Colégio Planeta
ENEM
Prof.: Raysa
Data: 18 / 10 / 2013
Lista de Língua Portuguesa
Aluno(a):
Terceirão
01 - (ENEM/2012)
Turma:
Turno:
TEXTO II
E-MAIL COM HORA PROGRAMADA
Palavras do arco da velha
Redacao INFO, 28 de agosto de 2007.
Agende o envio de e-mails no Thunderbird
com a extensao SendLater
Nem sempre é interessante mandar um e-mail na hora.
Há situações em que agendar o envio de uma mensagem é útil,
como em datas comemorativas ou quando o e-mail serve para
lembrar o destinatário de algum evento futuro. O Thunderbird, o
ótimo cliente de e-mail do grupo Mozilla, conta com uma extensão
para esse fim. Trata-se do SendLater. Depois de instalado, ele
cria um item no menu de criação de mensagens que permite
marcar o dia e a hora exatos para o envio do e-mail. Só há um
ponto negativo: para garantir que a mensagem seja enviada na
hora, o Thunderbird deverá estar em execução. Senão, ele
mandará o e-mail somente na próxima vez que for rodado.
Expressão
Signif icado
Cair nos braços de Morfeu
Dormir
Debicar
Zombar, ridicularizar
Tunda
Surra
Mangar
Tugir
Escarnecer, caçoar
Murmurar
Liró
Bem - vestido
Lancheoferecido
Copo d' água
Convescote
pelosamigos
P iquenique
Bilontra
Velhaco
Treteiro de topete
Abriro arco
Tratante atrevido
Fugir
FIORIN, J. L. As línguas mudam.
In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo
emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora
produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse
fenômeno revela que
Disponível em: http://info.abril.com.br. Acesso em: 18 fev. 2012 (adaptado).
Considerando-se a função do SendLater, o objetivo do autor do
texto E-mail com hora programada é
A)
B)
eliminar os entraves no envio de mensagens via e-mail.
viabilizar a aquisição de conhecimento especializado pelo
usuário.
C) permitir a seleção dos destinatários dos textos enviados.
D) controlar a quantidade de informações constantes do corpo
do texto.
E) divulgar um produto ampliador da funcionalidade de um
recurso comunicativo.
02 - (ENEM/2012)
TEXTO I
ANTIGAMENTE
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos
pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos
braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia
também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada
de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos,
pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e
logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua nem
escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da
instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de
botões para comparecer todo liró ao copo-d’água, se bem que no
convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é
que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que
carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as
barbas de molho diante de treteiro de topete, depois de fintar e
engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos
limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
A)
a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para
se referir a fatos e coisas do cotidiano.
B) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do
léxico proveniente do português europeu.
C) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade
do seu léxico no eixo temporal.
D) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser
reconhecido como língua independente.
E) o léxico do português representa uma realidade linguística
variável e diversificada.
03 - (ENEM/2012)
A substituição do haver por ter em construções
existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos
processos mais característicos da história da língua portuguesa,
paralelo ao que já ocorrera em relação a ampliação do domínio
de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver
e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a
obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos
anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se
evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não
mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica,
quanto de haver como verbo existencial com concordância,
lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século
XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito
só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais
perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e
prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a
própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e
hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários?
Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico:
do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008.
Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes
contextos evidencia que
06 - (ENEM/2012)
Aquele bêbado
A)
o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa
histórica.
B) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação
e a mudança na língua.
C) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua
fundamenta a definição da norma.
D) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada
para os estudos linguísticos.
E) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão
da constituição linguística.
04 - (ENEM/2012)
— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com
os indicadores. Acrescentou: — Álcool.
O mais, ele achou que podia beber. Bebia paisagens,
músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um
pileque de Segall. Nos fins de semana embebedava-se de
Índia Reclinada, de Celso Antônio.
— Curou-se 100% de vício — comentavam os amigos.
Só ele sabia que andava bêbado que nem um gambá.
Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr
de sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de
ex-alcoólatras anônimos.
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.
A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo,
adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa,
ocorre uma
BROWNE, D. Folha de S.Paulo, 13 ago. 2011.
As palavras e as expressões são mediadoras dos sentidos
produzidos nos textos. Na fala de Hagar, a expressão “é como se”
ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo da
A)
B)
C)
D)
E)
07 - (ENEM/2012)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência a vossa!
A)
conformidade, pois as condições meteorológicas evidenciam
um acontecimento ruim.
B) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões
usando um pronome reflexivo.
C) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a
condição necessária para a sua sobrevivência.
D) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva a
suposição do perigo iminente para os homens.
E) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa
para expressar o distanciamento dos fatos.
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
05 - (ENEM/2012)
Logia e mitologia
Meu coração
de mil e novecentos e setenta e dois
já não palpita fagueiro
sabe que há morcegos de pesadas olheiras
que há cabras malignas que há
cardumes de hienas infiltradas
no vão da unha na alma
um porco belicoso de radar
e que sangra e ri
e que sangra e ri
a vida anoitece provisória
centuriões sentinelas
do Oiapoque ao Chuí.
CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras;
São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
O título do poema explora a expressividade de termos que
representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na
década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que
A)
o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com
significado impreciso.
B) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do
regime militar vigente.
C) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os
movimentos de resistência.
D) o poeta caracteriza o momento de opressão através de
alegorias de forte poder de impacto.
E) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que
garantem a paz social experimentada.
metaforização do sentido literal do verbo “beber”.
aproximação exagerada da estética abstracionista.
apresentação gradativa da coloquialidade da lin - guagem.
exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.
citação aleatória de nomes de diferentes artistas.
MEIRELLES, C. Obra poética. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1985 (fragmento).
O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da
Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio
histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora
uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o
homem e a linguagem:
A)
A força e a resistência humanas superam os danos
provocados pelo poder corrosivo das palavras.
B) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu
equilíbrio vinculado ao significado das palavras.
C) O significado dos nomes não expressa de forma justa e
completa a grandeza da luta do homem pela vida.
D) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às
gerações perpetuar seus valores e suas crenças.
E) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem
seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
08 - (ENEM/2012)
O LÉXICO E A CULTURA
Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos
podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A
pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há
diferença qualitativa entre os idiomas do mundo – ou seja, não há
idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos.
Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa
igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica do
idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua
com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas
brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou o grego
clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer
assunto, como, digamos, física quântica ou biologia molecular. Na
prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra,
expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente
porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É
perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico,
seja por meio de empréstimos de outras línguas, seja por meio da
criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não
se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço.
BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua
portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento).
Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua
própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto
ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza
A)
a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o
léxico contempla visão de mundo particular específica de
uma cultura.
B) a existência de línguas limitadas por não permitirem ao
falante nativo se comunicar perfeitamente a respeito de
qualquer conteúdo.
C) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a
gramática de línguas indígenas, se comparados com outras
línguas de origem europeia.
D) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas,
especificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de
uma comunidade.
E) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas
contemporâneas, pois permitem que sejam abordadas
quaisquer temáticas, sem dificuldades.
09 - (ENEM/2012)
Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas
oficinas dos cursos da área automotiva fornecidos pela Prefeitura,
a presença feminina tem aumentado ano a ano. De cinco
mulheres matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79
alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva,
eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A
presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura – que
são gratuitos cresceu 1.480% nos últimos sete anos e tem
aumentado ano a ano.
Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br.
Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).
Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua
estrutura, que possibilitam inferir o objetivo do autor. Nesse
sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar de mulher
também é na oficina” corrobora o objetivo textual de
A)
demonstrar que a situação das mulheres mudou na
sociedade contemporânea.
B) defender a participação da mulher na sociedade atual.
C) comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher é na
cozinha”.
D) criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da
área automotiva.
E) distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”.
badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a
gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”.
De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia
me valer uma reprovação.
Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se
deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário,
aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!)
(você não sabe o que e uma “varroa”?) para corrigir-me do meu
erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não
“varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça
façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se
eles rirem de mim não vai me adiantar mostra-lhes o xerox da
página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles
não é o dicionário que faz a língua.
E o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas
Gerais, fala “varreção” quando não “barrecão”. O que me deixa
triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada
sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha
sopa, não diz nada sobre ela mas reclama sempre que o prato
está rachado.
ALVES, R. Mais badulaques.
São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento).
De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que
se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do
dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece
A)
a supremacia das formas da língua em relação ao seu
conteúdo.
B) a necessidade da norma padrão em situações formais de
comunicação escrita.
C) a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia
de uma comunicação efetiva.
D) a importância da variedade culta da língua, para a
preservação da identidade cultural de um povo.
E) a necessidade do dicionário como guia de adequação
linguística em contextos informais privados.
11 - (ENEM/2012)
eu gostava muito de passeá… saí com as minhas
colegas… brincá na porta di casa di vôlei… andá de patins…
bicicleta… quando eu levava um tombo ou outro… eu era a::…
a palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi uma das fases
mais… assim… gostosas da minha vida foi… essa fase de
quinze… dos meus treze aos dezessete anos…
A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental.
Projeto Fala Goiana, UFG. 2010 (inédito).
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato
pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é
A)
B)
predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas.
vocabulário regional desconhecido em outras variedades
do português.
C) realização do plural conforme as regras da tradição
gramatical.
D) ausência de elementos promotores de coesão entre os
eventos narrados.
E) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
12 - (ENEM/2012)
10 - (ENEM/2012)
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre
pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele
sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas
informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava,
e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo
sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus
Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.
O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de
informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da
ilustração, a frase proferida recorre à
A)
polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão
“rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
B) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra
coisa”.
C) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço
da população pobre e o espaço da população rica.
D) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo
virtual rico.
E) antonímia para comparar a rede mundial de computadores
com a rede caseira de descanso da família.
13 - (ENEM/2012)
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes
possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses
usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de
ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão,
o autor destaca
A)
os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do
texto.
B) a importância de certos fenômenos gramaticais para o
conhecimento da língua portuguesa.
C) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades
linguísticas.
D) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante
as suas férias.
E) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos
usos coloquiais da linguagem.
15 - (ENEM/2012)
DESABAFO
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma
cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem
como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A
começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis
recados para serem respondidos na secretária eletrônica.
Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem.
Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de
várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de
uma sobre outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função
da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012.
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e
imagéticos na constituição de seus textos. Nessa peça
publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura
convencer o leitor a
A)
B)
C)
D)
E)
assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.
evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
consumir produtos de modo responsável e ecológico.
14 - (ENEM/2012)
A)
B)
o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo
dito.
C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da
mensagem.
D) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento
dos demais.
E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da
comunicação.
16 - (ENEM/2012)
Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava
aos presentes o tratamento de você, se dirigiu ao autor
chamando-o “o senhor”:
Senhora:
CABELUDINHO
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou
aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de
ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição
deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no
carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó
entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todomundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de
uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a
beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser
instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino
gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém.
Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à
nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais
do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra
engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a
gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que
elas informam. Por depois ouvir um vaqueiro a cantar com
saudade: Ai morena, não me escreve/ que eu não sei a ler.
Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão
do vaqueiro.
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado
e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada, nem
de ninguém.
Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do
plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta
nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e
nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar
de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa
senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos.
Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu
mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no
meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste.
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me
acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.
A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém
geralmente considera as situações específicas de uso social. A
violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta.
O trecho que descreve essa violação é:
‘“Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre
nós um muro frio e triste.”
B) “A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a
sua condição.”
C) “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de
minha testa.”
D) “O território onde eu mando é no país do tempo que foi.”
E) “Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas
também não era a vez primeira.”
A)
17 - (ENEM/2012)
ENTREVISTA COM MARCOS BAGNO
Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições
da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos
que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se
tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no
lugar de “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente
porque os portugueses, em dado momento da história de sua
língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.
No entanto, temos registros escritos da época medieval
em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros,
assim como os falantes africanos de português, usamos até hoje
o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos
dos nossos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que
brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para
“errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras
coisas: regências verbais, colocação pronominal, concordâncias
nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda
somos obrigados a seguir uma gramática normativa de outra
língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso
bicentenário de independência, não faz sentido continuar
rejeitando o que é nosso para só aceitar o que vem de fora.
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de
brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos de
dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos
mais falantes de português do que em toda a Europa!
LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.
Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro
quadrinho a persuadir sua interlocutora?
A) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.
B) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
C) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto
eletrônico.
D) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados
anteriormente são inferiores.
E) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios
do consumidor.
19 - (ENEM/2012)
VERBO SER
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando
em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando
crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só
principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É
triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: ser, ser, ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso
escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser.
Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
Informativo Parábola Editorial. s/d.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas
coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão do
texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e
a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que
têm origem
A)
A)
adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma
vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão.
B) apresenta argumentos carentes de comprovação cientifica e,
por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na
materialidade do texto.
C) propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes
escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser
usada por falantes não escolarizados.
D) acredita que a língua genuinamente brasileira está em
construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a
gramática normativa do português europeu.
E) defende que a quantidade de falantes do português brasileiro
ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo
colonizador.
no conflito do padrão corporal imposto contra as
convicções de ser autêntico e singular.
B) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a
influência de outros.
C) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas
familiares.
D) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados
por seus antepassados.
E) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus
pares.
20 - (ENEM/2012)
18 - (ENEM/2012)
Extra, extra. Este macaco é humano.
NÃO SOMOS TÃO ESPECIAIS
Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são
compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau..
INTELIGÊNCIA
A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido
destruída desde os anos 40. A maioria das aves e mamíferos tem
algum tipo de raciocínio.
AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido
em várias espécies, como os corvos, que também criam laços
duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto
depois de sua morte.
CONSCIÊNCIA
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam
e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e
se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
C) no comentário, feito em tom de censura pelo autor, sobre
as frases obscenas que o personagem emite em
determinados ambientes sociais.
D) nas expressões que mostram tons opostos nos discursos
empregados aleatoriamente pelo personagem em
conversas com interlocutores variados.
E) no falso elogio á originalidade atribuída a esse
personagem, responsável por seu sucesso no aprendizado
das regras de linguagem da sociedade.
22 - (ENEM/2012)
TEXTO I
A característica da oralidade radiofônica, então, seria
aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no
sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se
traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com
organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve
ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai
“reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de
improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar
emoção, personalidade ao relato do fato.
CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de
cetáceos e primatas que são capazes de aprender novos hábitos
e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se
não isso?
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia
. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012.
TEXTO II
A dois passos do paraíso
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.° 190, jul. 2003.
O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta
supremacia dos humanos em relação aos outros animais. As
estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto
de vista são
A)
B)
C)
D)
E)
definição e hierarquia.
exemplificação e comparação.
causa e consequência.
finalidade e meios.
autoridade e modelo.
21 - (ENEM/2012)
E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele
mesmo, títere voluntário e consciente, como entregava o braço,
as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de suas
articulações e de seus reflexos quando achava nisso
conveniência. Também ele soubera apoderar-se dessa arte, mais
artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de expectativa e
oportunidade, de insolência e submissão, de silêncios e
rompantes, de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata
para o momento preciso, a frase picante ou obscena no ambiente
adequado, o tom humilde diante do superior útil, o grosseiro
diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o
podia prejudicar. Sabia desfazer situações equívocas, e armar
intrigas das quais se saía sempre bem, e sabia, por experiência
própria, que a fortuna se ganha com uma frase, num dado mo
mento, que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige
um estado de alerta para a sua apropriação.
RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro:
GDR, 1963 (fragmento).
No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do personagem
no manejo de discursos diferentes segundo a posição do
interlocutor na sociedade. A crítica à conduta do personagem está
centrada
A)
B)
na imagem do títere ou fantoche em que o personagem
acaba por se transformar, acreditando dominar os jogos de
poder na linguagem.
na alusão à falta de articulações e reflexos do personagem,
dando a entender que ele não possui o manejo dos jogos
discursivos em todas as situações.
A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
“Dedique uma canção a quem você ama”
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Uma carta d'uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria
o dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena e
Pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e para-choque duro…
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br.
Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o
Texto II apresenta, em uma letra de canção,
A)
estilo simples e marcado pela interloculação com o
receptor, típico da comunicação radiofônica.
B) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma
possível situação real de comunicação radiofônica.
C) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o
texto pertencer a uma modalidade de comunicação
diferente da radiofônica.
D) direcionamento do texto a um ouvinte específico divergindo
da finalidade de comunicação do rádio, que e atingir as
massas.
E) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência
rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de
subjetividade do locutor.
23 - (ENEM/2012)
Labaredas nas trevas
Fragmentos do diário secreto de
Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski
D) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica
que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e
almeja os rendimentos da mulher.
E) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito
poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em
termos de conquistas amorosas.
20 DE JULHO [1912]
25 - (ENEM/2012)
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre
Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor,
nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que
eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da
sugestão. […] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba que
é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens
escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.”
20 DE DEZEMBRO [1919]
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou
reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se
passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o
esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury
resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro
que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me
pediram um artigo.
FONSECA, R. Romance negro e outras histórias.
São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).
Na construção de textos literários, os autores recorrem com
frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado
metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”,
pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em
questão, uma relação semântica de
causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um
texto, em que uma contém a causa e a outra, a consequência
B) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um
texto, situando no tempo o que é relatado nas partes em
questão.
C) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes
de um texto, em que uma resulta ou depende de
circunstâncias apresentadas na outra.
D) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um
texto em que uma apresenta uma orientação argumentativa
distinta e oposta à outra.
E) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um
texto em que uma apresenta o meio, por exemplo, para uma
ação e a outra, o desfecho da mesma.
Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da
Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.
A)
24 - (ENEM/2012)
A) socializadora, contribuindo para a popularização da arte.
B) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte.
C) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da
obra.
D) educativa, orientando o comportamento de usuários de um
serviço.
E) contemplativa, evidenciando a importância de artistas
internacionais.
26 - (ENEM/2012)
O SEDUTOR MÉDIO
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?
VERÍSSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?!
Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de
posições críticas
nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de
vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o
que faz do casamento uma convenção benéfica.
B) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da
sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do
adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
C) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” e sinônimo de
metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges se
sentiria realizado.
A)
Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero e
o contexto específico do Sistema de Biblioteca da UFG, esse
cartaz tem função predominantemente
Aqui é o país do futebol
Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol
[...]
No fundo desse país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Nesses noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
Dinheiro fica lá fora
A cama fica lá fora
A mesa fica lá fora
Salário fica lá fora
A fome fica lá fora
A comida fica lá fora
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em:
www.vagalume.com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento).
Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson Simonal, o
futebol, como elemento da cultura corporal de movimento e
expressão da tradição nacional, é apresentado de forma crítica e
emancipada devido ao fato de
A)
B)
C)
D)
E)
reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba.
ser apresentado como uma atividade de lazer.
ser identificado com a alegria da população brasileira.
promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo
futebol.
ser associado ao desenvolvimento do país.
27 - (ENEM/2012)
A)
a possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à
comunicação que a web pode trazer a seu povo e à
facilidade no envio de documentos e na conversação em
tempo real.
B) o uso da internet para preparação e envio de documentos,
bem como a contribuição para as atividades relacionadas
aos trabalhos da cultura indígena.
C) a preservação da identidade, demonstrada pela
conservação do idioma, mesmo com a utilização de novas
tecnologias características da cultura de outros grupos
sociais.
D) adesão ao projeto do Comitê para Democratização da
Informática (CDI), que, em parceria com a ONG Rede
Povos da Floresta, possibilitou o acesso à web, mesmo em
ambiente inóspito.
E) a apropriação da nova tecnologia de forma gradual,
evidente quando os guaranis incorporaram a novidade
tecnológica ao seu estilo de vida com a possibilidade de
acesso à internet.
29 - (ENEM/2011)
Disponível em: www.assine.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).
Com o advento da internet, as versões de revistas e livros
também se adaptaram às novas tecnologias. A análise do texto
publicitário apresentado revela que o surgimento das novas
tecnologias
A)
proporcionou mudanças no paradigma de consumo e oferta
de revistas e livros.
B) incentivou a desvalorização das revistas e livros impressos.
C) viabilizou a aquisição de novos equipamentos digitais.
D) aqueceu o mercado de venda de computadores.
E) diminuiu os incentivos à compra de eletrônicos.
A discussão sobre "o fim do livro de papel" com a
chegada da mídia eletrônica me lembra a discussão idêntica
sobre a obsolescência do folheto de cordel. Os folhetos talvez
não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que
isso aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou
Manuel Camilo dos Santos continuarão sendo publicados e
lidos — em CD-ROM, em livro eletrônico, em "chips quânticos",
sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de
reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em
Braille, folheto, "coffee-table book", cópia manuscrita, arquivo
PDF… Qualquer texto pode se reencarnar nesses (e em
outros) formatos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São
Saruê, se é Macbeth ou O livro de piadas de Casseta &
Planeta.
TAVARES, B. Disponível em: http://jornaldaparaiba.globo.com.
28 - (ENEM/2011)
PALAVRA INDÍGENA
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma
guarani os artefatos da era da computação que ganharam
importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de
angojhá) e windows (oventã)
Quando a internet chegou àquela comunidade, que
abriga em torno de 400 guaranis, há quatro anos, por meio de um
projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena
cedida pela Star One (da Embratel), Potty e sua aldeia logo
vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para
preparação e envio de documentos, mas perceberam que ela
pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os
guaranis já incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de
vida. A importância da internet e da computação para eles está
expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
– Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. "A gente
não está querendo chamar computador de "computador". Sugeri a
eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú rive,
"caixa pra acumular a língua". Nós, brancos, usamos mouse,
windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o
idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) — conta
Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
Ao refletir sobre a possível extinção do livro impresso e o
surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista
manifesta seu ponto de vista, defendendo que
A)
o cordel é um dos gêneros textuais, por exemplo, que será
extinto com o avanço da tecnologia.
B) o livro impresso permanecerá como objeto cultural
veiculador de impressões e de valores culturais.
C) o surgimento da mídia eletrônica decretou o fim do prazer
de se ler textos em livros e suportes impressos.
D) os textos continuarão vivos e passíveis de reprodução em
novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam.
E) os livros impressos desaparecerão e, com eles, a
possibilidade de se ler obras literárias dos mais diversos
gêneros.
30 - (ENEM/2011)
SE NO INVERNO É DIFÍCIL ACORDAR,
IMAGINE DORMIR.
Com a chegada do inverno, muitas pessoas perdem o
sono. São milhões de necessitados que lutam contra a fome e o
frio. Para vencer esta batalha, eles precisam de você. Deposite
qualquer quantia. Você ajuda milhares de pessoas a terem uma
boa noite e dorme com a consciência tranquila.
Veja. 05 set. 1999 (adaptado).
Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010.
O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez
surgir uma série de novos termos que foram acolhidos na
sociedade brasileira em sua forma original, como: mouse,
windows, download, site, homepage, entre outros. O texto trata da
adaptação de termos da informática à língua indígena como uma
reação da tribo Sapucaí, o que revela
O produtor de anúncios publicitários utiliza-se de estratégias
persuasivas para influenciar o comportamento de seu leitor.
Entre os recursos argumentativos mobilizados pelo autor para
obter a adesão do público à campanha, destaca-se nesse texto
A)
B)
a oposição entre individual e coletivo, trazendo um ideário
populista para o anúncio.
a utilização de tratamento informal com o leitor, o que
suaviza a seriedade do problema.
C) o emprego de linguagem figurada, o que desvia a atenção da
população do apelo financeiro.
D) o uso dos numerais "milhares" e "milhões", responsável pela
supervalorização das condições dos necessitados.
E) o jogo de palavras entre "acordar" e "dormir", o que relativiza
o problema do leitor em relação ao dos necessitados.
31 - (ENEM/2011)
No Brasil, a condição cidadã, embora dependa da leitura
e da escrita, não se basta pela enunciação do direito, nem pelo
domínio desses instrumentos, o que, sem dúvida, viabiliza melhor
participação social. A condição cidadã depende, seguramente, da
ruptura com o ciclo da pobreza, que penaliza um largo
contingente populacional.
Formação de leitores e construção da cidadania, memória e presença do
PROLER. Rio de Janeiro: FBN, 2008.
Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e
escrita não são suficientes para garantir o exercício da cidadania,
o autor
A)
B)
C)
D)
E)
critica os processos de aquisição da leitura e da escrita.
fala sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil.
incentiva a participação efetiva na vida da comunidade.
faz uma avaliação crítica a respeito da condição cidadã do
brasileiro.
define instrumentos eficazes para elevar a condição social da
população do Brasil.
32 - (ENEM/2011)
Entre ideia e tecnologia
O grande conceito por trás do Museu da Língua é
apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o
entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com
clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas
situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa.
São Paulo: Segmento, Ano II, nº 6, 2006.
O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa,
ressaltando para o leitor a
O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à
comunicação concisa, por isso essa rede social
A)
é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a
língua padrão.
B) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade
escrita da língua.
C) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco
significativos e, portanto, é pouco útil.
D) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por
revelar uma cultura pouco reflexiva.
E) estimula a produção de frases com clareza e objetividade,
fatores que potencializam a comunicação interativa.
34 - (ENEM/2011)
Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente
importante para diminuir o risco de infarto, mas também de
problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter
uma alimentação saudável e praticar atividade física
regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver
vários problemas. Além disso, é importante para o controle da
pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no
sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a
capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances
de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento
médico e moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida.Época. 23 mar. 2009.
As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo
relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito,
identifica-se, no fragmento, que
A)
a expressão "Além disso" marca uma sequenciação de
ideias.
B) o conectivo "mas também" inicia oração que exprime ideia
de contraste.
C) o termo "como", em "como morte súbita e derrame",
introduz uma generalização.
D) o termo "Também" exprime uma justificativa.
E) o termo "fatores" retoma coesivamente "níveis de colesterol
e de glicose no sangue”.
35 - (ENEM/2011)
A)
inauguração do museu e o grande investimento em cultura no
país.
B) importância da língua para a construção da identidade
nacional.
C) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da
língua.
D) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de
cultura.
E) diversidade étnica e linguística existente no território
nacional.
33 - (ENEM/2011)
Disponível em: http://www.ccsp.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).
O que é possível dizer em 140 caracteres?
Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de
compreender a importância da concisão nos gêneros de escrita
A máxima "menos é mais" nunca fez tanto sentido como
no caso do microblog Twitter, cuja premissa é dizer algo – não
importa o quê – em 140 caracteres. Desde que o serviço foi
criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez
maior, assim como a diversidade de usos que se faz dela. Do
estilo "querido diário" à literatura concisa, passando por
aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o
espaço de um tweet ("pio" em inglês), e entender seu sucesso
pode indicar um caminho para o aprimoramento de um recurso
vital à escrita: a concisão.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).
O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte
mote: "Mude sua embalagem". A estratégia que o autor utiliza
para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de
recursos expressivos, verbais e não verbais, com vistas a
A)
ridicularizar a forma física do possível cliente do produto
anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças
estéticas.
B) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de
buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal
postura.
C) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados
por parte da população, propondo a redução desse
consumo.
D) associar o vocábulo "açúcar" à imagem do corpo fora de
forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.
E) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano
que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática
esportiva.
36 - (ENEM/2011)
O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não
sequencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o
acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a
partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o
leitor tem condições de definir interativamente o fluxo de sua
leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a
uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor.
Trata-se de uma forma de estruturação textual que faz do leitor
simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se
caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica
multilinearizado, multisequencial e indeterminado, realizado em
um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de
tratamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de
múltiplos graus de profundidade simultaneamente, já que não tem
sequência definida, mas liga textos não necessariamente
correlacionados.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o
hipertexto pode ser considerado como um novo espaço de escrita
e leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos de
texto, apresentado em meio eletrônico computadorizado e no qual
há remissões associando entre si diversos elementos, o
hipertexto
A)
é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos totalmente
abertos, desfavorece o leitor, ao confundir os conceitos
cristalizados tradicionalmente.
B) é uma forma artificial de produção da escrita, que, ao desviar
o foco da leitura, pode ter como consequência o menosprezo
pela escrita tradicional.
C) exige do leitor um maior grau de conhecimentos prévios, por
isso deve ser evitado pelos estudantes nas suas pesquisas
escolares.
D) facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação
específica, segura e verdadeira, em qualquer site de busca
ou blog oferecidos na internet.
E) possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura,
sem seguir sequência predeterminada, constituindo-se em
atividade mais coletiva e colaborativa.
37 - (ENEM/2011)
Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas
ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do
território, seja numa relação de oposição, seja de
complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos
que configuram uma norma nacional distinta da do português
europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas
do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas
também as chamadas normas cultas locais às populares ou
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se
consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só
a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação
das variantes continentais, ora em consequência de mudanças
ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os
territórios.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs).
Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação
linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão
sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra
que as normas podem ser aprovadas ou condenadas
socialmente, chamando a atenção do leitor para a
A)
desconsideração da existência das normas populares pelos
falantes da norma culta.
B) difusão do português de Portugal em todas as regiões do
Brasil só a partir do século XVIII.
C) existência de usos da língua que caracterizam uma norma
nacional do Brasil, distinta da de Portugal.
D) inexistência de normas cultas locais e populares ou
vernáculas em um determinado país.
E) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos
frequentes de uma língua devem ser aceitos.
38 - (ENEM/2011)
O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes
filósofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o
assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A
Arte do Envelhecimento. Cícero nota, primeiramente, que todas
as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois
aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter
uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando
realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a
um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero
sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem
do tempo.
NOGUEIRA, P. Saúde & Bem-Estar Antienvelhecimento. Época. 28 abr. 2008.
O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento,
apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo é
A)
B)
C)
D)
E)
esclarecer que a velhice é inevitável.
contar fatos sobre a arte de envelhecer.
defender a ideia de que a velhice é desagradável.
influenciar o leitor para que lute contra o envelhecimento.
mostrar às pessoas que é possível aceitar, sem angústia, o
envelhecimento.
39 - (ENEM/2011)
Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país
era povoado de índios. Importaram, depois, da África, grande
número de escravos. O Português, o Índio e o Negro
constituem, durante o período colonial, as três bases da
população brasileira. Mas no que se refere à cultura, a
contribuição do Português foi de longe a mais notada.
Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado
a lado como línguas de comunicação. Era o tupi que utilizavam
os bandeirantes nas suas expedições. Em 1694, dizia o Padre
Antônio Vieira que "as famílias dos portugueses e índios em
São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as outras, que as
mulheres e os filhos se criam mística e domesticamente, e a
língua que nas ditas famílias se fala é a dos Índios, e a
portuguesa a vão os meninos aprender à escola.”
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa:
Livraria Sá da Costa, 1984 (adaptado).
A identidade de uma nação está diretamente ligada à cultura de
seu povo. O texto mostra que, no período colonial brasileiro, o
Português, o Índio e o Negro formaram a base da população e
que o patrimônio linguístico brasileiro é resultado da
A)
B)
contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros.
diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos
indígenas.
C) importância do padre Antônio Vieira para a literatura de
língua portuguesa.
D) origem das diferenças entre a língua portuguesa e as
línguas tupi.
E) interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua
tupi.
40 - (ENEM/2011)
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um
raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.
A)
imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus
sentimentos.
B) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata
a canção.
C) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo
comportamento.
D) procura explicar a própria linguagem que utiliza para
construir a canção.
E) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem
veiculada.
43 - (ENEM/2011)
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com
relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome
oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é
inadequado, pois
A)
B)
contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e
objeto.
C) gera inadequação na concordância com o verbo.
D) gera ambiguidade na leitura do texto.
E) apresenta dupla marcação de sujeito.
41 - (ENEM/2011)
MANDIOCA – mais um presente da Amazônia
Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As
designações da Manihot utilissima podem variar de região, no
Brasil, mas uma delas deve ser levada em conta em todo o
território nacional: pão-de-pobre – e por motivos óbvios.
Rica em fécula, a mandioca — uma planta rústica e nativa da
Amazônia disseminada no mundo inteiro, especialmente pelos
colonizadores portugueses — é a base de sustento de muitos
brasileiros e o único alimento disponível para mais de 600
milhões de pessoas em vários pontos do planeta, e em
particular em algumas regiões da África.
O melhor do Globo Rural. Fev. 2005 (fragmento).
De acordo com o texto, há no Brasil uma variedade de nomes
para a Manihot utilissima, nome científico da mandioca. Esse
fenômeno revela que
A)
Disponível em: www.ccsp.com.br. Acesso em: 26 jul. 2010 (adaptado).
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao ideário de
consumo quando sua função é vender um produto. No texto
apresentado, utilizam-se elementos linguísticos e extralinguísticos
para divulgar a atração "Noites do Terror”, de um parque de
diversões. O entendimento da propaganda requer do leitor
A)
a identificação com o público-alvo a que se destina o
anúncio.
B) a avaliação da imagem como uma sátira às atrações de
terror.
C) a atenção para a imagem da parte do corpo humano
selecionada aleatoriamente.
D) o reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito
popular.
E) a percepção do sentido literal da expressão "noites do terror”,
equivalente à expressão "noites de terror"..
42 - (ENEM/2011)
Pequeno concerto que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube
amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
existem variedades regionais para nomear uma mesma
espécie de planta.
B) mandioca é nome específico para a espécie existente na
região amazônica.
C) "pão-de-pobre" é designação específica para a planta da
região amazônica.
D) os nomes designam espécies diferentes da planta,
conforme a região.
E) a planta é nomeada conforme as particularidades que
apresenta.
44 - (ENEM/2011)
TEXTO I
Onde está a honestidade?
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade…
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade…
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente...
ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função
poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e
criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e
rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se, também, a
presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da
qual o emissor
TEXTO II
Um vulto da história da música popular brasileira,
reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910,
no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria
completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade,
vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o
patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a
sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no
século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é
atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações
de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?,
de Noel Rosa, evidencia-se por meio
A)
da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa
de alguns.
B) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
C) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
D) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
E) da insistência em promover eventos beneficentes.
B)
falantes que dominam a variedade padrão do português do
Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a
norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por
falantes mais escolarizados.
C) moradores de diversas regiões do país que enfrentam
dificuldades ao se expressar na escrita revelam a constante
modificação das regras de emprego de pronomes e os
casos especiais de concordância.
D) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática
ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos
socialmente para esconderem seu desconhecimento da
norma padrão.
E) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua
portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na
verdade, deveriam usar formas do verbo haver,
contrariando as regras gramaticais.
47 - (ENEM/2010)
45 - (ENEM/2011)
É água que não acaba mais
Dados preliminares divulgados por pesquisadores da
Universidade Federal do Pará (UFPA) apontaram o Aquífero Alter
do Chão como o maior depósito de água potável do planeta. Com
volume estimado em 86 000 quilômetros cúbicos de água doce, a
reserva subterrânea está localizada sob os estados do
Amazonas, Pará e Amapá. "Essa quantidade de água seria
suficiente para abastecer a população mundial durante 500 anos",
diz Milton Matta, geólogo da UFPA. Em termos comparativos,
Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água do Aquífero
Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani
era a maior reserva subterrânea do mundo, distribuída por Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai.
Época. Nº 623, 26 abr. 2010.
Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação,
apresenta resultados de uma pesquisa científica realizada por
uma universidade brasileira. Nessa situação específica de
comunicação, a função referencial da linguagem predomina,
porque o autor do texto prioriza
A)
B)
C)
D)
E)
as suas opiniões, baseadas em fatos.
os aspectos objetivos e precisos.
os elementos de persuasão do leitor.
os elementos estéticos na construção do texto.
os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa.
46 - (ENEM/2011)
Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na
escrita, que, a depender do estrato social e do nível de
escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem
até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois,
na verdade, revelam tendências existentes na língua em seu
processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome
de um "ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da
gramática normativa. Usos como ter por haver em construções
existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto
na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a nãoconcordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios
da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade
de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de
hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs).
Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da
multiplicidade do discurso, verifica-se que
A)
estudantes que não conhecem as diferenças entre língua
escrita e língua falada empregam, indistintamente, usos
aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um
texto escrito.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.
Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua
escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem
especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do
leitor, porque
A)
Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e
adequado para a expressão de uma criança.
B) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro
linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra
de arte.
C) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível
com a linguagem de quadrinhos.
D) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico
informal.
E) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em
razão do registro formal utilizado por este último.
48 - (ENEM/2010)
50 - (ENEM/2010)
BESSINHA. Disponível em: http://pattindica.files.wordpress.com/
2009/08/bessinha458904-jpgimage_1245119001858.jpeg (adaptado).
As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante
a adaptá-la às variadas situações de comunicação. Uma das
marcas linguísticas que configuram a linguagem oral informal
usada entre avô e neto neste texto é
A)
a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de
“foi”.
B) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.
C) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.
D) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de
esse”.
E) a utilização do pronome “que” em início de frase
exclamativa.
49 - (ENEM/2010)
51 - (ENEM/2010)
Diante do número de óbitos provocados pela gripe H1N1 – gripe
suína – no Brasil, em 2009, o Ministro da Saúde fez um
pronunciamento público na TV e no rádio. Seu objetivo era
esclarecer a população e as autoridades locais sobre a
necessidade do adiamento do retorno às aulas, em agosto, para
que se evitassem a aglomeração de pessoas e a propagação
do vírus.
Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua,
tratada no texto, verifica-se que a escrita
modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus
textos registrados por outros.
B) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência
de ideias ao longo do tempo.
C) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade.
D) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por
meio da oralidade.
E) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.
Assaltantes roubam no ABC 135 mil figurinhas da
Copa do Mundo
Cinco assaltantes roubaram 135 mil figurinhas do álbum
da Copa do Mundo 2010 na noite de quarta-feira (21), em Santo
André, no ABC. Segundo a assessoria da Treelog, empresa que
distribui os cromos, ninguém ficou ferido durante a ação.
O roubo aconteceu por volta das 23h30. Armados, os
criminosos renderam 30 funcionários que estavam no local,
durante cerca de 30 minutos, e levaram 135 caixas, cada uma
delas contendo mil figurinhas. Cada pacote com cinco cromos
custa R$ 0,75.
Procurada pelo G1, a Panini, editora responsável pelas
figurinhas, afirmou que a falta dos cromos em algumas bancas
não tem relação com o roubo. Segundo a editora, isso se deve à
grande demanda pelas figurinhas.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).
A notícia é um gênero jornalístico. No texto, o que caracteriza a
linguagem desse gênero é o uso de
A)
B)
C)
D)
E)
expressões linguísticas populares.
palavras de origem estrangeira.
variantes linguísticas regionais.
termos técnicos e científicos.
formas da norma padrão da língua.
A)
Fazendo uso da norma padrão da língua, que se pauta pela
correção gramatical, seria correto o Ministro ler, em seu
pronunciamento, o seguinte trecho:
A)
Diante da gravidade da situação e do risco de que nos
expomos, há a necessidade de se evitar aglomerações de
pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia.
B) Diante da gravidade da situação e do risco a que nos
expomos, há a necessidade de se evitarem aglomerações
de pessoas, para que se possam conter o avanço da
epidemia.
C) Diante da gravidade da situação e do risco a que nos
expomos, há a necessidade de se evitarem aglomerações
de pessoas, para que se possa conter o avanço da
epidemia.
D) Diante da gravidade da situação e do risco os quais nos
expomos, há a necessidade de se evitar aglomerações de
pessoas, para que se possa conter o avanço da epidemia.
E) Diante da gravidade da situação e do risco com que nos
expomos, tem a necessidade de se evitarem aglomerações
de pessoas, para que se possa conter o avanço da
epidemia.
52 - (ENEM/2010)
54 - (ENEM/2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao
mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos
nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada
um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo
as variações são mais numerosas que as notas de uma escala
musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se
imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo
mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar
não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O
pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns
tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um
duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau,
Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r.
José Américo só me chamava, afetuosamente, de
Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação
linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes
regiões. As características regionais exploradas no texto
manifestam-se
A)
B)
C)
D)
E)
na fonologia.
no uso do léxico.
no grau de formalidade.
na organização sintática.
na estruturação morfológica.
53 - (ENEM/2010)
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e
sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si,
malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era
enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era
forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o
vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe
que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo
horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha
na mão, não outras, mas essas apenas.
Esse texto é uma propaganda veiculada nacionalmente. Esse
gênero textual utiliza-se da persuasão com
uma
intencionalidade específica. O principal objetivo desse texto é
A)
comprovar que o avanço da dengue no país está
relacionado ao fato de a população desconhecer os
agentes causadores.
B) convencer as pessoas a se mobilizarem, com o intuito de
eliminar os agentes causadores da doença.
C) demonstrar que a propaganda tem um caráter institucional
e, por essa razão, não pretende vender produtos.
D) informar à população que a dengue é uma doença que
mata e que, por essa razão, deve ser combatida.
E) sugerir que a sociedade combata a doença, observando os
sintomas apresentados e procurando auxílio médico.
55 - (ENEM/2010)
Estamos em plena “Idade Mídia” desde os anos de
1990, plugados durante muitas horas semanais (jovens entre 13
e 24 anos passam 3h30 diárias na Internet, garante pesquisa
Studio Ideias para o núcleo Jovem da Editora Abril),
substituímos as cartas pelos e-mails, os diários intímos pelos
blogs, os telegramas pelo Twitter, a enciclopédia pela
Wikipédia, o álbum de fotos pelo Flickr. O YouTube é mais
atraente do que a TV.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
PERISSÉ, G. A escrita na Internet. Especial Sala de Aula.
São Paulo, 2010 (fragmento).
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento
apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação
e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo
mas
Cada sistema de comunicação tem suas especificidades. No
ciberespaço, os textos virtuais são produzidos combinando-se
características de gêneros tradicionais. Essa combinação
representa,
A)
A)
expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que
aparece no texto.
B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se
usado no início da frase.
C) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura
da frase.
D) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a
conclusão do leitor.
E) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de
uso.
na redação do e-mail, o abandono da formalidade e do
rigor gramatical.
B) no uso do Twitter, a presença da concisão, que aproxima
os textos às manchetes jornalísticas.
C) na produção de um blog, a perda da privacidade, pois o
blog se identifica com o diário íntimo.
D) no uso do Twitter, a falta de coerência nas mensagens ali
veiculadas, provocada pela economia de palavras.
E) na produção de textos em geral, a soberania da autoria
colaborativa no ciberespaço.
56 - (ENEM/2010)
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se
desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores
chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um
deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos
mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele,
controlando sua reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Predomina no texto a função da linguagem
A)
emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação
à ecologia.
B) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de
comunicação.
C) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de
linguagem.
D) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do
leitor.
E) referencial, porque o texto trata de noções e informações
conceituais.
57 - (ENEM/2010)
Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por
mim?
[…]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção
coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a
elementos que compõem uma escola de samba e à situação
emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o
coração no ritmo da percussão.
Essa palavra corresponde a um(a)
A)
estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em
outras línguas e representativos de outras culturas.
B) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos
mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
C) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado
grupo social e que pode vir a se disseminar em uma
comunidade mais ampla.
D) regionalismo, por ser palavra característica de determinada
área geográfica.
E) termo técnico, dado que designa elemento de área específica
de atividade.
por pessoas do mundo inteiro. Ou seja, a relevância da
informação não é determinada pela tradição cultural, como nas
antigas enciclopédias, mas pela dinâmica da mídia.
Assim, questiona-se a possibilidade de serem
encontradas informações corretas entre sabotagens deliberadas
e contribuições erradas.
NÉO, A. et al. A internet que você faz. In: Revista PENSE! Secretaria de
Educação do Estado do Ceará Ano 2, nº. 3, mar.-abr. 2010 (adaptado).
As novas Tecnologias de Informação e Comunicação, como a
Wikipédia,
têm
trazido
inovações
que
impactaram
significativamente a sociedade. A respeito desse assunto, o
texto apresentado mostra que a falta de confiança na
veracidade dos conteúdos registrados na Wikipédia
A)
acontece pelo fato de sua construção coletiva possibilitar a
edição e reedição das informações por qualquer pessoa no
mundo inteiro.
B) limita a disseminação do saber, apesar do crescente
número de acessos ao site que a abriga, por falta de
legitimidade.
C) ocorre pela facilidade de acesso à página, o que torna a
informação vulnerável, ou seja, pela dinâmica da mídia.
D) ressalta a crescente busca das enciclopédias impressas
para as pesquisas escolares.
E) revela o desconhecimento do usuário, impedindo-o de
formar um juízo de valor sobre as informações.
59 - (ENEM/2010)
Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa
Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está
prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil.
Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que
está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se
transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta
que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem
afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções
orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. Ao que
dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada
menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo
Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste
crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil
estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou
seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras
mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade
depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e
extravagantes.
Coluna Penalti. Carta Capital. 28 abr. 2010.
O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José
Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao então presidente
da Republica Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira
mostram que seu texto foi elaborado em linguagem
A)
58 - (ENEM/2010)
A Internet que você faz
Uma pequena invenção, a Wikipédia, mudou o jeito de
lidarmos com informações na rede. Trata-se de uma enciclopédia
virtual colaborativa, que é feita e atualizada por qualquer
internauta que tenha algo a contribuir. Em resumo: é como se
você imprimisse uma nova página para a publicação
desatualizada que encontrou na biblioteca.
Antigamente, quando precisávamos de alguma
informação confiável, tínhamos a enciclopédia como fonte segura
de pesquisa para trabalhos, estudos e pesquisa em geral.
Contudo, a novidade trazida pela Wikipédia nos coloca
em uma nova circunstância, em que não podemos confiar
integralmente no que lemos.
Por ter como lema principal a escritura coletiva, seus
textos trazem informações que podem ser editadas e reeditadas
regional, adequada à troca de informações na situação
apresentada.
B) jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do
futebol.
C) coloquial, considerando-se que ele era um cidadão
brasileiro comum.
D) culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de
comunicação.
E) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu
interlocutor.
60 - (ENEM/2010)
Câncer 21/06 a 21/07
O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na
sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde
você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se
ressentirá. O que ficou guardado virá à tona para ser
transformado, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”.
Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para
se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação
entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita
na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será
testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as
próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar
além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade
com os assuntos da alma.
62 - (ENEM/2010)
Revista Cláudia. N.º 7, ano 48, jul. 2009.
O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto
de uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo e
seu formato mais comum relacionam-se aos conhecimentos
construídos socioculturalmente. A análise dos elementos
constitutivos desse texto demonstra que sua função é
A)
B)
C)
D)
E)
vender um produto anunciado.
informar sobre astronomia.
ensinar os cuidados com a saúde.
expor a opinião de leitores em um jornal.
aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
61 - (ENEM/2010)
As redes sociais de relacionamento ganham força a cada
dia. Uma das ferramentas que tem contribuído significativamente
para que isso ocorra é o surgimento e a consolidação da
blogosfera, nome dado ao conjunto de blogs e blogueiros que
circulam pela Internet. Um blog é um site com acréscimos dos
chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de
forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta
do blog, podendo ser escritos por um número variável de
pessoas, de acordo com a política do blog. Muitos blogs fornecem
comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros
funcionam mais como diários on-line. Um blog típico combina
texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e mídias
relacionadas a seu tema. A possibilidade de leitores deixarem
comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é
uma parte importante dos blogs.
O que foi visto com certa desconfiança pelos meios de
comunicação virou até referência para sugestões de reportagem.
A linguagem utilizada pelos blogueiros, autores e leitores de
blogs, foge da rigidez praticada nos meios de comunicação e
deixa o leitor mais próximo do assunto, além de facilitar o diálogo
constante entre eles.
Disponível em: http//pt.wikipedia.org. Acesso em: 21 maio 2010 (adaptado).
As redes sociais compõem uma categoria de organização social
em que grupos de indivíduos utilizam a Internet com objetivos
comuns de comunicação e relacionamento. Nesse contexto, os
chamados blogueiros
promovem discussões sobre diversos assuntos, expondo
seus pontos de vista particulares e incentivando a troca de
opiniões e consolidação de grupos de interesse.
B) contribuem para o analfabetismo digital dos leitores de blog,
uma vez que não se preocupam com os usos padronizados
da língua.
C) interferem nas rotinas de encontros e comemorações de
determinados segmentos, porque supervalorizam o contato a
distância.
D) definem previamente seus seguidos, de modo a evitar que
pessoas que não compactuam com as mesmas opiniões
interfiram no desenvolvimento de determinados assuntos.
E) utilizam os blogs para exposição de mensagens particulares,
sem se preocuparem em responder aos comentários
recebidos, e abdicam do uso de outras ferramentas virtuais,
como o correio eletrônico.
Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.
O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de
drogas. Essa abordagem, que se diferencia das de outras
campanhas, pode ser identificada
A)
pela seleção do público alvo da campanha, representado,
no cartaz, pelo casal de jovens.
B) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma
ordem aos usuários e não usuários: diga não às drogas.
C) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a
ideia de que não é a droga que faz a cabeça do jovem.
D) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade
do tema e a ambiência amena que envolve a cena.
E) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens,
que não possuem autonomia para seguir seus caminhos.
63 - (ENEM/2010)
S.O.S Português
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito
diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da
língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala
e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao
código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais
complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao
conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com
situações de uso. Outra abordagem permite encarar as
diferenças como um produto distinto de duas modalidades da
língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos
damos conta disso.
A)
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, n.º 231, abr. 2010
(fragmento adaptado).
O assunto tratado no fragmento é relativo à lingua portuguesa e
foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as
características próprias desse tipo de texto, identificam-se as
marcas linguísticas prórias do uso
A)
regional, pela presença de léxico de determinada região do
Brasil.
B) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
C) técnico, por meio de expressões próprias de textos
científicos.
D) coloquial, por meio do registro de informalidade.
E) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
64 - (ENEM/2010)
66 - (ENEM/2010)
Expressões Idiomáticas
O American Idol islâmico
Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões
que se caracterizam por não identificar seu significado através de
suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível
traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de
cada região. Nas diversas regiões do país, há várias expressões
idiomáticas que integram os chamados dialetos.
Quem não gosta do Big Brother diz que os reality
shows são programas vazios, sem cultura. No mundo árabe,
esse problema já foi resolvido: em The Millions’ Poet (“O Poeta
dos Milhões”), líder de audiência no golfo pérsico, o prêmio vai
para o melhor poeta. O programa, que é transmitido pela Abu
Dhabi TV e tem 70 milhões de espectadores, é uma competição
entre 48 poetas de 12 países árabes — em que o vencedor leva
um prêmio de US$ 1,3 milhão.
Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia. O BBB
teve a polêmica dos “coloridos” (grupo em que todos os
participantes eram homossexuais). E Millions’ Poet detonou
uma discussão sobre os direitos da mulher no mundo árabe.
Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 24 abr. 2010 (adaptado).
O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas,
utilizando-se de um recurso metalinguístico que se caracteriza por
A)
influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em
relação ao preconceito contra os falantes que utilizam
expressões idiomáticas.
B) externar atitudes preconceituosas em relação às classes
menos favorecidas que utilizam expressões idiomáticas.
C) divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e
controlar a atenção do interlocutor, ativando o canal de
comunicação entre ambos.
D) definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem
parte do cotidiano do falante pertencente a grupos regionais
diferentes.
E) preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das
expressões idiomáticas existentes em regiões distintas.
65 - (ENEM/2010)
O Chat e sua linguagem virtual
GARATTONI, B. O American Idol islâmico. SuperInteressante.
Edição 278, maio 2010 (fragmento).
No trecho “Mas lá, como aqui, o reality gera controvérsia”, o
termo destacado foi utilizado para estabelecer uma ligação com
outro termo presente no texto, isto é, fazer referência ao
A)
B)
C)
D)
E)
vencedor, que é um poeta árabe.
poeta, que mora na região da Arábia.
mundo árabe, local em que há o programa.
Brasil, lugar onde há o programa BBB.
programa, que há no Brasil e na Arábia.
67 - (ENEM/2010)
Texto I
Chão de esmeralda
O significado da palavra chat vem do inglês e quer dizer
“conversa”. Essa conversa acontece em tempo real, e, para isso,
é necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao
mesmo tempo, o que chamamos de comunicação síncrona. São
muitos os sites que oferecem a opção de bate-papo na internet,
basta escolher a sala que deseja “entrar”, identificar-se e iniciar a
conversa. Geralmente, as salas são divididas por assuntos, como
educação, cinema, esporte, música, sexo, entre outros. Para
entrar, é necessário escolher um nick, uma espécie de apelido
que identificará o participante durante a conversa. Algumas salas
restringem a idade, mas não existe nenhum controle para verificar
se a idade informada é realmente a idade de quem está
acessando, facilitando que crianças e adolescentes acessem
salas com conteúdos inadequados para sua faixa etária.
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E tinge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um catavento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira. Marola
Edições Musicais
Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.chicobuarque.com.br.
AMARAL, S. F. Internet: novos valores e novos comportamentos.
In: SILVA, E. T.
(Coord.). A leitura nos oceanos da internet. São Paulo: Cortez, 2003. (adaptado).
Segundo o texto, o chat proporciona a ocorrência de diálogos
instantâneos com linguagem específica, uma vez que nesses
ambientes interativos faz-se uso de protocolos diferenciados de
interação. O chat, nessa perspectiva, cria uma nova forma de
comunicação porque
A)
possibilita que ocorra diálogo sem a exposição da identidade
real dos indivíduos, que podem recorrer a apelidos fictícios
sem comprometer o fluxo da comunicação em tempo real.
B) disponibiliza salas de bate-papo sobre diferentes assuntos
com pessoas pré-selecionadas por meio de um sistema de
busca monitorado e atualizado por autoridades no assunto.
C) seleciona previamente conteúdos adequados à faixa etária
dos usuários que serão distribuídos nas faixas de idade
organizadas pelo site que disponibiliza a ferramenta.
D) garante a gravação das conversas, o que possibilita que um
diálogo permaneça aberto, independente da disposição de
cada participante.
E) limita a quantidade de participantes conectados nas salas de
bate-papo, a fim de garantir a qualidade e eficiência dos
diálogos, evitando mal-entendidos.
Texto II
Quando a escola de samba entra na Marquês de
Sapucaí, a plateia delira, o coração dos componentes bate mais
forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse verdadeiro
espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos
fogos de artifício, existe um verdadeiro batalhão de alegria: são
costureiras, aderecistas, diretores de ala e de harmonia,
pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que
garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores.
Revista de Carnaval 2010:
Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de Mangueira, 2010.
Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o
compromisso dos dirigentes e de todos os componentes com a
escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma das
diferenças que se estabelece entre os textos é que
A)
o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções
e sensações, mais do que a letra de música.
B)
a letra de música privilegia a função social de comunicar a
seu público a crítica em relação ao samba e aos sambistas.
C) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas
e a própria escola, enquanto a linguagem, no Texto II,
cumpre a função de informar e envolver o leitor.
D) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I
acende a rivalidade entre escolas de samba, enquanto o
Texto II é neutro.
E) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o
Texto II destaca o trabalho na escola de samba.
68 - (ENEM/2010)
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol.
Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a
bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na
jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim
apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede
quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato
Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários
conectivos, sendo que
A)
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A
DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM
JUROS.
Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos.
Revista Época. N.º 424, 03 de jul. 2006.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas
de linguagem, assumindo configurações específicas, formais e de
conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto
publicitário, seu objetivo básico é
A)
influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que
visam à adesão ao consumo.
B) definir regras de comportamento social pautadas no combate
ao consumismo exagerado.
C) defender a importância do conhecimento de informática pela
população de baixo poder aquisitivo.
D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes
sociais economicamente desfavorecidas.
E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
máquina, mesmo a mais moderna.
69 - (ENEM/2010)
após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a
zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.
B) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta
duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.
C) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os
fatos observados no jogo em ordem cronológica de
ocorrência.
D) mesmo traz ideia de concessões, já que “com mais posse
de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado.
E) por causa de indica consequência, porque as tentativas de
ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um
bloqueio.
71 - (ENEM/2010)
Riqueza ameaçada
Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está
ameaçada de extinção – mais da metade (110) é falada por
menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas
serem amarradas em árvores quando se expressavam em suas
línguas, lembra o cacique Felisberto Kokama, um analfabeto
para os nossos padrões e um guardião da pureza de seu idioma
(caracterizado por uma diferença marcante entre a fala
masculina e a feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões.
Outro Kokama, o professor Leonel, da região de Santo
Antônio do Içá (AM), mostra o problema atual: “Nosso povo se
rendeu às pessoas brancas pelas dificuldades de sobrevivência.
O Contato com a língua portuguesa foi exterminando e
dificultando a prática da nossa língua. Há poucos falantes, e
com vergonha de falar. A língua é muito preconceituada entre
nós mesmos”.
Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26 , 2007.
O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes
do patrimônio linguístico e cultural do país possui causas
variadas. Segundo o professor Leonel, da região de Santo
Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão
ameaçados de extinção devido ao
A)
Pela evolução do texto, no que se refere à linguagem empregada,
percebe-se que a garota
A) deseja afirmar-se como nora por meio de uma fala poética.
B) utiliza expressões linguísticas próprias do discurso infantil.
C) usa apenas expressões linguísticas presentes no discurso
formal.
D) se expressa utilizando marcas do discurso formal e do
informal.
E) usa palavras com sentido pejorativo para assustar o
interlocutor.
70 - (ENEM/2010)
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o
Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e
tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros
rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por
Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por
causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.
medo que as pessoas tinham de serem castigadas por
falarem a sua língua.
B) número reduzido de índios que continuam falando entre si
nas suas reservas.
C) contato com falantes de outras línguas e a imposição de
um outro idioma.
D) desaparecimento das reservas indígenas em decorrência
da influência do branco.
E) descaso dos governantes em preservar esse patrimônio
cultural brasileiro.
72 - (ENEM/2010)
Testes
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site
da internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de
você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até
os doze anos, depois disso você buscou conhecimento
intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente
o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado
uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele
acertou na mosca.
Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que
não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo
diferente do que havia respondido antes. Marquei umas
alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha
personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os
acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos,
depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu
amadurecimento”.
MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).
Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os
usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:
“Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a
ver”.
B) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze
anos”.
C) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da
internet”.
D) “Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte”.
E) “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal
com o pai da psicanálise”.
A)
73 - (ENEM/2010)
74 - (ENEM/2010)
Texto I
Sob o olhar do Twitter
Vivemos a era da exposição e do compartilhamento.
Público e privado começam a se confundir. A ideia de
privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma
mensagem curta que tenta encapsular uma ideia complexa.
Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de
pessoas o praticam diariamente. No mundo todo, são
disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140
toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails,
deixar recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN,
tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a
qualquer hora. Estamos conectados. Superconectados, na
verdade, de várias formas.
[...] O mais recente exemplo de demanda por total
conexão e de uma nova sintaxe social é o Twitter, o novo
serviço de troca de mensagens pela internet. O Twitter pode ser
entendido como uma mistura de blog e celular.
As mensagens são de 140 toques, como os torpedos
dos celulares, mas circulam pela internet, como os textos de
blogs. Em vez de seguir para apenas uma pessoa, como no
celular ou no MSN, a mensagem do Twitter vai para todos os
“seguidores” – gente que acompanha o emissor. Podem ser 30,
300 ou 409 mil seguidores.
MARTINS, I; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009 (fragmento adaptado).
Texto II
Todo texto apresenta uma intenção, da qual derivam as escolhas
linguísticas que o compõem. O texto da campanha publicitária e o
da charge apresentam, respectivamente, composição textual
pautada por uma estratégia
A)
expositiva, porque informa determinado assunto de modo
isento; e interativa, porque apresenta intercâmbio verbal
entre dois personagens.
B) descritiva, pois descreve ações necessárias ao combate à
dengue; e narrativa, pois um dos personagens conta um fato,
um acontecimento.
C) injuntiva, uma vez que, por meio do cartaz, diz como se deve
combater a dengue; e dialogal, porque estabelece uma
interação oral.
D) narrativa, visto que apresenta relato de ações a serem
realizadas; e descritiva, pois um dos personagens descreve a
ação realizada.
E) persuasiva, com o propósito de convencer o interlocutor a
combater a dengue; e dialogal, pois há a interação oral entre
os personagens.
MARTINS, I; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009.
Da comparação entre os textos, depreende-se que o texto II
constitui um passo a passo para interferir no comportamento
dos usuários, dirigindo-se diretamente aos leitores, e o texto I
A)
B)
adverte os leitores de que a internet pode transformar-se
em um problema porque expõe a vida dos usuários e, por
isso, precisa ser investigada.
ensina aos leitores os procedimentos necessários para que
as pessoas conheçam, em profundidade, os principais
meios de comunicação da atualidade.
C) exemplifica e explica o novo serviço global de mensagens
rápidas que desafia os hábitos de comunicação e reinventa o
conceito de privacidade.
D) procura esclarecer os leitores a respeito dos perigos que o
uso do Twitter pode representar nas relações de trabalho e
também no plano pessoal.
E) apresenta uma enquete sobre as redes sociais mais usadas
na atualidade e mostra que o Twitter é preferido entre a
maioria dos internautas.
75 - (ENEM/2010)
O presidente lula assinou, em 29 de setembro de 2008,
decreto sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
As novas regras afetam principalmente o uso dos
acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Longe de um
consenso, muita polêmica tem-se levantado em Macau e nos oito
países de lingua portuguesa: Brasil, Angola, Cabo Verde, GuinéBissau, Moçambique, Portugal, são Tomé e Príncipe e Timor
leste.
Comparando as diferentes opiniões sobre a validade de se
estabelecer o acordo para fins de unificação, o argumento que,
em grande parte, foge a essa discussão é
A)
“A Academia (Brasileira de Letras) encara essa aprovação
como um marco histórico. Inscreve-se, finalmente, a Língua
Portuguesa no rol daquelas que conseguiram beneficiar-se
há mais tempo da unificação de seu sistema de grafar, numa
demonstração de consciência da política do idioma e de
maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da
Lusofonia.”
SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: http://academia.org.br.
Acesso em: 10 nov. 2008.
B)
“Acordo
ortográfico?
Não,
obrigado.
Sou
contra.
Visceralmente
contra.
Filosoficamente
contra.
Linguisticamente contra. Eu gosto do “c” do “actor” e o “p” de
“cepticismo”. Representam um patrimônio, uma pegada
etimológica que faz parte de uma identidade cultural. A
pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado.
Aceitar essa aberração significa apenas que a irmandade
entre Portugal e o Brasil continua a ser a irmandade do
atraso.”
76 - (ENEM/2010)
Maurício e o leão chamado Millôr
Livro de Flavia Maria ilustrado por cartunista nasce
como um dos grandes títulos do gênero infantil
Um livro infantil ilustrado por Millôr há de ter alguma
grandeza natural, um viço qualquer que o destaque de um
gênero que invade as livrarias (2 mil títulos novos, todo ano)
nem sempre com qualidade. Uma pegada que o afaste do risco
de fazer sombra ao fato de ser ilustrado por Millôr: Maurício - O
Leão de Menino (CosacNaify, 24 páginas, R$ 35), de Flavia
Maria, tem essa pegada.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br.
Acesso em: 30 abr. 2010 (fragmento).
Como qualquer outra variedade linguística, a norma padrão tem
suas especificidades. No texto, observam- se marcas da norma
padrão que são determinadas pelo veículo em que ele circula,
que é a Revista Língua Portuguesa. Entre essas marcas,
evidencia-se
A)
a obediência às normas gramaticais, como a concordância
em “um gênero que invade as livrarias”.
B) a presença de vocabulário arcaico, como em “há de ter
alguma grandeza natural”.
C) o predomínio de linguagem figurada, como em “um viço
qualquer que o destaque”.
D) o emprego de expressões regionais, como em “tem essa
pegada”.
E) o uso de termos técnicos, como em “grandes títulos do
gênero infantil”.
77 - (ENEM/2010)
COUTINHO, J. P. Folha de São Paulo, Ilustrada. 28 set. 2008, E1 (adaptado).
C) “Há um conjunto de necessidades políticas e econômicas
com vista à internacionalização do português como
identidade e marca econômica.” “É possível que o (Femando)
Pessoa, como produto de exportação, valha mais do que a
PT (Portugal Telecom). Tem um valor econômico único.”
RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: http://
ultimahora.publico.clix.pt. Acesso em: 10 nov. 2008.
D) “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo Ortográfico.”
“O acordo não leva a unidade nenhuma.” “Não se pode
aplicar na ordem interna um instrumento que não está aceito
internacionalmente” e nem assegura “a defesa da língua
como património, como prevê a Constituição nos artigos 9º e
68º.”
MOURA, V. G. Escritor e eurodeputado.
Disponível em: www.mundoportugues.org.
Acesso em: 10 nov. 2008.
E)
e) “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unificação da
língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em
paridade. Unidade não significa que temos que andar todos
ao mesmo passo. Não é necessário que nos tornemos
homogéneos. Até porque o que enriquece a língua
portuguesa são as diversas literaturas e formas de
utilização.”
RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado em
Macau. Disponível em: http://taichungpou.blogspot.com. Acesso em: 10. nov. 2008
(adaptado).
APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES DE CRIANÇAS
TAMBÉM PRECISAM DE UM MELHOR AMIGO. SEJA O
MELHOR AMIGO DE UMA CRIANÇA.
Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil.
Revista IstoÉ. São Paulo:
Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.
Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se
que, nessa peça publicitária, predominantemente, busca-se
A)
B)
C)
D)
E)
conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.
reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.
divulgar informações a respeito de um dado assunto.
enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio
enunciador.
ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo
veiculado.
78 - (ENEM/2010)
O novo boca a boca
Tomara que não seja verdade, porque, se for, os críticos,
comentaristas, os chamados formadores de opinião, todos
corremos o risco de perder nossa razão de ser e nossos
empregos. Há uma nova ameaça à vista. Dizem que a Internet
será em breve, já está sendo, o boca a boca de milhões de
pessoas, isto é, vai substituir aquele processo usado
tradicionalmente para recomendar um filme, uma peça, um livro e
até um candidato. Não mais a orientação transmitida pela
imprensa e nem mesmo as dicas dadas pessoalmente – tudo
seria feito virtualmente pelos mecanismos de mobilização da
rede.
VENTURA, Z. O Globo, 19 set. 2009 (fragmento).
Segundo o texto, a Internet apresenta a possibilidade de modificar
as relações sociais, na medida em que estabelece novos meios
de realizar atividades cotidianas. A preocupação do autor acerca
do desaparecimento de determinadas profissões deve-se
A)
às habilidades necessárias a um bom comunicador, que
podem ser comprometidas por problemas pessoais.
B) à confiabilidade das informações transmitidas pelos
internautas, que superam as informações jornalísticas.
C) ao número de pessoas conectadas à Internet, à rapidez e à
facilidade com que a informação acontece.
D) aos boatos que atingem milhões de pessoas, levando a
população a desacreditar nos formadores de opinião.
E) aos computadores serem mais eficazes do que os
profissionais da escrita para informar a sociedade.
79 - (ENEM/2010)
Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras
O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0,
com um gol no final da partida. O cenário era para ser de alegria,
já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo
para conquistar a vaga para as semifinais, mas não foi bem isso
que aconteceu. O meia Diego Souza foi substituído no segundo
tempo debaixo de vaias dos torcedores palmeirenses e chegou a
fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o
meia chegou a dizer que estava feliz por jogar no Verdão.
— Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou
muito feliz aqui — disse.
Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era
substituído, Diego Souza ironizou a torcida do Palmeiras.
—Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão,
antes de descer para os vestiários.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.
A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas
que se estabelecem entre as partes do texto. Tais relações
podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos
coesivos ou não ser explicitadas, no caso da justaposição.
Considerando-se o texto lido,
A)
B)
no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação
de consequência entre os segmentos do texto.
no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação
de adição entre os segmentos do texto.
C) entre o primeiro e o segundo parágrafos, está implícita uma
relação de causalidade.
D) no quarto parágrafo, o conectivo enquanto estabelece uma
relação de explicação entre os segmentos do texto.
E) entre o quarto e o quinto parágrafos, está implícita uma
relação de oposição.
80 - (ENEM/2010)
Resta saber o que ficou das línguas indígenas no
português do Brasil. Serafim da Silva Neto afirma: “No
português brasileiro não há positivamente, influência das
línguas africanas ou ameríndias”. Todavia, é difícil de aceitar
que um longo período de bilinguismo de dois séculos não
deixasse marcas no português do Brasil.
ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil.
Rio de Janeiro: Lucerna, 2003 (adaptado).
No final do século XVIII, no norte do Egito, foi
descoberta a Pedra de Roseta, que continha um texto escrito
em egípcio antigo, uma versão desse texto chamada
“demótico”, e o mesmo texto escrito em grego. Até então, a
antiga escrita egípcia não estava decifrada. O inglês Thomas
Young estudou o objeto e fez algumas descobertas como, por
exemplo, a direção em que a leitura deveria ser feita. Mais
tarde, o francês Jean-François Champollion voltou a estudá-la e
conseguiu decifrar a antiga escrita egípcia a partir do grego,
provando que, na verdade, o grego era a língua original do texto
e que o egípcio era uma tradução.
Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre as línguas,
que
A)
B)
cada língua é unica e intraduzível.
elementos de uma língua são preservados, ainda que não
haja mais falantes dessa língua.
C) a língua escrita de determinado grupo desaparece quando
a sociedade que a produzia é extinta.
D) o egípcio antigo e o grego apresentam a mesma estrutura
gramatical, assim como as línguas indígenas brasileiras e o
português do Brasil.
E) o egípcio e o grego apresentavam letras e palavras
similares, o que possibilitou a comparação linguística, o
mesmo que aconteceu com as línguas indígenas brasileiras
e o português do Brasil.
TEXTO: 1 - Comum à questão: 81
A carreira do crime
Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo
Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de drogas nas
favelas cariocas expõe as bases sociais dessas quadrilhas,
contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado enfrenta
no combate ao crime organizado.
O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária
(nenhum dos entrevistados havia completado o ensino
fundamental) um plano de carreira bem estruturado, com
salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000 mensais.
Para uma base de comparação, convém notar que,
segundo dados do IBGE de 2001, 59% da população brasileira
com mais de dez anos que declara ter uma atividade
remunerada ganha no máximo o ‘piso salarial’ oferecido pelo
crime. Dos traficantes ouvidos pela pesquisa, 25% recebiam
mais de R$ 2.000 mensais; já na população brasileira essa taxa
nao ultrapassa 6%.
Tais rendimentos mostram que as políticas sociais
compensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15
mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes de
impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças
provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas aliviam
um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais a
manterem os filhos estudando, o que de modo algum
impossibilita a opção pela deliquência. No mesmo sentido, os
programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime organizado
(circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de futebol) são
importantes, mas não resolvem o problema.
A única maneira de reduzir a atração exercida pelo
tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que
escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adolescentes
provam isso: eles são elevados precisamente porque a
possibilidade de ser preso não é desprezivel. É preciso que o
Executivo federal e os estaduais desmontem as organizações
paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de
punição elimine o fascínio dos salários do crime.
Editorial. Folha de São Paulo. 15 jan, 2003.
81 - (ENEM/2010)
Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para
A)
uma denúncia de quadrilhas que se organizam em torno do
narcotráfico.
B) a constatação de que o narcotráfico restringe-se aos centros
urbanos.
C) a informação de que as políticas sociais compensatórias
eliminarão a atividade criminosa a longo prazo.
D) o convencimento do leitor de que para haver a superação o
do problema do narcotráfico é preciso aumentar a ação
policial.
E) uma exposição numérica realizada com o fim de mostrar que
o negócio do narcotráfico é vantajoso e sem riscos.
TEXTO: 2 - Comum à questão: 82
Tampe a panela
Parece conselho de mãe para a comida não esfriar, mas
a ciência explica como é possível ser um cidadão ecossustentável
adotando o simples ato de tampar a panela enquanto esquenta a
água para o macarrão ou para o cafezinho. Segundo o físico
Cláudio Furukawa, da USP, a cada minuto que a água ferve em
uma panela sem tampa, cerca de 20 gramas do líquido evaporam.
Com o vapor, vão embora 11 mil calorias. Como o poder
de conferir calor do GLP, aquele gás utilizado no botijão de
cozinha, é de 11 mil calorias por grama, será preciso 1 grama a
mais de gás por minuto para aquecer a mesma quantidade de
água. Isso pode não parecer nada para você ou para um botijão
de 13 quilos, mas imagine o potencial de devastação que um
cafezinho despretensioso e sem os devidos cuidados pode
provocar em uma população como a do Brasil: 54,6 toneladas de
gás desperdiçado por minuto de aquecimento da água,
considerando que cada família brasileira faça um cafezinho por
dia. Ou 4 200 botijões desperdiçados.
Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007.
82 - (ENEM/2010)
O contato com textos exercita a capacidade de reconhecer os fins
para os quais este ou aquele texto é produzido. Esse texto tem
por finalidade
A)
B)
C)
D)
E)
apresentar um conteúdo de natureza científica.
divulgar informações da vida pessoal do pesquisador.
anunciar um determinado tipo de botijão de gás.
solicitar soluções para os problemas apresentados.
instruir o leitor sobre como utilizar corretamente o botijão.
Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que
somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor
deslize. E só não falamos isso por um pequeno detalhe: seria
uma mentira. Aliás, em vez de usar a palavra "mentira", como
acabamos de fazer, poderíamos optar por um eufemismo.
"Meia-verdade", por exemplo, seria um termo muito
menos agressivo. Mas nós não usamos esta palavra
simplesmente porque não acreditamos que exista uma "Meiaverdade".
Para
o
Conar,
Conselho
Nacional
de
Autorregulamentação Publicitária, existem a verdade e a
mentira. Existem a honestidade e a desonestidade.
Absolutamente nada no meio. O Conar nasceu há 29 anos (viu
só? não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela
ética na publicidade. Não fazemos isso porque somos
bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria
mentira). Fazemos isso porque é a única forma da propaganda
ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para que serviria
a propaganda se o consumidor não acreditasse nela?
Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça
publicitária pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa
cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o caso, aplica
a punição.
Anúncio veiculado na Revista Veja. São Paulo:
Abril. Ed. 2120, ano 42, nº 27, 8 jul. 2009.
83 - (ENEM/2011)
O recurso gráfico utilizado no anúncio publicitário – de destacar
a potencial supressão de trecho do texto – reforça a eficácia
pretendida, revelada na estratégia de
A)
ressaltar a informação no título, em detrimento do restante
do conteúdo associado.
B) incluir o leitor por meio do uso da 1ª pessoa do plural no
discurso.
C) contar a história da criação do órgão como argumento de
autoridade.
D) subverter o fazer publicitário pelo uso de sua
metalinguagem.
E) impressionar o leitor pelo jogo de palavras no texto.
84 - (ENEM/2011)
Considerando a autoria e a seleção lexical desse texto, bem
como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o
objetivo do autor do texto é
A)
informar os consumidores em geral sobre a atuação do
Conar.
B) conscientizar publicitários do compromisso ético ao
elaborar suas peças publicitárias.
C) alertar chefes de família, para que eles fiscalizem o
conteúdo das propagandas veiculadas pela mídia.
D) chamar a atenção de empresários e anunciantes em geral
para suas responsabilidades ao contratarem publicitários
sem ética.
E) chamar a atenção de empresas para os efeitos nocivos que
elas podem causar à sociedade, se compactuarem com
propagandas enganosas.
TEXTO: 4 - Comum às questões: 85, 86
TEXTO: 3 - Comum às questões: 83, 84
Disponível em: http://www.wordinfo.info. Acesso em: 27 abr. 2010.
85 - (ENEM/2011)
O homem evoluiu. Independentemente de teoria, essa evolução
ocorreu de várias formas. No que concerne à evolução digital, o
homem percorreu longo trajeto da pedra lascada ao mundo
virtual. Tal fato culminou em um problema físico habitual, ilustrado
na imagem, que propicia uma piora na qualidade de vida do
usuário, uma vez que
A)
a evolução ocorreu e com ela evoluíram as dores de cabeça,
o estresse e a falta de atenção à família.
B) a vida sem o computador tornou-se quase inviável, mas se
tem diminuído problemas de visão cansada.
C) a utilização demasiada do computador tem proporcionado o
surgimento de cientistas que apresentam lesão por esforço
repetitivo.
D) o homem criou o computador, que evoluiu, e hoje opera
várias ações antes feitas pelas pessoas, tornando-as
sedentárias ou obesas.
E) o uso contínuo do computador de forma inadequada tem
ocasionado má postura corporal.
86 - (ENEM/2011)
O argumento presente na charge consiste em uma metáfora
relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico.
Considerando o contexto apresentado, verifica-se que o impacto
tecnológico pode ocasionar
A)
o surgimento de um homem dependente de um novo modelo
tecnológico.
B) a mudança do homem em razão dos novos inventos que
destroem sua realidade.
C) a problemática social de grande exclusão digital a partir da
interferência da máquina.
D) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do
homem, em sua esfera social
E) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da
criação de ferramentas como lança, máquina e computador.
GABARITO:
1) Gab: E
2) Gab: E
3) Gab: E
4) Gab: D
5) Gab: D
6) Gab: A
7) Gab: B
8) Gab: D
9) Gab: A
10) Gab: B
11) Gab: A
12) Gab: A
13) Gab: E
14) Gab: E
15) Gab: B
16) Gab: A
17) Gab: A
18) Gab: E
19) Gab: A
20) Gab: B
21) Gab: A
22) Gab: A
23) Gab: B
24) Gab: B
25) Gab: D
26) Gab: D
27) Gab: A
28) Gab: C
29) Gab: D
30) Gab: E
31) Gab: D
32) Gab: B
33) Gab: E
34) Gab: A
35) Gab: D
36) Gab: E
37) Gab: C
38) Gab: E
39) Gab: E
40) Gab: B
41) Gab: D
42) Gab: A
43) Gab: A
44) Gab: A
45) Gab: B
46) Gab: B
47) Gab: D
48) Gab: B
49) Gab: E
50) Gab: C
51) Gab: C
52) Gab: A
53) Gab: E
54) Gab: B
55) Gab: B
56) Gab: E
57) Gab: B
58) Gab: A
59) Gab: D
60) Gab: E
61) Gab: A
62) Gab: C
63) Gab: C
64) Gab: D
65) Gab: A
66) Gab: C
67) Gab: C
68) Gab: A
69) Gab: D
70) Gab: D
71) Gab: C
72) Gab: E
73) Gab: E
74) Gab: C
75) Gab: C
76) Gab: A
77) Gab: A
78) Gab: C
79) Gab: C
80) Gab: B
81) Gab: D
82) Gab: A
83) Gab: D
84) Gab: A
85) Gab: E
86) Gab: A
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LISTA ENEM - PRONTA