Fundação Getulio Vargas
03/05/2009
Gazeta de Ribeirão Online - SP
Tópico: IBRE
Impacto: Positivo
Editoria: Opinião
Cm/Col: 0
Pg: Online
O papel da educação
(Não Assinado)
A educação escolar é sempre apontada como o mais completo lenitivo contra a falta de cultura política, de civilidade e
comportamentos inadequados de jovens. A formação acadêmica pretende mais do que simplesmente dotar crianças e
jovens do estofo cultural, mas de noções de convivência social, respeito, disciplina e interesse pelo conhecimento. Ao
longo dos anos, as escolas aprimoraram seus projetos pedagógicos, tornando-se também a porta de entrada para uma
existência sadia, de perfeita interação entre os docentes e alunos, em constante processo de aperfeiçoamento pessoal e
coletivo.
É nas escolas que se complementa a atenção familiar para a formação do cidadão, integrado pelos valores morais e
pelos ditames cobrados para sua completa inserção na sociedade. O padrão ideal, no entanto, não pode ser estendido à
realidade vivida por muitos estudantes, pressionados pela visão prática de atingir metas de sucesso profissional ou o
enfrentamento da dura verdade de escolas depredadas, professores desmotivados, falta de segurança, violência
intramuros, currículos defasados, carga horária não cumprida totalmente, falta de formação mais extensiva. A esses
problemas, soma-se a preocupação com a baixa frequência de estudantes nas escolas.
Segundo estudo divulgado nesta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os estudantes com idades entre 4 e 17
anos ficam, em média, apenas 3,8 horas por dia na escola, menos que o preconizado pela Lei das Diretrizes e Bases da
Educação. A ausência maior é na faixa de 15 a 17 anos, correspondente ao Ensino Médio, onde o número de horas
diárias que o estudante passa na escola é de 3,5. Vários fatores contribuem para esta realidade, como o desinteresse dos
estudantes com o estudo, o descompromisso com a escola e o currículo, ausência de professores e absoluta falta de
alternativas complementares à educação.
Alguns esforços tentam corrigir esta deficiência, mas, na realidade, faltam professores, monitores, bibliotecários,
material pedagógico e mesmo um planejamento adequado que implique em ganho aos discentes e não apenas a tentativa
de ocupá-los por mais algumas horas. É preciso que o investimento seja constante e ao passo da disponibilidade de
professores melhor preparados e sem sobrecarga horária. É necessária uma escola padrão que viabilize um
relacionamento franco e produtivo com os estudantes, além de uma verdadeira experiência de vida.
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O papel da educação (Não Assinado) A educação escolar é sempre