O PROCESSO EDUCATIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
UM OLHAR REFLEXIVO
Thauana Ettiéri Oliveira Alves 1
Leia Palma Caldeira 2
Resumo
A educação se faz em um processo contínuo e sistemático e, quando se fala em Educação
Infantil, sabe-se que esse processo deve acontecer prazerosamente, envolvendo os alunos em
atividades dinâmicas e concernentes à sua faixa etária e níveis de desenvolvimento. A
Educação Infantil abarca dois grandes eixos de trabalho, o educar e o cuidar, que devem estar
dispostos na ação pedagógica diária e contemplados no planejamento do professor. Ao
professor cabe a tarefa de mediar o processo de construção de conhecimentos de forma a
promover a autonomia das crianças, no que se refere às relações sociais e ao mundo onde
estão inseridos. A interação social e a rotina estruturante, oportunizadas pelo professor,
possibilitam nas atividades diárias o desenvolvimento dos esquemas mentais necessários, por
meio, por exemplo, da roda, do movimento e das brincadeiras para uma aprendizagem lúdica
e significativa, a qual pode ser avaliada pela observação tanto do rendimento dos alunos em
termos de conhecimento, como das conquistas pessoais de cada criança.
Palavras-chave: Educar e cuidar, autonomia, rotina, brinquedo, aprendizagem
A educação é o processo pelo qual o indivíduo se humaniza, integrando à sua natureza
conhecimentos e valores que o tornam membro da sociedade em que vive e atual.
Na criança, o processo educativo é mais abrangente, tendo na família sua fonte
formativa, para determinação do seu caráter.
É, contudo, na Escola, que ela faz a sua educação, construindo e reconstruindo o seu
saber, a partir dos meios e estratégias que o professor lhe oportuniza. Daí a importância do
professor trabalhar os valores de vida com seus alunos, a fim de ajudar na formação de futuros
cidadãos críticos e conscientes que atuarão em sociedade.
Integrando ainda este documento, destaca-se a Conclusão, Referências Bibliográficas e
Anexos. Na conclusão, estão presentes os resultados da pesquisa desenvolvida. Assim, esperase que este trabalho possa contribuir como uma reflexão sobre o processo formativo na
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Acadêmica da Universidade da Região da Campanha – URCAMP Alegrete
Orientadora.
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Educação Infantil, com um novo olhar sobre a educação, tendo em vista a escola que temos e
a que desejamos ter.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) estabeleceu a
Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II,
art. 29); assim como afirmam as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, delineando
diretrizes voltadas a este nível de ensino.
Ainda hoje as creches e pré-escolas buscam uma ação educativa que englobe tanto os
dados com as crianças, como sua educação.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a criança:
(...) é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas.
Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas
de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas
relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada
vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com
diferentes crianças e adultos cujas percepções e compreensões da realidade também
são diversas (RCNEI p. 21, Brasília, 1998).
O atendimento à criança de zero a seis anos foi reconhecido na Constituição Federal
de 1988, e as escolas de Educação Infantil em creches e pré-escolas passaram a ser, do ponto
de vista legal, dever do estado e direito da criança. Também o Estatuto da Criança e do
Adolescente destaca esses direitos.
É muito importante na Educação Infantil a clareza dos objetivos referentes ao
desenvolvimento das crianças nas diferentes fases, pois é, nesse nível, que a criança começa a
trabalhar suas habilidades, hábitos, atitudes e atividades psicomotoras que vão preparando-a
física e mentalmente num grau crescente, que deve ser aperfeiçoado à medida que a criança
cresce e se desenvolve.
O período que a criança passa no jardim de infância é de extrema importância na
construção dos alicerces de sua afetividade, socialização e inteligência e,
conseqüentemente, em seu desenvolvimento integral e harmônico. Para que a escola
possa cumprir esse papel, é necessário conhecer as características do
desenvolvimento infantil até os seis anos e organizar o ambiente e as atividades da
pré-escola de modo a atender às necessidades das crianças nessa etapa da vida
(THIESSEN, BEAL, 1998, p. 10).
Mas também é preciso a necessária associação entre o educar e o cuidar, que é
freqüentemente dissociado em nossas escolas de educação infantil. “A injusta estrutura social
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brasileira espalha-se sobremaneira nas instituições educacionais, onde as atividades de
cuidado são empurradas para os de menor salário e “status”, dado que a elas é atribuído um
menor valor que àquelas denominadas educativas” (FERREIRA, 2003, p. 10).
Esquece-se que, ao cuidar ou descuidar do outro, colocando-o em certa posição,
dando-lhe certos sentidos, isso contribui para constituí-lo como pessoa. Assim, evidencia-se o
fato de que todas as crianças precisam de algum cuidado especial, adequado a suas
necessidades individuais. As professoras não estão preparadas, pois consideram que sua
função é simplesmente ensinar saberes específicos, do currículo escolar. Geralmente, se
obrigadas a exercer atividades de cuidado, fazem-no com descaso. “Como a discriminação é
grande, quem educa não se propõe a cuidar e quem cuida não se considera apto para educar”
(FERREIRA, 2003, p. 11).
Portanto, o processo de cuidado e de ensino-aprendizagem é muito mais efetivo e
prazeroso quando há uma real sintonia entre quem cuida e quem é cuidado, entre quem ensina
e quem aprende, em que o professor educador seja capaz de perceber o momento da criança,
de proporcionar condições que a acolham e a motivem, envolvendo-a e compartilhando com
ela atividades variadas, as quais podem ter partido da iniciativa da criança ou do adulto. Ao
colocá-la em posição mais ativa, de parceria e co-autoria do que ocorre e de seu próprio
processo de cuidado e aprendizagem, ele estará dando oportunidades para as crianças
construírem uma identidade positiva a respeito de si mesmas, de pessoa capaz de se cuidar e
ser cuidada, de interagir com outros e dominar diferentes habilidades e conteúdos. “A
identidade da criança também está sendo formada durante atividades da vida diária, como a
alimentação, por exemplo”, (FERREIRA, 2003, p. 12).
As atividades de cuidado/educação de crianças cujos direitos são reconhecidos e
respeitados pela instituição e por seus educadores devem envolver o cultivo da identidade
familiar, do gênero e da raça, oportunidades para as crianças aprenderem a gostar de si
próprias, no desenvolvimento de um autoconceito positivo e aprendendo a reconhecer e
respeitar as características pessoais de cada um, constitui uma tarefa educativa das mais
importantes.
A indissociabilidade entre cuidado e educação precisa permear todo o projeto
pedagógico de uma instituição escolar. Trata-se, de certa forma, de uma filosofia de atuação
que prevalece - ou não – em todo o planejamento.
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Lenira Haddad, no artigo “Um novo paradigma na integração do cuidar e do educar”,
destaca que:
A expressão “educação e cuidado infantil” propõe um terceiro modelo, um novo
paradigma que indica a necessidade de uma aproximação entre as dimensões sociais
e educacionais do atendimento em uma atenção conjunta às necessidades da criança
e da família no contexto da modernidade (2003, p. 16).
Para a autora, este novo paradigma indica a necessidade de uma aproximação entre as
dimensões sociais e educacionais do atendimento em uma atenção conjunta às necessidades
da criança e da família no contexto da modernidade, apresentando um novo elemento que vai
garantir coesão entre o cuidado e a educação: a legitimação da socialização infantil
extrafamiliar.
Já, para Maria Clotilde:
As famílias não procuram a instituição apenas para que proporcione a seus filhos os
aprendizados definidos no currículo escolar. Elas buscam compartilhar com os
professores educadores o cuidado e a educação de seus filhos. Esperem que estes
sejam acolhidos em sua individualidade, que comporta necessidades variadas (2000,
p. 24).
Por isso, a educação das crianças de 0 a seis anos desempenha um papel social
importante, não esquecendo ou substituindo o papel das mães, pois a Educação Infantil surgiu
quando as mulheres precisaram buscar o seu espaço no mercado de trabalho.
Winnicott, em seu livro “A criança e o seu mundo”, enfatiza:
A função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe ausente, mas
suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe
desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância será possivelmente
considerado, de modo mais correto, uma ampliação da família “para cima”, em vez
de uma extensão “para baixo” da escola primaria (1982, p. 214).
A criança não deixa de lado a vida afetiva que vive em casa, ao entrar na escola, mas
sim a amplia relacionando-se com os educadores, com outras crianças de idades, valores e
cultura diferentes dos seus. A escola cria um ambiente socio afetivo saudável para a criança,
mas a Educação Infantil não pode se basear apenas no social e no afetivo, mesmo sendo
necessário para a aprendizagem. A escola deve ser um ambiente livre, que estimule o respeito
à liberdade e à criatividade das crianças, e estas podem se locomover, ser desenvolvida a autosuficiência, orientadas para terem condições de serem pessoas bem sucedidas.
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A Educação Infantil deve orientar o trabalho pedagógico através do desenvolvimento
da autonomia, ou seja, instruir a criança sobre a capacidade de construir suas regras e meios
de ação, esta construção não se esgota ao completar seis anos de idade, frente às
características do desenvolvimento infantil.
Tendo como objetivo o desenvolvimento integral e a construção da autonomia infantil,
para isso o modelo pedagógico precisa proporcionar experiências, tomada de decisão,
socialização e descobertas. Nessa organização de trabalho pedagógico, o educador e a criança
têm papéis ativos, sendo que o educador deve pesquisar e conhecer o desenvolvimento
infantil.
Um meio que possibilita e auxilia o desenvolvimento da criança, através da
estimulação de suas capacidades, é a Escola Maternal, por trabalhar a coordenação motora
ampla e refinada, desenvolver um senso na criança de habilidades sociais, favorecer o senso
de autonomia, levar a criança à cooperação de metas comuns, desenvolver um senso
rudimentar de percepção dos sentimentos de outras pessoas e começar a lidar com frustrações,
raiva e sentimentos feridos... Já, no jardim de infância, ocorre a transição entre a liberdade
relativa da escola maternal e a estrutura relativa da escola formal, favorecendo habilidades de
leitura, escrita, compreensão, etc.
Assim, o professor/educador deve ter em mente o desenvolvimento infantil para que
possa organizar atividades em que a criança experimente situações diversas. E também deve
estar ciente dos objetivos que norteiam a Educação Infantil.
Objetivos na Educação Infantil:
•
Sentir-se segura e acolhida no ambiente escolar, utilizando este novo espaço para
ampliar suas relações sociais e afetivas, estabelecendo vínculos com as crianças e adultos
ali presentes, a fim de construir uma imagem positiva sobre si mesma e sobre os outros,
respeitando a diversidade e valorizando sua riqueza.
•
Tornar-se, cada vez mais, capaz de desenvolver as atividades nas quais se engaja de
maneira autônoma, e em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos. Desta forma,
desenvolver a capacidade de começar a coordenar pontos de vista diferentes dos seus,
socializando-se.
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•
Interagir com o seu meio ambiente (social, cultural, natural, histórico e geográfico) de
maneira independente, alerta e curiosa. Isto é, estabelecendo relações e questionamentos
sobre o meio ambiente, os conhecimentos prévios de que dispõe, suas idéias originais e as
novas informações que recebe.
•
Apropriar-se dos mais diferentes tipos de linguagem construídos pela humanidade
(oral, escrita, matemática, corporal, plástica e musical), de acordo com as suas
capacidades e necessidades, utilizando-as para expressar o seu pensamento e as suas
emoções, a fim de compreender e comunicar-se com as outras crianças e os adultos.
A rotina na Educação Infantil é importante, por proporcionar sentimentos de
estabilidade e segurança à criança, proporcionando maior facilidade de organização espaçotemporal. A rotina não precisa ser rígida, pelo contrário, deve ser rica, alegre e prazerosa,
proporcionando espaço para a concretização diária do projeto político-pedagógico da
instituição de Educação Infantil.
Hora da Roda – é um dos momentos mais importantes, pois, ao receber as crianças, o
professor proporciona segurança aos pequenos que chegam, que se organizam em círculo,
sentados no chão junto ao professor, quando os alunos contam suas vivências
organizadamente e também pode ser desenvolvido o estudo do calendário, a chamada e
também a propaganda das atividades que serão desenvolvidas no decorrer da aula, e esta pode
ser um jogo. O jogo e a aprendizagem fazem parte de um todo com grande importância, pois
possibilita o exercício da imaginação, capacidade de planejar e de representação de papéis e
situações do cotidiano, assim como as regras, conteúdos e o caráter social das situações
lúdicas.
Vygotsky afirma que os jogos fazem parte dos processos de criação, pois no jogo a
criança representa e produz o que sabe.
Todos conhecem o grande papel que os jogos da criança desempenha a imitação,
com muita freqüência estes jogos é apenas um eco do que as crianças viram e
escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior
nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na
realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a
transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que
responda às exigências e inclinações da própria criança (VIGOTSKY, 1999, p. 12).
Caracterizam o conceito de jogo infantil a regra e a situação imaginária.
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Hora da Atividade – é o momento em que o professor organiza atividades a partir das quais as
crianças constroem os conhecimentos de diferentes naturezas: conhecimentos físicos,
conhecimentos lógico-matemáticos e conhecimentos sociais, estas atividades podem estar
ligadas aos temas dos projetos, ou podem ser resultado do planejamento do professor. A
organização da sala deve possibilitar que as crianças se movimentem e atuem com autonomia,
elas também podem ser realizadas em grupos e fora da sala. É necessário que o professor
planeje as atividades, organize e forneça os materiais necessários.
Artes Plásticas – este trabalho visa a ampliar o repertório de imagens das crianças,
estimulando a capacidade de realizar a apreciação artística e de leitura dos diversos tipos de
artes plásticas. Aumentando suas possibilidades de comunicação e compreensão acerca das
artes plásticas, também poderão conhecer obras e histórias de artistas, apreciando-as e
emitindo suas idéias sobre estas produções, estimulando o senso estético e crítico.
Hora da História – enquanto a criança ainda não lê, o professor pode ler para ela, mesmo
quando tem autonomia, elas não perdem o interesse de ouvir as histórias contadas pelos
adultos. É um momento valioso para a educação integral e para a alfabetização, mostrando a
função social da escrita. O professor pode organizar este momento de diversas maneiras: no
início ou fim da aula; incrementando com músicas, fantasias, pinturas: organizando uma
pequena biblioteca na sala; fazendo empréstimos de livros para que as crianças leiam em casa,
enfim, há uma infinidade de possibilidades.
Hora da Brincadeira – brincar é a linguagem natural da criança, e a mais importante delas,
pois em todas as culturas e momentos históricos as crianças brincam. A brincadeira é
essencial na Educação Infantil, pois a criança pode expressar suas idéias, sentimentos e
conflitos, mostrando-os ao educador e aos seus colegas no dia-a-dia. A brincadeira é para a
criança a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes
entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o
seu egocentrismo característico; de experimentar papéis, desenvolvendo as bases da sua
personalidade.
Hora do Lanche/Higiene – comer não é apenas uma necessidade do organismo, mas também
uma necessidade psicológica e social. A hora do lanche na Educação Infantil não deve atender
apenas às necessidades nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais: de
sentir prazer e alegria durante uma refeição; de partilhar e trocar alimentos entre colegas; de
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aprender a preparar e cuidar do alimento com independência; de adquirir hábitos de higiene
que preservam a boa saúde. Por isso, o professor deve planejá-la. Além disso, é importante
que o professor demonstre e proporcione às crianças hábitos saudáveis de higiene antes e
depois do lanche. O lanche também pode fazer parte dos projetos desenvolvidos pela turma.
Atividades Físicas – na educação Infantil, o principal objetivo do trabalho com o movimento e
expressão corporal é proporcionar à criança o conhecimento do próprio corpo,
experimentando as possibilidades que ele oferece. Isto proporcionará a ela integrá-lo,
construindo uma auto-imagem positiva e confiante. Para isso, o professor deve proporcionar
atividades, fora e dentro da sala de aula, onde a criança possa se movimentar. E também
organizá-las e planejá-las, mas sempre com um espaço para a invenção e colaboração da
criança. O educador deve estar próximo, auxiliando e estimulando a criança a desenvolver a
sua motricidade e socialização, ajudando também a resolver os conflitos que surgem nas
brincadeiras quando, porventura, as crianças não forem capazes de solucioná-los sozinhas.
Atividades Extraclasse – a sala de aula e o espaço físico da escola não são os únicos espaços
pedagógicos possíveis na Educação Infantil. Em princípio, qualquer espaço pode tornar-se
pedagógico, dependendo do uso que fazemos dele. O professor deve estar atento à vida da
comunidade e da cidade onde atua, buscando oportunidades interessantes, que se relacionem
aos projetos desenvolvidos na turma, ou que possam ser o início de novos projetos. Isto
certamente enriquecerá e ampliará o projeto político-pedagógico da instituição, que não
precisa ser confinado à área da escola.
Assim, considera-se que, na Educação Infantil, a rotina é o eixo norteador do trabalho
do professor, na sua organização pedagógica, bem como do ambiente de sala de aula.
As escolas infantis têm buscado uma mudança progressiva no conceito e na visão que
se tem da educação com crianças pequenas. Busca-se a superação da Educação Infantil como
prontidão para a 1ª série.
O desenvolvimento da fala, da escrita e da capacidade de usar o imaginário ampliam
as possibilidades intelectuais das crianças e o professor deve aproveitar suas idéias de leitura e
escrita como hipóteses provisórias do Sistema de escrita e leitura convencional.
O professor deve aceitar essas possibilidades de erros como hipóteses evolutivas e
avaliar a capacidade de ampliação do processo de aprendizagem, reconhecendo em sua
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expressão oral e escrita novas competências de desenvolvimento. Nesse sentido, o professor
mediador precisa proporcionar o acesso a diversos portadores de texto (livros de história,
receitas, jornais, etc) e situações reais de leitura e escrita para que as crianças possam
familiarizar-se e identificar formas diferentes de escrita no cotidiano.
Essas são características de um ambiente alfabetizador que facilita e promove uma
avaliação integral e evolutiva num conjunto de situações interligadas, e o professor não pode
esquecer que o brinquedo é a chave da criança para o conhecimento de si mesma e do mundo
que a cerca. No brinquedo, o professor observa, analisa e interpreta ações e relações em que
seus alunos experimentam, inventam e dão significados e valor para situações reais de leitura
e escrita. Observar a forma como as crianças se expressam e interagem nas atividades em
conjunto é ótimo instrumento para verificar o desenvolvimento do trabalho e avaliar a ação
educativa. Então, é preciso que o professor valorize as conquistas pessoais das crianças
fazendo com que elas as percebam, para que e sua auto-estima seja elevada.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento deste artigo oportunizou o conhecimento de que, na Educação
Infantil, o processo de ensino-aprendizagem se dá de forma prazerosa, em que os alunos
envolvem-se em atividades lúdicas, mediadas pela ação da professora e, assim, sentindo-se
atraídos para a construção de novos conhecimentos.
A aprendizagem deve ter sempre um sentido lúdico. E tanto faz se o educando é
criança, adolescente ou adulto. Querer conhecer, saber, pesquisar, criar, atuar sobre a
Natureza, são necessidades básicas do homem, que lhe dão enorme prazer. Porém, quando a
realização desta passa a ter o peso do “dever”, quando as atividades passam a ser obrigatórias
e estereotipadas (repetitivas), ele já não encontra nelas nenhuma satisfação.
Portanto, só se desenvolve consciência crítica, só se atinge o pensamento lógico, só se
desenvolve a verdadeira “humanidade” do homem, só se completa o processo de
“hominização” (tornar-se humano, tornar-se pessoa), num ambiente de ludicidade (prazer e
lazer), amor, respeito e liberdade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2001.
FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti. A necessária associação entre Educar e Cuidar. Pátio
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THIESSEN, Maria Lucia; BEAL, Ana Rosa. Pré-Escola, Tempo de Educar. São Paulo:
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VYGOTSKY, Lev S. Imaginación y creación em la edad infantil. La Habana: Editorial
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WINNICOTT, Donald Woods. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1982.
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