6 Alternativo - [email protected] Roda Viva Benedito Buzar U m desabafo do senador Garibaldi Alves, na semana passada, em Brasília, foi objeto de desusados comentários nos meios de comunicação. Numa demonstração de cabal inconformismo com a avançada idade, disse “que se pudesse jamais integraria a terceira idade e que não sabe como as pessoas dizem que essa é a melhor idade”. A revolta contra a cronologia, manifestada pelo político do Rio Grande do Norte, não é um sentimento esposado apenas por ele. Muita gente aplaudiu o desabafo do senador e gostaria, também, de tê-lo pronunciado. Não por acaso, no meu dia a dia, sinto e vejo como são poucos os idosos que gostam ou se vangloriam de fazer parte da terceira idade. Alguns ficam até irados quando identificados como tais. Não sei se no Brasil há pesquisas a respeito dos que chegaram aos 65 anos e vivem na plenitude da felicidade. Seria de bom alvitre que um instituto de opinião pública tomasse a iniciativa de apurar o que acha e sente esse significativo contingente da população, que vem crescendo assustadoramente pela melhor qualidade de vida que o brasileiro passou a ter nos últimos anos. Não ficarei surpreendido se o resultado da pesquisa, salvo melhor juízo, apontar que a esmagadora maioria dos entrevistados se revelará insatisfeita de pertencer a um grupo da sociedade, que é exaltado em prosa e verso, só pelo fato de ter direito (?) a O Estado do Maranhão - São Luís, 7 de junho de 2015 - domingo A Melhor e a pior idade [email protected] certas concessões ou prioridades, praticamente inócuas, enganosas e não respeitadas. A esta altura da minha vida de setentão não assumido, tenho absoluta certeza de que ainda não apresento o perfil da terceira idade, situação que credito à minha boa situação física e psicológica, que me permite viver em estado de graça, na plenitude da mobilidade e com as atividades vitais funcionando a contento. Esse quadro de vida saudável que de que na idade avançada, passarão a usufruir direitos e vantagens pessoais, dentre as quais a de não entrar em filas de bancos ou similares, viajar sem pagar passagem de ônibus, sentar em lugares privilegiados e confortáveis, pagar meia-entrada em teatros, cinemas, casas de shows e outras que tais, como diria o saudoso jornalista caxiense, Vitor Gonçalves Neto. São mensagens mirabolantes, que, muitas vezes, levam o idoso a situa- vagarosas. Por isso, o próprio idoso, para chegar mais depressa ao guichê e ao caixa eletrônico, entra na fila que não lhe é destinada. Eu nunca viajei de ônibus de linha interestadual, mas sei que as empresas se obrigam a conceder um número limitado de passagens grátis aos idosos. Um conterrâneo, de Itapecuru, na faixa da terceira idade, sempre vem de São Paulo, onde mora, ao Maranhão, por ocasião das festas de final de ano. Para usar o direito assegu- A esta altura da minha vida de setentão não assumido, tenho absoluta certeza de que ainda não apresento o perfil da terceira idade, situação que credito à minha boa situação física e psicológica, que me permite viver em estado de graça, na plenitude da mobilidade e com as atividades vitais funcionando a contento até agora Deus me deu, leva-me a crer que a propaganda em torno da terceira idade, não passa de balela ao apontá-la como a melhor e mais radiosa de todas. Quem assim procede, falta com a verdade ou tenta convencer os idosos de a terceira idade se assemelhar à fase em que as crianças chegam ao mundo colorido do sonho e da fantasia. Aos maiores de 65 anos são repassadas mensagens e propagandas, que urdidas e vocalizadas pelos meios de comunicação, procuram persuadi-los ções tristes e constrangedores, pois anunciadas como vantajosas, na realidade, não são cumpridas pelo descaso e pela incúria das autoridades. Veja-se, por exemplo, um caso que pode acontecer com o idoso em filas bancárias e similares: fica sujeito a arrumar encrenca com pessoas insolentes, que não aceitam e nem concordam em ceder lugares aos que carregam mais anos nas costas. Mais ainda: nos dias de hoje fila dedicada à terceira idade está em toda parte e comumente são longas e rado por lei, ele procura as empresas, antecipadamente. Mesmo assim, criam os maiores obstáculos à concessão do bilhete. Certa vez, foi obrigado a procurar o Procon e o Ministério Público para valer o seu direito. Ao relatar casos acima, faço questão de esclarecer um ponto importante: mesmo achando que a terceira idade não é essa maravilha toda que se apregoa, torço para os idosos não perderem as garantias e vantagens conquistadas de uns tempos para cá, mesmo sendo ainda precárias. Não desejo, também, que sejam desrespeitados, constrangidos ou desconsiderados, como atualmente são. Por serem longevos, merecem da sociedade todo acato, bem como acolhidos e festejados pelos mais novos, pois só assim os seus direitos, ainda que limitados, se tornarão invioláveis e não postergados. Como a minha quilometragem aqui na terra é longa e cheia de subidas e descidas, posso de onde estou afirmar com todas as letras: a terceira idade, como alguns querem, não é a mais sublime e importante da vida. Nesse particular, comungo com os franceses que denominarem jeunesse dorée a marcante fase da juventude, pois é nela que se vive os melhores e mais vibrantes momentos da existência humana. Eu, na condição de ex-ativista e admirador da juventude dourada, viajo no tempo e relembro os áureos anos 1950 e de 1960, em que éramos felizes e não sabíamos. Vivia-se a fase em que tudo era saudável e livre e sem a companhia de qualquer espécie de droga. O vício, se assim posso caracterizá-lo, da minha geração era a freqüência à zona do meretrício e, para variar, ser atacado por doença venérea, que a penicilina, a novidade da época, cuidava de curá-la. Para encerrar este palmo de prosa, nada melhor do que extrair da bela composição musical de Roberto Carlos, “Velhos tempos de domingo”, esta frase: “O que foi felicidade, me mata agora de saudade”. Alcione e a nova geração Divulgação Cantora maranhense vai dividir o palco do Prêmio da Música Brasileira com o cantor e ator pernambucano Johnny Hooker no evento que vai homenagear Maria Bethânia O cantor e ator pernambucano Johnny Hooker é uma das atrações na homenagem a Maria Bethânia no 26º Prêmio da Música Brasileira. Ele vai interpretar “Lama”, em parceria com Alcione, que interpretará ainda a canção “Negue”. O cantor e ator pernambucano recentemente lançou o disco “Eu vou fazer uma macumba para te agarrar, maldito!”, álbum que foi recebido com críticas positivas e boa aceitação do público, tanto que uma das faixas do disco, a canção “Amor Marginal”, foi incluída na trilha da novela Babilônia. O clipe da canção está em fase de pré-produção e deve ser lançado até julho. Ele não conhecia Alcione e só se encontraram pela primeira vez nos ensaios. Nas redes sociais, o artista postou uma foto com a Marrom e comemorou a parceria com a artista maranhense. “Nos ensaios do Prêmio da Música Brasileira com a deusa Alcione!”, escreveu o artista pernambucano. O 26º Prêmio da Música Brasileira será realizado no dia 10 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A festa será apresentada pelos atores Alexandre Nero e Dira Paes. Na ocasião, Fernanda Montenegro lerá um texto escrito por Zélia Duncan em homenagem à intérprete de Santo Amaro da Purificação. “Ela é o recôncavo aconchegante, no formato do nosso próprio coração”, diz trecho. Carreira- Nos últimos 10 anos, Hooker teve uma trajetória que foi do underground, passou pelo cult e atingiu o mainstream. Já dividiu o palco com músicos como Caetano Veloso e Lenine e foi vencedor do reality show “Geleia do Rock”, produzido e exibido pelo Multishow. No mesmo ano, ele concorreu ao prêmio de artista revelação do canal. A música “Fire”, do primeiro EP do artista, na época líder da banda Candeias Rock City, também foi trilha do seriado “Descolados”, da MTV Brasil. Ano passado, Hooker atuou e teve a música “Alma Sebosa” incluída na trilha sonora da novela “Geração Brasil”, da Rede Globo, que o tornou mais conhecido pelo público em geral. O disco tem 11 canções que passeiam pelo samba, carimbó, rock e frevo, revelando um misto de referências brasileiras e firmando Johnny Hooker no hall de artistas mais inovadores da atual cena pernambucana. Para a apresentação, ele selecionou hits da carreira, como “Volta”, trilha do filme “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, e “Amor Marginal”, que está na novela global “Babilônia”. A banda que o acompanhará é formada por Paulista (guitarra), André Soares (baixo), Artur Dantas (teclado), Eduardo Guerra (bateria), Tiago Duarte (percussão), Alan Ameson (trompete), Nerisvanda Rodrigue (trombone) e Rafael Céu (violão). Alcione e Johnny Hooker em um registro feito no ensaio e postado na rede social do pernambucano Fotografias com técnicas do século XIX Fotógrafo norte-americano Joni Sternbach trabalhou usando técnica fotográfica do século XIX com colódio úmido, que requer câmera de grande formato e laboratório ambulante para produzir uma série fotográfica de surfistas Fotos/Divulgação SÃO PAULO- O fotógrafo americano Joni Sternbach desenvolveu durante nove anos um projeto fotográfico que cria retratos usando o antigo processo de colódio úmido. Os retratos mostram surfistas e a cultura do surfe pelo mundo. O trabalho mostra "a relação simbiótica e próxima entre surfistas e o ambiente" e foram feitas nas costas leste e oeste dos Estados Unidos, Byron Bay, na Austrália e Cornualha, na Inglaterra.Usando o processo do colódio úmido, do século 19, Sternbach revelou as imagens em um laboratório improvisado no local onde foram feitas as fotos. O colódio, um líquido viscoso e sem cor que seca rapidamente, é despejado em uma placa de metal que é então sensibilizada antes de ser colocada na câmera, ainda molhada. Uma vez exposta, a fotografia Surfistas posam para foto feita com técnica do século XIX que integra livro do fotógrafo Joni Sterbach precisa ser ampliada imediatamente e lavada. Ao usar câmeras de grande formato, Sternbach consegue obter imagens com um alto nível de resolução e detalhe incrível. O livro de Joni Sternback, Surf Site Tin Type, foi publicado pela editora Damiani. Uma exposição com estas imagens, chamada "Surfland", está em cartaz até 13 de junho na Galerie Catherine et André Hug, em Paris. A série fotográfica foi reunida em livro e também integra exposição