UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUA
PORTUGUESA / EXTENSÃO EM LP
Prof. Ozanir Roberti Martins
A Reforma Ortográfica e,
ainda, suas polêmicas
 1) Marina Silva é acreana ou acriana?
 2) Ontem eu argüi ou argui ou arguí aquele aluno?
 3) É preciso que se averigúem ou averiguem ou
averíguem as contas da PETROBRAS.
 4) O médico especialista tratava de um bico de papagaio
ou bico-de-papagaio.
 5) A palavra “prêmio” tem a seguinte divisão de sílabas:
“prê-mio” ou “prê-mi-o”?
 6) “Faz cinquenta anos / que lhes dei a norma / Reduzi
sem danos /A fôrma a forma.” (Manuel Bandeira)
Os Acordos / Cronologia
 A base etimológica ou pseudoetimológica (usada desde o






séc. XVI)
1904 – o livro de Gonçalves Viana: “Ortografia Nacional”
1907 – ABL define uma ortografia “simplificada”
1911 – a aprovação do modelo proposto por Gonçalves Viana
– o primeiro Acordo Brasil-Portugal
A década de 30: 1931 e anos seguintes - grande caos!
1943 – Outro Acordo Brasil-Portugal - Brasil fica com este
até 1971 (e usa suas bases até hoje)
1945/6 – Modificações só em Portugal
Os Acordos / Cronologia (cont.)
 1971 – Fim de algumas regras de acentuação gráfica
 1987 – O reinício da ideia de unificação
 1990 – O Acordo escrito
 1995 – A aprovação pelo Senado Brasileiro
(exigência da unanimidade) / 2002 – Novo texto
(exigência da maioria)
 2008 - o Acordo atual – 29/09/2008 (a sanção
presidencial)
 2009 a 2012 – quatro anos de convivência (regras
antigas e novas são corretas)
 01/01/2013 – só valerão as novas regras
O que mudou:
 1) O caso das letras “k, y e w”
 Retiradas do nosso alfabeto em 1943; retornam agora,
porém, com as ressalvas daquela época:
 a) em antropônimos originários de outras línguas e
seus derivados: Franklin, frankliniano, Kant, kantismo,
Darwin, darwinismo, Wagner, wagneriano, Byron,
byroniano, Taylor, taylorista;
K, Y e W
 b) Em topônimos (nomes de lugares) originários de
outras línguas e seus derivados: Kwanza; Kuwait,
kuwaitiano, Malawi, malawiano;
 c) em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas
como unidades de medida de curso internacional:
TWA, KLM, K – símbolo do potássio (de kalium; al
qalīy, em árabe), W – oeste (West, em inglês), kg –
quilograma, km – quilômetro, kw – kilowatt, yd – jarda
(yard), w ou W – Watt.
K, Y e W
 Obs. 1: Coerente com o modo de pensar, mantiveram-
se combinações não comuns à nossa língua: Comte,
(filósofo de linha) comtista, Shakespeare,
shakespeariano, Garrett, garrettiano.
 Obs. 2: Ainda de modo coerente, o acordo define que,
“para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a
escrita que, por costume ou registro legal,adote na
assinatura do seu nome”, o que é válido, também, para
firmas comerciais, nomes de sociedade, marcas e
títulos que estejam inscritos em registros públicos.
2. Divisão silábica
- Nas palavras terminadas em encontros vocálicos
átonos (fracos), a fonologia já considerava a
possibilidade de se considerar ditongo ou hiato, mas a
ortografia não admitia a separação de sílabas.
- Glória, prêmio, vácuo, substância...
- Era assim:
- Gló-ria, prê-mio, vá-cuo, subs-tân-cia...
O que mudou?
Ainda pode ser assim:
Gló-ria, prê-mio, vá-cuo, subs-tân-
cia...
Mas também pode ser assim:
Gló-ri-a, prê-mi-o, vá-cu-o, substân-ci-a...
Acentuação Gráfica
a) Regra dos hiatos “ôo” e “êem”
-
-
Era assim:
Vôo, enjôo, magôo, apregôo, abençôo;
Vêem, crêem, lêem, dêem, prevêem, descrêem,
relêem...
Agora é assim:
Voo, enjoo, magoo, apregoo, abençoo;
Veem, creem, leem, deem, preveem, descreem,
releem...
ATENÇÃO! Cuidado com os verbos!
 Não houve mudança alguma:
 Ele tem x Eles têm / Ele vem x Eles vêm
 Ele detém x Eles detêm / Ele convém x Eles convêm
 Ele contém x Eles contêm / Ele intervém x Eles
intervêm
 Houve mudanças em:
 Ele vê x Eles veem / Ele crê x Eles creem
 Ele lê x Eles leem / Ele dê x Eles deem
 Ele relê x Eles releem
b) Regra dos ditongos abertos “éi”, “éu” e
“ói”
Era assim:
Acentuavam-se todas as palavras que apresentam os
ditongos abertos:
 ÉI: papéis, pastéis, anéis, idéia, epopéia,
assembléia...
 ÉU: céu, réu, chapéu, chapéus, troféu, troféus...
 ÓI: dói, mói, rói, jibóia, bóia, (eu) apóio, (ele)
apóia, herói, heróico, esferóide, mesozóico...
O que mudou?
 Perdem o acento agudo somente as palavras
paroxítonas: ideia, epopeia, assembleia, jiboia, boia,
(eu) apoio, (ele) apoia, heroico, esferoide,
mesozoico... – o que só ocorre com os ditongos “ei” e
“oi”.
O que não mudou?
 O acento agudo permanece nas palavras oxítonas:
céu, réu, chapéu, chapéus, troféu, troféus, papéis,
pastéis, anéis, dói, mói, rói, herói,...
Falsas polêmicas
 A regra antiga fazia referência aos ditongos “éi”, “éu” e
“ói”, mas a nova regra diz que desaparece o acento
agudo dos ditongos “ei” e “oi” nas palavras paroxítonas.
 Por quê?
 Não há, na nossa língua, palavras paroxítonas com o
ditongo “eu” aberto e tônico...
 Voltaram os acentos de “Méier”, destróier”?
 Na verdade, jamais caíram...
c) Regra do i ou do u tônicos como
segunda vogal de hiatos
 O que não mudou?
 As vogais “i” e “u” recebem acento agudo sempre que





formam hiato com a vogal anterior e ficam sozinhas na
sílaba ou com “s”:
Gra-ja-ú, ba-ú, sa-ú-de, vi-ú-va, con-te-ú-do, ga-ú-cho, eu
re-ú-no, ele re-ú-ne;
eu sa-ú-do, eles sa-ú-dam;
I-ca-ra-í, eu ca-í, eu sa-í, eu tra-í, o pa-ís, tu ca-ís-te, nós
ca-í-mos, eles ca-í-ram;
eu ca-í-a, ba-í-a, ra-í-zes, ju-í-za, ju-í-zes, pre-ju-í-zo, faís-ca,
pro-í-bo;
je-su-í-ta, dis-tri-bu-í-do, con-tri-bu-í-do, a-tra-í-do.
O que mudou? (quase nada!)
 Onde houve mudança: desaparece o acento só
quando antes do “i” ou do”u” houver um ditongo.
Era assim:
 feiúra; boiúna; baiúca; Sauípe; bocaiúva; cauíla ou
cauíra; meiúca; feiúme
 Agora é assim:
 fei-u-ra; boi-u-na; bai-u-ca; Sau-i-pe; bo-cai-u-va;
cau-i-la ou cau-i-la; mei-u-ca; fei-u-me.
 Na verdade, esse acento nunca deveria ter
existido!
Cuidado com essa regra!
 A vogal “i” tônica, antes de “NH”, nunca recebe acento
agudo: rainha, bainha, tainha, ladainha, moinho...
 Não há acento agudo quando o “u” e o “i” formam
ditongo e não hiato:
 gra-tui-to, for-tui-to, in-tui-to, cir-cui-to, mui-to,
sai-a (substantivo), bai-a (substantivo),
que eles cai-am, ele cai, ele sai, ele trai, os pais...
 Não há acento agudo quando as vogais “i” e “u” não
estão isoladas na sílaba: ca-iu, ca-ir-mos, sa-in-do, raiz, ju-iz, ru-im, pa-ul...
d) Trema e acento no “u”
 O que mudou? Desaparece o trema na língua
portuguesa, com exceção de palavras estrangeiras e
suas derivadas: consequência, frequente,
tranquilo, cinquenta, quiproquó, (eu) argui,
arguiram, enxágue, deságuem...
 Também desaparece o acento agudo em formas
rizotônicas como: (ele) argui, (que ele) averigue,
(que eles) apaziguem...
Ainda há trema...
 No entanto, ele continua em palavras estrangeiras e
suas derivadas:
 1) “Policiais do 23º. BPM (Leblon) prenderam, ontem, o
suíço Max Kälin, que estava escondido no país e era
procurado na Europa toda.”
 2) “Na SPFW, a epopeia bündcheniana começou às 10h
da manhã e só terminou à meia-noite.”
ATENÇÃO PARA UMA MUDANÇA
BEM CURIOSA!
 Verbos terminados em –guar e –quar, e arguir (e derivado)
 Modelo 1: AGUAR (desaguar, enxaguar, minguar e
apropinquar): eu águo ou aguo, nós aguamos, que eu águe
ou ague, que nós aguemos, eu aguei...
 Modelo 2: AVERIGUAR (apaziguar, apaniguar, santiguar e
obliquar): eu averiguo ou averíguo, nós averiguamos, que
eu averigue ou averígue, que nós averiguemos, eu averiguei,
nós averiguamos
 Verbo ARGUIR (e REDARGUIR): eu arguo, nós ar-guimos ou ar-gu-í-mos, que eu argua, que nós ar-gua-mos ou
ar-gu-a-mos, eu ar-gui ou ar-gu-í, nós ar-gui-mos ou ar-guí-mos
e) Acentos diferenciais
 Só há em duas palavras:
 PÔR (verbo – infinitivo): “Ele deve pôr em prática
tudo que aprendeu”; POR (preposição): “Ele vai por
este caminho”;
 PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito
do indicativo: “Ontem ele não pôde resolver o
problema”; PODE é a 3ª pessoa do singular do presente
do indicativo: “Agora ele não pode sair.”
 Observação: Pode-se acentuar ou não a palavra
fôrma (“fôrma de pizza”), a fim de diferenciar de
forma (“forma física ideal”).
O HÍFEN E SEU EMPREGO
 Na formação de palavras, há dois hifens:
1º) entre palavras (cria nova unidade semântica / sentido
figurado): quebra-gelo; salário-família; sem-sal (=
sem graça);
2º) com prefixo (ou pseudoprefixo) e palavra: pré-estreia;
pós-operatório; ex-marido; recém-criado; antihigiênico; sobre-humano; proto-humano ; ultrahiperbólico.
Primeiro caso:
 O que mudou? Nos casos em que houver elemento de
-
ligação, já não se usam os hifens:
Era assim:
pé-de-moleque (= doce); dia-a-dia (= cotidiano); vai-e-vem
(= indecisão)
Agora é assim:
pé de moleque (= doce); dia a dia (= cotidiano); vai e vem (=
indecisão)
EXCEÇÃO: palavras ligadas à zoologia e à botânica:
joão-de-barro (pássaro); tigre-dentes-de-sabre (animal préhistórico); pé-de-turco (planta); cor-de-rosa (cor, rosado).
Cuidado!
1) Clássico sem sal no Maracanã!
2) Havia algumas carrocinhas de
pipoca e de cachorro quente.
3) Ficou feia a saia justa entre os dois
candidatos.
4) Mick Jagger foi o pé frio daquele
jogo...
Grafias corretas:
1) Clássico sem-sal no Maracanã!
2) Havia algumas carrocinhas de
pipoca e de cachorro-quente.
3) Ficou feia a saia-justa entre os dois
candidatos.
4) Mick Jagger foi o pé-frio daquele
jogo...
Segundo caso:
Regra geral: só se mantém o hífen antes de “h” ou
quando a palavra seguinte tem a mesma vogal que
encerra o prefixo:
- anti- horário; anti-inflamatório;
- antididático; antiofídico;
Obs. caso ocorra antes de “r” ou “s”, sai o hífen e dobramse essas letras para evitar mudança de som:
- antissísmico; antirreforma.
DETALHAMENTO:
PRIMEIRA REGRA
 Nas formações com prefixos (ANTE, ANTI, ARQUI, AUTO,
CIRCUM, CONTRA, ENTRE, EXTRA, HIPER, INFRA,
INTER, INTRA, SEMI, SOBRE, SUB, SUPER, SUPRA,
ULTRA...) e em formações com falsos prefixos (AERO,
FOTO, MACRO, MAXI, MEGA, MICRO, MINI, NEO,
PROTO, PSEUDO, RETRO, TELE...), só se emprega o hífen
nos seguintes casos:
 A) Nas formações em que o segundo elemento começa por
“H”: ante-histórico, anti-higiênico, anti-herói, anti-horário,
auto-hipnose, circum-hospitalar, infra-hepático, interhumano, hiper-hidratação, neo-hamburguês, panhelênico, proto-história, semi-hospitalar, sobre-humano,
sub-humano, super-homem, ultra-hiperbólico...
AINDA A PRIMEIRA REGRA
 B) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
termina na MESMA VOGAL com que se inicia o
segundo elemento: auto-observação, antiimperialismo, anti-inflacionário, anti-inflamatório,
arqui-inimigo, arqui-irmandade, contra-almirante,
contra-ataque, infra-assinado, infra-axilar, intraabdominal, proto-orgânico, semi-inconsciência, semiinterno, sobre-erguer, supra-anal, supra-auricular,
ultra-aquecido, eletro-ótica, micro-onda, microônibus...
AINDA A PRIMEIRA REGRA
 C) Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI, AUTO, CONTRA,
EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SOBRE,
SUPRA e ULTRA, se o segundo elemento começa por “s” ou “r”,
devemos dobrar as consoantes, em vez de usar o hífen:
 autorretrato, autosserviço, autossuficiente,
autossustentável, contrarreforma, contrassenso,
infrarrenal, infrassom, intrarracial, neorromântico,
neossocialismo, pseudorrainha, pseudorrepresentação,
pseudossábio, semirreta, semisselvagem, suprarrenal,
suprassumo, ultrarradical, ultrarromântico, ultrassom,
ultrassonografia, anterrepublicano, antessala, antirrábico,
antirracista, antirradical, antissemita, antissocial,
arquirrival, arquissacerdote, sobrerrenal, sobrerroda,
sobressaia, sobressalto...
PALAVRAS EM QUE NÃO HÁ MAIS O
HÍFEN:
 autoadesivo, autoanálise, autoidolatria,
contraespião, contraindicação, contraordem,
extraescolar, extraoficial, infraestrutura,
intraocular, intrauterino, neoacadêmico,
neoirlandês, protoevangelho, pseudoartista,
pseudoedema, semiaberto, semialfabetizado,
semiárido, semiescravidão, semiúmido,
ultraelevado, ultraoceânico...
EXEMPLOS
- Era assim:
1) Estávamos na arquibancada.
2) Ele foi obrigado a receber seu arquiinimigo.
3) A moça ficou arquimilionária.
4) Aquele é um arquipélago importante.
5) Cháves não cumprimentou seu arquirrival.
Formas corretas
- Agora é assim:
1) Estávamos na arquibancada.
2) Ele foi obrigado a receber seu arqui-inimigo.
3) A moça ficou arquimilionária.
4) Aquele é um arquipélago importante.
5) Cháves não cumprimentou seu arquirrival.
REGRAS ESPECIAIS
1) HIPER, INTER e SUPER - Com os prefixos HIPER,
INTER e SUPER, só haverá hífen se a palavra seguinte
começar por “h” ou “r” (essa regra não foi alterada):
hiperativo, hiperglicemia, hiper-hidratação, hiperhumano, hiperinflação, hipermercado, hipermiopia,
hiperprodução, hiper-realismo, hiper-reativo,
hipersensibilidade, hipertensão, hipertiroidismo,
hipertrofia; interação, interativo, intercâmbio,
intercessão, interclubes, intercolegial,
intercontinental, interdisciplinar, interescolar,
interestadual, interface, inter-helênico, interhumano.
AINDA REGRAS ESPECIAIS
 2) DES e IN - Não se usa, no entanto, o hífen em formações
que contêm em geral os prefixos “DES-“ e “IN-“ e nas quais
o segundo elemento perdeu o “h” inicial: desumano,
desarmonia, desumidificar, inábil, inumano...
 3) CO e RE - Nas formações com o prefixo “CO-”, este
aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo
quando iniciado por “o”: coobrigação, coocupante,
cooperar, cooperação, coordenar... / CUIDADO! (sem
hífen = o prefixo CO deve ser usado “sempre junto”)
Coabitar, coabitante, coabilidade, coerdeiro * Embora,
no texto do Acordo Ortográfico, a grafia da última seja “coherdeiro”.
O mesmo ocorre com o prefixo “re”: reerguer e reestreia;
rerratificar.
MAIS REGRAS ESPECIAIS
4) CIRCUM e PAN - Nas formações com os prefixos
“CIRCUM-“ e “PAN-“, quando o segundo elemento
começa por “h”, vogal, “m” ou “n”, devemos usar o
hífen: circum-hospitalar, circum-escolar, circummurado, circum-navegação, pan-africano, panamericano, pan-mágico, pan-negritude... Cuidado:
circumpercorrer, circuncêntrico, pambiotismo,
pambrasileiro, pamplegia, pandatilografia.
AINDA REGRAS ESPECIAIS
5) SUB - Com o prefixo SUB, só haverá hífen se a palavra seguinte
começar por “b” ou “r”: subaquático, sub-base, subchefe,
subclasse, subcomissão, subconjunto, subcutâneo, subdelegado,
subdiretor, subdivisão, subeditor, subemprego, subentendido,
subestimar, subfaturado, subgrupo, subitem, subjacente,
subjugado, sublingual, sublocação, submundo, subnutrido,
suboficial, subpovoado, subprefeito, sub-raça, sub-reino, subreitor, subseção, subsíndico, subsolo, subterrâneo, subtítulo,
subtotal. Segundo a regra antiga, se a palavra seguinte começasse
pela letra “H”, deveríamos escrever sem hífen: subepático e
subumano. As novas edições de nossos principais dicionários já
registram as formas com hífen, como prefere o novo acordo
ortográfico: sub-hepático e sub-humano.
* Aqui deveriam estar os prefixos “ab”, “sob” e, antes de “d” ou
“r”, “ad”.
Também REGRAS ESPECIAIS
6) Além, Aquém, Bem, Ex, Grã, Grão, Pós, Pré, Sem, Soto/a,
Vice/vizo - são prefixos que sempre têm hífen: Além –
além-mar, além-túmulo; Aquém – aquém-fronteiras,
aquém-mar; Bem – bem-amado, bem-querer ou benquerer,
bem-dizer ou bendizer (exceções: bendito, benquisto); Ex
(= anterior) – ex-senador, ex-esposa; Grã – grã-duquesa,
grã-fino; Grão (= grande) – grão-duque, grão-mestre; Pós
(tônico) – pós-moderno, pós-meridiano, pós-cabralino; Pré
(tônico) – pré-nupcial, pré-estreia, pré-vestibular; Pró
(tônico) – pró-britânico, pró-governo; Recém – recémchegado, recém-nascido, recém-nomeado; Sem – semnúmero (= inúmeros), sem-terra, sem-teto, sem-vergonha;
Sota/soto – sota-piloto, soto-mestre; Vice/vizo – vicediretor, vizo-rei.
CASOS ESPECIAIS
1) PRÉ, PRÓ e PÓS –
a) mantendo a tonicidade:
Pré-eleitoral; pró-cardíaco; pós-operatório;
b) perdendo a tonicidade:
Preparar; proposição; poscênio.
2) Sócio x socio:
a) Sócio (substantivo) – sócio-atleta; sócio-fundador;
b) Socio (redução de social) – socioeconômico;
socioeducacional.
CASO IMPORTANTE! Não devemos
usar o hífen:
1ª) Em compostos com elemento de conexão que não sejam
denominações botânicas e zoológicas: pé de moleque, pão de
ló, fim de semana, dona de casa, dia a dia (diariamente OU o
cotidiano), disse me disse, cão de guarda, dor de cotovelo, não
me toques (frescuras), oitavas de final, papai e mamãe, quarta
de final, tenho de sair...
 O VOLP incluiu unidades fraseológicas tipo deus nos acuda,
salve-se quem puder, faz de conta e expressões latinas ad
immortalitatem, carpe diem, in octavo (mas in-oitavo).
2ª) Em casos em que as palavras NÃO e QUASE funcionam
como prefixos: não agressão, não fumante, quase delito, quase
irmão...
OUTROS USOS DE HÍFEN
 Para dividir sílabas: or-to-gra-fi-a, gra-má-ti-ca, ter-ra,
per-do-o, ál-co-ol, ra-i-nha, trans-for-mar, tran-sa-ção,
su-bli-me, sub-li-nhar, rit-mo...
 Com pronomes enclíticos e mesoclíticos: encontrei-o,
recebê-lo, reunimo-nos, encontraram-no, dar-lhe,
tornar- -se-á, realizar-se-ia...
 Antes dos sufixos -(GU)AÇU, -MIRIM, -MOR, se a
última sílaba for tônica: capim-açu, araçá-guaçu,
araçá-mirim, guarda-mor...
OUTROS USOS DE HÍFEN
 Em composto em que o primeiro elemento é de origem
verbal: beija-flor, quebra-mar, bate-boca, portabandeira, arranha-céu, para-lama...
 Exceções expressas no Acordo e confirmadas no
VOLP: mandachuva, passatempo, girassol,
paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
 Em nomes próprios compostos que se tornaram
comuns: santo-antônio, dom-joão, gonçalo-alves...
 Em nomes gentílicos: cabo-verdiano, porto-alegrense,
espírito-santense, mato-grossense...
OUTROS USOS DE HÍFEN
 Em compostos em que o primeiro elemento é numeral:
primeiro-ministro, primeira-dama, segunda-feira, terçafeira...
 Em compostos homogêneos (dois adjetivos, dois verbos):
técnico-científico, luso-brasileiro, azul-claro, quebraquebra, corre-corre, zigue-zague...
 Em compostos de dois substantivos em que o segundo faz
papel de adjetivo: carro-bomba, bomba-relógio, laranjalima, manga-rosa, tamanduá-bandeira, caminhão-pipa...
 Em composto em que os elementos, com sua estrutura e
acento, perdem a sua significação original e formam uma
nova unidade semântica: couve-flor, tenente-coronel, péfrio...
OUTROS USOS DE HÍFEN
 Em compostos de dois substantivos em que o segundo
faz papel de adjetivo: carro-bomba, bomba-relógio,
laranja-lima, manga-rosa, tamanduá-bandeira,
caminhão-pipa...
 Em composto em que os elementos, com sua estrutura
e acento, perdem a sua significação original e formam
uma nova unidade semântica: couve-flor, tenentecoronel, pé-frio...
 Em compostos com elemento de conexão que sejam
denominações botânicas e zoológicas: copo-de-leite,
joão-de-barro...
4ª. parte – O hífen em
composições estrangeiras:
O VOLP / ABL criou uma seção onde determina agrafia devida para
expressões incorporadas ao português. Dentre elas as mais usuais são:
avant-première, baby-beef, Band-aid, best-seller, body-board, bonvivant, bye-bye, by-pass, call-girl, chaise-longue, close-up, cover-girl, ebook, ecce-homo, e-mail, fast-food, free-lance, garden-party, ghostwriter, , globe-trotter, hi-fi, high-life, high-tech, hip-hop, horsconcours, hors-d’oeuvre, Jeu-de-mots, know-how, lacrima-christi,
laissez-faire, long-play, mini-show, mini-sistem, mise-en-plis, mise-enscène, new-look, off-line, on-line, papier-mâché, pas-de-deux, petitfour, petit-pois, pièce-de-resistance, pied-de-poule, pit-bull, play-off,
pole-position, prêt-à-porter, rendez-vous, sans-culotte, savoir-faire,
savoir-vivre, sealed-bean, self-made man, self-service, stand-by, stopand-go, taxi-girl, tee-shirt, tête-à-tête, time-sharing, vis-à-vis, vol-auvent, walkie-talkie, week-end, yaki-mono, yin-yang.
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