TÍTULO DA PALESTRA
Sérgio Biagi Gregório
24/04/2012
Maquiavelismo e Espiritismo
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Maquiavelismo e Espiritismo
Introdução
Quem foi Maquiavel?
Qual a sua principal obra?
De onde surgiu o termo
maquiavelismo?
Quais foram as repercussões do
pensamento de Maquiavel sobre a
política, a religião, a administração ...?
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Maquiavelismo e Espiritismo
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Maquiavelismo e Espiritismo
Conceito
• Maquiavel
Nicolau Maquiavel, Nicollò Machiavelli (1469-1527), foi político,
historiador e escritor italiano.
Foi chanceler e secretário das Relações Exteriores da República de
Florença.
Maquiavel é mundialmente conhecido pelo livro "O Príncipe".
Deixou, porém, outros escritos, tais como,
Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio,
A Mandrágora,
História de Florença,
além de inúmeros tratados histórico-político, poemas e sua
correspondência particular, organizada pelos descendentes.
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Maquiavelismo e Espiritismo
Conceito
• Maquiavelismo
Vem de Maquiavel.
Tomou, contudo, outro significado, principalmente por
causa da máxima que lhe foi atribuída – "os fins
justificam os meios" –, em que a eficácia da ação é
privilegiada em detrimento da conduta moral.
Na linguagem comum, as pessoas cínicas, ardilosas,
traiçoeiras, que agem de má-fé para atingir fins
inconfessáveis, são chamadas de maquiavélicas.
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Maquiavelismo e Espiritismo
Considerações Iniciais
Para compreendermos O Príncipe, temos que situar a Itália do início do
século XVI, submetida a todo o tipo de exações, principalmente as dos
franceses e dos espanhóis.
O Príncipe deveria restaurar a ordem política vigente, fundamentada no
principado.
Parte do pressuposto que o poder político é de fato gerado na violência.
O realismo político de Maquiavel advém de suas leituras de autores do
passado como Lívio, Políbio, Tucídides e Xenofonte.
Acha que "todos os escritores que trataram da política concordam em
dizer que quem quiser fundar o Estado e proporcionar-lhe leis deve
supor de antemão os homens malvados e sempre prontos a mostrar a
sua malvadeza todas as vezes que tiverem oportunidade".
Daí criar o mito do Príncipe, o qual deveria libertar a Itália do principado
e colocá-la no rol da república, em que os seus representantes seriam
escolhidos pelo sufrágio universal.
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Maquiavelismo e Espiritismo
Nicolau Maquiavel
• O Príncipe
Antes de Maquiavel, o governante de um país era comparado ao piloto
de um navio, que tinha por objetivo conduzi-lo ao porto, sem que
afundasse.
Analogamente, o governante de uma República deveria conduzir o
povo, sem dispersá-lo, para a prática da virtude.
Maquiavel, em O Príncipe, aceita conduzir o povo sem avarias, porém
faz silêncio sobre a condução do povo à virtude.
O Príncipe retrata o descontentamento do seu autor por ter sido banido
da vida pública.
O que está por detrás do livro é a aparência do bom e do virtuoso que o
condutor do povo deve ter.
Não importa se o ser humano é virtuoso, mais vale parecer virtuoso.
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Maquiavelismo e Espiritismo
Nicolau Maquiavel
• O Método de Maquiavel
Maquiavel não foi um teórico como Hobbes, em Leviatã, Platão
em, A República, e mesmo Kant na sua legitimação do poder.
Ele parte das observações práticas.
Primeiramente, estuda tudo o que os outros escritores disseram
sobre o assunto; depois, reflete sobre a sua própria experiência,
inclusive com a sua exclusão da vida política de Florença.
Enquanto os outros escritores usavam o método dedutivo, ou
seja, do geral para o particular, ele usou o método indutivo, ou
seja, do particular para o geral.
Quis transformar em lei as suas observações pessoais.
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Maquiavelismo e Espiritismo
Nicolau Maquiavel
• A Lógica da Força
Maquiavel procura entender a lógica da força.
Para tanto, inspira-se na paixão do Estado o que faz com que o
Príncipe, investido de responsabilidades excepcionais, se
encontre situado fora do comum e deva saber entrar na via do
mal tão necessário, mas igualmente "não se afastar do bem que
pode".
Para Maquiavel, o Príncipe, mesmo dando poucos exemplos,
será mais benéfico do que o piedoso, que deixa reinar e
penetrar a desordem na esfera governamental.
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Maquiavelismo
• Maquiavel era Maquiavélico?
Maquiavel escreveu O Príncipe por volta de 1514, mas foi
publicado somente em 1532, cinco anos depois de sua morte,
quando, então, o termo maquiavélico ganhou peso, no sentido
de uma conduta moral insatisfatória, em que "os fins justificam
os meios".
Para diferenciar o maquiavelismo de Maquiavel e o que foi
perpetrado depois de sua morte, deveríamos ler outras obras de
sua autoria, principalmente os Comentários sobre a Primeira
Década de Tito Lívio, escritos em 1517 e publicados em 1531.
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Maquiavelismo
• O Demônio Maquiavélico
O Príncipe foi publicado em 1532 sob a autorização
papal, conforme costume da época.
Mas, os ataques foram sendo intensificados de tal
modo que obrigou o papa Paulo IV a colocá-lo no
livro do Index em 1559.
Em 1564, o Concílio de Trento confirmava tal
proibição.
A partir daí, a lenda do maquiavelismo teve seu nome
cada vez mais ligado ao do demônio.
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Maquiavelismo
• Extensão do Termo
O mito do maquiavelismo penetrou profundamente no imaginário
coletivo.
Ainda hoje há os falsos discípulos de Maquiavel.
Eles estão na política, nas funções administrativas e no trato com as
mulheres entre outras.
Se um candidato usa a fraude para tirar votos do seu adversário, é-lhe
emprestada a pecha de maquiavélico, mas não sabe que Maquiavel só
aceitava a fraude em função de uma guerra e não na vida cotidiana.
Mesmo no caso de "os fins justificarem os meios", Maquiavel só os
aceitava quando esse fim visasse o bem da comunidade e não sobre
quaisquer fins.
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Maquiavelismo e Espiritismo
• Moral: Indivíduo e Estado
Maquiavel distingue uma moral do indivíduo, que visa a
obtenção de virtudes, e outra para o estado, que visa obter o
bem comum, nem que para isso seja necessário o emprego do
constrangimento, da coação e da persuasão.
Sob o ponto de vista espírita, Allan Kardec encaminha-nos para
outro tipo de reflexão, pois em toda a sua obra ressalta a
importância de combater o orgulho e o egoísmo, os dois
principais cancros da sociedade.
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• Os Meios e os Fins
Os fins justificam os meios?
Para Maquiavel, sim.
Em termos doutrinários espíritas, não.
O verdadeiro espírita deve se pautar por um principio único,
aquele que propicia a paz de sua consciência.
Nesse caso, quer esteja à frente, quer na retaguarda de
qualquer empreendimento, procurará tratar todos de igual modo,
pois assim também deseja ser tratado.
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Maquiavelismo e Espiritismo
• Frases de Maquiavel e o Espiritismo
"Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal,
fazê-lo de uma vez só".
Os Espíritos superiores nunca nos estimulam a praticar o mal.
"Creio que seriam desejáveis ambas as coisas, mas, como é difícil
reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado".
A Doutrina Espírita exorta-nos ao cumprimento do dever. Nunca nos
instrui para ser amado ou odiado.
"Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram
destruídos".
Jesus, o grande artífice do cristianismo, nunca nos sugeriu pegar em
armas para que uma ideia fosse aceita. O Espiritismo segue a mesma
linha.
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Conclusão
Embora seja louvável a
contribuição de Maquiavel para o
pensamento político, os princípios
espíritas fundamentam-se em outra
ordem de valores, ou seja, nos
valores morais trazidos por Jesus
Cristo.
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Bibliografia Consultada
ARANHA, M. L. de A. Maquiavel: A Lógica da Força.
São Paulo: Moderna, 1993. (Coleção Logos)
DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia.
Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP:
Papirus, 1993
PINZANI, Alessandro. Maquiavel & O Príncipe. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004. (Filosofia Passo-a-Passo)
Texto em HTML
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avelismo-e-espiritismo.htm
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