Doenças musculares em ruminantes e eqüinos no Rio Grande do Sul
Juliana T.S.A. Macêdo, José C. Oliveira Filho, Felipe Pierezan e Marciane Schmidt
Macêdo J.T.S.A., Oliveira Filho J.C., Pierezan F. & Schmidt M. 2008. [Muscular
diseases in ruminants and horses in Rio Grande do Sul]. Doenças musculares em
ruminantes e eqüinos no Rio Grande do Sul. Laboratório de Patologia Veterinária da
Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:
[email protected]
Introdução. O conhecimento das enfermidades de uma região é importante para
determinar formas eficientes de controle e profilaxia das mesmas. Para cumprir este
objetivo o Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM) vem realizando diagnósticos sistemáticos das doenças de
ruminantes e eqüídeos na área de influência. O objetivo deste trabalho é relatar as
doenças musculares de ruminantes e eqüinos no Sul do Brasil. Material e métodos. Foi
realizado o levantamento nos protocolos de necropsia do LPV-UFSM no período de
1964 a 2007 e computados os dados referentes às doenças que afetam os músculos
estriados esqueléticos (MEE) de ruminantes e eqüinos. Resultados. De um total de
1.309 necropsias em bovinos, 49 tinham lesões musculares. As principais enfermidades
foram carbúnculo sintomático (26 casos), intoxicação por Senna occidentalis (10 casos),
intoxicação por antibióticos ionóforos (IAI) (6 casos), deficiência de vitamina E e
Selênio (4 casos), miosite necro-hemorrágica por decúbito (2 casos) e miopatia
degenerativa sem causa definida (01 caso). De 820 necropsias de ovinos, 23
apresentaram lesões nos MEE. As principais doenças foram IAI (20 casos), acidente
ofídico (2 casos) e miopatia tóxica sem causa definida (1 caso). As necropsias em
caprinos totalizaram 70 casos. Destes, apenas dois foram de deficiência de vitamina E e
selênio. Em eqüinos, de um total de 371 necropsias, nove tinham miopatias. As
principais doenças foram IAI – monensina (3 casos), necrose muscular traumática (2
casos), miopatia pós-anestésica (1 caso), rabdomiólise pós-exercício (1 caso), acidente
ofídico (1 caso) e miosite necrossupurativa (1caso). Discussão e conclusões. Os
resultados deste trabalho mostram que as enfermidades mais freqüentemente
diagnosticadas no sul foram: intoxicação por antibióticos ionóforos, carbúnculo
sintomático, intoxicação por Senna occidentalis e deficiência de vitamina E e selênio.
Os antibióticos ionóforos eram utilizados para promoção do crescimento e
ccoccidiostático. Carbúnculo sintomático em geralmente acomete animais de corte em
bom estado de saúde, como no presente trabalho, e pode ser controlada com vacinação
de bezerros nas áreas endêmicas (Riet-Correa 2007). A intoxicação por Senna
occidentalis sempre está relacionada à ingestão de cereais contaminados com sementes,
partes da planta, ou pastoreio em pastagens invadidas pela planta (Barros et. al. 1990).
A deficiência de vitamina E e selênio afetou geralmente animais jovens, de crescimento
rápido, nascidos de mães mantidas em pastagens alimentando-se ração deficientes por
longos períodos (Barros 2007).
Referências
Barros C.S.L. 2007. Deficiência de selênio e vitamina E, p.257-263. In. Riet-Correa F.,
Schild A.L., Lemos A.A. & Borges J.R. (ed.), Doenças de Ruminantes e Eqüídeos.
vol. 2. 3 ed. Pallotti, Santa Maria. 694p
Barros S.L. 2007. Intoxicação por antibióticos ionóforos, p. 45-49. In. Riet-Correa F.,
Schild A.L., Lemos A.A. & Borges J.R. (ed.), Doenças de Ruminantes e Eqüídeos.
vol. 2. 3 ed. Pallotti, Santa Maria. 694p
Barros C.S.L., Pilati C., Andujar M.B., Graça D.L., Irigoyen L.F., Lopes, S.T., Santos
C.F. 1990. Intoxicação por Cassia occidentalis (Leg. Cães.) em bovinos. Pesquisa
Veterinária Brasileira. 10:47-58.
Riet-Correa F. 2007. Carbúnculo sintomático, p. 264-267. In. Riet-Correa F., Schild
A.L., Lemos A.A. & Borges J.R. (ed.), Doenças de Ruminantes e Eqüídeos. vol. 1. 3
ed. Pallotti, Santa Maria. 722p
Termos de indexação: doenças de ruminantes e eqüinos, miopatias, antibióticos
ionóforos, carbúnculo sintomático, deficiência nutricional.
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Trabalho 005