5869 A EDUCAÇÃO ESCOLAR PÚBLICA NO SUL DO ESTADO DE MATO GROSSO: O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E DE ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS ESCOLARES (1910-1940) Regina Tereza Cestari de Oliveira Universidade Católica Dom Bosco RESUMO Esta pesquisa visa a proceder uma investigação histórica sobre o processo de expansão e de consolidação da educação escolar primária pública no sul do estado de Mato Grosso. Seu objetivo, portanto, é analisar o processo de criação, implantação e organização dos grupos escolares no sul do referido estado, nas primeiras décadas do século XX . Assim, adota como recorte temporal o período de 1910 a 1940 e como recorte espacial o sul desse estado (atual estado de Mato Grosso do Sul, criado, no ano de 1977, com a divisão do estado de Mato Grosso). Partindo do entendimento de que as instituições escolares expressam as relações sociais de determinado contexto histórico, o referencial teórico que orienta a análise fundamenta-se nas categorias assim constituídas: modernização, correlação de forças políticas e organização escolar pública, enquanto a metodologia utiliza os seguintes procedimentos: levantamento e estudo da literatura pertinente ao tema; levantamento e análise de fontes primárias (leis, decretos, regulamentos, resoluções, mensagens presidenciais à Assembléia Legislativa, relatórios, atas, cartas, depoimentos, jornais da época, entre outros). Nesse período, o movimento de transformação da sociedade brasileira provocou mudanças na educação, acentuando, sob influência da ideologia liberal, a necessidade do ensino público com base nos princípios de obrigatoriedade, gratuidade e laicidade. No estado de Mato Grosso, acompanhando a tendência nacional, esses princípios estiveram presentes nas reformas educacionais do período. Assim, o governo de Pedro Celestino Correa da Costa (1908-1911) visando adequar a educação ao movimento da sociedade, autorizou a reorganização da Instrução Pública do estado, por meio da Lei nº 533, de 4 de julho de 1910. O aspecto inovador do Regulamento da Instrução Pública do Estado de Mato Grosso (1910) foi a criação de grupos escolares, como novo modelo organizacional, reunindo seis escolas em um só prédio. Em decorrência, foram criados grupos escolares nas cidades mais movimentadas: Grupo Escolar do Primeiro Distrito de Cuiabá e Grupo Escolar do Segundo Distrito de Cuiabá, em 1910, Grupo Escolar de Cáceres, de Poconé e de Rosário Oeste, em 1912 e “D. Pedro II” de Cuiabá. De modo específico, no sul do estado, Grupo Escolar de Corumbá e Grupo Escolar de Campo Grande, ambos em 1912, além dos grupos escolares de Aquidauana, de Três Lagoas e de Ponta Porã. A pesquisa focaliza, inicialmente, o processo de implantação e de organização do Grupo Escolar, de Campo Grande (atual capital do estado de Mato Grosso do Sul). Os dados levantados mostraram que apesar de a Resolução n º 616 de 17 de julho de 1912 autorizar o executivo a criar o Grupo Escolar em Campo Grande ou no ponto mais indicado no sul do Estado, sem especificar, claramente, a sede da escola, o primeiro Grupo Escolar de Campo Grande foi instalado somente em 13 de junho de 1922, após ter sido autorizado pela Resolução nº 866, de 03 de novembro de 1921. Esse Grupo foi o sétimo de uma lista de onze estabelecimentos criados em Mato Grosso no período de 1910-1927. Seu nome foi alterado para “Joaquim Murtinho”, por meio do Decreto nº 669, de 05 de junho de 1924, na primeira gestão de Pedro Celestino Corrêa da Costa. Começou funcionando em uma casa alugada à Avenida Afonso Pena, sendo transferido definitivamente para o seu prédio em 18 de julho de 1926. Em suma, esse novo tipo de organização escolar atendeu necessidades sociais e culturais condicionadas pelas especificidades econômicas e políticas existentes. A posição geográfica da cidade de Campo Grande e a expansão das redes ferroviária e rodoviária trouxeram grande número de imigrantes e comerciantes nacionais, transformando a cidade no principal centro comercial da região, desencadeando, assim, um processo de modernização e de aumento populacional dessa região. Nesse cenário, a criação dos grupos escolares fez parte do processo de modernização tanto do ensino como das cidades do sul do estado de Mato Grosso. 5870 TRABALHO COMPLETO O objetivo deste trabalho é analisar o processo de criação, implantação e organização dos grupos escolares no sul do Estado de Mato Grosso, no decorrer de as quatro primeiras décadas do século XX. Ressalta-se que esta pesquisa adota como recorte temporal o período de 1910 a 1940 e utiliza como recorte espacial o sul do então Estado de Mato Grosso. Isso se explica pelo fato de que esse estado foi desmembrado, no ano de 1977, criando-se o estado de Mato Grosso do Sul1, com a divisão do estado de Mato Grosso. Procura-se compreender o processo histórico de implantação dos grupos escolares na região sul do estado, entendendo que as instituições escolares expressam as relações sociais de determinado contexto histórico. Assim, busca-se investigar o particular inserido no contexto, mais amplo ou geral, na medida em que: Segundo o referencial teórico adotado, os termos regional e nacional são expressões, em escalas diferentes, do singular. O universal corresponde ao movimento dado pelas leis da totalidade, isto é, da sociedade capitalista, e o singular cinge-se ao locus em que esse movimento se realiza: uma região, uma instituição educacional, a obra teórica e/ou prática de um educador etc. Portanto, universal e singular são indissociáveis e os objetos de pesquisa só são suficientemente captados quando revelam essa indissociabilidade. Nesse sentido, as expressões nacional e regional não se opõem ao universal. São isto sim, formas por meio das quais o universal se realiza. Como são formas sempre peculiares, em decorrência dos condicionamentos econômicos e culturais de cada região ou nação, são, por isso, expressões singulares de realizações do universal (ALVES, 2001, p. 164). As primeiras décadas do século XX no Brasil foram marcadas pelas idéias de progresso e modernização, fundamentadas na ideologia liberal, presentes nos discursos de intelectuais e políticos, assim como na maioria das reformas educacionais elaboradas nas unidades federadas da República brasileira, no decorrer do período. Com efeito, A doutrina liberal, instrumento de luta da burguesia contra o Antigo Regime, fundava-se nos princípios da individualidade, da liberdade, da propriedade, da igualdade e da democracia. Opunha à ordem ‘iníqua’ que combatia, fundada na desigualdade ‘herdada’, a ordem capitalista, que, respeitando as desigualdades ‘naturais’, se consubstanciava numa sociedade hierarquizada, porém justa e para tanto ‘aberta’. A noção de sociedade aberta, concebível apenas numa ordem econômica caracterizada por uma diversidade crescentemente complexa de tarefas, funções e papéis sociais, implicava a possibilidade de mobilidade social com base nos ‘méritos’ individuais. Daí, como conseqüência lógica, o pensamento liberal desembocou na defesa da ‘Escola Pública, Universal e Gratuita’, como condição indispensável para garantia da igualdade de direitos e oportunidades que justificava, em última instância, a desigualdade social ‘justa’ porque ‘natural’. As implicações educacionais da nova doutrina, 1 O Estado de Mato Grosso do Sul situa-se na Região Centro-Oeste e faz fronteira, a sudoeste, com as Repúblicas do Paraguai e da Bolívia; a Sudeste, com os Estados de Minas Gerais e São Paulo; ao Sul, com o Paraná; e, ao norte, com Mato Grosso e Goiás. Foi criado no governo do presidente Ernesto Geisel (1974-1979), por meio da Lei Complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977, a partir da divisão do estado de Mato Grosso. A instalação do Governo Estadual de Mato Grosso do Sul ocorreu em primeiro de janeiro de 1979. Possui 78 municípios distribuídos numa área de 358.158,7 Km e conta com uma população de 2.075.275 habitantes (IBGE, 2000). 5871 portanto, ultrapassavam o âmbito das exigências do desenvolvimento técnico-científico, sustentando a própria legitimidade das novas instituições econômicas e sociais (XAVIER, 1990, p. 60-61). Assim, o padrão de pensamento existente e que se afirmou, principalmente, na década de 1920, manifestou-se pelo entendimento de que a escolarização é o problema vital, pois da solução dele dependeria o encaminhamento adequado dos demais problemas da nacionalidade. Em outras palavras, “... a escolarização foi percebida como um instrumento de correção do processo evolutivo e como uma força propulsora do progresso da sociedade” (NAGLE, 2001, p. 165). Nesse sentido considerava-se que: As dificuldades econômico-financeiras são fruto da falta de patriotismo, de um lado, e da falta de cultura ‘prática’ ou de formação técnica, de outro. Também neste caso, as virtudes da escolarização parecem insubstituíveis, pois é a formadora do espírito nacional, isto é, do caráter e do civismo do cidadão brasileiro, bem como é inigualável matriz que transforma simples indivíduos em força produtiva. Por sua vez, os empecilhos à formação de uma sociedade aberta se encontram, basicamente, na grande massa analfabeta da população brasileira – em primeiro lugar – e no pequeno grau de disseminação da instrução secundária e superior, que impede o alargamento na composição das ‘elites’ e o necessário processo de sua circulação. Foi de acordo com essa banalização do problema que se operou a luta pela reconstrução nacional, cujo ponto de partida se liga a esta constatação mais significativa: a miserável situação do ensino no Brasil. A difusão deste representa a mais importante obra nacional a empreender, pois constitui o grande problema nacional (NAGLE, 2001, p. 146). O movimento de transformação da sociedade provocou mudanças na própria natureza da escola primária, sendo São Paulo, estado que detinha a hegemonia econômica, pelo fato de ser o principal produtor e exportador de café, além da hegemonia política, devido ao controle do aparelho do Estado, a iniciar o processo de implantação e organização da instrução pública que se empreendeu por meio de uma reforma ampla da instrução herdada do período imperial. A reforma da instrução pública paulista, portanto, implementada entre 1890 e 1896, pioneira na organização do ensino primário na forma de grupos escolares, tornou-se referência para outros estados da federação ao longo da Primeira República. Esses estabelecimentos de ensino foram criados para reunir em um só prédio de quatro a dez escolas, compreendidas no raio da obrigatoriedade escolar (2 km para o sexo masculino e 1 km para o feminino, distantes da escola). Essa reunião de escolas era feita a critério do Conselho Superior. Em cada Grupo Escolar existia um diretor e tantos professores quantas fossem as escolas (classes, como mais tarde serão chamadas) reunidas. Além desses funcionários existiam também os adjuntos, professores auxiliares, em número variável de acordo com as necessidades, a critério do diretor do Grupo Escolar. O ‘Grupo Escolar’ foi a criação do período da reforma, que melhor atendeu às necessidades do ensino primário. Sua organização decorreu da experiência da Escola-Modelo, criada por Caetano de Campos, e estava ajustada às novas condições urbanas de concentração da população. A teoria educacional da época fundada na graduação do ensino impunha uma melhor divisão do trabalho escolar, pela formação de classes com nível da aprendizagem semelhante (REIS FILHO, 1981, p. 119). Conforme Souza (2004, p. 118-119) a disseminação do modelo escolar paulista deve-se tanto à hegemonia econômica e política de São Paulo em relação aos outros estados da federação, mas, também, e, sobretudo, “... à visibilidade e força exemplar dos novos métodos de educação pública, 5872 sintonizados com as inovações educacionais empreendidas nos países europeus e nos Estados Unidos e estreitamente associadas aos ideais de modernização da sociedade brasileira”. No caso de Mato Grosso, as elites dominantes buscaram inserir-se ao projeto nacional desencadeando, por um lado, a modernização das cidades, sua urbanização, com base em serviços de encanamento de água, melhoria da iluminação, construção de estradas, ferrovias, pontes, entre outros, propiciando o desenvolvimento do estado. Mas, por outro, a viabilização desse projeto implicava cidades formadas por uma população disciplinada, ordeira, trabalhadora, respeitadora e cumpridora das leis, portadora de hábitos e costumes saudáveis e, para isso deveria, ser, necessariamente alfabetizada (SIQUEIRA, 2000, p.12). Segundo Marcílio (1963, p. 129) já em 16 de outubro de 1908, como sinal precursor das reformas que denomina “Revolução do Ensino”, Pedro Celestino Correa da Costa (1908-1911), imediatamente após assumir o governo, por meio da Resolução nº 508, criou várias escolas e autorizou o governo a organizar três grupos escolares, sendo dois para o distrito de Cuiabá e um para a cidade de Corumbá. De acordo com o art. 3º dessa Resolução: Fica o Poder Executivo autorizado a organizar três grupos escolares, um em cada distrito da capital e um na cidade de Corumbá, aproveitando as escolas já existentes nessas cidades; bem como abrir o necessário crédito para o provimento das escolas criadas pela presente lei (apud MARCÍLIO, 1963, p. 129). Em 1910, o mesmo presidente autorizou a reorganização da Instrução Pública do estado, por meio da Lei nº 533, de 4 de julho de 1910 e do Decreto nº 265, de 22 de outubro do mesmo ano, que expedia o Regulamento para a Instrução Primária de Mato Grosso, a ser observado a partir de 1911. Na análise de Marcílio (1963. p. 133): Verdadeira revolução se instala desde então na ensinança matogrossense (sic!). Verifica-se, nessa oportunidade, um evidente salto na história do ensino, não só pela nova ordem administrativa que se inicia, como em virtude do moderno sistema que passaria a ser adotado em todo o Estado, em novos moldes pedagógicos. A Lei nº 533 autorizava, portanto, o Poder Público a reorganizar a instrução pública do Estado, atendendo às seguintes especificações: a) Desmembrar a Diretoria Geral do Liceu Cuiabano que passará a ter sua própria diretoria; b) Criar na capital um curso normal misto, tendo dependentes duas escolas primárias e um jardim da infância; c) Sujeitar os institutos particulares de ensino à Diretoria da Instrução Pública, quanto à ‘estatística, higiene e moral’; d) Promover acordo com os governos municipais, para fins de propaganda e fiscalização da instrução primária; e) Extinguir o curso complementar primário; f) Restabelecer as gratificações adicionais de antiguidade, aos professores que tivessem mais de dez anos de efetivo serviço no magistério, até o máximo de 50% dos respectivos vencimentos; g) Dar nova organização ao Conselho Superior da Instrução Pública (apud LEITE, 1971, p. 116). Enquanto o Regulamento da Instrução Pública, dividido em seis títulos, 32 capítulos e 215 artigos, estabelecia em seu art. 1º, que o ensino primário deveria ser leigo, gratuito, “ministrado à custa dos cofres estadoaes, a todos os individuos, de ambos os sexos, sem distinção de classes nem de origem” (MATO GROSSO, 1910). 5873 Estabelecia, também, a obrigatoriedade do ensino para crianças de 7 aos 10 anos de idade e que as escolas se dividiriam em dois graus e seriam criadas em todas as cidades, vilas e povoados do Estado. Haverá para esse fim escolas primárias em todas as cidades, villas, freguezias e povoados do Estado; entendendo-se por povoado qualquer grupo de habitantes que não residam em terras de propriedade particular e onde se apure pelo menos vinte meninos nas condições de frequentar a escola (art. 2º). O artigo 4º, por sua vez, declarava que seriam ministradas as seguintes disciplinas: • Escola do 1º grau: leitura, escrita, cálculo aritmético sôbre números inteiros e frações, língua materna, geografia do Brasil, deveres cívicos e morais e trabalhos manuais apropriados à idade e ao sexo dos alunos. • Escola do 2º grau: as mesmas do 1º e mais: gramática elementar da língua portuguêsa, leitura de prosa e verso, escrita sob ditado, caligrafia, aritmética, até regra de três, inclusive sistema legal de pesos e medidas morfologia geométrica, desenho a mão livre, moral prática e educação cívica, geografia geral e história do Brasil, cosmografia, noções de ciências físicas, químicas e naturais e leitura de música e canto. Destaca-se que o art. 27 afirmava a proibição de todo castigo corporal, ou “qualquer outro que possa abater o brio da criança”, excetuando as seguintes penalidades disciplinares: repreensão em particular; repreensão perante a escola; privação dos bilhetes de satisfação; retenção com trabalho de estudo; suspensão por 30 dias; exclusão por um ano letivo; despedida definitiva. Ainda, o ensino tinha que ser prático e intuitivo, devendo o professor partir, nas suas lições do conhecido para o desconhecido e do concreto para o abstrato, evitando o estudo de regras e definições e “dando origem para o esfôrço criador do aluno, a fim de que êste se interesse pelas lições”. Ao referir-se ao Regulamento da Instrução Pública de 1910, Leite (1971, p. 117) assinala que: ... governantes e governados reclamavam. Todos achavam o ensino antiquado, os mestres ineficientes, os programas impróprios. O regulamento pretendeu, por isso, sanar todos os defeitos, dentro dos ‘processos pedagógicos, preferidos nos países mais adiantados da Europa e nos Estados Unidos da América do Norte’. O aspecto inovador do referido Regulamento consistiu na criação do grupo escolar, pela reunião de seis escolas de um distrito, funcionando em um só prédio (art. 38). Essa forma de organização diferencia-se da anterior na medida em que: Na estrutura anterior as escolas primárias, então chamadas de primeiras letras, eram classes isoladas ou avulsas e unidocentes. Ou seja, uma escola era uma classe regida por um professor, que ministrava o ensino elementar a um grupo de alunos em níveis ou estágios diferentes de aprendizagem. E estas escolas isoladas, uma vez reunidas, deram origem, ou melhor, foram substituídas pelos grupos escolares (SAVIANI, 2004, p. 24) Em decorrência, o primeiro grupo escolar a funcionar no estado foi inaugurado em 3 de setembro de 1910 em Cuiabá, mediante o Decreto nº 258, de 20 de agosto, que confere a este tipo de estabelecimento, em caráter provisório, o regulamento e o programa adotados no estado de São Paulo (MARCÍLIO, 1963, p. 133). Para reorganizar a instrução pública foram contratados, em agosto de 1910, pelo presidente do estado, dois professores normalistas, Leowigildo Martins de Mello e Gustavo Kuhlmann, na qualidade de técnicos, formados em 1909 pela Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, com a responsabilidade de imprimir nova orientação ao ensino público em Mato Grosso. 5874 Em mensagem à Assembléia Legislativa em 1910, o presidente do estado afirmava que “o futuro da instrução popular é a base fundamental de todo o progresso social” e que “o primeiro passo a dar para este fim é a formação de bons professores”. Assim sendo, dizia: Mandei contratar dois normalistas de São Paulo com o fim de crear aqui uma escola normal, do que havemos mister para a realização desse importante objectivo (...) o bem elaborado relatório de instrução pública (...) expõe a necessidade de novos moldes de ensino de sua melhor fiscalização e de novo regulamento, em substituição ao actual, que já é antiquado. Nesse documento encontrareis abundante subsídios para levar a effeito a transformação dos nossos actuais processos de educação Popular (apud Rodrigues, 1988, p. 81-82). Após visitas aos distritos, com o objetivo de verificar a situação do ensino no estado, os professores contratados apresentaram o seguinte relato: Somente a instituição do grupo escolar com classes homogêneas, sujeito a unidade de programa, de horário e de orientação, constantemente sob as vistas do Diretor (...), oferece resultados mais fecundos. A sucessão regular dos exercícios dá ao estudo variedade, movimento e animação, ao tempo que estimula a aplicação e evita o cansaço; excita a atenção dos indolentes atraindo-os para assuntos variados (...) evita a falta de tempo, facilita o serviço da classe e prepara os alunos para terem, mais tarde, ordem na vida, que é sua dignidade e pontualidade, que é sua força (apud Rodrigues, 1988, p. 83). Jacomeli (1998, p. 152) assinala que a implantação das reformas na instrução pública, ocorrida a partir de 1910, enfrentou resistências em Mato Grosso, principalmente pela visão peculiar que tinham os reformadores oriundos de São Paulo. “Imbuídos de concepção positivista, enfatizavam o sentimento pátrio, bem como a importância de uma educação leiga.” A esse respeito Araújo (1997, p. 153-154) acentua que: ... nem os professores paulistas contratados, nem suas idéias foram aceitos passivamente. Os professores paulistas, Leowigildo de Mello e Gustavo Kulmann, procuraram imprimir, na Reforma do ensino primário e normal, uma racionalização na organização escolar, garantindo mais ordem e produtividade ao ensino. Criaram assim, em contraposição às escolas isoladas, grupos escolares, sob uma única direção, com classes seriadas e uma seqüência gradual de conteúdos, o que permitia maior controle do processo pedagógico e menores despesas. Assim, a criação de grupos escolares foi autorizada nas cidades mais movimentadas e prósperas: Grupo Escolar do Primeiro Distrito de Cuiabá e Grupo Escolar do Segundo Distrito de Cuiabá, em 1910, Grupo Escolar de Cáceres, de Poconé e de Rosário Oeste, em 1912 e “D. Pedro II” de Cuiabá. De modo específico, no sul do estado Grupo Escolar de Corumbá e Grupo Escolar de Campo Grande, ambos em 1912, além dos grupos escolares de Aquidauana, de Três Lagoas e de Ponta Porá (MATO GROSSO, 1978). Os grupos escolares, portanto, criados a partir da reunião de escolas isoladas e agrupadas pela proximidade, sob uma única direção, organizaram-se em classes seriadas, seguindo a uma unidade de programa e de horário, sendo que o programa desenvolvido passa a observar uma seqüência gradual dos conteúdos. 5875 Por esta razão a criação dos grupos escolares era considerada medida eficiente de organização e funcionamento das escolas. Reunindo professores e alunos em um só prédio, sob uma única direção, além de maior controle do processo pedagógico implica redução das despesas através da economia de utensílios, material e ocupação dos prédios (RODRIGUES, 1988, p. 83). Um novo Regulamento da Instrução Pública foi expedido no governo do presidente Mário Corrêa da Costa (1926-1930), por meio do Decreto nº 757, de 22 de abril de 1927, classificando as escolas da seguinte forma: escolas isoladas rurais, localizadas a mais de 3 km da sede do município; escolas isoladas urbanas, localizadas até 3 km da sede do município; escolas isoladas noturnas, destinadas aos meninos maiores de 12 anos que não podem freqüentar cursos diurnos; escolas reunidas, funcionando num raio de 2 Km, 3 ou mais escolas isoladas, com uma freqüência total de 80 alunos, reunidas num só estabelecimento com o máximo de 7 classes e o mínimo de 3; e, grupos escolares que deverão, por sua vez, ter 8 classes e serão criados onde houver, no mínimo, num raio de 2 km, 250 crianças em idade escolar (apud LEITE, 1971,p. 143). Nesse mesmo ano, o Diretor Geral da Instrução Pública, em seu relatório, descreve a situação em que se encontravam as escolas isoladas. Disseminadas pelos varios municipios, existem actualmente 146 escolas. A falta de pessoal para o exercicio do magisterio; a situação de muitas dellas, afastadas centenas de legoas dos centros populosos; os parcos vencimentos que percebem aquelles que se arriscam á regencia de uma dessas cadeiras; a carencia de elementos didactico e escolar; a falta de predio adaptavel á escola; as dificuldades de comunicação e mais que tudo, a inefficiencia de fiscalisação, são factores que concorrem para o descredito da instrucção publica primaria. Excepções ha, sem duvida, mas são tão poucas que por isso mesmo são excepções (apud. JACOMELI, 1998, p. 148). Com o golpe de Estado de 1937, instaurado na gestão do presidente Getúlio Vargas (19301945), assumiu o governo do estado de Mato Grosso, na função de interventor, Julio Muller, permanecendo no cargo até 28 de outubro de 1945. Pelo Decreto nº 53, de 18 de abril de 1941, criou 100 escolas de instrução primária, principalmente, nos centros rurais do estado. “Ficariam essas escolas, mais tarde, conhecidas pelo nome de ‘as Presidente Vargas’, em virtude das determinações do art. 2º daquele decreto, que mandava se desse a uma das que fossem distribuídas em cada município, a denominação de ‘Presidente Vargas’. Delas receberam esse nome dezenove estabelecimentos” (MARCÍLIO, 1963, p. 163), expandindo, assim, o número de escolas isoladas no estado. No sul do estado de Mato Grosso, a posição geográfica da cidade de Campo Grande2 e a expansão das redes ferroviária e rodoviária trouxeram grande número de imigrantes e comerciantes nacionais (árabes, japoneses, espanhóis, portugueses e italianos), além de comerciantes e fazendeiros nacionais, principalmente após a inauguração da estrada de ferro em 1914, transformando a cidade no centro comercial da região, desencadeando, assim, um processo de modernização e de aumento populacional da região sul do estado. Esse processo foi relatado pelo historiador Edson Carlos Contar, em entrevista a Maria da Glória Sá Rosa, da seguinte forma: 2 O município de Campo Grande,, localizado geograficamente na região central de Mato Grosso do Sul, foi criado pela Resolução nº 225, de 26 de agosto de 1899. Com a divisão do Estado de Mato Grosso, em 11 de outubro de 1977 e a instalação do governo estadual de Mato Grosso do Sul, o município tornou-se a capital do novo estado, com uma área de 8.096 Km², ocupando 2,26% da área total do estado. Sua população, segundo o censo demográfico (IBGE, 2000), atingiu um total de 663.621 habitantes e no contexto nacional é o 23º (vigésimo terceiro). 5876 O engenheiro Emílio Schnoor chega aqui em 1908 com o traçado da estrada de ferro, passando por Cuiabá. A cidade é incluída no esquema da Ferrovia Noroeste do Brasil, o que representa para nós ganhar na sorte grande. De repente, nós, que vivíamos no isolamento, que para sair daqui tínhamos que tomar a rota de Camapuã, refazendo o caminho dos fundadores, descobrimos-nos ligados a São Paulo e ao mundo. A estrada de ferro, em 1914, rasgando o sertão, foi o início da explosão criadora. Começaram a chegar mineiros, goianos, paulistas, vindos por Bauru, para modificar a vida material e moral de Campo Grande. O estabelecimento dos Quartéis movimentou a Economia com o investimento no comércio do soldado dos militares (apud SÀ ROSA, 1999, P. 31). Sobre a importância da inauguração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil para a região sul do estado, vale descrever aqui, com certo detalhe: Foi 1914 um ano alvissareiro para Campo Grande e, pelas realizações que se deram no seu período, marca uma época, na história do seu evolutivo progresso. Foi nesse ano que, a 31 de agôsto, se realizou o encontro dos trilhos da Estrada de Ferro que, dos respectivos pontos de início das construções – Bauru, em São Paulo e Porto Esperança, na barranca do Rio Paraguai, em Mato Grosso – projetaram-se com ímpeto até a junção, que se deu junto ao córrego Taveira, não distante de Campo Grande, e que, pelo ocorrido, passou a chamar ‘Ligação’. Foi impressionante aquela solenidade em que a alegria e o entusiasmo do operário que vencia aquela rude tarefa de sacrifícios contagiavam os espectadores que sentiam, naquele momento, a aproximação das longínquas paragens mato-grossenses aos maiores centros do País. E, às 10 horas da manhã do dia 14 de outubro, chegava em Campo Grande a comitiva que realizava a inauguração oficial da estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da qual faziam parte: Dr. Carlos Euler, representando o Ministro da Viação; coronel José Bevilacque, representando o Ministro da Guerra; o Senador mato-grossense Antônio Azeredo, general Caetano de Albuquerque, Deputado A. de Mavignier; Drs. Firmo Dutra, Emílio Ammarante, Hilário Adrião, e os jornalistas C.S. Rutlindg, representante do ‘Times’, Diário de Mendonça, do ‘Jornal do Comércio; Macedo Soares, do ‘Imperial’, Silvino Cardoso, da ‘Época’; além de muitos outros (IBGE, 1958, p. 117). Ainda, com relação ao processo de modernização e de aumento populacional de Campo Grande, Bittar (2004, p. 10) aponta que, no final da década de 1920: ... a vocação urbana de Campo Grande já estava delineada com 21.360 habitantes, o que revelava a acelerada dinâmica populacional da cidade. Por essa mesma época ela substituiu a luz dos ‘30 lampeões offerecidos pelo commércio’ que ficavam colocados nas esquinas. ... Veio, então, a luz elétrica, sendo Campo Grande a segunda localidade mato-grossense a dispor desse serviço. Conjugaram-se, assim, dois fatores fundamentais para o seu desenvolvimento: a ferrovia e a energia elétrica. ... Os ares de modernidade estão presentes desde cedo. Sintonizada com seu tempo, aberta às novidades, já em 1924, conta com a possibilidade de captar as ondas do rádio: é fundado o Rádio Clube, inicialmente voltado para a reunião noturna, quando se ouviam emissoras de rádio nacionais e estrangeiras. Uma sensação! Nesse cenário de mudanças no sul do estado, a educação destacou-se como motivo de preocupação, como se pode verificar nas palavras, mais uma vez, do historiador Edson Carlos Contar: 5877 A grande preocupação da época passa a ser a Educação. É motivo de vergonha lembrar que o ordenado de nosso primeiro professor, José Rodrigues Benfica, teve de ser rateado entre os habitantes, porque o Governo do Estado alegou não ter verba para pagá-lo. Começaram a surgir as primeiras escolas constituídas por particulares. Uma delas –a Escola São João - foi criada por Arlindo de Andrade Gomes e recebida com euforia pela população (apud SÁ ROSA, 1999, p. 32). Apesar de a Resolução n º 616 de 17 de julho de 1912 autorizar o executivo a criar o Grupo Escolar em Campo Grande ou no ponto mais indicado no sul do Estado, sem especificar, claramente, a sede da escola, o primeiro Grupo Escolar de Campo Grande3 foi instalado somente em 13 de junho de 1922, após ter sido autorizado pela Resolução nº 866, de 03 de novembro de 1921, sendo que o diretor professor Bartolomeu Lopes, organizou a sua programação e funcionamento. Esse Grupo foi o sétimo de uma lista de onze estabelecimentos criados em Mato Grosso no período de 1910-1927, a partir das reformas da instrução pública empreendidas na primeira gestão de Pedro Celestino Correa da Costa. (MATO GROSSO, 1978). Funcionou, inicialmente, em uma casa alugada à Avenida Afonso Pena4, sendo transferido definitivamente para o seu prédio em 18 de julho de 1926, na mesma avenida na área central da cidade, um pouco distante do seu local original (JORNAL ENFOQUE, 1986). Seu nome foi alterado para “Joaquim Murtinho”5, por meio do Decreto nº 669, de 05 de junho de 1924 (MATO GROSSO, 1978), Um aspecto a ser destacado refere-se à indicação ao cargo de direção dessa instituição escolar. O depoimento da profª Maria Constança de Barros Machado, diretora do Grupo Escolar Joaquim Murtinho, na década de 1930, é elucidativo: O professorado daqueles anos 30 era de uma abnegação fora do comum. O grupo constituído por Hevelcina Reveilleau, Elisa Silva, Maria Rita de Oliveira, Benedita Vaz, Vitália Antonia da Silva, deixou em todo o Estado uma grande tradição de competência e de responsabilidade. Cada uma cumpria seu dever, independente de solicitação do diretor, de variação de tempo, do baixo salário (...) Essas professoras todas trabalharam sob a minha direção no Grupo Escolar Joaquim Murtinho. Foi o bacharel Júlio Müller que em 1937 me convidou para ocupar esse cargo. Primeiro comecei como vice-diretora, depois em 1938 cheguei a diretora pelo grau de confiança que o Governo depositava em meu trabalho (apud SÀ e ROSA, 1990, p. 64). O relato de Maria Luísa Vidal Borges Daniel, professora do Grupo Escolar no período de 1935 a 1952 evidencia o aspecto centralizador da atuação do diretor (a) nesse período: Os diretores eram enérgicos, chamavam a atenção dos professores que faltavam, descontavam os dias de ausência. Os professores tinham muitos deveres e poucos direitos. Tínhamos direito à licença maternidade, mas não à amamentação. 3 Junto ao referido Grupo Escolar, em 21 de abril de 1930, instalou-se a Escola Normal pelo presidente do estado, Dr. Aníbal Toledo (22/1/1930 a 30/10/1930), sendo a primeira instituição sul-mato-grossense dessa natureza e a segunda do estado, antecedida somente pela Escola Normal “Pedro Celestino” de Cuiabá. 4 “.... em frente à casa do Coronel Quito, figura importante, fazendeiro rico e chefe político da região” (apud, SÁ ROSA, 1990, p. 63), 5 Joaquim Murtinho (1848-1911), nasceu em Cuiabá, estudou Medicina no Rio de Janeiro, dedicando-se ao tratamento homeopático e alcançando renome internacional. Foi também professor, ingressando na política como senador por Mato Grosso, em 1891. Posteriormente ocupou cargos públicos – Pasta de Indústria em 1897 e a Pasta da Fazenda, de 1898 a 1902 (MACHADO, 2000). 5878 Quem dava toda a orientação sobre a metodologia a ser adotada era a diretora, de acordo com as instruções recebidas de Cuiabá. Havia diretoras que não deixavam que o curso as aulas se interrompessem: elas mesmas substituíam as professoras que faltavam (apud SÀ e ROSA, 1990, p. 5758). Um outro aspecto que merece ser observado refere-se à disciplina exigida dos alunos: Sempre fui muito exigente com a disciplina. Quando tocava a campainha, os alunos faziam fila, cantavam o Hino Nacional e dirigiam-se em silêncio para a sala de aula. Os professores que já estavam aguardando, iam-se caminhando para suas salas e dentro em pouco toda a escola era envolvida pelo ritmo dos olhares, das palavras, que traduziam a emoção do ensinar e do aprender. O caráter disciplinar imposto aos alunos encontrava-se na própria estrutura do prédio da instituição escolar, segundo o depoimento abaixo: Naquele tempo, a disciplina era fundamental. A separação entre alunos e alunas era tão rígida que até o prédio era construído em forma de U, de modo a abrigar de um lado as classes do sexo masculino e do outro as do sexo feminino. O recreio dos meninos era de um lado, o das meninas de outro. O encontro entre as meninos e meninas dava-se apenas nas festas literárias e esportivas, que eram realizadas no salão nobre da escola. Só se admitiam classes mistas, quando havia número insuficiente de alunos para separá-los. E olhe que naquele tempo as classes tinham até 50 e 60 alunos. Quando havia uma classe mista, os meninos e as meninas eram muito vigiados, para que não se comunicassem entre si. (apud SÁ ROSA,1990, p.65-66). No entanto, o prédio do Grupo Escolar Joaquim Murtinho foi demolido no governo de José Fragelli (1971-1974). Diante disso, Múcio Teixeira Júnior, um dos seus diretores, assim manifestou a sua decepção: ... uma construção que retinha em sua estrutura o passado , a tradição de nosso Estado. O prédio estava intacto, as paredes sem nenhuma rachadura e resolveram botar tudo por terra, para construir outro, que nem de longe tem o valor histórico e a funcionalidade do primeiro. Dei várias entrevistas à Imprensa protestando, mas fui apenas uma voz clamando no deserto (...) Foi tudo por terra (...). Têm razão os que dizem que somos um Estado sem memória, sem tradição. (apud SÁ ROSA, 1990, p. 53). Finalmente, a integração do Grupo Escolar “Joaquim Murtinho” e da Escola Normal foi determinada pelo Decreto Estadual nº 1517, de 18.06.1973, implantando-se a Escola Estadual de 1º e 2º Graus “Joaquim Murtinho”. Em 1974, começou a funcionar nessa escola, as quatro últimas séries do ensino de 1º grau. No entanto, somente em 1976, um único diretor passou a responder pelos cursos compreendidos nessa instituição (MATO GROSSO, 1978, p. 6-8). Como se pode verificar, a criação e implantação dos Grupos Escolares no estado de Mato Grosso, estado criador de gado e marcado pela exploração de grandes latifúndios, aconteceu somente nas cidades que mais se destacaram economicamente, como é o caso de Campo Grande, localizada no sul do estado. Assim, as primeiras décadas do século XX registraram uma lenta expansão quantitativa de escolas isoladas, insuficientes, em relação ao número de habitantes. Os grupos escolares, além de não se expandirem, no sentido de promover o acesso a um número maior de pessoas em idade escolar, atenderam, provavelmente, a uma população com melhores condições sócio-econômicas. 5879 Pode-se dizer, que essa forma de organização da educação escolar primária pública, seguindo a tendência nacional e com base na organização da instrução pública paulista, ocorreu como parte do processo de modernização, em contraposição ao estigma do “estado atrasado”, atendendo necessidades sociais e culturais, condicionadas às particularidades econômicas e políticas, que visavam adequar a educação ao movimento da sociedade. Referências: ALVES, Gilberto Luís. Nacional e regional na história da educação brasileira: uma análise sob a ótica dos estados mato-grossenses. In: Educação no Brasil. Campinas: Autores Associados; São Paulo: SBHE, 2001. p.162-188. BITTAR, Marisa. Dos campos grandes à capital dos ipês. Campo Grande: Editora Alvorada, 2004. 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