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Hydro • Agosto 2010
Notícias
Despoluição de água
e efluentes através
de jardins filtrantes
P
ara quem nunca imaginou ser
possível o trabalho conjunto de
paisagismo e tratamento de efluentes,
a Phytorestore, empresa de origem
francesa especializada em fitorestauração, prova ser eficiente o uso de sistemas em que as plantas são o principal agente no tratamento de água,
ar e solo contaminados. A empresa
inaugurou sua primeira filial fora do
país de origem no final de 2009, na
cidade de Indaiatuba, SP, em conjunto
com a Alliance Verte, grupo nacional
com foco em soluções sustentáveis,
e até o final deste ano espera implantar ao menos cinco jardins filtrantes,
como é chamado o sistema de despoluição através de recursos naturais
da Phytorestore.
Segundo o gerente geral da Phytorestore no Brasil, Arnaud Fraissignes,
uma das facilidades desse sistema é a
sua simplicidade operacional e de manutenção, permitindo redução de até
30% dos custos quando comparados
aos de um sistema convencional de
tratamento de água e efluentes. “Trata-se de um espaço que necessita de
cuidado similar ao de uma área verde”,
afirma. Apenas no final de um período
de 10 anos é preciso retirar o acúmulo de sedimento, que pode ser usado
como adubo. Quando o efluente contém metais pesados, como o chumbo,
por exemplo, um jardim específico e
complementar é capaz de “segurar”
esses elementos no solo. Neste último
caso, logo que estiver saturado – após
cinco anos aproximadamente, o substrato precisa ser substituído.
A premissa de todo projeto passa pela integração dos jardins à paisagem local tanto quanto possível,
onde assumem, por exemplo, a função de parques
públicos ou área de jogos
e equipamentos esportivos
em um parque de diversão.
Outro ponto interessante diz
respeito às plantas, selecionadas da própria região em que
os jardins serão implantados
e escolhidas pelo potencial
de tolerância a variações do Jardins filtrantes usados na despoluição do rio Sena, na
tempo e tipos de poluentes, e cidade de Nanterre, França
também em relação ao conesgoto de até 15 mil habitantes e terá
sumo de oxigênio. Segundo o gerente,
capacidade de vazão de 1100 m3/dia.
a empresa já identificou algumas cenAo final do tratamento, será construítenas de plantas nativas úteis no proda
uma lagoa para controle da água
cesso de tratamento, sendo a maioria
de saída dos jardins filtrantes e tamdelas aquáticas, como a Canas, Typhas,
bém para a prática de pesca esportiva.
Chorão, Íris, etc. Nenhuma é escolhida
De acordo com Fraissignes, o sistepara acumular elementos tóxicos, mas
ma goiano terá três jardins formados
para favorecer, a partir de atividade microbiana perto da raiz, a biodegradação, transformação e lixiviação
dos poluentes.
O sistema é indicado no tratamento de água pluvial, rejeitos
industriais, como etapa complementar do tratamento de esgoto
municipal ou na despoluição de
rios – a exemplo do emprego dos
jardins filtrantes na depuração das
águas do Rio Sena, na França. Em
geral, as instalações são formadas
por pelo menos três jardins, que
trabalham em sistema de rodízio,
com apenas um deles funcionando a cada semana. Fraissignes explica que os sistemas podem funcionar por gravidade, desde que
a topografia local favoreça esse
modelo de operação. Quando
isso não for possível, são usadas
bombas em regime de batelada.
No Brasil, a solução está sendo
empregada pela primeira vez na
cidade de Chapadão do Céu, GO.
O sistema previsto pode tratar o
Funcionamento dos jardins filtrantes
Tratamento de água
Em uma primeira filtragem, a água passa em um filtro vegetal
vertical onde a matéria orgânica e o nitrogênio são degradados.
Em seguida, na passagem pelo filtro vegetal horizontal, um
tratamento complementar é feito para os contaminantes que só
podem ser tratados em meio anóxico.
A água resultante pode ser captada para reúso. Do contrário,
ela atravessa o último jardim, onde terá evaporação total ou
parcial pelo processo de evapotranspiração através das plantas
e infiltração no solo.
Todos os jardins são impermeabilizados com manta de PEAD.
Tratamento de lodo, solo e efluentes
No tratamento do solo, o sistema utiliza múltiplas ações das
raízes (aeração, desidratação, fixação de metais pesados e
desinfecção). Também utiliza a capacidade das plantas e dos
micro-organismos no solo de maneira associada. A profundidade
média dos jardins para tratamento de solo é de 50 cm.
No caso do lodo, a filtragem dos poluentes é feita por degradação
bacteriana e enzimática. A redução do volume de lodo chega
a 98% quando proveniente de ETEs. Por conta da presença de
sedimentos, os jardins têm profundidade média de 80 cm.
Os jardins fazem a desidratação do lodo (até 98%) e um pré-tratamento antes da dispersão.
Redução dos níveis de NO3- e NH4+ chega a 80%.
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por plantas do cerrado, com cerca de
100 mil pés. “Vamos usar uma combinação de 25 tipos de plantas”, explica.
Na Europa, a empresa já implantou mais de 100 sistemas, dos quais
40% voltados ao tratamento de rejeito industrial. Os planos de expansão
no Brasil compreendem, inicialmente,
foco de atuação no tratamento de
lodo das estações municipais e do
setor industrial. Como um segundo
passo de crescimento, a Phytorestore
estuda a possibilidade de implantar
um centro de recebimento e tratamento de efluente, chorume e esgoto
sanitário, que é chamado na França
de biofazenda.
Segundo Fraissignes, a unidade
francesa trata mais de 40 tipos de
efluentes e o pagamento pelo serviço depende da origem do rejeito e
do volume tratado. Entre as possíveis
candidatas à sede da biofazenda estão as cidades de Suzano, em São
Paulo, Betim, em Minas Gerais e a
paranaense Curitiba.
Phytorestore – Tel. (19) 3834-5252
Site: www.phytorestore.com.br
Moleiro Pedroso
cresce com sistemas
de bombeamento
customizados
A
oferta de sistemas de bombeamento meticulosamente calculados e ajustados a cada necessidade está trazendo bons resultados
para a Moleiro Pedroso, empresa de
Jundiaí, SP, especializada na aplicação
de sistemas de bombeamento para
abastecimento de água, recalque de
esgoto e drenagem urbana. Já no 1º
quadrimestre deste ano, o volume de
vendas do período tinha empatado
com o do exercício inteiro de 2009.
Os reflexos no faturamento também
serão significativos, com ganhos até
40% superiores até o final do ano,
garante André Luiz Moleiro, gerente
comercial da empresa.
De acordo com o executivo, o aumento da demanda por sistemas de
bombeamento advém em grande
parte do volume expressivo de projetos desenvolvidos pela Moleiro Pedroso em 2009 e que somente agora
começaram a ser executados.
Ao lado do setor de projetos, a empresa mantém duas linhas de atuação: fabricação própria e instalação de
equipamentos como estações pressurizadas (boosters) e elevatórias de
água tratada, esgoto e efluentes, bem
com a distribuição exclusiva no Brasil
de motobombas, pressurizadores e estações elevatórias compactas de esgoto da empresa de origem alemã Wilo.
A parceria bem-sucedida deve levar
em breve ao incremento do portfólio
e das possíveis aplicações dos equipamentos alemães, hoje mais restritos a
uso em edifícios residencias e comerciais, além de indústrias, que pedem
sistemas de baixa e média potência
(de 1 a 40 CV).
Recentemente, a Moleiro Pedroso
apostou em um novo modelo de negócio, pensado principalmente para facilitar a logística de fornecimento e montagem dos sistemas de bombeamento
nos canteiros de obras. Na prática, a
ideia foi traduzida no projeto e construção de uma “casa” de bombas partindo do conceito plug and play. Moleiro
explica que as motobombas são fixadas em bases metálicas e os manifolds de sucção e recalque já saem de
fábrica pré-montados e com os testes
hidrostáticos realizados. Toda a instrumentação fica instalada em painéis
metálicos com visores transparentes
nas portas. Os instrumentos são in-
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terligados aos pontos de tomada de
pressão através de tubos flexíveis, evitando a sua instalação diretamente
nas tubulações, que é uma prática comum nos sistemas convencionais. Os
painéis elétricos também são previamente montados e testados. “O tempo de trabalho em campo necessário
para a instalação dos equipamentos
hidromecânicos e de automação tem
sensível redução, ficando até três vezes menor se comparado com a forma tradicional”, assegura.
Um sistema de bombeamento
nesses moldes será entregue para
operação da Sabesp no município
de Osasco, na região metropolitana
de São Paulo, para o Projeto de Urbanização de Favelas Morro do Socó.
Integram o sistema três boosters
de 10, 20 e 40 CV, respectivamente, com motobombas verticais com
bocais “em linha” da Wilo para cada
booster. As vazões são de 74, 32 e
25 m3/h. Compõem também o sistema nove painéis de automação, medidores eletromagnéticos de vazão,
transmissores analógicos de pressão
e componentes para telemetria, entre
outros instrumentos customizados.
A partir de uma visão global do serviço a ser executado, a Moleiro Pedroso
define a melhor bomba para a condição ideal de operação, visando à garantia da eficiência energética, segurança
operacional e vida útil do sistema.
Mas há casos, segundo o gerente,
em que a opção por uma tecnologia
em detrimento da outra sempre traz
mais vantagens. Caso do uso de estações pressurizadas de água tratada
(boosters), em substituição às estações elevatórias. Quando pressurizados, a redução média do consumo de
energia dos sistemas pode chegar a
35%. “Os ganhos também podem ser
vistos sob outras perspectivas, pois os
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boosters não só dispensam a construção do reservatório e de uma rede
própria, como poupam as bombas de
trabalharem continuamente”, observa. A empresa já forneceu cerca de
180 boosters em todo o Estado de
São Paulo.
Além dos boosters com motobombas verticais em linha e de eixo horizontal, a empresa conta com tipos que
incorporam motobombas submersas
instaladas no interior de “camisas de
pressão”. Esses equipamentos podem
ser posicionados na forma aparente,
semiaparente ou não aparente, neste último caso em caixas subterrâneas com orientação das motobombas
nas posições horizontal e vertical. As
potências disponíveis variam de 1 a
100 CV. Muito usados em poços tubulares, mais de 50 sistemas já estão
Modelo de bomba centrífuga da Wilo
comercializado pela Moleiro Pedroso
em funcionamento. De acordo com o
gerente da empresa, trata-se de uma
solução repleta de engenharia pelo
fato de a bomba ficar submersa. “Foi
preciso definir cuidadosamente os
limites de variação de velocidade do
equipamento para que não houvesse aquecimento indevido da água do
poço”, afirma.
A gama de serviços prestados pela
Moleiro e Pedroso vai além do fornecimento e instalação de bombas e
sistemas de bombeamento, incluindo
a oferta de contratos para a realização
de start-up e comissionamento, manutenção e reparos nos equipamentos. No mercado há 15 anos e com
atuação mais concentrada no Estado
de São Paulo, a empresa se prepara
para avançar nos Estados da Bahia e
Rio de Janeiro em breve.
Moleiro Pedroso – Tel. (11) 4587-4098
Site: www.moleiropedroso.com.br
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Aerzen investe em nova
unidade de sopradores
O
potencial de crescimento do
mercado brasileiro foi o que
motivou a Aerzen, fabricante alemã
de sopradores, compressores e medidores de gás, a investir na construção de uma nova planta em Cotia, SP.
Com área de 1700 metros quadrados, a unidade abrigará uma linha de
montagem de produtos que, no futuro, poderá ser expandida para fabricação local. “Hoje muitos componentes
são comprados de parceiros no Brasil,
mas o objetivo é passar a produzilos também, oferecendo benefícios
como redução de custos e maior
agilidade nos prazos de entrega”, diz
Carlos Facirolli, diretor geral da Aerzen
do Brasil.
Atualmente a empresa apresenta
um conteúdo nacional bastante significativo, da ordem de 65%, o que garante aos clientes o uso de linhas de
crédito como do Finame, do BNDES,
para aquisição das máquinas. “Apenas
parte do sistema é importada da Alemanha”, diz Bernd Wöhlken, diretor
de vendas da Aerzen Internacional.
O carro-chefe da empresa são os sopradores, equipamentos usados na aeração de lagoas de estabilização e tanques
de tratamento de efluentes, disponíveis com vazões de 3 a 1080 m³/hora.
“Mas podemos fornecer outros modelos
sob consulta. Já realizamos um projeto
de 85 mil m³/hora para uma siderúrgica, um equipamento de 30 toneladas”,
diz Wöhlken.
O destaque na linha de sopradores é a Delta Blower Geração 5,
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que traz como inovações a redução
no consumo de energia, o tamanho
compacto e a facilidade de operação
e manutenção. O soprador fica dentro
de uma cabine, junto com o motor
elétrico e outros acessórios, e permite
acesso frontal a todas as peças e à
instrumentação, como a verificação
do nível de óleo. Além disso, a cabine
reduz o nível de ruído em 6 a 9 dB
em relação aos modelos anteriores.
Os sopradores da Aerzen operam
sem a necessidade de lubrificação no
interior da câmara de transporte, uma
vez que os pistões rotativos giram
sem contato um com o outro. Desse
modo, não há risco de que a água ou
efluente a receber a aeração sejam
contaminados. “Temos uma tradição de
145 anos na área. Nossos primeiros sopradores foram produzidos em 1868”,
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diz Ebehard Friess, gerente de desenvolvimento de negócios. “Nesses anos
todos foram desenvolvidas diversas tecnologias para oferecer maior
confiabilidade e a melhor relação
custo/benefício para o cliente”, diz.
Fundada em 1864, a Aerzen é
uma empresa familiar e está presente
em 26 países. Teve um faturamento
de 265 milhões de euros em 2009 e
emprega 1500 funcionários no mundo todo. No Brasil está presente há 11
anos, tendo iniciado suas operações
com vendas diretas da matriz. O país
ainda representa uma pequena participação na sua receita total, por volta de
5%, mas é um dos mercados de maior
expectativa para o grupo, em especial
com os esperados investimentos em
saneamento e infraestrutura. O recente
aporte na planta brasileira mostra que
os alemães não querem ser pegos de
surpresa quando a demanda de fato
começar a decolar no país.
Aerzen – Tel. (11) 4612-4021
Site: www.aerzen.com.br
Geoklock: remediação
de água e gases com
raios ultravioleta
O
cuidado que uma empresa deve
ter com seus passivos ambientais envolve o cumprimento de uma
série de obrigações previstas na legislação ambiental, mas a não observância das leis pode se reverter em multas e até mesmo o risco de perda de
lucratividade. Dada a importância do
tema, empresas de consultoria e engenharia ambiental como a Geoklock, de
São Paulo, vêm detectando aumento
pela procura de serviços relacionados
à adequação dos passivos ambientais. “Em São Paulo, principalmente,
cresce a procura de empresas com
problemas de contaminação do lençol freático com compostos orgânicos
e inorgânicos”, afirma Rubens Spina,
diretor da Geoklock.
A empresa integra o grupo Ecogeo,
uma holding formada por cinco companhias atuantes nos setores de energias
renováveis, mercado de carbono, diagnóstico de passivos ambientais e revitalização de áreas contaminadas. Além de
ser pioneira do grupo e estar no mercado há 30 anos, a Geoklock é o atual carro-chefe entre as empresas da Ecogeo.
O destaque no tratamento de águas
subterrâneas e solos contaminados por
substâncias orgânicas e inorgânicas
provenientes de atividades industriais,
além da recuperação de efluentes industriais líquidos e gasosos, é a utilização do sistema de radiação ultravioleta
Uviblox, também conhecido por fotooxidação química. Segundo Spina, o
tratamento é feito através do uso simultâneo da luz UV e de peróxido de
hidrogênio. Este último é adicionado na
água contaminada diretamente na tubulação de saída do tanque de equalização e ajuste de pH, promovendo em
conjunto com a ação da luz UV, as reações de oxidação dos compostos orgânicos, o que deixa a água apta para fins
de reúso. Já no tratamento de gases,
a luz UV fornece a energia de ativação
necessária para a desestabilização das
ligações químicas dos contaminantes
orgânicos, que na presença do oxigênio
são convertidos em moléculas de água
e dióxido de carbono. Entre as vantagens do Uviblox no tratamento de água
e efluentes, Spina garante que a tecnologia permite a destruição completa
dos poluentes presentes em correntes
aquosas ou gasosas sem a geração de
resíduos passíveis à destinação.
O emprego do sistema é recomendado, por exemplo, para a redução de
compostos organoclorados, pesticidas
e DBO – demanda bioquímica de
oxigênio. “O bombeamento de águas
subterrâneas contaminadas também
requer tratamento apropriado, pois
tais correntes não podem ser lançadas no meio ambiente sem a eliminação dos poluentes”, avalia.
Por exemplo, em uma indústria do
setor farmacêutico localizada na cidade
de São Paulo, a Geoklock se deparou
com lençol fréatico contaminado por
resinas e solventes clorados. A solução
do problema combinou medidas de remediação desse lençol freático e de tratamento da água contaminada em uma
estação própria, cuja capacidade de vazão é de 6 m3. O primeiro passo foi a
implantação de barreira hidráulica para
conter a pluma de contaminação que
estava muito próxima dos limites do
site daquela indústria. Já no tratamento
da água foi empregada uma etapa de
pré-tratamento físico-químico seguida
de oxidação química com radiação UV.
Todos os serviços de remediação
de águas e solos contaminados são
precedidos de um amplo trabalho de
investigação do local, incluindo trabalhos de sondagens com profissionais
e equipamentos próprios, além de
modelagens matemáticas e análises
de risco. Do projeto à implantação dos
serviços de remediação, o tempo estimado é de um ano. De acordo com
Afrânio Pessoa, gerente de projeto e
operações da Geoklock, a liberação de
licenças para perfuração de poços e
captação de água junto aos departamentos de água e esgoto corresponde a uma etapa fundamental para o
avanço do cronograma dos trabalhos.
Visando ao aprimoramento e controle mais preciso do histórico de monitoramento da remediação de águas,
solos e gases, a empresa está desenvolvendo uma versão mais robusta do
software responsável pela gestão de
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dados ambientais. “O objetivo é refinar o acompanhamento das remediações, tornando esse trabalho cada
vez mais preciso e ao mesmo tempo
mais simples”, diz Spina.
Atualmente, a Geoklock tem cerca
de 190 projetos na área de investigação
e remediação de água e solos em andamento, concentrados em maior volume
nos estados de São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia.
De acordo com o presidente do Grupo
Ecogeo, Ernesto Moeri, os setores que
mais se destacam são os das indústrias
petroquímica, química, papel e celulose
e mineração. “Estimamos crescimento
de 25% no Grupo Ecogeo e de até
10% na Geoklock”, finaliza Moeri.
Geoklock – Tel. (11) 5501-3777
Site: www.geoklock.com.br
Siemens trata água
para indústrias
farmacêuticas
A
água utilizada na fabricação de
medicamentos necessita passar
por métodos rigorosos de purificação.
No Brasil os parâmetros utilizados são
os da farmacopeia norte-americana,
conhecida pela sigla USP. O Prevue,
da Siemens, é um sistema modular
de produção de água purificada USP,
disponível em sete modelos, com
capacidade de produção nominal de
0,45 a 5,7 m3/h. “A água pode ser
proveniente da rede pública ou de
poços profundos”, afirma o gerente
de vendas Marcelo Batista, da divisão
Water Technologies da Siemens.
O tratamento ocorre em duas
etapas. A primeira, o pré-tratamento,
é composta de filtro multimídia, sistema de dosagem e carvão ativado
HOT 80C. O segundo passo é constituído de abrandador, filtro de 5 mícrons
e sistemas UV, de OR – osmose reversa e de eletrodeionização. Os equipamentos são montados em um skid,
juntamente com válvulas de modulação de controle de escoamento, CLPs
– controladores lógicos programáveis,
painéis de controle e tanque de alimentação e tubulação.
Segundo Batista, um dos diferenciais do Prevue é a sanitização térmica, utilizada nos sistemas de OR e
eletrodeionização, com água aquecida a 80°C. Um opcional é a tecnologia S3 – sanitize, start, stop, utilizada
para minimizar os custos de energia e
água. Após a parada da produção, o
S3 realiza sanitizações de pulso, antes
do reinício da operação.
A operação do S3 é comandada por
um software desenvolvido pela própria
Siemens. O gerente afirma que equipamentos nacionais de produção de água
USP não contam com essa solução, utilizando processos que promovem a recirculação contínua de água. No Prevue,
diferentemente, o sistema de sanitização é ligado durante a noite, quando
não há tratamento da água em andamento. “Assim, há economia de energia
e de água, além do aumento da vida
útil das membranas e dos módulos de
eletrodeionização”, afirma Batista.
As membranas e os sistemas de
osmose reversa e eletrodeionização
são fabricados nos EUA. O skid e
equipamentos como o painel e os
CLPs, além da engenharia de processamento, são nacionalizados. A montagem é feita em uma integradora de
São Paulo.
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O Prevue: vazão de até 5,7 m³/h
A venda de uma unidade do Prevue
começa com a coleta e análise de uma
amostra da água que será tratada. Os
dados são utilizados pela Siemens
para realizar simulações computadorizadas de cada etapa do tratamento
no software Win CPD, o que permi-
te a melhor adequação e ajuste dos
equipamentos. Após a montagem do
equipamento é realizado um teste de
aceitação em fábrica, em que o cliente testa a unidade que está adquirindo levando em conta os parâmetros
encontrados durante as simulações.
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Qualquer erro é corrigido no mesmo
momento. “O processo economiza
tempo”, diz Batista.
A aquisição de um sistema Prevue
também envolve a capacitação teórica e operacional dos funcionários do
cliente.
O sistema é vendido sob encomenda e pode ter vazões diferentes
das fixadas. O primeiro Prevue comercializado no Brasil foi adquirido há cerca de dois anos pela Valeant, de Campinas, SP. “O sistema não apresenta
até hoje problemas de contaminação
microbiológica, devido à sanitização
térmica”, explica o gerente. Ele também comenta que o público-alvo é
formado por indústrias farmacêuticas
de pequeno e médio porte.
Siemens – Tel. (11) 3908-1804
Site: www.siemens.com.br
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Sistema de Emmeti
aquece água por
via indireta
A
instalação de sistemas de
aquecimento solar de água
tem ganhado popularidade no Brasil. Entre os motivos estão a criação
de leis municipais e estaduais e o
aumento da consciência ecológica.
Seguindo a tendência, o Energy Box,
da Emmeti, empresa de origem italiana com escritório em São Paulo,
foi projetado para uso em sistemas
prediais de edifícios residenciais e
comerciais. “Trabalhamos com a matriz para desenvolver essa tecnologia especialmente para o mercado
brasileiro de construção civil”, afirma
Marcos Pelizzon, diretor comercial
da Emmeti.
O Energy Box é baseado no conceito de aquecimento indireto, no
qual a água que recebe a energia solar das placas de captação passa por
um circuito fechado, sem entrar em
contato com o usuário. Através de trocadores de calor, presentes em cada
apartamento, parte dessa energia é
transferida para a água de consumo.
Uma das vantagens da solução é a
maior higiene, uma vez que em sistemas diretos, a água a ser aquecida
pode ser contaminada por bactérias.
“No Energy Box, esse risco não existe, pois a água do circuito não entra
em contato com o oxigênio. Com
isso também é possível utilizar tubos
de aço, uma vez que não há risco de
oxidação”, explica Pelizzon. Com o sistema indireto também não é preciso
controlar a pressão do circuito. Além
disso, o volume de água necessário
é de cerca de 25% daquele de um
sistema de aquecimento direto.
Outra vantagem da solução, afirma
o diretor, é que sistemas de medição
individualizada do consumo de água
podem ser instalados livremente,
em razão da ausência de ligações do
Energy Box com o sistema público de
abastecimento.
O sistema começa a operar com a
passagem da água pelas placas solares
e seu aquecimento por boilers a uma
temperatura média de 55ºC. Quando
um chuveiro é ligado, o fluxostato do
Energy Box entra em ação e aciona
Instalação com o Energy Box em escola do Senai-SP
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uma bomba, que envia a água quente
para o circuito fechado. Após a transferência da energia no trocador de calor,
a água aquecida chega até o ponto de
utilização. “O acionamento do sistema
é automático”, diz Pelizzon.
O sistema exige um reservatório
de água com cerca de 1500 L para
cada apartamento, cuja instalação é
realizada de acordo com o projeto.
“O reservatório pode ser instalado no
teto ou uma área técnica, no térro, por
exemplo”, afirma o diretor.
O Energy Box está disponível em
três versões. A mais completa é a Top,
que pode alimentar até três chuveiros
ao mesmo e tempo e que conta com
trocador de calor, válvula misturadora,
bomba de circulação, fluxostato, medidor de energia térmica, tubo multicamadas, conexões e válvulas. Um
pouco mais simples, a versão Plus
também atende até a três chuveiros
simultaneamente, mas não tem medidor de energia térmica. O modelo mais básico, o Eco, também não
tem medidor de energia térmica, e
é capaz de atender a dois chuveiros
ao mesmo tempo. Todas as versões
são compatíveis com placas solares
e outros itens usados no Brasil para
aquecimento solar, os quais são indicados pela empresa. De acordo com
Pelizzon, a quantidade de placas é determinada pelos cálculos de potência
térmica do projeto.
O Energy Box também tem aplicações no aquecimento de piscina, mas
o foco no Brasil são os sistemas prediais. Na Europa, ele é utilizado como
uma central unificada, para o gerenciamento de energia térmica em um
único ponto. Assim, a calefação e
dispositivos para o aquecimento de
pisos também passam por ele. “Essa
funcionalidade ainda não está disponível nacionalmente”, diz o diretor.
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O Energy Box pode ser instalado
em edifícios novos e antigos, com a
construção de uma ou mais prumadas, dependendo do tipo de arquitetura. A construtura Gafisa utilizou a
solução em edifícios em Belém, PA, e
na capital paulista.
O sistema também foi alvo de um
projeto realizado em parceria com o
Senai-SP – Serviço Nacional da Indústria, em que cinco unidades equipadas com coletores solares da Transsen foram instaladas em uma escola
da instituição.
Para o futuro próximo, o Energy Box
deve ser aperfeiçoado e ganhar dimensões menores. “Essa preocupação se
deve ao tamanho cada vez menor dos
apartamentos”, conclui o diretor.
Emmeti – Tel. 0800-7700-383
Site: www.emmeti.com.br
Notas
Investimentos
– Até 2015, todas
as cidades do interior de São Paulo
deverão ter 100% de universalização
de água e esgoto. Esta é a previsão da
Secretaria de Saneamento e Energia do
Estado de São Paulo, que também estabeleceu como prazo o ano de 2018
para toda a região metropolitana de São
Paulo, composta pela Capital e mais 38
municípios (cerca de 20 milhões de
pessoas). Para atingir essas metas, o
governo paulista deverá trabalhar com
quatro linhas de ação: aumento de eficiência das empresas municipais; facilidade para captação de recursos; atração
de capitais privados; e desoneração de
PIS/Confins das empresas (estima-se
em R$ 1,4 bilhão o montante que poderia ser desonerado para investimen-
tos no setor). Hoje, dos 645 municípios
do Estado, somente 112 possuem total
universalização das redes de abastecimento de água, de coleta e tratamento
de esgoto. O programa de investimentos para o setor é de R$ 8,7 bilhões no
período 2007-2010.
Ampliação – Até o final deste ano, a
Nascente Engenharia, empresa fabricante de estações compactas de tratamento de água e efluentes a partir de fiberglass, com sede em Laguna, SC, deve
inaugurar seu segundo parque fabril. O
espaço de 3 mil metros quadrados de
área construída vai abrigar linhas de produção mais modernas e automatizadas,
segundo Heder Hilsendeger, diretor geral da Nascente Engenharia. Além das
ETAs e ETEs, a empresa produz flotadores, deionizadores e adensadores, entre
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outros equipamentos. “Vamos aumentar em até três vezes a capacidade de
produção”, assegura o executivo.
Norma – Já está em vigor a norma
ABNT NBR 15847/2010, que trata da
Amostragem de água subterrânea
em poços de monitoramento – Método de purga. A norma estabelece métodos para a purga de poços usados
para investigações e programas de
monitoramento de qualidade de água
subterrânea em estudos e remediação de passivos ambientais. A publicação pode ser adquirida no endereço
www.abntcatalogo.com.br.
Exportações – A Soletrol, de São
Manuel, SP, exportou recentemente
400 coletores solares para a África do
Sul. Os equipamentos, com área en-
tre 1,6 e 2 m2, serão instalados em residências de Johanesburgo para substituir o aquecimento elétrico da água.
A empresa dispõe de seus produtos
no país africano desde 2008.
Biorremediador
– A Mariano e
Souza Ambiental, de São Paulo, SP,
conta com a linha Enzilimp de biorremediadores para tratamento de esgotos sanitários, efluentes e recuperação
de áreas contaminadas. O produto, à
base de micro-organismos vivos, também é eficaz na eliminação de odores
provenientes das estações de tratamento municipais e industriais.
Certificação – A Fundação Vanzolini
lançou a certificação Aqua para Arenas
e Complexos Esportivos, voltada para
reduzir o impacto ambiental antes, du-
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rante e depois da construção dessas
instalações. Entre os parâmetros analisados está a redução do consumo de
água, através da instituição de métodos
alternativos de abastecimento, como a
captação e o uso de água de chuva em
bacias sanitárias, irrigação e lavagem
de áreas comuns.
Nova sede – A Daytec, distribuidora especializada em tratamento de
água e efluentes, de São Caetano do
Sul, SP, inaugurou em junho uma nova
sede, com 1000 metros quadrados de
área construída, que abriga escritório,
vendas e estoque para pronta entrega
dos produtos. A empresa trabalha com
marcas como GE Water (tratamento
químico), Microbac (tratamento biológico) e Prominent (bombas dosadoras
e sistemas de osmose reversa).
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Revista Hydro