas fazem um importante
índice subir: o Índice-Você.
Faça MBA FGV. Para você ter ideia do
quanto pode ficar valorizado, acesse
o site e calcule o seu Índice-Você.
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s jogos digitais, que tanto
preocupam pais de
crianças que passam horas em frente ao computador, agora estão na sala de aula.
De adultos. E em cursos de pósgraduação. Em Brasília, a iniciativa foi de um professor que criou a
nova disciplina para se divertir,
cansado das aulas de engenharia.
A qualificação profissional traz
resultados positivos para o bolso.
“Eu gosto de jogos, e já estava
enjoado de dar aula de engenharia”, brinca Francisco Osório de
Carvalho Ramos, formado em
engenharia eletrônica e física. O
curso que ele criou já está na terceira turma, tem 420 horas-aula,
distribuídas em três vezes por semana. A sala de estudos é um laboratório de uma faculdade de
Brasília, muito bem equipado,
com computadores próprios para supertrabalhos artísticos em
3D (três dimensões).
A produção de jogos é arte e
mais um monte de programas
de computador. “Para trabalhar
com jogos, a pessoa tem que
ser uma espécie de homem renascentista, um pouco Leonardo da Vinci, pois terá que fazer
roteiros, desenhos, saber contar bem uma história, animar,
modelar, até vender, conhecer
o mercado publicitário”, relata
Francisco Osório.
O professor nunca fez curso
de jogos, e aprendeu o que hoje
ensina com base em sua formação e nas leituras dos cerca de
300 livros que tem em casa, importados de vários países, sobre
as diversas atividades exigidas na
produção dos brinquedos – que
não são apenas joguinhos, mas
também variadas animações utilizadas em publicidade.
“Descobri que a publicidade é
heterogênea”, diz o criador do
curso. “E acho que o criei por um
desejo de recuperar a infância.
Acredito que os alunos também
nos procuram um pouco por isso”, calcula Francisco Osório.
PG 6-11
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PG 6-11
Pós-graduação
MBA:
Comércio Exterior | Controladoria e Auditoria | Direito da Economia e da Empresa | Direito do Estado e da Regulação | Finanças – ênfase em Mercado de Capitais | Gestão Empresarial – ênfase
em Estratégia | Gestão e Produção Cultural | Marketing | Negócios Imobiliários e Construção Civil | Pessoas | Planejamento, Orçamento e Gestão Pública | Projetos | Sistemas de Informação
PÓS-GRADUAÇÃO:
Administração de Empresas | Administração Pública – CIPAD
Inscrições até o dia 03 de abril de 2009. (61) 3799-8000 | Cursos disponíveis também em Goiânia e Palmas.
MBA
www.fgv.br/mba
10 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 7
Pós-graduação
Pós-graduação
Onipresente e em
PÓS A DISTÂNCIA PODE
SER UMA SOLUÇÃO
PARA QUEM QUER
INCREMENTAR OS
ESTUDOS E NÃO TEM
TEMPO PARA FREQUENTAR
SALAS DE AULA
expansão
Novidades
no currículo
AS CONSTANTES MUDANÇAS NA ORDEM
MUNDIAL FAZEM SURGIR NOVOS CURSOS
A CADA DIA. É POSSÍVEL APRENDER DESDE A
SER UM LOBISTA OU ATÉ A FAREJAR HACKERS
CMYK
Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press
PG 7-10
FORMADO EM PEDAGOGIA E
MESTRADO EM ENGENHARIA DE
MULTIMÍDIA PARA EDUCAÇÃO,
GERSON COMEÇOU UMA
ESPECIALIZAÇÃO A DISTÂNCIA
PELA UNIVERSIDADE ABERTA
DO BRASIL
ser tendência, pela questão geográfica —
não dá para todos estudarem no mesmo
local porque não tem espaço -, além de
democratizar o conhecimento levando
cursos com a qualidade da Universidade
de Brasília (UnB), por exemplo, para estados que não têm essa opção”, diz.
Facilidades
Entre os motivos que levam os profissionais
a buscarem essa modalidade de ensino está
a flexibilidade no acesso à aprendizagem,
com a possibilidade de escolher o local e o
horário de estudo, já que a maior parte do
curso pode ser feita pela internet. Outro
ponto positivo é a possibilidade de cada
aluno poder organizar o tempo e estudar,
de acordo com seu ritmo, sem a cobrança
de deslocar-se para uma sala de aula.
Mas a promessa de estudar a qualquer
hora, em qualquer lugar, não pode ser confundida com indisciplina, como explica o
diretor-executivo de uma conceituada instituição que oferece cursos online em Brasília, Stavros Xanthopoylos. “Essa flexibilidade significa que o aluno terá mais autonomia para fazer o curso, que é tão ou mais regrado que um curso presencial. A distância,
temos atividades com um professor-tutor
em chats e fóruns, que exigem do aluno
uma rotina de dedicação para conseguir
acompanhar”, explica.
AS DIFICULDADES EM ENCONTRAR EMPREGO FIZERAM COM QUE ALEX INVESTISSE EM DUAS ESPECIALIZAÇÕES
Aprenda a fazer lobby
A sofisticação das relações
humanas e políticas também é
motivo para atualização de conhecimentos. E a proximidade
com a Presidência da República
e com o Congresso Nacional
tornam algumas demandas naturais em Brasília. Foi assim que
surgiu a ideia do novo curso que
começa neste semestre na capital: Análise Política e Relações
Institucionais, com 505 horas e
investimento de R$ 10.600.
“A análise política é o estudo
de fenômenos de determinado
momento social para prognóstico de ação”, explica o professor
Paulo Afonso Francisco de Carvalho, coordenador do curso
que será realizado em cinco módulos. As matérias variam dos
fundamentos das ciências políticas e metodologias de pesquisa aos ensinamentos sobre o desempenho de um bom lobista.
A palavra é, na maioria das
vezes, relacionada à corrupção,
mas na realidade não significa
nenhuma falcatrua. São chamados de lobistas aqueles profissionais que se dedicam a articulações. Por exemplo, os sindicalistas que desejem a aprovação de uma lei que será favorável aos trabalhadores de sua
categoria. Para isso eles fazem
lobby – ou seja, tratam de convencer deputados sobre a necessidade dessa aprovação. O
novo curso que começa em Brasília vai profissionalizar também assessores parlamentares
com conhecimentos teóricos
sobre a política, partidos, sistemas eleitorais, estrutura e funcionamento das federações e
dos Três Poderes.
A capital tem sempre novidades para abrilhantar currículos. Quem busca ascensão
profissional deve prestar atenção, inclusive fazendo buscas
nos sites das instituições de ensino, que sempre chamam a
atenção para os cursos novos
no mercado. Este ano, Brasília
também oferece MBA em Planejamento Tributário, que aborda todo o processos tributário
de uma empresa e as diversas
alternativas para melhor administrar a relação com o fisco.
Esse é um tema de grande
importância, pois empresas e
pessoas físicas são as grandes
fontes de recursos para o governo, e é preciso que impostos e
contribuições sejam pagos de
acordo com o que é devido. Por
falta de informações, os empresários algumas vezes pagam
mais do que a necessidade. Planejar recolhimentos é imprescindível para a sobrevivência
dos negócios.
PG 7-10
D
oferecer cursos especialização lato sensu
pulou de 246 para 404 em todo o país. Só
no DF, os números dobraram, indo de 23
para 55 instituições.
Gerson Silva em breve estará na estatística. Formado em pedagogia e mestrado em engenharia de multimídia para
educação, na França, começou a fazer
uma especialização a distância e continuada pela Universidade Aberta do Brasil
(saiba mais no quadro da página ao lado),
este ano. Segundo Gerson, esse curso tem
exigido mais dele do que os presenciais de
graduação e mestrado. “Tenho mais produção de texto e mais leitura. O ensino a
distância é mais puxado e caminha para
tenham vantagens sobre mestrados e doutorados. “Garantem
rentabilidade maior e são econômicos em tempo e dinheiro.
Mestres e doutores ficam restritos ao magistério e à pesquisa,
estudam três a quatro anos e
gastam em torno de R$ 30 mil.
Enquanto os chamados MBA
custam bem menos, em torno
de R$ 5 mil, e em menos de dois
anos o aluno tem um considerável leque de informações.”
De fato, o resultado desse tipo de curso pode vir bem rápido. O jovem Alex Correa, 25 anos,
se formou em engenharia da
computação em 2006, mas teve
dificuldades em encontrar emprego. Resolveu, então, investir
em cursos de especialização.
Frequenta as aulas do professor
Luiz Carlos. Será a sua segunda
especialização. A primeira foi
em “Produção de Provas Judiciais e Perícia em Explosões e
Incêndios”, matéria antes restrita a policiais militares e bombeiros. Formado em 2008, com
o certificado na mão também
em 360 horas-aula, o jovem começou a ser chamado para fazer
perícias para seguradoras. Atende três a quatro chamados por
mês para análise de incêndios
em imóveis e carros.
Alex mora com a mãe, e por
isso conseguiu comprar a vista
um Cadete 97. Um carro velho,
mas que representa uma conquista importante, pois em menos de um trimestre teve de volta mais do que os R$ 4 mil investidos em 15 meses de curso.
“Tem gente que ganha bem nessa área. Ganha bem.... pra caramba...!”, exclama.
CMYK
mundo muda cada vez
mais rápido, e assim surgem novas necessidades
de especialização. Cursos diferentes e também alternativas diferentes de trabalho. Ao
mesmo tempo em que se convive
com a ameaça da crise e do desemprego, abrem-se portas para
a capacitação em mercados nunca imaginados.
O professor Luiz Carlos Pereira dá aulas em uma importante
universidade de Brasília sobre
uma dessas novas modalidades
de aprendizado – para quem deseja ser sherlock em “Crimes Digitais e Produção de Provas Judiciais”. Ou seja, para aqueles que
pretendam farejar pegadas deixadas por bandidos no mundo
virtual. É isso mesmo. Com conhecimento no manuseio correto de mouse e teclado, o investigador pode seguir pistas deixadas pelos chamados crackers ou
hackers, invasores de sistemas de
computadores.
Luiz Carlos explica que para
acompanhar a sua disciplina são
necessários conhecimentos básicos de informática e ter curso superior em qualquer área. Ele tem
duas turmas de 26 alunos, com
carga de 360 horas/aulas desenvolvidas em cerca de 15 meses.
Os alunos aprendem matérias
como direito aplicado à investigação, metodologia, processamento de imagens, áudio e voz,
segurança bancária, métodos de
criptografia (técnicas para proteção de informações).
“É um curso de especialização lato sensu, que prepara para o mercado”, diz Luiz Carlos.
Ele considera que esses cursos
O
ividir a rotina entre trabalho e estudo só se tornou possível para
muitas pessoas com o reconhecimento da Educação a Distância
(EaD) pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
Numa sociedade cada dia mais globalizada, essa modalidade de ensino cresce a
largos passos no Brasil e no mundo. De
acordo com o último Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância, de 2007, e divulgado no ano passado,
mais de 972 mil pessoas estudam a distância. De 2004 a 2007, as instituições que ministram graduação e pós cresceram mais
de 356%. Em um ano (2006 para 2007), a
oferta de instituições credenciadas para
Iano Andrade/CB/D.A Press
10 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 7
Pós-graduação
Pós-graduação
Onipresente e em
PÓS A DISTÂNCIA PODE
SER UMA SOLUÇÃO
PARA QUEM QUER
INCREMENTAR OS
ESTUDOS E NÃO TEM
TEMPO PARA FREQUENTAR
SALAS DE AULA
expansão
Novidades
no currículo
AS CONSTANTES MUDANÇAS NA ORDEM
MUNDIAL FAZEM SURGIR NOVOS CURSOS
A CADA DIA. É POSSÍVEL APRENDER DESDE A
SER UM LOBISTA OU ATÉ A FAREJAR HACKERS
CMYK
Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press
PG 7-10
FORMADO EM PEDAGOGIA E
MESTRADO EM ENGENHARIA DE
MULTIMÍDIA PARA EDUCAÇÃO,
GERSON COMEÇOU UMA
ESPECIALIZAÇÃO A DISTÂNCIA
PELA UNIVERSIDADE ABERTA
DO BRASIL
ser tendência, pela questão geográfica —
não dá para todos estudarem no mesmo
local porque não tem espaço -, além de
democratizar o conhecimento levando
cursos com a qualidade da Universidade
de Brasília (UnB), por exemplo, para estados que não têm essa opção”, diz.
Facilidades
Entre os motivos que levam os profissionais
a buscarem essa modalidade de ensino está
a flexibilidade no acesso à aprendizagem,
com a possibilidade de escolher o local e o
horário de estudo, já que a maior parte do
curso pode ser feita pela internet. Outro
ponto positivo é a possibilidade de cada
aluno poder organizar o tempo e estudar,
de acordo com seu ritmo, sem a cobrança
de deslocar-se para uma sala de aula.
Mas a promessa de estudar a qualquer
hora, em qualquer lugar, não pode ser confundida com indisciplina, como explica o
diretor-executivo de uma conceituada instituição que oferece cursos online em Brasília, Stavros Xanthopoylos. “Essa flexibilidade significa que o aluno terá mais autonomia para fazer o curso, que é tão ou mais regrado que um curso presencial. A distância,
temos atividades com um professor-tutor
em chats e fóruns, que exigem do aluno
uma rotina de dedicação para conseguir
acompanhar”, explica.
AS DIFICULDADES EM ENCONTRAR EMPREGO FIZERAM COM QUE ALEX INVESTISSE EM DUAS ESPECIALIZAÇÕES
Aprenda a fazer lobby
A sofisticação das relações
humanas e políticas também é
motivo para atualização de conhecimentos. E a proximidade
com a Presidência da República
e com o Congresso Nacional
tornam algumas demandas naturais em Brasília. Foi assim que
surgiu a ideia do novo curso que
começa neste semestre na capital: Análise Política e Relações
Institucionais, com 505 horas e
investimento de R$ 10.600.
“A análise política é o estudo
de fenômenos de determinado
momento social para prognóstico de ação”, explica o professor
Paulo Afonso Francisco de Carvalho, coordenador do curso
que será realizado em cinco módulos. As matérias variam dos
fundamentos das ciências políticas e metodologias de pesquisa aos ensinamentos sobre o desempenho de um bom lobista.
A palavra é, na maioria das
vezes, relacionada à corrupção,
mas na realidade não significa
nenhuma falcatrua. São chamados de lobistas aqueles profissionais que se dedicam a articulações. Por exemplo, os sindicalistas que desejem a aprovação de uma lei que será favorável aos trabalhadores de sua
categoria. Para isso eles fazem
lobby – ou seja, tratam de convencer deputados sobre a necessidade dessa aprovação. O
novo curso que começa em Brasília vai profissionalizar também assessores parlamentares
com conhecimentos teóricos
sobre a política, partidos, sistemas eleitorais, estrutura e funcionamento das federações e
dos Três Poderes.
A capital tem sempre novidades para abrilhantar currículos. Quem busca ascensão
profissional deve prestar atenção, inclusive fazendo buscas
nos sites das instituições de ensino, que sempre chamam a
atenção para os cursos novos
no mercado. Este ano, Brasília
também oferece MBA em Planejamento Tributário, que aborda todo o processos tributário
de uma empresa e as diversas
alternativas para melhor administrar a relação com o fisco.
Esse é um tema de grande
importância, pois empresas e
pessoas físicas são as grandes
fontes de recursos para o governo, e é preciso que impostos e
contribuições sejam pagos de
acordo com o que é devido. Por
falta de informações, os empresários algumas vezes pagam
mais do que a necessidade. Planejar recolhimentos é imprescindível para a sobrevivência
dos negócios.
PG 7-10
D
oferecer cursos especialização lato sensu
pulou de 246 para 404 em todo o país. Só
no DF, os números dobraram, indo de 23
para 55 instituições.
Gerson Silva em breve estará na estatística. Formado em pedagogia e mestrado em engenharia de multimídia para
educação, na França, começou a fazer
uma especialização a distância e continuada pela Universidade Aberta do Brasil
(saiba mais no quadro da página ao lado),
este ano. Segundo Gerson, esse curso tem
exigido mais dele do que os presenciais de
graduação e mestrado. “Tenho mais produção de texto e mais leitura. O ensino a
distância é mais puxado e caminha para
tenham vantagens sobre mestrados e doutorados. “Garantem
rentabilidade maior e são econômicos em tempo e dinheiro.
Mestres e doutores ficam restritos ao magistério e à pesquisa,
estudam três a quatro anos e
gastam em torno de R$ 30 mil.
Enquanto os chamados MBA
custam bem menos, em torno
de R$ 5 mil, e em menos de dois
anos o aluno tem um considerável leque de informações.”
De fato, o resultado desse tipo de curso pode vir bem rápido. O jovem Alex Correa, 25 anos,
se formou em engenharia da
computação em 2006, mas teve
dificuldades em encontrar emprego. Resolveu, então, investir
em cursos de especialização.
Frequenta as aulas do professor
Luiz Carlos. Será a sua segunda
especialização. A primeira foi
em “Produção de Provas Judiciais e Perícia em Explosões e
Incêndios”, matéria antes restrita a policiais militares e bombeiros. Formado em 2008, com
o certificado na mão também
em 360 horas-aula, o jovem começou a ser chamado para fazer
perícias para seguradoras. Atende três a quatro chamados por
mês para análise de incêndios
em imóveis e carros.
Alex mora com a mãe, e por
isso conseguiu comprar a vista
um Cadete 97. Um carro velho,
mas que representa uma conquista importante, pois em menos de um trimestre teve de volta mais do que os R$ 4 mil investidos em 15 meses de curso.
“Tem gente que ganha bem nessa área. Ganha bem.... pra caramba...!”, exclama.
CMYK
mundo muda cada vez
mais rápido, e assim surgem novas necessidades
de especialização. Cursos diferentes e também alternativas diferentes de trabalho. Ao
mesmo tempo em que se convive
com a ameaça da crise e do desemprego, abrem-se portas para
a capacitação em mercados nunca imaginados.
O professor Luiz Carlos Pereira dá aulas em uma importante
universidade de Brasília sobre
uma dessas novas modalidades
de aprendizado – para quem deseja ser sherlock em “Crimes Digitais e Produção de Provas Judiciais”. Ou seja, para aqueles que
pretendam farejar pegadas deixadas por bandidos no mundo
virtual. É isso mesmo. Com conhecimento no manuseio correto de mouse e teclado, o investigador pode seguir pistas deixadas pelos chamados crackers ou
hackers, invasores de sistemas de
computadores.
Luiz Carlos explica que para
acompanhar a sua disciplina são
necessários conhecimentos básicos de informática e ter curso superior em qualquer área. Ele tem
duas turmas de 26 alunos, com
carga de 360 horas/aulas desenvolvidas em cerca de 15 meses.
Os alunos aprendem matérias
como direito aplicado à investigação, metodologia, processamento de imagens, áudio e voz,
segurança bancária, métodos de
criptografia (técnicas para proteção de informações).
“É um curso de especialização lato sensu, que prepara para o mercado”, diz Luiz Carlos.
Ele considera que esses cursos
O
ividir a rotina entre trabalho e estudo só se tornou possível para
muitas pessoas com o reconhecimento da Educação a Distância
(EaD) pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
Numa sociedade cada dia mais globalizada, essa modalidade de ensino cresce a
largos passos no Brasil e no mundo. De
acordo com o último Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância, de 2007, e divulgado no ano passado,
mais de 972 mil pessoas estudam a distância. De 2004 a 2007, as instituições que ministram graduação e pós cresceram mais
de 356%. Em um ano (2006 para 2007), a
oferta de instituições credenciadas para
Iano Andrade/CB/D.A Press
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6 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
O
Parece brincadeira,
mas não é
CURSOS CONSIDERADOS EXÓTICOS, COMO O CASO
DO MBA EM JOGOS DIGITAIS,TÊM ATRAÍDO MUITA GENTE E
PROMETEM INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NO TRABALHO E NA VIDA
Monique Renne/CB/D.A Press
Área promissora
Os alunos dele são também heterogêneos. Gilson Lopes de Assunção, 28 anos, mora em Juscimeira, no Mato Grosso. E encontrou o MBA em jogos digitais na
internet. Veio, então, a Brasília
para fazer o curso. Ele é formado
em administração e trabalha
com uma pequena produção familiar de gado de leite e corte.
FRANCISCO OSÓRIO DÁ AULAS DE MBA EM GAMES: “JÁ ESTAVA ENJOADO DE ENGENHARIA E GOSTO DE JOGOS”
“Eu quero fazer algo para usar a
criatividade, algo novo, para fugir da regra do mundo chato.
Acho interessante essa área, bem
ampla, com desenho e inteligência artificial. Ainda não tenho
perspectiva concreta de trabalho, mas até o final deste ano estarei bem em arte 3D e vou procurar emprego”, relata.
E a área realmente é promissora. Com talento e alguma sorte, dá para fazer bons negócios.
Rafael Marques, 30 anos, diz
que está ocupando “120%” de
seu tempo para atender aos
clientes da empresa que abriu
em 2006. Fez o curso com o professor Francisco Osório em
2008, mas já tinha bagagem no
assunto. Ele é um exemplo de
que – o Brasil pode não vender
US$ 500 milhões de dólares em
apenas uma semana do lançamento de um jogo, como faturou a norte-americana TakeTwo Interactive Software no ano
passado – mas tem bastante potencial a ser explorado.
Em três anos, Rafael Marques
já conseguiu emplacar muitos
bons negócios. Já comprou a sede própria da empresa no Sudoeste, em Brasília, e com uma
equipe que inclui mais cinco profissionais não tem queixas sobre
os pedidos que recebe. “Temos
quatro grandes clientes fixos. Entre eles, uma das maiores lojas de
brinquedos de Brasília. Agora em
fevereiro, fomos até surpreendidos. Por conta da crise, recebemos muitos pedidos de trabalho,
de comerciantes que se anteciparam, fazendo publicidade para
garantir vendas”, conta ele.
Rafael conta que fazia propaganda e marketing, mas não
atuava no mercado. Montou a
sociedade com um amigo – “a
parceria é fundamental para o
sucesso; nos damos muito
bem”, comenta ele – e atinou
para o negócio no momento
em que viu chegar uma proposta desse tipo de trabalho a um
gabinete na Câmara Federal. A
proposta veio de uma empresa
de fora do DF. Achou-a interessante, e foi à luta. Nestes três
anos, já fez pelo menos 12 jogos
digitais (em um deles chegou a
trabalhar durante sete meses) e
atendeu pedidos para cerca de
15 clientes que desejavam montar cursos de educação a distância utilizando ferramentas
usadas em jogos.
Solução mais econômica e prática
A Educação a Distância tem se destacado por ser uma boa solução para
capacitar e treinar várias pessoas ao
mesmo tempo, e uma alternativa mais
econômica para as grandes empresas.
Algumas instituições que já fizeram o
uso da modalidade para capacitar seus
funcionários responderam ao anuário
sobre o que pensam de quem se especializa em um EaD. O resultado é que
73,2% das empresas afirmaram que dariam o mesmo tratamento a pessoas
formadas pelo sistema presencial e a
distância. Somente 4,9% consideraram
o ensino a distância um diferencial negativo no currículo, enquanto 7,3%
acharam positivo.
Segundo Fábio Sanchez, coordenador do anuário, os resultados apontam
que, no geral, o mercado corporativo
tem recebido muito bem esses profissionais. “O Brasil é um país com uma demanda reprimida muito grande, e a EaD
é uma alternativa bastante viável para
preencher essa procura de cidades do
interior que têm pouca oferta”, ressalta.
Mas muitos ainda resistem ao ensino
mediado pelas novas tecnologias, mesmo sabendo que não há diferença entre
o diploma ou certificado do ensino presencial. Para o presidente da Associação
Brasileira de Educação a Distância
(ABED), Fredric Litto, esse preconceito
sobre a EaD no Brasil é fruto do desconhecimento e de uma história ainda recente no país, se considerarmos a experiência em outros países. “A graduação a
distância começou a 150 anos em Londres com os cursos por correspondência. Países como o Paquistão já têm cerca de 1,8 milhões de estudantes. A Índia,
1,5 milhões e a China, 1,3 milhões, o que
prova o sucesso da EaD pelo mundo.
Com esses números, quem somos nós
para questionar se o sistema funciona
ou não?”, provoca Litto.
UNIVERSIDADE ABERTA
● O ensino público a distância já é
realidade no Brasil desde 2005, com a
Universidade Aberta do Brasil.
● Os últimos dados de março de 2009
revelam que a UAB já tem 74 instituições e
105 mil alunos inscritos, número que deve
chegar a mais de 200 mil até o fim do ano,
segundo o diretor da educação a distância
da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e
coordenador da Universidade Aberta do
Brasil, Celso Costa.
● A UAB é um programa permanente do
Ministério da Educação que fica na Capes
e congrega todas as ações brasileiras no
setor público em toda a categoria superior,
graduação e pós. “É uma grande rede de
formação articulada e financiada pelo
governo federal para que aconteça a
inclusão da população que está fora dos
grandes eixos que oferecem educação
superior”, explica Celso Costa.
● Mas ainda falta muito para que o
ensino público superior a distância se
torne acessível o suficiente para atender
a toda população. Há vagas para o
público em geral, mas, atualmente, a
Universidade Aberta tem como
prioridade a formação de professores da
rede pública.
● A UnB foi uma das primeiras parceiras
da UAB e tem polos na Ceilândia e em
Santa Maria. Mas também há no
entorno, como Formosa, Alexânia e
Águas Lindas do Goiás. Ao todo, já são
550 polos distribuídos por todos os
estados da federação. Eles são
importantes porque, para increver-se
em algum curso, o interessado deve
acessar o site www.capes.gov.br,
entrando em Universidade Aberta, que
mostrará todas as instituições, cursos e
locais dos polos. A pessoa deverá se
vincular a algum deles. Cada instituição
define o seu processo de seleção.
Suas escolhas fazem um importante
índice subir: o Índice-Você.
Faça MBA FGV. Para você ter ideia do
quanto pode ficar valorizado, acesse
o site e calcule o seu Índice-Você.
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s jogos digitais, que tanto
preocupam pais de
crianças que passam horas em frente ao computador, agora estão na sala de aula.
De adultos. E em cursos de pósgraduação. Em Brasília, a iniciativa foi de um professor que criou a
nova disciplina para se divertir,
cansado das aulas de engenharia.
A qualificação profissional traz
resultados positivos para o bolso.
“Eu gosto de jogos, e já estava
enjoado de dar aula de engenharia”, brinca Francisco Osório de
Carvalho Ramos, formado em
engenharia eletrônica e física. O
curso que ele criou já está na terceira turma, tem 420 horas-aula,
distribuídas em três vezes por semana. A sala de estudos é um laboratório de uma faculdade de
Brasília, muito bem equipado,
com computadores próprios para supertrabalhos artísticos em
3D (três dimensões).
A produção de jogos é arte e
mais um monte de programas
de computador. “Para trabalhar
com jogos, a pessoa tem que
ser uma espécie de homem renascentista, um pouco Leonardo da Vinci, pois terá que fazer
roteiros, desenhos, saber contar bem uma história, animar,
modelar, até vender, conhecer
o mercado publicitário”, relata
Francisco Osório.
O professor nunca fez curso
de jogos, e aprendeu o que hoje
ensina com base em sua formação e nas leituras dos cerca de
300 livros que tem em casa, importados de vários países, sobre
as diversas atividades exigidas na
produção dos brinquedos – que
não são apenas joguinhos, mas
também variadas animações utilizadas em publicidade.
“Descobri que a publicidade é
heterogênea”, diz o criador do
curso. “E acho que o criei por um
desejo de recuperar a infância.
Acredito que os alunos também
nos procuram um pouco por isso”, calcula Francisco Osório.
PG 6-11
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PG 6-11
Pós-graduação
MBA:
Comércio Exterior | Controladoria e Auditoria | Direito da Economia e da Empresa | Direito do Estado e da Regulação | Finanças – ênfase em Mercado de Capitais | Gestão Empresarial – ênfase
em Estratégia | Gestão e Produção Cultural | Marketing | Negócios Imobiliários e Construção Civil | Pessoas | Planejamento, Orçamento e Gestão Pública | Projetos | Sistemas de Informação
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Administração de Empresas | Administração Pública – CIPAD
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12 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 5
Pós-graduação
Pós-graduação
Depois da teoria, a hora da prática
ARTIGO
Arquivo Pessoal
POR JORGE ALMEIDA GUIMARÃES
CMYK
A excelência na formação
de pessoal qualificado
Arquivo Pessoal
❛❛
A Capes subsidia o Ministério da
Educação na formulação de políticas
nacionais para as áreas de educação
básica, educação a distância e pósgraduação, corporificando na sua
missão o conceito de educação
sistêmica, que cobre desde a
educação infantil ao pós-doutorado
❛❛
PG 5-12
N
contexto, é uma das prioridades da política
nacional de educação expressa no Plano
de Desenvolvimento da Educação (PDE),
assim como no Plano de Ação em Ciência,
Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Pacti 2007-2010, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
A agência concede bolsas por meio de
programas de caráter permanente que
promovem a pós-graduação. Para os cursos de pós-graduação no Brasil, a Capes
concede cotas de bolsas, sendo esses responsáveis pela seleção dos estudantes de
mestrado e doutorado. Já as bolsas no exterior podem ser individuais, concedidas
por meio de seleção realizada pela própria
Capes, ou embutidas em projetos de cooperação internacional. Os dois processos
obedecem a calendário pré-definido e
contemplam as mais respeitadas instituições de ensino superior do mundo.
No ano de 2008, mais de quatro mil
bolsas no exterior foram concedidas pela
JORGE ALMEIDA GUIMARÃES
É PRESIDENTE DA CAPES
Distrito Federal, ele
acredita que tem
um papel a cumprir
para contribuir com
o desenvolvimento
do Brasil.
“E esse caminho
eu considero que
vou realizar com o
doutorado”, diz Rafael. Em sua opinião, os cursos acadêmicos de longa
duração são importantes para o amadurecimento pessoal, profissional e
RAFAEL: DOUTORADO E CONTRIBUIÇÃO
para a formação das
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
pessoas como cidadãs. E não se resuna educação. Depois de estudar, mem a estudos e pesquisas endar aulas de inglês e ser voluntá- tre quatro paredes.
rio em uma escola do Varjão, no
No período de mestrado, em
que iniciou a pós-graduação
nos Estados Unidos, Rafael Parente recebeu uma bolsa integral de estudos e U$ 200 semanais para trabalhar na escola de
ensino médio vinculada à universidade em que estuda. “Eu
aprendia a teoria e vivenciava a
prática. Levava para a sala de
aula problemas que enfrentava
com os adolescentes, como indisciplina, conflitos de gangues,
conflitos familiares. Discutiamos na pós-graduação soluções
conjuntas, com base em debates, artigos, livros.”
Rafael Parente não acredita
que, a partir da defesa de tese,
sua única opção para contribuir
com o país será a academia. Uma
de suas alternativas futuras é a
criação de uma empresa de consultoria na área de educação.
As pós-graduações lato
sensu são programas de
especialização que incluem
os MBA, assim chamados em
alusão à expressão
norte-americana Master
of Business Administration.
Têm no mínimo 360 horas de
duração e ao final, o aluno
recebe certificado, e não
diploma. As stricto sensu
compreendem mestrado e
doutorado, com cursos que
variam de dois a cinco anos,
com direito a diploma. Tanto
lato como stricto sensu são
abertas a candidatos que
tenham concluído o terceiro
grau. E são previstas na
Lei 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da
educação nacional.
PG 5-12
formação qualificada de professores para
a educação básica.
As atividades da Capes são alicerçadas
na efetiva participação da comunidade
acadêmica nacional. As ações são baseadas
em decisões tomadas no âmbito de colegiados e comissões de avaliação, coordenados por pesquisadores, docentes e especialistas de diversas áreas do conhecimento,
indicados pelos programas de pós-graduação e associações e sociedades científicas e
entidades representativas de suas comunidades técnico-científicas e educacionais.
Na pós-graduação constata-se que,
apesar dos extraordinários avanços alcançados ao longo dos últimos 40 anos, aumentar o número de mestres e doutores,
de modo a atender as demandas do país, é
uma meta ainda longe de ser atingida,
quando se compara nossa situação atual
com a de países concorrentes como a
Coreia do Sul, Espanha, Rússia, Índia,
China e Taiwan. A atuação da Capes, nesse
Capes, nas modalidades de doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e
graduação sanduíche. A meta é expor nossos estudantes a ambientes de pesquisa internacional, promovendo a cooperação e a
abertura de novas linhas de pesquisa, além
de capacitar recursos humanos em áreas
não consolidadas no Brasil.
Outra vertente de atuação mais recente
são as ações induzidas pela Capes no
apoio à formação de pesquisadores em
áreas específicas como oceanografia,
bioenergia e nanobiotecnologia. Exemplo
ilustrativo é o edital em oceanografia, resultante da parceria Capes e Marinha, que
será lançado na próxima semana e representa um grande desafio ao Brasil na capacitação de recursos humanos, que buscam
pela pesquisa, gerar conhecimentos necessários à plena exploração do Mar Territorial Brasileiro, as 200 milhas marítimas.
No âmbito da qualificação para a educação básica, um dos maiores desafios que
o país enfrenta, o modelo de atuação da
Capes, sobretudo no fomento, consagrado
ao longo de quase seis décadas, deverá ser
novamente posto em prática, explorando,
de forma estratégica, as parcerias com as
instituições de educação superior (IES) do
governo Federal (universidades e IFETS),
outras IES públicas estaduais e municipais
e a comunidade científica, buscando superar gargalos para atingir, o quanto antes,
resultados altamente positivos. A excelência na formação de professores para educação básica seguirá os mesmos passos e
já se constitui em meta primordial da Capes/MEC, num planejamento de curto,
médio e longo prazo.
As decisões acertadas nem
sempre seguem o que parece ser
o curso natural da vida. Rafael
Parente, 31 anos, se graduou em
economia, influenciado pela
carreira do pai. Depois de formado, resolveu mudar o rumo
do barco. Fez mestrado em Gestão em Educação; agora cursa o
doutorado, em Nova York, em
Educação Internacional e Desenvolvimento.
Rafael é brasiliense e mora no
Rio de Janeiro. Depois de dois
anos de teoria, foi contratado
por um instituto de responsabilidade social vinculado a uma
empresa privada na capital carioca, onde desenvolve a pesquisa que vai apresentar à academia nos Estados Unidos. A sua
proposta é analisar resultados
de parceiras público-privadas
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este ano, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), fundação do
Ministério da Educação que cumpre um papel estratégico na qualidade do
ensino superior e na formação de mestres
e doutores, completa 58 anos. Ao longo
dessa trajetória, a Capes recebeu investimentos substanciais do governo brasileiro
o que possibilitou ao país alcançar avanços significativos na capacitação de recursos humanos, assumir posição de destaque na produção científica internacional e
liderança em muitos segmentos na produção tecnológica. Fruto da atuação conjunta com outras agências nacionais de fomento à pesquisa construiu-se um invejável parque técnico-científico, patrimônio
sem similares em países em desenvolvimento e até entre alguns desenvolvidos.
Com quase seis décadas de experiência, a Capes passou, desde o final de
2007, a investir também na formação de
professores para a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e
médio), ampliando desta forma o alcance da atuação da agência na formação de
pessoal qualificado.
Com essa nova competência, a Capes
subsidia o Ministério da Educação na formulação de políticas nacionais para as
áreas de educação básica, educação a distância e pós-graduação, corporificando na
sua missão o conceito de educação sistêmica, que cobre desde a educação infantil
ao pós-doutorado. São cinco as grandes linhas de atuação: avaliação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado),
formação de recursos humanos de alto nível no país e exterior, cooperação internacional, acesso e divulgação da produção
científica pelo Portal dos Periódicos e a
LATO OU
STRICTO SENSU?
Em tempos de crise, as empresas tendem a retrair-se. Nessas horas, o profissional que estiver bem preparado terá mais oportunidade para destacar-se e
provar sua importância. Ao fazer a pós-graduação no UniCEUB, você garante o diferencial de que precisa para ser valorizado. Não fique de fora. São mais
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4 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Faça a escolha
certa
PG 4-13
CMYK
Gustavo Moreno/CB/D.A Press
NÃO BASTA OPTAR POR UM BOM CURSO E ALCANÇAR NOTAS
BRILHANTES NAS PROVAS. É PRECISO SABER SE A DECISÃO VAI
REALMENTE QUALIFICAR O ALUNO PARA A SUA CARREIRA PROFISSIONAL
E
de TI (Tecnologia da Informação), disciplina ainda pouco explorada no mercado educacional e de grande importância para os egressos do bacharelado
em sistemas de informação, administração e outras áreas de
gestão. Também dá aulas sobre
engenharia de software para estudantes de computação e afins
que desejem aprofundar conhecimentos na implementação de projetos.
Várias alternativas
Diante de um leque de opções, a
engenheira civil Renata Valadares Gontijo, 30 anos, fez o cálculo
certo na hora de decidir. Ela precisava aprimorar conhecimentos para desempenhar o cargo de
diretora de Finanças na construtora da família, que tem 30 anos
de atuação em Brasília. Depois
da graduação, fez Gestão de Empreendimentos Imobiliários e
vai terminar, em setembro, o
MBA Finanças. Frequenta seis
horas-aulas semanais, em um
total de 18 meses.
“Hoje, eu tenho ferramentas
teóricas para fazer o que antes fazia com base em conhecimentos
adquiridos pelo meu pai no mercado. Por exemplo, na hora em
que um cliente chegava para fazer um pagamento à vista, para
eu oferecer um desconto eu me
baseava mais em sentimentos.
Agora, tenho mais segurança, e
posso calcular o que os valores
significam. As ferramentas que
adquiri no curso me provam por
a + b se o desconto que quero dar
é viável”, relata Renata Gontijo.
Ela explica que para as suas
necessidades o MBA foi mais
significativo do que seria um
mestrado ou doutorado. “Os
professores estão dentro do mercado e oferecem informações
atualizadas, há chance de assistir a palestras. Além disso, um
dos pontos que achei mais interessante é que as turmas são organizadas com excelente nível,
oferecendo ainda um intercâmbio muito produtivo.”
Entretanto, a rapidez não é a
única demanda do mercado. Os
cursos que exigem uma vida de
dedicação a estudos e pesquisas
também têm seu valor na iniciativa privada. “Hoje temos grandes empresas investindo em
doutores”, afirma Adelaide Figueiredo, pró-reitora de PósGraduação e Pesquisa de uma
universidade em Brasília. Ela
discorda quando alguém diz
que os profissionais que fazem
mestrado e doutorado estão
destinados quase exclusivamente para a academia.
“Eu mesma fiz graduação em
economia, com mestrado e doutorado em engenharia de transporte. Toda a minha experiência
profissional, antes de estar aqui na
universidade, foi em transporte
❛❛
Hoje, eu tenho ferramentas
teóricas para fazer o que antes
fazia com base em conhecimentos
adquiridos pelo meu pai no mercado
Renata Gontijo, engenheira civil
urbano. Trabalhei no setor público e privado. Fiz quatro ou cinco
cursos de especialização, e nenhum me deu o que ganhei com
o mestrado e doutorado.”
Ela defende o aprofundamento do saber, durante vários anos
de aprendizado. "É um salto profissional. Mestres e doutores adquirem maior capacidade de
análise, visão mais estratégica,
mais crítica. Na pesquisa adquirem capacidade de análise sob
diferentes focos”. Ela ressalta
que hoje as grandes empresas
querem inovação. “E inovação se
faz com pesquisa”.
E completa: “O doutorado
tem mercado”. Adelaide cita áreas
como biotecnologia e até mesmo
filosofia, que têm doutores contratados para trabalhar com
questões éticas. Mas alerta que o
aluno interessado em ingressar
nesse tipo de curso deve ter bem
claro o que deseja. Antes de tudo,
deve planejar a própria carreira.
Não são raras as frustrações depois da defesa da tese e de muitos
anos de dedicação aos estudos.
CMYK
stamos na era da informação. Momento em que
as pessoas não apenas valorizam a comunicação
fácil, especialmente na rede
mundial de computadores, mas
também em que há uma grande
preocupação com a atualização
do conhecimento. Os profissionais cada vez menos se satisfazem com o terceiro grau, e estão
sempre em busca de novos cursos de preparação para o mercado. As ofertas são muitas. E na
hora de investir anos de atenção
em cima dos livros, aparece aquela dúvida: para onde ir?
Tudo é uma questão de se ter
consciência sobre a real necessidade de estudos. Não basta escolher um bom curso e alcançar
notas brilhantes nas provas. É
preciso saber se a escolha qualificará o aluno para a sua carreira
profissional, se as informações
que ele tem em sala de aula serão
o passaporte que precisa para ingressar no mercado que idealiza.
Existem cursos de longa e
curta duração. “Os cursos de
MBA estão dominando o mercado, pelo alinhamento com as
necessidades dos negócios. Hoje, boa parte das empresas precisa de profissionais capacitados em um curto período de
tempo”, afirma Edna Canedo,
professora e coordenadora de
cursos de MBA em Brasília.
Edna dá aulas de Governança
❛❛
PG 4-13
Pós-graduação
14 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
Pós-graduação IESB.
De mala e livros, além-mar
Quando se tem mais conhecimento,
as oportunidades estão em todo lugar.
FAZER UMA PÓS OU CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO NO EXTERIOR TRAZ GRANDES DESAFIOS,
COMO AS BARREIRAS CULTURAIS E DO IDIOMA. MAS, NO FINAL, O ESFORÇO SEMPRE COMPENSA
A
Capes-Cofecub, firmado pela
Universidade Federal da Bahia, a
UFRGS, o Institut d'Études Politiques de Paris (SciPo) e a Université de Paris I – Sorbonne.
INCENTIVO
DO GOVERNO
Capes
Esse programa faz parte de um
acordo de cooperação que neste
ano completará 30 anos, entre o
Brasil e a França. Foi firmado
por meio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) – fundação do Ministério da Educação,
criada em 1951, para cumprir
especial missão na formação de
mestres e doutores.
Os estudantes ralam. Passam
por diversas fases de seleção. No
caso do Cofecub, é analisada a relevância da pesquisa proposta
pelo aluno e o seu professor deve
ser participante. Teresa explica
como funciona: “Fui indicada
por meu orientador, Carlos Arturi, da UFRGS, que faz parte de um
projeto Cofecub”.
A responsável pelo Cofecub na
Capes, em Brasília, Jussara Prado,
diz que o Brasil está em ótima fa-
TERESA ACABA DE CONQUISTAR UMA BOLSA DE DOUTORADO NA FRANÇA
se. “Os estudantes brasileiros são
muito bem-vistos pelos franceses. Nossos alunos são considerados inteligentes, criativos e dedicados”, enfatiza. Segundo ela, o
país já passou do período em que
mandava alunos somente para
aprenderem no exterior. “Hoje
também temos conhecimento
para mostrar”, ressalta.
E Teresa diz mais: “Uma exigência fundamental é o conhecimento do idioma. O estudante
começa a sentir essa necessidade
antes mesmo de apresentar a sua
candidatura à Capes, pois o con-
O Brasil concede bolsas
de estudos no exterior para
diferentes níveis de
aprendizado em
pós-graduação. Para
incrementar essa iniciativa,
mantém acordos bilaterais
não apenas com a França,
mas também com Alemanha,
Argentina, Chile, China,
Cuba, Espanha, Estados
Unidos, Holanda, Itália,
Portugal, Timor-Leste,
Uruguai. Confira no quadro
abaixo o crescimento do
número de bolsas concedidas
nos últimos anos.
tato com os professores das universidades estrangeiras começa
muito antes. É preciso começar a
se organizar logo, pois é exigido
que o candidato já tenha cumprido um número determinado de
créditos. A pesquisa também já
deve estar adiantada”, relata.
Evolução de bolsistas Capes no exterior - 2001 a 2008
Doutorado
sanduíche
Especialização
Graduação
sanduíche
2001
713
37
434
2002
840
41
2003
969
2004
Mestrado
Mestrado
sanduíche
Pósdoutorado
Doutorado
pleno
Total
22
4
407
932
2,549
287
16
7
454
894
2,539
36
285
2
6
455
967
2,720
1,019
5
473
1
9
535
940
2,982
2005
1,299
46
693
1
6
641
947
3,633
2006
1,530
46
736
1
6
762
932
4,013
2007
1,501
57
792
2
5
830
915
4,102
2008
1,562
107
930
1
0
927
724
4,251
Fonte: Capes/MEC
Promoção e Gestão de Eventos
Direito Material e Processual do Trabalho
Assessoria em Comunicação Pública
Banco de Dados
MBA em Telecomunicações
MBA em Estratégias de Mercado e
Comportamento do Consumidor
Jogos Digitais
Engenharia de Software
Cursos em Parceria com o INBRAPE
Instituto Brasileiro de Estudo e
Pesquisas Socioeconômicos
Gestão Empresarial
Gestão Financeira, Contábil e Auditoria
Gestão Pública
Gestão de Vendas
Comércio Internacional
Logística Empresarial
Direito Notarial e Registral
Assistência na Urgência e Emergência
Auditoria em Sistemas e Serviços de Saúde
Gestão do SUAS – Sistema Único de Assistência Social
Enfermagem do Trabalho
Gestão Ambiental
Gestão de Políticas Sociais
Políticas de Proteção à Infância e à Adolescência
Saúde Pública e Saúde da Família
Trabalho Social com Famílias
Cursos em Parceria com o
Istituto Europeo di Design
Fashion Design
Graphic Editorial
Design Gráfico
Design de Interiores
Cursos de Extensão:
Coerção: As Opressões Diárias na Família, no Trabalho
e na Sociedade como Fonte de Psicopatologia
Intervenção Comportamental para Crianças com
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDS)
A Promoção do Desenvolvimento e da Saúde da
Criança: Contribuições do Ambiente Familiar
Educação Financeira
Cursos de Especialização:
Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia Jurídica
Pós-graduação Lato Sensu em Psicologia e Políticas
Públicas
Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Gestão de
Pessoas nas Corporações
PG 3-14
Ano
Cursos
CMYK
PG 3-14
CMYK
Arquivo Pessoal
primeira sensação é o
frio na barriga — que demora a passar. Vislumbrar a Torre Eiffel e o Museu do Louvre, para um doutorando que acabou de chegar a
Paris, não é a mesma coisa do
que encará-los com aquele desejo de aventura, próprio dos
turistas. A cabeça do estudante
que recebe uma bolsa de pósgraduação no exterior se enche
de temores. “Será que vou me
encaixar na rotina? E na metodologia de ensino? Será que vou
conseguir a fluência no idioma?
Será que consigo administrar a
bolsa? Será que....”
Esses medos ainda assustam
um pouco a cuiabana Teresa
Marques, 26 anos, que acabou
de colocar os pés pantaneiros na
capital francesa. Mas, com certeza, ela enfrentou batalhas
maiores para pousar suas malas
por lá. Uma das últimas escalas
que fez antes de atravessar o
oceano foi em Brasília. Veio pesquisar sobre os intercâmbios
cooperativos entre o Itamaraty,
instituições não estatais e o governo francês na promoção de
temáticas que emergiram depois da globalização, como movimentos antiguerra e políticas
internacionais que visam a solidariedade entre países, inclusive
em relação ao meio ambiente e
aos direitos humanos.
Conquistar uma bolsa no exterior, para Teresa e para muitos
outros estudantes, pode ser uma
maratona. A jovem, que fará um
ano de doutorado sanduíche (estágio em universidade parceira),
é mestre em história pela Universidade Federal do Mato Grosso
(UFMT) e doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A oportunidade de estar na
França surgiu porque professores
acompanhavam seu trabalho em
um grupo de pesquisa e a indicaram para participar do projeto
www.iesb.br · 61 3340.3747
Instituto de Ensino Superior de Brasília
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • 15
2 • Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
Pós-graduação
Monique Renne/CB/D.A Press
PESQUISA APONTA: QUANTO MAIS SE ESTUDA,
MAIS SE GANHA. MAS OS REFLEXOS DE UM
INVESTIMENTO EM PÓS VÃO ALÉM DO SALÁRIO
Não compre gatopor lebre
grande competitividade
do mercado e o risco do
desemprego que a crise
gerou em todo o mundo
têm selecionado cada vez mais
os profissionais que vão conquistar uma vaga nele. Mas investir na carreira garante muito
mais do que a permanência no
cargo, de acordo com a pesquisa Você no Mercado de Trabalho, da Fundação Getulio Vargas. O coordenador do trabalho,
Marcelo Neri, explica que há
uma relação direta entre os anos
de estudo e o salário. “Quando
uma pessoa sai de zero ano de
estudo até a pós-graduação, o
salário sobe, em média, 15% a
Além de melhorar o rendimento mensal, a especialização tornou-se essencial para
disputar uma vaga. “Há 10 anos
era bom ter um curso de pósgraduação para ter uma colocação importante. Hoje, é essencial. As boas empresas sequer olham para currículos
que não apresentem algum
MBA ou pós graduação”, afirma Silvio Badenes, superintendente de uma instituição de
ensino em Brasília.
Mas a formação acadêmica bem aproveitada e valorizada ainda depende muito
daquela experiência tão exigida por quem quer uma va-
ga, como explica a coach (trein a d o ra ) e x e c u t i va Ve r u s k a
Olivieri. “A pós é importante,
mas só pelo título não adiant a . Pe rc e b e m o s q u e h á u m
maior aproveitamento quando a pessoa já está no mercado de trabalho ou uma experiência profissional anterior
para aplicar, na prática, o conhecimento adquirido.”
Renata Monnerat, de 33
anos, conciliou a experiência
profissional com um MBA em
gestão estratégica em marketing em busca de um aperfeiçoamento na carreira. Após
quatro anos trabalhando na
área, ela sentiu necessidade de
validar o que já fazia diariamente. Formada em publicidade e propaganda, sentia falta
de conhecimento de marketing
no currículo. Mesmo sem a formação na área, foi convidada
para trabalhar no departamento de marketing de shoppings
da cidade, onde está há 11 anos,
dez deles como gerente. A volta
aos estudos lhe rendeu mais
embasamento para aplicar estratégias mais diferenciadas e
ousadas no dia a dia, além de
uma boa rede de relacionamento. “Meu trabalho melhorou depois comecei a adotar
processos mais embasados
teoricamente.”
A hora de decidir
não a organização onde ele vai
atuar”, afirma Werner Kugelmeier, diretor proprietário de
uma empresa especializada em
treinamento empresarial. Ele recomenda que, para fazer esse
planejamento, a pessoa deve antes responder a si mesmo algumas perguntas. “São coisas básicas, o que gosta de fazer, o que
quer ser e onde quer estar daqui
a cinco ou dez anos”, diz ele.
Outra grande dúvida é decidir
qual será o melhor momento para voltar aos estudos. Segundo
Silvio Badenes, há uma pós-graduação adequada para cada estágio na carreira de um profissional. “Para um recém-formado,
recomendo um curso online ou
semipresencial em administração de empresas.”
A
cada ano adicional. E a chance
de ocupação sobe 3,3% por ano
também”, analisa.
Esses dados, reforça Neri, são
importantes para orientar o jovem sobre o retorno que a educação dá e mostrar quanto aumenta o salário e a ocupação
quando a pessoa estuda mais. Só
nos 12 primeiros meses de estudo após a graduação, há um aumento financeiro de quase 50%.
“Um salário inicial de R$ 2.194
salta para R$ 3.297. Com três
anos a mais de estudo, o salário
chega a R$ 4.454. Isso mostra que
a hierarquia de níveis educacionais se reflete na hierarquia salarial”, exemplifica o pesquisador.
A especialização, quando
bem escolhida, pode ser o caminho para a ascensão no mundo
dos negócios. Mas antes é preciso saber aonde se quer chegar e
isso é definido com o planejamento da carreira. “O profissional é o gestor da sua carreira e
EXPEDIENTE: Diretor de Redação: Josemar Gimenez; Editora-chefe: Ana Dubeux;
Editor-executivo: Carlos Marcelo; Editor de Suplementos: Renato Ferraz; Editor de Arte: João Bosco;
Editor de Fotografia: Luís Tajes; Edição:Ana Clara Brant; Textos: Mônica Harada e Cristina Ávila
(especial para o Correio); Diagramação:Amarildo de Castro; Revisão: Sandro Xavier e Eduardo Pinho
Maurenilson/CB/D.A Press
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RENATA: MBA EM MARKETING POSSIBILITOU MAIS EMBASAMENTO PARA TOMAR DECISÕES NO TRABALHO
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O mundo
é de quem
se educa
É essencial saber se a instituição onde você está querendo estudar é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). No caso dos cursos stricto sensu, o portal da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), www.capes.gov.br, traz o nome da
instituição, número de cursos reconhecidos e dados sobre os cursos. Em relação aos MBA, deve-se conferir se
a empresa que o oferece é reconhecida pelo MEC.
Qualquer instituição de educação superior precisa
obter credenciamento e autorização do Ministério da
Educação para funcionar. Os processos são conclusos
com a publicação no Diário Oficial da União.
O estudante pode saber se a instituição tem funcionamento regular no site do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais. Também pode solicitar à escola o catálogo das condições de oferta dos
cursos, exigido pela Portaria Ministerial 971/97, divulgado anualmente. O documento traz todas as informações sobre a autorização e o reconhecimento
do curso, suas avaliações e dados sobre taxas de matrícula e mensalidades.
Se o curso foi autorizado há pouco tempo, o estudante deve observar prazos legais para o reconhecimento.
PG 2-15
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PG 2-15
Pós-graduação
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Pós-graduação
Pontuação em concurso e
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dinheiro no bolso
PÓS-GRADUAÇÃO
Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 • CORREIO BRAZILIENSE
CONQUISTE O SEU ESPAÇO
CURSOS DE PÓS E ESPECIALIZAÇÃO PODEM FAZER MUITA DIFERENÇA NA RETA FINAL DOS
PROCESSOS SELETIVOS E AJUDAR A GARANTIR A TÃO SONHADA VAGA NO SERVIÇO PÚBLICO
Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press
exercício para os concursos. Os
alunos ficam doidos.”
Melhor remuneração
Os títulos também significam
adicionais no salário. Ainda no
início de sua carreira profissional, Andresa Chagas, 26 anos,
formada em direito, teve 7,5% a
mais no salário como servidora
do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios por conta da
pós-graduação em direito público, que fez por meio de videoconferência, em uma escola de
ensino a distância que abrange
grandes cidades do país. Agora, a
jovem está cursando “Ordem Jurídica e Ministério Público”, na
Escola do MPDFT.
O Plano de Cargos e Salários
dos servidores do MPDFT prevê
adicionais de qualificação para
funcionários, de acordo com o
nível de estudos – 12,5% para títulos de doutor, 10% para mestre, 7,5% para os portadores de
certificado de especialização, 5%
para os que concluíram a graduação, 2,5% para ensino médio,
correiobraziliense.com.br
Versão online:
www.correiobraziliense.com.br/euestudante
Pesquisas comprovam que quem faz pós-graduação tem mais oportunidades no mercado de trabalho e mais
chances de ser promovido. O Correio preparou este caderno especial com várias dicas. Como escolher o curso certo?
Como se beneficiar das bolsas? Estudar no exterior é o mais indicado? Optar por um mestrado, um MBA ou
uma especialização? Tire suas dúvidas e saiba como dar aquele empurrãozinho na sua carreira e no seu salário.
PG 1-16
A ADVOGADA
ANDRESA
CHAGAS:TÍTULOS
SIGNIFICAM
ADICIONAIS
NO SALÁRIO
Caio Gomez/Esp. CB/D.A Press
PG 1-16
E
e 1% para os servidores que tiverem participado de um conjunto
de treinamentos que totalize 120
horas, num total de 3% de acréscimo ao salário. Nesse caso, a gratificação é válida por quatro anos, o
que estimula a participação em
novos cursos. Em nenhum dos casos os benefícios são cumulativos.
A valorização dos títulos foi
uma proposta do sindicato da categoria e uma conquista dos funcionários, por meio de lei. O
MPDFT mantém recursos anuais
para incentivar os estudos. Custeia cursos de até R$ 8 mil aos funcionários. Devem ser de ciências
que tenham relação com o trabalho no Ministério Público. Geralmente são relacionados ao direito
e à administração pública, mas há
outras áreas como biologia e engenharia, devido à necessidade de
perícias incluídas em processos.
O interesse de Andresa pelos
estudos vai além do percentual
que os cursos possam oferecer
em seu salário. “A escola do MP é
muito conceituada, e quero me
atualizar. O curso é muito bom,
bem puxado e muito procurado
por quem está se preparando para concursos da magistratura ou
do Ministério Público. Mas também tem gente que faz para se
atualizar mesmo, porque o direito está sempre mudando. Ocorrem muitas alterações nas leis”,
comenta Andresa.
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studantes que fazem cursos de pós-graduação nem
sempre os escolhem somente com o objetivo de
se qualificar para uma atividade
específica. Muitas vezes, levam
em consideração outros fatores –
pois, além das aulas sempre significarem acúmulo de conhecimento, também representam
pontuação na classificação de
concursos públicos. E percentual
a mais no contracheque.
“A pontuação não é regra. Mas
eu mesmo já ganhei cerca de 30
posições em uma classificação
por conta de títulos”, conta Gladson Miranda, professor em Brasília de um cursinho especializado
em concursos públicos.
Ele lembra que estava concorrendo ao ingresso em “Serviço
Notoriais e de Registros” para um
cartório no Rio Grande do Sul, em
2004, e acabou saltando na disputa por causa dos documentos.
Apresentou diploma de graduação em direito, certificado de especialização, prova de que lecionava na área, um livro de sua autoria e publicações assinadas em
jornais, certidão de aprovação em
outro concurso público específico para cartório e para a área jurídica. Mas o professor adverte que
a validade da titulação depende
do concurso. E isso está explícito
no edital de cada um deles.
Gladson afirma que os cursos
de pós-graduação lato sensu são
fortes preparatórios para esse tipo de concorrência. O professor
relata que o próprio cursinho em
que dá aulas criou um MBA com
a finalidade de melhor preparar
os estudantes. “As provas são um
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