A expansão e evolução dos programas de incubação e o desenvolvimento
empreendedor nas incubadoras goianas
Autor: Bruno Alencar Pereira1
Co-autores: Aline Figlioli2
Danúsia Arantes F. B. de Oliveira3
Emília Rosângela Pires da Silva4
Valdete Santos Medrado5
RESUMO
A pesquisa tem o objetivo de abordar o atual ecossistema do empreendedorismo inovador no
Estado de Goiás e propiciar o panorama das incubadoras goianas com a identificação das
conexões e interações destes mecanismos com os diferentes atores envolvidos na perspectiva
da Hélice Tríplice, no sentido de constatar o apoio das incubadoras de empresas como
elemento indutor do empreendedorismo no processo de desenvolvimento empreendedor
regional. A metodologia utilizada fundamentou-se em pesquisa empírica, de natureza
qualitativa, descritiva e exploratória com a exposição do panorama das incubadoras de
empresas goianas por meio de um estudo transversal com 10 incubadoras associadas à Rede
Goiana de Inovação (RGI). Os resultados permitiram a geração do mapeamento do
ecossistema do empreendedorismo inovador e do panorama atualizado dos processos de
incubação em Goiás, contribuindo para o estudo e identificação da participação das
incubadoras no processo de desenvolvimento empreendedor e como subsídio para elaboração
de políticas institucionais, ações para o fortalecimento das conexões do ecossistema existente,
capazes de fomentar e potencializar a atuação das incubadoras em prol do desenvolvimento
local e regional.
Palavras-chave: Incubadoras de empresas; Processo empreendedor; Processos de incubação;
Indicadores de evolução.
ABSTRACT
The research aims to address the current ecosystem of innovative entrepreneurship in
the State of Goiás and provide an overview of goianas incubators identifying the connections
and interactions of these mechanisms with the different actors involved in the perspective of
Triple Helix, to find the support of business incubators as a promoter element of
entrepreneurship in regional entrepreneurial development process. The methodology used was
based on empirical research, qualitative, descriptive and exploratory nature with a panorama
1
Mestrando em Administração pela UFG, Coordenador Geral do PROIN.UEG, (62) 3328-1170, [email protected].
Doutora em Administração pela FEA/USP, Presidente da RGI e Superintendente de Desenvolvimento
Tecnológico, Inovação e Fomento à TI na SED Goiás, (62) 3201-5413, [email protected].
3
Doutoranda em Educação e Currículo pela PUC/SP, (62) 9981-0622, [email protected].
4
Especialista em Agronegócios pela UFG, Gerente do Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG PROINE, (62) 3209-6034, [email protected].
5
Mestre em Desenvolvimento pela ALFA/GO, Ex-Gestora da Funtec, (In memoriam).
2
1
display business incubators of Goiás through a cross-sectional study of 10 incubators
associated with Goiana Innovation Network (RGI). The results allowed the generation of
innovative entrepreneurship ecosystem mapping and updated overview of the incubation
process in Goiás, contributing to the study and identification of the involvement of incubators
in the entrepreneurial development process and as a resource for development of institutional
policies, actions to strengthen the connections the existing ecosystem, able to foster and
leverage the performance of incubators in support of local and regional development.
Keywords: Business incubators; Entrepreneurial process; Incubation process; Evolution
indicators.
1 INTRODUÇÃO
Acompanhar a dinâmica do ecossistema do empreendedorismo inovador regional
torna-se fator relevante para subsidiar a alocação de ambientes e recursos que propiciem valor
agregado e inovação em territórios competitivos. Instituições de Ensino Superior, centros de
inovação, federações, associações, hubs de empreendedorismo, espaços criativos, co-working
e demais instituições existentes no Estado de Goiás se configuram como um ecossistema
promissor que promove conexões e interações de apoio e execução de iniciativas para a
criação de uma ambientação mais empreendedora junto às incubadoras empresas,
contribuindo para a prospecção de ideias, novos negócios e soluções que potencializem os
diferenciais competitivos da região.
Com o objetivo geral, a pesquisa pretende abordar o atual ecossistema de inovação no
Estado de Goiás com a identificação das conexões e interações das incubadoras e os
diferentes atores envolvidos com a elaboração do panorama das incubadoras goianas no ano
de 2014. No sentido de constatar o apoio das incubadoras de empresas como elemento indutor
do empreendedorismo sendo também exposto o papel das incubadoras no processo do
desenvolvimento empreendedor.
O artigo apresenta como estrutura a seção pela qual é apresentado o ecossistema do
empreendedorismo inovador em Goiás com a configuração das conexões e interações com as
incubadoras e o processo do desenvolvimento empreendedor por meio do suporte e práticas
adotadas pelas incubadoras de empresas e o Modelo Cerne, seguida pela seção sobre a
reflexão da importância de se obter dados e indicadores sobre o desempenho e evolução dos
processos de incubação a partir da realidade de cada incubadora, com posterior seção sobre os
métodos utilizados e, por fim, a demonstração dos resultados com o panorama das
incubadoras goianas no ano de 2014 com a análise dos dados mapeados e as respectivas
conclusões.
2 Ecossistema do empreendedorismo inovador em Goiás
A integração da agroindústria com a agropecuária moderna e a emergência de novas
atividades industriais nos segmentos automobilísticos e de biocombustíveis foram importantes
para o crescimento sustentado do PIB do Estado de Goiás. O comércio com o segmento de
serviços também se destaca na economia goiana, em razão da localização estratégica do seu
território, com a construção da capital federal e de importantes eixos rodoviários. Em termos
de logística econômica, no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília encontra-se o principal eixo de
distribuição interna de mercadorias do país (IMB, 2013).
Esta dinamicidade vivenciada no Estado de Goiás fomenta iniciativas e estimula a
organicidade e o atendimento das demandas inerentes ao processo de inovação tecnológica. A
partir desta realidade surge a reflexão, as análises e a sistematização das oportunidades para a
criação de um ecossistema que apoie empreendimentos e empreendedores que desenvolvam
2
produtos, processos e serviços que potencializem a inovação nos diferentes setores da
economia.
Com o advento da Lei Goiana de Inovação - Lei Estadual n.º 16.922, de 08/02/2010
preconizada pela Lei Federal de Inovação - Lei Nº 10.973, de 02/12/2004, o Estado de Goiás
adota medidas de incentivo à pesquisa científica e tecnológica nas atividades produtivas, com
vistas à obtenção da autonomia tecnológica, capacitação e competitividade no processo de
desenvolvimento regional, incentivando a implantação de sistemas de inovação.
Instituições de Ensino Superior, centros de inovação, federações, associações, hubs de
empreendedorismo, espaços criativos, co-workings e demais instituições existentes, se
configuram como um ecossistema promissor que promove conexões e interações de apoio e
execução de iniciativas para a criação de uma ambientação mais empreendedora junto às
incubadoras empresas, contribuindo para a prospecção de ideias, novos negócios e
encaminhamentos de soluções que potencializem os diferenciais competitivos nas diferentes
regiões do Estado de Goiás.
Nesse cenário, é necessário estabelecer um movimento pró-inovação para apoiar os
empresários, a fim de inseri-los no contexto participativo da qualificação contínua, da
pesquisa e da captação de recursos. Para tanto, é imprescindível a realização de políticas
transversais indutivas de interação e cooperação entre os poderes público e privado
envolvendo o terceiro setor e a sociedade (BEZERRA et al., 2013).
As interações e cooperações no presente trabalho são configuradas na abordagem da
Hélice Tríplice desenvolvida por Etzkowitz e Leydesdorff (2009) que visa a produção de
novos conhecimentos, inovação tecnológica e desenvolvimento econômico, em que a
inovação é compreendida como resultante de um processo complexo e dinâmico de
experiências nas relações entre ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento nas
universidades, nas empresas e nos governos, em uma espiral de transições sem fim. A Figura
1 representa o ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás na perspectiva
da Hélice Tríplice, colocando as incubadoras de empresas no centro destas transições.
Figura 1: Ecossistema do empreendedorismo inovador no Estado de Goiás.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Etzkovitz e Leydesdorff (2009).
3
A Figura 1 posiciona as incubadoras de empresas no centro do ecossistema como
elementos indutores das sinapses existentes. As incubadoras de empresas conseguem
estimular a integração dos ambientes, por ações conjuntas e pela própria interação
formalizada por meio de projetos ou informalmente pelas boas relações entre os gestores e
instituições mantenedoras, porém, há necessidade de que ações isoladas realizadas pelos
elementos constituidores do ecossistema possam ser integralizadas em ações de maior
abrangência para a consolidação das sinapses existentes e da organicidade exigida por uma
rede de relações concretizando o ecossistema, permitindo não somente criar e moldar os
recursos do sistema de apoio, mas também comparar a contribuição dos diferentes atores da
rede para aprimorar a compreensão de como os empreendedores estão interligados com os
demais atores (MUSIOLIK, 2012).
A INOVE, incubadora de empresas do extinto Centro Federal de Educação
Tecnológica de Goiás (Cefet/GO) foi a primeira incubadora do Estado de Goiás, inaugurada
em fevereiro de 2002. Com a expansão dos programas de incubação, atualmente, Goiás conta
com 12 incubadoras implantadas. As incubadoras de empresas, como elementos indutores do
empreendedorismo e inovação no Estado de Goiás representam a maior fonte de interação e
articulação do ecossistema do empreendedorismo inovador regional. Por meio de ações e
projetos formalizados entre os atores ou por ações isoladas conseguem, de forma organizada,
sensibilizar, disseminar e movimentar o desenvolvimento da cultura empreendedora e
estimular as interações entre as universidades, governo e indústria, para a criação de negócios
e inovações tecnológicas.
Ações como a participação em conjunto em projetos aprovados na Chamada Pública
MCT/Finep - PNI/PROININC 03/2009 e Carta Convite MCT/Finep/AT - PNI/Incubadoras
12/2010 proporcionaram maior interação das incubadoras goianas em diversas ações tais
como palestras, produção de materiais de sensibilização, publicações, workshops para equipes
das incubadoras e empreendedores, seminários, com destaque para a 1ª Olimpíada de
empreendedorismo para universitários goianos realizada em 2014, envolvendo as Instituições
mantenedoras e os diferentes atores do ecossistema. A realização do IX Encontro Regional de
Incubadoras do Centro-Oeste (Erinco), em junho de 2014, no município de Pirenópolis-GO,
como iniciativa da Rede Centro-Oeste de Inovação (RedeCO) e organizada pela Rede Goiana
de Inovação (RGI) estimulou perceptivelmente o ecossistema regional.
As 12 incubadoras existentes no Estado de Goiás são: o Centro de Empreendedores de
Rio Verde (Cerve), criado em setembro de 2003, vinculado à Universidade de Rio Verde
(UniRV), no município de Rio Verde-GO; a Incubadora Athenas, criada em outubro de 2011,
vinculada à Uversidade Federal de Goiás (UFG), no município de Catalão-GO; a Incubadora
de Empresas de Base Tecnológica de Jataí (BeeTech), recentemente criada em março de
2015, vinculada à Uversidade Federal de Goiás (UFG), no município de Jataí-GO; a
Incubadora de Empresas PUC Goiás, criada em setembro de 2012, vinculada à Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), no município de Goiânia-GO; a Incubadora
Tecnológica ULBRATECH Itumbiara, criada em abril de 2012, vinculada ao Instituto
Luterano de Ensino Superior (ILES/ULBRA), no município de Itumbiara-GO; o Programa de
Incubação de Empresas Aldeia Anhanguera, criado em dezembro de 2008, vinculado ao
Centro Universitário de Goiás (Uni-ANHANGUERA), no município de Goiânia-GO; o
Programa de Incubadoras da Universidade Estadual de Goiás (PROIN.UEG), criado em junho
de 2011, vinculado à Universidade Estadual de Goiás (UEG), no município de Anápolis-GO;
o Programa de Incubação de Empresas do Município de Aparecida de Goiânia (Incubadora
3D), criado em abril de 2012; o Proine - Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG CEI, criado em maio de 2004, vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), no
município de Goiânia-GO; a Tecnotex Incubadora de Empresas, criada em junho de 2004,
vinculada à Prefeitura Municipal de Goianésia-GO; a UniINCUBADORA, criada em outubro
4
de 2008, vinculada ao Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA), no município
de Anápolis-GO; e a Incubadora de Empresa de Uruaçu, vinculada à Prefeitura Municipal do
município de Uruaçu-GO, em fase inicial de operacionalização.
Todas as incubadoras de empresas citadas são associadas pelas suas mantenedoras a
Rede Goiana de Inovação (RGI), criada em 05 de abril de 2005 com o objetivo de integrar e
apoiar as incubadoras de empresas goianas, tendo como principais instituições mantenedoras
a Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) e o Sistema Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-GO). Com os demais atores governamentais e setores
produtivos, a RGI tornou-se a principal articuladora das políticas e ações direcionadas para a
criação e desenvolvimento das incubadoras no Estado de Goiás sendo também a instituição
representativa e articuladora do movimento das incubadoras goianas junto aos órgãos e
instituições regionais e nacionais, com destaque para sua articulação com a Associação
Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
As universidades, IES e ICTs existentes despertam para o desenvolvimento de
ambientes que proporcionem a relação universidade-empresa para a promoção do
empreendedorismo inovador. As incubadoras de empresas vinculadas a estas instituições se
destacam por serem, em grande parte, os primeiros ambientes criados para o desenvolvimento
de negócios inovadores, seguido pelos NITs. Porém, percebe-se um direcionamento para a
criação e já existência de ambientes mais amplos de empreendedorismo e inovação.
Na perspectiva da interação governamental amplia-se a percepção de políticas públicas
e ações direcionadas para o desenvolvimento das incubadoras e demais ambientes de
inovação, agregando o Governo do Estado de Goiás, a Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
(SED) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) como atores
responsáveis pelo fomento, apoio e motivadores para o desenvolvimento das incubadoras e
respectivas ações de desenvolvimento regional.
O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico, Agricultura, Pecuária e Irrigação
(SED), que foi criada a partir da incorporação de diferentes pastas, com destaque para a
extinta Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTEC), promove a formulação e
execução da política de ciência, tecnologia e inovação, fomento à tecnologia da informação de
mercado, promoção da educação profissional e tecnológica, e, ainda, formulação da política
estadual relacionada com fomento, pesquisa, avaliação e controle do ensino superior mantido
pelo Estado. Dentre as ações articuladas pela Secretaria com a inovação e o
empreendedorismo, destacam-se a parceria para a disseminação dos ambientes de inovação
existentes, o apoio para realização de eventos e programas criados para fomento e apoio ao
desenvolvimento da inovação tecnológica no Estado, como o Programa Goiano de Parques
Tecnológicos (PGTec) instituído em 2010 com a finalidade de incentivar a implantação de
Parques Tecnológicos no Estado de Goiás.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) criada pela Lei 15.472,
em 2005, atua no fomento à pesquisa científica, tecnológica e de inovação, contribuindo para
o desenvolvimento socioeconômico e cultural de Goiás. Desde 2011 a Fapeg publica editais
de fomento à inovação nas empresas. No ano de 2013 a FAPEG publicou a Chamada Pública
nº 07/2013, o Edital TECNOVA, em substituição do edital PAPPE-Integração, em parceria
com a Finep, possibilitando a subvenção econômica para 35 empresas contempladas, com o
valor total disponibilizado de R$ 13,5 milhões. No ano de 2012, a Fapeg publicou a Chamada
Pública nº 14/2012 e nº 115/2012 em apoio à criação, estruturação e manutenção de NITs e
incubadoras de empresas respectivamente, somando o valor total de R$960.000,00
disponibilizados, sendo contempladas a instituições UEG, UFG, ILES/ULBRA, PUC Goiás,
UniEVANGÉLICA, UniRV, Universidade Salgado de Oliveira e o IF Goiás. Uma nova
5
versão desta chamada está prevista ainda para o ano de 2015, novamente direcionada para os
NITs e incubadoras existentes em Goiás.
Localmente percebe-se a atuação direta do setor público atuando no desenvolvimento
das incubadoras municipais como o caso da Incubadora 3D sendo um projeto fruto da parceria
entre a prefeitura de Aparecida de Goiânia-GO por meio da Secretaria Municipal de Indústria
e Comércio, Ciência e Tecnologia (SICCT) em parceria com o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Funtec, RGI e o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT)
AparecidaTec, o mesmo caso é percebido no município de Goianésia com a incubadora
Tecnotex. No município de Anápolis-GO a interação do setor público local também é
percebida pela articulação da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação
(SMCTI) com as incubadoras PROIN.UEG da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a
UniINCUBADORA na promoção do empreendedorismo inovador, com destaque para o
projeto Empreende Anápolis, realizado no ano de 2014, com o objetivo de divulgar a
realização de ações conjuntas para a sensibilização e a disseminação do empreendedorismo
inovador e dos programas de incubação existentes no município. Esta Secretaria também é
associada à RGI e Anprotec articulando ações com as incubadoras locais e iniciativas de
implantação do Parque Tecnológico no município.
Na perspectiva da interação com a indústria demonstrada na Figura 1 percebe-se a
variedade de atores envolvidos, que embora sistemicamente não articulados, promovem
conexões com as incubadoras de empresas em iniciativas que demonstram um grande
potencial para o desenvolvimento regional.
O Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-GO) possui
interface com todas as incubadoras de empresas e instituições mantenedoras, sendo
reconhecidamente um dos atores mais participativos no movimento de incubadoras e
desenvolvimento empreendedor regional e nacional.
A Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec) é uma entidade privada sem
fins lucrativos que fomenta a inovação tecnológica no Estado de Goiás. Instituída em 1994,
atua conjuntamente com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e a RGI
promovendo, incentivando, fomentando e coordenando projetos e desenvolvimento
tecnológico dos mais variados setores da sociedade, na busca do desenvolvimento local e
regional, numa ação contínua e articulada. O apoio oferecido pela Funtec ao desenvolvimento
de empreendimentos inovadores ganha destaque por meio de duas ações específicas: a
Plataforma Tecnológica de Dados para Inovação e Editais Funtec de Fomento às Ações de
Inovação em Goiás. De acordo com Bezerra et al. (2013), de forma inédita para o setor
produtivo goiano, com a Plataforma Tecnológica de Dados para Inovação, a Funtec objetiva
estabelecer um mecanismo, que susbsidia um conjunto de informações sobre inovações das
empresas goianas para a promoção de iniciativas empresariais e governamentais para a
inovação. Os Editais Funtec de Fomento às Ações de Inovação em Goiás, lançados
respectivamente nos anos de 2014 e 2015, apoiam propostas nas seguintes linhas: I - Apoio às
incubadoras e empresas incubadas, II - Apoio à Redes promotoras de inovação, III - Apoio à
projetos dinamizadores da Plataforma Tecnológica de Dados de Inovação e IV - Apoio à
projetos inovadores, somando o montante de R$1.064.700,00 disponibilizados nos anos de
2014 e 2015.
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) é parceira institucional de
diversas incubadoras goianas atuando como importante ator que integra o setor produtivo com
os ambientes de inovação existentes contribuindo para que as ações das incubadoras tenham
maior relação de desenvolvimento com os produtos e serviços originários das indústrias e
empresas regionais. Com a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) incentivada pela
Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a FIEG criou o Núcleo de Inovação de Goiás
6
(NIG) com a finalidade de sensibilizar as empresas para as oportunidades de inovar, ampliar a
participação industrial na agenda de inovação e trabalhar em parceria com o governo.
O Serviço Nacional de Apoio a Indústria (SENAI), também pertencente ao Sistema
FIEG, vem desempenhando regionalmente um relevante papel na disseminação da inovação
tecnológica, ofertando soluções tecnológicas que possibilitam a inovação para as micro e
pequenas empresas, tendo como demanda empreendimentos incubados para o
desenvolvimento específico de soluções complementares para seus projetos. O SENAI junto
ao Serviço Social da Indústria (SESI) também é regionalmente responsável pelo Edital
SENAI SESI de Inovação, disseminando e oferecendo apoio para o desenvolvimento de
projetos inovadores para com o objetivo de custear projetos de inovação tecnológica que
contemplem empresas do setor industrial de qualquer porte, inclusive startups, incluindo
empreendimentos incubados.
Os hubs de empreendedorismo visam apoiar empreendedores nos desafios de
negócios, guiando ou promovendo ações para que ideias, startups e empresas tenham suporte
e interação com grupo de empreendedores tendo um apoio especial para seu desenvolvimento,
tais ambientes já podem ser percebidos no Estado de Goiás, como os espaços de co-working
PontoGet, Modul Coworking, BIZ Center, Teia Coworking e a Trama Coworking, localizados
na cidade de Goiânia-GO, assim como o Coletivo Centopeia, a comunidade Empreendedores
Inquietos (EI) e o Anavalley como comunidade colaborativa criada em Anápolis-GO.
As Associações Comerciais e Industriais do Estado de Goiás e comunidades setoriais
representativas apoiam as ações empreendedoras vinculadas às incubadoras com o apoio
institucional e de divulgação de atividades que possam beneficiar o desenvolvimento
econômico dos negócios locais. Dentre as associações e comunidades destacam-se a
Associação de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (AJE) e a Comunidade
Tecnológica de Goiás (COMTEC).
Com este ecossistema percebe-se que o cenário goiano do empreendedorismo
inovador vem se configurando de forma consistente, havendo a necessidade de políticas
públicas que consolidem as conexões já existentes e aquelas em fase de criação, que supram
as necessidades específicas dos empreendedores e atores envolvidos, potencializando a
sistematização de ações para o processo do desenvolvimento empreendedor promovido pelas
interações regionais integrando governo, universidades, indústria e as incubadoras de
empresas. A ambientação proporcionada por um ecossistema consolidado permite que os
empreendedores reconheçam e explorarem oportunidades possibilitadas por diferentes fatores
(BOLLINGHTOFT e ULHOI, 2005). Segundo Mian (1997), a assistência aos novos negócios
com serviços de apoio, bem como o desenvolvimento empreendedor, contribui para o sucesso
de novos produtos e serviços desenvolvidos por estes empreendimentos. O suporte oferecido
pelas incubadoras de empresas com o apoio do sistema de inovação contribui para que os
produtos e serviços desenvolvidos pelos empreendimentos incubados tenham acesso ao
mercado.
3 Indicadores de evolução e desempenho dos processos de incubação
As incubadoras de empresas brasileiras, referenciadas pelo Centro de Referência para
apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), como modelo de atuação criado pela Anprotec e
Sebrae, pretendem melhorar expressivamente os resultados em prol do desenvolvimento
empreendedor, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, de forma a ampliar a
capacidade da incubadora em gerar, sistematicamente, empreendimentos inovadores bemsucedidos (ANPROTEC, 2014). Porém, embora o modelo seja aplicado com vasta
abrangência nas diversas regiões do país pelas incubadoras de empresas, empiricamente,
7
pecebe-se a existência de uma lacuna sobre a utilização de indicadores e resultados que
evidenciem a evolução dos processos de incubação regionais.
Dados do “Estudo, Análise e Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no
Brasil”, elaborado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (Anprotec) e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
publicado em 2012, mostram o papel das incubadoras no desenvolvimento das diferentes
regiões do país, evidenciando que no Brasil, há 384 incubadoras, onde cerca de 3,8 mil
empresas (associadas e incubadas) são atendidas. Nesses ambientes, foram graduadas mais de
2,5 mil empresas, que faturam R$ 4,1 bilhão e geram cerca de 30 mil empregos
(ANPROTEC, 2014).
Segundo Ferreira et al. (2008) indicadores e estudos que demonstram o panorama
situacional das incubadoras e empreendimentos incubados, como os realizados pela Anprotec,
estabelecem mecanismos que geram visibilidade do desempenho das empresas incubadas e
das incubadoras com suas características de qualidade, tornando o ambiente de negócios mais
seguro e controlado, de modo a atrair um número maior de investidores e, consequente,
visibilidade do processo de desempenho e evolução das incubadoras.
No intuito de regionalizar o panorama das incubadoras do Estado de Goiás, a pesquisa
adaptou parâmetros tomados como referência pelo UBI Index Global Benchmark Survey
2014, sendo uma iniciativa europeia de investigação sobre o desempenho de incubadoras
universitárias realizada pela instituição UBI Global de Estocolmo na Suécia, para o
estabelecimento de indicadores baseados em fatores críticos de sucesso, áreas chaves de
gestão e nos próprios processos das incubadoras.
O UBI Index Global Benchmark Survey utiliza 60 indicadores-chave de desempenho
das incubadoras, chamados Key Performance Indicators (KPI) para classificar incubadoras.
Os 60 KPIs incluem dados quantitativos como receita anual, postos de trabalho criados, IPOs
e investimentos e dimensões qualitativos, tais como a qualidade e a quantidade de consultores,
mentores, serviços e negociações. Variáveis como o tipo de incubadora, ecossistema, idade e
setor de atuação também são considerados (UBI INDEX, 2014).
4 Metodologia
A metodologia consistiu em pesquisa empírica e exploratória, com caráter qualitativo
e descritivo, realizada por estudo multicaso que permitirá uma investigação sobre o atual
panorama das incubadoras de empresas goianas. O estudo foi fundamento por método survey
com utilização de questionário de pesquisa online elaborado no sistema web Google docs,
como instrumento de coleta de dados, aplicado no ano de 2014 em 10 incubadoras existentes
no Estado de Goiás. As informações obtidas foram descritivamente analisadas e
posteriormente expostas em resultados do artigo. O Quadro 1 demonstra a identificação e
descrição das incubadoras respondentes.
Quadro 1 - Incubadoras de empresas respondentes
8
Fonte: Elaborado pelos autores.
O questionário (Apêndice A) base da pesquisa survey foi desenvolvido por 67
questões com repostas fechadas adaptadas do questionário da pesquisa UBI Index Global
Benchmark Survey 2014. Posteriormente, o questionário foi transposto para o sistema web,
sendo aplicado durante o mês de junho de 2014. A seleção dos respondentes consistiu em
todos os gestores das incubadoras de empresas associadas à Rede Goiana de Inovação (RGI)
mediante envio do questionário por e-mail.
Importante ressaltar que por se tratar de pesquisa realizada em 2014 as incubadoras
BeeTech e a Incubadora de Empresas de Uruaçu-GO não participaram do panorama
apresentado por serem constituídas em 2015.
5 Resultados
No intuito de compreender os programas de incubação no Estado de Goiás, são
expostos, no Quadro 2, o panorama sintetizado das incubadoras de empresas goianas no ano
de 2014, com os principais aspectos pesquisados e posterior discussão dos resultados.
Quadro 2 - Panorama das incubadoras de empresas goianas 2014
9
Principais indicadores
Vínculo institucional das incubadoras
Tipologia das incubadoras
Abrangência de atuação e incubação
Resultados
80% vinculadas à Universidades, IES ou ICTs
20% vinculadas ao setor público municipal (Prefeituras)
40% de base tecnológica orientadas para a geração e uso
intenso de tecnologias
60% mistas, orientadas para o desenvolvimento local e
setorial
70% com atuação local, no município
30% com atuação regional, em todo o Estado de Goiás
Nº. de empreendimentos incubados (projetos e
empresas)
56
Setores dos empreendimentos incubados atendidos
Tecnologia da Informação e Comunicação = 54,83%
Agronegócio = 16,13%
Biotecnologia e Nanotecnologia = 9,68%
Máquinas e Equipamentos = 9,68%
Meio ambiente e Recursos naturais = 6,45%
Fármacos e Medicamentos = 3,23%
Média de orçamento próprio das incubadoras ou da
instituição mantenedora para a operacionalização
(anual)
Média de receita/recursos financeiros gerados
anualmente pelas incubadoras (taxas de incubação,
editais contemplados e outras fontes)
Destinação dos recursos financeiros na
operacionalização das incubadoras
Principais motivos de sucesso das incubadoras na
perspectiva dos gestores
Nº. de investidores que fazem parte das redes das
incubadoras (venture capital, angels etc)
Qtd. de recurso financeiro já investido por
investidores nos projetos/empresas incubadas
Nº. de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e
internacionais das incubadoras
Nº. médio de colaboradores atuantes por equipe das
incubadoras
Periodiciadade dos processos seletivos das
incubadoras
Processo de seleção de empreendimentos
Origem dos(as) projetos/empresas incubadas
Principais inovações identificadas nos
empreendimentos incubados
Entre R$50.000,00 a R$100.00,00
Entre R$100.000,00 a R$150.000,00
Apoio direto aos incubados = 28,1%
Custos com recursos humanos (salários da equipe e
contratação de profissionais) = 26%
Infraestrutura e equipamentos = 21%
Capacitação e qualificação da equipe da incubadora =
9%
Eventos = 9%
Marketing e comunicação = 6,9%
Estreita relação mantida com as empresas graduadas =
19,21%
Visibilidade e propaganda = 19,21%
Capacidade de atrair/prospectar projetos de alto impacto
= 14,69%
Facilidade para contatos e redes = 13,56%
Stakeholders competentes e comprometidos = 13%
Assessores e consultores qualificados = 11,86%
Garantia de recursos financeiros = 8,47%
27
Entre R$300.000,00 a R$500.000,00
15
4
40% processo seletivo anual
60% processo seletivo de fluxo contínuo
Nº. médio de projetos/empresas inscritas por ano nos
processos seletivos das incubadoras = 10,7
Nº. médio de projetos/empresas aceitas para incubação
por ano = 6,5
Acadêmicos/egressos da instituição = 40%
Empreendedores externos = 31,5%
Projetos de empresas já existentes = 20,5%
Professores/pesquisadores = 8%
Inovação em produto/serviço = 57,5%
Inovação em organização/negócio = 23%
10
Nº. de investidores que fazem parte das redes das
incubadoras (venture capital, angels etc)
Qtd. de recurso financeiro já investido por
investidores nos projetos/empresas incubadas
Nº. de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e
internacionais das incubadoras
Nº. médio de colaboradores atuantes por equipe das
incubadoras
Periodiciadade dos processos seletivos das
incubadoras
Processo de seleção de empreendimentos
Origem dos(as) projetos/empresas incubadas
Principais inovações identificadas nos
empreendimentos incubados
Tempo médio que o empreendimento incubado
permanece nas incubadoras
Percentual de empresas que permanecem na região
após sua graduação
Serviços mais relevantes oferecidos pela
incubadora aos incubados na percepção dos
gestores
Percentual de esforços direcionados para cada
dimensão de desenvolvimento dos
empreendiemtnos incubados (Cerne)
Nº. total de empregos gerados pelas empresas em
incubação
Nº. total de empregos gerados pelas empresas
graduadas
27
Entre R$300.000,00 a R$500.000,00
15
4
40% processo seletivo anual
60% processo seletivo de fluxo contínuo
Nº. médio de projetos/empresas inscritas por ano nos
processos seletivos das incubadoras = 10,7
Nº. médio de projetos/empresas aceitas para incubação
por ano = 6,5
Acadêmicos/egressos da instituição = 40%
Empreendedores externos = 31,5%
Projetos de empresas já existentes = 20,5%
Professores/pesquisadores = 8%
Inovação em produto/serviço = 57,5%
Inovação em organização/negócio = 23%
Inovação em processo = 11%
Inovação em marketing = 8,5%
2 a 3 anos
85%
Assessorias e consultorias = 25%
Espaço e instalações = 20%
Captação de recursos e investimentos = 20%
Acesso a mercados, networking e parceiros = 17,5%
Acesso a laboratórios, pesquisa e aproximação de
professores e pesquisadores = 12,5%
Gestão da inovação e desenvolvimento da tecnologia =
2,5%
Apoio para propriedade intelectual e transferência
tecnológica = 2,5%
Mercado = 23,5%
Gestão = 23%
Tecnologia = 19%
Capital = 19%
Desenvolvimento empreendedor = 15,5%
Indiretos = 79
Diretos = 72
Indiretos = 53
Diretos = 150
Fonte: Elaborado pelos autores.
Dentre os resultados encontrados percebe-se a grande representatividade das
universidades no papel de mantenedoras das incubadoras existentes com 80% de vinculação
destes mecanismos. A localização das incubadoras goianas está concentrada em 100% nas
áreas urbanas, o que não impede o atendimento das incubadoras à projetos tecnológicos que
possam ser introduzidos em áreas rurais. A mesorregião do Centro Goiano, ganha destaque
em número de incubadoras instaladas sendo três na capital Goiânia, duas no município de
Anápolis e uma no município de Aparecida de Goiânia. A concentração demonstrada por um
lado reforça as potencialidades destes municípios e por outro lado indica a necessidade da
capilaridade da abrangência das incubadoras nas demais mesorregiões goianas.
11
Todas as incubadoras pesquisadas possuem caráter institucional de serem mecanismos
sem fins lucrativos, tendo como orçamento próprio para a operacionalização anual a média
orçamentária entre R$50.000,00 a R$100.00,00. A média de receita ou recursos financeiros
gerados anualmente (taxas de incubação, editais contemplados e outras fontes) fica entre
R$100.000,00 e R$150.000,00.
Os recursos advindos das instituições mantenedoras, taxas de incubação e projetos
aprovados em editais representam as maiores fontes de recursos utilizadas pelas incubadoras.
Tratando-se de editais e projetos contemplados pelas incubadoras goianas, as fontes de
captação mais utilizadas são a RGI, Funtec, Fapeg, Finep e Sebrae. A maior parte dos
recursos utilizados na operacionalização das incubadoras são direcionados para apoio direto
aos incubados, custos com recursos humanos e infraestrutura e equipamentos, que
conjuntamente representam 75% dos custos totais.
A pesquisa identificou a existência de 56 empreendimentos incubados (projetos e
empresas), sendo destaque o setor de TICs com 54,83% das incubações, seguido pelo setor de
agronegócio com 16,13%. Dos 56 empreendimentos incubados, 25,49% encontravam-se na
modalidade de pré-incubação, 33,33% na modalidade de incubação residente e 41,18% na
modalidade de incubação não residente, com período médio de incubação entre 2 a 3 anos.
Empiricamente, percebe-se que o número elevado de incubação na modalidade não-residente
deve-se ao fato da própria capacidade da estrutura física das incubadoras em atender maior
número de empreendimentos instalados em sua própria sede, o que demonstra a necessidade
de ampliação das capacidades e escalabilidade de atendimento das incubadoras.
Dentre os tipos de inovações referenciados pela OECD (2007), os mais comumente
identificados nos projetos incubados são respectivamente as inovações em produto/serviço
(57,5%), inovação em organização/negócio (23%), inovação em processo (11%) e inovação
em marketing (8,5%).
Na busca por investimentos, embora as incubadoras somadas possuam 27 investidores
integrantes de suas redes, os resultados demonstram que há a necessidade de atração de
investidores, sendo que apenas dois empreendimentos de todas as incubadoras pesquisadas
tiveram investimentos realizados, com destaque para a UniINCUBADORA que teve valor
entre R$300.000,00 a R$500.000,00 investidos em empreendimentos incubados.
Na captação de recursos por projetos elaborados pelos empreendimentos incubados
com apoio das incubadoras em editais de inovação, tem-se que 12 projetos já foram
contemplados com subvenção oriunda de diversas fontes como os editais PAPPE Integração,
PRIME, Tecnova, Funtec dentre outros. Da mesma forma, 41 projetos submetidos pelas
incubadoras de empresas goianas foram contemplados para o desenvolvimento, consolidação
e apoio aos empreendimentos incubados.
Quanto ao valor total do lucro arrecadado por todas empresas graduadas ou em
incubação referente a produtos ou serviços desenvolvidos com o apoio da incubadora,
percebe-se a ausência de dados quanto a este relevante indicador de lucratividade que impacta
diretamente na saúde financeira e nos resultados do processo de incubação. Apenas 3
incubadoras pesquisadas acompanhavam este indicador com a projeção anual da média de
lucros obtidos por seus empreendimentos incubados ou já graduados. Esta realidade denota
um fator crítico a ser observado pelas incubadoras goianas quanto aos indicadores de
desenvolvimento. Dos lucros arrecadados pelas empresas incubadas, apenas 30% das
incubadoras pesquisadas solicitam participação nos negócios em forma de royalties e
nenhuma das incubadoras participa ou solicita participação na sociedade dos
empreendimentos incubados ou graduados.
Na percepção dos gestores, os principais fatores de sucesso das incubadoras são
respectivamente a estreita relação mantida com as empresas graduadas (19,21%), a
visibilidade e propaganda (19,21%), a capacidade de atrair ou prospectar projetos de alto
12
impacto (14,69%), a facilidade para contatos e redes (13,56%), os stakeholders competentes e
comprometidos (13%), os assessores e consultores qualificados atuantes na incubadora
(11,86%) e a garantia de recursos financeiros (8,47%). Tais resultados demonstram a
preocupação dos gestores em manter o vínculo com as empresas graduadas e preocupação de
como a incubadora é vista ou divulgada pelos parceiros, empreendedores e comunidade.
Sobre os serviços e apoio mais relevantes oferecidos pela incubadora aos incubados os
gestores destacaram respectivamente as assessorias e consultorias (25%), o espaço e
instalações oferecidas (20%), a captação de recursos e investimentos (20%), o acesso a
mercados, networking e parceiros (17,5%), o acesso a laboratórios, pesquisa e aproximação de
professores e pesquisadores (12,5%), a gestão da inovação e desenvolvimento da tecnologia
(2,5%) e o apoio para propriedade intelectual e transferência tecnológica (2,5%).
Em suas operações, ainda é perceptível como grande problema enfrentado pelas
incubadoras, a ausência de elevado número de colaboradores atuantes, com média de 3
colaboradores em tempo parcial na incubadora e média de uma pessoa com atuação em tempo
integral. Cerca de 60% das incubadoras possuem conselho ou comitê que supervisiona a
incubadora auxiliando as decisões e operações estratégicas das incubadoras, porém 40% das
incubadoras pesquisadas não possuem sequer uma instância deliberativa, não sendo possível
identificar se tal ocorrência justifica-se pela ausência de um corpo deliberativo relacionado à
falta do apoio estratégico institucional ou se pela autonomia estratégica dada aos próprios
gestores destas incubadoras.
Quanto aos processos seletivos realizados pelas incubadoras até o período da pesquisa,
40% possuíam processo seletivo anual e 60% possuíam processo seletivo de fluxo contínuo.
Identifica-se a média de 10,7 projetos inscritos anualmente por incubadora, com média de 6,5
projetos/empresas aceitos para incubação, com destaque para as incubadoras PROIN.UEG e o
Proine da UFG que conjuntamente possuem a média de 50 projetos inscritos ao ano,
representando 46,72% do total de empreendimentos inscritos nos editais de incubação em
Goiás.
Todas as incubadoras realizam ações de disseminação de empreendedorismo para
prospecção de projetos, o que contribui para a prospecção e maior número de inscritos nos
editais de seleção, porém os resultados da pesquisa demonstram a ausência da sistematização
das ações de sensibilização e prospecção, demonstrando que apenas 30% das incubadoras
goianas possuem ações frequentes com base em um calendário previamente estabelecido.
Verifica-se que um incremento em ações de disseminação pode proporcionar um aumento
significativo de bons projetos captados pelas incubadoras.
A origem dos projetos/empresas incubadas mostrou-se diversificada com destaque
para empreendimentos propostos por acadêmicos ou egressos das instituições de ensino e
pesquisa (40%), empreendedores externos (31,5%), professores ou pesquisadores (8%) e
projetos propostos por empresas já existentes (20,5%). Estes resultados demonstram a
relevante participação da comunidade acadêmica nos processos de incubação, em que também
se observou a média por incubadora de 4,4 professores/pesquisadores envolvidos no apoio ao
desenvolvimento da incubadora.
Apenas 50% das incubadoras pesquisadas em 2014 possuíam empreendimentos
graduados. Este resultado reflete a recente criação de grande parte das incubadoras goianas,
sendo que aquelas que já possuem empreendimentos graduados têm obtido êxito quanto à
retenção destas empresas na região, uma vez que cerca de 85% permaneceram na região. Isso
não impede que tais empresas exerçam suas atuações em outros estados e até mesmo em
outros países, porém, não há uma percepção de incentivos e ações consolidadas por parte das
incubadoras em preparar os empreendimentos para a internacionalização.
Observou-se durante a pesquisa, uma incipiente implantação do Centro de Referência
para apoio a Novos Empreendimentos (Cerne 1), com a identificação de 6 incubadoras
13
goianas que até o momento da pesquisa ainda não iniciaram sua implantação, 3 incubadoras
encontravam-se em fase inicial de implantação e apenas 1 incubadora encontrava-se em fase
final de implantação. No momento de aplicação da pesquisa, foi perceptível que as
incubadoras Proine e UniINCUBADORA, contempladas no edital de Incubadoras de
Empresas -Sebrae/Anprotec Nº 01/2011-Práticas Cerne Tipo 1, eram as incubadoras com
melhores condições para a implantação do Cerne. Entretanto, boa parte dos gestores de todas
as incubadoras pesquisadas já possuíam a certificação de participação no Workshop de
Nivelamento e Curso de Implantação do Cerne 1 promovidos pela Anprotec.
Quanto a oferta de serviços específicos e personalizados de acordo com a fase de
desenvolvimento de cada empreendimento, tem-se que, 20% das incubadoras ainda não
conseguem oferecer sistemicamente o suporte específico às necessidades dos
empreendimentos e que 80% das incubadoras ofertam serviços por nível de maturidade e fase
de incubação.
Para o acompanhamento e monitoramento do desenvolvimento dos empreendimentos
incubados por meio de diagnósticos e avaliações, não é percebida uma linearidade, três
incubadoras realizam mensalmente, duas trimestralmente e três semestralmente. Quanto ao
acompanhamento das empresas graduadas tem-se que das cinco incubadoras que possuíam
empreendimentos graduados apenas uma acompanha o desenvolvimento das empresas
graduadas após o processo de incubação, por meio de mecanismos formais (reuniões,
relatórios, diagnósticos etc). Este resultado, contradiz na prática a própria percepção dos
gestores que enumeraram a estreita relação mantida com as empresas graduadas como um dos
principais fatores de sucesso da incubadora. Da mesma forma, foi constado que apenas 30%
das incubadoras possuíam empresas graduadas que participam ativamente das ações da
incubadora quando convidadas. Destas incubadoras, apenas uma possuía portfólio de ações
pelas quais os empreendimentos graduados pudessem participar continuamente.
Durante todo o período de existência dos programas de incubação 29
empreendimentos foram desligados antes de serem graduados. Este resultado torna-se um
indicador crítico, exigindo um estudo aprofundado sobre as motivações da evasão ou decisão
de desligamento destes empreendimentos por parte das incubadoras.
Tratando-se de ações promovidas pelas incubadoras goianas direcionadas para a
propriedade e intelectual e transferência tecnológica, com envolvimento dos projetos e
empresas incubadas, percebe-se incipientes iniciativas, com apenas 4 patentes geradas e 1
transferência tecnológica ocorrida. Este resultado demanda uma maior preocupação das
incubadoras quanto à proteção intelectual e melhor forma de exploração das inovações
tecnológicas desenvolvidas.
A diversificação das localidades e especificidades de atuação de cada incubadora traz
um interessante panorama sobre os programas de incubação no Estado de Goiás. Os
resultados encontrados na pesquisa oferecem insights relevantes para as conclusões deste
estudo.
6 Conclusão
O cenário goiano do empreendedorismo inovador vem se configurando na perspectiva
da Hélice Tríplice, conforme o ecossistema demonstrado neste artigo. Entretanto, observa-se a
necessidade de ações e políticas públicas que consolidem os nós das conexões existentes e
que supram as necessidades específicas dos empreendedores e atores, potencializando a
sistematização de ações para o processo do desenvolvimento empreendedor promovido pelas
interações regionais do governo, universidades e indústria em integração com as incubadoras
de empresas.
14
No intuito de compreender os programas de incubação no Estado de Goiás foram
expostas informações relevantes sintetizadas pelo panorama das incubadoras de empresas
goianas em 2014, com os principais aspectos pesquisados e posterior discussão dos
resultados. Os resultados permitiram a geração do panorama atualizado das incubadoras de
empresas goianas, por meio de dados e indicadores, contribuindo para o estudo e identificação
da participação destes mecanismos no processo de desenvolvimento empreendedor.
Como limitação prática apresentra-se a temporiariedade dos dados coletados para a
pesquisa, logo que, os dados coletados são referentes ao ano de 2014, informações atualizadas
de 2015 ainda não foram prospectadas. Outro fator limitante está relacionado à ausência de
pesquisas similares em anos anteriores para parametrizar na totalidade os indicadores de
expansão, desempenho e evolução dos programas de incubação no Estado de Goiás.
O presente trabalho abre futuras perspectivas para pesquisas sobre o desenvolvimento
empreendedor e panoramas das incubadoras que podem ser aplicados nas demais regiões
brasileiras. Questões de pesquisas relacionadas à esta temática demandam investigação de
grande interesse para o campo da pesquisa e prática, como: Quais os impactos do apoio das
incubadoras no processo empreendedor para o sucesso dos empreendimentos incubados e
graduados? Quais indicadores relacionados ao desenvolvimento empreendedor podem ser
utilizados para identificar resultados sobre a atuação das incubadoras na geração de
empreendimentos de sucesso?
As possíveis pesquisas possibilitam novas agendas para testar empiricamente as
conexões dos diversos atores envolvidos com o apoio ofertado pelas incubadoras e o
desenvolvimento empreendedor dos incubados com sua completa inserção mercadológica.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Rede Goiana de Inovação (RGI) e, em especial, dedicamos
este artigo como agradecimento póstumo à ex-gestora da Funtec, Valdete Santos Medrado,
co-autora da pesquisa e excepcional mobilizadora do movimento pró-inovação no Estado de
Goiás.
REFERÊNCIAS
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sumário executivo 2015. Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores, 3. ed. Brasília: ANPROTEC, 2014.
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Tecnológica de Dados de Inovação. Goiânia: KELPS, 2013.
BRASIL. Lei Federal de Inovação - Lei Nº 10.973, de 2 de Dezembro de 2004. Disponível
em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm> Acesso em
jun. 2015.
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entrepreneurial agency? Journal of Business Venturing, v. 20, n. 2, p. 265-290, 2005.
ETZKOWITZ, H.; LEYDESDORFF, L.. The dynamics of innovation: from national systems
and “Mode 2” to a Triple Helix of university-industry-government relations. Research Policy
February, v. 29, p. 109-123, 2000.
15
FERREIRA, M. P.; ABREU, A. F. de; ABREU, P. F. de; TRZECIAK, D. S.; APOLINÁRIO,
L. G.; CUNHA, A. A. C.. Gestão por indicadores de desempenho: resultados na incubadora
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GOIÁS. Lei Goiana de Inovação - Lei Nº 16.922, de 08 de Fevereiro de 2010. Disponível
em <http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/pagina_leis.php?id=9286> Acesso em jun. 2015.
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Estado de Gestão e Planejamento. Goiás em dados - 2013. Disponível em:
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MIAN, S. A.. Assessing and managing the university technology business incubator: An
integrative framework. Journal of Business Venturing, v. 12, n. 4, p. 251-285, 1997.
MUSIOLIK, J.; MARKARD, J; HEKKERT, M.. Networks and network resources in
technological innovation systems: Towards a conceptual framework for system building.
Technological Forecasting & Social Change, v. 79, p. 1032-1048, 2012.
OECD. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para a Coleta e Interpretação de dados sobre
Inovação Tecnológica. 3ª ed. Brasília: Eurostat/Finep, 2007, 184 p.
UBI INDEX. UBI Index Methodology. Disponível em <http://ubi-global.com/wpcontent/uploads/2015/03/UBI-Index-Benchmark-Methodology.pdf > Acesso em jun. 2015.
16
APÊNDICE A
Questionário de pesquisa aplicado às incubadoras de empresas
17
A - INTRODUÇÃO
1 - Nome oficial da incubadora:
2 - Universidade/Instituição mantenedora:
3 - Cidade:
4 - A incubadora atende todo o Estado de Goiás?
5 - Localização
B - PERFIL DA INCUBADORA
6 - Ano de criação da incubadora
7 - É uma incubadora com fins lucrativos?
8 - Qual o tipo da incubadora?
9 - Categoria de vínculo da incubadora:
10 - Nome completo do gestor da incubadora:
11 - Missão da incubadora (Descrever o foco estratégico da incubadora):
12 - Empresas/projetos incubados por setor:
13 - Orçamento próprio anual para a incubadora (não incluir recursos advindos de editais ou
fundos):
14 - Modalidades das empresas / projetos incubados (Descrever a quantidade por modalidade):
15 - Recursos financeiros gerados anualmente (de todas as fontes) pela incubadora:
16 - Quais as principais fontes de recursos financeiros da incubadora?
17 - Destinação dos recursos financeiros na operacionalização da incubadora:
18 - Quantas instituições apoiam financeiramente a incubadora?
19 - Cite o nome completo das 3 principais instituições que apoiam financeiramente a
incubadora:
20 - Seus recursos são supervisionados pelas instituições que apoiam financeiramente a
incubadora? Caso sua resposta seja sim, qual o número vezes por ano estes recursos são
supervisionados?
21 - Quais redes ou associações atualmente a incubadora é membro?
22 - A incubadora possui fundo de capital semente para investir em projetos/empresas
incubadas?
23 - A incubadora ao investir nos projetos/empresas incubadas solicita participação nos lucros
do negócio a ser desenvolvido?
24 - A incubadora ao investir nos projetos/empresas incubadas solicita participação na
sociedade do negócio a ser desenvolvido?
25 - Motivos relacionados ao sucesso da incubadora:
26 - Quantidade de investidores que fazem parte da rede da incubadora (venture capital, angels
etc):
27 - Quantidade de recurso financeiro já investido por investidores nos projetos/empresas da
incubadora:
28 - Número de eventos organizados e co-organizados pela incubadora ao ano:
29 - Número de patrocinadores, locais, regionais, nacionais e internacionais da incubadora:
30 - Número de cooperações formalizadas com outras instituições, locais, regionais, nacionais
e internacionais que contribuem para o desenvolvimento da incubadora e dos incubados:
31 - Número de colaboradores da incubadora com atuação tem tempo parcial:
32 - Número de membros da equipe da incubadora com atuação em tempo integral:
33 - Número de membros da equipe gestora (direção) da incubadora:
34 - A incubadora possui conselho ou comitê que supervisiona a incubadora?
35 - Número médio de projetos/empresas inscritas por ano:
36 - Número médio de projetos/empresas aceitas para incubação por ano:
18
37 - Número professores e pesquisadores que apoiam o desenvolvimento da incubadora e
empreendimentos incubados:
38 - Qual o percentual de projetos/empresas em incubação de acadêmicos ou egressos da
universidade?
39 - Qual o percentual de projetos/empresas que possuem em sua equipe pelo menos um
membro que já tenha sido proprietário ou sócio de outra empresa?
40 - Em que fase se encontram os projetos quando ingressam na incubadora:
41 - Qual o percentual de empresas que permanecem na região após sua graduação?
42 - Número médio de tempo que o empreendimento incubado permanece na incubadora:
43 - Quais os serviços mais relevantes oferecidos pela incubadora aos incubados?
44 - Aplicação do Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos - CERNE 1:
45 - As assessorias, consultorias e demais suporte são direcionados para o desenvolvimento de
quais dimensões para os incubados:
46 - Quais as principais inovações identificadas nos empreendimentos incubados?
47 - De onde vieram os os projetos/empresas incubadas?
C – RESULTADOS
48 - A incubadora realiza ações de disseminação de empreendedorismo para prospecção de
projetos?
49 - A incubadora possui um processo seletivo bem definido?
50 - A incubadora oferece serviços específicos de acordo com a fase de desenvolvimento de
cada empreendimento para a obtenção de resultados?
51 - A incubadora realiza diagnósticos/avaliações periódicas para acompanhar o
desenvolvimento dos incubados?
52 - A incubadora supervisiona e acompanha o desenvolvimento das empresas graduadas após
o processo de incubação?
53 - As empresas graduadas participam ativamente das ações da incubadora?
54 - Qual o número de empresas graduadas que contribuem financeiramente para a incubadora
(royalties, taxas, patrocínio etc)?
55 - Número de empresas graduadas desde a criação da incubadora:
56 - Número total de empregos indiretos gerados pela empresas em incubação:
57 - Número total de empregos diretos gerados pela empresas em incubação:
58 - Número total de empregos indiretos gerados pela empresas graduadas:
59 - Número total de empregos diretos gerados pela empresas graduadas:
60 - Número de patentes geradas na incubadora pelos empreendimentos que já foram ou estão
incubados:
61 - Número de transferências tecnológicas ocorridas na incubadora:
62 - Número de empreendimentos que tiveram projetos contemplados em editais:
63 - Número de empreendimentos que tiveram investimentos ou foram financiados por
investidores:
64 - Número de projetos contemplados pela incubadora em editais ou outras fonts:
65 - Número de artigos publicados/apresentados em congressos, revistas e outras publicações:
66 - Valor total do lucro arrecadado por todas empresas já incubadas ou em incubação. (Lucro
referente a produtos/serviços desenvolvidos com o apoio da incubadora):
67 - Quantos projetos/empresas foram desligados da incubadora antes de serem graduados?
19
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