UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE CULTIVO NA DETERMINAÇÃO DE FATORES
DE PERDAS NA CULTURA DA MELANCIA
ANIELLI SOUZA PEREIRA
GURUPI-TO
2012
ANIELLI SOUZA PEREIRA
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE CULTIVO NA DETERMINAÇÃO DE FATORES
DE PERDAS NA CULTURA DA MELANCIA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Tocantins - UFT, como parte
das exigências do Programa de Pósgraduação em Produção Vegetal, para
obtenção do título de Magister Scientiae.
Aprovada em: 10/12/2012
_____________________________
Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos
Universidade Federal do Tocantins
(Orientador)
______________________________
Prof. Dr. Renato de A. Sarmento
Universidade Federal do Tocantins
(Co-orientador)
______________________________
Prof. Dr. Ildon R. do Nascimento
Universidade Federal do Tocantins
(Avaliador)
______________________________
Dra. Artenisa Cerqueira Rodrigues
PNPD/CAPES
(Avaliadora)
Ao meu pai, fonte inesgotável de dedicação, confiança orgulho e amor.
À minha mãe por todo amor e carinho.
À minha família.
Ao André Henrique, pessoa especial e de grande importância.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, por guiar e iluminar meus caminhos, por me dar
forças para continuar sempre.
Ao meu pai Dário Pereira por sempre me incentivar a buscar novos
caminhos, por sempre acreditar na minha capacidade, por me amparar e me dar
conselhos sábios, por todo amor e dedicação e por deixar transparecer no brilho
dos olhos o orgulho de minhas conquistas.
A minha mãe Carmem, por todo seu amor, que mesmo de longe se faz
presente.
A minha madrasta Mariane e a todos os meus irmãos (em especial Lucas e
Andrey, e minha cunhada Andressa) por acompanharem de perto minha
caminhada, por serem “minha família”, por fazerem os meus momentos de
descanso mais divertidos, por todo amor e carinho.
Ao meu amor André Henrique pelo companheirismo, amor, paciência e
dedicação. Por sempre acreditar em mim e me incentivar. Por participar direta e
indiretamente do início ao fim da minha trajetória no mestrado e da construção
deste trabalho. Sem você teria sido bem mais difícil.
À Grande família (Tuca, Amarildo, Bruninha, Taisa, Din), por sempre me
receberem e tornarem os momentos de férias tão especiais. Em especial ao meu
cunhadinho, pelo grande auxílio com o inglês.
Ao professor Dr. Gil Rodrigues dos Santos, meu orientador, por apostar na
minha capacidade, pela confiança depositada, por toda orientação e ensinamento.
Ao professor Dr. Marcelo Coutinho Picanço do departamento de
entomologia da UFV por toda orientação, pela oportunidade, pela paciência e por
grandes ensinamentos.
Ao professor Dr. Renato de Almeida Sarmento pela oportunidade de
participar do projeto com auxílio do PROCAD e pela co-orientação.
Aos colegas e amigos do grupo de pesquisa de MID e do Laboratório de
Fitopatologia pelas horas de trabalho, pelas dificuldades enfrentadas, por todo
apoio braçal e intelectual, pelos momentos de descontração, pela amizade que
fica. Em especial Cardon, Massara, Rex, Mateus, Marcella, Binha, Eve, Francis,
Dalmarcia, Dione, com vocês tudo se tornou mais fácil e divertido.
Aos amigos do mestrado, em especial a Larissa, Rebeca e André Froes por
compartilhar dos momentos de tensão e pela amizade construída.
Ao grupo de pesquisa do MIP da UFT pelo auxílio na coleta de dados, em
especial ao Carlos Henrique e ao Cleibi.
Aos grandes amigos do grupo de MIP da Universidade Federal de Viçosa
pela recepção, pela amizade, pela grande ajuda, por todo conhecimento e
ensinamento, principalmente ao pessoal da pós, em especial ao Jander e ao
Tarcísio que me acompanharam mais de perto. Os trabalhos realizados foram
peças fundamentais na conclusão desta etapa.
A todos que me ajudaram em Viçosa, em especial à Paula Tatiana e à Ana
Clara que tornaram os dias difíceis mais agradáveis.
À banca examinadora pela contribuição na finalização do trabalho.
Às meninas da secretaria do programa de pós-graduação em produção
Vegetal, Érikinha e Welda.
A todos que de alguma forma contribuíram para o início, o meio ou o fim
dessa longa jornada que se finaliza com este trabalho.
Agradeço!
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a
um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos
no mínimo fará coisas admiráveis.”
(José de Alencar)
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................8
ABSTRACT .............................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................10
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................12
2.1. MELANCIA .....................................................................................................12
2.2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA .......................................................................14
2.3. CULTIVARES .................................................................................................16
2.4. EXIGÊNCIAS DA CULTURA ..........................................................................17
2.5. FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO .....................................................18
2.5.1. DISTÚRBIOS ABIÓTICOS ...................................................................18
2.5.1.1. PODRIDÃO APICAL .......................................................................19
2.5.1.2. RACHADURA NOS FRUTOS ........................................................19
2.5.1.3. FRUTOS DEFORMADOS E ABORTAMENTO DE FRUTOS .........20
2.5.1.4. QUEIMA DE SOL ...........................................................................20
2.5.1.5. FITOTOXIDEZ ................................................................................20
2.5.1.6. OCAMENTO DE FRUTOS .............................................................21
2.5.2. DISTÚRBIOS BIÓTICOS ...................................................................21
2.5.2.1. DOENÇAS ......................................................................................21
2.5.2.2. PRAGAS.........................................................................................23
2.6. TABELA DE VIDA ..........................................................................................23
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................26
3.1. INSTALAÇÃO DOS EXPERIMENTOS...........................................................26
3.2. AVALIAÇÃO DOS FATORES DE PERDA DA CULTURA DA MELANCIA ....27
3.2.1. PERDAS POR MORTALIDADE DE PLANTAS ....................................28
3.2.2. PERDAS POR ABORTAMENTO DE FLORES.....................................29
3.2.3. PERDAS DE FRUTOS E PRODUTIVIDADE ........................................29
3.2.4. DETERMINAÇÃO DAS PERDAS NOS COMPONENTES DE
PRODUÇÃO DA CULTURA ...........................................................................29
3.2.4.1. ESTIMATIVA DE PERDAS POR MORTALIDADE DE PLANTAS
NOS ESTÁDIOS VEGETATIVO E REPRODUTIVO ...................................30
3.2.4.2. ESTIMATIVA DE PERDAS POR FLORES .....................................31
3.2.4.3. ESTIMATIVA DE PERDAS EM FRUTOS .......................................31
3.3. ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................32
3.3.1. ANÁLISE DO EFEITO DO PERÍODO DE CULTIVO NA
PRODUTIVIDADE E NAS PERDAS DA CULTURA .......................................32
3.3.2. DETERMINAÇÃO DO COMPONENTE CRÍTICO DE PERDAS NA
CULTURA .......................................................................................................32
3.3.3. DETERMINAÇÃO DOS FATORES-CHAVE DE PERDAS NA
CULTURA .......................................................................................................33
4. RESULTADOS ..................................................................................................33
5. DISCUSSÃO .....................................................................................................40
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................44
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................45
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE CULTIVO NA DETERMINAÇÃO DE FATORES
DE PERDAS NA CULTURA DA MELANCIA
Influence of growing seasons on the determination of factors of losses in
the culture of watermelon
RESUMO
A melancia (Citrullus lanatus) é uma cucurbitácea de grande importância
econômica e social. O Brasil ocupa o quarto lugar na produção mundial com uma
produtividade média de 22,5 ton.ha -1. A produtividade estimada para a cultura
está em torno de 45 ton.ha-1, porém vários fatores podem atuar para a ocorrência
de perdas causando queda na produtividade e prejuízo para os produtores. O
presente trabalho objetivou verificar a influência da época de plantio na ocorrência
de perdas na cultura da melancia, identificando e quantificando os componentes
de produção e os fatores-chave de perdas. Foram realizados 5 cultivos entre os
anos de 2011 e 2012. A partir da germinação até a colheita, foram avaliados
semanalmente os números e as causas de mortalidade de plantas, flores e frutos
nas diferentes fases de desenvolvimento das plantas melancia. Os componentes
de produção estudados foram plantas em estádio vegetativo, plantas em estádio
reprodutivo, flores e frutos. Fatores de perdas parciais (k) e totais (K) foram
calculados e através de análises de correlação de Pearson e regressão foram
identificados os componentes críticos de produção e os fatores-chave de perdas
para a cultura. A produtividade e as perdas para a cultura da melancia diferiram
entre as épocas de cultivo. Os fatores que causaram mortalidade foram: doenças
fúngicas, doenças bacterianas, insetos, abortamento de flores, danos fisiológicos
e tamanho não comercial. Os componentes críticos e os fatores-chave de perdas
foram diferentes quando comparados os cultivos. Plantas em estádios vegetativo
e reprodutivo se apresentaram mais vezes como componente crítico e o ataque
por doenças fúngicas foi o principal fator-chave de perdas para a cultura, sendo
Fusarium sp. o principal fator-chave de perdas, atacando as plantas no estádio
vegetativo.
Palavras-chave:
épocas
de
cultivo,
componente
crítico,
fator-chave,
produtividade, perdas.
8
ABSTRACT
The watermelon (Citrullus lanatus) is a cucurbit of great economic and social
importance. Brazil occupies the fourth place in the world production with an
average productivity of 22,5 ton.ha -1. The estimated productivity for the culture is
about 45 ton.ha-1; however, several factors may act to the occurrence of losses
causing drop in productivity and injury to producers. This study aimed to verify the
influence of the planting time on the occurrence of losses in the culture of
watermelon, identifying and quantifying the production components and the key
factors of losses. Five cultivations were performed between the years of 2011 and
2012. From the germination until the harvest, the numbers and the causes of
mortality of plants, flowers and fruits in the different stages of watermelon crop
development were assessed weekly. The components of production studied were:
plants in the vegetative stage, plants in the reproductive stage, flowers and fruits.
Factors of partial (k) and total (K) losses were calculated and through Pearson’s
correlation analysis and regression were identified the critical components of
production and the key factors of losses for crop. The productivity and the losses
for watermelon crop differed between the growing seasons. The factors that
caused mortality were: fungal diseases, bacterial diseases, insects, abortion of
flowers, physiological damages and non-commercial size. The critical components
and the key factors of losses were different when compared the cultivations.
Plants in the vegetative and reproductive stages presented themselves more times
as critical components and the attack by fungal diseases was the main key factor
of losses for the crop, being Fusarium sp. the principal key factor of losses,
attacking in the vegetative stage.
Keywords: growing seasons, critical component, key factor, productivity, losses.
9
1. INTRODUÇÃO
A melancia (Citrullus lanatus) é uma cucurbitácea tropical de ciclo curto de
origem africana bastante consumida nas épocas mais quentes do ano. Apresenta
grande importância econômica e social, especialmente para a agricultura familiar,
a qual se enquadra a maioria dos produtores (CAVALCANTE et al., 2010;
NASCIMENTO et al., 2011).
Dentre os países produtores, o Brasil ocupa o quarto lugar com uma
produção de mais de dois milhões de toneladas e produtividade média de 22,5
ton.ha-1, ficando atrás da China, do Irã e da Turquia. Dos estados produtores, o
Rio Grande do Sul é o maior produtor e contribui com cerca de 20% da produção
nacional. O estado do Tocantins, com uma produção de 90.580 toneladas e
produtividade de 25 ton.ha -1 em 2011, contribui com aproximadamente 4,5% do
total nacional, sendo o oitavo estado no ranking nacional (IBGE, 2011).
Filgueira (2008) aponta uma produtividade para a cultura da melancia em
torno de 45 ton.ha-1, bem acima da média nacional, mostrando que grandes
perdas ocorrem durante o cultivo da melancia. Vários fatores podem atuar para a
ocorrência de perdas em culturas e a combinação desses fatores pode ocasionar
maiores prejuízos (LOOS et al, 2004).
Dentre os fatores limitantes à produção, as doenças provocam grandes
perdas na produtividade e na qualidade dos frutos (SANTOS et al., 2005). O
ataque de insetos também é uma importante limitação à cultura, levando a alto
uso de inseticidas e altos custos de produção. Estes insetos podem provocar
danos na planta através da herbivoria ou através da disseminação de vírus e
toxinas (BANDAS et al., 2004; STURZA et al., 2011). Além de doenças e pragas,
há também fatores abióticos, como danos mecânicos, fatores fisiológicos e
10
deficiencia de nutrientes, que podem causar perda total da safra se medidas
preventivas se não forem tomadas (SANTOS et al., 2009).
A identificação dos principais fatores que ocasionam essas perdas, bem
como da época de desenvolvimento em que a planta é mais susceptível à esses
distúrbios é uma ferramenta que pode auxiliar em uma produção com menor risco
e maior produtividade (LOOS et al., 2004).
Tabela de vida é uma ferramenta que foi adaptada por Picanço (1992) e
vem sendo aprimorada para diversas culturas a fim de facilitar a identificação dos
fatores de perdas e a associação destes com o estádio de desenvolvimento da
planta (LOOS et al, 2004; BACCI et al., 2006). Para isso, modelos de estimativas
de perdas levando em consideração diferentes componentes de produção vêm
sendo utilizados a fim de determinar o componente crítico de perdas, que é o
componente de produção que ocasiona maior impacto sobre as perdas na cultura,
e o fator-chave de perdas da cultura, que é aquele que se apresenta como
principal causa de perdas no componente crítico (VARLEY & GRADWELL, 1960;
PICANÇO, et al., 2004; LOOS et al., 2008).
O presente trabalho objetivou verificar a influência da época de plantio na
ocorrência de perdas na cultura da melancia, identificando e quantificando os
componentes de produção e os fatores-chave de perdas.
11
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. MELANCIA
Originária das regiões secas da África Tropical e tendo seu centro de
diversificação secundário no sul da Ásia, a melancia (Citrullus lanatus) é derivada
provavelmente da variedade C. lanatus var. citroides existente na África Central,
sendo que sua domesticação ocorreu na África Central onde a melancia é
cultivada há mais de 5000 anos. Embora estudos evidenciem que o Nordeste do
Brasil é um centro de diversidade da espécie, a cultura foi introduzida na América
no século XVI, provavelmente pelos escravos (PUIATTI E SILVA, 2005; SANTOS,
2010).
Pertencente à família Cucurbitaceae, a melancia é uma hortaliça de grande
expressão econômica e social que apresenta versatilidade na forma de consumo
(in natura, sucos, drinks, geléias, doces, molhos e saladas), possuindo
propriedades terapêuticas e nutricionais que aumentam o interesse do
consumidor pelo seu fruto (DIAS et al., 2006). O alto teor de umidade (93%)
confere uma sensação de refrescância e esta grande quantidade de água destaca
seu potencial diurético, melhorando o funcionamento renal do indivíduo.
Apresenta também outras importantes propriedades nutricionais aliadas à ampla
gama de oferta de nutrientes, como pode ser observado na Tabela 1 (PORTELA,
2009).
Além disso, destaca-se por ser uma fonte natural de licopeno, um
carotenóide responsável pela cor vermelha de frutos, com grande capacidade
antioxidante (GOMES, 2009).
12
Tabela 1. Valores dos componentes disponíveis em 100 gramas de polpa de
melancia (Citrullus lanatus) in natura.
Componentes
Quantidade
Unidade
Umidade
91,85
%
Proteína
0,63
%
Gordura
0,20
%
Carboidratos
7,13
%
Fibras
0,20
%
Vitamina A
100,00
mcg (retinol)
Tiamina
10,02
mg
Riboflavina
0,03
mg
Niacina
0,20
mg
Ácido ascórbico
7,37
mg
Cálcio
7,33
mg
Fósforo
11,33
mg
Sódio
5,80
mg
Potássio
81,90
mg
Magnésio
10,10
mg
Ferro
0,31
mg
Zinco
0,10
mg
Cobre
0,03
mg
Fonte: PORTELA, 2009.
A melancia é uma planta herbácea de ciclo anual que varia de 70 a 120
dias, dependendo das condições ambientais e da cultivar utilizada. Possui hábito
de crescimento rasteiro, com várias ramificações que alcançam até cinco metros
13
de comprimento. São plantas de reprodução cruzada (alógamas), não perdendo o
vigor quando ocorre autofecundação. Possui sistema radicular superficial,
extenso, com um predomínio de raízes nos primeiros 60 cm do solo (FILGUEIRA,
2008). Possui folhas ovais divididas em três lobos, apresentando estruturas em
espiral presas ao caule, denominadas “gavinhas”. Os frutos são arredondados ou
alongados, de casca lisa, verde ou rajada por manchas amareladas, sendo
considerados de grande porte com peso variando entre 10 e 25 kg, dependendo
das condições de cultivo (PORTELA, 2009).
2.2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Cultivada em vários países do mundo, estima-se uma produção total de,
aproximadamente, 23 milhões de toneladas de frutos (COSTA & LEITE, 2007;
SOUZA, 2008).
Quando comparada a outras hortaliças, a melancia tem fácil manejo e
menor custo de produção, sendo cultivada principalmente por pequenos
produtores e constituindo-se em importante cultura para o Brasil pela demanda
intensiva de mão-de-obra rural. Do ponto de vista social, gera renda e empregos,
e ajuda a manter o homem no campo, além de ter um bom retorno econômico
para o produtor (ROCHA, 2010).
No Brasil, desde o século XVI, esta planta encontrou excelentes condições
de desenvolvimento, tornando-se uma das mais importantes oleráceas produzidas
e comercializadas (TORRES, 2007). Entre os países em desenvolvimento, o
Brasil destaca-se como um grande produtor e grande exportador desse fruto. De
acordo com os dados da FAO (2012), em 2010 o Brasil figurou como o quarto
produtor mundial de melancia com mais de dois milhões de toneladas produzidas.
14
Segundo IBGE (2011), entre os principais estados produtores de melancia
no Brasil o Rio Grande do Sul contribui com a maior produção. O Tocantins,
apesar de ter aumentado sua produção em relação ao ano de 2010, caiu do sexto
para o oitavo estado produtor, com uma produção de 90.580 t e um rendimento
de mais de 25 mil kg.ha-1 para o ano de 2011 (Tabela 2).
Tabela 2. Produção de melancia nos principais estados brasileiros no ano de
2011.
Estado
Produção (t)
Área colhida (ha)
Produtividade (ton.ha-1)
RS
421.647
17.902
23,55
BA
292.432
16.002
18,25
GO
272.650
8.532
31,95
SP
242.586
8.352
29,05
PA
120.909
5.252
23,02
PR
107.376
4.207
25,52
PE
97.716
4.565
21,41
TO
90.580
3.553
25,49
RN
84.501
4.223
20,01
PI
76.923
2.990
25,73
AM
72.538
4.984
14,55
MG
58.461
2.016
28,99
CE
56.910
1.621
35,11
Fonte: IBGE, 2011.
No Tocantins, existem condições favoráveis de clima, solo e água, o que o
torna um estado com grande potencial para a exploração da cultura (SANTOS et
15
al., 2010). As principais regiões de cultivo em área irrigada no estado estão
localizadas nas várzeas nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da
Confusão (SANTOS, 2010).
No Brasil, o tamanho e formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos
solúveis e presença ou ausência de sementes são as principais características
avaliadas pelo mercado consumidor (RAMOS et al., 2009; RAMOS et al., 2012).
Por isso, as principais cultivares utilizadas pelos produtores possuem elevada
produtividade de frutos que são caracterizados pelo formato redondo e coloração
vermelho intenso da polpa (CARVALHO, 1999).
2.3. CULTIVARES
No mercado há a disponibilidade de muitas cultivares de melancia, as quais
possuem características variáveis de forma, tamanho e cor, além da capacidade
de atingir as características desejadas quando submetidas a diferentes condições
de produção (NETO et al., 2010).
As principais cultivares existentes no Brasil são de origem americana ou
japonesa, sendo disponibilizados também alguns híbridos de melancia sem
sementes (Tabela 3) (NASCIMENTO et al., 2011). Porém, as cultivares do tipo
“Crimson Sweet” são as mais cultivadas em todo o Brasil e consumidas,
principalmente, na forma in natura. Essas cultivares se caracterizam por
apresentar frutos de formato arredondado, sendo considerados de melhor
qualidade os de tamanhos médio e grande, possui casca de cor clara com estrias
verde-escuras e polpa vermelho intenso muito doce, tendo a desvantagem de
serem muito susceptíveis a doenças (CARVALHO, 1999; PORTELA, 2009).
16
Tabela 3. Algumas cultivares de melancia comercializadas no Brasil e suas
principais características.
Cultivar
Tipo
Fruto
Coloração Externa
Formato
Crimson Sweet
O.P.
Verde escura com estrias
Redondo
Nova Crimson
O.P.
Verde escura listrada
Redondo
Mickylee PVP
O.P.
Verde clara
Redondo
Preciosa
O.P.
Verde clara
Redondo
Crimson Select
O.P.
Verde escura com estrias
Arredondado
Electra
Híbrida
Verde escura com estrias
Arredondado
Georgia
Híbrida
Verde escura com estrias
Arredondado
Top Gun
Híbrida
Verde escura com estrias
Redondo-ovalado
Manchester
Híbrida
Verde escura com estrias
Redondo
Karistan
Híbrida
Verde escura com estrias
Globular
Phedra
Híbrida
Verde escura com estrias
Globular
Shadow
Híbrida
Triplóide
Verde escura
Redondo-ovalado
Olímpia
Híbrida
Verde escura com estrias
Redondo-ovalado
Denver F1
Híbrida
Verde escura com estrias
Redondo
Ferrari F1
Híbrida
Verde escura com estrias
Redondo-ovalado
Fonte: NASCIMENTO et al., 2011. O.P.: cultivares de polinização aberta.
2.4. EXIGÊNCIAS DA CULTURA
As principais exigências da cultura da melancia são temperaturas em torno
de 23 a 28°C, baixa umidade, dias longos e quentes e noites quentes. Esses
fatores interferem diretamente no desenvolvimento da planta, sendo que qualquer
alteração pode causar distúrbios que levam a uma grande redução na
produtividade da cultura. Para a cultura da melancia estima-se um rendimento de
40 a 55 t.ha-1 (FILGUEIRA, 2008), o que mostra que no Brasil a ocorrência de
perdas é de aproximadamente 50%, quando comparado com as produtividades
17
obtidas como visto na Tabela 1. Dias et al. (2006), avaliando linhas de melancia
originadas do cruzamento entre a cultivar Crimson Sweet e o híbrido CPATSA 85030 com resistência ao oídio, encontrou produtividades entre 33.6 a 67 t.ha -1,
sendo a encontrada uma média de 42,7 t.ha-1 para a cultivar Crimson Sweet.
2.5. FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO
Uma série de fatores, bióticos ou abióticos, pode ocasionar distúrbios na
cultura da melancia, prejudicando a sua produção e causando perdas, sendo que
quando ocorridos em conjunto, esses fatores podem levar a perdas com maior
intensidade. Assim, o emprego de técnicas que identifiquem e quantifiquem os
fatores de perdas nas culturas é uma ferramenta que pode minimizar os prejuízos,
auxiliando em uma produção com menos risco e maior produtividade (LOOS et
al., 2004; BACCI, 2006).
Os fatores de perdas são bastante variáveis de uma cultura para outra,
bem como de um plantio para outro, uma vez que a produção de uma espécie
vegetal depende do seu genótipo e das condições ambientais às quais é
submetida, sendo que fatores associados ao clima, ao solo e aos métodos de
cultivo podem ser responsáveis pela predisposição de plantas a esses distúrbios
(BERGAMIM FILHO et al., 1995).
Dentre os principais distúrbios ocorridos na cultura da melancia podemos
destacar:
2.5.1. DISTÚRBIOS ABIÓTICOS
18
São considerados como distúrbios abióticos os danos causados por fatores
ambientais e condições inadequadas de manejo, como clima, solo, deficiência de
nutrientes, polinização insuficiente, déficit de água. Dentre as principais estão
podridão apical, rachadura de frutos, deformação de frutos, abscisão de frutos,
queimadura de sol e fitotoxidez.
2.5.1.1. PODRIDÃO APICAL
A podridão apical, também conhecida como fundo preto, é um distúrbio que
está relacionado principalmente com disponibilidade, absorção, translocação e
acúmulo de cálcio. Os sintomas da podridão aparecem em frutos de diversos
tamanhos, sendo mais comuns na fase inicial do desenvolvimento desses frutos.
Inicialmente são verificadas manchas aquosas na região apical que evoluem e
aumentam, formando uma mancha maior em toda a região apical. A extremidade
do fruto torna-se escura e achatada levando a uma podridão preta, onde pode
ocorrer infecção por fungos e bactérias, inutilizando os frutos para o comércio
(SANTOS et al. 2005a; COSTA & LEITE, 2007; SOUZA, 2008; SANTOS et al.,
2011).
2.5.1.2. RACHADURA NOS FRUTOS
Este distúrbio é causado principalmente por desequilíbrio hídrico, quando
os frutos são submetidos a períodos de seca seguidos por período de chuva ou
irrigação excessiva, provocando uma rachadura na casca do fruto no sentido
longitudinal (SANTOS et al., 2005a; SANTOS et al., 2011).
19
2.5.1.3. FRUTOS DEFORMADOS E ABORTAMENTO DE FRUTOS
Os frutos, quando formados, apresentam deformações com crescimento
desigual. Já a abscisão de frutos ocorre naturalmente na melancia, porém,
quando em excesso pode ocasionar grandes perdas na produtividade. Estes
distúrbios podem ser causados por vários fatores como desequilíbrio hídrico,
deficiência de boro, ataque de pragas e doenças, deficiência nutricional ou
deficiência na polinização (SANTOS et al., 2005a; SOUZA, 2008; SANTOS et al.,
2011).
2.5.1.4. QUEIMA DE SOL
A queimadura da casca dos frutos de melancia provocada pelo sol causa
manchas claras que depois adquirem coloração escura, reduzindo o brilho natural
do fruto e essas manchas podem ser sofrer invasão de microrganismos saprófitas
causando podridão. A principal causa deste distúrbio é a desfolha causada por
doenças fúngicas ou deficiência de nutrientes, o que deixa os frutos descobertos
e mais expostos a ação dos raios solares (SANTOS et al., 2005a; SOUZA, 2008;
SANTOS et al., 2011).
2.5.1.5. FITOTOXIDEZ
A aplicação de defensivos agrícolas de maneira inadequada (concentração
errada, produto não recomendado, mistura de diferentes produtos sem o devido
conhecimento) pode causar lesões em frutos e folhas jovens, que são órgãos
muito sensíveis na fase inicial de desenvolvimento. Nos frutos este distúrbio pode
20
causar entumescimento na casca ou aborto. Já nas folhas o sintoma depende do
produto utilizado e da dose, sendo comum observar enrugamento e clorose sobre
o limbo, além de causar retardo no desenvolvimento e endurecimento da região
do caule quando o produto for aplicado na fase de plântulas (SANTOS et al.,
2005a; SANTOS et al., 2011).
2.5.1.6. OCAMENTO DE FRUTOS
Causado principalmente por estresse hídrico e adubação inadequada, este
distúrbio causa abertura de espaços na polpa que vão desde pequenas fissuras
até grandes buracos, deixando a polpa com um aspecto rejeitado pelo
consumidor. A ocorrência deste distúrbio é mais comum em híbridos sem
sementes, porém algumas cultivares tem menor predisposição, como os híbridos
“Nova” e “Top Gun” (SOUZA, 2008).
2.5.2. DISTÚRBIOS BIÓTICOS
2.5.2.1. DOENÇAS
Dentre os fatores limitantes à produção, as doenças (Tabela 4) são as
principais causas de perda na produtividade e na qualidade dos frutos (SANTOS,
2005; GICHIMU, 2008).
Entre as principais doenças, destaca-se a podridão gomosa, causada pelo
fungo Didymella bryoniae, cujas perdas provocadas na produtividade da melancia
podem chegar a mais que 40% sob alto nível de inóculo e condições ambientais
favoráveis (SANTOS et al., 2005).
21
Tabela 4. Principais doenças de ocorrência na cultura da melancia.
Doença
Agente Causal
Fúngicas
Cancro das hastes
Didymella bryoniae
(podridão gomosa)
Podridão-do-colo
Macrophomina sp.
Oídio
Podosphaera xanthii: fase perfeita; Oidium sp.:
fase imperfeita
Míldio
Pseudoperonospora cubensis
Antracnose
Colletotrichum lagenarium
Murcha-de-fusarium
Fusarium oxysporum
Outras
Watermelon mosaic vírus (WMV-2)
Papaya ringspot vírus – watermelon (PRSV-W)
Viroses
Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV)
Cucumber mosaic virus (CMV)
Zucchini lethal chlorosis virus (ZLCV)
Galhas
Meloidogyne sp.
Mancha-aquosa
Acidovorax avenae subsp. citrulli
Fonte: Costa & Leite, 2007; Souza, 2008; Santos et al., 2011.
De acordo com Roberts e Kucharek (2009), os frutos de melancia são, em
sua maioria, ameaçados por fungos patogênicos, sendo transmitidos pela
semente ou pelo solo. Esses fungos causam prejuízos na germinação e no vigor
das mudas, resultando em baixa produtividade e baixo rendimento.
22
Anjorin (2009), avaliando o efeito de fungos transmitidos pela semente na
germinação e no crescimento de plântulas de melancia, observou uma
porcentagem de germinação (46,67%) em sementes inoculadas com Mucor
racemosus e Rhizopus nigricans, sendo considerada baixa quando comparada
com a testemunha (88,33%).
2.5.2.2. PRAGAS
Diversos insetos são encontrados causando danos na cultura da melancia,
sendo que sendo que a maior ou menor importância de cada uma delas varia de
acordo com a região e a época de plantio. Dentre os principais insetos-praga
podemos destacar: Mosca Branca (Bemisia tabaci), Pulgão (Aphis gossypii),
Vaquinha (Diabrotica speciosa), Broca das Cucurbitáceas (Diaphania sp.),
Lagarta Rosca (Agrotis ipsilon) e tripes (Frankliniella schultzei, Thrips palmi e
Thrips tabaci. Essas espécies de insetos atacam a cultura da melancia, sendo
que a maior ou menor importância de cada uma delas varia de acordo com a
região e a época de plantio (COSTA & LEITE, 2007; SOUZA, 2010).
O sistema de controle convencional de pragas tem consequências como os
efeitos deletérios sobre o ambiente, além dos desafios econômicos. Uma
alternativa para o controle convencional de pragas é a adoção do manejo
integrado de pragas (MIP), preservando e aumentando os fatores de mortalidade
natural, através da combinação de várias práticas de gestão de controle de forma
compatível (PICANÇO et al., 2007).
2.6. TABELA DE VIDA
23
O reconhecimento dos fatores de perdas nas culturas, bem como suas
principais fontes e condições que favorecem sua progressão auxiliam na tomada
de decisões mais assertivas para o uso correto e efetivo de procedimentos de
controle. Tabelas de vida são ferramentas utilizadas em estudos de dinâmica
populacional que auxiliam nas estratégias de manejo integrado de pragas. Porém,
esta ferramenta foi aprimorada por pesquisadores como Harcourt (1970),
Chandler (1984) e Picanço (1992), para sua utilização em culturas. Esta
ferramenta possibilita a identificação e a quantificação dos componentes de
perdas e das causas diretas de perdas na produção, buscando alternativas que
possam minimizá-las (PICANÇO et al., 1997, LOOS et al., 2004; LOOS et al.,
2007; LOOS et al., 2008).
Adaptado de um modelo proposto por Varley e Gradwell (1960), Picanço
(1992), estudando perdas na cultura da ervilha, desenvolveu um modelo de tabela
de vida que tem por objetivo a determinação de perdas por unidade de área para
cada componente de produção, a identificação do componente crítico e do fatorchave de perdas na cultura.
O componente crítico é um fator que explica a maior proporção da variação
da perda total da safra, ou seja, o componente que sofre as maiores perdas. O
fator chave de perda é outro que mostra a correlação mais forte com perdas no
componente crítico, ou seja, o fator que leva a maiores perdas no componente
crítico do rendimento. Por isso, a tabela de vida da cultura identifica e quantifica
os fatores de perda, permitindo a procura por alternativas que os reduzam (BACCI
et al., 2006).
A partir das médias de perdas em produtividade a tabela de vida é
construída para cada parcela. Para confecção da tabela de vida é realizado um
levantamento de dados durante todo o cultivo.
Em cada estágio de
24
desenvolvimento da planta, são avaliadas as perdas (de plantas, flores e frutos),
bem como os fatores que levam a essas perdas (HANCOURT, 1970;
CHANDLER, 1984; PICANÇO, 1992).
Em estudo de identificação e quantificação dos componentes de perdas de
produção do tomateiro, Loos et al. (2004) observou as maiores perdas no
componente planta, na fase reprodutiva, devido à incidência de vírus do tipo
TSWV. Por outro lado, Picanço et al. (2007), determinando o componente crítico
de produção dos principais fatores de perda na cultura do tomate, observou que o
componente mais crítico foi o fruto, com perdas devido ao ataque de pragas,
principalmente.
Avaliando a intensidade de perdas em cultivares de milho em cultivo de
safrinha, Picanço et al. (2003) determinaram como componente de produção em
que mais ocorreram perdas como sendo o grão, seguido de abortamento de
óvulos, mortalidade de plantas e não formação de espigas. As causa de
mortalidade de plantas foram a não-emergência, corte de plântulas por pragas e
morte por doença fúngica e as causas de perdas nos grãos foram o ataque de
pragas.
Para a cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris), Leite et al. (1996) estudou
os componentes de produção quando utilizado inseticidas sistêmicos durante o
cultivo e determinou que o componente que mais sofreu perdas foi a vagem
(devido ao ataque de pragas), seguido da mortalidade de plantas na fase
vegetativa e grãos (por ataque de fungo). A flutuação de perdas totais foi mais
influenciada pela mortalidade de plantas seguida pelo abortamento de flores.
Poucos ainda são os estudos de levantamento de fatores de perdas em
culturas utilizando a tabela de vida como ferramenta, mas essa metodologia vem
como um adicional para recomendar medidas que reduzam as perdas e,
25
consequentemente, aumente a produtividade, aumentando lucros na produção
agrícola.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. INSTALAÇÃO DOS EXPERIMENTOS
Foram realizados cinco cultivos entre os anos de 2011 (1-Abril/Junho, 2Junho/Setembro,
3-Setembro/Dezembro)
e
2012
(4-Fevereiro/Abril,
5-
Maio/Agosto).
Os
experimentos
foram
conduzidos
na
Estação
Experimental
da
Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, localizado a
11º 43’ S e 49° 04’ W, com altitude média de 287 m.
Foram feitas análises de solo para correções da fertilidade de acordo com
recomendação para cultura (FILGUEIRA, 2008). O preparo do solo foi feito de
forma convencional, com uma aração e duas gradagens. As sementes foram
adquiridas em comércio local, sendo utilizada a cultivar do tipo Crimson Sweet.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 12
repetições e cada parcela foi constituída por 16 covas com espaçamento de 2,0 x
2,0 m. Foram semeadas plantadas cinco sementes por cova, sendo realizado
desbaste 30 dias após a germinação, deixando-se duas plantas por cova.
Foi realizada adubação de cobertura com Uréia (45% de N) e Cloreto de
Potássio (60% de K) aos 20 dias após o plantio e capina manual aos 25 e 40 dias
após o plantio.
A variação sazonal da região durante os cinco períodos de cultivo está
apresentada na Figura 1.
26
Figura 1. Variação sazonal dos elementos climáticos durante cinco épocas de
cultivo de melancia em Gurupi-TO.
3.2. AVALIAÇÃO DOS FATORES DE PERDA DA CULTURA DA MELANCIA
27
A partir da germinação até a colheita, foram avaliados os números e as
causas de mortalidade de plantas, flores e frutos nas diferentes fases de
desenvolvimento das plantas de melancia.
Foram determinados para avaliação quatro componentes de produção:
planta em estádio vegetativo (a partir germinação até antes do início da floração),
plantas em estádio reprodutivo (a partir da floração até o fim do cultivo), flores e
frutos.
3.2.1. PERDAS POR MORTALIDADE DE PLANTAS
Foi avaliada a perda de plantas no estádio vegetativo a cada dois dias e no
estádio reprodutivo a cada sete dias, por meio de um levantamento das plantas
mortas em cada parcela e das suas causas, identificando o fator de perda.
As plantas mortas devido ao fator doença fúngica foram coletadas e
levadas para avaliação no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal
do Tocantins - Campus de Gurupi. Para identificação do patógeno, fragmentos de
lesão foram retirados da planta morta e lavados em água corrente. Em seguida,
foi realizada assepsia em solução de álcool 70% por 30 segundos, seguido de
solução de hipoclorito de sódio 1% por 40 segundos, seguido de três lavagens em
água destilada estéril. O isolamento foi feito em placas de Petri contendo meio de
cultura BDA (Batata Dextrose Ágar) incubadas a 25°C por sete dias. Após este
período os patógenos foram identificados.
Para identificação do agente causador de morte devido ao fator insetos, foi
levado em consideração o tipo de lesão na planta e os insetos encontrados nas
avaliações.
28
3.2.2. PERDAS POR ABORTAMENTO DE FLORES
Em cada parcela foram marcadas 10 flores femininas em plantas
aleatórias. Estas flores foram acompanhadas até a colheita, sendo avaliadas as
flores mortas e causas de mortalidade dessas flores.
Para determinação do número de flores por planta, uma planta por parcela
foi separada, sendo realizada a contagem de todas as flores nascidas.
3.2.3. PERDAS DE FRUTOS E PRODUTIVIDADE
Os frutos perdidos foram contabilizados e foram avaliadas as causas das
perdas. Distúrbio fisiológico foi determinado como o fator de perda quando não foi
identificada outra causa.
Os frutos sadios foram colhidos, pesados e separados em frutos totais e
frutos comerciais (peso acima de 5 kg). Para obtenção da perda em
produtividade, o número de frutos perdidos foi multiplicado pelo peso médio dos
frutos colhidos em cada parcela.
3.2.4. DETERMINAÇÃO DAS PERDAS NOS COMPONENTES DE PRODUÇÃO
DA CULTURA
As perdas nos componentes de produção foram estimadas em cada
parcela de acordo com metodologia proposta por Picanço (1992). Os valores
foram convertidos para ton.ha-1.
A produtividade em cada componente de produção foi estimada utilizando
as fórmulas:
29
Lx (planta em estádio vegetativo) = Pl x Fl/Pl x Pfr
Lx (planta em estádio reprodutivo) = Pl x Fl/Pl x Pfr
Lx (flores) = Pl x Fl/Pl x Pfr
Lx (frutos totais) = Plc x Frt/Pl x Pfr
Lx (frutos comerciais) = Plc x Frc/Pl x Pfr
em que Pl = número médio de plantas no início de cada fase; Fl/Pl =
número total de flores/planta; Pfr = peso médio dos frutos; Plc= número médio de
plantas na colheita; Frt/Pl = número médio de frutos totais/planta e Frc/Pl=
número médio de frutos com peso comercial por planta.
A perda em cada componente foi estimada somando as perdas nos seus
fatores. A porcentagem de perda total foi calculada utilizando a seguinte fórmula:
%Per = 100 - % Prod, em que %Per = porcentagem de perdas; %Prod =
porcentagem de produtividade real em relação à produtividade estimada no início
do cultivo (Lx planta em estádio vegetativo).
3.2.4.1. ESTIMATIVA DE PERDAS POR MORTALIDADE DE PLANTAS NOS
ESTÁDIOS VEGETATIVO E REPRODUTIVO
As perdas em cada fator de mortalidade foram estimadas para os dois
estádios usando a fórmula:
30
dxi = Plmi x Fl/Pl x Pfr
em que dxi = estimativa de perda por cada fator de mortalidade (i); Plmi =
número de plantas mortas por cada fator; Fl/Pl = número total de flores/planta; Pfr
= peso médio dos frutos; (i) = fator de mortalidade em cada componente.
3.2.4.2. ESTIMATIVA DE PERDAS POR FLORES
As perdas no componente flores foi estimada usando a seguinte fórmula:
dxFl = (%FlAb x Fl/Pl)/100 x Pfr
em que dxFl = estimativa de perda no componente flores; %FlAb =
porcentagem de flores femininas abortadas na parcela; Fl/Pl = número total de
flores/planta; Pfr = peso médio dos frutos.
3.2.4.3. ESTIMATIVA DE PERDAS EM FRUTOS
As perdas em cada fator de mortalidade no componente frutos foram
estimadas usando a seguinte fórmula:
dxFri = Frtpi x Pfr
31
em que: dxFri = estimativa de perda em cada fator de perda (i) no
componente frutos; Frtpi = número de frutos perdidos em cada fator de perda; Pfr
= peso médio dos frutos.
3.3. ANÁLISE DOS DADOS
3.3.1. ANÁLISE DO EFEITO DO PERÍODO DE CULTIVO NA PRODUTIVIDADE
E NAS PERDAS DA CULTURA
Para a análise do efeito do período de cultivo na produtividade e nas
perdas, os dados foram submetidos à análise de variância. As médias foram
comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa
estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000).
3.3.2. DETERMINAÇÃO DO COMPONENTE CRÍTICO DE PERDAS NA
CULTURA
Foram calculados fatores de perdas parciais (k = log dx) e totais (K=∑k),
em que dx = estimativa de perdas calculadas para cada componente de produção
e cada fator de perda, conforme exposto anteriormente. Foi realizada análise de
correlação de Pearson entre os valores de k e K para cada componente e cada
fator de perdas.
Foi considerado como componente crítico de perdas na produção aquele
cujo fator de perdas parciais apresentou correlação significativa (p<0,05) com o
fator de perdas totais. A análise de regressão linear foi utilizada como critério
auxiliar na identificação do componente crítico de perdas quando as perdas de
32
dois ou mais componentes apresentaram correlação significativa com as perdas
totais. O componente de produção, cuja curva de regressão apresentou maior
coeficiente angular, foi considerado como componente crítico de perda (PICANÇO
et al., 2004).
3.3.3. DETERMINAÇÃO DOS FATORES-CHAVE DE PERDAS NA CULTURA
Para se determinar o fator-chave de perdas da cultura, foi utilizado o
mesmo procedimento descrito anteriormente, levando em consideração os fatores
de perdas parciais (k) e total (K) dentro do componente considerado como crítico.
Se no componente houve apenas uma causa de perdas esta foi considerada
diretamente como o fator-chave. Os fatores-chave que apresentaram mais de um
agente causador de perdas foram desdobrados sendo realizadas análises de
correlação e regressão (quando necessária) entre os valores de k e K dentro do
fator-chave de perdas.
4. RESULTADOS
A produtividade média encontrada para a cultura da melancia diferiu entre
as épocas de cultivos (F4;55 = 32,845 e p<0,0001). Nas épocas de abr/jun-2011 e
jun/set-2011 foram encontradas as maiores produtividades, 22,6 e 32,4 ton ha-1
respectivamente. Nas demais épocas (set/dez-2011, fev/abr-2012 e mai/ago2012) as produtividades foram de 1,1, 0,3 e 11,3 ton ha-1, respectivamente. As
perdas em produtividade foram altas e diferiram em todos os cultivos (F4;55 =
28,518 e p<0,0001). As maiores perdas, que foram de 98,14% e 96,44%,
ocorreram nas épocas fev/abr-2012 e set/dez-2011, respectivamente. Nas épocas
33
de abr/jun-2011, jun/set-2011 e mai/ago-2012 as perdas foram de 69,85, 64,61 e
85,07%, respectivamente (Figura 2).
Figura 2. (A) Produtividade média (ton.ha-1) e (B) porcentagem total de perdas na
cultura da melancia em cinco épocas de cultivo. As colunas seguidas por pelo
menos uma letra minúscula igual possuem médias que não diferem, entre si, pelo
teste de Tukey a p<0,05.
34
Os fatores de perda na produtividade foram identificados para cada
componente de produção. Os fatores de mortalidade de plantas em estádio
vegetativo foram doenças fúngicas (tendo como patógenos Fusarium sp., Pythium
sp., Rhizoctonia sp. e Curvularia sp), doenças bacterianas e inseto (vaquinha Diabrotica speciosa). No estádio reprodutivo a mortalidade de plantas foi causada
por doenças fúngicas (crestamento gomoso, tendo como patógeno Didymella
bryoniae e míldio, tendo como patógeno Pseudoperonospora cubensis). O fator
de perda de flores foi abortamento. Para frutos os fatores de perdas foram
doenças fúngicas (Didymella bryoniae e Pseudoperonospora cubensis), insetos
(broca das cucurbitáceas - Diaphania sp.), danos fisiológicos (podridão apical,
distúrbios fisiológicos, rachadura e fruto murcho) e tamanho não comercial, sendo
que não houve ocorrência de todos os fatores em todos os cultivos.
No estádio vegetativo as doenças fúngicas e bacterianas causaram lesão
necrótica no colo da plântula resultando em tombamento e morte. Os insetos
causaram mortalidade das plântulas através do raspamento e corte do caule. No
estádio reprodutivo as doenças fúngicas causaram seca gradativa das folhas
levando a seca completa e mortalidade das plantas. O abortamento causou queda
natural das flores. A podridão apical ocasionou uma lesão necrótica escura no
fundo do fruto conhecida como “fundo preto”. A rachadura causou uma abertura
na casca do fruto ocorrida em diferentes estádios levando a perda. Frutos que ao
final do ciclo não atingiram o peso comercial (acima de 5 kg) foram considerados
perdidos por tamanho não comercial.
A Figura 3 representa os valores dos coeficientes de correlação e das
inclinações das curvas de regressão entre as perdas totais e as perdas parciais
nos componentes de produção.
35
Figura 3. Determinação do componente crítico de perdas da melancia utilizando
correlações de Pearson e a inclinação das curvas de regressão das perdas
parciais em função das perdas totais em cinco épocas de cultivo: (A) abril/junho2011, (B) junho/setembro-2011, (C) setembro/dezembro-2011, (D) fevereiro/abril2012, (E) maio/agosto-2012. *Correlação significativa pelo teste t (p<0,05).
Δ
Componentes de produção que apresentaram curvas com maior inclinação,
segundo seu intervalo de confiança a 95% de probabilidade.
36
A análise de correlação (p<0,05) mostrou significância entre as perdas
parciais e perdas totais dos seguintes componentes: plantas em estádio
vegetativo e plantas em estádio reprodutivo nos cultivos abr/jun-2011 e jun/set2011; plantas em estádio vegetativo, plantas em estádio reprodutivo e flores no
cultivo set/dez-2011; plantas em estádio vegetativo e frutos no cultivo fev/abr2012; e plantas em estádio reprodutivo e frutos no cultivo mai/ago-2012. Destes
componentes, os que apresentaram maior inclinação da curva de perdas foram
plantas em estádio vegetativo e plantas em estádio reprodutivo no cultivo abr/jun2011; plantas em estádio vegetativo no cultivo jun/set-2011; flores no cultivo
set/dez-2011; plantas em estádio vegetativo e frutos no cultivo fev/abr-2012; e
plantas
em
estádio
reprodutivo
no
cultivo
mai/ago-2012,
sendo
estes
considerados os componentes críticos de perdas para a cultura da melancia nos
respectivos cultivos.
No cultivo abr/jun-2011 os fatores de perda que apresentaram correlação
significativa (p<0,05) das perdas parciais com as perdas totais foram doenças
fúngicas nos dois componentes críticos (Tabela 5). No componente plantas em
estádio vegetativo os fatores Fusarium sp. e Pythium sp. foram os que
apresentaram correlação significativa com a perda total em doenças fúngicas e
ambos apresentaram curvas de regressão com maior inclinação, segundo seu
intervalo de confiança a 95% de probabilidade, sendo estes os fatores-chave de
perdas neste estádio. No componente plantas em estádio reprodutivo o fatorchave de perdas foi Didymella bryoniae, patógeno causador da doença
crestamento gomoso (Tabela 6).
37
Tabela 5. Determinação dos fatores-chave de perdas da cultura da melancia utilizando correlação de Pearson e regressão linear
entre as perdas parciais dos fatores e as perdas totais nos componentes críticos de produção.
Ano
Cultivo
Componente
crítico
PlVg
2011
Abril/Junho
PlRp
Junho/Setembro
Setembro/Dezembro
PlVg
Fl
2012
PlVg
Fevereiro/Abril
Frt
Maio/Agosto
PlRp
Fator-chave
Coeficiente de
correlação
Inclinação da curva
de regressão
Intervalo de
confiança
Doenças fúngicas
0,71444*
Doença bacteriana
0,36077
-
-
Inseto
0,41950
Doenças fúngicas
1,00*
-
-
Doenças fúngicas
0,65470*
0,52190§
0,19041 - 0,85340
Inseto
0,61169*
0,47810
§
0,14660 - 0,80959
Abortamento
1,00*
-
-
Doenças fúngicas
0,84203
-
-
Doença bacteriana
0,20759
-
-
Inseto
0,77731*
0,08686
-0,00428 - 0,17800
Danos fisiológicos
0,87364*
0,26313§
0,12898 - 0,39728
Tamanho não-comercial
-0,04102
-
-
1,00*
-
-
Doenças fúngicas
*Fatores-chave de perdas que apresentaram correlação significativa (p<0,05).
§
Fatores-chave de perdas que apresentaram curvas de regressão
com maior inclinação, segundo seu intervalo de confiança a 95% de probabilidade. PlVg: Planta em estádio vegetativo; PlRp: Planta em estádio
reprodutivo; Fl: Flores; Frt: Frutos.
38
Tabela 6. Desdobramento dos fatores-chave de perdas da cultura da melancia utilizando correlação de Pearson e regressão linear
entre as perdas parciais e as perdas totais.
Ano
Cultivo
2011
Abril/
Componente
crítico
PlVg
Inclinação da curva
de regressão
Intervalo de
confiança
0,72472*
0,38456§
0,21070 – 0,55842
Pythium sp.
0,73356*
0,40360
§
0,22469 – 0,58252
Rhizoctonia sp.
0,56178
-
-
Didymella bryoniae
1,00*
-
-
Fusarium sp.
0,77743*
-
-
Pythium sp.
0,55569
Curvularia sp.
0,29559
Fusarium sp.
0,66658*
-
-
Rhizoctonia sp.
0,57102
Danos
fisiológicos
Podridão apical
0,82140*
0,57969§
0,36067 – 0,79870
Rachadura
0,73723*
0,42031
§
0,20130 – 0,63933
Doenças
fúngicas
Pseudoperonospora
cubensis
1,00*
-
Doenças
fúngicas
Junho
Junho/
Setembro
PlRp
Doenças
fúngicas
PlVg
Doenças
fúngicas
PlVg
Fevereiro/
2012
Coeficiente
de correlação
Fator-chave
Doenças
fúngicas
Abril
Frt
Maio/
Agosto
PlRp
Fusarium sp.
*Fatores-chave de perdas que apresentaram correlação significativa (p<0,05).
§
-
Fatores-chave de perdas que apresentaram curvas de regressão
com maior inclinação, segundo seu intervalo de confiança a 95% de probabilidade. PlVg: Planta em estádio vegetativo; PlRp: Pl anta em estádio
reprodutivo; Fl: Flores; Frt: Frutos.
39
No cultivo jun/set-2011 os fatores de perdas que apresentaram correlação
significativa foram doenças fúngicas (tendo Fusarium sp. como fator-chave) e o
inseto Diabrotica speciosa. Já no cultivo set/dez-2011 o fator-chave de perdas foi
abortamento de flores. No cultivo fev/abr-2012 os fatores que apresentaram
correlação significativa foram doenças fúngicas (tendo Fusarium sp como fatorchave de perda) e danos fisiológicos (tendo podridão apical e rachadura de frutos
como fatores-chave de perdas). No cultivo mai/ago-2012 Pseudoperonospora
cubensis foi o fator-chave de perdas para a cultura (Tabelas 5 e 6).
5. DISCUSSÃO
As produtividades nos cultivos abr/jun-2011 e jun/set-2011 foram as
maiores e foram superiores a média nacional registrada para a cultura da
melancia para o ano de 2011, que foi de 22,49 ton ha-1 (FAO, 2012). Porém
ficaram abaixo da média prevista para a cultura que é de 45 ton.ha -1 de acordo
com Filgueira (2008). Nos cultivos set/dez-2011 e fev/abr-2012 as produtividades
ficaram muito abaixo da média nacional e o cultivo mai/ago-2012 apresentou uma
produtividade intermediária, quando comparada as demais. As quedas nas
produtividades foram causadas pela ocorrência de perdas na cultura, sendo que,
nos cultivos em que ocorreram as menores perdas ocorreram as maiores
produtividades. Assim, o período recomendado para o cultivo de melancia está
entre abril e setembro, sendo recomendado o plantio no máximo até o início do
mês de julho.
Dos componentes de produção, plantas em estádio vegetativo e plantas
em estádio reprodutivo foram os mais considerados como críticos. Como nestes
40
componentes ocorre perda da planta inteira e uma planta poderia gerar várias
flores e, consequentemente, vários frutos, as perdas se destacam em intensidade.
Ou seja, a perda de uma planta pode equivaler a grandes perdas em flores e
frutos. Os fatores que estão ligados a esses componentes são doenças e pragas.
Assim, medidas de controle destes fatores devem ser planejadas de forma a
diminuir a intensidade dos ataques. Bacci et. al. (2006) avaliando a cultura do
pepino, identificaram flores e frutos como componentes críticos, tendo
abortamento de flores, tamanho não comercial e ataque por Diaphania sp. como
fatores-chave de perdas. Loos et. al. (2007), identificaram plantas como
componente crítico para a cultura do tomate, tendo a ocorrência de viroses
(TSWV – Tomato Spotted Wilt Virus) como fator-chave de perdas.
O ataque de doenças fúngicas foi o principal fator-chave de perdas para a
cultura da melancia, tanto no estádio vegetativo quanto no reprodutivo. No estádio
vegetativo o principal agente foi Fusarium sp. Os agentes causais das doenças no
estádio vegetativo (Fusarium sp. e Phytium sp) são considerados fungos de solo,
que podem ser introduzidos por sementes contaminadas, sendo relatados
causando tombamento de plântulas (“damping-off”) em diversas culturas como
tomate, beterraba, algodão, pepino (MICHEREFF et al., 2005; PATRÍCIO et al.,
2007; CHITARRA et al, 2008; MAZARO et al., 2009; AL-MAWAALI et al., 2012).
Os fungos que ocorreram no estádio reprodutivo (Didymella bryoniae e
Pseudoperonospora cubensis) são os agentes causadores das principais doenças
da melancia, crestamento gomoso e míldio, respectivamente (SANTOS et al.,
2005 e 2005a; SANTOS et al., 2009; COHEN & RUBIN, 2012). O crestamento
gomoso causa grandes perdas (podendo chegar a 40%) na produtividade e na
qualidade dos frutos sob alto nível de inóculo e condições ambientais favoráveis
(SANTOS, 2005; SANTOS et al., 2011a). Estudos realizados por Santos et al.
41
(2005a) mostraram que o aumento da incidência da doença nas folhas resultou
em perda direta na produtividade, havendo um decréscimo de 19,2% na
produtividade da melancia devido ao crestamento gomoso, representando cerca
de 10,3 t/ha.
Os resultados observados evidenciam a necessidade de controle das
doenças desde o início do desenvolvimento das plantas. Atualmente são
utilizados produtos químicos para minimizar as consequências desses ataques.
Porém, é notória a diminuição do controle quando se faz uso prolongado do
mesmo produto na mesma área, devido ao desenvolvimento de resistência por
parte do patógeno. Outros métodos vem sendo empregados, juntos ou não, com
a utilização de produtos químicos, visando um aumento no controle de doenças.
Dentre eles se destaca o uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas,
menores densidades de plantio, dentre outros.
Nos cultivos que apresentaram as maiores perdas (set/dez-2011 e fev/abr2012) foram apresentados os maiores índices pluviométricos e altas umidades, o
que mostra que água em excesso prejudica a cultura da melancia. Porém, os
componentes críticos foram diferentes nos dois cultivos. Isto pode ser justificado
pela diferença na distribuição das chuvas. Altas umidades favorecem o
aparecimento de doenças (COSTA & LEITE, 2007), contribuindo para um baixo
desempenho da planta, porém, outros fatores foram observados como críticos
quando submetidos a esta condição climática.
No cultivo set/dez-2011 as chuvas ocorreram com maior intensidade a
partir do estádio reprodutivo, podendo ter aumentado a queda de flores por ação
direta da água. A perda de flores também ocorre por abortamento natural ou
causado por fatores como não polinização, baixa produção de carboidratos e
ataque de pragas e doenças (BACCI et al., 2006), além de baixa ação dos insetos
42
polinizadores e lavagem do pólen quando ocorre maior intensidade de chuvas.
Neste cultivo ocorreu maior ataque por doenças (cerca de 75% de área foliar
afetada), que apesar de não ter causado perda direta de plantas pode ter
influenciado no abortamento das flores. O ataque de doenças e pragas, quando
em grau elevado, causa grande diminuição na área foliar das plantas. Como a
fotossíntese depende da área foliar, esta diminuição compromete a produção de
fotoassimilados e sua distribuição na planta, prejudicando seu desenvolvimento,
podendo ser causa de abortamento de flores (BACCI, 2006; BARROS, 2010).
Já em fev/abr-2012 as chuvas se concentraram no início do cultivo. Isto
pode ter favorecido a incidência de Fusarium sp., uma vez que alta umidade
favorece o aparecimento de doenças, levando a elevadas perdas no estádio
vegetativo. Além disso, podridão apical e rachadura de frutos também foram
fatores-chave de perdas neste cultivo. Apesar da alta umidade favorecer a
distribuição de cálcio nas plantas, a alta concentração de chuvas pode causar
lixiviação de nutrientes do solo, entre eles o cálcio (OLIVEIRA et al., 1991). A
planta é altamente exigente em relação a este nutriente, que permite a formação
de uma parede celular resistente nos frutos. Em nível baixo de cálcio no solo, há a
ocorrência de apodrecimento do fundo do fruto, conhecida como podridão apical
ou fundo preto (MEDEIROS et al., 2006; NUNES, 2006).
A rachadura de frutos ocorre principalmente devido ao manejo inadequado
da irrigação. Quando os frutos são expostos a altas temperaturas e recebem
irrigação logo em seguida ocorre um choque-térmico que leva a uma abertura na
casca, deixando os frutos impossibilitados de serem comercializados (SANTOS et
al., 2011).
As condições de clima ameno a quente, dias longos, baixa umidade e
temperaturas entre 18 e 28°C são favoráveis ao desenvolvimento da cultura
43
(COSTA & LEITE, 2007; DOMINGOS, 2003; RESENDE et al., 2006, FILGUEIRA,
2008). No Tocantins, quando levado em consideração a temperatura, pode-se
plantar o ano todo, porém deve ser evitado o período onde há ocorrência de
períodos de chuva em excesso.
6. CONCLUSÃO
Vários fatores podem se apresentar como críticos para a produção de
melancia, sendo sua importância determinada de acordo com a época de cultivo.
A época de plantio influencia na produtividade, nas perdas e nos fatores
que causam perdas na cultura da melancia.
Épocas com maior incidência de chuvas não são recomendadas para o
cultivo de melancia, pois ocorrem perdas muito grandes provocadas por vários
fatores, sendo Fusarium sp. e Pythium sp. os principais fatores de ocorrência
dessas perdas.
A diversidade do ambiente dificulta a identificação de um fator de perdas
determinante, porém doenças fúngicas é um fator de importância, pois causaram
perdas significativas em todos os cultivos de melancia.
Fungos habitantes de solo são mais importantes para a melancia,
no
estádio vegetativo das plantas e os fungos causadores de crestamento gomoso e
míldio são mais importantes no estádio reprodutivo.
44
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